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A capacidade de reparar os danos causados por danos tóxicos e inflamação é crítica para a
sobrevivência de um organismo
-A regeneração ocorre por meio da proliferação das células que sobrevivem à lesão e que
mantêm a capacidade proliferativa.
Vários tipos celulares proliferam durante o reparo do tecido. Entre eles estão:
-As células endoteliais vasculares (criam novos vasos que fornecem os nutrientes necessários
para o processo de reparo)
- E os fibroblastos (fonte de tecido fibroso que forma a cicatriz que preenche os defeitos que
não são corrigidos por regeneração).
A capacidade de reparo dos tecidos é determinada, em parte, pela sua capacidade intrínseca
de proliferação.
Os fatores de crescimento geralmente são produzidos por células próximas ao local lesado. As
fontes mais importantes desses fatores de crescimento são os macrófagos ativados pela lesão
tecidual, mas as células epiteliais e estromais também produzem alguns desses fatores. Vários
fatores de crescimento se ligam às proteínas da MEC e são exibidos no local da lesão tecidual
em altas concentrações.
Se o reparo não puder ser realizado somente por regeneração, ele ocorre pela
substituição das células lesadas por tecido conjuntivo, levando à formação de uma
cicatriz, ou por uma combinação de regeneração de algumas células residuais e
formação de cicatriz.
1) Alguns minutos após uma lesão, um tampão hemostático composto por plaquetas é
formado, o que interrompe o sangramento e proporciona uma estrutura para as
células inflamatórias infiltrativas.
2) Inflamação. Esta etapa é composta pelas típicas respostas inflamatórias aguda e
crônica. ( os macrófagos tem um importante papel nessa parte, macrófagos M1
removem microrganismos e tecido necrótico e promovem a inflamação em uma
retroalimentação positiva, e os macrófagos M2 produzem fatores de crescimento que
estimulam a proliferação de muitos tipos celulares na próxima etapa do reparo.)
3) Proliferação celular. Na etapa seguinte, o que leva até 10 dias, vários tipos de células,
incluindo células epiteliais, endoteliais e outras células vasculares e fibroblastos,
proliferam e migram para fechar a ferida, agora limpa. Cada tipo de célula apresenta
funções únicas
• As células epiteliais respondem a fatores de crescimento produzidos localmente e
migram sobre a ferida para cobri-la.
• As células endoteliais e outras células vasculares proliferam para formar novos vasos
sanguíneos, um processo conhecido como angiogênese.
• Os fibroblastos proliferam e migram para o local da lesão e repousam sobre as fibras
colágenas que formam a cicatriz.
• A combinação de fibroblastos em proliferação, tecido conjuntivo frouxo, novos vasos
sanguíneos e células inflamatórias crônicas espalhada forma um tipo de tecido ímpar
para cicatrização das feridas, chamado tecido de granulação. Este termo deriva da sua
coloração rosada, aparência macroscópica granular e macia, tal como se pode
observar abaixo da crosta da pele de uma ferida.
4) Remodelação. O tecido conjuntivo que foi reorganizado é depositado pelos
fibroblastos para produzir uma cicatriz fibrosa estável. Este processo se inicia 2 a 3
semanas após a injúria e pode continuar por meses ou anos.
A cicatrização das feridas da pele pode ser classificada como cicatrização por
primeira intenção (união primária), que se refere à regeneração epitelial com
formação mínima de cicatrizes, como a que ocorre nas incisões cirúrgicas com bordas
bem aproximadas, e cicatrização por segunda intenção (união secundária), que se
refere às feridas maiores que cicatrizam por meio da combinação de regeneração e
cicatrização.
-Esses processos são regulados por fatores de crescimento, incluindo PDGF, FGF-2 e TGF-β e
citocinas produzidos localmente. As principais fontes destes fatores são as células
inflamatórias, particularmente macrófagos (M2) ativados pela via alternativa que infiltram os
locais de lesão.
-A síntese de colágeno, em particular, é necessária para a cicatrização das feridas para que elas
se tornem fortes e estáveis mecanicamente. A síntese de colágeno pelos fibroblastos inicia-se
cedo no processo de cicatrização de feridas (3 a 5 dias) e continua por várias semanas,
dependendo do tamanho da ferida. O acúmulo de colágeno total depende não apenas de
síntese aumentada, mas também da redução da degradação do colágeno. À medida que a
cicatriz amadurece, há regressão vascular progressiva, que transforma o tecido de granulação
altamente vascularizado, eventualmente, em uma cicatriz pálida e avascular.
Após a cicatriz ser formada, ela é remodelada para aumentar a sua força e contratilidade.
Morfologia
O reparo tecidual pode ser influenciado por vários fatores que reduzem a qualidade ou
adequação do processo de reparação. Os fatores que interferem na cicatrização podem ser
-----extrínsecos
-sistêmico
-locais.
• A infecção é uma das causas mais importantes de retardo da cicatrização; ela prolonga a
inflamação e aumenta potencialmente a lesão tecidual local.
• Corpos estranhos, como fragmentos de aço, vidro, ou mesmo osso, impedem a cicatrização.
Feridas crônicas:
• Úlceras venosas das pernas se desenvolvem mais frequentemente em pessoas idosas= Essas
úlceras não cicatrizam devido ao mau fornecimento de oxigênio para o local da úlcera.
(Hipóxia)
• Úlceras de pressão são áreas de ulceração da pele e necrose dos tecidos= As lesões são
causadas por pressão mecânica e isquemia local.
Em alguns casos, a falha na cicatrização pode levar a deiscência (ruptura da ferida).
Cicatrização excessiva
-Se o tecido cicatricial cresce além dos limites da ferida original e não regride, é chamado
queloide.
-Os termos cicatriz e fibrose podem ser utilizados de forma semelhante, mas fibrose refere-se,
na maioria das vezes, à deposição anormal de colágeno que ocorre em órgãos internos nas
doenças crônicas.