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SEGUE O ENSINAMENTO DO DIA E DEPOIS VAMOS AOS ESTUDOS

Renan Soares – T122 – 2019.2


RESUMO DE HISTOLOGIA
GÊNESE E DESENVOLVIMENTO
3º E 4º AULAS – CONJUNTIVO (CÉLULAS E TECIDOS)
Geral:
Tem como principal função manter a forma do corpo, unindo células e órgãos, fazendo
realmente um papel de suporte. Seu principal componente é a matriz extracelular, que
são formadas por proteínas fibrosas e substância fundamental. As fibras são
compostas, principalmente, de colágeno, e preenchem todo o estroma. A substância
fundamental é formada por macromoléculas muito hidrofílicas (glicosaminoglicanos e
proteoglicanos) e glicoproteínas multiadesivas (laminina, fibronectina, entre outras),
que se liga a proteínas receptoras nas células (integrinas). Assim se garante rigidez e
força tênsil para que se cumpra o seu papel estrutural. Além disso, o conjuntivo serve
como reserva de fatores de crescimento e para troca de nutrientes e catabólitos. A grande
diversidade de tipos de tecidos conjuntivos se dá pela proporção relativa dos componentes
supracitados. O conjuntivo se forma, embriologicamente falando, do mesoderma.
Conjuntivo: Células + Matriz Extracelular (MEC)
Matriz → Fibras + Substância fundamental
Substância Fundamental → Molécula aniônicas (Glicoproteínas e proteoglicanos) +
Glicoproteínas multiadesivas + Proteínas receptoras (integrina)
Células do Conjuntivo
Há células residentes (fibroblastos, macrófagos e mastócitos) que são células originadas
(exceto macrófago e mastócito) a partir de células tronco do conjuntivo e que residem por
muito tempo. Há células transientes (leucócitos e plasmócitos): São células originadas
principalmente a partir de células tronco hematopoiéticas, que ocupam o conjuntivo
apenas em ocasiões especiais, como em inflamação.

Fibroblastos:
Sintetizam os componentes da MEC, como as proteínas fibrosas e glicosaminoglicanos.
Produzem fatores de crescimento e modulam sua atividade metabólica, sendo chamadas
de fibroblastos, quando em atividade, e fibrócitos, quando em repouso. Os fibroblastos
ativos possuem citoplasma abundante e com prolongamentos. Núcleo ovoide, grande

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e fracamente corado. Fibrócitos têm aspecto fusiforme e núcleo alongado e mais
escuro.
Nota clínica: Um dos principais papéis do conjuntivo é a cicatrização, preenchendo
tecidos incapazes de se regenerar. Os fibrócitos revertem para o estado de fibroblasto. Os
Miofibroblastos são fibroblastos adaptados para o processo de reparação de feridas e
participam do fechamento da ferida, conhecida como célula queridinha dos cirurgiões.

Macrófagos e sistema monofagocitário nuclear:


Principal função: Fagocitose. Possui morfologia variável, dependendo do estado
funcional e tecido que habitam. O citoplasma apresenta retículo endoplasmático rugoso e
Golgi bem desenvolvidos e abundância de lisossomos. Os macrófagos derivam dos
monócitos, células derivadas da medula óssea, ou seja, são estágios diferentes de
maturação da mesma célula. Os macrófagos do tecido podem proliferar localmente. É
interessante ressaltar que os macrófagos estão na maioria dos órgãos e formam o

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sistema monofagocitário nuclear, possuindo um nome diferente nos diversos órgãos,
como a célula de Kupffer, o macrófago do fígado. São células de vida longa e podem
sobreviver meses em tecidos. Quanto à forma da célula na microscopia, o macrófago
apresenta-se como uma célula grande em comparação com as outras (leucócitos),
citoplasma abundante e, muitas vezes, irregular, com núcleo que pode se apresentar
como ovoide ou em forma de rim, e, geralmente, excêntrico. Eosinofílico.
Nota Clínica: Quando estimulados adequadamente, como acontece na contenção da
tuberculose, os macrófagos podem aumentar de tamanho e se arranjar em grupos,
formando células epitelioides (por lembrarem células epiteliais) ou células gigantes
Mastócitos:
Abundante, principalmente, na pele, no TGI e no trato respiratório. O mastócito maduro
é uma célula globosa, grande e com citoplasma repleto de grânulos (muitas vezes não
dá nem para ver o núcleo). O núcleo é pequeno, esférico e central. Estocam mediadores
da inflamação, como histamina e heparina, participando, principalmente, de reações
alérgicas e parasitárias. Os grânulos apresentam metacromasia (mudam a cor de alguns
corantes básicos). Há duas populações: mastócito do tecido conjuntivo (pele e cavidade
peritoneal), com heparina, e mastócitos da mucosa (pulmão e intestino), com sulfato de
condroitina ao invés de heparina. Possui receptores para IgE (anticorpos) dos
plasmócitos.
Nota clínica: A liberação imediata, em indivíduos sensibilizados previamente, de
mediadores pelos mastócitos, é chamada de reações de hipersensibilidade imediata, a qual
o choque anafilático é a situação mais drástica, liberando uma grande carga de
mediadores, fazendo emergir um quadro intenso de vasodilatação e bronconstrição,
podendo levar o indivíduo à morte.
Plasmócitos:
São mais numerosos no tecido conjuntivo do tubo digestório, nos órgãos linfoides e em
áreas de inflamação crônica. São células grandes, ovoides, com núcleo esférico e
excêntrico. O núcleo apresenta nucléolo bem desenvolvido e áreas de heterocromatina
alternadas com eucromatina, lembrando raios de roda de carroça. O citoplasma é
basófilo, devido à grande quantidade de retículo endoplasmático rugoso. Originam-se
dos linfócitos B após entrarem em contato com o antígeno e produzem anticorpos,
que são as imunoglobulinas (Ig). Cada anticorpo é específico para o antígeno e se combina
especificamente com o antígeno.
Leucócitos:
Os leucócitos migram para os tecidos (mesmo os normais) pelo processo de diapedese,
sendo células especializadas na defesa do organismo. Dependendo da situação, um
leucócito é mais importante que o outro na resolução do problema. Geralmente, não
retornam ao sangue, excetuando-se os linfócitos, que circulam pelo corpo todo.
Nota clínica: Participam do processo de inflamação, que se configura como aumento da
permeabilidade vascular (histamina principalmente), que leva ao edema (inchaço local),
vermelhidão e calor. A dor é devido à presença de mediadores químicos nas terminações

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nervosas. Os leucócitos cruzam as paredes dos vasos devido à quimiotaxia (atração dos
leucócitos pelo aumento da concentração de moléculas quimioatraentes).
Células adiposas: São células do conjuntivo que se tornaram especializadas no
armazenamento de energia na forma de triglicerídios.
Fibras
São proteínas que se polimerizam formando estruturas muito alongadas. Os três tipos
principais são: As colágenas e reticulares: Proteína colágeno; Elásticas: Proteína
elastina
Os dois sistemas de fibras são o sistema colágeno, formado por fibras colágenas e
reticulares, e pelo sistema elástico, formado por fibras elásticas, elaunínicas e
oxitalânicas. A composição dos tecidos em relação às fibras, determina suas propriedades.
Fibras colágenas:
O colágeno é a proteína mais abundante do corpo, representando cerca de 30% do peso
seco. É produzido por diferentes tipos de células e variam em composição química,
características morfológicas, distribuição, funções e patologias. De acordo com sua
estrutura e função, os colágenos são classificados em:
Formam longas fibrilas: I, II, III, V ou XI. O colágeno tipo I é o mais abundante e ocorre
classicamente como estruturas denominadas de fibrilas de colágeno, formando ossos,
dentina, tendões etc.
Associados a fibrilas: IX, XII e XIV. Ligam as fibrilas umas às outras e à matriz.
Formam rede: IV – Um dos principais componentes estruturais das lâminas basais, nas
quais tem o papel de aderência e de filtração.
Ancoragem: VII – Fibrilas que ancoram as fibras de colágeno tipo I à lâmina basal.

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Atualmente, já se sabe que não é só fibroblastos, condroblastos e osteoblastos que
produzem o colágeno. Hidroxiprolina e a hidroxilisina são aminoácidos característicos
do colágeno. As fibrilas de colágeno são formadas pela polimerização de unidades
moleculares alongadas denominadas tropocolágeno. Nos tipos I, II e III, as moléculas
de tropocolágeno se juntam, formando microfibrilas, que se juntam formando fibrilas. No
colágeno do tipo I e do tipo II, essas fibrilas se associam para formar fibras. As do tipo
II formam fibrilas, forma cartilagem, mas não forma fibras.
Algumas patologias estão associadas a um defeito na síntese de colágeno:
Osteogenesis imperfecta: Mudança de um dos dois genes para o procolágeno tipo I
Escorbuto: Falta de vitamina C, que é um cofator para a prolina hidroxilase. Mais grave
em áreas que o conjuntivo precisa ser renovado com mais frequência, como é o ligamento
periodontal, que defeituoso causa a perda de dentes.
Nota clínica: O acúmulo anormal de colágeno também um fator importante em
patologias, como na esclerose sistêmica progressiva, que é caracterizada pela fibrose em
vários órgãos, e os queloides, espessamento localizado na pele devido a um depósito
excessivo de colágeno, que se forma em cicatrizes.
Fibras de colágeno I:
São as mais numerosas no conjuntivo. Em alguns locais, as fibras se organizam
paralelamente, formando os feixes de colágeno. Ao microscópio de luz as fibras
colágenas são acidófilas e se coram em rosa pela eosina.
Fibras reticulares:
São formadas predominantemente por colágeno tipo III. São chamadas de
argirófilas, por causa da sua afinidade com os sais de prata, corando-se com preto.
Formam uma rede extensa em diversos órgãos, comportando-se como uma malha de
fibras que suportam células e todo o parênquima. Abundantes em músculo liso,
endoneuro e órgãos hematopoéticos, bem como em órgãos parenquimatosos, como
glândulas endócrinas. O pequeno diâmetro e a disposição frouxa criam uma rede
flexível em órgãos que são sujeitos a mudanças fisiológicas de forma ou volume, como
artérias, baço e fígado.
Sistema elástico:
Composto por fibras: oxitalânica, elaunínica e elástica. Essa é a ordem de formação
até chegar na elástica. A fibrilina forma o arcabouço para deposição de elastina.
Inicialmente, fibras oxitalânicas são feixes de microfibrilas de fibrilina, presente nas
fibras da zônula do olho. Ocorre deposição irregular de elastina e se forma a elaunínica,
presente em glândulas sudoríparas. Por fim, há acúmulo gradual de elastina, ocupando
todo o centro do feixe de microfibrilas, as quais permanecem livres apenas na periferia,
formando as fibras elásticas. Oxitalânicas são pouco elásticas, contudo, muito resistentes
à tração. Fibroblastos e músculo liso são os principais produtores de elastina. A elastina
ocorre, também, na forma não fibrilar: lâminas elásticas, que formam as
membranas fenestradas, encontradas em alguns vasos.

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Nota clínica: Mutações no gene da fibrilina, localizado no cromossomo 15, resulta na
síndrome de Marfan. Condição em que torna frágil vasos como a aorta, rica em
componente elástico. Há um alto risco de morte.
Substância fundamental
Mistura complexa, altamente hidratada, de moléculas aniônicas
(glicosaminoglicanos e proteoglicanos) e glicoproteínas multiadesivas. Os
glicosaminoglicanos são polímeros lineares formados por monômeros dissacarídicos, de
ácido urônico e hexosamina. Com exceção do ácido hialurônico, todas estas cadeias
lineares são ligadas covalentemente a um eixo proteico, formando uma molécula de
proteoglicano (parecida com uma escova de limpar tubo de ensaio). Os proteoglicanos
são estruturas altamente hidratadas, em virtude da abundância de grupos hidroxila,
carboxila e sulfato. Os glicosaminoglicanos são: sulfato de dermatana, sulfato de
condroitina, sulfato de queratana e sulfato de heparana. Atuam como componente
estrutural da matriz e ancora células à matriz. Ligam-se, ainda, a fatores crescimento.
As glicoproteínas multiadesivas são compostos de proteínas ligadas a cadeias de
glicídios. O componente proteico predomina e as cadeias de glicídios são ramificadas.
Participam da interação entre células adjacentes e ajudam as células a aderirem a seus
substratos. Fibronectina e laminina são as principais.
As células interagem com os componentes da matriz por meio de proteínas
transmembrana, as integrinas, que se ligam aos colágenos e glicoproteínas. Isso permite
que as células migrem pelo tecido, uma vez que a ligação pode ser desfeita e depois feita.
Existe, ainda, nos tecidos conjuntivos, uma pequena quantidade de fluido, chamado de
fluido tissular ou fluido intersticial. É semelhante ao plasma sanguíneo, com íons,
substâncias difusíveis e uma pequena porcentagem de proteínas plasmáticas de baixo
peso molecular que conseguem passar pela parede do vaso. Duas forças atuam na água
dos vasos: a pressão hidrostática, devido á contração do coração, forçando a água sair
do vaso; pressão osmótica ou oncótica, que puxa a água dos tecidos para dentro do vaso
e se deve às proteínas plasmáticas. Em condições normais, na porção arterial (onde o
capilar se continua com a arteríola), a força hidrostática é maior que a oncótica e a água
sai do vaso, enquanto que na porção venosa, o sangue agora mais concentrado, tem uma
força hidrostática menor e a oncótica maior, atraindo a água para dentro do vaso. É assim
que os metabólitos fluem pelos tecidos e vasos. Contudo, a água que volta para o vaso é
menor que a que sai. Essa água que sobre é drenada pelo sistema linfático.
Nota clínica: O edema é a situação em que há um acúmulo de líquido no espaço
intersticial. Ocorre em várias situações patológicas, como: Obstrução de ramos venososo
ou linfáticos (filariose); Diminuição do fluxo sanguíneo (Insuficiência cardíaca);
Metástases dos tumores malignos; Desnutrição crônica, devido à falta de proteínas e
queda na pressão oncótica; Aumento da permeabilidade vascular (Alergias – histamina).

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Tipos de tecidos conjuntivos

Tecido conjuntivo propriamente dito:


Esse conjuntivo é o que apresenta todos os componentes acima, é como se fosse aquele
negócio “modelo” e a partir dele a gente estudas os outros, porque ele tem todos os
componentes básicos do conjuntivo. Há duas classes: o frouxo e o denso (modelado e
não modelado).
O conjuntivo frouxo suporta pressão e atrito pequenos, preenchendo espaços de
células musculares, suportando células epiteliais e formando camadas em torno de vasos.
Contém todos os componentes básicos do conjuntivo, não havendo predominância de
nenhum componente. Tem uma consistência delicada, flexível e bem vascularizado.
O conjuntivo denso é adaptado para oferecer resistência e proteção aos tecidos. Há uma
clara predominância de fibras. Menos flexível e mais resistente à tensão. Pode haver uma
desorganização das fibras, sendo chamado de denso não modelado, ou as fibras
podem ter uma orientação bem definida para um lado, como nos tendões,
suportando a tensão que o tendão é submetido. É chamado de denso modelado.
Morfologicamente, os fibroblastos do tendão podem ser classificados como fibrócitos. Os
feixes de colágeno do tendão (feixes primários) se agregam em feixes maiores (feixes
secundários) que são envolvidos por conjuntivo frouxo contendo vasos e nervos. O tendão
é envolvido por uma bainha de conjuntivo, podendo ser dividida em uma camada presa
ao tendão e outra a estruturas adjacentes. Entre as duas camadas, há um líquido parecido
com o sinovial (articulações), lubrificante.
Tecido elástico:
Formado por feixes espessos e paralelos de fibras elásticas. O espaço entre as fibras é
ocupado por fibras delgadas de colágeno e fibrócitos. Está presente nos ligamentos
amarelos da coluna vertebral e no ligamento suspensor do pênis.

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Tecido reticular:
É muito delicado e forma uma rede tridimensional que suporta as células de alguns
órgãos. É formado por fibras reticulares associadas às células reticulares (fibroblastos
modificados). As células reticulares estão dispersas ao longo da matriz e cobrem
parcialmente, com seus prolongamentos citoplasmáticos, as fibras e a substância
fundamental. Forma uma rede trabeculada semelhante a uma esponja, dentro da qual as
células e fluido se movem.
Tecido mucoso:
Tem consistência gelatinosa graças à preponderância de matriz fundamental composta
predominantemente por ácido hialurônico com pouquíssimas fibras. É o principal
componente do cordão umbilical, sendo chamado, aqui, de geleia de Wharton. Também
é visto na polpa jovem dos dentes.
Tecido adiposo:
É um tipo especial de conjuntivo formado pelos adipócitos, que podem ser encontrados
isolados ou em pequenos grupos no conjuntivo frouxo, porém a maioria delas forma
grandes agregados, formando o tecido adiposo. Guarda energia em forma de
triglicerídeos, mais eficiente que o glicogênio. O tecido adiposo modela a superfície do
corpo, protege contra choques e contribui para o isolamento térmico. Além disso, tem
atividade secretora. Há duas variedades: O tecido adiposo comum, amarelo ou
unilocular e o pardo ou multilocular.
Tecido adiposo unilocular:
Quando maduros, os adipócitos contêm apenas uma gotícula de gordura que ocupa
quase todo o citoplasma. Praticamente todo o tecido adiposo do homem adulto. Forma
o panículo adiposo, camada disposta sob a pele, e que é de espessura uniforme por todo
o corpo do recém-nascido. Ao longo do tempo, desaparece de algumas áreas e
desenvolvem-se em outras, a partir de hormônios sexuais e hormônios corticais da
adrenal.
São esféricas, quando isoladas e poliédricas quando juntas, dada à compressão. Devido
ao preparado histológico, a gordura sai, e fica apenas um anel de citoplasma. Não há
membrana envolvente nas gotículas. Cada célula é envolvida por uma lâmina basal. O
tecido unilocular apresenta septos de conjuntivo, com vasos e nervos, além de fibras
reticulares. A vascularização é grande, em proporção ao citoplasma pouco funcionante.
A remoção dos lipídios não se dá de forma uniforme em todos os lugares do corpo, sendo
os depósitos subcutâneos os primeiros atingidos. É um órgão, também, secretor,
sintetizando moléculas como a leptina, que atua principalmente no hipotálamo,
diminuindo a ingestão de alimentos e aumentando o gasto de energia.
Nota: Os triglicerídios são ésteres de ácidos graxos e glicerol. Originam-se da seguinte
maneira: Absorvidos da alimentação e trazidos até as células adiposas como triglicerídios
dos quilomícrons; Oriundos do fígado e transporta dos até o tecido adiposo, sob a forma
de triglicerídios constituintes das VLDL; Da síntese nas próprias células adiposas, a partir
da glicose.

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São inervados por fibras simpáticas do SN autônomo. No unilocular, apenas alguns
adipócitos são inervados, enquanto no multilocular, as terminações nervosas
atingem vários adipócitos. Desempenha importante papel na mobilização das gorduras
em atividades físicas intensas, jejuns prolongados e frio.
Com frequência, há formação de tumores benignos do tecido unilocular, chamados de
lipomas. Geralmente, removidos cirurgicamente com grande facilidade. Há os tumores
malignos, o liposarcomas, que facilmente originam metástases.
Histogênese: Se originam do mesoderma, a partir dos lipoblastos.
Tecido adiposo multilocular:
Possui cor parda devido à vascularização abundante e às numerosas mitocôndrias
encontradas em suas células. É de distribuição limitada. Esse tecido é encontrado,
principalmente, em animais que hibernam. No feto humano e no recém-nascido são
encontrados em regiões definidas. Possui células menores e poligonais. Há varias
gotículas no citoplasma (por isso, o multilocular) e mitocôndrias. É especializado na
produção de calor, tendo função de termorregulação em recém-nascidos. Quando há
liberação de norepinefrinas em suas terminações, ocorre lipólise e oxidação dos ácidos
graxos, produzindo calor e não ATP, devido ao fato que as mitocôndrias possuem em
suas membranas internas, uma proteína transmembrana chamada de termogenina ou
UCP 1. O calor é distribuído pelo sangue presente nos diversos capilares em torno do
tecido.

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CHECKLIST – 3º AULA
CONJUNTIVO – FIBRAS/CÉLULAS
Lâmina 06 – Aorta

• Fibras elásticas – Camada média


Lâmina 61 – Vasos (Fibras elásticas) – Weigert

• Fibras elásticas – Camada média


Lâmina 8 – Pele fina
• Fibras colágenas
• Fibroblasto
Lâmina 17 – Linfonodo
• Tecido adiposo unilocular
Lâmina 63 – Fígado (Reticulina), Mét. Leidlan
• Fibra reticular
Lâmina 72 – Pulmão (Células Gigantes)
• Células Gigantes
Lâmina 100 – Mastócito
Lâmina 31 – Esfregaço de Sangue – Giemsa
• Neutrófilo
• Linfócito
Lâmina 69 – Intestino inflamado
• Plasmócito
• Linfócito
• Neutrófilo
• Eosinófilo
Lâmina 84 – Tecido conjuntivo inflamado

• Macrófagos
• Linfócitos
• Plasmócito

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Lâminas vistas na aula
Lâmina 06 e 61 – Fibras Elásticas
As fibras elásticas são o principal componente do sistema elástico. São formadas pela proteína
elástica, que confere alta elasticidade, cerca de 5 vezes superior à borracha.
A aorta e grandes artérias são órgãos que possuem em suas camadas médias uma alta taxa de
fibras elásticas, uma vez que precisam distender e suportar a pressão com que o sangue é ejetado
a partir do coração. Assim, a lâmina 6, é a aorta corada em HE. Logo de cara, dá para notar as
grandes ondulações na camada média. É onde fica as fibras elásticas. Contudo, na camada média,
há outros componentes que a formam além das fibras elásticas. A lâmina 61 evidencia, através de
uma coloração especial, apenas as fibras elásticas. Esse caráter ondulado é devido à preparação
histológica.
O principal questionamento feito na prova prática é qual a fibra, o órgão no campo e uma patologia
associada (Marfan) → Caiu na minha prova
Note, na imagem abaixo, as diversas ondulações.

Aqui, devido à coloração, é evidenciado as fibras elásticas, que são muitas.

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Lâmina 8 – Pele fina
Essa lâmina está em praticamente todas as aulas desse módulo né?! Dessa vez, nessa aula,
o essencial é ver os fibroblastos e as fibras colágenas. O fibroblasto é a célula mais
abundante nessa lâmina e podemos ver que é uma célula fusiforme, com núcleo ovoide e
o citoplasma, muitas vezes, não é regular. Ela é gordinha
Um fibroblasto ao lado direito da seta na imagem abaixo

As fibras colágenas em destaque. Note que nesse tipo de microscopia não é possível
diferenciar fibras uma das outras, mas é importante saber que esse material eosinofílico
(rosa), são as fibras colágenas, do conjuntivo.

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Lâmina 17 – Linfonodo
Essa lâmina será vista na próxima aula com mais detalhes. Aqui serve apenas para ver o
tecido adiposo, que fica junto com a cápsula de conjuntivo que recobre o órgão.
O tecido adiposo unilocular, presente em grande quantidade no corpo, é formado por
adipócitos e uma grande gotícula de lipídio, que não pode ser vista depois da preparação
histológica. O que vemos é apenas uma parte do citoplasma que rodeava a gotícula. O
núcleo, difícil de ser visto, fica “imprensado” contra a membrana.

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Lâmina 72 – Pulmão (Células Gigantes)
As células gigantes são a junção de vários macrófagos. Ocorrem em algumas patologias,
como na tuberculose. É fácil de distinguir uma célula gigante. É uma célula enorme, com
diversos núcleos e citoplasma abundante.

Lâmina 63 – Fígado – Reticular


As fibras reticulares são formadas principalmente por colágeno tipo III e são argirófilas,
ou seja, se coram com sais de prata. Presente em diversos tipos de tecido, principalmente,
em órgãos hematopoiéticos. Apoiam células de órgãos parenquimatosos e órgãos que
precisam se distender, como útero, dado sua organização frouxa.
A imagem mostra as fibras reticulares presentes no fígado. A seta está apontando
exatamente para o lugar que estaria a veia centrolobular do fígado. Observe que as fibras
reticulares estão realmente apoiando esse vaso e todo o parênquima do fígado.

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Lâmina 100 – Mastócitos:
Os mastócitos são células residentes do conjuntivo e estão presentes principalmente em
reações alérgicas e parasitárias. Possui núcleo central e esférico, que é geralmente
encoberto pela grande quantidade de seus grânulos com mediadores (heparina e
histamina). É importante entender que estamos no conjuntivo e não no sangue (basófilos).

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Lâmina 31 – Esfregaço sanguíneo
A aula de sangue será a próxima e os leucócitos serão vistos com mais detalhe. Nesse
momento, é importante reconhecer nessa lâmina apenas os neutrófilos e os linfócitos,
apesar de que eosinófilos e outras células possam ser vistas.
O neutrófilo, é um leucócito granulócito que possui citoplasma neutro (daí seu nome),
com núcleo lobulado, possuindo de 3 a 5, dependendo da idade da célula (mais lóbulos
→ mais velha).
O linfócito é um leucócito agranulócito que possui pouco citoplasma em relação a seu
núcleo esférico e parece um pingo de tinta de caneta.
Imagens de Neutrófilos. Repara o seu núcleo lobulado (3 a 5). E seu citoplasma mais
neutro. E os linfócitos, com pouco citoplasma. Parece um pingo de tinta de caneta

Nessa imagem, vemos no canto superior, dois neutrófilos. Embaixo, um linfócito

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A seta do microscópio está apontada para um linfócito

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Lâmina 69 e 84 – Intestino Inflamado/ Conjuntivo Inflamado
Essas lâminas servem para ver a maioria das células que participa do processo
inflamatório e migram para o conjuntivo. É um pouco difícil de identificar as células
nessa lâmina. Podemos ver células como neutrófilos, linfócitos, plasmócitos, eosinófilos
e macrófagos. A 84 é mais para ver macrófagos.
Os eosinófilos são leucócitos granulócitos com núcleo bilobulado e citoplasma bem
eosinofílico, ou seja, se apresenta como uma célula bem rosada com núcleo bilobulado
(parece um headphone e outras vezes parece que está com um óculos <3)
Os plasmócitos são células grandes, ovoides, com núcleo esférico e excêntrico. O núcleo
apresenta nucléolo bem desenvolvido e áreas de heterocromatina alternadas com
eucromatina, lembrando raios de roda de carroça. O citoplasma é basófilo, devido à
grande quantidade de retículo endoplasmático rugoso.
O macrófago apresenta-se como uma célula grande em comparação com as outras
(leucócitos), citoplasma abundante e, muitas vezes, irregular, com núcleo que pode se
apresentar como ovoide ou em forma de rim, e, geralmente, excêntrico. Eosinofílico.
Na imagem abaixo, apesar da péssima qualidade (sorry), a célula representada é o
neutrófilo, com se núcleo trilobulado.

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A seguir, temos um linfócito:

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As duas imagens em seguida são eosinófilos. Observe que elas estão com um óculos
(brinks), ou seja, com núcleo bilobulado e apresentam citoplasma rosado. A primeira é
mais difícil de reconhecer e acaba parecendo que é mononuclear, mas observe bem.

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Temos o plasmócito, que tem seu núcleo, geralmente, excêntrico e como uma roda de
carroça (lembre-se disso e mentalize ahumm ahumm). Contudo, é importante salientar,
que nem sempre ele vai ter todas essas características, principalmente a roda de carroça.
Essa primeira imagem é meramente ilustrativa, para efeitos de comparação entre o
macrófago e o plasmócito. Veja que o núcleo do plasmócito é bem excêntrico e esférico.
Outro ponto é o tamanho relativo entre as duas células (o macrófago é enorme)

Agora sim, plasmócitos:

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Uma enxurrada de macrógafos (mentira, mas são as que consegui pegar)

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CHECKLIST – 4º AULA
TIPOS DE TECIDO CONJUNTIVO
Lâmina 8 – Pele fina

• Tecido conjuntivo propriamente dito frouxo


• Tecido conjuntivo propriamente dito denso não modelado
Lâmina 61 – Vasos (Fibras Elásticas) – Weigert

• Tecido elástico
Lâmina 63 – Fígado (Reticulina), Mét. Leidlan

• Tecido reticular
Lâmina 15 – Cordão Umbilical
• Tecido Mucoso ou Geleia de Warton
Lâmina 23 – Tendão
• Tecido conjuntivo propriamente dito denso modelado
• Fibrócito

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Lâmina 8 – Pele fina
Mais uma vez dando seu ar da graça, a lâmina de pele está aqui, dessa vez, para nos
mostrar o conjuntivo denso não modelado e o conjuntivo frouxo.
A pele tem diversas camadas e que não são abordadas nas aulas de histologia porque o
interesse nessa lâmina é outro. Porém, todos sabemos que existe a epiderme e a derme. A
epiderme já foi vista no resumo anterior. Nesse resumo, veremos a derme, que é
constituída na parte mais superior, por conjuntivo frouxo (derme papilar) e na parte mais
inferior (derme reticular) por conjuntivo denso não modelado.
O tecido conjuntivo propriamente dito frouxo não apresenta predominância de nenhum
componente, podendo ser visto na lâmina a distribuição de células e fibras de modo
equilibrado. O denso não modelado predomina fibras, com poucas células e tem como
principal característica a desorganização das fibras, não estando orientadas.
Vemos na imagem abaixo, um claro limite entre o conjuntivo de cima e o de baixo,
estando mais ou menos delimitado pela seta do microscópio. O de cima é o frouxo.

Renan Soares – T122 – 2019.2


De um modo mais aproximado, podemos ver as fibras todas desorganizadas e que tem,
basicamente, só fibras, no conjuntivo denso não modelado. O frouxo tem fibras e várias
células.

Renan Soares – T122 – 2019.2


Lâmina 61 – Vasos
O tecido elástico é formado principalmente por fibras elásticas, formadas pela proteína
elastina. Nessa lâmina, já vista, podemos notar a grande concentração no vaso.

Lâmina 63 – Fígado (Reticulina), Mét. Leidlan


É muito delicado e forma uma rede tridimensional que suporta as células de alguns
órgãos. É formado por fibras reticulares associadas às células reticulares (fibroblastos
modificados). As células reticulares estão dispersas ao longo da matriz e cobrem
parcialmente, com seus prolongamentos citoplasmáticos, as fibras e a substância
fundamental. Forma uma rede trabeculada semelhante a uma esponja, dentro da qual as
células e fluido se movem.

Renan Soares – T122 – 2019.2


Lâmina 15 – Cordão Umbilical
O cordão umbilical, órgão essencial para o desenvolvimento do feto, tem como principal
componente um tecido mucoso, um conjuntivo diferenciado. A principal marca dele é a
grande quantidade de ácido hialurônico.
Aqui, o geral da lâmina. Duas artérias e uma veia. Estão envoltas pela geleia de Warton.
Na outra, o tecido mucoso fica em destaque.

Renan Soares – T122 – 2019.2


Lâmina 23 – Tendão
O tendão é formado basicamente por conjuntivo. É um conjuntivo propriamente dito
denso modelado. Suas fibras estão alinhadas e orientadas para apenas um lado.
Morfologicamente, os fibroblastos entre suas fibras podem classificados como fibrócitos.

Observe a predominância de fibras e os fibrócitos alinhados com as fibras.

É HISTO!

Renan Soares – T122 – 2019.2

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