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IMUNOLOGIA

PROFº JOSIEL OLIVEIRA


Os anticorpos, também chamados de imunoglobulinas (Ig), são proteínas
responsáveis por avisar ao organismo quando existe um agente causador de doenças
(como bactérias, vírus, entre outros) no corpo. Eles agem para eliminá-lo e, nesse
processo, outras células serão ativadas para ajudar nessa tarefa.

Existem 5 classes diferentes de anticorpos:

as imunoglobulinas A (IgA), D (IgD), E (IgE), G (IgG) e M (IgM).


Fases da Cicatrização: inflamatória, proliferativa e
maturação
A cicatrização é um processo complexo, que envolve mecanismos celulares,
moleculares e bioquímicos. Visa a restauração da função e estruturas normais dos
tecidos.

Envolve três etapas básicas:

Inflamatória
Proliferativa
Maturação
Uma ferida é representada pela perda de integridade da pele e tecidos moles
subjacentes, podendo ser aguda ou crônica.

As causas podem ser associadas a diversos mecanismos, desde trauma até lesões
isquêmicas.
Fase inflamatória

A fase inicial do processo cicatricial, inflamatória, é iniciada no exato momento da lesão


e dura cerca de três dias.

O dano tissular é o evento inicial que desencadeia todo o processo de restauração.

Imediatamente, o corpo tenta fazer a hemostasia com a contração dos pequenos vasos
próximos.
Nesse momento, há a agregação plaquetária, ativação da cascata de coagulação e
formação de uma matriz de fibrina.
Essa rede de fibrina age como barreira para tentar impedir a contaminação da ferida e
como base para o processo cicatricial.

Além disso, ela serve de apoio para a migração celular e estímulo para os fatores de
crescimento.

Os sinais da inflamação – rubor, calor, edema, dor – são resultado da resposta celular e
bioquímica no local, principalmente pelo recrutamento celular e aumento da
permeabilidade vascular.
Os neutrófilos e monócitos dão início ao processo com uma “limpeza” da ferida. É o
desbridamento, que remove os tecidos desvitalizados e fagocita as partículas
antagônicas e corpos estranhos.

Os neutrófilos são os primeiros a chegar no local, atraídos por substâncias quimiotáticas


liberadas pelas plaquetas na hemostasia. São quimioatraentes para outras células e
liberam citadinas pró-inflamatórias.
Há ação de diversas células de defesa do organismo.

Mass entender o papel do mastócito é fundamental para compreender essa fase.

Os mastócitos degranulados liberam fatores de crescimento, citocinas, histamina e


outros mediadores de vasodilatação e migração celular.
Essas substâncias vão tornar os vasos da região mais permeáveis.

Permitindo extravasamento de líquidos para o terceiro espaço e consequente edema.

A vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo são responsáveis pelo calor e rubor.


Fase proliferativa

A fase proliferativa inclui reepitelização, síntese da matriz e neovascularização.

Processos que iniciam em torno do terceiro dia após a lesão e dura algumas semanas.
Essa fase é caracterizada pela formação do tecido de granulação, e é o marco inicial da
formação da cicatriz.

Os fibroblastos e as células endoteliais são as células predominantes e mais


importantes.
Neo-angiogênese

A neo-angiogênese é a formação de novos vasos sanguíneos. Nessa fase de


proliferação celular, ocorre uma demanda de suprimento sanguíneo para o local da
ferida, sendo necessária uma neo-angiogênese.

Essa resposta é estimulada por diversos fatores.

Dentre eles a hipóxia local (devido a alteração do macroambiente decorrente do


trauma), fator de necrose tumoral alfa e fator de crescimento endotelial vascular.
A angiogênese ocorre da “brotação” dos neo-vasos no local avascular a partir de células
endoteliais de uma rede vascular madura adjacente.

Esse processo migratório é estimulado por mediadores liberados por macrófagos


ativados, como a bradicinina e a prostaglandina.
Epitelização

A epitelização ou migração é a proliferação celular basal e migração das células


epiteliais na ponte de fibrina, que rejuvenesce a derme.

Nas primeiras vinte e quatro a trinta e seis horas, para que a ferida seja recoberta, há a
proliferação de células do epitélio.
Queratinócitos, células epiteliais e células tronco epiteliais migram para o centro da
ferida. Induzindo a contração, aproximação das bordas e neoepitelização da lesão.

Essa camada é fina e superficial, porém cria uma espécie de barreira para bactérias e
corpos estranhos.
Fibroplasia

A fibroplasia é a produção de colágeno pelos fibroblastos, que torna a ferida mais forte e
resistente.

Os fibroblastos têm origem a partir de células mesenquimais quiescentes, que são


ativadas, e produzem os componentes da matriz extracelular.

A função principal dessas células é a formação de colágeno, principal proteína estrutural


do corpo, sendo responsável pela sustentação e força tênsil da cicatriz.
Depois do desbridamento da ferida, cerca de um a três dias após a lesão, essas células
migram para o local.

Mediadores liberados principalmente pelos macrófagos intensificam a ativação dos


fibroblastos e sua migração para o centro da ferida.

Essas células, nutridas pelos neo-vasos, produzem uma matriz extracelular com
grandes quantidades de fibronectina (responsável pela adesão da célula) e ácido
hialurônico (promove resistência à compressão), que substitui aquela inicialmente
formada na hemostasia.
A matriz é modificada mais uma vez para tornar o ambiente mais favorável à fixação e
imobilidade das células.

Essa matriz permite a maturação dos neo-vasos em capilares e os fibroblastos passam


a secretar maior quantidade de colágeno
Tecido de Granulação

A última etapa, e característica dessa fase da cicatrização, é a formação do tecido de


granulação. Ele é composto basicamente pelos neo-vasos, fibroblastos, macrófagos e
colágeno frouxo, resultado da neo-angiogênese e fibroplasia.

A aparência do tecido é vermelha, com muitos espaços vazios e granular, por possuir
grande concentração de vasos imaturos, exsudativos e que sangram facilmente.
Ao final da fase proliferativa, a ferida está recoberta com o tecido de granulação,
neovascularizada e em processo de regeneração.

Fase de maturação

A fase de maturação ou remodelamento é caracterizada pela deposição organizada de


colágeno. É a de maior importância clínica, no processo de cicatrização, pois é quando
a ferida recebe maior suporte.

Essa fase final se inicia após vinte e um dias da lesão, podendo perdurar até um ano.
Durante o período de remodelamento, o tecido de granulação termina de ser formado
para que inicie a maturação da ferida.

Ocorre um aumento na resistência da ferida, sem aumento na quantidade de colágeno,


devido ao remodelamento das fibras da proteína.
O colágeno tipo III produzido inicialmente, que é mais fino e orientado paralelamente à
pele, é substituído por um colágeno mais espesso direcionado ao longo das linhas de
tensão, aumentando a força tênsil da lesão.

Ligações covalentes são formadas entre os feixes de colágeno, com aumento das
ligações transversas e melhor alinhamento dos feixes ao longo das linhas de tensão.

O novo colágeno sintetizado não será tão organizado como o da pele sadia.

Para que esse processo seja eficaz, a neo-vascularização é fundamental e, de forma


mútua, a matriz de colágeno é um estímulo da angiogênese.
Uma boa cicatrização depende do equilíbrio da quebra da matriz antiga (através de
colagenoses liberadas por macrófagos e leucócitos) e maior deposição da nova matriz.

Após atingir a estabilidade entre produção e destruição, que demora cerca de quatro
semanas, começa a fase de maturação do colágeno, que dura de meses a anos.

Após a resolução do reparo, essas células sofrem apoptose. Se essas células não
forem destruídas, vai haver maior síntese de matriz e contração da lesão, que pode
resultar em queloide (cicatriz hipertrófica).
Resultado da fase de maturação

A fase aguda da cicatrização da ferida chega a seu fim com cessação da


neoangiogênese, redução do fluxo sanguíneo e atividade celular e bioquímica.

O resultado é o fechamento completo da ferida, com restauração (não completa) da


força mecânica e formação da cicatriz.

Finalmente, há a repigmentação, quando os melanócitos começam a proliferar, e isso


ajuda a restaurar a cor normal da pele danificada, fechando o ciclo de cicatrização.
O que é necrose?

Necrose indica morte celular ou de tecidos no organismo. Sabe-se que o processo


de necrose envolve também o processo inflamatório no local. Várias são as causas de
necrose, entre elas, diminuição do aporte de sangue ou falta de oxigenação com a
presença de toxinas e enzimas que levam à morte celular.
Formado por células justapostas, entre as quais se encontra pouca substância
extracelular.
Como suas células não possuem vasos sanguíneos, os nutrientes são recebidos
através do tecido conjuntivo subjacente
Tecido de granulação (tecido viável): tecido úmido granulado vermelho ou rosa
composto de vasos sanguíneos novos, tecido conjuntivo, fibroblastos. Preenche o
leito de uma ferida aberta quando ela começa a cicatriz

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