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I

INSTITUTO DE SAÚDE
AVICENNA
TEMA: Renovação e reparação tecidual:
Regeneração, cicatrização e fibrose
Patologia Básica – JAMO
Geral:

•Compreender o sistema fagocitico , imflamacao


regeneracao e reparo celular

Específicos:

•Distinguir as diferencas exitstentes entre


regeneracao, cicatrizacao e fibrose
• Descrever os mecanismos de regeneracao
REPARAÇÃO
A reparação pode ser entendida como:

• "Processo de reposição do tecido destruído observado após a extinção


dos agentes flogísticos".
Como o conceito enfatiza, o processo de reparação só consegue se
estabilizar e atingir o seu mais alto grau quando ocorre a eliminação do
agente inflamatório. Diz-se que há reparação completa quando houver
restituição da morfostase e homeostase tecidual(equilíbrio da forma e
função tecidual) iniciado já na fase irritativa da inflamação.
A reparação pode acontecer sob dois tipos, dependendo do estado de
destruição do tecido e dos graus de transformação sofridos por este
durante a flogose.
Tipos de reparação

1. Regeneração: reposição de tecido idêntico ao perdido.


2. Cicatrização: substituição do tecido perdido por tecido conjuntivo
fibroso.
Qualquer que seja a forma de cura das inflamações, é importante que se
tenha conhecimento de como se processa cada tipo de reparação, com o
intuito de estimular e/ou corrigir esses processos.
REGENERAÇÃO
• “É a organização tecidual com substituição das células mortas
ou lesadas por novas células, idênticas às originais".
• A regeneração promove a restituição da integridade anatómica
e funcional do tecido.
• Todo o procedimento regenerativo se realiza em tecidos onde
existem células lábeis ou estáveis, isto é, células que detêm a
capacidade de se regenerar através de toda a vida extra -
uterina (por exemplo, células epiteliais, do tecido
hematopoiético etc.); por intermédio da multiplicação e
organização dessas células origina-se um tecido idêntico ao
original.
Cont.
• Além dessa condição, a restituição completa só ocorre se existir um
suporte, um tecido de sustentação (como parênquima, derma da pele
etc.) subjacente ao local comprometido.
• Esse tecido é o responsável pela manutenção da irrigação e nutrição do
local, factores essenciais para o desenvolvimento da regeneração dentro
dos padrões normais.
Cont.
• As fases da regeneração incluem um momento em que há demolição
das células lesadas, seguido por intensa proliferação.
• Inúmeras hipóteses vêm sendo formuladas para explicar o processo
regenerativo, envolvendo, dentre outros, elementos humorais,
circulatórios etc.
• Um conceito importante a ser considerado nos processos de
regeneração é a diferenciação celular, transformações que a célula
desenvolve durante seu ciclo de vida pelas quais vai adquirindo
especializações
Cont.
• Nos processos regenerativos, em geral, quanto mais diferenciada for
uma célula (isto é, mais especializada), menor é seu grau de
multiplicação e regeneração. Contudo, esse princípio não pode ser
generalizado para todos os tipos celulares, pois a localização e a
capacidade da célula de sofrer agressões influenciam em seu
comportamento regenerativo.
• Por exemplo: as células da mucosa bucal (células lábeis) são mais
facilmente regeneradas do que as de pele (também lábeis); já as células
da medula óssea (novamente lábeis) têm regeneração completa.
CICATRIZAÇÃO

• Diante de grandes destruições teciduais, que ultrapassam os limites da


regeneração, ou perante a destruição de células, a reposição tecidual é feita
às custas da proliferação de células menos diferenciadas, como é o caso das
pertencentes ao tecido conjuntivo. Dá-se início, então, ao processo de
cicatrização.
• "Reposição de tecido destruído por conjuntivo neoformado não
especializado".
• A cicatrização é a forma mais comum de cura dos tecidos inflamados. Nela
se tem uma reposição tecidual, porém a anatomia e a função do local
comprometido não são restituídas, uma vez que se forma a cicatriz, tecido
conjuntivo fibroso mais primitivo que substitui o parênquima destruído.
CICATRIZAÇÃO

• Para que possa haver cicatrização completa, são necessárias eliminação do


agente agressor, irrigação, nutrição e oxigenação. Esses factores são os que
determinam o equilíbrio de eventos que compõem a cicatrização, eventos
esses divididos didacticamente em três fases:
1. Fase de demolição
2. Fase de crescimento do tecido de granulação
3. Fase de maturação ou fibroplasia
CICATRIZAÇÃO
• 1. Fase de demolição: após 24h da ocorrência da lesão há predomínio
de mononucleares, principalmente os macrófagos, no local. Estes
promovem a digestão do tecido morto, do agente agressor e do coágulo
- formado a partir do extravasamento de sangue no local

• 2. Fase de crescimento do tecido de granulação: proliferação de


fibroblastos e de células endoteliais dos capilares vizinhos à zona
agredida.
CICATRIZAÇÃO

3. Fase de maturação ou fibroplasia: ocorre proliferação de


fibroblastos e deposição de colágeno, que comprime os capilares
neoformados, diminuindo a vascularização. A pressão contínua do
colágeno e sua retracção conduzem à contracção da cicatriz fibrosa.
Na pele, por exemplo, a regeneração do epitélio principia por volta
do segundo e terceiro dias e, no conjuntivo, observa-se proliferação
fibroblástica preenchendo o defeito do tecido.
Ao final, tem-se, com a colagenização, uma cicatriz acelular
relativamente clara, que pode atenuar ou mesmo desaparecer
clinicamente.
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO

CICATRIZAÇÃO DE PRIMEIRA INTENSÃO(Primária) 


Ocorre quando há união imediata das bordas da ferida, evoluçao
asséptica e cicatriz linear. As condições requeridas são a coaptação
das bordas e dos planos anatômicos. Evolui em 4 a 10 dias.
CICATRIZAÇÃO DE PRIMEIRA
INTENSÃO(Primária) 
CICATRIZAÇÃO DE SEGUNDA INTENSÃO(Secundária) 
• As bordas da ferida não contatam entre si, por perda tecidual
excessiva. O espaço é preenchido por tecido de granulação, cuja
superfície posteriormente irá reepitalizar. Pode durar dias a meses.
O tecido de granulação é importante por:
• Ser muito resistente à infecção;
• O epitélio irá migrar sobre a sua superfície;
• Promove suprimento dos fibroblastos que vão produzir colágeno;
• promove o processo de contração da ferida, que consiste na
redução do tamanho da ferida aberta (espessura total). Essa
redução resulta de movimentos centrípetos da pele que
circunscreve a lesão em função da fibroplasia no tecido de
granulação.
CICATRIZAÇÃO DE SEGUNDA
INTENSÃO(Secundária) 
• CICATRIZAÇÃO DE TERCEIRA INTENSÃO(Terciária) 

• Processo que envolve limpeza, debridamento e formação de tecido


de granulação saudável para posterior coaptação das bordas da
lesão.
CICATRIZAÇÃO DE TERCEIRA
INTENSÃO(Terciária) 
Quelóide
FATORES QUE AFETAM A
CICATRIZAÇÃO

Fatores locais
• Corpo estranho, sujidades, material de sutura
• Tecido necrosado ou isquêmico
• Infecção
• Temperatura
• Material de incisão: bisturi X tesoura
• Uso do eletrocautério
• Tempo transcorrido entre o trauma e o tratamento
• Bandagens
• Áreas de tensão, movimento
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO

 Sistêmicos 
• Uso de corticosteróides
• Radioterapia, quimioterapia
• Idade
• Diabete melito descompensada
• Neuropatia
• Hepatopatia: deficiência de fatores de coagulação
• Choque hipovolêmico
• Anti-inflamatórios não esteroidais
MECANISMOS DE REGENERAÇÃO
TECIDUAL
• A regeneração tecidual é notória principalmente em anfíbios, que são
capazes de regenerar até membros. Nos humanos, essa capacidade
de regeneração é limitada e, normalmente, os processos que são
ditos regenerativos, no homem, são realmente processos de
crescimento compensatório que envolvem hipertrofia e hiperplasia,
isto restaura a capacidade funcional do órgão, sem, necessariamente,
restaurar seu padrão morfológico.O fígado é o principal órgão a
apresentar crescimento compensatório, mas também são capazes
disto: rim, pâncreas, supra-renais, tireoide e pulmões.
MECANISMOS DE REGENERAÇÃO
TECIDUAL

È um fenômeno complexo, mas ordenado,


que envolve vários processos:
• Indução de um processo inflamatório em resposta à lesão inicial, com
remoção do tecido lesado ou morto;
• Proliferação e migração de células parenquimatosas e conjuntivas;
• Angiogênese e formação de tecido de granulação;
• Síntese de matriz extracelular
• Remodelação tecidual
• Contração da ferida
Cont.

• Nem todos estes eventos são obrigados a acontecer num processo


cicatricial. O processo de reparação é influenciado por vários fatores,
como o tecido afetado, a extensão, intensidade e duração do dano,
condições que inibem a reparação (ex: baixa vascularização, corpo
estranho, etc.), doenças que inibem a reparação (ex: diabetes) e estar
em tratamento com esteroides.O objetivo da reparação é restaurar o
tecido.A reação inflamatória iniciada pela lesão contém o dano,
remove o tecido lesionado e inicia a deposição da matriz extracelular.
Alguns tecidos (ex: osso, epitélio) podem ser completamente
reconstituídos após a lesão.
FIBROSE/ Conceito 

• É a formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em


determinado órgão ou tecido como parte de um processo de
cicatrização.
• Deposição excessiva de colágeno, que ocorre em doenças crônicas ou
lesão tecidual persistente
•  Resulta em disfunção e insuficiência do órgão
•  Macrófagos e Linfócitos liberam fatores de crescimento que ativam e
proliferam fibroblastos, ocorrendo maior produção de colágeno.
FIBROSE
COMPLICAÇÕES NA CICATRIZAÇÃO

• Quando as cicatrizes são patológicas podem ser dolorosas e formar


fibroses (excesso de fibras de colagéno) ou retracções que provocam
alterações na mobilidade dos tecidos adjacentes. Estas aderências
cicatriciais desencadeiam rigidez e hipomobilidade (diminuição da
mobilidade), não só da pele como dos outros tecidos vizinhos (fáscia,
músculos, tendões, ligamentos, cápsula articular, nervos, órgãos).
• As cicatrizes patológicas são causadoras de outras doenças com
gravidade considerável e que originam incapacidade funcional.
• Podem surgir variações no funcionamento visceral, alterações
de crescimento (em crianças), disfunções emocionais,
 distúrbios do sono, alterações de sensibilidade táctil, térmica
e dolorosa (área hipersensível à dor ou com perda de
sensibilidade, anestesiada), restrição do movimento normal,
diminuição da flexibilidade e da força alterações posturais,
deformidades articulares/ósseas, dores articulares, edema,
dor no acto sexual, e dor de cabeça.
• Existem vários tipos de tratamento,  mais ou menos invasivos,
com possibilidade de recorrer à medicina tradicional ou optar
pela fisioterapia como método conservador. A fisioterapia
constituí uma opção viável tanto como tratamento de uma
cicatriz patológica, como para prevenção do seu surgimento e
suas principais complicações
FIM

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