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FERIDAS E

CURATIVOS

Emilly Reis
Biomédica
CURRICULUM VITAE
 Emilly Reis Oliveira

Biomédica habilitada em
Análises Clínicas e
Acupuntura.
Especialista em Estética

Docente do CETEP do Baixo


Sul
Licenciando em Biologia
“O conhecimento é o
único bem que ninguém
pode
nos tirar”
APRESENTAÇÃO

 O tratamento de feridas é um assunto importante no


cotidiano da enfermagem. À medida que a medicina
avança os cuidados no tratamento das feridas também
evoluem. Portanto, fazem-se necessário a compreensão
do processo de cicatrização visto à vasta gama de opções
disponíveis para o tratamento das feridas.
OBJETIVOS

Atualizar o profissional de enfermagem acerca do


tratamento de feridas.
Explicar a fisiologia normal permitindo que a (o)
enfermeira (o) reconheça o anômalo.
Favorecer o reconhecimento dos estágios da cicatrização
permitindo selecionar o curativo adequado.
Esclarecer dúvidas acerca dos produtos mais utilizado no
tratamento de feridas.
 Cada conduta é específica para cada cliente no
tratamento de feridas.
 Devemos sempre fazer, juntamente com o médico, um
estudo das causas da lesão.
 Quem cicatriza uma ferida é o organismo, uma lesão
irrigada, sem infecção e sem edema cura-se
naturalmente.
 Depois de cicatrizada uma lesão, o paciente necessita
continuar o tratamento daquilo que levou àquela lesão.
 Sempre devemos pensar no lado estético da cicatrização
PELE: MAIOR ÓRGÃO DO CORPO
CAMADAS DA PELE: EPIDERME
É um epitélio estratificado
pavimentoso queratinizado de
origem ectodérmica. Composta
por cinco camadas:

 Camada Basal: É também


chamada germinativa, apresenta
intensa atividade
mitótica, sendo responsável pela
constante renovação da epiderme.
Forma uma
membrana que separa a epiderme da
derme.
CAMADAS DA PELE: EPIDERME
 Camada Espinhosa: Suas células possuem ramificações que saem do
citoplasma. Possui tonofibrilas e desmossomas que tem função de na
manutenção da coesão das
células da epiderme e consequentemente na sua resistência ao atrito. Quanto
maior
a exposição ao atrito maior será esta camada.
 Camada granulosa: Célula em cujo citoplasma são observados os grânulos
grosseiros e basófilos (grânulos de querato-hialina que vão contribuir para a
constituição do material interfilamento da camada córnea.
 Camada Lúcida: Células achatadas, hialinas e eosinófilos, cujo núcleo e
organelas desapareceram.O citoplasma consiste em numerosos filamentos
compactados e envolvidos por material elétron denso. Ainda se podem ver
desmossomas entre as células.
 Camada Córnea: Constituída por células achatadas mortas e sem
núcleo.Citoplasma com grande quantidade de substancias córnea, uma
escleroproteína chamada queratina.
CAMADAS DA PELE: DERME
É o tecido conjuntivo sobre o qual se apoia a
epiderme. Espessura máxima de 3 mm na
região plantar.

 Camada Papilar: Delgada, constituída por


tecido conjuntivo frouxo, ela penetra nas
papilas dérmicas. Nesta camada foram
descritas fibrilas especiais de colágeno, que
se inserem na membrana basal e penetra
profundamente na derme com a função de
prender a derme a epiderme.

 Camada Reticular: Mais espessa


constituída por tecido conjuntivo denso.
Apresenta menos células e fibras colágenas
mais abundantes e espessas do que a camada
papilar.
CAMADAS DA PELE: HIPODERME
Camada subcutánea: É formada
por tecido conjuntivo frouxo
que une de maneira pouco
firme a derme aos órgãos
subjacentes. A hipoderme
poderá ter uma camada variável
de
tecido adiposo, dependendo da
região e nutrição, formando uma
camada chamada Panículo
Adiposo o mesmo proporciona
isolamento térmico, com isso
confere proteção contra o frio.
FUNÇÕES VITAIS DA PELE
 Proteção: barreira
 Proteção: frio, calor, radiação.
 Proteção: pressão, fricção e traumas.
 Proteção: contra substâncias químicas.
 Proteção: contra penetração de germes, sobremodo a formação do manto
ácido protetor.
 Proteção: contra a perda de calor.

A importância da preservação da pele: Preservar a integridade da pele é um


fator importante para a enfermagem ao longo da estadia do paciente, sendo
ainda mais significativo, pois está é uma barreira natural contra a entrada de
microorganismos. O profissional deve estar atento aos riscos de
desenvolvimento de traumas e rupturas da barreira da pele, decorrentes de
cuidados rotineiros como banho, desinfecção da pele e remoção de adesivos
FERIDAS
CARACTERIZAÇÃO DAS FERIDAS
1.DEFINIÇÃO DA FERIDA:

Toda e qualquer ruptura da integridade de um tecido ou órgão, podendo atingir desde


a epiderme até estruturas mais profundas como fáscias, músculos e órgãos cavitários.

2.CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS DE ACORDO COM A


ETIOLOGIA:

 Agudas: incisões cirúrgicas, traumas, térmicas e infecciosas.


 Crônicas: Feridas ulcerativas (úlcera por pressão) e Enfermidades dermatológicas
(psoríase)
 Drenantes: fístulas, drenos e estomas
CARACTERIZAÇÃO DAS FERIDAS

3.CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS QUANTO AO ROMPIMENTO DAS


ESTRUTURAS:

 Abertas: sem aproximação de bordas.


 Fechadas: com aproximação e sutura de bordas.
CARACTERIZAÇÃO DAS FERIDAS

4.CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS QUANTO À PROFUNDIDADE:


COMPROMETIMENTO ESTRUTURAL

 Superficial: até a derme


 Profunda Superficial: até o subcutâneo
 Profunda Total: músculo e estruturas adjacentes
CARACTERIZAÇÃO DAS FERIDAS
5. CLASSIFICAÇÃO GERAL DE FERIDAS:
Feridas Abertas que cicatrizam por 2ª intenção, são classificadas segundo
aparência em:

 Necrótica: presença de placa necrótica dura (escara) ou tecida necrosado.


 Infectada: presença de processo inflamatório e exsudação supurativa
 Com crosta: exsudação que solidificou.
 Granulada: formação de tecido novo (angiogênese) e matriz do
colágeno.
 Epitelizada: formação e migração de células epiteliais sobre a superfície
durante o processo de cicatrização
.
CARACTERIZAÇÃO DAS FERIDAS
.
6. CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS: PRESENÇA OU AUSÊNCIA
DO EXSUDATO (ASPECTO)

 Exsudato fibrinoso: passagem de proteínas plasmática pela parede do vaso.


 Fibrina: é uma proteína insolúvel, que se forma durante o processo de
coagulação.
Na ferida se apresenta aderida aos tecidos e tem cor esbranquiçada ou amarelada.
 Padrões Mistos: serosanguinolento, seropurulento, serofibrinoso e
fibrinopurulento.
 Coloração: Esbranquiçada, amarelada e esverdeada.
 Odor: Inodoro, fétido e pútrido.
 Derivados de fístulas: biliar, entérica, urinária, pancreática e fecalóide.
CARACTERIZAÇÃO DAS FERIDAS

7.FORMATO E TAMANHO DA FERIDA:

O formato e tamanho da ferida podem mudar durante o processo de cicatrização. No


início quando retiram os tecidos necróticos e/ou desvitalizado, a ferida parece
aumentar de
tamanho. Isso ocorre porque a dimensão real da ferida era mascarada pelo tecido
necrótico. É importante realizar a monitorização do formato e tamanho da ferida para
definir o curativo ideal
CARACTERIZAÇÃO DAS FERIDAS

8.LOCALIZAÇÃO DA FERIDA:

No exame físico do paciente se identifica a localização da ferida e evidenciam-se


áreas com grandes possibilidades para contaminação, por exemplo, em região sacra.

9.APARÊNCIA DA FERIDA:

A aparência da ferida está relacionada com a etapa de cicatrização ou com uma


complicação. As feridas abertas podem ser classificadas como: necróticas, infectadas,
com crosta, granuladas e epitelizadas. Ressalta-se que algumas feridas podem
pertencer a mais de uma categoria denominada ferida mista.
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO
 O processo de cicatrização de feridas é composto por várias etapas tais
como: inflamação, reconstrução, epitelização e maturação.

 Inflação: A reação inflamatória é uma reação local não-especificada a danos


no tecido e/ou invasão bacteriana. Ela é uma parte importante dos mecanismos
de defesa do corpo e é a parte fundamental no processo de cicatrização. Os
sinais de
infamação são: dor, rubor, calor e edema. Esta etapa dura de quatro a cinco dias
e requer recursos energéticos e nutricionais.

 Reconstrução: Nesta fase o oxigênio tecidual estimula os macrófagos para


criar fatores de angiogênese que instiga o processo de angiogênese. Os capilares
não danificados estimulam a germinação de células que crescem na direção da
superfície formando uma rede dentro da ferida fornecendo nutrientes e oxigênio
(tecido de granulação).
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO

Epitelização: Trata-se da fase em que a ferida é coberta por células epiteliais.


Nas feridas fechadas essa fase começa logo no segundo dia. No entanto, nas
feridas
abertas, é necessário que a cavidade da ferida seja preenchida com tecido de
granulação antes da epitelização poder começar.

 Maturação: Durante a fase de maturação, a ferida se torna menos


vascularizada. As fibras de colágeno são reorganizadas de forma que formam
ângulos com as
margens da ferida. O tecido da cicatriz presente é remodelado e lentamente fica
igual ao tecido normal.
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
 Dependendo da maneira como foi produzida a lesão, podemos classificar o
processo cicatricial em:

 Cicatrização por primeira intenção: Ocorre quando há perda mínima de tecido e


as bordas são passiveis de ajuste por sutura. Neste tipo de lesão o curativo e utilizado
apenas para proteção não havendo necessidade de manutenção do meio úmido. O
curativo pode ser removido até após 48 horas.

 Cicatrização por segunda intenção: Ocorre quando há perda acentuada do


tecido e não há possibilidade de fechamento dos bordos. O tempo de cicatrização
será invariavelmente superior e o curativo deve ser utilizado com tratamento da
lesão, havendo necessidade de manutenção do meio úmido.

 Cicatrização por terceira intenção ou mista: Ocorre quando há fatores que


retardam o processo cicatricial por primeira intenção e há necessidade de deixar a
lesão aberta para drenagem ou para debelar uma Infecção. Posterior ao tratamento a
lesão poderá ser fechada por primeira intenção.
TRATAMENTO DE PACIENTES COM
FERIDAS

 Na assistência ao paciente portador de feridas se faz necessário uma


abordagem holística,
com um levantamento do histórico do paciente e a avaliação das
condições atuais,
incluindo o físico, psicológico e o espiritual.
TRATAMENTO DE PACIENTES COM
FERIDAS

 DENTRE OS CUIDADOS FÍSICOS ESTÃO:

 Idade
 Estado Nutricional
 Patologias de base: diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia
 Infecções
 Mobilidade no leito
 Duração da internação hospitalar
 Incontinência urinária
 Higiene
TRATAMENTO DE PACIENTES COM
FERIDAS
 DENTRE OS CUIDADOS PSICOLÓGICOS ESTÃO:

 Medo
 Estresse
 Impotência

 CUIDADOS ESPIRITUAIS:

A espiritualidade tem conceitos divergentes no campo da saúde.


Todavia ela pode ser
compreendida com um sentido dentro de nós que responde a
realidades infinitas da vida.
PREVENÇÃO DA ÚLCERA POR PRESSÃO
 É o melhor remédio para o problema da úlcera de pressão
e deve ser compartilhada entre os profissionais de saúde,
pacientes e familiares.
 Mudar de decúbito e redistribuir o peso a cada 2 horas.
 Alivia a pressão e aumenta a resistência da pele a lesões.
 Diminuir o tempo se houver hiperemia ou lesão instalada.
 Elevar o decúbito em no máximo 30º.
 Evita a fricção e principalmente o cisalhamento.
 Elevar o decúbito do cliente em mais de 30º somente por 2
horas, incluir esta posição na mudança rotineira de decúbito.
Solicitar avaliação nutricional
PREVENÇÃO DA ÚLCERA POR PRESSÃO
Uma nutrição adequada aumenta a tolerância dos tecidos à pressão.
Prover líquidos e dieta conforme prescrição médica
Importante oferecer o aporte calórico descrito pelo médico ou nutricionista para um
melhor desempenho na prevenção da úlcera de pressão.

Atenção! NUNCA:

Utilize boias, almofadas, luvas e colchões de água.


Pastas e cremes que aderem à pele e que sejam de difícil remoção.
Boias com furo no centro. (Exceto para proteger a cadeira higiênica)
Panos juntamente com a fralda.
Deixe restos de alimentos caídos na cama do paciente.
Deixe o lençol ou camisola do paciente dobrada sob a pele.
Utilize placas hidrocolóides grossas e opacas.
Deixe o paciente em uma posição que você não gostaria de estar.
O AMBIENTE IDEAL PARA
CICATRIZAÇÃO
 Atualmente, há uma vasta gama de curativos utilizados
no tratamento de feridas no mercado. Esses curativos
foram elaborados para ter um efeito funcional possuindo
algumas características tais como: manter a alta umidade
da interface ferida/curativo, permitir trocas gasosas,
remover o excesso de exsudato, impermeável a bactéria,
fornece isolamento pérvio, ser isento de partículas e
tóxicos contaminadores das feridas e permitir sua
remoção sem causar trauma na ferida.
O AMBIENTE IDEAL PARA
CICATRIZAÇÃO
.
 Manter a umidade da ferida: Deve-se manter o leito da
ferida úmido, permitindo assim que as células epiteliais
deslizem pela superfície da ferida. Portanto na limpeza das
feridas abertas, não há a necessidade de secar a superfície
da ferida. Deve-se secar a pele ao redor da ferida para
ajudar manter o novo curativo fixado.

 Retirar o excesso de exsudato: O curativo deve ter um


pouco de absorvência. Em algumas situações serão
necessários à utilização de curativo secundário.
O AMBIENTE IDEAL PARA
CICATRIZAÇÃO

 Permitir trocas gasosas: A hipóxia do tecido é fundamental para


estimular a
angiogênese na ferida em processo de cicatrização. Pois, a falta de
oxigênio estimula o crescimento de arcos capilares na ferida que trazem
oxigênio com eles.
 Isolamento térmico: Pesquisas evidenciaram que leva três horas para a
atividade mitótica retornar a sua velocidade normal. Portanto, as feridas
não devem ser limpas com soluções frias e sim mornas.
 Impermeável à bactéria: um dos objetivos do curativo é criar uma
barreira entre a ferida e o ambiente.
 Isento de partículas e tóxicos contaminadores de feridas: AS partículas
prolongam a reação inflamatória afetando a velocidade da cicatrização.
 Retirar sem traumas: a utilização de curativos secos diretamente na
superfície da ferida é a causa principal de trauma.
CURATIVOS
CURATIVOS
 Por definição, curativo é todo material colocados
diretamente por sobre uma ferida, cujos objetivos são:
evitar a contaminação de feridas limpas; facilitar a
cicatrização; reduzir a infecção nas lesões contaminadas;
absorver secreções, facilitar a drenagem de secreções,
promoverem a hemostasia com os curativos
compressivos, manter o contato de medicamentos junto à
ferida e promover conforto ao paciente.
CURATIVOS
 Os curativos podem ser abertos ou fechados, sendo que
os fechados ou oclusivos
são subdivididos em úmidos e secos. Os curativos
úmidos têm por finalidade: reduzir o processo
inflamatório por vasoconstricção; limpar a pele dos
exsudatos, crostas e escamas; manter a drenagem das
áreas infectadas e promover a cicatrização pela
facilitação do movimento das células.
CURATIVOS
PRINCÍPIOS PARA REALIZAÇÃO DO
CURATIVO
 Atentar para a Dor: medicar se necessário.
Curativo anterior: observar aspecto, quantidade do exsudato e
odor.

 LIMPEZA
 Usar SF 0,9% morno
 Lavar sempre com seringa de 20 mL e agulha 40x12
 Irrigar a ferida de cima para baixo.
 Se houver necrose esfregar uma gaze úmida ao mesmo tempo em
que irrigamos.
 Se houver granulação, nunca esfregamos.
PRINCÍPIOS PARA REALIZAÇÃO DO
CURATIVO

 PELE ÍNTEGRA

 Manter borda o mais íntegra possível.


 Manter a pele seca ao redor da lesão.
 Proteger efeitos danosos como maceração, fitas adesivas, dermatites
químicas.
 Preencher espaços mortos.
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 As soluções mais utilizadas nos curativos são:

 Soro fisiológico para limpeza e como


emoliente;
 Atualmente, a solução mais utilizada para
limpeza da ferida é o soro fisiológico
0,9%.
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 ALGINATOS

São sais de polímero natural ácido algínico derivado de algas marinhas


marrons. Estes curativos apresentam-se em embalagens individuais
estéreis.
 Mecanismo de ação: o sódio presente no exsudato e no sangue
interage com o cálcio presente no curativo promovendo uma troca iônica
que auxilia no desbridamento autolítico, tem alta capacidade de absorção
e resulta na formação de um gel que mantêm o meio úmido para
cicatrização.
 Indicações: feridas abertas altamente exsudativas com ou sem infecção
e lesões cavitárias com necessidade de estimulo rápido de do tecido de
granulação.
 Contraindicações: lesões por queimaduras ou lesões superficiais e
feridas sem ou com pouca exsudação.
ALGINATOS
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 PAPAÍNA

É uma enzima proteolítica extraída do látex da caricapapaya.


 Indicação: em todo tecido necrótico, particularmente naqueles com
crosta.
 Mecanismo de ação: ação antiinflamatória, bactericida e cicatricial;
atua como desbridante.
 Modo de usar: preparar a solução em frasco de vidro, irrigar a lesão
e deixar gaze
embebida na solução.
 Observações: a diluição é feita de acordo com a ferida: 10% em
tecido necrosado,6% nas com exsudato purulento e 2% naquelas com
pouco exsudato
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 HIDROCOLÓIDE

 Partículas hidroativas em polímero inerte impermeável.


 Indicação: lesões não infectadas com ou sem exsudato, áreas
doadoras e incisões cirúrgicas.
 Mecanismo de ação: promove barreira protetora, isolamento
térmico, meio úmido, prevenindo o ressecamento, desbridamento
autolítico, granulação e epitelização.
 Modo de usar: irrigar a lesão com soro fisiológico, secar as bordas
e aplicar hidrocolóide e fixar o curativo à pele.
 Observações: não deve ser utilizado para feridas infectadas.
HIDROCOLÓIDE
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGES)

 São óleos derivados dos vegetais poli-insaturados. A composição do


produto
comercializado para o tratamento de feridas e: Ácido Linoléico, Ácido
Caprilíco, Ácido Capríco, Vitaminas 'A' e 'E' e Lecitina de Soja.
 Indicações: Prevenção e tratamento de ulceras de pressão e tratamento
de lesões abertas com ou sem infecção.
 Contraindicações: Lesões com necrose tecidual sem desbridamento.
 Mecanismo de ação: Os AGEs possuem ação quimiotática. São
precursores de substâncias farmacologicamente ativas envolvidas no
processo de divisão celular e diferenciação epidérmica (tromboxanes e
prostaglandinas- e possui capacidade de modificar reações inflamatórias e
imunológicas, alterando funções leucocitárias e acelerando o processo de
granulação tecidual.
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS, LIPÍDIOS INSATURADOS RICOS


EM ÁCIDO LINOLÉICO

 Indicação: todos os tipos de lesões, infectadas ou não, desde que desbridadas


previamente.
 Mecanismo de ação: promove quimiotaxia para leucócitos, facilita a entrada
de fatores de crescimento nas células, promove proliferação e mitose celular,
acelerando as fases da cicatrização.
Modo de usar: irrigar a lesão com soro fisiológico, aplicar AGE por toda a
área da ferida e cobrir.
Observações: não é agente desbridante, porém estimula o desbridamento.
autolítico
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 CURATIVO DE CARVÃO ATIVADO

Uma cobertura estéril para ferimentos, de baixa aderência, envolto por uma camada de
tecido selado em toda sua extensão, com uma almofada impregnada por carvão
ativado e
prata a 0,15%.
 Mecanismo de Ação: o carvão ativado adsorve o exsudato e filtra o odor enquanto
a
prata exerce poder bactericida local pela liberação de prata.
 Contraindicações: Não deve ser utilizado em queimaduras, pois a prata pode
provocar dor. O curativo não deve ser cortado para não ocorrer liberação do carvão
ativado na lesão. autolítico
CURATIVO DE CARVÃO ATIVADO
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 SULFADIAZINA DE PRATA

É um composto solúvel e com ação adstringente derivado de sais de prata com


propriedades antisséptica local.

 Mecanismo de ação: o íon prata causa precipitação de proteínas e age


diretamente
na parede celular e membrana citoplasmática da célula bacteriana, exercendo
ação bactericida imediata e ação bacteriostática residual pela liberação de
pequenas
quantidades de prata iônica.
 Indicações: prevenção de colonização e tratamento de queimaduras.
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

MEMBRANAS OU FILMES SEMIPERMEÁVEIS

É um material estéril com possibilidade de uso como cobertura primaria ou secundaria


indicado principalmente para oclusão de lesões planas pouco exsudativas. São
transparentes, facilitando a visualização das características da lesão e permitindo maior
mobilidade ao paciente.
 Composição: filme de poliuretano, transparente, elástico, semipermeável, aderente a superfícies
secas.
 Mecanismo de ação: Proporciona ambiente úmido, favorável a cicatrização
permeabilidade seletiva, permitindo a difusão gasosa e evaporação de água.
Impermeável a fluidos e microorganismos.
 Indicação: Fixação de cateteres vasculares; proteção de pele integra e escoriações; prevenção de
ulceras de pressão por fricção, cobertura de incisões cirúrgicas limpas com pouco ou nenhum
exsudato; cobertura de queimaduras de 1 e 2 grau; cobertura
de áreas doadoras de enxerto.
 Contra indicações: Feridas com muito exsudato; Feridas infectadas. Trocar quando perder a
transparência.
MEMBRANAS OU FILMES SEMIPERMEÁVEIS
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 HIDROGEL

É um composto de água, carboximetil-celulose (CMC- e propileno-glicol


(PPG- que forma um hidrogel transparente e incolor com função de
remover tecidos necróticos através do
desbridamento autolítico.
 Mecanismo de ação: a água (77,7%)- mantém o meio úmido, a CMC
(2,3%)-facilita as propriedades reidratantes e de desbridamento e o PPG
(20%)- estimula a liberação do exsudato.
 Indicação: remoção de tecido necrótico em lesões cavitárias.
HIDROGEL
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 PROTETORES CUTÂNEOS PARA OSTOMIAS

Descrição: São compostos de gelatina, pectina, carboximentilcelulose sódica e


polisobutileno de uso tópico com a mesma função de proteger e regenerar a
epiderme Peri- ostomias e Peri - fístulas.

Apresentações:
 Pó - indicado em lesões úmidas e escoriadas da pele Peri-ostomal. Sua função é
secar e forma uma película protetora para fixação da placa.
 Pasta - indicada para correção de imperfeições do estoma. Sua função é de
selante da pele com o estoma através da formação de um anel ao redor do estoma.
 Placa - indicada para a proteção e regeneração da pele Peri-ostomal e fixação
da
bolsa.
Indicações:Peri-fístulas ou Peri-ostomias.
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

POMADAS ENZIMÁTICAS

São compostos de enzimas especificas para determinados substratos com o objetivo de


auxiliar no desbridamento da lesão, entretanto não há dados conclusivos sobre sua ação
como estimulador do processo cicatricial.
 Composição: colagenase lostridiopeptidase. A e enzimas proteolíticas.
 Mecanismo de ação: age seletivamente degradando o colágeno nativo da ferida.
 Indicação: desbridamento enzimático suave e não invasivo de lesões.
 Contraindicação: Feridas com cicatrização por primeira intenção. Não utilizar por mais
de 15 dias.
Trocar o curativo a cada 8 horas.
 Observações: há controvérsias quanto à eficácia das pomadas enzimáticas como
estimulador da granulação e epitelização, visto que com o aumento dos níveis de ação das
proteinases, temos a degradação dos fatores de crescimento e dos receptores de membrana
celular, que são importantes para o processo de
cicatrização
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 CURATIVO ADESIVO COM HIDROPOLIMEROS

É um curativo altamente absorvente para feridas com baixa a moderada exsudação e que
proporciona um ambiente úmido facilitador do processo de granulação. Este curativo é mais
aderente devido à presença de uma camada de hidropolímero com capacidade de expansão e
manutenção da adesão do curativo a lesão.
Mecanismo de ação: Proporciona um ambiente úmido e estimula o desbridamento
autolítico. Absorve o exsudato e expande-se delicadamente à medida que absorve o exsudato.
Indicações: Tratamento de feridas abertas não infectadas.
Contraindicações: Queimadura de 3º grau; lesões com vasculit ativa;
Feridas colonizadas e infectadas, com tecido desvitalizado.
CURATIVO ADESIVO COM HIDROPOLIMEROS
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 CURATIVOS IMPREGNADOS COM PRATA

Mecanismo de Ação: Os íons de prata destroem a parede celular da


bactéria, interagem
com o DNA inibindo a divisão celular e interferem na função celular
da bactéria.

Indicações: Feridas com risco ou sinais clínicos de infecção.Feridas


com retardo no processo de cicatrização
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

CURATIVOS IMPREGNADOS COM PRATA


Observações:

 Curativos com prata não são eficazes contra biofilme.


 Necrose e película protegem a bactéria. A eficácia dos íons de prata
por isto é altamente limitada.
 Curativos com prata não podem realizar a limpeza da ferida
(desbridamento).
 A limpeza da ferida é necessária quando a ferida está coberta com
necrose, fibrina e pus. Nestes casos é necessário uma limpeza
cirúrgica, enzimática ou auto-lítica.
 Curativos contendo prata não podem ser considerados como terapia
antibiótica, só podem ser considerados como terapia complementar
CURATIVOS IMPREGNADOS COM PRATA
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 CURATIVOS COM DRENO

Atualmente, devido ao avanço nas terapias de tratamento e cuidados ao


paciente portador de feridas, foram criados os curativos com drenos.
Nesses curativos o exsudato é drenado
para um recipiente e pode ser quantificado e avaliado com relação ao
seu aspecto e coloração.

Utilizado para permitir a saída de fluídos (sangue, linfa, fluidos


intestinais), secreções que estão ou podem estar presentes na ferida
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS

 CURATIVOS COM DRENO

No curativo do dreno deve ser realizada limpeza com solução salina 0,9%
separado do
curativo da incisão cirúrgica, e o primeiro a ser realizado será sempre o do
local menos
contaminado.
O curativo com dreno deve ser mantido limpo. Isto significa que o número de
trocas está diretamente relacionado à quantidade de drenagem.
Locais de inserção dos drenos devem ser protegidos no horário do banho.
Devem ser utilizadas bolsas coletoras para controle de débito nos casos de
drenagem aberta (penrose ou tubular).
CURATIVOS COM DRENO
CURATIVOS EM FERIDAS
 Em feridas abertas o curativo deve ser mantido limpo, ocluído e com
manutenção do meio úmido. Não é recomendado o uso de curativo
seco. Deve-se umidificar a ferida com soro fisiológico a 0,9% e secar
somente a bordas da ferida.
Indica-se a limpeza de feridas por meio de irrigação com solução
fisiológica morna e sob pressão. Essa irrigação é capaz de remover
partículas, bactérias e exsudato. Não recomendar esfregar o leito da
ferida, pois causa destruição do tecido neoformado.
O tipo do tratamento local depende do tipo e das condições da ferida.
O número de troca do curativo está relacionado à quantidade de
drenagem e às características da secreção, devendo ser trocado
sempre que o curativo secundário estiver saturado.
A troca de curativos pode baixar a temperatura da superfície em
vários graus. Por isso, não se deve limpá-las com solução fria nem
deixá-las expostas por períodos prolongados.
CURATIVOS EM FERIDAS
DESBRIDAMENTO
 Desbridamento é o ato de remover da ferida o tecido desvitalizado
e/ou material estranho
ao organismo. Ele é essencial para o tratamento de feridas, pois para
que haja reparação tecidual, o tecido necrótico deve ser removido.

Sempre antes de iniciar um desbridamento devemos:
Avaliar se o paciente tem prognóstico
Avaliar condição vascular do paciente
Observar se há sinais flogísticos no local.
Somente o profissional enfermeiro e médico podem legalmente
realizar um desbridamento mecânico com material pérfuro-cortante.
 Realizar cursos e praticar com um Enfermeiro que tenha prática
antes de realizar um desbridamento
DESBRIDAMENTO

 Deve-se desbridar a lesão sempre que esta apresentar tecido


desvitalizado:
 Necrose de coagulação – caracterizada pela presença de
crosta preta e/ou escura.
 Necrose de liquefação – caracterizada pelo tecido
amarelo/esverdeado.
 Quando a lesão apresentar infecção e/ou presença de
secreção purulenta.
 Técnicas de desbridamento:
 Mecânico
 Cirúrgico
 Químico
DESBRIDAMENTO

1. Desbridamento cirúrgico: consiste na remoção do tecido necrótico através


de procedimento cirúrgico. É a técnica mais rápida e efetiva para a remoção da
necrose, principalmente quando o cliente necessita de intervenção urgente,
como
nos casos em que há presença de celulite ou sepse. O desbridamento cirúrgico
deverá ser realizado como técnica rigorosa asséptica.

2. Desbridamento Mecânico: Consiste na aplicação de força mecânica


diretamente sobre o tecido necrótico a fim de facilitar sua remoção,
promovendo um meio ideal para a ação de coberturas primárias.

3. Desbridamento Enzimático: consiste na aplicação tópica de enzimas


desbridantes diretamente no tecido necrótico. É um método prático, seguro e
pode também ser associado ao desbridamento cirúrgico ou mecânico
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DOS
CURATIVOS
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DOS
CURATIVOS
  Capacidade de absorção.
 Que permita intercâmbio gasoso e passagem do vapor de
água.
 Que seja uma barreira efetiva frente aos microorganismos.
 Que seja um isolante térmico
 Que seja uma barreira mecânica.
 Capacidade de manter o meio úmido, de forma adequada
para o processo de epitelização.
 Que não seja irritante e nocivo para a pele ao redor da
lesão.
 Que não seja aderente ao leito da ferida.
 Que seja estéril.
CUIDADOS BÁSICOS DE ASSEPSIA NO
CURATIVO
CUIDADOS BÁSICOS DE ASSEPSIA NO
CURATIVO

 Lavar as mãos com água e sabão antes e após a


realização do curativo.
 Utilizar instrumento estéril.
 Obedecer aos princípios da assepsia para evitar a
contaminação do material.
 Utilizar luvas estéreis (se for utilizar pinças estéreis não
é necessário).
 Curativos removidos para a inspeção da lesão devem ser
obrigatoriamente trocados.
 No caso de vários curativos, sempre realize o curativo
menos contaminados antes
do mais contaminado.
CURATIVOS DE CATETERES,
INTRODUTORES, FIXADORES EXTERNOS

 O processo de limpeza é fundamental na realização de qualquer


curativo, entretanto nem todos os procedimentos de curativos visam
à cicatrização da ferida, pois há lesões realizadas intencionalmente
para inserções de dispositivos com fins diagnósticos e
terapêuticos, cujo cuidado é o de manutenção do curativo seco, com
a finalidade de prevenir a colonização.
Estes dispositivos devem permanecer limpos e o uso de solução
antisséptica de clorexidina, minimiza a colonização bacteriana.
A área de inserção deve ser inspecionada diariamente para a
detecção precoce de sinais de infecção.
CURATIVOS DE CATETERES,
INTRODUTORES, FIXADORES EXTERNOS
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR
PRESSÃO
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR
PRESSÃO
 O National Pressure Ulcer Advisory Pane (NPUAP), que é uma
organização norteamericana sem fins lucrativos, dedicada a prevenção e
ao tratamento das lesões por pressão.Formado em 1986, o conselho
diretor é Multidisciplinar, composto de especialistas em lesões por
pressão e líderes de diversas áreas da saúde que compartilham o
compromisso da organização.
No dia 13 de Abril de 2016, o NPUAP anunciou uma mudança na
terminologia ÚLCERA POR PRESSÃO para LESÃO POR PRESSÃO
e a atualização da nomenclatura
dos estágios do sistema de classificação.
Segundo o NPUAP, a expressão descreve de forma mais precisa esse
tipo de lesão,tanto na pele intacta como na pele ulcerada.
As Lesões por Pressão são categorizadas para indicar a extensão do
dano tissular.
 O sistema de classificação atualizado inclui as seguintes definições:
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR
PRESSÃO
 1.LESÃO POR PRESSÃO

É um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente


sobre uma
proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro
artefato.
A lesão pode se apresentar em pele íntegra ou como úlcera aberta e pode
ser dolorosa.
A lesão ocorre como resultado da pressão intensa e/ou prolongada em
combinação
com o cisalhamento.
A tolerância do tecido mole à pressão e ao cisalhamento pode também ser
afetada
pelo microclima, nutrição, perfusão, comorbidades e pela sua condição.
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR
PRESSÃO
 2.LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 1: PELE ÍNTEGRA
COM ERITEMA QUE NÃO EMBRANQUECE

Pele integra com área localizada de eritema que não embranquece e


que pode parecer
diferente em pele escura.
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR
PRESSÃO
 3.LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 2:
PERDA DA PELE EM SUA
ESPESSURA PARCIAL COM
EXPOSIÇÃO DA DERME

Perda da pele em espessura parcial com


exposição da derme. O leito da ferida é viável,
de
coloração rosa ou vermelha, úmida e pode
também apresentar-se como uma bolha intacta
(preenchida com exsudato seroso) ou rompida.
O tecido adiposo e tecidos profundos não
são visíveis
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR
PRESSÃO
 4.LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 3:
PERDA DA PELE EM
SUA ESPESSURA TOTAL

Perda de pele de espessura total na qual a


gordura é visível e, frequentemente, tecido de
granulação está presente. Esfacelo e tecido
desvitalizado pode estar presente. A
profundidade do dano tissular varia conforme a
localização anatômica, áreas com
adiposidade significativa podem desenvolver
lesões profundas. Podem ocorrem
descolamento e formação de túneis.
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR
PRESSÃO

 5.LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO


4: PERDA DA PELE EM SUA
ESPESSURA TOTAL E PERDA
TISSULAR

Perda de pele em sua espessura total e


perda tissular com exposição ou palpação
direta da
fáscia, músculo, tendão, ligamento,
cartilagem ou osso.
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR
PRESSÃO
 6.LESÃO POR PRESSÃO NÃO CLASSIFICÁVEL: PERDA
DA PELE EM SUA ESPESSURA TOTAL E PERDA
TISSULAR NÃO VISÍVEL

Perda da pele em sua espessura total e perda tissular na qual a


extensão do dano não pode
ser confirmada porque está encoberta pelo esfacelo ou escara. Ao ser
removido (esfacelo
ou escara), Lesão por pressão grau 3 ou grau 4 ficará aparente.
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR
PRESSÃO

 7.LESÃO POR PRESSÃO TISSULAR PROFUNDA:


DESCOLORAÇÃO VERMELHA ESCURA, MARROM, PÚRPURA,
PERSISTENTE QUE NÃO EMBRANQUECE

Pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração vermelha


escura,
marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica que mostra
lesão com
leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento.
Dor e mudança na temperatura frequentemente precedem as alterações de
coloração
de pele.
Essa lesão resulta de pressão intensa e/ou prolongada de cisalhamento na interface
osso- músculo
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR
PRESSÃO

 8.Lesão por Pressão relacionado a Dispositivo


Médico

Essa terminologia descreve a etiologia da lesão. A lesão por pressão relacionada a


dispositivo médico resulta do uso de dispositivo criados e aplicados para fins diagnósticos
e terapêuticos.

 9.Lesão por Pressão em Membranas Mucosas

A lesão por pressão em membranas mucosas é encontrada quando há histórico de


uso de
dispositivo médico no local do dano. Devido à anatomia do tecido, essas lesões
não podem
ser categorizadas
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR
PRESSÃO

 10.Requisitos para estadiar uma lesão por


pressão

Enfermeiro deve saber avaliar: epiderme, derme, tecido subcutâneo.


Enfermeiro deve saber diferenciar: tecido granulado, músculos, tendões e ossos.
As características lesionam devem ser observadas, pois influenciam diretamente
na
conduta e escolha do tratamento adequado: localização, dimensões da ferida, tipo
e
quantidade de exsudatos, condições do leito da lesão (tipo de tecido), conteúdo
microbiano,
pele Perilesional.
ATENÇÃO AO ENFERMEIRO AO PACIENTE:

- COM VITILIGO
- PACIENTE POR DOENÇA FALCIFORME
- PORTADOR DE ÚLCERA DE PERNA
ATENÇÃO DO ENFERMEIRO AO
PACIENTE COM VITILIGO
 A assistência de enfermagem ao paciente com vitiligo incluem
alguns cuidados tais como:

 É fundamental o atendimento ao cliente portador de vitiligo com


a maior brevidade possível, avaliando com a equipe do serviço a
aplicação de protocolos de atendimento, buscando reduzir e
recuperar a cor da pele nas regiões detectadas.

 Conhecer as condições socioeconômicas e culturais em que vive


o paciente observando para as condições físicas, de sustento
financeiro da família, suas crenças, seus hábitos culturais e valores
associados aos fatores afetivos-culturais e sociais.
ATENÇÃO DO ENFERMEIRO AO
PACIENTE COM VITILIGO

 Ter na família os elementos facilitadores do processo de cuidar do


paciente, por isso envolvê-lo na consulta favorecendo a promoção da
saúde ao paciente.
 Uma vez diagnosticado vitiligo, (busque manter os pressupostos
teóricos,metodológicos e filosófico que fundamentaram sua prática)
oferecendo suporte que garanta a família e ao paciente, o atendimento,
acesso ao serviço de saúde, com um sistema de referência que dê
respostas eficazes e eficientes à família e ao paciente.
 Implementar Grupo Terapêuticos de Auto- ajuda, estimulando e
incentivando o uso das terapêuticas alternativas junto com uma equipe
multidisciplinar, para orientação e apoio ao paciente com vitiligo e o uso
de fitoterapia, homeopatia, pseudocatase, helioterapia, UVB, extrato de
placenta humana, kuva, fenilalanina tópica e sistêmicas e antioxidantes
ATENÇÃO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE COM
DOENÇA FALCIFORME E PORTADOR DE ÚLCERA DE
PERNA

 As úlceras de perna estão presentes em 8% a 10% das


pessoas com Doença Falciforme (DF), principalmente nos
adolescentes e nos adultos jovens.
 Ocorrem em geral no terço inferior da perna, sobre e ao
redor dos maléolos medial ou lateral e em algumas
ocasiões sobre a tíbia ou o dorso do pé.
 Um percentual de 75% das pessoas com úlcera de perna
tem genótipo SS.
 Sua etiologia pode ser traumática, por contusões ou
picadas de inseto, espontânea e por hipóxia tissular devido
à crise vaso-oclusiva crônicas.
ATENÇÃO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE COM
DOENÇA FALCIFORME E PORTADOR DE ÚLCERA DE
PERNA

 São lesões exsudativas, de tamanho variável, com margem definida, bordas


em relevo, recoberta por película amarela e susceptível a infecção. São
extremamente
dolorosas, de difícil tratamento e com alto índice de recorrência.
 Deve-se fazer o diagnóstico diferencial com úlcera venosa, úlcera diabética,
úlcera
isquêmica, úlcera neuropática, úlcera por pressão e outras.
 O envolvimento da pessoa com o estímulo do autocuidado é de essencial
importância, não somente na prevenção, como no sucesso do tratamento.
 Tratamento preventivo: inspecionar a pele diariamente, higiene corporal
adequada, evita traumatismo e picadas de insetos, usar calçados adequados,
hidratar a pele
com creme à base de ureia, com óleo mineral ou vegetal; ingerir bastante
líquido; fazer repouso com as pernas elevadas e manter acompanhamento
médico regular
ATENÇÃO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE COM
DOENÇA FALCIFORME E PORTADOR DE ÚLCERA DE
PERNA
Tratamento tópico:

1. Limpeza da lesão com soro fisiológico em jato não gelado.


2. Métodos desbridamento autolítico ou enzimático para retirada do tecido
necrótico e
evitar o desbridamento mecânico.
3. Utilizar coberturas interativas, com alginato de cálcio, hidrofibra, conforme
as
características apresentadas pela lesão.
4. Em algumas situações utilizar bandagens elásticas (Bota de Unna) para o
retorno
venoso e aquecimento do membro.
5. Coberturas interativas com prata devem ser utilizadas para tratar feridas
infectadas
ou criticamente colonizadas.
LASERTERAPIA
 LASETERAPIA NO TRATAMENTO DE FERIDAS
A partir da década de 1960 foram realizados estudos sobre os efeitos
biológicos da laserterapia na reparação tecidual, sucessivamente outras
pesquisas demonstraram a aplicabilidade clínica e hoje a laserterapia é
aplicada no tratamento de feridas.
Para ser utilizado na reparação tecidual o raio laser deve possuir ótima
interação com o tecido cutâneo. O laser pode ser composto de vários
gases, tais como: CO2, Diodo, Neodímio (Nd) e Hélio- Neônio (HeNe).
O laser HeNe é o mais empregado na reparação tecidual.
Durante o tratamento da laserterapia, o leito da lesão deve ser úmido,
como por exemplo, com ácido graxo essencial (AGE) e hidrogel.
O curativo deve ser substituído, em média, a cada 12 ou 24 horas e toda
vez que for contaminado
LASERTERAPIA
 LASETERAPIA NO TRATAMENTO DE FERIDAS

1. INDICAÇÃO

Atua como coadjuvante no tratamento de feridas superficiais e


profundas, limpas ou infectadas.

2. CONTRAINDICAÇÃO

 Tratamento de lesões neoplásicas, já que pode estimular seu


desenvolvimento.
 Clientes portadores de retinopatias
EFEITOS TERAPÊUTICOS DA
LASERTERAPIA

 Proliferativo: aumenta a neoangiogênese, a síntese de fibroblastos,


colágeno e ATP (adenosina Trifosfato).
 Fibrinolítico: facilita fibrinólise.
 Antiedematogênico: facilita o retorno venoso linfático, devido à ação
vasodilatadora dos capilares.
 Antiinflamatória: interfere na síntese de prostaglandina, aumentando
a permeabilidade capilar.
 Analgésico: libera substâncias quimiotáxicas, que estimulam a
liberação de endorfinas, normalizando o potencial elétrico da membrana
celular.
 Bactericida: aumenta a quantidade de interferon, potente agente
natural
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

1.Técnica Pontual: é aplicado em determinados pontos da borda da


ferida.
2.Técnica de varredura externa: é aplicada em toda a borda da ferida.
3.Técnica de varredura interna: é aplicada dentro da própria lesão.
4.Técnica de varredura mista: são aplicadas, de forma conjunta, as
varreduras
internas e externas.
5.Técnica associada: são aplicadas, de forma conjunta, a pontual e a
varredura mista.
REGULAMENTAÇÃO DO COFEN EM
RELAÇÃO AO USO DA LASERTERAPIA
 A Laserterapia é uma terapia não invasiva, não térmica, asséptica,
indolor, sem efeitos colaterais.
 A técnica de Laserterapia vem sendo amplamente utilizada nas condições
de
processo cicatriciais, visando obter cicatrização tecidual mais rápida. Seu
êxito é sugerido às particularidades de respostas induzidas aos tecidos,
como diminuição do processo inflamatório, redução de edema, aumento
da fagocitose, da síntese de colágeno e da epitelização.
 A fotobiomodulação laser tem sido cada vez mais utilizada com a
finalidade de melhorar a qualidade da cicatrização. Os efeitos
terapêuticos do laser sobre os diferentes tipos biológicos são amplos e,
entre eles, destacam-se os efeitos trófico regenerativos, anti-
inflamatórios e analgésicos, tendo sido demonstrado que a regeneração
tissular se torna mais eficaz quando tratada com laser de baixa
intensidade.
REGULAMENTAÇÃO DO COFEN EM
RELAÇÃO AO USO DA LASERTERAPIA
 Sabe-se que a enfermagem tem um papel fundamental no tratamento das feridas,
e é importante o aprofundamento científico nesta área a fim de promover o
empoderamento dessa nova opção tecnológica de intervenção na cicatrização
tecidual.
 Assim, faz-se necessário ressaltar que há inúmeros trabalhos científicos que
comprovam a eficácia do uso do laser de baixa intensidade no processo de
cicatrização, entre tantas outras aplicações, e que na equipe de enfermagem o uso
da Laserterapia é privativo do Enfermeiro em face ao necessário conhecimento
técnico-científico para sua utilização.
 O exercício profissional da Enfermagem no Brasil é regido pela Lei nº Lei nº
7.498
de 25 de junho de 1986 e pelo Decreto nº 94.406 de 08 de junho de 1987, que a
regulamenta e dá outras providências. Sendo assim, tais dispositivos legais se
encarregaram de elencar quem são os membros da equipe de Enfermagem
(Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteira), quais
os requisitos legais para obtenção dos títulos, suas atribuições entre outras
providências.
REGULAMENTAÇÃO DO COFEN EM
RELAÇÃO AO USO DA LASERTERAPIA
 No tocante às atividades privativas do Enfermeiro, convém destacar as alíneas
“i”,
“j”, “l” e “m”:
 Consulta de enfermagem; j) prescrição da assistência de enfermagem; l) cuidados
diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; m) cuidados de
enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base
científica e capacidade de tomar decisões imediatas.
 Diante do exposto, a Câmara Técnica do COFEN opina na utilização da
laserterapia com autonomia pelo Enfermeiro, após estar devidamente capacitado
através de curso, pois essa prática requer do profissional conhecimento de física,
biofotônica, interação laser e tecido biológico, dosimetria, além de
aprofundamento em fisiologia e reabilitação Resolução COFEN nº 0567/2018.
Deve ainda pautar
sua prática aplicando a Sistematização da Assistência de Enfermagem, conforme
previsto na Resolução Cofen 358/09.
LASERTERAPIA
OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA NO
TRATAMENTO DE FERIDAS

 A medicina hiperbárica possui dois grandes ramos de atividade:

a. Dedicado a atividade profissional de mergulhadores, aeronautas e


trabalhadores sob ar-comprimido, prevalecendo uma abordagem
voltada à saúde ocupacional;
b. Referente às aplicações clinicas da oxigenoterapia hiperbárica
(OHB). O tratamento é efetuado em várias sessões, cujo nível de
pressão, duração, intervalos e número
total de aplicações são variáveis de acordo com as enfermidades. A
OHB consiste na inalação de oxigênio puro com a pressão do
ambiente aumentada de duas a três
vezes acima de seu valor normal, estando o cliente no interior de uma
câmara hiperbárica. Durante as sessões ocorre um aumento de 10 a 20
vezes na quantidade de oxigênio dissolvido nos tecidos.
APLICAÇÕES CLÍNICAS:

Inúmeras são as indicações da OHB determinadas por vários


protocolos aceitos
internacionalmente:

1.Embolias gasosas.
2. Doença descompressiva.
3. Embolia traumática pelo ar.
4. Envenenamento por monóxido de carbono ou intoxicação por
fumaça.
5. Envenenamento por cianeto ou derivados cianídricos.
6. Gangrena gasosa clostridiana.
APLICAÇÕES CLÍNICAS:

7. Doença de Fournier.
8. Outras infecções necrotizantes de tecidos moles: celulites, fasceíte e miosites,
deiscência de sutura.
9. Isquemias agudas traumáticas: lesão por esmagamento, síndrome
compartimental,re-implante de extremidades amputadas e outras. Retalhos ou enxertos
comprometidos ou de risco.
10. Vasculites agudas de etiologia alérgica, medicamentosa ou por toxinas biológicas
(aracnídeos ofídios e insetos).
11. Queimadura complexa.
12. Lesões refratárias: úlceras de pressão, vasculogênica, neuropática (pé diabético e
outras).
13. Lesões por radiação: radiodermite, osteorradionecrose e lesões actinicas de
mucosas.
14. Osteomielite crônica.
15. Hipoacusia por ototoxidade a agentes quimioterápicos.
16. Anemia aguda nos casos de impossibilidade de transfusão sanguínea
tecidos.
CARACTERÍSTICAS DO TRATAMENTO DE
FERIDAS COM OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA
 Na OHB o cliente deve estar dentro da câmara hiperbárica. Estas podem
ser multiclientes ou monoclientes. As multiclientes comportam
simultaneamente várias pessoas. Ela é pressurizada com ar comprimido,
sendo que nesta situação o oxigênio é respirado através das máscaras ou
capuzes especiais.
 As câmaras monoclientes permitem a acomodação apenas do próprio
cliente, é pressurizada diretamente com oxigênio puro não havendo
necessidade de dispositivos especiais para a inalação deste gás.
 Antes de ser iniciada a terapia, o cliente deverá ser submetido à
anamnese e exame clínico completo, com particular atenção ao tímpano
e sistema pulmonar. Ele deverá ser informado sobre todas as medidas de
segurança como: utilização de
vestimenta adequada fornecida, retirar todo objeto de uso pessoal que
possa originar fagulhas elétricas, pois o oxigênio é altamente inflamável
CARACTERÍSTICAS DO TRATAMENTO DE
FERIDAS COM OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA
 A OHB atua acelerando a formação do tecido de granulação e como
coadjuvante no
controle de infecção. Seus resultados são evidentes no tratamento de fascites
necrotizantes extensas e síndrome de Fournier.
 Em condições hiperbáricas a ação do oxigênio possui alguns mecanismos de
particular interesse fisiológico, como:
1. Efeito antiedematogênico facilitando o retorno venoso.
2. Ação microbicida através da inibição da biossíntese de aminoácidos, do
transporte
através da membrana bacteriana e da síntese e degradação do DNA da
bactéria.
3. Ação bioquímica oxidativa deslocando substâncias tóxicas.
4. Efeito sinérgico com outras drogas, como antibióticos sistêmicos.
5. Efeito regenerativo facilitando a neoangiogênese e a formação de
colágeno
inflamável
OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA
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