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CIRURGIA PLÁSTICA
DATA DESCRIÇÃO
11/03/2014 Visão Geral
27/08/2014 Revisão
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Autora: Dra. Ângela Lange
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CICATRIZAÇÃO DOS TECIDOS
A cicatrização dos tecidos é constituída por um conjunto de fases que se sobrepõem em
que células altamente especializadas interagem com uma matriz extracelular estabelecendo um
novo quadro para o crescimento de tecido e reparação.
O processo de cicatrização é dividido didaticamente em três fases: inflamatória,
proliferação e remodelamento ou maturação. Porém, alguns autores classificam de uma
forma mais completa dividindo o processo em cinco fases: coagulação; inflamação;
proliferação; contração e remodelação. Essas fases são influenciadas por várias interações
celulares e são reguladas pela libertação local de sinais químicos, tais como citocinas,
quimiocinas, fatores de crescimento e inibidores.
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Quando o tecido cutâneo sofre uma solução de continuidade, seja através de trauma ou
de uma incisão cirúrgica, desencadeiam-se uma série de processos biológicos e histoquímicos.
Estes processos têm a finalidade de reparar as perdas de substâncias da maneira mais rápida
possível.
Quando a lesão cutânea não atinge todas as camadas da derme, a regeneração
cicatricial se dá às custas do epitélio das bordas da lesão e das células epiteliais dos anexos da
pele. A derme exposta se reepiteliza e o aspecto do tecido local assemelha-se ao da pele ao
redor, podendo haver diferenças de coloração e espessura. Se a lesão cutânea atinge a
hipoderme, a reparação será feita por tecido fibroso, resultando em uma cicatriz indelével.
Desde a lesão até a completa cicatrização, vários eventos são observados e obedecem
a uma sequência mais ou menos constante, que são as fases da cicatrização, que acontecem
separadamente, porém uma sobrepõe e complementa a outra.
Cada fase é marcada por uma série de complexas interações entre as
principais células, os fatores de crescimento e a matriz extracelular. Em um
determinado período de tempo as fases coincidem e acontecem
simultaneamente, permitindo assim o sucesso da cicatrização.
Os fenômenos envolvidos na cicatrização da pele
são semelhantes para todos os epitélios, incluindo o
respiratório, o gastrointestinal e o gênito-urinário. Algumas
diferenças existem quanto à ordem, a velocidade e ao grau
de ocorrência dos eventos.
1. Fase Hemostasia ou Coagulação
Tem início logo após o trauma. Os eventos de reparo estão direcionados para prevenção
de perda de sangue, ou seja, a hemostasia e formação de trombo. Ocorre vasoconstrição e o
sangue coagula dentro do vaso diminuindo o sangramento. O sangramento traz plaquetas,
hemácias e fibrina, determinando aderência entre as bordas da ferida.
2. Fase Inflamatória
A vasodilatação dá continuidade ao processo de cicatrização e o aumento da circulação
sanguínea local é a marca registrada desta fase. 5
A resposta inflamatória se inicia com vasodilatação e aumento da permeabilidade
vascular, promovendo a quimiotaxia (migração de neutrófilos para a ferida). Os neutrófilos são as
primeiras células que chegam à ferida, com maior concentração 24 horas após a lesão. São
atraídos por substâncias quimiotáticas liberadas por plaquetas. Os neutrófilos aderem à parede
do endotélio mediante ligação com as selectinas (receptores de membrana), produzem radicais
livres que auxiliam na destruição bacteriana e são gradativamente substituídos por macrófagos.
3. Fase Proliferativa
Cerca de três dias após a lesão, tem início a fase proliferativa, que é responsável pelo
"fechamento" da lesão propriamente dita. Dividida em três subfases: reepitelização, fibroplasia
e angiogênese.
Algumas horas após a lesão, a intensa proliferação de fibroblastos e células endoteliais
iniciam a angiogênese, formando capilares que migram através dos tecidos ao encontro de
outros capilares. A vascularização se refaz, possibilitando o fluxo contínuo de nutrientes para a
cicatrização da ferida. Os vasos de neoformação, no entanto, só estão estabelecidos em torno
do quarto ou quinto dia. Nos casos de enxertos de pele, nesse período devem permanecer
imobilizados sobre a área receptora para permitir a revascularização adequada.
Os fibroblastos e as células endoteliais são as principais células dessa fase, pois
sintetizam o colágeno, que é responsável pela força tênsil e integridade do tecido. Os
fibroblastos dos tecidos vizinhos migram para a ferida, porém precisam ser ativados para sair de
seu estado de quiescência.
DIFERENÇAS ENTRE 7
RETALHO CUTÂNEO O retalho é uma porção de pele e tela subcutênea que é
transferido para uma região próxima de sua origem, mantendo
uma ligação vascular que é chamado de pedículo.
ENXERTO É a retirada completa de uma porção de pele e tela subcutânea
que é transferida para uma outra região do corpo. No enxerto
não existe pedículo vascular.
Tabela 1: Diferenças entre retalho cutâneo e enxerto.
ENXERTO DE PELE
O enxerto de pele tem como definição a transferência de um segmento avascular, isto é,
este segmento cutâneo é destacado completamente de determinada região corporal denominada
de área doadora e aplicado a uma área cruenta, dita receptora.
Os enxertos são indicados como curativos temporários em ferimentos, como cobertura
de extensos ferimentos nos casos de escassez de tecidos adjacentes podendo também ser
utilizados em cobertura de ferimentos secundários ao tratamento oncológico.
RETALHO CUTÂNEO
Retalho cutâneo é uma porção de pele e tela subcutânea transferida de uma parte para
outra do corpo, mantendo um elo vascular direto, que é denominado pedículo.
O retalho, ao contrário do enxerto de pele, tem, na sua estrutura, uma rede de vasos
arteriais, capilares e venosos, sendo determinante para a sua sobrevivência a eficácia da
circulação através desta rede. A integração do segmento distal no seu novo leito é um processo
que dura habitualmente três semanas.
MACRO E MICROCIRCULAÇÃO
LINFANGIOGENESE NO PÓS-OPERATÓRIO
Psillakis8,9,10 (1969) Entre o 4º e 7º dia
Nakanishi16 (1980) 12º dia
Smaropoulos et al.17 (2005) Entre o 7º e 11º dia
Mendez et al.18 (2012) 15º dia
Tabela 3: Estudos relacionados ao tempo de revascularização linfática no pós-operatório.
COMPLICAÇÕES DO RETALHO
Perdas parciais ou totais dos retalhos podem ocorrer. Geralmente estão relacionadas
com o comprometimento do suprimento arterial ou do retorno venoso, doenças sistêmicas,
hematomas, seromas, infecções, erro de técnica (tensão ou compressão excessiva do retalho).
Segundo McGregor, a maioria das complicações nos retalhos ocorre durante as
primeiras 72 horas. As complicações que surgem após o 3º dia, em geral, são de mau
prognóstico. Nos retalhos cutâneos e fasciocutâneos, a tensão mecânica e a torção são as
causas mais frequentes de insuficiência vascular. Nos casos de retalhos musculares ou
miocutâneos a compressão do músculo é a causa mais frequente de insuficiência vascular.
A epidermólise é uma complicação do retalho que se apresenta como sofrimento
superficial da epiderme. Se não tratado pode evoluir para uma necrose.
A necrose tecidual parcial ou total é a complicação mais temida pelo cirurgião e decorre
devido a erros no planejamento ou na execução, como tensões excessivas, pressões de
estruturas profundas, áreas doadoras com cicatrizes ou submetidas à radioterapia ou
hematomas no pós-operatório.
LIPOASPIRAÇÃO
A lipoaspiração é uma técnica que permite a remoção às cegas de gordura subcutânea
através de uma pequena incisão na pele, reduzindo a formação de cicatrizes. Seu uso mais
frequente é na remoção da gordura subcutânea indesejada, como escultura corporal, mas
também na remoção de grandes lipomas e na retirada de volumes indevidos de gordura em
retalhos de pele, para adaptar seus contornos após a transferência.
As características da pele influenciam diretamente no resultado final da lipoaspiração.
Os estudos demonstram que a pele consegue retração entre 10% e 25% da sua superfície
expandida, na dependência da idade do paciente, da região anatômica, do tempo e da duração
da expansão da pele pela gordura localizada. Acredita-se que traumas anteriores como 9
cicatrizes, estrias, doenças dermatológicas, queimaduras e tatuagens influenciam na qualidade
de retração da pele.
A fibrose, muito comum no pós-operatório é o resultado de uma quantidade excessiva de
tecido conjuntivo fibroso depositado no espaço da matriz extracelular de tecidos lesionados. O
principal constituinte deste tecido cicatricial fibroso é o colágeno, principalmente o colágeno tipo I
e III. A formação de fibrose é mediada pela interação entre fatores de crescimento fibrogênico e
citocinas pró-fibróticas, além de outras influências, como a tensão mecânica, inflamação crônica
e o estresse oxidativo.
FISIOPATOLOGIA DA FIBROSE
A fibrose é um processo que compreende as três fases do processo de cicatrização:
inflamação, proliferação e remodelação. Caracteriza-se por áreas endurecidas que podem ser
visíveis produzindo irregularidades na pele ou não, em alguns casos são percebíveis somente a
palpação. Apresentam várias formas e tamanhos e podem acometer qualquer região do corpo
que tenha sofrido um trauma, com perda de tecido, e passado por um processo de cicatrização.
Quando os tecidos sofrem uma solução de continuidade, seja por trauma, por uma
incisão cirúrgica planejada ou pelo trauma da cânula da lipoaspiração, inicia-se uma série de
processos biológicos e histoquímicos. Estes obedecem a uma sequência mais ou menos
constante que são as fases de cicatrização.
Dependendo das condições de cicatrização, estas podem ser exacerbadas, com intensa
formação de tecido fibroso. Quanto maior for a perda de tecido, maior será o conteúdo fibroso,
pois o tecido de granulação será abundante.
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A fibrose deve ser avaliada a cada sessão, pois os níveis podem reduzir quando o
tratamento é adequado, ou aumentar quando o tratamento não está sendo o ideal e/ou o
paciente não esta colaborando.
Como avaliar:
RECURSOS ELETROTERMOFOTOTERÁPICOS
RECURSOS MANUAIS
LANGE A. Fibrose: da prevenção ao tratamento. Curitiba, PR: Vitória Gráfica & Editora,
2o ed., 2018
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