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CICATRIZAÇÃO E FIBROSE

CIRURGIA PLÁSTICA

PREVENÇÃO DAS INTERCORRÊNCIAS E TRATAMENTOS

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DATA DESCRIÇÃO
11/03/2014 Visão Geral
27/08/2014 Revisão

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Autora: Dra. Ângela Lange

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CICATRIZAÇÃO DOS TECIDOS
A cicatrização dos tecidos é constituída por um conjunto de fases que se sobrepõem em
que células altamente especializadas interagem com uma matriz extracelular estabelecendo um
novo quadro para o crescimento de tecido e reparação.
O processo de cicatrização é dividido didaticamente em três fases: inflamatória,
proliferação e remodelamento ou maturação. Porém, alguns autores classificam de uma
forma mais completa dividindo o processo em cinco fases: coagulação; inflamação;
proliferação; contração e remodelação. Essas fases são influenciadas por várias interações
celulares e são reguladas pela libertação local de sinais químicos, tais como citocinas,
quimiocinas, fatores de crescimento e inibidores.
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Quando o tecido cutâneo sofre uma solução de continuidade, seja através de trauma ou
de uma incisão cirúrgica, desencadeiam-se uma série de processos biológicos e histoquímicos.
Estes processos têm a finalidade de reparar as perdas de substâncias da maneira mais rápida
possível.
Quando a lesão cutânea não atinge todas as camadas da derme, a regeneração
cicatricial se dá às custas do epitélio das bordas da lesão e das células epiteliais dos anexos da
pele. A derme exposta se reepiteliza e o aspecto do tecido local assemelha-se ao da pele ao
redor, podendo haver diferenças de coloração e espessura. Se a lesão cutânea atinge a
hipoderme, a reparação será feita por tecido fibroso, resultando em uma cicatriz indelével.
Desde a lesão até a completa cicatrização, vários eventos são observados e obedecem
a uma sequência mais ou menos constante, que são as fases da cicatrização, que acontecem
separadamente, porém uma sobrepõe e complementa a outra.
Cada fase é marcada por uma série de complexas interações entre as
principais células, os fatores de crescimento e a matriz extracelular. Em um
determinado período de tempo as fases coincidem e acontecem
simultaneamente, permitindo assim o sucesso da cicatrização.
Os fenômenos envolvidos na cicatrização da pele
são semelhantes para todos os epitélios, incluindo o
respiratório, o gastrointestinal e o gênito-urinário. Algumas
diferenças existem quanto à ordem, a velocidade e ao grau
de ocorrência dos eventos.
1. Fase Hemostasia ou Coagulação
Tem início logo após o trauma. Os eventos de reparo estão direcionados para prevenção
de perda de sangue, ou seja, a hemostasia e formação de trombo. Ocorre vasoconstrição e o
sangue coagula dentro do vaso diminuindo o sangramento. O sangramento traz plaquetas,
hemácias e fibrina, determinando aderência entre as bordas da ferida.

2. Fase Inflamatória
A vasodilatação dá continuidade ao processo de cicatrização e o aumento da circulação
sanguínea local é a marca registrada desta fase. 5
A resposta inflamatória se inicia com vasodilatação e aumento da permeabilidade
vascular, promovendo a quimiotaxia (migração de neutrófilos para a ferida). Os neutrófilos são as
primeiras células que chegam à ferida, com maior concentração 24 horas após a lesão. São
atraídos por substâncias quimiotáticas liberadas por plaquetas. Os neutrófilos aderem à parede
do endotélio mediante ligação com as selectinas (receptores de membrana), produzem radicais
livres que auxiliam na destruição bacteriana e são gradativamente substituídos por macrófagos.

3. Fase Proliferativa
Cerca de três dias após a lesão, tem início a fase proliferativa, que é responsável pelo
"fechamento" da lesão propriamente dita. Dividida em três subfases: reepitelização, fibroplasia
e angiogênese.
Algumas horas após a lesão, a intensa proliferação de fibroblastos e células endoteliais
iniciam a angiogênese, formando capilares que migram através dos tecidos ao encontro de
outros capilares. A vascularização se refaz, possibilitando o fluxo contínuo de nutrientes para a
cicatrização da ferida. Os vasos de neoformação, no entanto, só estão estabelecidos em torno
do quarto ou quinto dia. Nos casos de enxertos de pele, nesse período devem permanecer
imobilizados sobre a área receptora para permitir a revascularização adequada.
Os fibroblastos e as células endoteliais são as principais células dessa fase, pois
sintetizam o colágeno, que é responsável pela força tênsil e integridade do tecido. Os
fibroblastos dos tecidos vizinhos migram para a ferida, porém precisam ser ativados para sair de
seu estado de quiescência.

4. Fase de Contração da Ferida e Remodelagem


Contração é o movimento do tecido para o centro da ferida.
Essa fase inicia-se logo após a lesão e tem seu auge no 15º dia. Quando a contração é
intensa, pode desencadear contraturas e retrações.
Na sequência ocorre a remodelação, sendo a característica mais importante dessa fase
a deposição de colágeno de maneira organizada, por isso é a mais importante clinicamente.

5. Fase de Maturação ou Remodelagem


O tempo de maturação de uma cicatriz é definido como sendo o período no qual a
cicatriz torna-se estável sem sofrer alargamento por forças. Este intervalo de tempo é variável
entre os diferentes tecidos e de local para local do organismo, em especial nas cicatrizes de
pele.
As cicatrizes nessa fase normalmente ficam avermelhadas e endurecidas durante alguns
meses, tornando-se progressivamente brancas e macias. Segundo Thalita (2002), o conteúdo
fibroso da cicatriz esta relacionado à tensão que incide sobre as bordas, a qual age como
elemento estimulador. Por esse motivo, recomenda-se evitar esforço físico2.
TIPOS DE CICATRIZES
6 O tipo de cicatriz é diretamente ligado à forma de cicatrização da ferida e técnica de
sutura cutânea realizada. São elas:
 Normotrófica: a cicatrização é assim denominada quando a pele adquire o aspecto de
textura e consistência anterior ao trauma;
 Atrófica: quando sua maturação não atinge o trofismo fisiológico esperado, surgindo,
geralmente, por perda de substância tecidual ou sutura cutânea inadequada. Apresenta-se
deprimida, fina, enrugada;
 Brida cicatricial: são cicatrizes localizadas nas regiões articulares e, por essa razão,
podem provocar limitações funcionais;
 Hipertrófica: ocorre quando o colágeno é produzido em quantidade normal, mas a sua
organização é inadequada, oferecendo aspecto não harmônico. A cicatriz respeita o limite
anatômico da pele;
 Queloidiana: é decorrente da contínua produção de colágeno jovem devido à ausência
de fatores inibitórios. Quando localizadas em áreas peri-articulares podem provocar limitação
do movimento.
ENXERTOS E RETALHOS CUTÂNEOS
Os retalhos cutâneos encontram-se presentes em todos os ramos da Cirurgia Plástica e
constituem a mais frequente arma utilizada pelo cirurgião na realização de suas intervenções,
reconstrutoras ou estéticas. Já os enxertos de pele são utilizados com frequência na cirurgia
plástica reparadora, principalmente nos pacientes queimados.
O conhecimento do retalho é de suma importância, pois a grande maioria das cirurgias
plásticas envolve um retalho cutâneo e os tratamentos no pós-operatório atuam sobre o retalho
cutâneo.

DIFERENÇAS ENTRE 7
RETALHO CUTÂNEO O retalho é uma porção de pele e tela subcutênea que é
transferido para uma região próxima de sua origem, mantendo
uma ligação vascular que é chamado de pedículo.
ENXERTO É a retirada completa de uma porção de pele e tela subcutânea
que é transferida para uma outra região do corpo. No enxerto
não existe pedículo vascular.
Tabela 1: Diferenças entre retalho cutâneo e enxerto.

ENXERTO DE PELE
O enxerto de pele tem como definição a transferência de um segmento avascular, isto é,
este segmento cutâneo é destacado completamente de determinada região corporal denominada
de área doadora e aplicado a uma área cruenta, dita receptora.
Os enxertos são indicados como curativos temporários em ferimentos, como cobertura
de extensos ferimentos nos casos de escassez de tecidos adjacentes podendo também ser
utilizados em cobertura de ferimentos secundários ao tratamento oncológico.

RETALHO CUTÂNEO
Retalho cutâneo é uma porção de pele e tela subcutânea transferida de uma parte para
outra do corpo, mantendo um elo vascular direto, que é denominado pedículo.
O retalho, ao contrário do enxerto de pele, tem, na sua estrutura, uma rede de vasos
arteriais, capilares e venosos, sendo determinante para a sua sobrevivência a eficácia da
circulação através desta rede. A integração do segmento distal no seu novo leito é um processo
que dura habitualmente três semanas.

MACRO E MICROCIRCULAÇÃO

Figura 1: Esquema da vascularização cutânea. Macro e microcirculação.


O tempo máximo de isquemia dos retalhos é de oito horas. Durante o ato cirúrgico, a
coloração rósea é um bom sinal, porém, após o descolamento, o retalho pode apresentar cor
pálida (espasmo vascular) que desaparece posteriormente. A tração excessiva, angulações
pronunciadas e compressões externas ou hematomas podem comprometer a vascularização de
um retalho cutâneo.
Mendez et al.31 (2012) estudaram a importância da linfangiogeneses e da absorção dos
fluidos intersticiais para a absorção do edema. O estudo foi realizado em ratos, através da
remoção dos linfonodos axilares da pata dianteira. O estudo observou que a remoção dos
linfonodos axilares reduz a absorção do líquido intersticial na pata dianteira até o 5º dia pós-
intervenção retornando ao normal no 10º dia. Entretanto, a linfangiogenese foi detectada pela
8 primeira vez, através de exames de linfografia, no 15º dia, demonstrando que a absorção do
líquido intersticial precedeu o crescimento dos vasos linfáticos. O estudo concluiu que a
absorção do líquido intersticial, com consequente redução do edema agudo, não esta
diretamente relacionada à linfangiogenese. Tabela 2.

LINFANGIOGENESE NO PÓS-OPERATÓRIO
Psillakis8,9,10 (1969) Entre o 4º e 7º dia
Nakanishi16 (1980) 12º dia
Smaropoulos et al.17 (2005) Entre o 7º e 11º dia
Mendez et al.18 (2012) 15º dia
Tabela 3: Estudos relacionados ao tempo de revascularização linfática no pós-operatório.

COMPLICAÇÕES DO RETALHO
Perdas parciais ou totais dos retalhos podem ocorrer. Geralmente estão relacionadas
com o comprometimento do suprimento arterial ou do retorno venoso, doenças sistêmicas,
hematomas, seromas, infecções, erro de técnica (tensão ou compressão excessiva do retalho).
Segundo McGregor, a maioria das complicações nos retalhos ocorre durante as
primeiras 72 horas. As complicações que surgem após o 3º dia, em geral, são de mau
prognóstico. Nos retalhos cutâneos e fasciocutâneos, a tensão mecânica e a torção são as
causas mais frequentes de insuficiência vascular. Nos casos de retalhos musculares ou
miocutâneos a compressão do músculo é a causa mais frequente de insuficiência vascular.
A epidermólise é uma complicação do retalho que se apresenta como sofrimento
superficial da epiderme. Se não tratado pode evoluir para uma necrose.
A necrose tecidual parcial ou total é a complicação mais temida pelo cirurgião e decorre
devido a erros no planejamento ou na execução, como tensões excessivas, pressões de
estruturas profundas, áreas doadoras com cicatrizes ou submetidas à radioterapia ou
hematomas no pós-operatório.
LIPOASPIRAÇÃO
A lipoaspiração é uma técnica que permite a remoção às cegas de gordura subcutânea
através de uma pequena incisão na pele, reduzindo a formação de cicatrizes. Seu uso mais
frequente é na remoção da gordura subcutânea indesejada, como escultura corporal, mas
também na remoção de grandes lipomas e na retirada de volumes indevidos de gordura em
retalhos de pele, para adaptar seus contornos após a transferência.
As características da pele influenciam diretamente no resultado final da lipoaspiração.
Os estudos demonstram que a pele consegue retração entre 10% e 25% da sua superfície
expandida, na dependência da idade do paciente, da região anatômica, do tempo e da duração
da expansão da pele pela gordura localizada. Acredita-se que traumas anteriores como 9
cicatrizes, estrias, doenças dermatológicas, queimaduras e tatuagens influenciam na qualidade
de retração da pele.
A fibrose, muito comum no pós-operatório é o resultado de uma quantidade excessiva de
tecido conjuntivo fibroso depositado no espaço da matriz extracelular de tecidos lesionados. O
principal constituinte deste tecido cicatricial fibroso é o colágeno, principalmente o colágeno tipo I
e III. A formação de fibrose é mediada pela interação entre fatores de crescimento fibrogênico e
citocinas pró-fibróticas, além de outras influências, como a tensão mecânica, inflamação crônica
e o estresse oxidativo.

FISIOPATOLOGIA DA FIBROSE
A fibrose é um processo que compreende as três fases do processo de cicatrização:
inflamação, proliferação e remodelação. Caracteriza-se por áreas endurecidas que podem ser
visíveis produzindo irregularidades na pele ou não, em alguns casos são percebíveis somente a
palpação. Apresentam várias formas e tamanhos e podem acometer qualquer região do corpo
que tenha sofrido um trauma, com perda de tecido, e passado por um processo de cicatrização.
Quando os tecidos sofrem uma solução de continuidade, seja por trauma, por uma
incisão cirúrgica planejada ou pelo trauma da cânula da lipoaspiração, inicia-se uma série de
processos biológicos e histoquímicos. Estes obedecem a uma sequência mais ou menos
constante que são as fases de cicatrização.
Dependendo das condições de cicatrização, estas podem ser exacerbadas, com intensa
formação de tecido fibroso. Quanto maior for a perda de tecido, maior será o conteúdo fibroso,
pois o tecido de granulação será abundante.
10

Quadro 1: mecanismo de formação da fibrose.

A fibrose dificilmente é observada na primeira semana pós-operatória. Nesse período,


através da palpação, podemos observar em algumas regiões, principalmente na área onde a
equimose é mais intensa, pequenos nódulos, de tamanho semelhante a um grão de feijão e,
geralmente após a primeira semana, é que palpamos e/ou visualizamos as fibroses, isso porque
a síntese de colágeno é mais intensa entre o 6º e o 17º dia.
As endurações que se observam na palpação da pele lentamente voltam à normalidade
entre 8 a 12 semanas. Sendo observado o resultado final da lipoaspiração somente após este
período5.
Sabe-se que a formação de fibrose é mediada pela interação entre fatores de
crescimento fibrogênico e citocinas pró-fibróticas, além de outras influências, como a tensão
mecânica, inflamação crônica e o estresse oxidativo.
A inflamação é a primeira fase do processo de cicatrização das feridas, é fundamental
para a remoção dos restos celulares, além de se o gatilho inicial ao processo de reparo
cicatricial. No entanto, esta reação está intimamente relacionada com a fibrose, especialmente
no estado patológico da inflamação crônica que é caracterizada por uma resposta inflamatória
prolongada. Muitas citoquinas inflamatórias secretadas pelas células inflamatórias, como TGF-β1
e IL-13, são fibrogênicas10. Além disso, sabe-se que a inflamação está diretamente ligada à
indução de estresse oxidativo e à redução da capacidade antioxidante celular12,13.
O estresse oxidativo causado pelo aumento das espécies reativas de oxigênio (ROS),
também está intimamente associado com fibrose14,15,16. O excesso de radicais livres
apresenta entre outros efeitos prejudiciais a interação inadequada dos nutrientes formadores de
colágeno, favorecendo a perda da flexibilidade do colágeno17.
A alimentação funcional, os macronutrientes, micronutrientes, compostos bioativos e
fitoterápicos podem de acordo com a necessidade de cada paciente atuar prevenindo ou
amenizando determinadas complicações passíveis de ocorrer no pós-operatório das cirurgias
plásticas estéticas, principalmente o seroma e as fibroses. Para tal, é fundamental que haja um
trabalho multidisciplinar entre médico, nutricionista, fisioterapeuta e esteticista. As autoras
desenvolveram um guia pratico com nutrientes, compostos bioativos e fitoterápicos que podem
ser utilizados a fim de prevenir, controlar ou amenizar as complicações no pós-cirúrgico de
procedimentos estéticos.
Segundo Xavier et al (2006), a fibrose pode ser classificada em três tipos, cordão, placa
ou nódulo.
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Figura 2: Tipos de fibrose: Nodular, Placa e Cordão.

A fibrose deve ser avaliada a cada sessão, pois os níveis podem reduzir quando o
tratamento é adequado, ou aumentar quando o tratamento não está sendo o ideal e/ou o
paciente não esta colaborando.

Como avaliar:

 Primeiramente, em posição ortostática, com os braços ao longo do corpo, o terapeuta


deve realizar a palpação, depois com o tronco em posição de alongamento. Enquanto as
fibroses tipo placa ou nódulo são facilmente identificadas na palpação, as fibroses tipo
cordão ficam mais aparentes quando o tronco está em posição de alongamento,
lembrando que o alongamento desencadeia dor tipo ardência e queimação nas primeiras
semanas. Em seguida avalia-se o paciente em decúbito dorsal e ventral.
 As fibroses devem ser localizadas e marcadas.
 Classificar as fibroses quanto à forma, segundo Xavier: placa, cordão ou nodular.
 Classificar as fibroses quanto ao nível segundo Lisboa: de 0 a 3.
 Verificar em qual dia pós-operatório o (a) paciente se encontra.

CURATIVOS EM CICATRIZES FECHADAS E ABERTAS


É um meio que consiste na limpeza e aplicação de uma cobertura estéril em uma ferida
com o objetivo de tratar e prevenir infecções, eliminar os fatores desfavoráveis Que retardam a
cicatrização e prolongam a convalescença aumentando os custos do tratamento, diminuir
infecções cruzadas através de técnicas e procedimentos corretos.

INTERCORRÊNCIAS CICATRICIAIS – AVALIAÇÃO E TRATAMENTOS


Quando pensamos em realizar uma cirurgia plástica com finalidade estética, sempre
vislumbramos um resultado, seja ele possível ou não, mas sempre com a intenção de melhorar a
forma e nos sentirmos bem com as modificações. Esse resultado quase sempre é atingido, mas
temos que lembrar sempre que qualquer ato cirúrgico, incluindo-se aqui a cirurgia plástica, está
envolto de riscos inerentes a cada procedimento e aos variados tipos biológicos de cada
paciente.
12 Chamamos de intercorrências os distúrbios pós-operatórios simples e esperados de
cada procedimento cirúrgico, que por si só se resolvem. Exemplos comuns de intercorrências
são os hematomas, o inchaço (edema) e a perda de sensibilidade que depois de algum tempo
vão desaparecendo naturalmente.
As complicações são resultados insatisfatórios persistentes que podem ser resolvidos
com um procedimento cirúrgico complementar. As alterações cicatriciais como os queloides são
exemplos de complicações que podem ocorrer em várias cirurgias e são perfeitamente
resolvidas com um pequeno procedimento cirúrgico complementar.
Consideram-se sequelas as lesões funcionais permanentes decorrentes de uma lesão
irreversível determinada por um ato cirúrgico.

FIBROSE PÓS-LIPOASPIRAÇÃO – PREVENÇÃO E TRATAMENTO


A fibrose nada mais é do que a cicatriz interna. É um tecido predominantemente feito de
colágeno, usado pelo organismo para cicatrizar lesões. Está presente em todos os pequenos
buracos que a lipoaspiração faz na gordura, entre a pele solta e o músculo de qualquer cirurgia,
No curso presencial falaremos sobre como o fisioterapeuta pode atuar tanto na
prevenção como no tratamento da mesma

AVALIAÇÃO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIA


A eficiência de uma cirurgia plástica não depende somente do seu planejamento
cirúrgico. A preocupação com os cuidados no pré e pós-operatório tem demonstrado fator
preventivo de possíveis complicações e promoção de um resultado estético mais satisfatório.
Atualmente, a fisioterapia vem agregando notável importância a este segmento.
Utilizando-se de seus recursos específicos, como:

 O preparatório à intervenção cirúrgica,


 Acelerar o processo de recuperação pós-operatória,
 Prevenção e controle de complicações comuns.
ATUAÇÃO NO PRÉ/TRANS/PÓS-OPERATÓRIO
 PREPARAR O ORGANISMO, PROMOVENDO UMA DESINTOXICAÇÃO GERAL, O QUE
MELHORA A OXIGENAÇÃO E RETORNO VENOSO, DESCONGESTIONANDO OS VASOS;
 ESTIMULAR A NUTRIÇÃO TECIDUAL E, ASSIM, REDUZIR A INCIDÊNCIA DE CICATRIZES E
ADERÊNCIAS;
 PROMOVER UMA MELHORA EXPRESSIVA NO ASPECTO DA PELE, POR MEIO DA
ESTIMULAÇÃO QUE REVITALIZA A VASCULARIZAÇÃO E, CONSEQUENTEMENTE, O
APORTE DE OXIGÊNIO LOCAL. 13
 PREVENIR EDEMAS E DIMINUIR O SURGIMENTO DE HEMATOMAS NO PÓS-
OPERATÓRIO;
 MANTER A CAPACIDADE RESPIRATÓRIA, PRINCIPALMENTE NOS PROCEDIMENTOS DE
ABDOMINOPLASTIA;
 RECUPERAR AS ÁREAS QUE APRESENTAM HIPOESTESIA E
 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA UM RETORNO BREVE À SUA ROTINA.

PODE-SE AFIRMAR QUE O PAPEL DA FISIOTERAPIA NO PÓS-


OPERATÓRIO
 ALIVIAR DORES, EDEMAS, HEMATOMAS E QUAISQUER DESCONFORTOS ORIGINADOS
PELO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO;
 A REGENERAÇÃO DOS TECIDOS;
 MELHORAR O APORTE DE OXIGÊNIO LOCAL COM O INTUITO DE EVITAR A ISQUEMIA;
 EVITAR ADERÊNCIAS, RETRAÇÕES DE CICATRIZES E/OU CICATRIZES HIPERTRÓFICAS;
 PREVENIR CONTRATURAS MUSCULARES DECORRENTES DOS DESCONFORTOS DA
CIRURGIA;
 MELHORAR A SENSIBILIDADE LOCAL, E
 PROMOVER O RETORNO RÁPIDO E SEGURO ÀS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIAS.
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
As orientações pré e pós-operatórias são importantes para o resultado final do
procedimento cirúrgico e para a reabilitação integral do paciente, que deverá ser orientado sobre
as intervenções pelas quais irá passar, o que irá sentir e o que deve fazer em cada etapa de sua
recuperação. O profissional responsável pela assistência pós-operatória estará em contato diário
com o paciente, portanto deverá ter conhecimento para orientá-lo em suas dúvidas,
comunicando qualquer intercorrência ao cirurgião responsável (GARCIA, 2009).
O contato com o cirurgião responsável é importante para tomar conhecimento das
restrições de posicionamento e cuidados gerais para o caso específico e para debater sobre a
evolução do tratamento. Deve estar atentos para realizar encaminhamentos aos demais
14
membros da equipe multidisciplinar (psicólogos, nutricionistas), nos momentos adequados, caso
seja necessário (BORGES, 2006).

ASSOCIAÇÕES COM NUTRICOSMÉTICOS E COSMETOLOGIA


Nutricosméticos são compostos suplementares que combinam nutrientes específicos
para a pele, os cabelos e as unhas e que atuam também como antioxidantes, combatendo os
radicais livres, o envelhecimento da pele, na redução da celulite além de auxiliar no
emagrecimento.

RECURSOS ELETROTERMOFOTOTERÁPICOS
RECURSOS MANUAIS

A Fisioterapia Manual em Pós-Operatório além de ajudar nos pós-operatórios de


cirurgias plásticas estéticas, é também utilizada para pós operatórios de cirurgias oncológicas,
reconstrutivas e todo tipo de cirurgia onde desejarmos uma fase cicatricial mais orientada.
Toda cirurgia irá causar um trauma mecânico, gerando um processo inflamatório, este é
o início do processo de reparo tecidual, o qual irá ocorrer para substituir o tecido lesado por um
novo.
Sendo assim, é muito importante um fisioterapeuta para conduzir esse processo
cicatricial, para que não ocorra uma produção excessiva de tecido conjuntivo, garantindo assim
que o novo tecido formado não cause retrações, aderências ou (cicatrizes patológicas)que
podem causar dores e limitações de movimentos, além de aspecto inestético,

TAPING EM CIRURGIA PLÁSTICA

Na fase transoperatória é feita a abordagem no paciente ainda no centro cirúrgico, com


técnicas de prevenção de edema intenso, equimoses e fibroses. Com uso de taping dentro do
centro cirúrgico após a cirurgia.
Referências bibliográficas
LANGE A. Drenagem Linfática Manual no Pós-operatório das Cirurgias Plásticas.
Curitiba, PR: Vitória Gráfica & Editora, 2o ed., 2016.

LANGE A. Fisioterapia Dermatofuncional aplicada a Cirurgia Plástica. Curitiba, PR:


Vitória Gráfica & Editora, 2o ed., 2017.

LANGE A. Fibrose: da prevenção ao tratamento. Curitiba, PR: Vitória Gráfica & Editora,
2o ed., 2018

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