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Drenagem Linfática

Profa. Greica Priscila Zanatta Furtado


Profa. Liliani Carolini Thiesen

2019
Copyright © UNIASSELVI 2019

Elaboração:
Profa. Greica Priscila Zanatta Furtado
Profa. Liliani Carolini Thiesen

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

F992d

Furtado, Greica Priscila Zanatta

Drenagem linfática. / Greica Priscila Zanatta Furtado; Liliani


Carolini Thiesen. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.

198 p.; il.

ISBN 978-85-515-0251-8

1.Massagem terapêutica – Brasil. 2.Drenagem linfática – Brasil. I. Thiesen,


Liliani Carolini. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

CDD 615.822

Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, seja muito bem-vindo a nossa disciplina! Este livro
auxiliará você em seus estudos e a compreender melhor a drenagem linfática.
O conteúdo deste livro e as orientações contribuirão positivamente para o
direcionamento do processo de ensino e aprendizagem.

A elaboração deste livro de estudos tem como finalidade direcionar


você a ordenar os conteúdos e aspectos práticos e teóricos que o auxiliarão
no desenvolvimento global do seu estudo, agregando conhecimento e
possibilitando, no final do curso, sua inserção no mercado de trabalho,
através do seu mérito e dedicação.

Assim, convidamos você a conhecer, brevemente, cada unidade que


será abordada neste livro de estudos.

Na Unidade 1, você compreenderá os aspectos relacionados à


Biossegurança e Anatomia e Fisiologia aplicada ao sistema linfático. Na
Unidade 2, você estudará a fisiopatologia do sistema linfático, as indicações,
contraindicações, cuidados que devem ser tomados e os principais métodos
utilizados na drenagem linfática. Na Unidade 3, você compreenderá os
recursos e as aplicações da drenagem linfática.

Nesse contexto delineamos os assuntos importantes a serem conhecidos


e, dessa forma, convidamos você para se inteirar e assimilar este conhecimento.

Desejamos a você uma ótima leitura!

Bons estudos!

III
NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto


para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!

IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO...................................1

TÓPICO 1 – BIOSSEGURANÇA E HISTÓRIA DO SISTEMA LINFÁTICO..............................3


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................3
2 BIOSSEGURANÇA APLICADA À ESTÉTICA...............................................................................3
3 HISTÓRICO DO SISTEMA LINFÁTICO........................................................................................10
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................13
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................14

TÓPICO 2 – HISTÓRICO.......................................................................................................................15
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................15
2 ANATOMIA DO SISTEMA LINFÁTICO........................................................................................15
2.1 TOPOGRAFIA DO SISTEMA LINFÁTICO..................................................................................16
2.1.1 A linfa – transporte e circulação............................................................................................20
3 VIAS LINFÁTICAS...............................................................................................................................23
4 LINFONODOS.......................................................................................................................................25
5 ÓRGÃOS LINFÁTICOS.......................................................................................................................31
6 SISTEMA LINFÁTICO E SUA RELAÇÃO IMUNOLÓGICA......................................................38
7 SISTEMA LINFÁTICO E DRENAGEM ...........................................................................................41
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................42
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................43

TÓPICO 3 – ANATOMIA DO SISTEMA LINFÁTICO....................................................................45


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................45
2 SISTEMA LINFÁTICO.........................................................................................................................45
2.1 FORÇA DE STARLING....................................................................................................................46
2.2 FILTRAÇÃO E REABSORÇÃO......................................................................................................47
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................50
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................52
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................53

UNIDADE 2 – DRENAGEM LINFÁTICA...........................................................................................55

TÓPICO 1 – FISIOPATOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO........................................................57


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................57
2 EDEMA E LINFEDEMA.......................................................................................................................57
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................67
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................68

TÓPICO 2 – INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES E CUIDADOS .........................................69


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................69
2 GESTANTES...........................................................................................................................................70
3 PÓS-OPERATÓRIO DE MASTECTOMIA......................................................................................72
4 FIBROEDEMA GELOIDE....................................................................................................................75

VII
5 PERÍODO MENSTRUAL – TPM......................................................................................................77
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................81
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................82

TÓPICO 3 – PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA......................................83


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................83
2 VODER..................................................................................................................................................83
3 LEDUC...................................................................................................................................................87
4 FÖLDI.....................................................................................................................................................90
5 GODOY..................................................................................................................................................94
6 COMPARAÇÃO DAS TÉCNICAS...................................................................................................103
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................106
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................113
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................114

UNIDADE 3 – RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA.......115

TÓPICO 1 – RECURSOS UTILIZADOS NA DRENAGEM LINFÁTICA...................................117


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................117
2 DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL ............................................................................................117
3 BAMBUTERAPIA................................................................................................................................119
4 COMPRESSÃO PNEUMÁTICA OU PRESSOTERAPIA............................................................120
5 BANDAGENS......................................................................................................................................122
6 ELETROTERÁPICO............................................................................................................................123
6.1 LASERTERAPIA ............................................................................................................................124
6.2 ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA DE ALTA VOLTAGEM (EVA)...................................................125
6.3 ULTRASSOM...................................................................................................................................125
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................128
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................129

TÓPICO 2 – APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA....................................131


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................131
2 FACE ......................................................................................................................................................131
3 TRONCO...............................................................................................................................................137
4 MEMBROS SUPERIORES.................................................................................................................143
5 MEMBROS INFERIORES..................................................................................................................146
6 GESTANTES.........................................................................................................................................153
6.1 DESCRIÇÃO DA TÉCNICA.........................................................................................................154
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................158
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................159

TÓPICO 3 – DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS-OPERATÓRIO...............................................161


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................161
2 MAMOPLASTIA.................................................................................................................................162
3 MASTECTOMIA.................................................................................................................................165
4 ABDOMINOPLASTIA.......................................................................................................................171
5 LIPOASPIRAÇÃO...............................................................................................................................174
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................176
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................179
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................180

REFERÊNCIAS........................................................................................................................................181

VIII
UNIDADE 1

ANATOMIA E FISIOLOGIA DO
SISTEMA LINFÁTICO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• relembrar a biossegurança aplicada para a estética;

• estudar a história do sistema linfático;

• estudar o sistema linfático;

• conhecer a anatomia do sistema linfático;

• compreender a fisiologia do sistema linfático.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – BIOSSEGURANÇA E HISTÓRIA DO SISTEMA LINFÁTICO

TÓPICO 2 – HISTÓRICO

TÓPICO 3 – ANATOMIA DO SISTEMA LINFÁTICO

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

BIOSSEGURANÇA E HISTÓRIA DO SISTEMA LINFÁTICO

1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, você já parou para pensar em todos os riscos a que está
exposto no seu futuro ambiente de trabalho? Quais os cuidados que devem ser
tomados? Quais EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) você futuramente
terá que utilizar?

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (apud TEIXEIRA; VALLE, 1996),


biossegurança é definida como o conjunto de ações voltadas para a prevenção
e proteção do trabalhador, minimização de riscos inerentes às atividades de
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços,
visando à saúde do homem, a dos animais, à prevenção do meio ambiente e
qualidade dos resultados.

Para Costa e Costa (2002), a Biossegurança é ainda uma ação educativa,


que através da agregação de conhecimentos técnicos, propicia a segurança da
saúde do homem e do meio ambiente em âmbito geral através de um sistema de
ensino-aprendizagem.

2 BIOSSEGURANÇA APLICADA À ESTÉTICA


Na estética, a biossegurança consiste em ações de prevenção de doenças
no ambiente de trabalho. Sabemos que quando se trata da relação de contato
profissional-cliente, os riscos de serem transmitidas doenças que vão desde
um simples resfriado, até uma micose, hepatite e AIDS, existem. Portanto, é
fundamental a assepsia e antissepsia das mãos, a lavagem com sabonete líquido
antes e depois de cada procedimento, antes de colocar luvas e depois de retirá-las
e o uso de antissépticos que destroem as bactérias (CTSB, 2017).

A apresentação do profissional também é de extrema importância, não


somente por questão visual, mas pela higiene, pois unhas compridas acumulam
sujidades. Cabelos soltos são fontes de transmissão, sapatos abertos não protegem
o profissional e o uso do avental é justamente para que haja uma separação
entre o ambiente externo e o de trabalho, preservando a integridade higiênica
do contato profissional-cliente. Além do uso imprescindível dos chamados EPIs

3
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

(Equipamentos de Proteção Individual), que são as máscaras que protegem da


inalação de aerossóis, protetores oculares, aventais e gorros que protegem de
respingos, e as luvas que devem ser sempre usadas em procedimentos que entrem
em contato com secreções, devendo ser descartadas após o uso (CTSB, 2017).

A limpeza do ambiente é essencial e deve ser obrigatoriamente arejado,


com toda estrutura organizacional, lixeiras de pedal, para que não se tenha contato
com o lixo, mantendo os materiais perfurocortantes separados do lixo comum,
além do uso de lençol, espátula e materiais de apoio descartáveis, e os que não
forem, realizar a limpeza correta, com a desinfecção primeiramente com água e
sabão, depois adequando a limpeza de acordo com o material, a esterilização com
soluções como álcool a 70% ou autoclave (CTSB, 2017).

A visão da biossegurança é ampla, sendo ela um conjunto de normas


e procedimentos estipulados através de Normas Regulamentadoras (NRs)
e legislações orientadas pela ANVISA, o Ministério da Saúde e do Trabalho,
Fundação Oswaldo Cruz, entre outras instituições. Veremos a seguir as principais
normas a serem seguidas pelos profissionais tecnólogos-esteticistas, assim como
os principais riscos encontrados em seu ambiente de trabalho (INACIO et al., s.d.).

De acordo com a Portaria n° 3.214, do Ministério do Trabalho do Brasil de


1978, os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos, riscos
biológicos, bioquímicos e químicos, físico-acidentais e ergonômicos.

Entende-se por risco biológico qualquer tipo de ser vivo que possa
apresentar algum tipo de ameaça: bactérias, leveduras, fungos, parasitas e também
outros seres humanos. O risco pode ficar em materiais usados pelos profissionais
(alicates, espátulas, escovas, máscaras, luvas, touca, entre outros).

Risco químico é quando se envolve algum perigo ao manusear materiais


químicos que podem causar danos físicos ou prejudicar a saúde, podemos dizer
que substâncias tóxicas se encaixam nessa categoria.

Risco físico-acidentais envolvem riscos com equipamentos, máquinas


usadas pelo profissional de estética, e também a infraestrutura e instalação da
clínica. Essa categoria inclui temperaturas excessivas, vibrações, radiações,
umidade, eletricidade e incêndio.

E os riscos ergonômicos que englobam a engenharia humana são fatores


que também podem entrar na categoria de riscos físicos, inclui-se aqui o esforço
físico, postura inadequada durante procedimentos, situação de estresse e
monotonia/repetitividade (CTSB, 2017).

Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) atuam como barreiras


protetoras, a fim de evitar o contato do profissional com o material biológico.
Segundo a definição de Brasil (1978, s.p.), “É todo dispositivo ou produto, de uso
individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis
de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. Dentre os principais estão:
4
TÓPICO 1 | BIOSSEGURANÇA E HISTÓRIA DO SISTEMA LINFÁTICO

• Luvas descartáveis – caracterizam-se por promover uma boa barreira mecânica


para as mãos do profissional e para a pele do cliente. Devem ser usadas quando
houver a possibilidade do profissional se contaminar ou entrar em contato com
sangue, secreções, mucosas, tecidos e lesões sobre a pele (RAMOS, 2009). De
acordo com Guandalini et al. (1998) e Andrade et al. (2008), as luvas devem ser
usadas quando houver a manipulação de artigos ou superfícies contaminadas.
Ressalta-se ainda que elas não devam ser reutilizadas por perderem sua
efetividade na proteção, devendo posteriormente ser descartadas em lixo
contaminado. O uso das luvas não substitui a lavagem das mãos, por este
motivo as mãos devem ser lavadas de forma correta, antes e após a inserção
deste equipamento de proteção individual (Figura 1) (ANDRADE, 2008).
• Máscara facial descartável – usa-se quando houver risco de respingo em mucosa
oral e nasal, protegendo as vias aéreas superiores de micro-organismos contidos
nas partículas de aerossóis, quando há um acesso de tosse, espirro ou fala
(BRASIL, 2004; GUANDALINI et al. 1998). Em vista disso, nos procedimentos
de estética facial, o uso desse EPI é de suma importância pela proximidade entre
cliente e profissional, evitando a contaminação cruzada. Visa acrescentar que,
durante o procedimento não se deve puxar a máscara para a região do pescoço
(pois esta é considerada contaminada), além de trocá-la quando ficar úmida, no
intervalo de cada cliente, e não ser reutilizada (BRASIL, 2004; GUANDALINI
et al.1998). O profissional deve considerar algumas características ao comprar
máscaras, as quais devem: ser confortáveis; ter boa adaptação aos contornos
faciais; não tocar os lábios ou a ponta do nariz; não irritar a pele; não provocar
o embaçamento dos óculos; ter boa capacidade de filtração; ser descartável
(Figura 1) (CTSB, 2017).
• Touca ou gorro descartável - o emprego da touca pelo profissional previne
contaminação cruzada de paciente/profissional (por micro-organismos ou
até mesmo piolhos). A touca pode ser utilizada tanto por profissionais como
clientes, devendo cobrir todo o cabelo deles (GUANDALINI et al,1998). O
profissional deve prender os cabelos, sem deixar mechas aparentes, de forma
que o gorro cubra todo o cabelo e orelhas, conforme demonstra a Figura 1. Ao
retirar o gorro, esse deve ser puxado pela parte superior central e descartado
no lixo, devendo ser trocado entre os atendimentos sempre que houver
necessidade, devido ao suor e às sujidades. Gorros descartáveis não devem
ser guardados, pois representam um meio bastante propício à proliferação de
bactérias (CTSB, 2017).
• Jaleco - nos procedimentos de estética facial, utiliza-se o jaleco, pois poderá ocorrer
risco de respingos de material orgânico ou o contato com líquidos. O uso do jaleco
protege o profissional da exposição a sangue e fluídos corpóreos e de respingos
de material infectado. Baseando-se nisso, a sua utilização evita a transmissão de
doenças não fazendo o transporte de micro-organismos para outras localidades
(BRASIL, 2004). Deve ser de manga longa com punho comprido, com tecido
resistente, de preferência na cor branca, deve ser utilizado com todos os botões
fechados durante os atendimentos e com o nome do tecnólogo em estética
gravado na parte superior do avental, para identificação do trabalhador (Figura
1) (INACIO et al. s.d.). Os aventais devem ser trocados sempre que apresentarem
sujidades e contaminação visível seja por sangue ou por secreções orgânicas.
Devem ser utilizados somente na área de trabalho e nunca devem ser guardados
no mesmo local onde são guardados objetos pessoais (CTSB, 2017).
5
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

• Calçado fechado e calça comprida – o calçado fechado e a calça comprida são


procedimentos de segurança adotados com o intuito de evitar que secreções
orgânicas ou materiais de trabalho sejam lançados sobre os pés do profissional,
evitando acidentes e a transmissão de doenças (GUANDALINI et al., 1998).
• Proteção ocular – é indicado o uso de óculos de proteção a fim de evitar que respingos
de sangue ou secreções atinjam os olhos do profissional (GUANDALINI et al.,
1998). Consideramos que os óculos adequados devem possuir barreiras laterais,
ser leves e confortáveis e de transparência a mais absoluta possível, devendo ser
de material de fácil limpeza (Figura 1). Quando os óculos apresentarem sujidades,
devem ser lavados com sabonetes líquidos germicidas ou soluções antissépticas,
enxaguados e enxugados com toalha de papel (CTSB, 2017).

FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL, ÓCULOS, LUVAS,


GORRO E MÁSCARA, JALECO OU AVENTAL, RESPECTIVAMENTE

FONTE: CTSB (2017)

Em face do exposto, considera-se que os EPIs são de suma importância na


prática da estética, pois eles agem como barreiras mecânicas contra micro-organismos.
Entretanto, apenas o emprego dos EPIs é suficiente para evitar a transmissão de
doenças, faz-se necessário o emprego de procedimentos de higienização pessoal, dos
utensílios utilizados e do ambiente de trabalho (INACIO et al., s.d.).

A higiene pessoal do profissional de estética consiste não apenas em manter uma


boa aparência, mas também em evitar contaminações e transmissões de micro-organismos
entre os clientes. Para isso, é imprescindível manter as mãos limpas, as unhas cortadas
(curtas), e se estiver com esmaltes, utilizar cores claras ou translúcidas. Os cabelos devem

6
TÓPICO 1 | BIOSSEGURANÇA E HISTÓRIA DO SISTEMA LINFÁTICO

estar presos durante toda estadia no local de trabalho e durante os procedimentos devem
estar envolvidos pela touca descartável. A maquiagem pode ser utilizada de forma discreta.
Em relação às bijuterias, é liberado o uso de brincos em tamanhos discretos, já anéis, pulseiras
e relógios não podem ser usados durante os atendimentos (VIEIRA; ANDRADE, 2017).

A adequada higienização das mãos do profissional de estética se faz


necessária e é essencial. Dentro do raciocínio de Brasil (2004), cerca de 80% das
infecções hospitalares podem ser evitadas através da correta higienização das mãos.

O método de higienização das mãos também pode ser nomeado como


antissepsia, a qual visa eliminar micro-organismos presentes em tecidos vivos através
de agentes antimicrobianos (HIRATA; MANCINI, 2002; TEIXEIRA; VALLE, 1996).

Esse procedimento de higienização das mãos deve ser realizado antes e


depois do atendimento ao cliente, visando assegurar “a eliminação do maior número
de agentes microbianos contraídos da rua ou mesmo do trânsito” (GUIMARÃES,
2007, p. 30). Entretanto, Brasil (1994) adverte que o uso das luvas não dispensa a
lavagem das mãos antes e após procedimentos. Para Borges (2006), esse procedimento
de higienização das mãos previne contra a infecção cruzada, que é desencadeada
pela vinculação de microrganismos de um paciente para o outro, de paciente para
profissional e também de utensílios e objetos para o profissional ou cliente.

De acordo com Guandalini et al. (1998), Oppermann e Pires (2003),


o procedimento de higienização das mãos deverá ser realizado com as unhas
aparadas, para não haver o depósito de resíduos ou micro-organismos.
Corroborando com esses autores, Brasil (2004) e Guandalini et al. (1998) reforçam
que durante o procedimento de higienização das mãos, o profissional não deverá
utilizar acessórios como anéis, relógios e pulseiras, e aconselha-se também que
não os utilize durante todo o atendimento estético.

Brasil (1994), Oppermann e Pires (2003) e Brasil (2004) recomendam a


seguinte sequência para lavagem das mãos:

• sem tocar na pia, abrir a torneira;


• aplicar sabonete líquido;
• ensaboar as mãos, friccionando-as por aproximadamente 15 segundos, em
todas as superfícies, como o dorso da mão, punhos e antebraços, a região
palmar, entre os dedos e ao redor das unhas (Figura 2);
• enxaguar as mãos, retirando totalmente a espuma;
• secar as mãos com papel toalha descartável;
• fechar a torneira com papel toalha descartável;
• descartar o papel toalha na lixeira sem tocar na borda ou na tampa;
• realizar a antissepsia com álcool 70%, deixando-o secar naturalmente.

Conclui-se que a higienização das mãos do profissional é apenas um dos


meios para a prevenção de doenças na cabine de estética, pois a utilização de
todas as condutas de biossegurança não só garante uma postura profissional
adequada, mas torna os procedimentos estéticos mais seguros para a saúde de
clientes e profissionais (INACIO et al., s.d.).

7
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

FIGURA 2 – PROCEDIMENTO DA LAVAGEM DAS MÃOS

0 1 2

Molhe as mãos com água Cubra as mãos com a Esfregue bem as palmas
espuma do sabão

3 4 5

Esfregue o dorso com Lave as palmas com os Esfregue a base dos dedos
a palma das mãos dedos entrelaçados nas palmas das mãos

6 7 8

Limpe o polegar esquerdo Esfregue novamente as Enxague todo o sabão


com a palma da mão palmas das mãos com
direita e vice-versa a ponta dos dedos

9 10 11

Enxugue as mãos com Use esta mesma toalha Pronto, suas mãos estão
uma toalha descartável para desligar a torneira completamente limpas!
FONTE: CTSB (2017)

É importante ressaltar que em ambientes coletivos onde há convivência


de pessoas com origem e costumes diversificados, faz-se necessário adotar
procedimentos de higienização diferentes dos comumente utilizados em ambientes
domésticos. De acordo com o Decreto nº 23.915 da Covisa (Vigilância Sanitária
Municipal), os profissionais de beleza devem seguir as seguintes normas sanitárias:

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TÓPICO 1 | BIOSSEGURANÇA E HISTÓRIA DO SISTEMA LINFÁTICO

• possuir paredes e pisos lisos e impermeáveis para não acumular micro-


organismos, poeira ou resquícios de secreções;
• deve ter: lixeira de pedal com saco plástico para descarte de material contaminado,
lavatório com sabonete líquido e papel toalha;
• maca com superfície lisa ou lavável, forrada de lençol TNT ou papel branco
(resistente);
• todos descartáveis devem ser trocados a cada cliente;
• mesa auxiliar (carrinho) com superfície lisa e lavável, para acomodar bandeja
forrada com papel toalha para os materiais de uso;
• utilizar instrumentos esterilizados ou descartáveis (CTSB, 2017).

Na cabine de estética ou na clínica, o esteticista deve estar atento para


higienização de materiais e do ambiente que consiste em remover materiais estranhos
como sujidades e matéria orgânica de superfícies e objetos. Comumente é feita através
da aplicação de água, detergente e ação mecânica (TEIXEIRA; VALLE, 1996).

Corroborando com Teixeira e Valle (1996), Brasil (1994) também enfatiza


que a limpeza poderá ser realizada com o auxílio de esponjas, escovas, panos.
Já na compreensão de Oppermann e Pires (2003) e Ramos (2009) alguns dos
produtos que podem ser empregados para a limpeza são: detergente líquido
comum ou detergente enzimático.

Salienta-se que a limpeza prévia é obrigatória anteriormente à desinfecção


e esterilização, pois diminui resíduos de matéria orgânica e o número de micro-
organismos, auxiliando consequentemente na ação do desinfetante e no processo de
esterilização, obtendo-se por fim melhor eficácia aos processos realizados (HIRATA;
MANCINI, 2002; MASTROENI, 2005). Do mesmo modo, Oppermann e Pires (2003)
também advertem que a limpeza deve ser sempre realizada como primeira etapa de
desinfecção ou esterilização, garantindo assim a qualidade destes processos.

A desinfecção é um procedimento químico que destrói parcialmente


micro-organismos presentes em objetos, mas não inibe todos por completo, os
esporos bacterianos ainda ficam ativos com a desinfecção (TEIXEIRA; VALLE,
1996; GUANDALINI et al., 1998).

Existem vários agentes químicos utilizados como desinfetantes, no


entanto, nos deteremos aos mais comuns como o álcool, hipoclorito de sódio
(1%) e compostos quaternários de amônio, por possuírem baixo custo, alta
disponibilidade, fácil manejo, e por possibilitarem uma desinfecção eficiente e
com rápida ação para a prática na estética (INACIO, et al., s.d.).

• Álcool: é utilizado tanto como desinfetante de superfícies ou como antissépticos


para a pele (GUANDALINI et al., 1998). De acordo com Brasil (1994), as
aplicações em artigos e superfícies deverão ser realizadas com álcool a 70%,
friccionando-o, logo após, deixando-os secar. Ele pode ser aplicado em vidros,
artigos metálicos, macas etc. O álcool, por possuir baixo custo e disponibilidade,
é um dos desinfetantes mais utilizados (TEIXEIRA; VALLE, 1996).

9
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

• Hipoclorito de sódio: a concentração indicada é de 1% por 30 minutos,


entretanto esses agentes têm seu espectro de ação aumentado, quanto maior for
sua concentração e tempo de contato. Esses agentes químicos por serem à base
de cloro reagem rapidamente com a matéria orgânica, logo, a limpeza prévia
dos artigos fornece maior eficácia e ação do desinfetante. Destaca-se, segundo
Mastroeni (2005), que estes são os desinfetantes mais utilizados devido ao
baixo custo e largo espectro de ação. Esse mesmo agente não deve ser utilizado
em metais devido a sua ação corrosiva (HIRATA; MANCINI, 2002).
• Compostos quaternários de amônio: esses agentes são substâncias detergentes
catiônicas com propriedade germicida, sendo utilizados a uma concentração
de 0,2% (2.000mg/L) para superfícies não críticas como pisos, mobiliários e
paredes (MASTROENI, 2005). Entretanto, estes agentes químicos são inativos
por material orgânico, e por detergentes não iônicos e sabões.

O ambiente de trabalho, além de limpo e desinfetado, deve ser calmo e silencioso


para proporcionar relaxamento ao cliente. A área de tratamento deve ter temperatura
agradável, sendo climatizada em torno de 23°, sem correntes de ar. A maca de altura
ajustável é a mais útil, do tipo que possui um mecanismo de elevação em cada extremidade
e uma seção removível para acomodar o nariz quando o paciente está deitado em decúbito
ventral. A maca deve ser recoberta por um lençol descartável que deve ser trocado a cada
atendimento. Lençóis devem estar disponíveis caso o paciente refira sensação de frio. 
Cunhas e rolos de posicionamento, além de travesseiros de diferentes alturas para
posicionar o paciente de maneira adequada e confortável e de forma que facilite o
retorno linfático devem estar disponíveis (CTSB, 2017).

O ambiente terapêutico deve ser claro e sem muitos objetos e enfeites, que
dificultem a higienização do local. Aromatizantes de ambientes como incensos
e sprays devem respeitar o gosto do paciente, pois não são todas as pessoas que
os apreciam. Música relaxante complementa satisfatoriamente um ambiente
propício ao relaxamento (CTSB, 2017).

3 HISTÓRICO DO SISTEMA LINFÁTICO


A descoberta do sistema linfático tem uma história longa e fascinante. 

Hipócrates  foi uma das primeiras pessoas que mencionou o  sistema


linfático no século V a.C. Em seu trabalho "Sobre as articulações", ele menciona
brevemente os gânglios linfáticos (CHIKLY, 1998).

Rufus de Éfeso, um médico romano, identificou os gânglios linfáticos


axilares, inguinais e mesentéricos, assim como o timo no início do século II d.C. A
primeira menção dos vasos linfáticos ocorreu no século III d.C. por Herófilo, um
anatomista grego que vivia em Alexandria (CHIKLY, 1998).

Até o século XVII, as ideias de Galeno foram as que mais prevaleceram.


Acreditava-se que o sangue era produzido pelo fígado a partir do quilo, e que
este sangue era consumido por todos os órgãos do corpo. Esta teoria exigia que o
sangue fosse consumido e produzido muitas vezes (CHIKLY, 1998).
10
TÓPICO 1 | BIOSSEGURANÇA E HISTÓRIA DO SISTEMA LINFÁTICO

Nos tempos antigos, apenas os componentes macroscópicos do sistema linfático


foram descritos, embora sejam mal interpretados, incluindo os linfonodos e lacteais,
sendo estes últimos facilmente identificados devido ao seu conteúdo semelhante ao
leite. Por cerca de 15 séculos, a aceitação dogmática das noções de Galeno não permitiu
um progresso significativo na medicina.  Após a revolução de Vesalius nos estudos
anatômicos, novos conhecimentos foram acumulados, e o século XVII foi a idade de
ouro para a investigação do sistema linfático com várias descobertas: lacteais intestinais
(Gaspare Aselli), bursa cloacal (Hieronimus Fabricius de Acquapendente), reservatório
de o quilo (Jean Pecquet), vasos linfáticos extraintestinais (disputa de Thomas Bartholin e
Olaus Rudbeck), circulação da linfa hepática (Francis Glisson). No século do Iluminismo,
Frederik Ruysch descreveu a função das válvulas linfáticas, e Paolo Mascagni forneceu
uma magnífica iconografia da rede linfática em humanos (NATALE et al., 2017).

O século XVII viu várias descobertas emergentes e quase simultâneas no


campo da linfologia. No entanto, Olof Rudbeck (1630-1708) da Suécia, um verdadeiro
gênio científico, que dominou a botânica, química, física, matemática, astronomia,
música, desenho, arquitetura e engenharia, e tornou-se o reitor da Faculdade de
Upsala, foi provavelmente o primeiro anatomista a considerar corretamente a
circulação linfática como um sistema integrado de todo o corpo (CHIKLY, 1998).

Nos últimos tempos, Leonetto Comparini realizou reconstruções tridimensionais


dos vasos linfáticos do fígado, e Kari Alitalo descobriu o sistema de fator de crescimento
linfático/receptor. Longe de uma compreensão completa de sua anatomia e função, o
sistema linfático ainda precisa ser profundamente examinado (NATALE et al., 2017).

Em relação à drenagem linfática, de acordo com Giardini (1999), Emil Vodder


(1896-1986), fisioterapeuta e biólogo dinamarquês e sua esposa Estrid Vodder, no ano
de 1932, iniciaram seus estudos sobre o sistema linfático, dando origem à drenagem
linfática manual (figura 3). Tal técnica baseou-se na longa experiência adquirida por
Emil Vodder e sua esposa com técnicas de massagens em Cannes, Riviera Francesa.
Eles observaram que muitas pessoas apresentavam quadros gripais crônicos nos
quais se detectava um aumento dos linfonodos na região cervical. Obtiveram a
melhora desses quadros com determinados tipos de movimento de estimulação
física (massagem) realizados na região envolvida. A partir dessas observações,
desenvolveu-se a técnica de drenagem linfática manual, com a sistematização de
alguns tipos de movimentos e da orientação do sentido de drenagem (KURZ, 1997).

Em 1936, após profundos estudos e experiências, Dr. Vodder apresentou, em


Paris (França), este novo e revolucionário método de massagem. Inicialmente, a técnica
foi divulgada nos congressos de estética, sendo realizada por esteticistas, biólogos e
outros profissionais adeptos. Nos últimos anos, com a incorporação da drenagem
linfática manual como parte importante do tratamento do linfedema, os médicos
passaram a estimular sua prática por parte de fisioterapeutas e outros profissionais
afins, como terapeutas ocupacionais e enfermeiros (GODOY; GODOY, 2004).

Entre os médicos que iniciaram a utilização da técnica, destacam-se os trabalhos


de Asdonk, em 1963, que incorporou a drenagem linfática como parte do tratamento
médico, iniciando uma série de contribuições ao procedimento (PARTSCH, 2000).
11
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

Segundo Vinyes (2005), nos últimos anos de sua vida, Vodder cedeu a
representação de seu método à escola de Walchsee, na Áustria e ao professor
Foldi na Alemanha. A grande demanda de aprendizagem da drenagem linfática
manual tem dado lugar a outras novas escolas que colocam em prática o método,
compartilhando conceitos, simplificando e destacando o essencial da drenagem
linfática manual, tornando-o mais compreensível e facilitando sua aprendizagem.

Em meados de 1967, foi criada a Sociedade de Drenagem Linfática Manual,


a qual, a partir de 1976, foi incorporada à Sociedade Alemã de Linfologia. Entre
os principais grupos que utilizam a técnica estão: Földi, Leduc, Asley-Smith,
Nieto, Ciucci, Beltramino, Mayall e outros. Devemos salientar que tais grupos
acrescentaram suas contribuições individuais, principalmente no tratamento de
pacientes portadores do linfedema, porém mantiveram os princípios preconizados
por Vodder (GODOY; GODOY, 2004).

No Brasil, a esteticista Waldtraud Ritter Winter é a precursora da drenagem


linfática manual Vodder. Ela fez o curso ministrado pelo próprio casal Estrid e Emil
Vodder, na Alemanha, em 1969, na Escola de Estética Lise Stiébre. Após seu retorno
ao Brasil, Waldtraud começou a colocar em prática seus novos conhecimentos em
sua sala em um prédio comercial no centro de Belo Horizonte, onde tratava suas
clientes de estética, incluindo a drenagem linfática em seus tratamentos. Ela pôde
notar que suas clientes relaxavam com mais facilidade, conseguindo também
resultados significativos no tratamento de stress e ansiedade (DEVILLA, s.d.).

FIGURA 3 – EMIL VODDER E SUA ESPOSA ESTRID

FONTE: <http://www.espacocorpocampinas.com/blog/estetica-corporal/conheca-a-origem-
da-drenagem-linfatica/>. Acesso em: 6 out. 2018.

12
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• A biossegurança consiste em ações de prevenção de doenças no ambiente de


trabalho.

• A visão da biossegurança é ampla, sendo ela um conjunto de normas e


procedimentos estipulados através de Normas Regulamentadoras (NRs) e
legislações orientadas pela ANVISA, o Ministério da Saúde e do Trabalho,
Fundação Oswaldo Cruz, entre outras instituições.

• Os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) são as máscaras que protegem


da inalação de aerossóis, protetores oculares, jalecos que protegem de respingos,
e as luvas que devem ser sempre usadas em procedimentos que entrem em
contato com secreções, devendo ser descartadas após o uso.

• Na cabine de estética ou na clínica, o esteticista deve estar atento à higienização


de materiais e do ambiente que consiste em remover materiais estranhos como
sujidades e matéria orgânica de superfícies e objetos.

• Hipócrates foi uma das primeiras pessoas que mencionou o sistema linfático.

• Emil Vodder e sua esposa Estrid Vodder, no ano de 1932, iniciaram seus
estudos sobre o sistema linfático, dando origem à drenagem linfática manual.

• No Brasil, a esteticista Waldtraud Ritter Winter é a precursora da drenagem


linfática manual Vodder.

13
AUTOATIVIDADE

1 As ações de biossegurança em saúde são primordiais para a promoção e


manutenção do bem-estar e proteção à vida. A negligência quanto às normas de
biossegurança nas clínicas de estética subestima a vulnerabilidade do ser humano
às contaminações. Descreva os EPIs utilizados para o atendimento estético:

2 A descoberta do sistema linfático tem uma longa e fascinante história. Com


relação ao histórico, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Desde antigamente todos os componentes do sistema linfático já foram


descritos.
b) ( ) A esteticista Waldtraud Ritter Winter é a precursora da drenagem
linfática manual Vodder, no mundo.
c) ( ) A esteticista Waldtraud Ritter Winter é a inventora da drenagem linfática
manual Vodder.
d) ( ) Os principais grupos que utilizam a técnica são: Földi, Leduc, Asley-
Smith, Nieto, Ciucci, Beltramino, Mayall e outros.

14
UNIDADE 1
TÓPICO 2

HISTÓRICO

1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, quando falamos em drenagem linfática, é fundamental
sabermos as funções, as estruturas, os conceitos, a fisiologia, a anatomia do sistema
linfático, quais são fundamentais para a compreensão dessa e a aplicabilidade
dos recursos estéticos. Por isso, é necessário aprofundar os estudos para que
possa entendê-las e assim colocar em prática nos seus protocolos de atendimento.

Segundo Guirro e Guirro (2004), o sistema linfático está associado ao


sistema sanguíneo, tanto anatomicamente quanto funcionalmente. Guyton
e Hall (2006), relatam que o sistema linfático possui uma via em que os
líquidos dos espaços intersticiais fluem para o sangue, independentemente
do sangue transportar os materiais para as células, pois quem fará essa
transmissão entre o sangue e o tecido é o sistema linfático.

Para Goss (1988, p. 598.), “o sistema linfático é uma grande rede de


capilares, que coletam a linfa nos variados órgãos e tecidos do organismo
e a encaminham dos capilares linfáticos para a circulação sanguínea”.

2 ANATOMIA DO SISTEMA LINFÁTICO


O sistema linfático tem sua origem embrionária no mesoderma,
desenvolvendo-se junto aos vasos sanguíneos. Durante a vida intrauterina,
algumas modificações no desenvolvimento embrionário podem surgir,
constituindo assim, características morfológicas pessoais, que variam entre
os indivíduos (GARRIDO, 2000). Este sistema representa uma via auxiliar
de drenagem do sistema venoso. Os líquidos provenientes do interstício são
devolvidos ao sangue através da circulação linfática, que está intimamente ligada
à circulação sanguínea e aos líquidos teciduais (RIBEIRO, 2004).

15
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

De acordo com Guirro e Guirro (2004), o sistema linfático se assemelha ao


sanguíneo, porém, existem diferenças entre esses dois sistemas, como ausência de
um órgão bombeador no sistema linfático, além deste ser microvasculotissular.
As artérias e veias do sistema de vasos sanguíneos formam uma circulação
completa ou fechada, que é impulsionada pelo coração. O sistema de vasos
linfáticos forma apenas uma meia circulação que se inicia cegamente no tecido
conjuntivo e desemboca pouco antes do coração, nas veias. O fluxo linfático é
impelido principalmente pela contração dos linfangions e também através das
atividades musculares (HERPERTZ, 2006).

É constituído de uma extensa rede de capilares e amplos vasos coletores,


linfonodos e órgãos linfoides (linfonodo, tonsilas, baço e timo) (SPENCE, 1991).
E tem como uma de suas funções, ação imunológica à ativação da resposta
inflamatória e o controle de infecções. Através de sua simbiose com os vasos
sanguíneos, regula o balanço do fluído tissular. Esse delicado balanço é possível
pelo transporte unidirecional de proteínas do tecido para o sistema sanguíneo.
Em conjunção com o trabalho dos vasos, o sistema linfático mantém o equilíbrio
entre a filtração e a reabsorção dos fluídos tissulares (MILLER, 1994).

As moléculas de proteínas transportam oxigênio e nutrientes para as


células dos tecidos, onde então removem seus resíduos metabólicos. Várias
moléculas de proteínas que não conseguem ser transportadas pelo sistema
venoso são retornadas ao sistema sanguíneo através do sistema linfático.
Consequentemente, o líquido linfático se torna rico em proteínas, mas também
transporta células adiposas, e outras macromoléculas. A circulação normal de
proteínas requer um funcionamento adequado dos vasos linfáticos, caso contrário,
os espaços intersticiais podem ficar congestionados (MILLER, 1994).

Veremos a seguir a topografia e as estruturas do sistema linfático.

2.1 TOPOGRAFIA DO SISTEMA LINFÁTICO


A linfa é recolhida por capilares próprios, mais irregulares que os
sanguíneos. Esses capilares são tubos endoteliais que vão se anastomosando
(unindo-se) cada vez mais, até formar coletores linfáticos maiores. Durante seu
trajeto em direção ao sistema venoso central, os coletores linfáticos apresentam
linfonodos interpostos, estes linfonodos, em forma e quantidade variável, podem
estar presentes em grupos ou isolados. Entre os grupos, os principais são os
cervicais, os axilares e os inguinais (Figura 4, 5, 6 e 7) (PITTA et al., 2003).

Os troncos coletores dos membros inferiores e pelve unem-se até formar


os troncos lombares direito e esquerdo, estes troncos, juntamente com o tronco
intestinal que traz a maior parte da linfa do sistema digestório terminam na
cisterna do quilo, que é uma estrutura de forma variável, presente em cerca de
54% dos indivíduos (Figura 6) (PITTA et al., 2003).

16
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

Quando presente, a cisterna do quilo está posteriormente à origem da artéria


renal direita, ou muito próxima a ela, entre os pilares do diafragma, ou em alguns
casos, junto ao pilar direito. O tronco intestinal pode ser único, duplo ou múltiplo e
terminar na cisterna do quilo ou no tronco lombar esquerdo (PITTA et al., 2003).

De cada lado do tórax, desce um tronco intercostal, que termina diretamente
no ducto torácico, sendo que o esquerdo frequentemente termina na cisterna do quilo.

Emergindo da cisterna do quilo em direção ao pescoço para terminar no


ângulo entre as veias jugular interna e subclávia esquerda, temos o maior ducto
linfático do corpo em calibre e em comprimento, que é o ducto torácico. Ao chegar
ao pescoço, o ducto forma um arco antes de terminar no ângulo venoso, podendo
também terminar na veia jugular interna esquerda. Essa terminação pode ocorrer de
forma bastante variável, como um vaso único, em forma de plexo, de forma insular
(quando o vaso se divide e depois se une novamente). O arco do ducto torácico pode
ser facilmente lesado nesse ponto, durante procedimentos clínicos e cirúrgicos, como
por exemplo, nas punções percutâneas da veia subclávia (PITTA et al., 2003).

A parte cervical do ducto torácico, normalmente recebe o tronco subclávio,


que drena a linfa do membro superior esquerdo, o tronco jugular que recebe a linfa
da metade esquerda da cabeça e pescoço e o tronco broncomediastínico, que drena
a linfa da metade esquerda do tórax. Os homônimos dos três troncos mencionados,
no lado direito, drenam para o ducto linfático direito (Figura 4) (PITTA et al.,
2003). Portanto, fica fácil imaginar que o território de drenagem do ducto torácico
corresponde aos membros inferiores (Figura 8 e 9), todo abdome, metade esquerda
do tórax, da cabeça e do pescoço e membro superior esquerdo (PITTA et al., 2003).

FIGURA 4 – VASOS LINFÁTICOS E LINFONODOS CERVICAIS


Vasos Linfáticos e Linfonodos das Regiões Oral e Faringea
Linfonodos parotídeos superfíciais
(linfonodos parotídeos profundos
na profundidade dacarótida) Linfonodos mastóides
Linfonodos occipitais

Linfonodo subparotídeo
Linfonodos
esternocleidomastóideos
Linfonodos faciais
(linfonodos bucais)
Linfonodo jugular externo
(linfonodo cervical
superficial lateral)
Linfonodos mandibular Linfonodo jugulodigástrico
e submandibular
Linfonodos laterais profundos
Linfonodos submentais (linfonodos acessórios espinhais)
Linfonodo supra-hióiedo Linfonodo intermediário
Linfonodos tireóideos superiores
Cadeia jugular interna de linfonodos
Linfonodos cervicais profundos (linfonodos cervicais laterais profundos)
anteriores (pré-traqueias e tireóideos) Linfonodo cervical profundo
(profundamente aos músculos) inferior (escalênico)
Linfonodos cervicais superficiais
anteriores (linfonodos jugulares Cadeia de linfonodos
anteriores) cervicais transversos

Tronco jugular
Linfonodo júgulo-omo-hióideo Tronco subclávio e linfonodo
Ducto torácico
Linfonodos supraclaviculares da cadeia subclávia

FONTE: Netter (2008)

17
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

FIGURA 5 – VASOS LINFÁTICOS E LINFONODOS DO MEMBRO SUPERIOR


Vasos Linfáticos e Linfonodos do Membro Superior

Linfonodo deltopeitoral

Linfonodos axilares (junto à veia axilar)

Veia cefálica

Veia basílica

Veia cubital intermédia (mediana)

Linfonodos cubitais
Veia cefálica

Veia basílica

Nota: as setas indicam a


direção da drenagem

FONTE: Netter (2008)

FIGURA 6 – VASOS LINFÁTICOS E LINFONODOS DA PAREDE ABDOMINAL POSTERIOR


Vasos Linfáticos e Linfonodos da Parede Abdominal Posterior
Tronco jugular direito Tronco jugular esquerdo
Tronco subclávio direito Ducto torácico
Tronco subclávio esquerdo
Tronco broncomediastinal direito Tronco broncomediastinal esquerdo
Linfonodos traquibronquiais
Linfonodos intercostais

Ducto torácico Linfonodos mediastinais


Linfonodos frênicos inferiores
Linfonodos celíacos (parte
Cisterna do quilo dos linfonodos pré-aórticos)
Tronco intestinal Linfonodos mesentéricos superiores
(parte dos linfonodos pré-aórticos)
Tronco lombar direito Tronco lombar esquerdo
Linfonodo mesentérico Linfonodos lombares
inferior (parte dos (linfonodos aórticos laterais)
linfonodos pré-aórticos) Linfonodos ilíacos internos
Linfonodos ilíacos comuns
Linfonodos sacrais laterais Linfonodos ilíacos externos
Linfonodos epigástrico inferior Linfonodos inguinais superficiais
Linfonodo de Cloquet ou (grupos epigástrico superficial,
Rosenmüller (mais superior pudendo externo, circunflexo ilíaco
linfonodo inguinal profundo) superficial e safeno magno)
Linfonodos inguinais
profundos
Linfonodos sacrais medianos
FONTE: Netter (2008)

18
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

FIGURA 7 – VASOS LINFÁTICOS E LINFONODOS DA REGIÃO INGUINAL

Vasos Linfáticos e Linfonodos do Membro Inferior


Região Inguinal

Linfonodos ilíacos externos


Nervo femoral

Ligamento inguinal
(de Poupart)
Anel femoral
Ducto (vas) deferente
Ligamento lacunar
(de Gimbernat)
Bainha femoral

Linfonodos inguinais
Canal femoral (aberto) profundos

Artéria e veia temporais Veia safena magna


FONTE: Netter (2008)

FIGURA 8 – VASOS LINFÁTICOS E LINFONODOS DO MEMBRO INFERIOR, VISTA ANTERIOR

Vasos Linfáticos e Linfonodos do Membro Inferior


Vista Anterior
Linfonodos inguinais superficiais
(grupo horizontal)
Fáscia crivosa sobre a fossa oval

Linfonodos inguinais
superficiais (grupo vertical)
Fáscialata
Veia safena magna

Vasos linfáticos superficiais

Fáscia crural

Veia safena magna

FONTE: Netter (2008)

19
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

FIGURA 9 – VASOS LINFÁTICOS E LINFONODOS DO MEMBRO INFERIOR, VISTA POSTERIOR


Vasos Linfáticos e Linofodos do Membro Inferior
Vista Posterior
Veia poplítea

Linfonodos poplíteos

Veia safena parva

FONTE: Netter (2008)

Durante seu trajeto, o sistema linfático apresenta reconhecidas


comunicações com o sistema venoso, denominadas de comunicações linfático –
venosas essas comunicações, se fecham ao nascimento, mas podem se recanalizar,
no caso de obstrução patológica ao fluxo, ou necessidade de ligadura na parte
cervical do ducto torácico, alguns vasos linfáticos podem terminar diretamente
em veias (PITTA et al., 2003).

2.1.1 A linfa – transporte e circulação


Segundo Guyton e Hall (2002), a linfa é um líquido transparente,
esbranquiçado (algumas vezes amarelado ou rosado), alcalino e de sabor salgado,
derivada do líquido intersticial que flui para os vasos linfáticos. Cerca de dois
terços de toda a linfa derivam do fígado e do intestino, e ao se misturarem no
ducto torácico com o restante da linfa de outras partes do corpo, possuem em
geral uma concentração de proteínas de 3 a 5 g/dL. Cerca de 100 mililitros de linfa
fluem por hora pelo canal torácico no humano em repouso, e aproximadamente
outros 20 mililitros fluem para circulação a cada hora através de outros canais,
perfazendo o total de intensidade de fluxo de linfa estimado em cerca de 120
mL/h, isto é, 2 a 3 litros por dia.

20
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

A intensidade do fluxo da linfa é determinada pelo produto da pressão


do líquido intersticial pela atividade da bomba linfática, e é relativamente lento,
aproximadamente três litros de linfa penetram no sistema cardiovascular em 24
horas. Esse fluxo é lento porque, ao contrário do sistema cardiovascular, o sistema
linfático para fluir depende de forças externas e internas ao organismo, tais como:

• A força da gravidade.
• As contrações musculares (movimentos corporais): o aumento da pressão
força uma maior quantidade de líquido para dentro dos capilares linfáticos,
modificando a pressão interna do capilar, desencadeando uma sequência de
contrações, que também serão transmitidas para segmentos subsequentes. A
intensa atividade muscular eleva também a temperatura da região, levando
a um aumento das contrações da musculatura lisa dos capilares linfáticos. O
sistema muscular é o grande impulsionador da linfa nos membros, pois no
momento da contração muscular, os troncos linfáticos são comprimidos pelos
músculos que os cercam e, graças ao sistema valvular, a movimentação da linfa
é enormemente aumentada.
• A pulsação das artérias próximas aos vasos: Os vasos linfáticos se encontram
quase sempre nas proximidades dos vasos sanguíneos, de modo que a
pulsação das grandes artérias repercute também nos vasos linfáticos, fatos este
coadjuvante na motricidade dos vasos linfáticos.
• O peristaltismo visceral (movimento dos órgãos).
• Os movimentos respiratórios: a respiração provoca uma mudança de pressão
na caixa torácica, quando, na inspiração, se dilata e seu volume aumenta
consideravelmente pela descida do diafragma, mudanças pelas quais estão
acompanhadas por uma pressão negativa em relação à pressão atmosférica.
Assim, o vácuo parcial que se forma na caixa torácica não somente impele o
ar para dentro dos pulmões, como também facilita o avanço do fluxo linfático
agindo sobre os canais torácicos direito e esquerdos e sobre os troncos linfáticos
do tórax (CUNHA; BORDINHON, 2004).

A linfa absorvida nos capilares linfáticos é transportada para os vasos pré-


coletores, passando através de vários linfonodos, sendo aí filtrada e recolocada na
circulação até atingir os vasos sanguíneos (Figura 10). Toda linfa do organismo
acaba retornado ao sistema vascular sanguíneo através de dois grandes troncos:
o ducto torácico e ducto linfático direito (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

Sua composição é semelhante à do sangue, mas não possui hemácias, apesar


de conter glóbulos brancos dos quais 99% são linfócitos. No sangue, os linfócitos
representam cerca de 50% do total de glóbulos brancos. A linfa é transportada
pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e filtrada nos linfonodos (também
conhecidos como nódulos linfáticos ou gânglios linfáticos). Após a filtragem é
lançada no sangue, desembocando nas grandes veias torácicas (CAMARGO, 2000).

21
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

O sistema linfático é também uma das principais vias de absorção


de nutrientes vindos do trato gastrintestinal, em especial para absorção de
praticamente todos os lipídeos dos alimentos (GUYTON; HALL, 2011). Portanto,
a linfa desempenha importante papel no transporte de substâncias no organismo,
ajuda a eliminar o excesso de líquido e produtos que deixaram a corrente
sanguínea, tendo ação imunológica rica em anticorpos. Porém, mesmo grandes
partículas, como bactérias, podem passar através das células endoteliais e entrar
nos capilares linfáticos e desse modo chegar à linfa. À medida que a linfa passa
pelos linfonodos, essas partículas são quase inteiramente removidas e destruídas
(GUYTON; HALL, 2011).

Quando o sistema circulatório e/ou linfático não cumpre corretamente


suas funções, o corpo fica sobrecarregado por excesso de líquido que não
consegue absorver. Na maioria dos casos, esse fenômeno se traduz por sintomas
como celulite, retenção de líquidos, peso nas pernas e aparecimento de edema,
mais conhecido como linfedema (CUNHA; BORDINHON, 2004).

FIGURA 10 – ESQUEMA CIRCULAÇÃO LINFÁTICA (LINFONODO)

Linfonodo

Fluxo linfático Vaso


linfático
aferente

Seio
Nódulo

Vaso
linfático
eferente
Fluxo linfático
FONTE: Netter (2008)

22
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

3 VIAS LINFÁTICAS
As vias linfáticas são compostas de capilares, vasos e troncos.

A rede linfática tem seu início nos capilares linfáticos, formando


verdadeiros plexos que se entrelaçam com os capilares sanguíneos. Através dos
vasos pré-coletores e coletores, a linfa prossegue até chegar ao canal linfático
direito e ao ducto torácico, que desembocam na junção das veias subclávia e
jugular interna (Figura 11) (CAMARGO, 2000).

Os capilares linfáticos possuem um endotélio mais delgado em relação


ao sanguíneo. Suas células endoteliais sobrepõem-se em escamas, formando
microválvulas que se tornam pérvias, permitindo sua abertura ou fechamento,
conforme o afrouxamento ou a tração dos filamentos de proteção. Quando tracionados
(conforme a pressão ou a movimentação dos tecidos), os filamentos permitem a
penetração de água, partículas, pequenas células e moléculas de proteínas no interior
do capilar, iniciando então a formação da linfa. O refluxo linfático não ocorre devido
ao fechamento das microválvulas linfáticas (GARRIDO, 2000).

A rede capilar linfática é rica em anastomoses, sobretudo na pele,


onde os capilares linfáticos estão dispostos de forma superficial e profunda,
em relação à rede capilar sanguínea. O mesmo não ocorre nos vasos e ductos
linfáticos. Nos capilares linfáticos, os espaços intercelulares são bem mais
amplos, possuindo "fendas" entre as células parietais, permitindo que as trocas
líquidas entre o interstício e o capilar linfático se façam com extrema facilidade
não só de dentro para fora, como de fora para dentro do vaso (DUQUE, 2000).

Os vasos pré-coletores possuem uma estrutura bastante semelhante ao


capilar linfático, sendo o endotélio coberto internamente por tecido conjuntivo, onde,
em alguns pontos se prolongam juntamente com as células epiteliais, formando as
válvulas que direcionam o fluxo da linfa. Suas estruturas são fortalecidas por fibras
colágenas, e através de elementos elásticos e musculares, possuem também as
propriedades de alongamento e contratilidade (CAMARGO, 2000).

Os vasos ou coletores linfáticos correm longo percurso sem se anastomosar.


Entretanto, em condições patológicas, as comunicações anastomóticas existem
como vias alternativas de fluxo linfático. O vaso linfático quer superficial ou
profundo, possui numerosas valvas bivalvulares, sendo os espaços compreendidos
entre cada válvula chamada de linfangion (GARRIDO, 2000).

Esses vasos são de maior calibre possuindo estrutura semelhante à das


grandes veias. Na constituição do vaso linfático estão três camadas: íntima,
média e adventícia.

A túnica íntima é a mais interna, apresentando um revestimento endotelial
e um retículo delicado, com fibras elásticas dispostas longitudinalmente. Seu
lúmen possui projeções internas formando as várias válvulas.

23
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

A túnica média envolve a íntima, sendo composta de três a seis camadas


de células de musculatura lisa arranjadas em espiral, circularmente, com
algumas fibras dispostas no sentido longitudinal do vaso. Ela é responsável
pela contratilidade do vaso e consequente propulsão da linfa.

A túnica adventícia é a mais externa e espessa, sendo formada por


fibras colágenas longitudinais, entre as quais existem fibras elásticas e feixes
de musculatura. Possui também tecido conjuntivo, terminações nervosas e a
vasa vasorum (que são pequenos vasos sanguíneos que servem para sua nutrição).
Os vasos linfáticos assim constituídos são chamados de coletores linfáticos pré
ou pós-nodais, conforme a sua relação com os linfonodos, sendo os pré-nodais
linfáticos aferentes e, os pós-nodais, eferentes (CAMARGO, 2000).

Os troncos linfáticos, ou coletores terminais são vasos de maior calibre


que recebem o fluxo linfático, e compreendem os vasos linfáticos lombares,
intestinais, mediastinais, subclávios, jugulares e descendentes intercostais. A
união dos troncos intestinais, lombares e intercostais forma o ducto torácico.

FONTE: <https://portalteses.icict.fiocruz.br/transf.php?script=thes_chap&id=00004704&l-
ng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 4 out. 2018.

O ducto torácico recebe a linfa dos membros inferiores e dos órgãos


abdominais. Dirige-se na direção pescoço – diafragma, sobe pelo tórax adiante
da coluna vertebral, na altura da clavícula faz uma curva para o lado esquerdo,
passando próximo à artéria carótida esquerda, do nervo vago e da veia jugular
interna, inclina-se para baixo para desembocar no ângulo venoso esquerdo (junção
da veia subclávia esquerda com a veia jugular esquerda) e recebe a linfa do ducto
linfático esquerdo. O ducto esquerdo é formado pela junção do tronco jugular
esquerdo, que traz a linfa da parte esquerda da cabeça, com o tronco subclávio
esquerdo, provindo do braço esquerdo. Os dois troncos reúnem-se pouco antes
de penetrarem no ducto torácico. O ducto direito consiste na junção do tronco
jugular direito com os troncos subclávio direito e branco mediastinal ascendente,
que traz a linfa da parte superior do tórax direito. A junção dos três troncos dá-se
próxima à clavícula (CUNHA; BORDINHON, 2004).

24
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

FIGURA 11 – SISTEMA LINFÁTICO


Área de drenagem
Área de drenagem Fluxo
para o ducto torácico (cinza) sanguíneo
para o ducto linfático
direito (rosa) V, jugular
interna esquerda Fluxo Arteríola
sanguíneo Capilares
Linfonodos cervicais linfáticos
Linfonodos cervicais superfíciais Vênula
profundos Ducto torácico
Ducto linfático direito V, subclávia Células
V, subclávia esquerda dos tecidos
direita Linfonodos aulares
Linfonodos anteriores
Linfonodos mediastenais
axilares posteriores
centrais e Ducto torácico
posteriores
Vasos linfáticos
Vasos superfíciais
linfáticos Leito
Líquido
profundos Cisterna do quilo intersticial
Linfonodos Fluxo capilar
Linfonodos cubitais Vaso linfático linfático
cubitais (supratocleares) aferente (para
o linfonodo)
Linfonodos Trabéculas Folículo
lombrares
(cavais/aórticos)Válvula
linfátiva
Linfonodos
iliacos Artéria

Para o
ducto Veia Linfonodo Válvula
Linfonodos torácico linfátiva
Linfonodos inguinais Vasos linfáticos eferentes (drenam
inguinais profundos superfíciais os linfonodos, conduzindo a linfa para
linfonodos ou ductos secundários)
B. Illustração esquemática
Linfonodos Linfonodos
popliteos profundos popíteos Vasos
superfíciais Veias
Superfíciais
Profundas
Vasos linfáticos e linfonodos
Vasos Superfíciais
Vasos linfáticos linfáticos Profundas
profundos superfíciais

FONTE: Netter (2008)

4 LINFONODOS
O linfonodo consiste em um aglomerado de tecido retículo-endotelial
revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo. Desempenha importante papel
imunológico, através da filtração da linfa proveniente dos vasos linfáticos e da
produção de células linfoides e reticulares, que realizam a defesa do organismo
através da fagocitose e da pinocitose. Variam em tamanho, forma e cor. Cada
linfonodo apresenta um hilo que corresponde ao local de emergência, não
apenas do vaso linfático, como da veia linfonodal, que acompanha a artéria e se
destina ao suprimento sanguíneo para o linfonodo. A conexão entre o sistema
linfático e o venoso é possível através da veia de drenagem do linfonodo

25
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

(Figura 12). O número de linfonodos varia entre as regiões e os indivíduos,


e seu volume também é variável, ocorrendo um importante aumento com a
idade, em decorrência dos processos patológicos ou agressões que a área de
drenagem tenha sofrido (BERGMANN, 2000).

Os linfonodos recebem de três a oito vasos linfáticos aferentes, saindo


apenas um vaso linfático eferente. O número de vasos linfáticos, após a
conexão com os linfonodos, diminui sensivelmente, porém seu calibre pouco
se modifica, devido às conexões linfovenosas existentes, por onde ocorre a
passagem gradual do fluxo linfático para o venoso (BERGMANN, 2000).

Os vasos linfáticos vão em direção à raiz dos membros, formando o


grupo de linfonodos axilares e inguinais. Nas regiões do cotovelo e joelho,
algumas vezes, existem pequenos linfonodos (de 1 a 3). Nos linfocentros,
estão os linfonodos de maior importância, sendo que na região cervical eles se
dispõem em cadeias (BERGMANN, 2000).

FONTE: <https://portalteses.icict.fiocruz.br/transf.php?script=thes_chap&id=00004704&lng=p-
t&nrm=iso>. Acesso em: 5 out. 2018.

Os linfonodos armazenam células brancas (linfócitos) que têm efeito


bactericida, ou seja, são células que combatem infecções e doenças. Quando ocorre uma
infecção, podem aumentar de tamanho e ficar doloridos enquanto estão reagindo aos
microrganismos invasores. Eles também liberam os linfócitos para a corrente sanguínea.
O termo popular “íngua” refere-se ao aparecimento de um nódulo doloroso. Quando
uma parte do corpo fica infeccionada ou inflamada, os linfonodos mais próximos se
tornam dilatados e sensíveis. Existem cerca de 400 gânglios no homem, dos quais 160
encontram-se na região do pescoço (AULA DE ANATOMIA, 2001).

FIGURA 12 – LINFONODO
Vasos linfáticos aferentes
Nódulo linfático
Córtex
Cápsula
Seio subcapsular
Paracórtex
Medula
Seio da medula
Linfa
Sangue arterial
Linfa
Sangue venoso
Artéria
Vasos linfáticos
eferentes
Veia
Seio subcasular
Vênulas pós-capilares
Leito capilar
Seio trabecular
Trabécula
FONTE: <https://histologiaufam.wordpress.com/2016/04/21/tecido-linfoide-ii/>.
Acesso em: 6 out. 2018.

26
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

Para compreender melhor essa ação imunológica, veremos em seguida as


principais células responsáveis por esse mecanismo de defesa.

Macrófagos: os monócitos constituem de 3% a 8% dos leucócitos circulantes


e, no tecido conjuntivo ou parênquima de órgãos, dão origem a macrófagos e
células dendríticas mieloides (ABBAS; LICHTMAN, 2003). Eles têm capacidade
de fagocitose, podendo ingerir até 100 bactérias antes de eles mesmos morrerem, o
que os tornam também importantes na eliminação de tecidos necrosados (Figura
13) (ADA, 2001). Os macrófagos podem permanecer no tecido por meses e anos,
atuando como verdadeiras sentinelas. Na inflamação, os macrófagos atuam
como células apresentadoras de antígenos (APCs), potencializando a ativação
de Linfócitos T e Linfócitos B pela expressão de moléculas coestimuladoras, e
liberam citocinas pro-inflamatórias e quimiocinas (ABBAS; LICHTMAN, 2003).

FIGURA 13 – MACRÓFAGOS FAGOCITANDO ANTÍGENO


Linfocito T Célula processadora de antígenos (macrófago) Linfocito T

1 2 3 4 5

Antígeno Receptor Fragmento Fragmento de antígeno Receptor


de célula T de antígeno adherido a moléculas de célula T
del complejo mayor
de histocompatibilidad

FONTE: <http://mural.uv.es/monavi/disco/segundo/histologia/Tema25.pdf>.
Acesso em: 6 out. 2018.

Linfócitos: são um tipo de glóbulo branco do sangue, constituindo 99%


dos glóbulos brancos presentes na linfa. Produzem anticorpos para defender o
organismo de infecções. Tal como outros tipos de células sanguíneas, os linfócitos
se desenvolvem na medula óssea e se deslocam no sistema linfático (ADA, 2001).
Células tronco da medula óssea dão origem às células progenitoras mieloides e
linfoides. Os progenitores linfoides, por sua vez, dão origem aos linfócitos T, B e
células Natural Killers (NK) (MESQUITA et al., 2010).

Células T: As células que vão se diferenciar em linfócitos T (LT) deixam


a medula óssea e migram para o timo, onde ocorre todo o processo de seleção e
maturação. Apenas os linfócitos T maduros deixam o timo e caem na circulação
(Figura 14) (MESQUITA et al., 2010). Sua função é a de reconhecer e destruir células
anormais do corpo (por exemplo, as células infectadas por vírus). Os linfócitos T
aprendem como diferenciar o que é próprio do organismo do que não é ainda no
timo. Os linfócitos T maduros deixam o timo e entram no sistema linfático, onde
eles atuam como parte do sistema imune de vigilância (ADA, 2001).
27
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

Células B: os Linfócitos B são inicialmente produzidos no saco vitelino,


posteriormente, durante a vida fetal, no fígado e, finalmente, na medula óssea.
As células que vão se diferenciar em linfócitos B permanecem na medula óssea
durante sua maturação e os linfócitos B maduros deixam a medula e entram
na circulação, migrando para os órgãos linfoides secundários (Figuras 14 e 15)
(ABBAS et al., 2007; RUDIM; THOMPSON, 1998; JANEWAY et al., 2002).

As células B reconhecem células e materiais ‘estranhos’ (como bactérias


que invadiram o corpo). Quando essas células entram em contato com uma
proteína estranha (por exemplo, na superfície das bactérias), elas produzem
anticorpos que ‘aderem’ à superfície da célula estranha e provocam sua destruição.
Derivados de uma célula-tronco (célula-mãe) da medula óssea e amadurecem até
se transformarem em plasmócitos, os quais secretam anticorpos (ADA, 2001). As
moléculas responsáveis pelo reconhecimento de antígenos nos linfócitos B são as
imunoglobulinas de membrana, IgM e IgD (ABBAS et al., 2007).

O quadro a seguir demonstra as diferentes propriedades dos linfócitos B e T.

QUADRO 1 – PROPRIEDADE DOS LINFÓCITOS B E Tt

PROPRIEDADES DOS LINFÓCITOS B E T


Propriedades Linfócito B Linfócito T
Local de diferenciação Medula óssea Timo
Resposta após a união ao Aumenta de tamanho e se Aumenta de tamanho e se
antígeno (agente agressor) multiplica repetidamente para multiplica repetidamente,
produzir células plasmáticas, liberando citocinas.
que liberam anticorpos
específicos.
Produção de anticorpos Estimula os linfócitos B
Sintetiza e libera anticorpos
para produzir anticorpos
específicos.
específicos.
Tipo de imunidade Produzida Mediada por anticorpos. Mediada por células.
Fator que influi na resposta ao
Macrófagos e linfócitos T. Macrófagos.
antígeno
Funções Básicas Liberação de anticorpos • Secreção de toxinas
específicos (imunoglobulinas). específicas.
• Estimula a produção de
anticorpos específicos por
células B.
• Estimula a atividade
fagocítica dos
macrófagos.
• Produz a imunidade
mediada por células.

FONTE: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v5n3/10.pdf>. Acesso em: 6 out. 2018.

28
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

Todos os linfócitos passam por complexos estágios de maturação, durante


os quais eles expressam receptores de antígenos e adquirem as características
funcionais e fenotípicas de células maduras (Figura 14). Os locais anatômicos onde
ocorrem os principais passos no desenvolvimento do linfócito são chamados de
órgãos linfoides geradores. Estes incluem a medula óssea, onde precursores de
todos os linfócitos surgem e as células B amadurecem, e o timo, onde as células T
amadurecem. Estas células B e T maduras são chamadas de linfócitos imaturos.
Os linfócitos imaturos são funcionalmeante quiescentes, mas, após ativação pelo
antígeno (Figura 15), eles proliferam e sofrem dramáticas alterações na atividade
fenotípica e funcional (MESQUITA et al., 2010).

FIGURA 14 - MATURAÇÃO DOS LINFÓCITOS


Generative Blood, Peripheral
lymphoid organs lymph lymphoid organs
Mature
B lymphocytes
Recirculation
Common B
lymphoid lymphocyte
Lymph
precursor lineage
Bone marrow
nodes
Immature Spleen
B lymphocytes
Mucosal and
T cutaneous
lymphocyte lymphoid
tissues
lineage
Thymus Mature naive
T lymphocytes Recirculation
Mature naive
T lymphocytes
FONTE: <http://www.guiadoestudantefree.com/2017/09/>. Acesso em: 6 out. 2018.

DICAS

Os linfócitos se desenvolvem a partir de células-tronco da medula óssea,


amadurecem nos órgãos linfoides geradores (medula óssea e timo para células B e T,
respectivamente) e, então, circulam através do sangue aos órgãos linfoides secundários
(linfonodos, baço e tecidos linfoides regionais, tais como tecidos linfoides associados à
mucosa). As células T completamente maduras deixam o timo, mas as células B imaturas
deixam a medula óssea e completam seu amadurecimento nos órgãos linfoides secundários.
Os linfócitos imaturos podem responder aos antígenos estranhos nestes tecidos linfoides
secundários ou retornar pela drenagem linfática ao sangue e recircular através de outros
órgãos linfoides secundários.

29
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

FIGURA 15 – ETAPAS NA ATIVAÇÃO DO LINFÓCITO

Células B
Entrada de agentes
imaturas
Células infecciosos e/ou
T ima- antígeneos
turas Mucosa/
ambientais
pele
Órgãos linfoides
secundários (periféricos)
Coleta de
antígenos
dos tecidos
Linfonodo via linfa

Ativação de Antígenos/
linfócitos e início microrganismos
das respostas
imunes adaptativas 

Coleta de
antígenos
Baço via sangue
Linfócitos T
efetores e
Migração de células
anticorpos efetoras e distribuição
sanguínea de anticorpos
aos locais de infeccção

FONTE: <http://www.guiadoestudantefree.com/2017/09/>. Acesso em: 6 out. 2018.

DICAS

As células T imaturas que emergem do timo e as células B imaturas que emergem


da medula óssea migram para órgãos secundários linfoides, incluindo linfonodos e baço.
Nestas localizações, as células B completam sua maturação; células B e T imaturas ativadas
pelos antígenos se diferenciam em linfócitos efetores e de memória. Alguns linfócitos efetores
e de memória migram para tecidos periféricos, locais de infecção. Anticorpos secretados
pelas células B efetoras nos linfonodos, no baço e na medula óssea (não mostrados) entram
no sangue e são distribuídos aos locais de infecção.

Células NK: ambos os linfócitos T e B desempenham papel importante no


reconhecimento e destruição de organismos infecciosos como bactérias e vírus. As
células assassinas naturais (do inglês, Natural Killers), discretamente maiores que
os linfócitos T e B, são assim denominadas por matarem determinados micróbios
e células cancerosas (Figura 16). O “natural” de seu nome indica que elas estão
prontas para destruir uma variedade de células-alvo assim que são formadas,
em vez de exigirem a maturação e o processo educativo que os linfócitos B e T
necessitam. As células assassinas naturais também produzem algumas citocinas,
substâncias mensageiras que regulam algumas das funções dos linfócitos T, dos
linfócitos B e dos macrófagos (ADA, 2001).

30
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

FIGURA 16 – CÉLULA NK AGINDO SOBRE CÉLULAS CANCEROSAS E INFECTADAS

FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/10853828/>. Acesso em: 6 out. 2018.

5 ÓRGÃOS LINFÁTICOS
Como já vimos, o sistema linfático é constituído pelo tecido linfoide (ou
reticular), um tipo especial de tecido conjuntivo rico em células reticulares e em
células de defesa, como os linfócitos, os plasmócitos e os macrófagos. As células
reticulares formam um arcabouço de sustentação para as células de defesa,
através da união dos seus prolongamentos e da produção das fibras reticulares,
a matriz extracelular do tecido (LOWE et al., 2015; OVALLE; NAHIRNEY, 2008).

O tecido linfoide está presente em locais sujeitos à invasão de substâncias


patogênicas e de microrganismos, como, por exemplo, no tecido conjuntivo
do tubo digestório, das vias respiratórias e do trato urogenital (tecido linfoide
associado a mucosas). Conforme Gardner (1988), a produção de linfócitos é a
principal função dos tecidos linfoides e órgãos linfáticos.

Os linfócitos têm importante papel no desenvolvimento das respostas


imunológicas, produção de anticorpos e reações imunes. A ação dos tecidos
linfáticos servindo como filtros em certas condições patológicas deram origem à
teoria de barreira, segundo a qual esses tecidos desempenham importante papel
nos mecanismos de defesa do corpo. Partículas inertes, como o carbono, bactérias,
vírus, células cancerosas e hemácias são retidas nos tecidos linfáticos. Os tecidos
linfáticos, no entanto, só são barreiras até certo ponto, pois os seus vasos aferentes
podem permitir a disseminação de infecções e neoplasias malignas para outros
órgãos e tecidos (ADA, 2001).

31
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

O baço, os linfonodos (nódulos linfáticos), as tonsilas palatinas (amígdalas),


a tonsila faríngea (adenoides) e o timo (tecido conjuntivo reticular linfoide rico
em linfócitos) são órgãos do sistema linfático. Alguns autores consideram a
medula óssea pertencente ao sistema linfático por produzirem os linfócitos
(ADA, 2001). A medula óssea também é reconhecida pelo fato de ser o local de
produção de anticorpos. Este fato deve-se à presença de plasmócitos, que são
gerados nos tecidos linfoides periféricos a partir de linfócitos B que reconheceram
um antígeno específico. Estas células estimuladas migram para a medula e lá
executam sua função por muitos anos, pois encontram um ambiente favorável
para a sua sobrevivência (PECONICK, 2011).

Tonsilas: são aglomerados de tecido linfoide nodular sob o epitélio da


cavidade oral e da faringe, parcialmente encapsulados, que protegem o organismo
contra a entrada de antígenos junto com o ar ou com os alimentos. Como resposta
de defesa, há a proliferação dos linfócitos B e a sua diferenciação em plasmócitos,
os quais produzem imunoglobulinas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013; OVALLE;
NAHIRNEY, 2008).

As tonsilas linguais ou amigdalas, situadas no terço posterior da língua,


são numerosas e com pequeno diâmetro (Figura 17). São recobertas por epitélio
estratificado pavimentoso, que forma uma cripta em cada tonsila. Ductos de
glândulas salivares mucosas drenam para a base das criptas (GARTNER; HIATT,
2007; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).

Há um par de tonsilas palatinas entre a cavidade oral e a faringe (Figura


18). Elas possuem uma forma de amêndoa, com 1,0 a 2,5cm de diâmetro. O
epitélio estratificado pavimentoso invagina-se, resultando em 10 a 20 criptas. A
infiltração linfocitária pode dificultar o reconhecimento do epitélio. Subjacente ao
tecido linfoide nodular há a cápsula de tecido conjuntivo denso não modelado.
Externamente, próximo à base dessas tonsilas, há glândulas mucosas (GARTNER;
HIATT, 2007; OVALLE; NAHIRNEY, 2008).

Podem acumular-se células epiteliais descamadas, linfócitos e bactérias


nas criptas. Nas amigdalites, esses acúmulos aparecem como pontos purulentos
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).

A tonsila faríngea é única e localiza-se no teto da porção nasal da faringe.


Apresenta epitélio pseudoestratificado colunar ciliado, embora áreas de epitélio
estratificado pavimentoso possam ocorrer. Não tem criptas, mas pregas rasas, as
dobras, onde desembocam os ductos de glândulas seromucosas. A cápsula é mais
fina que a das tonsilas palatinas (GARTNER; HIATT, 2007).

A tonsila faríngea inflamada e hipertrofiada é chamada adenoides


(OVALLE; NAHIRNEY, 2008).

32
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

FIGURA 17 – TONSILAS

Inspeção da Cavidade Oral


Dorso da Língua e do Palato

Palato mole

Filtro do lábio
Arco palatoglosso

Arco palatofaríngeo
Tonsila palatina

Úvula

Parede posterior da faringe

FONTE: Netter (2008)

FIGURA 18 – TONSILAS, VISTA SAGITAL

Fauces
Vista Sagital Medial
Óstia faríngeo da tuba auditiva (Eustáquio) Torus tubal
Palato mole Seio esfenoidal
Tonsila farínega
Glândulas palatinas Tubérculo faríngeo (parte
Palato duro basilar do osso occipital)
Fáscia faringobasilar
Prega semilunar
Fossa supratonsilar Recesso faríngeo
Prega salpingofaríngea
Arco palatoglosso
Úvula

Orofaringe

Prega triangular
Arco palatofaríngeo

Tonsila palatina
Língua (tracionada para
frente e para baixo) Epiglote

Tonsila lingual Valécula

FONTE: Netter (2008)

33
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

Baço

O baço é um órgão linfoide situado no lado esquerdo da cavidade


abdominal, junto ao diafragma, ao nível das 9a, 10a e 11a costelas.
Apresenta duas faces distintas, uma relacionada com o diafragma
(face diafragmática) e outra voltada para as vísceras abdominais (face
visceral). Na face visceral localiza-se o hilo do baço, por onde penetram
vasos (artéria e veia esplênica e vasos linfáticos) e nervos (DANGELO;
FATTINI, 1998 apud PELIZZARO, 2017, s.p.).

“Ele é mole, de consistência muito friável, altamente vascularizado e de


uma coloração púrpura escura” (AULA DE ANATOMIA, 2001, s.p.). Tem a forma e
o tamanho de um punho fechado (4x8x12cm) e pesa 180g a 250g no adulto, sendo o
maior órgão linfoide do organismo apesar de não filtrar linfa (GARTNER; HIATT,
2007; GENESER, 2003; HAM; CORMACK, 1983; OVALLE; NAHIRNEY, 2008).

“É um órgão excluído da circulação linfática, porém interposto na


circulação sanguínea e cuja drenagem venosa passa, obrigatoriamente, pelo
fígado (veia esplênica e veia porta)” (AULA DE ANATOMIA, 2001, s.p.). O baço é
composto de tecido reticular, sua polpa pode ser dividida em dois compartimentos,
polpa branca e vermelha. A polpa branca está relacionada com a função do
desenvolvimento da resposta imunológica no baço. Ela é dividida em bainha
linfoide periarteriolar (PALS), e folículos, os quais são zonas bem caracterizadas
de células T e B, respectivamente. Já a polpa vermelha contém macrófagos com
a função de retirar micro-organismos, restos de tecidos, substâncias estranhas,
células do sangue em circulação já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e
plaquetas, através da fagocitose (ADA, 2001; PECONICK, 2011).

A hemoglobina é degradada nas suas porções heme e globina, e a fração


globina, em aminoácidos que vão para o sangue. Da porção heme, o ferro é
levado à medula óssea pela transferrina e utilizado para formar novas hemácias,
enquanto o restante é transformado em bilirrubina, que também vai para a corrente
sanguínea. É captada pelas células do fígado e excretada como parte da bile
(GARTNER; HIATT, 2007). Dessa forma, o baço “limpa” o sangue, funcionando
como um filtro desse fluído tão essencial. O baço também tem participação na
resposta imune, reagindo a agentes infecciosos, qualquer partícula inerte no
sangue é fagocitada por macrófagos ativos neste órgão. Inclusive, é considerado,
por alguns cientistas, um grande nódulo linfático (PECONICK, 2011).

34
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

FIGURA 19 – LOCALIZAÇÃO DO BAÇO


Vasos gástricos curtos no
Estômago ligamento gastroesplênico Diafragma
(seccionado)

9ª costela

Glândula
supra-renal Baço

Rim esquerdo
Artéria e veia
Cauda do
esplênicas
pâncreas
Ligamento esplenorrenal
(lienorrenal) Fixação do mesocolo
transverso (seccionado) Colo transverso
FONTE: Netter (2008)

FIGURA 20 – ANATOMIA DO BAÇO


Ligamento gastroesplênico
Extremidade
Face gástrica
posterior Extremidade
Margem superior posterior
Vasos
gástricos Hilo
curtos
Face
renal
Ligamento
esplenorrenal
(lienorrenal)
Artéria
esplênica
Vasos gastro-
epiplóicos
(gastro-
omentais)
esquerdos Margem
Margem inferior inferior
Veia esplênica
Face cólica
Extremidade anterior
Extremidade anterior
Face visceral Superfície diafragmática
FONTE: Netter (2008)

35
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

Timo

O timo, um órgão linfoide essencial, ocupa a parte inferior do pescoço e


a parte anterior do mediastino superior. É uma glândula plana, cujos lobos têm
formato de cantil (figura 21), situada posteriormente ao manúbrio do esterno e
que se estende até o mediastino anterior, anteriormente ao pericárdio fibroso
(figura 22) (MOORE, 2014).

O timo é envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo denso não


modelado, da qual partem trabéculas para o interior, dividindo-o em lóbulos, os
quais exibem forma poliédrica e 0,5 a 2mm de diâmetro. A cápsula e as trabéculas
contêm vasos sanguíneos, vasos linfáticos (eferentes) e nervos (GARTNER;
HIATT, 2007; GENESER, 2003; ROSS; PAWLINA, 2012). Ele não possui nenhum
vaso linfático aferente como ocorre com os linfonodos. Este órgão possui origem
embrionária dupla. Seus linfoblastos precursores originam-se na medula óssea,
migrando e invadindo, posteriormente, o epitélio que se desenvolve vindo do
endoderma do terceiro e quarto bolso faringiano do embrião. Este fato difere
dos demais órgãos linfoides que se desenvolvem exclusivamente do mesoderma.
Cada lóbulo tem uma parte periférica, a zona cortical, e uma parte central, mais
clara, a zona medular (PECONICK, 2011).

No córtex, há uma grande quantidade de linfócitos T em proliferação e


maturação. Há ainda macrófagos, células dendríticas apresentadoras de antígenos
e as células reticulares epiteliais. Na medula, há linfócitos T imunocompetentes,
macrófagos, células dendríticas apresentadoras de antígenos e abundância de
células reticulares epiteliais, inclusive com a organização dos corpúsculos tímicos
(ou de Hassall) (GENESER, 2003; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013; OVALLE;
NAHIRNEY, 2008). As células reticulares epiteliais secretam substâncias que
regulam a proliferação, a diferenciação e a maturação dos linfócitos T (GENESER,
2003; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013; LOWE; ANDERSON, 2015; OVALLE;
NAHIRNEY, 2008; ROSS; PAWLINA, 2012; WEISS, 1981).

Após a puberdade, o timo sofre involução gradual e é substituído por gordura


em sua maior parte. A substancial irrigação arterial do timo provém principalmente
dos ramos intercostais anteriores e mediastinais anteriores das artérias torácicas
internas. As veias do timo terminam nas veias braquiocefálica esquerda, torácica
interna e tireoidea inferior. Os vasos linfáticos do timo terminam nos linfonodos
paraesternais, braquiocefálicos e traqueobronquiais (MOORE, 2014).

O timo confere a determinados linfócitos a capacidade de se diferenciarem


e maturarem em células que podem efetuar o processo de imunidade mediada
por células. Há certas evidências de que o timo também produz um hormônio
que pode continuar a influenciar os linfócitos após eles terem deixado a glândula
(YAMATO, 2007).

36
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

FIGURA 21 – ANATOMIA DO TIMO

FONTE: Netter (2008)

FIGURA 22 – VISTA DA GLÂNDULA TIMO ATRAVÉS DA PLEURA MEDIASTINAL


Mediastino
Vista Lateral Esquerda
Músculo escaleno anterior e nervo frênico Cúpula (domo) da pleura e membrana
Plexo braquial suprapleural (fáscia de Sibson)
Artéria e veia subclávias esquerdas 1ª costela
Músculo subclávio Esôfago
Clavícula Ducto torácico
Veia braquiocefálica esquerda Nervo vago esquerdo (x)
Artéria torácica interna esquerda Veia intercostal suprema esquerda
Glândula timo (visto através Arco da aorta
da pleura mediastinal) Nervo laríngeo recorrente
Ligamento arterioso Veia hemiázigo acessória
Linfonodos broncopulmonares
Artéria pulmonar esquerda
Veia, artéria e nervo intercostal
Pleura mediastinal (margem seccionada)
Músculo intercostal interno
Nervo frênico esquerdo e
artéria e veia pericardiofrênicas Membrana intercostal interna sobre
músculo intercostal externo
Pericárdio
Ramos comunicantes cinzento e branco
Veias pulmonares esquerdas Tronco simpático
Coxim gorduroso Nervo esplâncnico torácico maior
Ligamento pulmonar
Esôfago e plexo esofágico Aorta torácica descendente
(cobertos por pleura mediastinal)

Diafragma (coberto por pleura diafragmática) Brônquio principal


esquerdo e artéria bronquial
Recesso costodiafragmático Pleura costal (parietal) (margem seccionada)

FONTE: Netter (2008)

37
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

6 SISTEMA LINFÁTICO E SUA RELAÇÃO IMUNOLÓGICA


Diferentes sistemas existentes no corpo humano são responsáveis por
regular as funções vitais do organismo. O bom funcionamento individual de cada
sistema, assim como o seu funcionamento em conjunto é essencial para a realização
das mais simples atividades na qual o corpo humano possa ser submetido. Entre
estes sistemas existentes, destaca-se o sistema imunológico, que como o próprio
nome já explica, é responsável pela imunização do organismo. De forma genérica,
as células que compõem o sistema imunológico podem ser vistas como um exército,
dado que cada tipo de célula é responsável por exercer uma determinada função
para proteger e imunizar o organismo (CORTEZ; MEJIA, s.d.).

Um dos principais componentes do sistema imunológico é o sistema


linfático, pois colabora com glóbulos brancos para proteção contra bactérias e
vírus invasores (NETTER, 2008).

Possui três funções inter-relacionadas:

• A remoção de fluidos em excesso dos tecidos corporais.

• Absorção dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura para o


sistema circulatório.

• Produção de células imunológicas, como linfócitos, monócitos e células produtoras


de anticorpos conhecidas como plasmócitos (GUYTON; HALL, 2006).

Quando microrganismos invadem o corpo ou ele encontra outro antígeno,


estes são transportados do tecido para a linfa. A linfa é conduzida pelos vasos linfáticos
para o linfonodo regional. No linfonodo, os macrófagos e células dendríticas fagocitam
os antígenos, processando-os, e apresentando os antígenos para os linfócitos, os quais
podem então iniciar a produção de anticorpos ou servir como células de memória
para reconhecer o antígeno novamente no futuro (SEELEY, 2001).

O tecido linfoide também está associado às mucosas (MALT) e pode ser


encontrado em uma grande diversidade de locais anatômicos, como o trato digestivo,
respiratório e genitário. Ele é composto pelos microcompartimentos, como as placas
de Peyer, os nódulos mesentéricos linfáticos, o apêndice e os folículos solitários no
intestino, além das tonsilas e adenoides no trato aéreo-digestivo. Nas mucosas que
ocorrem os contatos entre o ambiente externo e o hospedeiro, o que demonstra a
importância destes sítios para a proteção do organismo, envolvendo para isso uma
rede de mecanismos imunológicos e não imunológicos (PECONICK; KALKS, 2011).

38
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

O MALT contém grandes números de células linfoides no parênquima


dos órgãos mucoides, nos quais formam sítios efetores onde a resposta imune é
manifestada. Estas superfícies mucosas apresentam um grande número de células
apresentadoras de antígenos (APCs), especialmente células dendríticas, que são
responsáveis pela captação de antígenos e estimulação das células T. Também estão
presentes células secretoras de IgA, células T CD4+ auxiliares (células indutoras do
tecido linfoide), linfócitos B e linfonodos (Figura 23). Coletivamente, o MALT é um
dos maiores órgãos linfoides, contendo até 70% de todas as células imunes do corpo.
Vasos linfáticos por onde as células do sistema imune e os antígenos são transportados
estão presentes nele também. Destes vasos, estes componentes ganham acesso aos
linfonodos regionais, onde a resposta é amplificada (PECONICK; KALKS, 2011).

As placas de Peyer são coleções de linfócitos organizadas presentes na


lâmina própria do intestino. Elas têm uma semelhança anatômica com os órgãos
linfoides secundários, com áreas claramente definidas de células T e B. O epitélio
simples associado ao folículo (FAE), que recobrem as placas de Peyer, contêm
células especializadas em tomar amostras de antígenos e micro-organismos do
lúmen do intestino. Dessa forma, possibilitando a passagem desses imunógenos
através da própria célula. Assim, é possível que APCs processem este material
e interajam com linfócitos dando início à resposta imune adaptativa. Existem,
no apêndice, folículos semelhantes às placas de Peyer, estes são encontrados em
grande quantidade neste local (PECONICK; KALKS, 2011).

É interessante citar que a resposta imunológica aos antígenos orais


possui a tendência de gerar tolerância nas células T, além de gerar altos níveis
de produção de IgA nos tecidos mucoides.

O MALT pode ainda ser subdividido em várias estruturas de acordo


com sua localização anatômica. Dentre elas estão:

• Tecido linfoide associado à conjuntiva – CALT.


• Tecido linfoide associado ao canal lacrimal – LADLT.
• Tecido linfoide associado às glândulas salivares – SALT/DALT.
• Tecido linfoide associado às narinas/nasofaringe – NALT.
• Tecidos linfoides do anel de Waldeyer.
• Tecido linfoide associado à laringe e traqueia – LTALT.
• Tecido linfoide associado aos brônquios – BALT.
• Tecido linfoide associado à mucosa gástrica – Gastric MALT).
• Tecido linfoide associado ao intestino – GALT.

Alguns pesquisadores sugerem que o GALT é uma parte do MALT por


ser uma importante via de entrada para muitos antígenos e agentes infecciosos.
Ele compreende as placas de Peyer, os nódulos mesentéricos e um grande número
de células espalhadas por toda a lâmina própria (PECONICK; KALKS, 2011).

FONTE: <http://projetotics.cead.ufla.br/arquivos/dmv/imunologia/01-guias/Guia%20de%20
Estudo%20%C3%93rg%C3%A3os.pdf>. Acesso em: 5 out. 2018.

39
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

FIGURA 23 – SEQUÊNCIA DE RESPOSTA IMUNE NO LINFONODO

Antígenos Linfócito T
no tecido virgem

Vaso
linfático Linfócito B
aferente Artéria virgem
Linfonodo
Vaso linfático eferente

Folículo linfóide

Ativação dos linfócitos


no linfonodo

Linfócitos efetores
e de memória

Anticorpos
secretados

Células T
Células
efetoras
BeT
Circulação de memória
Migração para o sítio
dos antigenos nos tecidos

Eliminação dos
antígenos na
circulação e
nos tecidos
Eliminação dos
Circulação
antígenos nos tecidos

FONTE: <http://www.liceuasabin.br/medio/files/arquivos/area_professor/13383190410.pdf>.
Acesso em: 6 out. 2018.

40
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

7 SISTEMA LINFÁTICO E DRENAGEM


Os vasos linfáticos têm a função de drenar o excesso de líquido que sai do
sangue e banha as células. Esse excesso de líquido, que circula nos vasos linfáticos
e é devolvido ao sangue, como já vimos, chama-se linfa (GARRIDO, 2000). Cada
uma das partes que forma o sistema linfático é responsável por diferentes tarefas
que visam exercer a drenagem e a manter o organismo regulado.

Drenagem é uma palavra de origem inglesa e pertence ao léxico da


hidrologia: consiste em evacuar um pântano do seu excesso de água por meio de
caneletas que desembocam em um poço ou em um curso de água. A analogia é
clara: na drenagem linfática manual, as manobras são suaves e superficiais, não
necessitando comprimir os músculos e sim mobilizar uma corrente de líquido
que está dentro de um vaso linfático em nível superficial e acima da aponeurose
(GODOY; BELCZAK; GODOY, 2005).

A drenagem linfática manual, através dos seus movimentos suaves, tem a


função de impulsionar o líquido intersticial para dentro dos capilares linfáticos,
promovendo um aumento da velocidade da linfa que é carreada, aumentando a
filtração e a reabsorção dos capilares sanguíneos, promovendo oxigenação dos
tecidos, aumentando a quantidade de líquidos excretados, diminuindo edema e
desconfortos (CEOLIN, 2006).

Ao retirar a linfa que fica acumulada entre as células, o que pode ser
ocasionado por um retardo da pessoa na produção da linfa, por exemplo, ou por
dificuldades da absorção por parte das células, ocorre a diminuição do edema. O
procedimento melhora também a circulação em geral, relaxa o corpo e aumenta o
metabolismo do local (SOARES, 2005).

Dentro das fundamentações gerais sobre a drenagem linfática manual, para


a aplicação desse recurso de maneira adequada, deve-se respeitar a anatomia e a
fisiologia do sistema linfático, além da integridade dos tecidos superficiais. Para tanto,
a drenagem linfática manual precisa ser realizada de forma suave, lenta e rítmica,
sem causar dor, danos ou lesões aos tecidos do paciente (TACANI; TACANI, 2008).

Sendo a drenagem linfática a técnica manual mais eficaz no auxílio da função
do sistema linfático, ela é um recurso fundamental na fisioterapia e na estética.

41
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• O sistema linfático se assemelha ao sistema sanguíneo e o acompanha.

• O sistema linfático é constituído de uma extensa rede de capilares e amplos


vasos coletores, linfonodos e órgãos linfoides (linfonodo, tonsilas, baço e timo).

• A linfa é um líquido transparente, esbranquiçado (algumas vezes amarelado


ou rosado), alcalino e de sabor salgado, derivada do líquido intersticial que flui
para os vasos linfáticos.

• As vias linfáticas são compostas de capilares, vasos e troncos.

• O linfonodo consiste em um aglomerado de tecido retículo-endotelial revestido


por uma cápsula de tecido conjuntivo. Desempenha importante papel
imunológico, através da filtração da linfa proveniente dos vasos linfáticos e da
produção de células linfoides e reticulares, que realizam a defesa do organismo
através da fagocitose e da pinocitose.

• O sistema linfático possui três funções importantes: o excesso de líquido intersticial,


a fim de devolvê-lo ao sangue e manter o equilíbrio dos fluidos no corpo; transportar
as vitaminas e os lipídios até o sangue, e função de defesa do organismo.

42
AUTOATIVIDADE

1 O sistema encarregado pela defesa do organismo é o sistema linfático. Ele é


formado por órgãos linfoides, linfonodos, ductos linfáticos, tecidos linfáticos,
capilares linfáticos e vasos linfáticos. Com relação às funções do sistema
linfático para o ser humano, associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Drenar o excedente de líquido intersticial.


II- Transporte de lipídios alimentares.
III- Efetivação das respostas imunes.
( ) As vitaminas e os lipídios são distribuídos através do sangue.
( ) Dos espaços tissulares, o excedente deste retorna ao sangue.
( ) Destinadas ao combate de micróbios e células anormais.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) III– I– II.
b) ( ) III– II– I.
c) ( ) II– I– III.
d) ( ) II– III– I.

2 A linfa é um líquido incolor e transparente que se assemelha ao plasma


sanguíneo, sendo esta transportada pelos vasos linfáticos em sentido
unidirecional e filtrada nos linfonodos. Para esse transporte acontecer, a
linfa passa por vários compostos localizados no sistema linfático. Com
relação a estes elementos, associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Capilares linfáticos.
II- Pré-coletores.
III- Coletores.
( ) Vasos de maior calibre e com válvulas conduzem a linfa em sentido
centrípeto.
( ) Vasos menores se apresentam em formato sinuoso e composto por um
grande número de válvulas.
( ) Vasos iniciais do sistema linfático em que possuem função de absorver o
sistema venoso.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) III– I– II.
b) ( ) III– II– I.
c) ( ) II– I– III.
d) ( ) II– III– I.

43
44
UNIDADE 1
TÓPICO 3

ANATOMIA DO SISTEMA LINFÁTICO

1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, como vimos no tópico anterior, o sistema linfático é uma
complexa rede de orgãos linfoides, linfonodos, ductos, tecidos, vasos e capilares
linfáticos que produzem e transportam fluido linfático (linfa) dos tecidos para o
sistema circulatório.

O sistema linfático assemelha-se ao sistema circulatório, a única diferença


é que o sistema sanguíneo possui um órgão central bombeador, o coração. Já o
sistema linfático é produzido por meio de contrações do sistema muscular ou de
pulsações de artérias próximas aos vasos linfáticos.

Neste tópico abordaremos a fisiologia do sistema linfático, ou seja,


estudaremos o funcionamento do sistema linfático no organismo.

2 SISTEMA LINFÁTICO
De todas as definições propostas sobre o sistema linfático, a mais clara traz
que o sistema linfático é uma via secundária de acesso, onde os líquidos advindos
do interstício são entregues de volta ao sangue. Ela tem uma forte ligação com
os vasos sanguíneos e com os líquidos teciduais, que são esses absorvidos e
transportados pela rede extensa dos capilares linfáticos e de vasos de grande
calibre, desembocando pelo coletor principal no sistema venoso (LANGE, 2012).

Portanto as circulações linfáticas e sanguíneas estão intimamente


relacionadas. A macro e a microcirculação de retorno dos órgãos e/
ou regiões são feitas pelos sistemas venoso e linfático. As moléculas
pequenas vão, em sua maioria, diretamente para o sangue, sendo
conduzidas pelos capilares sanguíneos, e as grandes partículas
alcançam a circulação através do sistema linfático. Entretanto, mesmo
macromoléculas passam para o sangue via capilares venosos, sendo que
o maior volume do fluxo venoso faz com que, no total, o sistema venoso
capte muito mais proteínas que o sistema linfático. Contudo, a pequena
drenagem linfática é vital para o organismo ao baixar a concentração
proteica média dos tecidos e propiciar a pressão tecidual negativa
fisiológica que previne a formação do edema e recupera a proteína
extravasada (DUQUE, 2000 apud PORTAL EDUCAÇÃO, 2018, s.p.).

45
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

A captação das macromoléculas proteicas dos interstícios pode também


ser feita por estruturas interligadas ao sistema linfático canalicular e aos pré-
linfáticos, chamadas de sistema paralinfático, uma vez que fazem o transporte
paralelo e de suplência, ao sistema linfático (DUQUE, 2000).

Os fluxos de linfa apresentam dois fatores principais que vão determinar


a intensidade do fluxo através dos vasos: a pressão do líquido intersticial, e a
intensidade do bombeamento. Quando a pressão do líquido intersticial subir acima
do ideal, aumentando muito o seu volume, o líquido irá fluir com maior facilidade
do espaço intersticial para os capilares linfáticos, devido aos “poros” dos capilares
estarem muito abertos, sendo assim, quanto maior a pressão nos tecidos, maior é a
quantidade de linfa formada (Figura 24) (GUYTON; HALL, 2011).

A formação da linfa e o seu transporte ainda pode ser explicados através


da hipótese de Starling sobre o equilíbrio existente entre os fenômenos de
filtração e de reabsorção que ocorrem nas terminações capilares. A água, rica em
elementos nutritivos, sais minerais e vitaminas, ao deixar a luz do capilar arterial,
desembocam no interstício, onde as células retiram os elementos necessários ao
seu metabolismo e eliminam os produtos de degradação celular. Em seguida, o
líquido intersticial, através das pressões exercidas, retoma a rede de capilares
venosos (LEDUC e LEDUC, 2000).

2.1 FORÇA DE STARLING


Ernest H. Starling ressaltou há mais de um século que, sob condições
normais, existe um estado próximo ao equilíbrio na maioria dos capilares. Isto é, a
quantidade de líquido filtrado para fora, nas extremidades arteriais dos capilares,
é quase exatamente igual ao líquido que retorna à circulação por absorção. O
ligeiro desequilíbrio existente é responsável pelo líquido que finalmente retorna
para a circulação pelos linfáticos (GUYTON, 2011).

Várias pressões são responsáveis pelas trocas através do capilar


sanguíneo (Figura 25) (VOGELFAND, 1996):

• Pressão hidrostática (PH): a pressão hidrostática sanguínea (PHs) impulsiona


o fluido através da membrana capilar, em direção ao interstício, sendo sua
pressão aproximadamente de 30 mmHg no capilar arterial e de 15 mmHg
no capilar venoso. A pressão hidrostática intersticial (PHi) é a que tende a
movimentar o fluido de volta para os capilares. É considerada igual a zero,
uma vez que nas condições de normalidade do interstício ela se equilibra em
ambos os extremos capilares.
• Pressão osmótica: é originada pela presença de moléculas proteicas no
sangue e no fluido intersticial. A pressão osmótica sanguínea (POs) tende
a movimentar o fluido do interstício em direção ao capilar, sendo de
aproximadamente 28 mm Hg em ambos os extremos capilares. A pressão
osmótica intersticial (POi) é a força oposta, que tende a "sugar" fluido dos
capilares, sendo de aproximadamente 6 mm Hg nos extremos dos capilares.

46
TÓPICO 3 | ANATOMIA DO SISTEMA LINFÁTICO

• Pressão de filtração (PF): surge da relação entre as pressões hidrostáticas e


osmóticas, sendo no extremo arterial igual à pressão positiva de 8 mm Hg
(PF = (PHs + POi) - (PHi + POs)), produzindo assim a ultrafiltração. No
extremo venoso, corresponde à pressão negativa de 7 mm Hg, produzindo a
reabsorção. Assim sendo, 90% do fluido filtrado é reabsorvido, o restante (2
a 4 litros/dia) é absorvido pelo sistema linfático.
• Pressão tissular: a pressão hidrostática tissular é a pressão exercida sobre
o fluido livre nos canais tissulares. É negativa na maioria dos tecidos. A
pressão tissular total é o resultado da soma vetorial da pressão hidrostática
tissular e da pressão do tecido sólido. Pode ser negativa, quando o interstício
abre as junções endoteliais através dos filamentos de ancoragem, ou positiva,
quando os músculos se contraem, comprimindo os linfáticos iniciais.

FONTE: <http://docplayer.com.br/2111467-Avaliacao-da-drenagem-linfatica-manual-na-
desobstrucao-do-fluxo-expiratorio-das-vias-aereas-superiores.html>. Acesso em: 8 out. 2018.

Portanto, a quantidade de líquido nos espaços intersticiais depende


da pressão capilar, da pressão do líquido intersticial, da pressão oncótica, da
permeabilidade dos capilares, do número de capilares ativos, do fluxo linfático
e do volume total de líquido extracelular. A relação entre as resistências pré-
capilares e pós-capilares venulares também são importantes. Alterações em
alguns destes parâmetros leva a variações no volume do líquido intersticial
(VOGELFAND, 1996).

2.2 FILTRAÇÃO E REABSORÇÃO


Segundo Camargo (2000), mecanismo de formação da linfa envolve três
processos muito dinâmicos e simultâneos:

• Ultrafiltração: é o movimento de saída de H2O, O2 e nutrientes do interior


do capilar arterial para o interstício, ocorrendo pela PH positiva no capilar
arterial e a PH negativa ao nível do interstício.
• Absorção venosa: é o movimento de entrada de H2O, CO2, pequenas
moléculas e catabólitos do interstício para o interior do capilar venoso,
ocorrendo por difusão, quando a pressão intersticial é maior do que a
existente no capilar venoso.
• Absorção linfática: é o início da circulação linfática, determinada pela entrada
do líquido intersticial, com proteínas de alto peso molecular e pequenas
células, no interior do capilar linfático inicial, que ocorre quando a pressão
é positiva e os filamentos de proteção abrem as microválvulas endoteliais
da parede do capilar linfático. Este começa a ser preenchido pelo líquido
intersticial e, quando o preenchimento chega ao máximo, as microválvulas se
fecham, iniciando a propulsão da linfa através dos pré-coletores e coletores.

47
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

Diversas forças conduzem a movimentação da linfa. Primeiramente,


ocorre saída de água e de proteínas dos capilares sanguíneos. O aumento da
permeabilidade do capilar sanguíneo, aumentando o volume e a pressão intersticial,
provoca a formação de mais linfa. Consequentemente, a permeabilidade capilar
venosa aumenta, juntamente com o extravasamento de líquido e de proteínas,
levando também, ao aumento da entrada de linfa dentro do capilar linfático. O
aumento da temperatura, assim como a hipotermia, age no mesmo sentido,
aumentando o volume de líquidos intersticiais e o fluxo da linfa (DUQUE, 2000).

No interstício, as grandes moléculas proteicas fracionam-se, adquirindo


maior poder osmótico, atraindo mais líquido para o interstício e potencializando
os mecanismos formadores da linfa (Figuras 24 e 25) (DUQUE, 2000).

A compressão do vaso linfático orienta e permite o fluxo da linfa. Agem,


neste sistema, as compressões externas sobre o tegumento cutâneo, assim como
a movimentação do membro, que desencadeia inúmeras formas de compressão
sobre os capilares e troncos linfáticos. A compressão muscular e a compressão
subcutânea gerada pela movimentação do corpo são, de certa forma, semelhantes
ao "coração periférico" das panturrilhas no mecanismo de refluxo venoso dos
membros inferiores, entretanto, em nível linfático, é mais difuso e é despertado
com qualquer movimento de qualquer parte do corpo (DUQUE, 2000).

Em resumo, a formação e a condução da linfa são condicionadas por


diversos sistemas. Um, em nível molecular, é o sistema angiolacunar de líquidos
e eletrólitos. Dentro deste sistema de difusão, e por ele potencializado, insere-
se o sistema de ultrafiltração capilar sanguíneo, ainda no nível microscópio,
somam-se as trocas líquidas, pressóricas e proteicas do plasma dos interstícios e
dos capilares linfáticos. Nos membros, instalam-se forças ainda mais grosseiras,
e localmente mais intensas, que surgem em determinadas situações, tais como
qualquer movimentação e compressão tecidual (DUQUE, 2000).

FONTE: <https://portalteses.icict.fiocruz.br/transf.php?script=thes_chap&id=00004704&lng=p-
t&nrm=iso>. Acesso em: 8 out. 2018.

48
TÓPICO 3 | ANATOMIA DO SISTEMA LINFÁTICO

FIGURA 24 – RELAÇÃO DA CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA E LINFÁTICA


E A FORMAÇÃO DA LINFA

FONTE: <http://cuidatelcuerpo.com/wp-content/uploads/Sistema-Intersticial.jpg>.
Acesso em: 8 out. 2018.

FIGURA 25 – PRESSÕES RESPONSÁVEIS PELAS TROCAS ATRAVÉS


DO CAPILAR SANGUÍNEO
Capilar sanguíneo

Hemácia Plasma

Leucócito

Célula P. Hidrostática P. Oncótica Fluído


intersticial

Linfa

Capilar infático

FONTE: <http://www.anatomiadocorpo.com/sistema-linfatico/>. Acesso em: 8 out. 2018.

49
UNIDADE 1 | ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

LEITURA COMPLEMENTAR

DEZ MITOS E VERDADES SOBRE A DRENAGEM LINFÁTICA

Talita Duvanel

Não faltam benefícios na drenagem linfática, mas não faltam também


dúvidas sobre o procedimento, que estimula o sistema linfático e ajuda na
eliminação de toxinas e líquidos que o corpo acaba retendo no dia a dia. Mas ela
emagrece, ajuda na celulite e TPM? Diante das perguntas que costumam aparecer
sobre o assunto, listamos os mitos e verdades sobre um dos tipos mais populares
de massagem do mercado.

Drenagem ajuda a diminuir celulite.


Verdade. Uma das causas da celulite é a retenção de líquidos, e é nisso
que a drenagem ajuda.
- A retenção não permite a oxigenação do tecido, dando origem a nódulos.
No entanto, a drenagem funciona de maneira mais efetiva no começo do problema-
explica Daniele Correa, fisioterapeuta dermatofuncional e supervisora do Centro
de Tratamento Corporal da Clínica Paula Bellotti, no Rio.

Drenagem emagrece.
Mentira.  Esse tipo de massagem, ajuda, na verdade na eliminação de
líquidos retidos e na liberação de toxinas, não havendo perda de gordura.
- Para de fato perder gordura e emagrecer, é preciso conjugá-la com uma
série de fatores que compõem uma rotina saudável, como alimentação balanceada,
ingestão adequada de água e exercícios – diz Vanessa Villela, fisioterapeuta da
clínica Skinlux, no Rio.

Quem tem problema venoso não pode fazer.


Verdade. Quem tem trombose, por exemplo, não deve realizar o procedimento.
Mas é indicado sempre consultar um médico antes de qualquer decisão.

Beber água antes da drenagem potencializa os efeitos da massagem.


Verdade. Antes e depois da massagem, a água ajuda a melhorar a retenção de
líquido e eliminar toxinas. É mito achar que quem sofre com inchaço não deve beber/
ingerir tanta água. Água é importante sempre, independentemente da condição.

Se a drenagem for bem-feita, imediatamente após o procedimento, você


vai ao banheiro urinar.
Mito.  Segundo Daniele, depende da quantidade de água que a pessoa
retém, portanto, isso não é regra.
- Algumas pessoas sentem vontade de urinar durante ou no final da
massagem. Mas isso não pode ser aplicada a todos – diz Daniele.

50
TÓPICO 3 | ANATOMIA DO SISTEMA LINFÁTICO

Grávidas não podem fazer drenagem.


Mito. Elas podem e devem sim fazer o procedimento, uma vez que na gravidez
a mulher retém muito líquido, principalmente nos últimos três meses, diz Vanessa.

Drenagem precisa ser feita com creme ou óleo.


Mito. O uso de creme ou óleo vai depender do profissional ou do método
utilizado, não sendo uma obrigação.
- Para pacientes em pós-operatório, cremes e óleos costumam deixar a
massagem mais cômoda à pessoa – diz Daniele.

Drenagem com aparelho é melhor que drenagem manual.


Mito. As duas têm bons resultados, pois ativam a circulação sanguínea,
melhorando a oxigenação dos tecidos, mas a manual é a mais recomendada.
- Na manual, o profissional consegue observar com mais precisão as
regiões com mais nódulos, inchaço e edemas e, assim, trabalhar com mais precisão
– explica Daniele.

Drenagem malfeita pode dar íngua.


Mito.  A íngua só aparece por causa de processos inflamatórios ou
infecciosos nos gânglios, não tendo nada a ver com um procedimento anterior.

Drenagem ajuda a melhorar sintomas de TPM.


Verdade. Sim, sim, sim! Drenagem pode fazer milagres para a tensão pré-
menstrual.
- Ela atua na liberação de líquidos, combatendo o inchaço, que é um dos
sintomas da TPM, além de ajudar no controle da ansiedade, por ter um efeito
relaxante – diz Vanessa.

FONTE:  <https://oglobo.globo.com/ela/beleza/dez-mitos-verdades-sobre-drenagem-linfatica-
19336628#ixzz5Qp9qTsUK>. Acesso em: 8 out. 2018.

51
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• O sistema linfático tem uma forte ligação com os vasos sanguíneos e com os
líquidos teciduais.

• Os fluxos de linfa apresentam dois fatores principais que vão determinar a


intensidade do fluxo através dos vasos: a pressão do líquido intersticial, e a
intensidade do bombeamento.

• Várias pressões são responsáveis pelas trocas através do capilar sanguíneo, são
elas: pressão hidrostática, pressão osmótica, pressão de filtração e pressão tissular.

• A quantidade de líquido nos espaços intersticiais depende da pressão capilar,


da pressão do líquido intersticial, da pressão oncótica, da permeabilidade dos
capilares, do número de capilares ativos, do fluxo linfático e do volume total
de líquido extracelular.

• O mecanismo de formação da linfa envolve três processos muito dinâmicos e


simultâneos: ultrafiltração, absorção venosa e absorção linfática.

52
AUTOATIVIDADE

1 O mecanismo de formação da linfa envolve três processos muito dinâmicos


e simultâneos, diante disso associe as colunas:

( 1 ) Ultrafiltração.
( 2 ) Absorção linfática.
( 3 ) Absorção venosa.

a) ( ) É o movimento de entrada de H2O, CO2, pequenas moléculas e


catabólitos do interstício para o interior do capilar venoso, ocorrendo
por difusão, quando a pressão intersticial é maior do que a existente no
capilar venoso.
b) ( ) É o movimento de saída de H2O, O2 e nutrientes do interior do capilar
arterial para o interstício, ocorrendo pela PH positiva no capilar arterial
e a PH negativa ao nível do interstício.
c) ( ) É o início da circulação linfática, determinada pela entrada do líquido
intersticial, com proteínas de alto peso molecular e pequenas células,
no interior do capilar linfático inicial, que ocorre quando a pressão é
positiva e os filamentos de proteção abrem as microválvulas endoteliais
da parede do capilar linfático.

Assinale alternativa que apresente a sequência correta:


a) ( ) 3– 1– 2.
b) ( ) 1– 2– 3.
c) ( ) 3– 2– 1.
d) ( ) 2– 3– 1.

2 Ernest H. Starling salientou que a quantidade de líquido filtrado para


fora, nas extremidades arteriais dos capilares, é quase exatamente igual ao
líquido que retorna à circulação por absorção. Diante disso, classifique V
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Pressão de filtração: surge da relação entre as pressões hidrostáticas e


osmóticas, produzindo assim a ultrafiltração.
( ) Pressão hidrostática é a pressão exercida sobre o fluido livre nos canais
tissulares.
( ) A pressão hidrostática intersticial (PHi) é a que tende a movimentar o
fluido de volta para os capilares.
( ) Pressão osmótica: é originada pela presença de moléculas proteicas no
sangue e no fluido intersticial.

53
54
UNIDADE 2

DRENAGEM LINFÁTICA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer e identificar as disfunções do sistema linfático;

• conhecer as indicações, contraindicações da drenagem linfática;

• aprender os cuidados com a drenagem linfática;

• conhecer os principais métodos utilizados da drenagem linfática.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – FISIOPATOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

TÓPICO 2 – INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES E CUIDADOS

TÓPICO 3 – PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

55
56
UNIDADE 2
TÓPICO 1

FISIOPATOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, como visto anteriormente, o Sistema Linfático configura
um sistema de auxílio ao sistema imunológico e ao sistema circulatório, recolhendo
o líquido intersticial não retornado dos capilares sanguíneos, isto é, representa
uma via auxiliar de drenagem do sistema venoso.

Quando ocorrem quaisquer anomalias ou alterações no sistema linfático,


podem ocasionar diversas patologias ou disfunções. Dentre as inúmeras
patologias, podemos destacar: edema e linfedema.

Vamos agora estudar essas patologias!

2 EDEMA E LINFEDEMA
O edema e o linfedema podem ser definidos como todo e qualquer acúmulo
de líquido, altamente proteico, nos espaços intersticiais, seja ele devido às falhas
de transporte, por alterações da carga linfática, por deficiência de transporte ou
por falha da proteólise extralinfática (MAYALL, 2000).

Após a ocorrência de obstrução linfática (linfadenectomia axilar), são ativados


mecanismos compensatórios, a fim de evitar a instalação do linfedema, que são:

• Circulação colateral por dilatação dos coletores remanescentes.


• Dilatação dos canais pré-linfáticos, conduzindo a linfa a regiões íntegras.
• Neoanastomoses linfolinfáticas ou linfovenosas.
• Aumento da capacidade de transporte por incremento do trabalho dos linfangions.
• Estímulo do mecanismo celular, produzindo, na região edemaciada um
aumento da pinocitose e um acúmulo de macrófagos que atuam na proteólise
extralinfática (MORTIMER, 1999).

57
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

Esses mecanismos fazem com que o membro afetado permaneça sem


linfedema, reestabelecendo-se a circulação linfática. Entretanto, esse equilíbrio
pode ser alterado por fatores como: "esgotamento" do mecanismo compensador;
fibroesclerose dos linfáticos a partir da quarta década de vida; traumatismos
locais; secções cirúrgicas de coletores; inflamações; excessivo esforço muscular;
exposições a altas temperaturas; e alterações da pressão atmosférica. A instalação
de linfedema ocorre então por aumento do fluxo linfático, que supera a
capacidade de transporte ou a reduz em níveis inferiores aos de carga e fluxo
linfático (VOGELFANG, 1996).

Segundo Mortimer (1998), a linfa do sistema superficial drena para o


sistema linfático profundo pelas conexões que podem ser visualizadas. Quando há
o linfedema, o sistema linfático profundo não pode mais ser visualizado, havendo
muitas vias colaterais e fluxo retrógrado dos vasos profundos para os superficiais,
indicando uma insuficiência valvular. Em geral, para produzir um linfedema,
é necessário muito mais que uma destruição tecidual. Isto sugere que fatores
adicionais à obstrução linfática são necessários para a ocorrência do linfedema.

O linfedema, uma vez instituído, leva a uma condição crônica. Se a


drenagem linfática é reduzida, o mesmo ocorre com a filtração capilar, gerando,
consequentemente, a concentração de proteínas. Contrária às expectativas, um
estudo realizado por Bates, Levick e Mortimer (1992), mostrou que, ao contrário
do que se imaginava, a concentração de proteínas foi menor no membro
edemaciado quando comparado com o membro sadio. De fato, a concentração
de proteína se correlaciona negativamente com a severidade do linfedema no
membro. A explicação mais provável para estes achados é a existência de uma
contribuição vascular para o linfedema, sendo possível o aumento da filtração
capilar (MORTIMER, 1998).

Outros possíveis mecanismos vasculares que podem explicar a filtração e


o aumento de fluidos, levando a alterações no sistema linfático, incluem a falência
da resistência pré-capilar e o aumento do número de vasos sanguíneos, levando
ao aumento de área para filtração (MORTIMER, 1998).

Em resumo, a patofisiologia do linfedema não consiste somente em uma


simples obstrução linfática, mas em um emaranhado de eventos complexos que
levam ao seu desencadeamento.

Pode-se classificar o linfedema de várias formas e categorias:

LINFEDEMA PRIMÁRIO:

São subdivididos em precoce e congênito.

58
TÓPICO 1 | FISIOPATOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

• Precoce: comum no sexo feminino no início da puberdade, é de etiologia


desconhecida, ocorre nos membros inferiores, podendo ser devido a equilíbrios
hormonais, ou a falhas no desenvolvimento dos vasos linfáticos, ocasionando
uma insuficiência de drenagem linfática.
• Congênito hereditário ou doença de Milroy: presente desde o nascimento,
caracterizado por hipoplasia linfática, e por uma estrutura inadequada dos
vasos linfáticos que ocasionam linfangiectasia (dilatação dos vasos linfáticos) e
consequente insuficiência valvular (Figura 1).
• Congênito Simples: idêntico à doença de Milroy, mas sem padrão hereditário
(CAMARGO; MARX, 2000).

LINFEDEMA SECUNDÁRIO:

São decorrentes de causas externas. As lesões teciduais graves podem levar


ao desenvolvimento de linfedema quando afetam a estrutura e/ou funcionamento
dos vasos linfáticos.

• Por lesões teciduais locais.


• Por filariose (Elefantíase), parasita inoculado pela picada de um mosquito
infectado, quando penetra na pele, atinge os vasos linfáticos, sanguíneos
e os linfonodos, preferencialmente na região inguinal e genitália externa,
ocasionando um linfedema grave e progressivo (Figura 1).
• Recidivas de erisipela (Doença causada pela bactéria Streptococcus pyogenes
que afeta a pele e o tecido subcutâneo, manifestando áreas edematosas elevadas,
avermelhadas e dolorosas).
• Celulite.
• Por estase venosa (diminuição do fluxo sanguíneo venoso). A insuficiência
venosa crônica, quando grave, pode sobrecarregar o sistema linfático, ou estar
associada a uma insuficiência congênita dos vasos linfáticos.
• Ocorrência de tumores malignos, pode haver disseminação de células
cancerígenas, levando ao desenvolvimento de metástase, estendendo-se à
derme, epiderme e aos próprios vasos linfáticos, caracterizando um linfedema
de instalação muito rápida.
• Ressecção cirúrgica de gânglios e vasos linfáticos – pós-mastectomia, nos
tratamentos oncológicos, a ressecção de gânglios e vasos linfáticos, constitui um
verdadeiro obstáculo à circulação linfática, podendo desencadear o linfedema.
• Fibrose após radioterapia. Os efeitos colaterais da radioterapia adjuvante
ao tratamento oncológico, como fibrose e radiodermite, podem prejudicar a
circulação linfática superficial, principalmente nas anastomoses interaxilares.
• Por lesões teciduais locais: linfangite aguda (inflamação nos vasos linfáticos)
e em casos mais graves linfadenite (inflamação nos linfonodos) (CAMARGO;
MARX, 2000).

59
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 1 – EXEMPLOS DE LINFEDEMA PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO

FONTE: Sogab (2018, p. 5)

Classificação do linfedema segundo o momento de instalação e os achados


clínicos:

• Agudo: é um linfedema moderado e transitório que ocorre nos primeiros dias após
cirurgias como resultado da incisão dos canais linfáticos. Usualmente desaparece
em algumas semanas com a elevação do membro e o bombeamento muscular.
• Agudo com sintomatologia álgica: ocorre entre 4 a 6 semanas de pós-operatório,
como resultado de linfangites ou flebites agudas. Este tipo de linfedema pode ser
tratado com sucesso com a elevação do membro e medicação anti-inflamatória.
• Agudo na forma de erisipela: ocorre, normalmente, após a picada de insetos ou
pequenas lesões e queimaduras. Pode ser sobreposto ao linfedema crônico. Esta
forma de linfedema requer elevação do membro e antibióticos (BERGMANN, 2000).

As formas agudas são condições temporárias, com menos de seis meses


associadas a edemas depressíveis, sem alterações de pele.

• Crônico: é a forma mais comum, sendo usualmente insidioso, com ausência de dor,
não sendo associado a eritemas. O linfedema crônico é irreversível (NCI, 1999).

O linfedema pode ser classificado quanto a sua intensidade, sendo este o


critério mais comumente utilizado (MORTIMER, 1999; CAMARGO; MARX, 2000).
É estratificado como:

60
TÓPICO 1 | FISIOPATOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

• Fase I: aqueles edemas que se desenvolvem após atividades físicas ou ao final


do dia e melhoram espontaneamente ao repouso e aos estímulos linfáticos.
Ocorre em decorrência de um pequeno aumento de linfa intersticial e alguma
estase nos vasos linfáticos.
• Fase II: são espontaneamente irreversíveis, mas podem ser controlados com
terapêuticas apropriadas. Possuem fibrose do fluido intersticial em algumas áreas e
consequentemente, aumento da consistência da pele. O fluxo linfático se apresenta
mais lento, havendo certo grau de estagnação da linfa em coletores e capilares.
• Fase III: são irreversíveis e mais graves. Apresentam grau elevado de fibrose
linfostática com grande estagnação da linfa nos vasos e capilares. Possuem
alterações de pele importantes, tornando-se vulneráveis a erisipelas, eczemas,
papilomatoses e fistulas linfáticas.
• Fase IV: são as chamadas elefantíases, sendo irreversíveis e apresentam
complicações como papilomatose, queratoses, fistulas linfáticas e angiomas.
Traduz a total falência dos vasos linfáticos.

Outra classificação utilizada foi proposta por Vilanova (1982), que


considera a distribuição topográfica do edema. O linfedema é estratificado em:

• Grau A: pacientes que permanecem a maior parte do tempo sem edema, sendo
portadoras de uma insuficiência linfática crônica e compensada, apresentando
todas as medidas simétricas iguais e com ausência de edema em dorso de mão.
• Grau B: pacientes permanentemente com edemas suaves, sem modificações
estruturais da pele e do tecido celular, tendo pelo menos uma medida desigual no
braço, antebraço ou mão, são subdivididos em tipo B1 (somente a circunferência
do terço médio do braço está aumentada), tipo B2 (aumento da circunferência
do terço médio do braço e terço superior do antebraço), tipo B3 (aumento da
circunferência do terço médio do braço, do terço superior e inferior do antebraço),
tipo B4 (aumento da circunferência em terço médio do braço, terço superior e
inferior do antebraço e edema discreto ou grosseiro em dorso de mão).
• Grau C: pacientes com modificações estruturais definitivas da pele e tecido celular,
consistindo as verdadeiras elefantíases cirúrgicas, são subdivididas em tipo C1
(sem comprometimento do plexo braquial) e tipo C2 (com transtornos devidos a
comprometimento braquial e sobrecarga, presença de transtornos subjetivos de dor e
parestesias quase permanentes, apresentando dificuldades de movimentos, ausência
dos grandes sulcos que separam os braços e as partes mais distais, aumento de volume
de forma rápida, e apresentando o braço com volumes grandes e flácidos).

Ainda temos a classificação do linfedema quanto à escala clínica (NCI, 1999):

1 +: edema que é somente visível.


2 +: uma depressão leve que é visível quando se pressiona a pele.
3 +: um sinal digital e profundo que volta ao normal em 5 a 30 segundos.
4 +: a extremidade pode ser 1,5 a 2 vezes o tamanho normal.

61
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

E por fim a classificação do linfedema através do julgamento clínico (MILLER;


BENINSON, 1999), esta classificação é baseada nas características clínicas e nos vários
níveis de severidade e complicações, levando em consideração a inspeção, palpação,
mudanças com a elevação do membro, e a função/mobilidade articular dos membros,
como observado no quadro a seguir:

QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA SIMPLIFICADA DE LINFEDEMA


Classificação Clínica Simplificada de Linfedema
Inspeção da Palpação da Efeito da elevação no
Edema Função do membro
extremidade extremidade membro
Grau 1 Aparência normal Edema com Edema desaparece Normal
presença de ou diminui de forma
fóvea acentuada
Grau 2 Descoloração Espessamento Edema diminui Mobilidade
amarelada de pele moderadamente diminuída; alguma
recente; função diminuída
presença de
fóvea
Grau 3 Dermatose Espessamento Edema diminui Perda funcional
crônica; pequenas de pele; minimamente importante;
vesículas surgem pequenas movimentos finos
frequentemente; fóveas prejudicados; perda
mudanças na da flexibilidade
queratose recente; articular
pequenas pápulas
queratóticas
Grau 4 Aumento da Espessamento Edema não diminui Perda funcional
descoloração de pele; importante;
amarelada; ausência de movimentos
aumento da fóvea significativamente
pigmentação; prejudicados
secreção
vesicular; pápulas
queratóticas;
dermatose crônica

FONTE: Miller e Beninson (1999)

O linfedema pode ocorrer em qualquer área do corpo sendo mais comuns


em membros inferiores e superiores. Os sinais e sintomas do linfedema incluem:

• sensação de peso ou tensão no membro;


• dor aguda;
• alteração de sensibilidade;
• dor nas articulações;
• aumento da temperatura local com ausência de sinais flogísticos;
• extravasamento de líquido linfático (linfocistos);
• sinal de Steimer positivo (prega cutânea);
• edema em dorso de mãos e pés;

62
TÓPICO 1 | FISIOPATOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

• papilomatoses dermatológicas;
• alterações cutâneas como eczemas, micoses, queratosis, entre outras
(MORTIMER, 1999; NLN, 1998).

O diagnóstico de linfedema pode ser obtido através de critérios subjetivos


e objetivos, sendo realizado, na maioria dos casos, através da história e do exame
físico (ROCKSON et al., 1998;  CONSENSO DOCUMENTO DA SOCIEDADE
INTERNACIONAL DE LINFOLOGIA, 1995; HUMBLE, 1995).

Os critérios subjetivos incluem questionário e entrevistas. A pessoa que


apresenta linfedema costuma relatar sensação de peso e de tensão no membro
afetado (HUMBLE, 1995). Normalmente, são os pacientes que observam as
primeiras mudanças, através da dificuldade em colocar anéis, pulseiras e
relógios, sapatos ou ao vestir roupas. Outras alterações percebidas se relacionam
à aparência da pele, que se torna esticada, com ausência de dobras cutâneas, e
com sensação de espessamento e tensão. Ocasionalmente, apresentam também
limitação dos movimentos da mão, cotovelo e ombro nos membros superiores
e tornozelo e joelho nos membros inferiores (GERBER, 1998). Entretanto, alguns
estudos relatam uma superestimação da prevalência do linfedema determinado
a partir dos critérios subjetivos (MORTIMER, 1998; NBCC, 1999; KISSIN, 1986).

O diagnóstico objetivo do linfedema na avaliação do paciente através do


exame físico terá um peso maior, sendo considerado o padrão ouro do diagnóstico
(ROCKSON et al., 1998). Entre os critérios objetivos usados na determinação do
linfedema, podemos citar:

• Perimetria: a circunferência do membro é o método de maior utilização no


diagnóstico de linfedema. Esta técnica inclui a medida da circunferência em
tuberosidades ósseas, por exemplo, nos membros superiores seriam: processo
estiloide da ulna, olecrano, articulação metacarpofalangeana, ou a medida
de segmentos equidistantes do braço. O membro contralateral é usado como
controle (GERBER, 1998). Este tipo de avaliação pode também ser utilizado
para verificar a melhora no tratamento, por exemplo: em sessões de drenagem
linfática, inicialmente realiza-se a perimetria do membro a ser tratado; após
algumas sessões, repete-se o exame. Se a medida da perimetria diminuir,
significa que houve resultado positivo no tratamento. Porém, deve-se ter
extremo cuidado para que as medições sejam feitas sempre nas mesmas regiões,
para que não haja erro de avaliação; para isto, pode-se usar estruturas próprias
do corpo para marcar a região a ser medida, por exemplo, a tuberosidade da
tíbia, a região dos maléolos etc. (Figura 2) (SOGAB, 2018).

63
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

• Volume: pode ser obtido de forma direta ou indireta. A maneira direta é através
da imersão do membro em um cilindro milimetrado, observando-se a diferença
da quantidade de água deslocada entre o membro afetado e o contralateral.
A maneira indireta é mais rápida, barata e simples, podendo o volume ser
estimado através de medidas de circunferência, tratando cada segmento do
membro como um par de circunferências (assim como um cone truncado). O
volume do segmento é dado por: V = h* (C² + Cc + c²) / (*12), em que V é o
volume do segmento do membro, C e c são as circunferências a cada final, e h
é a distância entre as circunferências (C). O somatório desses volumes dará o
volume final estimado (CASLEY-SMITH, 1994).
• Sinal de Godet ou Cacifo: este sinal é observado pela compressão da área
edemaciada; quando comprimida a região (geralmente com o polegar), a
área permanece deprimida por alguns segundos. A demora no retorno da
área comprimida (acima de cinco segundos) identifica o edema. Porém, em
casos de linfedema crônico não é possível observar o cacifo. Isto ocorre, pois, o
excesso de líquidos no interstício, bem como a estase deste fluxo por períodos
prolongados favorece a formação de um processo inflamatório, gerando
assim, formação de fibrose no tecido conjuntivo intersticial afetado. Portanto,
em geral, os edemas crônicos são “duros”, ou seja, o tecido não se deprime à
pressão do dedo, é o edema sem cacifo (Figura 3) (SOGAB, 2018).

FIGURA 2 – PERIMETRIA DE MEMBROS INFERIORES

FONTE: Sogab (2018, p. 7)

64
TÓPICO 1 | FISIOPATOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO

FIGURA 3 – AVALIAÇÃO DE LINFEDEMA PELO SINAL DE GODET OU CACIFO

FONTE: Sogab (2018, p. 6)

Como métodos de avaliação menos utilizados, porém de alta confiabilidade,


temos:

• Ressonância magnética: pode ser utilizada para o diagnóstico diferencial do


edema. Nos linfedemas, a imagem revela uma distribuição característica de
edema com um compartimento epifascial, expondo um padrão espesso na
pele. No edema venoso, tanto o compartimento epi como o subdermal estarão
afetados. No lipoedema, haverá um acúmulo de gordura com ausência de fluídos.
A ressonância magnética também é importante na identificação dos linfonodos,
pois amplia os troncos linfáticos, e na diferenciação das várias causas de obstrução
nos linfedemas secundários. A informação anatômica pode completar a avaliação
funcional promovida pela linfocintigrafia (SZUBA; ROCKSON, 1998).
• Tomografia computadorizada: oferece uma definição anatômica da localização do
edema (subfascial e epifascial), e pode identificar espessamento de pele assim como
características de "favo" nos tecidos subcutâneos do linfedema (COLLINS, 1995).
• Linfocintigrafia isotópica: é um método confiável e de boa reprodutibilidade
para confirmação do diagnóstico de linfedema. Produz uma avaliação adequada
da função linfática e a visualização dos troncos linfáticos e linfonodos (SZUBA;
ROCKSON, 1998). Em relação à informação morfológica, a linfocintigrafia
mostra: o aparecimento ou não do traçador nos dois cotovelos em situação de
repouso, sugerindo, caso negativo, uma insuficiência linfática; se o traçador,
aos exercícios, não aparece completamente nos vasos linfáticos, mas sim na

65
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

subderme (colaterização subdermal); se o traçador flui primeiramente para


os vasos linfáticos, mas posteriormente, retorna para a subderme quando
atinge a axila ou um nível de bloqueio (retorno dérmico); se o retorno dérmico
está limitado para uma determinada área do membro; se o traçador está
bloqueado no nível da axila ou mais distalmente; se a axila e/ou os linfonodos
supraclaviculares estão presentes e recebem linfa dos membros superiores; e
se existe colaterização através das vias secundárias e se estão abertas no nível
do ombro (via de Mascagni’s), na axila, da axila operado para a contralateral,
da axila operada para a mamária interna homolateral e no tórax (BOURGEOIS;
LEDUC; LEDUC, 1998). Este método é talvez o melhor para avaliar a função
do sistema linfático (SZUBA; ROCKSON, 1998; BOURGEOIS; LEDUC; LEDUC,
1998). Entretanto, Leduc e Leduc (2000) acredita que este método é desnecessário,
quando se pretende fazer o diagnóstico de linfedema. Bourgeois, Leduc e Leduc
(1998) consideram a importância deste método na determinação das implicações
terapêuticas, podendo direcionar o tratamento adequado.
• Linfangiografia indireta: é particularmente útil na visualização local do sistema
linfático superficial e troncos linfáticos. Também pode ser útil na avaliação da
anatomia linfática anterior a cirurgia reconstrutora, assim como na avaliação da
anatomia linfática em pacientes com alterações localizadas e, geralmente, como mais
um auxílio na apresentação de linfedemas complexos (SZUBA; ROCKSON, 1998).
• Ultrassonografia: é um instrumento não invasivo complementar para avaliação
do membro. Em pacientes com linfedema, é observado o espessamento cutâneo,
nos compartimentos epifascial e subfascial. Essa técnica de imagem é aplicada
tanto no diagnóstico diferencial como no monitoramento, embora algum
refinamento seja necessário para caracterizar melhor a fibrose subcutânea que
pode ser encontrada no linfedema (SZUBA; ROCKSON, 1998).

66
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• Edema e linfedema são disfunções do sistema linfático.

• O edema e o linfedema podem ser definidos como todo e qualquer acúmulo


de líquido, altamente proteico, nos espaços intersticiais, sejam eles devido
às falhas de transporte, por alterações da carga linfática, por deficiência de
transporte ou por falha da proteólise extralinfática.

• O edema fica mais evidente ao anoitecer, ocorre devido ao desequilíbrio entre


a filtragem e a evacuação da linfa.

• O linfedema acomete mais às mulheres do que aos homens. E pode se classificar


de várias formas e categorias.

• O linfedema pode ocorrer em qualquer área do corpo sendo mais comuns em


membros inferiores e superiores.

• Os sinais e sintomas do linfedema incluem: sensação de peso ou tensão no membro,


dor aguda, alteração de sensibilidade, dor nas articulações, extravasamento de
líquido linfático, edema em dorso de mãos e pés, entre outros.

67
AUTOATIVIDADE

1 O linfedema primário, presente desde o nascimento, caracterizado por


hipoplasia linfática, e por uma estrutura inadequada dos vasos linfáticos
que ocasionam linfangiectasia é conhecido como doença de:

a) ( ) Meige.
b) ( ) Kimount.
c) ( ) Milroy.
d) ( ) Schimit.

2 O diagnóstico de linfedema pode ser obtido através de critérios subjetivos


e objetivos, sendo realizado, na maioria dos casos, através da história e do
exame físico. Descreva os sintomas relatados nos critérios subjetivos do
diagnóstico de linfedema pelo paciente.

68
UNIDADE 2 TÓPICO 2

INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES E CUIDADOS

1 INTRODUÇÃO
A Drenagem Linfática Manual (DLM) é indicada para os casos em que
há retenção hídrica, problemas dermatológicos, rigidez da musculatura, período
de tensão pré-menstrual, pré e pós-operatório, acne, fibroedema geloide e para
rejuvenescimento (CEOLIN, 2006).

São indicações clássicas para a DLM nos casos de edemas e linfedemas,


que irá promover uma ativação da circulação linfática, diminuição do linfedema
e regeneração das vias linfáticas. É de grande importância o aplicador desta
técnica ter um entendimento sobre o problema e a fase em que ela se encontra.
São indicados também em casos de pós-operatório de cirurgias plásticas e nesse
caso faz-se necessário o conhecimento da anatomia fisiológica, das linhas de
drenagem e do tipo de cirurgia realizada (BORGES, 2010).

A técnica de DLM tem como objetivo drenar o líquido que se encontra em excesso
em algumas áreas do corpo, promovendo uma oxigenação e acelerando a cicatrização,
melhorando a absorção de hematomas e a sensibilidade (MORAIS; CERVAENS, 2012).

São vários os efeitos benéficos da DLM em relação ao tratamento e também


à prevenção de cicatrizes hipertróficas, queloides (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

São contraindicações absolutas em casos de: tumores malignos,


tuberculose, infecções e reações alérgicas agudas, edemas sistêmicos de origem
cardíaca ou renal, insuficiência renal e trombose venosa.

Como contraindicação relativa nos seguintes casos: hipertireoidismo,
menstruação abundante, insuficiência cardíaca descompensada, asma, bronquite, flebite,
trombose venosa profunda, hipotensão arterial, afecções da pele (BORGES, 2010).

Alguns movimentos deslizantes, que acompanham a DLM, não são


recomendados no caso da fase aguda do reparo tecidual, por gerar alguma tensão
na lesão, e até aumentando a chance de desenvolver a cicatriz hipertrófica ou o
queloide (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Veremos agora alguns cuidados necessários de acordo com casos


específicos e bastantes comuns nos consultórios.

69
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

2 GESTANTES
É normal que no período de gravidez ocorram alterações físicas no corpo da
mulher para que se tenha um perfeito crescimento do feto. Porém, essas mudanças
muitas vezes ocasionam dor e limitações em suas atividades diárias (SOUZA, 2000).

É comum a grávida apresentar queixas de edema nos membros inferiores;


que segundo Zugaib e Kahhale (1995) é definido como um excessivo acúmulo de
líquido nos tecidos. No terceiro trimestre, há uma maior retenção de água que
pode resultar em um grau variante de edema dos tornozelos e pés na maioria das
mulheres, reduzindo a extensão da articulação. O edema pode causar também
pressão nos nervos, como na síndrome de túnel carpal, onde o edema nos braços
e nas mãos causa parestesia e fraqueza muscular, afetando as porções terminais
das distribuições nervosas mediana e ulnar (POLDEN; MANTLE, 2002).

A retenção hídrica acresce em média 6,5 litros, por causa do aumento do


líquido amniótico e do volume sanguíneo. De modo geral, as gestantes se queixam
que seus pés se tornam edemaciados no período da gravidez, haja vista que estas
modificações podem ser explanadas pelo acréscimo de fluído e/ou gordura, ou
pelas alterações nos ligamentos, devido ao peso extra carregado, ou alterações do
tecido conjuntivo provocadas pela ação dos hormônios (RIBAS, 2006).

Embora o edema de membros inferiores seja a queixa mais observada, trata-


se de uma acomodação fisiológica da gestação. Cerca de 1/3 das gestantes apresenta
edema generalizado por volta da 38ª semana de gestação. Para atenuar tal desconforto,
a drenagem linfática é a massagem mais recomendada, pois auxilia na diminuição da
retenção de líquido, reduzindo os inchaços típicos da gravidez, auxiliando também
em relação à redução da celulite e de varicosidades, estimulando a regeneração dos
tecidos, o aumento da diurese e da eliminação de toxinas (resultando no equilíbrio
hídrico), ajuda ainda na estabilidade do meio interno do organismo, alivia dores na
coluna, promove relaxamento físico e mental, tem ação descongestionante e fortalece
o sistema imunológico (FONSECA et al., 2009).

A técnica de drenagem linfática manual em gestante é realizada


principalmente nos membros inferiores. É importante salientar que técnicas
utilizadas na drenagem linfática manual são superficiais, feitas de uma forma
contínua e lenta, para a linfa ser conduzida de maneira rítmica e progressiva. A
pressão deve ser leve e suave, superando a pressão interna fisiológica, podendo
chegar entre 25 a 40 mmHg nos grandes vasos linfáticos. O cuidado com a
intensidade da pressão visa à preservação da integridade dos tênues capilares
(GUIRRO; GUIRRO, 2002).

É preferível que a mulher gestante se deite em decúbito lateral esquerdo,


pois ocorre uma melhora da circulação sanguínea, e nesta posição não há obstrução
das grandes veias abdominais e o sangue que se acumula nas extremidades
inferiores retornará com mais facilidade à circulação sistêmica (Figura 4).
Não é aconselhável que a gestante se deite em posição supina, pois podem

70
TÓPICO 2 | INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES E CUIDADOS

ocorrer alterações hemodinâmicas como compressão dos vasos abdominais e


pélvicos, diminuindo o retorno venoso ao coração direito e prejudicando o fluxo
uteroplacentário (BARACHO, 2007). É importante salientar que, com a elevação
do segmento corporal, a técnica de drenagem linfática manual ocorre de maneira
facilitada. O paciente deverá ficar em posicionamento adequado, que seria de 15 a
20°, ou não obterá um bom retorno linfático (GRAVENA, 2004). Recomenda-se que
não devemos utilizar técnica de drenagem linfática manual alguma no abdômen da
mulher gestante, pois as manobras poderiam estimular contrações uterinas, e essas
podem levar a um aborto espontâneo. Outro cuidado que deve ser tomado para se
utilizar essa técnica em gestantes é quanto ao número de vezes semanais que será
realizada a técnica, sendo recomendadas de duas a três sessões semanais para não
sobrecarregar o sistema linfático da gestante (SPAGGIARI, 2008).

Emrich (2013) esclarece que existem algumas contraindicações para a


realização das sessões, como hipertensão arterial não controlada; insuficiência
renal; trombose; infecções de pele; lesões cutâneas, entre outras.

A DLM também pode ser benéfica no pós-parto, uma vez que ajuda
na redução do líquido retido durante a gestação e aumenta a estimulação do
metabolismo basal.

FIGURA 4 – POSICIONAMENTO INDICADO PARA GESTANTE

FONTE: Spaggiari (2008, p. 29)

71
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

3 PÓS-OPERATÓRIO DE MASTECTOMIA
O sistema linfático, além de atuar como mecanismo regulador primário para
absorção de liquido proteico intersticial, é o principal sistema de defesa do organismo,
sendo o responsável pela filtração de bactérias, eritrócitos, êmbolos tumorais e
partículas inanimadas. Células malignas ou organismos infectantes são removidos
em virtude de a impossibilidade mecânica das células tumorais atravessarem os
linfonodos intactos ou, então, elas são fagocitadas, dentro dos linfonodos, pelas
células reticuloendoteliais (ALCADIPANI; ANTONANGELO, 1996).

As células malignas, após a invasão local do estroma circunjacente,


penetram nos vasos linfáticos e vasculares, podendo crescer nos locais invadidos
e desprender-se na forma de células isoladas ou agregados celulares. O sistema
linfático transporta então estas células, chegando aos gânglios linfáticos, onde
proliferam, passam para os gânglios vizinhos e ingressam na circulação sanguínea.
Durante a invasão das células tumorais, o processo de infiltração e expansão
das células dos tecidos pode trazer como consequência, a penetração dos vasos
linfáticos de pequeno calibre, provocando metástases nos gânglios regionais ou
em outros órgãos (NICOLSON; FIDLER, 1993).

A presença do linfedema, após o tratamento para câncer de mama,


representa uma série de problemas de ordem funcional, psicológica e social.

As alterações tissulares provocadas pelo linfedema são de extrema


importância e entre elas podemos citar: aumento e dilatação dos canais
tissulares pré-linfáticos e linfáticos iniciais, provocando um edema intercelular,
fendas entre as células endoteliais e a membrana basal e aumento da abertura
das junções intercelulares; aumento da distância intercapilar, entre capilares
e linfáticos iniciais, e entre células e capilares, dificultando os intercâmbios
metabólicos, especialmente a difusão de gases, favorecendo a hipóxia tissular,
que somados à acidose provocada pelo acúmulo de metabólitos iniciam as
transformações que provocarão transtornos tróficos; acúmulo de proteínas
provocando inflamação crônica, por aumento de fibroblastos, fibrina e fibras de
colágeno levando ao fibroedema; na região afetada pelo edema, observa-se um
aumento na concentração de linfócitos pequenos e um acúmulo de macrófagos
na região afetada pelo edema; incidência de processos infecciosos, inflamatórios e
degenerativos devido às alterações na homeostase e na imunidade locorregional
(Figura 5) (VOGELFANG, 1996).

A limitação da amplitude articular também vem sendo associada ao


linfedema, causando importantes limitações físicas e estéticas. O linfedema
também pode evoluir para o angiosarcoma, que apesar de ser raro, é bastante
agressivo (BERGMANN, 2000).

72
TÓPICO 2 | INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES E CUIDADOS

As mulheres que apresentam linfedema após o tratamento para câncer de mama


apresentam problemas psicossociais e dificuldades nas rotinas diárias importantes
quando comparadas com aquelas que evoluem sem linfedema (Figura 6) (NBCC, 1999).
Woods, Tobin e Mortimer (1995) demonstraram que essas mulheres apresentavam
importantes morbidades psiquiátricas como ansiedade e depressão, além de dificuldades
consideráveis em suas atividades domésticas e relacionamentos familiares. Woods,
Tobin e Mortimer (1995) concluíram que o linfedema contribui para a alteração da
imagem corporal, dificultando as relações pessoais e sexuais. Segundo o Cancerbacup
(2000), o linfedema causa sentimentos de: embaraço, ao lembrar constantemente do
tratamento realizado para o câncer de mama; raiva, ao sentir a inconveniência do
linfedema no momento em que a mulher estava na expectativa de retornar a sua vida
normal; ressentimento, pelos cuidados extras e tratamentos necessários para controlar
o linfedema, não estando com o tempo totalmente livre para as atividades diárias; e
consequentemente a depressão, alterando a qualidade de vida dessas mulheres.

De forma resumida, as complicações do linfedema podem ser: infecciosas


(linfangites, erisipelas e micóticas); tróficas (hiperqueratose, verrucosidades,
fístulas linfáticas, úlceras, elefantíase e deformidades nas unhas); osteoarticulares
(deformidades, calosidades e desvios de coluna); neoplásicas (síndrome de
Stewart-Treves); e psicológicas (depressão, complexo de inferioridade e alterações
na imagem corporal) (VOGELFANG, 1996).

A drenagem linfática manual tem como objetivo favorecer as vias secundárias


de drenagem linfática, visando drenar o excesso de líquido no interstício, no tecido e
dentro dos vasos, por meio das anastomoses superficiais áxilo-axilar e áxilo-inguinal,
estimular pequenos capilares inativos, e aumentar a motricidade da unidade
linfática (linfangion), além de dissolver fibroses linfostáticas que se apresentam em
linfedemas mais exuberantes. O sentido do fluxo linfático superficial depende das
diferenças de pressões e de forças externas como a contração muscular e a DLM, pois
os capilares linfáticos não são valvulados. O primeiro processo é a evacuação que
começa centralmente no pescoço e no tronco, para limpar as principais vias linfáticas,
seguida da captação, que transporta a linfa dos pré-coletores aos coletores linfáticos.
É importante ressaltar que a captação só é realizada quando por meio da palpação
for observado um amolecimento da região afetada e uma diminuição nas regiões
mais proximais, significando que parte do líquido já foi evacuado. O tempo ideal é
em torno de 30 a 45 minutos (DAMSTRA; VOESTEN; VAN, 2009; PRESTON; SEERS;
MORTIMER, 2010; HERPERTZ,1996; MORETTI et al., 2005; VIGNES et al., 2007).

É importante salientar que nestes casos as primeiras manobras de DLM


começam no quadrante do tronco contralateral ao edema, ou seja, no quadrante
livre de edema com a finalidade de aumentar a atividade linfocinética. Este
aumento de atividade faz com que o quadrante edemaciado seja beneficiado
pela drenagem entre as anastomoses dos capilares linfáticos existentes entre
eles. A descongestão linfática do quadrante homolateral ao linfedema permite
que a linfa do membro edemaciado passe através dos canais linfáticos dilatados
para o quadrante normal. Isto promoverá uma descongestão linfática que se
inicia centralmente e chega mais tarde até o membro edemaciado, este passo é

73
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

denominado evacuação (FOLDI; FÖLDI; WEISSLEDER, 1990). O movimento


deve ser feito sempre em sentido de distal-proximal, drenando em seguida a
mama e o tórax, para depois ser drenado o membro afetado com manobras em
ondas ou semicírculos. As manobras também devem ser feitas na região toráxica
abaixo da cirurgia, além da região da cisterna do quilo, podendo ser associada à
respiração diafragmática (Figura 7) (GUIRRO; GUIRRO, 2006).

São contraindicados nos casos de processos inflamatórios/infecciosos


agudos e em tromboses agudas. Nos casos de insuficiência cardíaca, obstrução
da veia cava superior, inflamações crônicas, disfunções da tireoide, história de
tromboses e câncer avançado, a DLM deve ser realizada com bastante cautela
(BRITISH LYMPHOLOGY SOCIETY, 2000). Na primeira fase a DLM é realizada
pelo fisioterapeuta, e após o término desta fase, pode ser realizada pelo tecnólogo
esteticista, a automassagem é ensinada a fim de estimular as anastomoses áxilo-
axilares e áxilo-inguinais (CAMARGO; MARX, 2000).

FIGURA 5 – MASTECTOMIA RADICAL

FONTE: <http://dicionariosaude.com/wp-content/uploads/2014/01/Mastectomia.jpg/>.
Acesso em: 20 set. 2018.

FIGURA 6 – PACIENTE COM LINFEDEMA APÓS MASTECTOMIA RADICAL

FONTE: <http://www.institutolongtao.com.br/blog/wp-content/uploads/2016/09/
mama-3-224x300.jpg />. Acesso em: 20 set. 2018.

74
TÓPICO 2 | INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES E CUIDADOS

FIGURA 7 – SENTIDO DO FLUXO NA DRENAGEM LINFÁTICA REALIZADA


EM PACIENTES MASTECTOMIZADAS

FONTE: <http://www.fisioonco.com.br/imgs/artigo_034.jpg>. Acesso em: 20 set. 2018.

4 FIBROEDEMA GELOIDE
O Fibroedema Geloide (FEG) é uma infiltração edematosa do tecido
conjuntivo subcutâneo, não inflamatório, seguido de polimerização da substância
fundamental, que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica
(GUIRRO; GUIRRO, 2002). É uma afecção que provoca deficiência na circulação
sanguínea e linfática, hipotonia muscular frequente, podendo levar a quase
total imobilidade dos membros inferiores, além de dores intensas e problemas
emocionais (GUIRRO; GUIRRO, 2002; CAMPOS,1992).

A denominação fibroedema geloide foi escolhida para figurar os diversos


nomes utilizados para designar o FEG, como lipodistrofia localizada, infiltração
celulítica, hidrolipodistrofia e infiltração celulálgica (GUIRRO; GUIRRO, 1996).
Diversos autores Marx et al. (1984), Guirro e Guirro (2002) e Campos (1992) (MARX;
CAMARGO, 1984); (GUIRRO; GUIRRO, 2002; CAMPOS, 1992) observaram
que os tecidos cutâneos e adiposos são afetados em diversos graus, portanto,
comprovadamente ocorre disfunção e uma série de alterações estruturais na derme,
na microcirculação e nos adipócitos. Essas modificações não são apenas morfológicas,
mas também histoquímicas, bioquímicas e ultraestruturais (GUIRRO; GUIRRO,
2002). Este distúrbio no panículo adiposo afeta mulheres após a puberdade sendo
mais comum em caucasianas do que em asiáticas (AVRAM, 2004).

75
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

Segundo Guirro e Guirro (2002), o tecido encontra-se espesso e com


proliferação das fibras de colágenos interadipocitárias e interlobulares que provocam
uma alteração nos tecidos. Assim, a circulação de drenagem é sensivelmente reduzida,
e os fibroblastos são encarcerados. As fibras esclerosadas realizam um tipo de rede
em forma de força, que comprime os vasos e nervos, onde este quadro forma uma
aparência nodulosa na epiderme. A dor ao contato em fases avançadas é explicada pelo
aumento da compressão nos nervos. O tecido com FEG é mal oxigenado, subnutrido,
desorganizado e sem elasticidade, que é o resultado de um mau funcionamento do
sistema circulatório e das transformações do tecido conjuntivo.

O aparecimento do fibroedema geloide tem se tornado preocupante, sendo


consequência de diversos fatores, tais como o sedentarismo, uso de contraceptivos,
estresse, gravidez, obesidade, ingestão excessiva de café e álcool, estilo de vida
(ROSSI; VERGNANINI, 2000; AVRAM, 2004). Contudo, para seu tratamento obter
bons resultados, é necessária uma avaliação detalhada da paciente, envolvendo
toda a propedêutica da anamnese e do exame físico (MAYER et al., 2008).

O FEG apresenta três classificações de acordo com Volpi (2010) e uma


quarta classificação de acordo com Peterson e Goldman (2011), que diferem de
acordo as alterações histológicas (Figura 8), sendo elas:

• grau I – para visualização, pressiona o tecido com os dedos o tecido, ou solicita


uma contração muscular voluntária;
• grau II – a alteração tecidual é visível mesmo sem a compressão dos tecidos;
• grau III – o acometimento tecidual é visualizado com o indivíduo em qualquer posição;
• grau IV – apresenta as mesmas características do grau III, associadas aos
nódulos palpáveis, visíveis e dolorosos.

Pode ser ainda classificado em compacta ou dura, flácida, mista e


edematosa quanto a sua forma clínica (GALVÃO, 2005).

O objetivo básico da drenagem linfática manual no FEG é drenar o


excesso de líquido acumulado nos espaços intersticiais, mantendo o equilíbrio
das pressões tissulares e hidrostática. A pressão mecânica da massagem elimina
o excesso de fluido e diminui a probabilidade de fibrose, expulsando o líquido do
meio tissular para vasos venosos e linfáticos. A drenagem linfática pode melhorar
a tonicidade tissular e aumentar o transporte de metabólitos, promovendo um
maior turgor da pele, ajudando no transporte de microestruturas, retornando ao
seu estado inicial (Figura 9) (BORGES, 2006).

76
TÓPICO 2 | INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES E CUIDADOS

FIGURA 8 – DEMONSTRAÇÃO DOS GRAUS DE CLASSIFICAÇÃO DA CELULITE

FONTE: <http://uniquecirurgiaplastica.com.br/wp-content/uploads/2017/04/graus-de-
celulite.jpg>. Acesso em: 20 set. 2018.

FIGURA 9 – FOTOGRAFIA DO ANTES E DEPOIS, APÓS O TRATAMENTO DE 20


SESSÕES COM A DLM

FONTE: Lima (1976, p. 6)

5 PERÍODO MENSTRUAL – TPM


A Síndrome pré-menstrual (SPM), também conhecida como tensão pré-
menstrual (TPM), ocorre na fase lútea de cada ciclo, que se iniciam entre o 10º e o 14º
dias antecedentes à menstruação e cessam no início do fluxo menstrual. Esses sintomas
ocorrem de forma cíclica e desaparecem ou diminuem durante a menstruação
(NOGUEIRA, SILVA, 2000). Essa sintomatologia cíclica é idiopática e afeta mulheres
em idade reprodutiva (DICKERSON et al., 2003). Os sintomas têm uma intensidade
variável e oscila de mulher para mulher (PRADO, RAMOS, VALLE, 2011).

Os sintomas mais comuns da SPM dividem-se entre somáticos –


irritabilidade, alterações de humor, comportamento depressivo, impulsividade
e confusão mental – e físicos: fadiga, mastalgia, edema abdominal, lombalgia,
insônia, aumento de peso temporário, enxaqueca, aumento do apetite e presença
de edema de extremidades (APPROBATO et al., 2001); (VALADARES et al., 2006).
A sintomatologia é provavelmente multifatorial (DICKERSON et al., 2003).
77
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

Alguns fenômenos relacionados à ocorrência da SPM são desequilíbrio


entre estrógeno e progesterona; excesso de prolactina; deficiência das vitaminas B6
e; atividade inapropriada de prostaglandinas; e alterações na ação das endorfinas
e serotoninas (FERNANDES et al., 2004); (DICKERSON et al., 2003).

A liberação desses hormônios é realizada através dos neurônios –


células nervosas que fazem a interação de vários órgãos e tecidos alvos. O eixo
neuroendócrino envolve: hipotálamo, hipófise e ovário que sofrem influência do
sistema límbico e córtex cerebral (HALBE, 2000). No ciclo menstrual há liberação
de hormônios de liberação hipotalâmica GnRH – hormônio de liberação das
gonadotropinas, que tem ação pulsátil, fazendo com que o ciclo ocorra; e os
hormônios sexuais da Hipófise Anterior FSH: hormônio folículo estimulante; LH:
hormônio luteinizante; hormônios ovarianos: estrogênio e progesterona. O ciclo
ovariano compreende duas fases: folicular ou proliferativa e lútea ou secretora. É
comum em algumas mulheres a retenção hídrica, mais conhecida como "inchaço”
ou edema, durante a fase lútea (pré-menstrual) do ciclo menstrual. Nessa época,
que compreende o período entre o dia seguinte ao da ovulação até o início do
sangramento menstrual ocorre desequilíbrio nas concentrações dos hormônios
estrogênio e progesterona que levam a baixos níveis de dopamina e serotonina e
a altos níveis de prolactina e aldosterona (Figura 10) (MACEDO et al., 2010).

Abraham e Goei (1983)  classificou os diversos sintomas em quatro
subgrupos: A, C, D e H:

• A: caracterizado por ansiedade, irritabilidade, insônia e depressão.


• C: compulsão por certos alimentos, dores de cabeça, palpitação, fadiga e desmaios.
• D: depressão intensa, esquecimento, insônia, choro fácil, confusão e letargia.
• H: ganho de peso, aumento da sensibilidade e congestão dos seios, dores
abdominais, alterações no metabolismo hídrico caracterizado por retenção
hídrica causando edema.

As estratégias de tratamento que visam amenizar ou eliminar os sintomas,


minimizando o impacto nas atividades de vida diária e nas relações interpessoais
femininas, são várias. Os atuais tratamentos para a SPM são o medicamentoso – sendo
utilizados diuréticos, antidepressivos, ansiolíticos e supressores da ovulação – e o não
medicamentoso, que consiste em medidas comportamentais, prática de atividades físicas,
atividades relaxantes, repouso, orientações sobre os sintomas e alimentação hipossódica
visando a não retenção hídrica. Em casos graves, recorre-se ao tratamento cirúrgico ou à
suspensão da ovulação (APPROBATO et al., 2001; FERNANDES et al., 2004).

O edema pré-menstrual é um sintoma frequente, atingindo 92% das


mulheres, predominante na segunda fase do ciclo, quando o hormônio principal é
a progesterona, que causa flacidez na parede venosa e assim prejuízo na drenagem
e retenção hídrica. As frequentes alterações no metabolismo hídrico se manifestam
também por dores abdominais, mastalgia e ganho de peso (RAPKIN, 2003).

A drenagem linfática manual propicia benefícios para pacientes que


apresentam diversos tipos de edemas e linfedemas.
78
TÓPICO 2 | INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES E CUIDADOS

A retenção hídrica além de incomodar, causando dores, baixa autoestima,


aumento de medidas, pode ser considerada um processo tanto patológico quando
ocorre em excesso, como estético, sendo a drenagem suficiente para resolver esse
problema. A diminuição da retenção hídrica ocorre pela eliminação de líquidos
que estavam congestionados nos tecidos pelo aumento da filtração e absorção dos
capilares linfáticos e sanguíneos (BORGES, 2006).

A cólica menstrual ocorre devido ao aumento da produção de algumas


substâncias pelo útero chamadas de prostaglandinas, que promovem contrações
uterinas dolorosas. O alívio pode ocorrer porque a massagem  promove
um impacto reflexo sobre os trajetos sensoriais envolvidos na transmissão da dor
(BORGES, 2006; CASSAR, 1998).

A mastalgia causa incômodo, dor e diminuição no prazer sexual e pode


estar relacionada com os níveis alterados de prolactina e mais recente se faz uma
associação com um desequilíbrio das prostaglandinas, a resolução desse problema
ocorre pelo efeito reflexo citado no tratamento da cólica, onde age interferindo no
ciclo da dor (PRADO; RAMOS; VALLE, 2007).

Nos  sintomas como: ansiedade, depressão, irritabilidade e estresse, os


quais ocorrem devido à oscilação de endorfina que antecede à menstruação, a
drenagem linfática manual estimula a liberação de endorfinas que é considerado
um analgésico natural (CASSAR, 2001).

A cefaleia corre devido à alteração da atividade contrátil da musculatura


lisa dos vasos. Quando se aplica a drenagem linfática, ocorre uma vasodilatação
e a liberação de opiáceos endógenos que são analgésicos encontrados no corpo e
no cérebro, promovendo o alívio da dor (CASSAR, 2001).

Borges (2006) relata que a drenagem melhora a tonicidade tissular e


aumenta o transporte de metabólitos, isto causa um maior turgor da pele, e ajuda
no suporte de microestruturas.

Sensação de bem-estar, relaxamento e revitalização ocorrem porque esta é


uma forma terapêutica que leva bem-estar ao paciente. O toque manual repetido
reduz a tensão muscular em decorrência de maior circulação de sangue e linfa
com aumento da oxigenação localizada e remoção de catabólicos, resultando
na diminuição da dor. O efeito acumulado de relaxamento influencia o estado
emocional e o comportamento, aliviando emoções negativas e substituindo-as
por calma e tranquilidade, resultando em diminuição na frequência cardíaca,
diminuição da pressão sanguínea, melhora  na respiração, na circulação, na
digestão e redução da tensão dos músculos causando relaxamento. A drenagem
linfática age no sistema autônomo e libera várias substâncias simpaticolíticas as
quais também estão ligadas às emoções internas (CASSAR, 2001).

79
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

A única contraindicação relativa ao período menstrual seria em relação


às pacientes com um fluxo de sangramento abundante, pois a drenagem linfática
tende a aumentar o fluxo menstrual, portanto, nestes casos, convém evitar
estimulação direta sobre a área abdominal (BORGES, 2010).

FIGURA 10 – CICLO MENSTRUAL EM ETAPAS


Ovariano

Crescimento do folículo
Ciclo

Ovulação Corpo lúteo

Temperatura

Hormônio Luteinizante (LH)


Hipofisários

Hipófise
Hormônios

Hormônio
Foliculoestimulante (FSH)

Progesterona
Estradiol
Hormônios
Ovarianos

Me
M
en

ns
str

tru
ua

açã
çã
o

o
Uterino
Ciclo

Fase folicular Fase lútea

Trajetória do óvulo: do ovário para a tuba, e desta para o interior do útero.

FONTE: Macedo et al. (2010, p. 10)

80
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• A técnica de DLM tem como objetivo drenar o líquido que se encontra em


excesso em algumas áreas do corpo promovendo uma oxigenação e acelerando
a cicatrização, melhorando a absorção de hematomas e a sensibilidade.

• A Drenagem Linfática Manual (DLM) é indicada para os casos em que há


retenção hídrica, gravidez, problemas dermatológicos, rigidez da musculatura,
período de tensão pré-menstrual, pré e pós-operatório, acne, fibroedema
geloide e para rejuvenescimento.

• São contraindicações absolutas em casos de: tumores malignos, tuberculose,


infecções e reações alérgicas agudas, edemas sistêmicos de origem cardíaca ou
renal, insuficiência renal e trombose venosa.

• São contraindicações relativas nos seguintes casos: hipertireoidismo, menstruação


abundante, insuficiência cardíaca descompensada, asma, bronquite, flebite,
trombose venosa profunda, hipotensão arterial, afecções da pele.

81
AUTOATIVIDADE

1 A Drenagem Linfática Manual (DLM) é um método de massagem manual


que utiliza a pressão das mãos com manobras específicas que se baseiam na
anatomia e fisiologia do sistema linfático para drenar líquidos excedentes do
espaço intersticial. Sobre a DLM, marque a alternativa correta:

a) ( ) É uma massagem suave, realizada com uma pressão de 15 a 40mmHg,


em que as mãos serão estrategicamente posicionadas em partes distais
do corpo e direcionadas aos centros proximais ganglionares de linfa,
cumprindo os padrões de movimento da mão estabelecidos pela técnica.
b) ( ) Uma massagem compressiva e tônica, efetuada em músculos dinâmicos
de fibras rápidas com certa propriedade cinética, objetivando o
aprimoramento vascular central e o acoplamento de articulações através
de estimulação mecânica contínua.
c) ( ) É uma massagem holística, pautada em princípios orientais e milenares
que instruem o indivíduo à participação total e formal dos métodos
cinesiológicos, definidos como: analógicos, cósmicos, astrológicos,
virtuais e existenciais.
d) ( ) É uma massagem rápida, leve e objetiva. Desenvolvida com certa sutileza,
mas propriedade de toque que acaba por criar reações fisiológicas
capazes de modificar a personalidade e performance do indivíduo,
através da autohipnose e autorreconhecimento.

2 Quais são as principais indicações e contraindicações da drenagem linfática?

82
UNIDADE 2 TÓPICO 3

PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, agora que vimos todo o sistema fisiológico e anatômico
do sistema linfático, as contraindicações e indicações, abordaremos, neste tópico,
as principais técnicas de drenagem linfática, que são: Voder, Leduc, Foldi e Godoy.

Você irá estudar a história de seus fundadores e entender como elas


funcionam, tudo pelo conhecimento e experiência profissional que vive em cada
uma das técnicas.

A drenagem linfática é uma das técnicas mais conhecida do mundo e uma


das mais populares no Brasil, tem uma rica história no passado e se consolida, a
cada dia. Seus mestres semearam suas modalidades e, atualmente, os frutos são
colhidos pelos clientes e pacientes que são beneficiados por suas manobras.

2 VODER
Essa técnica foi desenvolvida em 1932 pelo terapeuta dinamarquês Vodder
e pela sua esposa, tornou-se popular graças aos efeitos referidos pelos pacientes,
tendo sido posteriormente aperfeiçoada. É uma técnica usada para drenar e
limpar macromoléculas e resíduos celulares que, devido ao seu tamanho, não
entram no sistema venoso, acabando muitas vezes por ficar no organismo devido
à uma má drenagem linfática (SATO; RAMOS, 2013).

Ora, como indubitavelmente se deduz, são estas macromoléculas e estes


resíduos celulares os responsáveis pela acumulação de água e de gordura, criando
e ajudando a criar pernas cansadas, cansaço, celulite, problemas musculares e
articulares e muitos outros problemas, o que se refletirá em todo o corpo e no
bem-estar geral (DOMENE, 2002).

A principal função desta técnica de massagem é, portanto, retirar os


líquidos acumulados entre as células e os resíduos metabólicos. Ao serem retiradas
do local armazenado, essas substâncias são encaminhadas para o sangue através
da circulação e, por meio de variados movimentos suaves, são levadas a caminhar
para que sejam eliminadas (SATO; RAMOS, 2013).

83
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

Esta técnica pode ser feita de forma manual, mecânica ou por estimulação
elétrica. É aplicada com movimentos de pressão leve, suave, rítmica, lenta e
precisa. Assim, não há a necessidade de manobras que provoquem dor ou
desconforto, podendo, no entanto, acontecer nos locais com inflamação ou
cicatrizes recentes por estes estarem mais sensíveis. Com esta prática, são
ativados os gânglios linfáticos combatendo assim infecções e estimulando as
defesas imunitárias fazendo, deste modo, tanto a prevenção de infecções como o
seu combate (DOMENE, 2002).

Vodder nomeou duas linhas que delimitavam as áreas corporais. A linha


do sandwish, que dividia os membros superiores, o antebraço era dividido em
face anterior e posterior e o braço em face antero-medial e póstero-medial. Nas
pernas, tinha a linha da ferradura que era da linha inferior da região poplítea,
ascendendo pela coxa, indo pelo glúteo até 1/3 inferior para superior da prega
anal, descendo até a região infrapoplítea do outro membro. No tronco tem-se a
linha média que divide o corpo em partes: direito e esquerdo, e a linha da cintura,
que divide o abdômen e tronco em superior e inferior (BORGES, 2006).

O método de Vodder, realizado por uma pressão suave nos tecidos
determinados e patologias, é concedido de forma lenta e repetitiva, não realiza
o deslizamento sobre o tecido, mas empurra o tecido cutâneo promovendo um
relaxamento. Segundo Vodder, a técnica é realizada sempre de distal para proximal
do segmento e compreende em dois procedimentos básicos (BORGES, 2010):

• Captação: é realizado da linfa do interstício para os capilares linfáticos.


• Evacuação: promove a eliminação da linfa que está dentro dos vasos linfáticos,
levando-os para a região de linfonodos que fica distal à região do edema,
seguindo o sentido do fluxo da linfa.

Borges (2006) afirma que, antes de qualquer movimento, realiza-se a


técnica de effleurage que é aplicada em locais que serão tratados, o significado
dessa palavra é “tocar suavemente”, sendo uma massagem de deslizamento
superficial, com o objetivo de se estabelecer um primeiro contato com a pele,
promovendo um vínculo com o paciente, juntamente com um relaxamento. O
método Vodder apresenta quatro movimentos básicos da massagem de drenagem
linfática manual, que são (Figuras 11 e 12):

• Círculos estacionários: os dedos são colocados de forma espalmada sobre a


pele, movimentando-se igualmente com o mesmo tempo realizando círculos
estacionários ou espirais contínuos, técnica muito utilizada em face, pescoço e
linfonodos, esse círculo tem uma pressão digital entre 13 e 40 mmHg, que vai
desde a fase inicial, até a metade do círculo, na fase seguinte, ou sendo na outra
metade do círculo, a pressão é desfeita e o contato com a pele é mantido, até
retorna ao ponto inicial (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

84
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

• Bombeamento: nesta técnica utiliza-se o polegar juntamente com os outros


dedos, movendo-os juntos na mesma direção, realizando círculos, as pontas
dos dedos não são utilizadas, sendo todo o controle da técnica realizado pelo
punho. Nesta técnica também a pressão só ocorre na primeira metade do
círculo, na metade seguinte, tem-se apenas o contato, sem a pressão, de forma
não contínua de compressão e descompressão (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
• Técnica de mobilização: este movimento é feito pela palma da mão, com o
conjunto mão-punho. A face superior do arco entre o primeiro e segundo
quirodáctilo da mão do terapeuta é apoiada na área que será drenada.
Realizando um movimento conjunto de rotação externa e adução de ombro,
toda a mão vai se adaptando ao tecido, finalizando na borda lateral da mão,
os dedos estão relaxados e se movimentam acompanhando o movimento. O
posicionamento das palmas das mãos deve estar perpendicular e às vias de
drenagem, os movimentos se repetem de imediato na região adjacente à região
manipulada, baseada em manobras que consistem em arrastar, combinando
vários movimentos, e podem ser posicionadas proximal ou distal, seguindo
sempre o fluxo da linfa (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
• Técnica Rotatória: é realizada em superfícies corporais que são relativamente
planas, consistindo em vários movimentos individuais; a palma da mão fica sobre
a pele relaxadamente e se movimenta tocando com a parte antero-medial da
mão, realizando um giro para posicionar a face antero-lateral da mão, iniciando
sempre da borda interna da mão para a outra externa (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Após as fases de toque, existe um relaxamento total da pressão e mantém-


se apenas o contato da mão com a pele do paciente (BORGES, 2006).

As manipulações, segundo Vodder, são compostas por três fases: uma


fase ativa (movimentos de empurre) e duas fases passivas (o apoio das mãos e
o relaxamento posterior); é dessa forma que os vasos linfáticos têm tempo para
encher-se novamente e com isso pode-se mobilizar mais linfa do seu interior. As
manobras por serem repetitivas devem ser realizadas de cinco a oito vezes, ou
mais (LEDUC; LEDUC, 2007).

A técnica de drenagem criada por Vodder foi baseada em massagens que


eram realizadas nas regiões onde os linfonodos apresentavam aumento. A técnica
era aplicada com as mãos utilizando óleos corporais, em que os resultados eram
alcançados com determinados tipos de movimentos (LEDUC; LEDUC, 2007).

A pressão proposta para a realização da técnica de Vodder deve ser de


15 mmHg a 40 mmHg, dessa forma consegue-se ativar a drenagem da linfa sem
ativar a irrigação sanguínea. Os movimentos de empurre da pele são exercidos
basicamente em direção aos gânglios de cada quadrante linfático. Quando começa
a haver acúmulo de líquidos em um tecido, os vasos daquela região ficam cheios
de linfa, portanto, é indicado que se estimulem os gânglios dessa região antes do
início das manobras para melhor eliminar o acúmulo de líquido (ELWING, 2010).

85
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 11 – A: MOVIMENTOS CÍRCULOS FIXOS, B: BOMBEAMENTO, C:


MOBILIZAÇÃO E D: ROTATÓRIA

FONTE: Guirro e Guirro (2004, p. 19)

FIGURA 12 – DIREÇÃO DO FLUXO DA LINFA NA TÉCNICA DE


DRENAGEM LINFÁTICA DESCRITA POR VODDER

FONTE: Magazoni (2013, p. 23)

86
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

3 LEDUC
O Dr. Albert Leduc, belga, doutor em Linfologia, drenagem linfática
manual e reabilitação de câncer de mama, é o presidente fundador do método, que
leva seu nome, DRENAGEM LINFATICA LEDUC METHOD, além de presidente
de honra da Sociedade Europeia de Linfologia.

A drenagem linfática manual, representada pela técnica de Leduc, é


baseada no trajeto dos coletores linfáticos e linfonodos, associados basicamente
em duas manobras.

A DLM segue o sentido do fluxo linfático e venoso, e deve ser aplicada com uma
pressão contínua, é apresentada pelo método de Leduc, pelas manobras de reabsorção
ou captação e a de demanda e evacuação (Figuras 13 e 14) (SILVEIRA, 2011).

A captação é a consequência do aumento local da pressão tissular. Quanto


mais a pressão aumenta, maior é a recaptação pelos capilares linfáticos, a mão deve
estar em contato com a pele pela borda ulnar do quinto dedo, sendo que os dedos
devem sucessivamente fazer uma pressão levados pelo movimento circular do
punho, podendo usar também a palma da mão, para pressionar o local. A pressão
deve ser feita no sentido da drenagem fisiológica.  Na captação ou reabsorção, os
dedos imprimem sucessivamente uma pressão, sendo levados por um movimento
circular do punho (LEDUC; LEDUC, 2000). Enquanto o segundo processo consiste
na evacuação, longe da região infiltrada, dos elementos recaptados pelos capilares.
Esse transporte de linfa que se encontra nos vasos é efetuado pelos pré-coletores
em direção aos coletores. Na evacuação ou demanda, os dedos desenrolam-se a
partir do indicador até o anular, tendo contato com a pele que é estirada no sentido
proximal ao longo da manobra (LEDUC; LEDUC, 2007).

As manobras são desenvolvidas de forma suave e lenta, obedecendo


sempre ao sentido da fisiologia linfática. Para se alcançar o objetivo desejado,
os linfonodos promovem o processo de evacuação, ocorrendo a liberação das
vias linfáticas das regiões ao redor da área edemaciada, ou seja, as regiões que
recebem o líquido drenado (CEOLIN, 2006). Preconiza-se a utilização de cinco
movimentos. A combinação destes movimentos forma seu sistema de massagem,
que sempre se iniciam na região proximal do segmento que será drenado,
entretanto, a técnica de Leduc, preconiza que não há razão em estimular a cisterna
do quilo (LEDUC; LEDUC, 2007).

Borges (2006) relata a utilização desses cinco movimentos, que são:

• Movimentos circulatórios com os dedos: feitos de maneira circular, nos quais a pele
é deslocada, por uma pressão suave e progressiva, sem ocorrer fricção (Figura 13).
• Movimentos circulatórios com o polegar: feito da mesma maneira que a anterior,
porém utilizando o dedo polegar que possui grande mobilidade (Figura 14).
• Movimentos combinados: feito por meio da combinação dos dois movimentos
situados acima (Figura 15).

87
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

• Bracelete: realizado quando o local a ser drenado pode ser envolvido pelas
duas mãos. O movimento inicia-se sempre na região proximal, e conforme ela
for sendo evacuada, as mãos seguem distalmente, realizando a pressão em
direção à região proximal. Após um movimento de compressão, tem-se a fase
de relaxamento (Figuras 16 e 17).
• Drenagem dos gânglios linfáticos: é pelo contato direto dos dedos indicador e
médio na pele do paciente, de maneira perpendicular sobre os vasos linfáticos
e linfonodos, sendo aplicada com pressão moderada no sentido proximal,
baseando-se na etapa de evacuação (Figura 18).

Leduc também associa em suas técnicas o uso das bandagens elásticas,


dos exercícios normais (caminhadas, academia, entre outros) e da pressoterapia.

FIGURA 13 – CÍRCULO COM OS DEDOS SEGUNDO A TÉCNICA DE REABSORÇÃO

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 35)

FIGURA 14 – CÍRCULO COM OS DEDOS SEGUNDO A TÉCNICA DE DEMANDA

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 36)

88
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 15 – TÉCNICA DOS CÍRCULOS COMBINADOS, DO POLEGAR E DOS DEDOS

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 36)

FIGURA 16 – TÉCNICA DE PRESSÃO EM BRACELETE, INÍCIO DA MANOBRA

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 36)

FIGURA 17 – TÉCNICA DE PRESSÃO EM BRACELETE, FIM DA MANOBRA

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 37)

89
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 18 – TÉCNICA DE DRENAGEM DOS GÂNGLIOS LINFÁTICOS


(INÍCIO, MEIO E FIM, RESPECTIVAMENTE)

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 41-42)

4 FÖLDI
Michael Földi, outro renomado especialista nos métodos de drenagem
linfática, nasceu em 1920, na Hungria. É formado em medicina e professor na
universidade de Freiburg, na Alemanha.

Sua técnica é indicada para qualquer tipo e grau de linfedema, tendo


como objetivo final a remoção do excesso de proteínas plasmática do interstício
celular, reequilibrando a carga de proteína linfática e a capacidade de transporte
do sistema linfático, ou seja, evacuação dos objetos provenientes do metabolismo
celular (OLIVEIRA et al., 2004).

Como já vimos, o linfedema pode ser hereditário ou primário, porém


é mais frequente o caso secundário, que é adquirido quando ocorrem lesões
no sistema linfático, por exemplo, no pós-operatório de mastectomia. Neste
caso de Linfedema, Földi, em 1963, desenvolveu a fisioterapia descongestiva
complexa, que consiste na combinação de várias técnicas que atuam em conjunto,
dependendo da fase em que se encontra o linfedema, incluindo cuidados com
a pele, drenagem linfática manual, contenção na forma de enfeixamento ou
por luvas/braçadeiras e cinesioterapia específica (FÖLDI; FÖLDI; CLODIUS,
1989). Em 1995, o comitê da Sociedade Internacional de Linfologia indicou sua
drenagem como sendo a melhor terapia para a linfedema devido a sua eficácia
nos casos de linfedemas de extremidades, tendo redução de circunferência de 57
a 100% (OLIVEIRA et al., 2004). “O tratamento é dividido em duas fases, sendo

90
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

que na primeira, o objetivo é a redução do volume do membro, tendo duração de


2 a 6 semanas e a segunda fase é a fase de manutenção e controle do linfedema”
(FÖLDI; FÖLDI; CLODIUS, 1989, p. 505).

Os cuidados com a pele devem ser realizados durante todo o tratamento,


devendo ser empregado anterior ou concomitantemente à fisioterapia (BRITISH
LYMPHOLOGY SOCIETY, 2000 apud BERGMANN; MATTOS; KOIFMAN,
2006). A realização das medidas higiênicas tem como objetivo abolir infecções da
pele, causadas na maioria das vezes pelas bactérias Streptococcus pyogenes da
erisipela (FÖLDI; FÖLDI; CLODIUS, 1989; OLIVEIRA et al., 2004).

As principais manobras utilizadas na DLM por Földi, tanto no processo


de evacuação como no de captação, podem ser divididas da seguinte forma:

a) Manobras de drenagem dos linfonodos:

As manobras de drenagem dos linfonodos fazem parte do processo de


evacuação. Tem como objetivo descongestionar os linfonodos intactos da axila,
cubital e inguinal contralateral e homolateral à cirurgia  (CAMARGO; MARX,
2000; LEDUC; LEDUC, 2000). Inicia-se pelo contato palmar com os dígitos da
mão, podendo ser com duas ou com apenas uma mão na região cubital, axilar e
inguinal, realizando movimentos circulares com uma pressão leve, mas suficiente
para promover um deslocamento na pele da paciente (CAMARGO; MARX, 2000).

b) Manobras em ondas:

As manobras em ondas fazem parte dos processos de evacuação e


captação (CAMARGO; MARX, 2000). São manobras suaves, prolongadas, ritmadas
e sem deslizamento, caracterizadas por um movimento de “vai e vem”. A pressão
promovida durante essas manobras tem como objetivo mobilizar levemente a pele
sobre os tecidos moles subjacentes, facilitando a reabsorção de líquido intersticial
ao nível dos capilares linfáticos e venosos (LEDUC; LEDUC, 2000).

c) Manobras em bracelete:

As manobras em bracelete fazem parte apenas do processo de captação,


realizadas exclusivamente no membro edemaciado. Inicialmente, as mãos
envolvem a circunferência distal do membro com as bordas dos indicadores e
polegares, exercendo uma pressão uniforme, circular e contínua à axila. O objetivo
dessas manobras é promover um efeito de aspiração do líquido intersticial para
os capilares linfáticos, consequentemente, para os vasos pré-coletores e coletores,
melhorando o transporte da linfa (LEDUC; LEDUC, 2000).

91
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

d) Manobras em “S”:

As manobras em “S” fazem parte apenas do processo de captação. São


manobras de pressão mais profundas e intensas, mobilizando o tecido subcutâneo
da região comprometida, formando um “S” com ambos os polegares. Têm como
objetivo dissolver as fibroses linfostáticas e/ou outras alterações do trofismo
cutâneo (CAMARGO; MARX, 2000).

e) Manobras dos cinco pontos:

As manobras dos cinco pontos fazem parte do processo de evacuação. São


indicadas em pacientes submetidos à linfantectomia axilar total (LAT) bilateral,
pois os linfonodos a serem estimulados são os inguinais. A linfa proveniente dos
membros superiores é drenada, através das vias de anastomoses áxilo-inguinais,
filtradas nos linfonodos inguinais e depois é drenada pela via dos troncos lombares
até chegar na cisterna do quilo. Estas manobras têm como objetivo estimular a
cisterna do quilo por meio de exercícios respiratórios diafragmática, associados
às pressões manuais exercidas em cinco pontos diferentes na região abdominal e
direcionadas para a cisterna do quilo (CAMARGO; MARX, 2000).

Depois da sessão de DLM, simultaneamente são aplicadas bandagens
compressivas sobre o membro comprometido, sendo de extrema importância
durante a primeira fase de tratamento do linfedema. A aplicação das bandagens
ocorre em várias camadas, de forma circular e em diagonal até o processo axilar
(FÖLDI; FÖLDI; CLODIUS, 1989).

Antes da aplicação das bandagens compressivas, alguns cuidados devem


ser realizados:

• A pele é protegida por creme hidratante e por malha tubular de algodão.


• Sobre a malha tubular, utiliza-se espuma que amorteça e distribua a pressão
exercida pelas ataduras, além de proteger protuberâncias ósseas e nervos
periféricos (CAMARGO; MARX, 2000).

A pressão exercida será maior na região distal, diminuindo à medida que


se aproxima da região proximal do membro. Ao aplicar um suporte externo na
pele, promove-se:

• Aumento da pressão intersticial com redução da ultrafiltração.


• Melhora a eficácia do bombeamento muscular, levando a um aumento do fluxo
venoso e linfático.
• Não permite o refluxo causado pela insuficiência valvular.
• Evacuação do líquido intersticial acumulado sem que regrida (FÖLDI; FÖLDI;
CLODIUS, 1989).

92
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

A aplicação da bandagem é contraindicada na existência de infecções,


doenças varicosas, grandes alterações de sensibilidade e hipertensão arterial
grave (CAMARGO; MARX, 2000). As bandagens compressivas são mantidas até
a próxima sessão fisioterapêutica (BERGMANN; MATTOS; KOIFMAN, 2006).

A cinesioterapia realizada combinada à bandagem compressiva promove


pressões das contrações musculares somadas à contrapressão da bandagem
compressiva ao músculo, comprimindo os vasos linfáticos  (FÖLDI; FÖLDI;
CLODIUS, 1989).

A combinação de exercícios de flexibilidade, treinamento aeróbio e


alongamentos associados à aplicação de bandagens compressivas têm apresentado
melhores resultados  (CASLEY-SMITH et al., 1998; BERGMANN; MATTOS;
KOIFMAN, 2006). As pressões das contrações musculares, somadas à contrapressão
da bandagem compressiva têm como objetivo estimular o funcionamento linfático,
aumentando: a) absorção do líquido no interstício como a atividade motora
dos linfangions; b) peristaltismo dos vasos linfáticos e veias, potencializando a
circulação de retorno e; c) reabsorção de proteínas (CASLEY-SMITH et al., 1998).

Na segunda fase, ao final do tratamento, as bandagens são substituídas
pelo uso de contenção elástica (braçadeiras/luvas), preferencialmente feita sob
medida, devendo seu uso ser constante (Figura 19) (FÖLDI; FÖLDI; CLODIUS,
1989; BERGMANN; MATTOS; KOIFMAN, 2006).

A automassagem é ensinada a fim de estimular as anastomoses áxilo-


axilares e áxilo-inguinais. Além da orientação em realizar cinesioterapia ativa em
domicílio, o retorno para reavaliação é realizado com 30 dias e revisto a cada 6
meses (BERGMANN; MATTOS; KOIFMAN, 2006).

Földi criou sua técnica tendo como base de inspiração o método Vodder,
que são círculos fixos, manobra de rotação ou movimentos giratórios, manobras
de bombeamento e movimento doador, técnicas que foram analisadas e adaptadas
às patologias linfáticas e aos tratamentos estéticos. Mas o que diferencia e
potencializa seus resultados é o uso associado das bandagens redutoras com
multicamadas, ginásticas e exercícios respiratórios descongestionantes.

O método Földi tem como vantagem o fato de ser prático e fácil, na Europa,
é considerado o método de drenagem mais completo.

93
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 19 – APLICAÇÃO DAS BANDAGENS PELO MÉTODO FÖLDI

FONTE: <http://www.fisioweb.com.br/portal/images/stories/img-artigos/mastectomia/
fig_2.JPG>. Acesso em: 21 set. 2018.

5 GODOY
Método Godoy e Godoy é o método de Terapia Linfática Global criado no
Brasil pelo Dr. José Maria Pereira Godoy, cirurgião vascular e angiologista, e sua
esposa, Fátima Guerreiro Godoy, doutora em Terapia Ocupacional.  José Maria
Pereira de Godoy é Professor Livre Docente da Graduação e Pós-graduação Stricto
Sensu da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto/SP. Autor de mais
de 300 trabalhos publicados nas principais revistas nacionais e internacionais e
autor de 12 livros e mais de 70 capítulos de livros, entre eles: Drenagem linfática
global: Conceito Godoy & Godoy, Reabilitação linfovenosa e Tratamento do linfedema de
membros superiores (GODOY; GODOY, 2004b).

Em 1999, Godoy e Godoy descreveram uma nova técnica de drenagem


linfática, que associa roletes como mecanismos de drenagem; com isso, passou-
se a ser questionada a utilização dos movimentos circulares preconizados pela
técnica convencional e sugeriu-se a utilização dos conceitos de anatomia, fisiologia
e hidrodinâmica. Os vasos linfáticos são condutores de fluidos (linfa) e, portanto,
devem seguir as leis da hidrodinâmica. Para o deslocamento de qualquer tipo
de fluido, devemos ter uma diferença de pressão entre as determinadas regiões
que contêm esse fluido – no caso do sistema linfático, os vasos linfáticos. Assim,
qualquer tipo de compressão externa que promova um diferencial de pressão
entre as extremidades pode deslocar o fluido contido num conduto, o que pode
ter como resultado final a redução da pressão no seu interior e, assim, a facilitação
da entrada de novo conteúdo por diferente pressão. Diversos materiais, além
das mãos, podem ser utilizados como instrumentos facilitadores para exercer a
pressão externa (GODOY; GODOY, 2004a).

94
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

Algumas peculiaridades são importantes em relação ao sistema


hidrodinâmico dos vasos linfáticos. Uma delas é a presença de válvulas, que
desempenham o importante papel de manter o fluxo unidirecional, evitando
o refluxo, e fazem parte da estrutura contrátil do vaso linfático (linfangion). O
linfangion é a porção do vaso linfático compreendido entre duas válvulas que
exerce atividade pulsátil. É semelhante ao coração, por ter atividade contrátil
própria. Outra estrutura diz respeito aos linfonodos, importantes no mecanismo
de defesa imunológica, que funcionam como “filtros” e, portanto, acabam sendo
os limitadores da velocidade de fluxo no sistema. A drenagem linfática manual
deve obedecer ao sentido do fluxo, pois, se for realizada em sentido contrário,
pode forçar a linfa contra as válvulas, podendo danificá-las e, consequentemente,
destruir um “coração linfático”. Esta é a primeira lei preconizada para a realização
da drenagem linfática (GODOY; GODOY, 2004a).

Quando voltamos para o conhecimento da hidrodinâmica, verifica-se que


a maneira mais simples de drenar um conduto é deslocando o fluido no mesmo
sentido do fluxo, exercendo a pressão no trajeto deste. Outro fator importante
são as barreiras que podem ocorrer no conduto, nas quais se pode aumentar a
pressão ou a velocidade para vencer a limitação imposta. Tal procedimento pode
levar à destruição dessa barreira ou do conduto. Esse fato pode ocorrer quando
estamos realizando a drenagem linfática, e, portanto, podemos destruir ou lesar o
sistema. Os linfonodos constituem naturalmente barreiras limitantes e funcionam
como “filtros” do sistema; portanto, são limitadores da velocidade de drenagem.
Essa é a segunda lei da drenagem linfática, segundo a qual devemos obedecer à
capacidade de filtração dos linfonodos, controlando a velocidade da drenagem e
a pressão exercida. É importante alertar que movimentos circulares podem, em
determinado sentido, ir contra a corrente, conforme ilustra a Figura 20 e 21. Caso
a barreira seja forçada, corremos o risco de estar lesando os linfonodos. A linfa
geralmente passa por três a quatro linfonodos antes de atingir o sistema venoso
(GODOY; GODOY, 2004b).

A técnica desenvolvida pelo casal Godoy propõe a utilização de bastões


flexíveis e delicados que deverão deslizar sobre o trajeto dos vasos linfáticos e
dos linfonodos. Com o bastão, faz-se uma pressão externa e contínua sobre a
região do trajeto dos vasos, sempre em direção ascendente, para promover a
mobilização de líquidos (GODOY; GODOY, 1958). Mantendo a sequência de
drenagem proposta pelo Dr. Vodder. 

Além dos roletes, a técnica pode fazer uso das mãos ou de outro
instrumento adequado, como roletes com constituição material leve e macia,
que permitam a realização da drenagem linfática seguindo o sentido dos vasos
linfáticos ou da corrente linfática, simplificando, desse modo, toda a técnica de
drenagem linfática (GODOY; GODOY, 2004c).

95
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

A técnica é iniciada drenando em primeiro lugar o segmento proximal e, em


seguida, o distal. Essa abordagem cria um reservatório vazio, para o qual podem
ser drenados os linfáticos periféricos. Assim, a linfa é levada às vertentes linfáticas
para prosseguir seu caminho. A velocidade do deslizamento do bastão deve ser
lenta para não propiciar o aumento brusco da pressão no interior do vaso, evitando
assim possíveis danos (Figuras de 23 a 26) (GODOY; GODOY, 1999).

Em associação a esses movimentos de drenagem, a técnica de Godoy


valoriza o estímulo na região cervical como parte importante da abordagem
desses pacientes. Apenas esse estímulo isolado melhora os padrões volumétricos
(Figura 22) (GODOY; GODOY, 2004d).

Godoy e Godoy (2004d) recomenda atenção a alguns fatores durante a


aplicação:

• Drenar a linfa sempre no trajeto dos principais coletores, no sentido do fluxo,


seguindo os critérios da anatomia, fisiologia, fisiopatologia e hidrodinâmica.
• Iniciar drenando as regiões proximais do sistema linfático, correspondentes ao
trajeto a ser drenado.
• Identificar as vias derivativas de drenagem, conhecendo a fisiopatologia de
cada caso.
• Os cuidados com a velocidade e a pressão empregada são importantes para
evitar lesão ao sistema linfático.

FIGURA 20 – TUBO COM FLUIDO EM SEU INTERIOR

FONTE: Godoy e Godoy (2001, p. 38)

96
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 21 – ESQUEMA ILUSTRATIVO DA DRENAGEM DE DOIS CONDUTOS


VALVULADOS E A UTILIZAÇÃO DE MOVIMENTOS CIRCULARES QUE FEREM A LEI DA
HIDRODINÂMICA DE DRENAGEM

FONTE: Godoy e Godoy (2001, p. 40)

FIGURA 22 – TÉCNICA DE GODOY COM ROLETES PARA FACE E PESCOÇO

FONTE: Godoy e Godoy (2001, p. 48-51)

97
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 23 – TÉCNICA DE GODOY COM ROLETES PARA MEMBROS SUPERIORES

FONTE: Godoy e Godoy (2001, p. 52-55)

98
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 24 – TÉCNICA DE GODOY COM ROLETES PARA O TRONCO

FONTE: Godoy e Godoy (2001, p. 56-58)

99
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 25 – TÉCNICA DE GODOY COM ROLETES PARA


MEMBROS INFERIORES (VISTA ANTERIOR)

FONTE: Godoy e Godoy (2001, p. 60-63)

100
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 26 – TÉCNICA DE GODOY COM ROLETES PARA


MEMBROS INFERIORES (VISTA POSTERIOR)

FONTE: Godoy e Godoy (2001, p. 63-67)

101
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

Terapia Linfática Mecânica (RAGodoy®)

O desenvolvimento do RAGodoy criou um novo conceito de drenagem


linfática mecânica que emprega mecanismos fisiológicos baseados no trabalho
muscular. O trabalho muscular exerce uma pressão conhecida como “vis a
latere” (do Latim, para o lado) de forma fisiológica, potencializando a formação e
drenagem da linfa (DLF, 2017).

Outra vantagem é que esse aparelho foi adaptado a proporcionar várias


horas de tratamento por dia, possibilitando uma abordagem intensiva. Dessa
forma, criando novos conceitos na abordagem terapêutica do linfedema.

O RAGodoy para membros inferiores é um dispositivo eletromecânico


que realiza a flexão e extensão plantar, simulando a marcha. Portanto, seu
mecanismo de ação é exercer uma pressão sobre os vasos e aumentar a pressão
do espaço intersticial, potencializando a formação e drenagem da linfa. Dessa
forma, ele foi avaliado pela linfocintilografia e mostrou ser eficaz na mobilização
de macromoléculas. Ele pode ser usado nos membros inferiores por várias horas
seguidas, associado ou não com mecanismos de contenção (Figura 27) (DLF, 2017).

O desenvolvimento do aparelho para membros superiores permitiu a


abordagem nos linfedemas pós-tratamento do câncer de mama. Sua indicação
respeita os aspectos fisiopatológicos desse linfedema e possibilita um ganho
importante a esses pacientes. Nos casos de esvaziamento linfonodal inguinal,
ele pode ser utilizado (Figura 27).

Outra indicação é para os pós-operatórios de cirurgias ortopédicas e


mais especificamente nas cirurgias de joelho permitindo uma rápida redução
da dor e edema; no ganho da mobilidade articular e no pós-operatório de
cirurgias estéticas, porém em uma variedade de outros casos podem ser
indicados (DLF, 2017). 

FIGURA 27 – APARELHO RAGODOY PARA MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES

FONTE: <http://www.drenagemlinfatica.com.br/tratamentos/terapia-linfatica-
mecanica-membros-inferiores-ragodoy>. Acesso em: 23 set. 2018.

102
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

6 COMPARAÇÃO DAS TÉCNICAS


A drenagem linfática foi desenvolvida pelo casal Vodder entre os anos
de 1932 a 1936, sendo consagrado nesse último ano com sua publicação em Paris.
Inicialmente foi divulgada no meio da estética e na década de 1960 a 1970 foi
despertado o interesse de alguns médicos para o tratamento do linfedema. Dando
origem à drenagem linfática utilizada como tratamento, pelo casal Vodder. Outras
variantes foram desenvolvidas e denominadas como drenagem linfática pelo
fisioterapeuta Albert Leduc. Entretanto, foi o casal Vodder que transformou a
drenagem linfática manual como abordagem terapêutica e estética. Outra forma
de aplicação da drenagem linfática foi destacada por Michel Foldi, que utilizou
drenagem associada a exercícios, mecanismo de contenção e cuidados higiênicos no
tratamento do linfedema. Já Godoy e Godoy (2011), em 1990 publicaram um novo
conceito nos movimentos de drenagem, utilizando roletes para facilitar a drenagem
linfática. Esses roletes servem como facilitadores para o carreamento da linfa.

Durante esses anos, houve uma evolução a partir dessa abordagem,


sendo desenvolvido o conceito de drenagem linfática global, com a filosofia
de envolver todos os estímulos fisiológicos conhecidos na drenagem linfática
mais o envolvimento com o meio ambiente e direcionado com as interferências
fisiopatológicas, visando a ampliação dos estímulos.

Segundo Piccinini et al. (2009), a DLM está representada, principalmente, pelas


técnicas de Vodder e Leduc. A diferença entre elas está no tipo de movimento. Vodder utiliza
movimentos circulares estacionários, técnica de bombeamento, técnica de mobilização e
técnica rotatória, já Leduc propõe movimentos mais restritos, iniciando sempre na região
proximal do segmento a ser drenado. As manobras utilizadas pelo método Leduc são:
círculos com movimentos, círculos com polegar, movimento combinado, pressões em
braceletes, drenagem dos gânglios linfáticos. Entretanto, a técnica de Leduc preconiza que
não há razão em estimular a cisterna do quilo (BORGES, 2010).

Para Zanella et al. (2011), ambas as técnicas associam três categorias de


manobras: capitação, reabsorção e evacuação da linfa. Tais manobras são realizadas
com pressões suaves, lentas, intermitentes e relaxantes. Todas as manobras,
basicamente, constam de três fases: a primeira é a de apoio da mão e dos dedos
sobre a pele da paciente, seguido pela fase ativa, que é a de empurrar o fluido; a
terceira é a fase de repouso na qual a pele volta sozinha a sua posição inicial, é dessa
forma que os vasos linfáticos têm tempo para encher-se novamente e com isso
pode-se mobilizar mais linfa do seu interior. As manobras, por serem repetitivas,
devem ser realizadas de cinco a oito vezes, ou mais (LEDUC; LEDUC 2007).

A drenagem linfática manual, segundo Földi, é inspirada no método de


Vodder, do qual as técnicas foram analisadas e adaptadas às patologias linfáticas
e tratamentos estéticos.  Comporta quatro manobras de base e diferentes
manobras específicas em função da localização e da qualidade dos tecidos, em
um vasto leque que permite aos profissionais abordarem os diferentes problemas
de maneira específica. O tratamento de um linfoedema, por exemplo, se distingue

103
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

do que é usado para a celulite e consiste, nestes dois casos, em drenar os tecidos
congestionados. É o criador da Terapia Física Complexa, o método está associado
a cuidados com a pele, bandagens redutoras com multicamadas, ginástica e
exercícios respiratórios descongestionantes. O tratamento é dividido em duas
fases, sendo que na primeira, o objetivo é a redução do volume do membro, tendo
a duração de 2 a 6 semanas e a segunda é a fase de manutenção e controle do
linfedema (FÖLDI; FÖLDI; CLODIUS, 1989).

A técnica Godoy e Godoy se difere da técnica convencional porque utiliza, além


das mãos, também bastões, rolos, roletes de materiais leves e macios, que permitam
a realização da drenagem seguindo o sentido da corrente linfática, simplificando
toda a técnica original de Vodder (GODOY; GODOY, 1999). A técnica sugere ainda a
eliminação de alguns movimentos da técnica de Vodder, como os movimentos circulares
e bombeamentos, e a utilização de movimentos mais objetivos, que sigam as regras da
fisiologia, anatomia e hidrodinâmica (GODOY; GODOY, 2007). Em associação a esses
movimentos de drenagem, a técnica de Godoy valoriza o estímulo na região cervical
como parte importante da abordagem desses pacientes (GODOY; GODOY, 2007).

A pressão utilizada na técnica de drenagem linfática manual de Vodder,


Leduc, Foldi e Godoy são semelhantes, permanecendo em torno de 15 a 40 mmHG
(ELWING, 2010).

Embora haja algumas diferenças entre as técnicas aprelsentadas, estudos


afirmam a eficácia de todas em tratamentos de doenças circulatórias, como o linfedema.

O quadro a seguir demonstra de modo simplificado a comparação das


técnicas de drenagem linfática manual:

QUADRO 2 – COMPARAÇÃO DAS TÉCNICAS DE DLM

Técnicas Vodder Foldi Leduc Godoy

Manobras • Círculos fixos • Bombeamento • Circular com • Bombeamento


• Bombeamento em bracelete os dedos por ativação
• Mão em • Círculos • Circular com supra
concha estacionários os polegares clavicular
• Giratório ou • Pinçamento • Combinados • Mão em
rotação. tecidual • Pressão em concha
• Mobilização bracelete • Giratório ou
articular rotação
• Movimento
combinado

GUIRRO, 2002 FOLDI, 1989 LEDUC, 2007 GUIRRO, 2002

104
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

De 30 a De 30 a De 30 a
De 30 a
40mmHg, suave 40mmHg, suave 40mmHg, suave
40mmHg.
Pressão aplicada e leve, deve ser e leve, deve ser e leve, deve ser
Suave, lenta,
por cada autor decrescente, da decrescente, da decrescente, da
intermitente e
palma das mãos palma das mãos palma das mãos
relaxante.
para os dedos. para os dedos. para os dedos.

Leduc, 2007.

Bandagens
Bandagens,
elásticas Roletes e RA de
Acessório Não utiliza. pressoterapia ou
de média Godoy.
exercícios.
compressão.

GUIRRO, 2002 FOLDI, 1989 GUIRRO, 2002 GODOY, 1999

Sentido da Manobras de Manobras de Manobras de Manobras de


Drenagem proximal para proximal para proximal para proximal para
Corporal distal. distal. distal. distal.
Centro da face Centro da face Centro da face Centro da face
Sentido da
ao linfonodo ao linfonodo ao linfonodo ao linfonodo
Drenagem Facial
correspondente. correspondente. correspondente. correspondente.

GUIRRO, 2002

FONTE: <https://2.bp.blogspot.com/-1J8CaYmhQuQ/WiRrFTlbj5I/AAAAAAAAABk/
dqXmt38rFTc6bJ70P1ZP5eYgdQHRuOTOQCPcBGAYYCw/s1600/Imagem2.png>.
Acesso em: 23 set. 2018.

105
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

LEITURA COMPLEMENTAR

A IMPORTÂNCIA DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL


NO PÓS-OPERATÓRIO

Alanna Luisa Lemos Nora


Isaias Regis
Mirella Pereira Rosa

Introdução

A Drenagem Linfática Manual (DLM), segundo Lopes (2006), é uma técnica


massoterápica criada e desenvolvida pelo biólogo e fisioterapeuta Dr. Phil Emil
Vodder, no começo da década de 1930, que favorece a drenagem da linfa da periferia
do organismo para o coração. Hoje considerada de ampla utilização no tratamento de
várias patologias, a drenagem linfática manual desenvolve sua ação principal sobre
o sistema circulatório linfático, ou seja, sobre “uma estrutura orgânica multifatorial”,
formada pela linfa, vasos linfáticos e linfonodos. Leduc e Leduc (2002) entendem
que a DLM proporciona o aumento no transporte da linfa, viabilizando a melhora
da vascularização, melhorando, também, a atuação das defesas imunitárias do
organismo, pela via da ação das células imunitárias circulantes no sistema linfático.
A DLM proporciona, ainda, a canalização dos líquidos excedentes que circundam as
células, mantendo, assim, o equilíbrio hídrico nos espaços intersticiais. Compreende-
se por ambos os autores que a drenagem linfática manual é uma técnica alternativa,
porém extremamente eficaz quando prescrita e utilizada de forma correta. Utiliza
movimentos suaves e lentos em pontos estratégicos do sistema linfático, visando à
aceleração da circulação linfática. O uso da DLM nos casos de pós-cirurgias plásticas,
tem se tornado frequente, levando o pós-operatório a condição de mais conforto,
com menos dor ao paciente, e auxiliando a recuperação. Esta técnica pode ser
utilizada também no combate aos sintomas pré-menstruais, edemas, linfoedemas,
lipodistrofia ginoide, conhecida como celulite e também para pós-traumatismo.
Diante do exposto, tem-se como objetivo geral apresentar contribuições teóricas sobre
a importância da drenagem linfática manual nos casos de pós-operatórios, vindo a
tratar os seguintes objetivos específicos: inicialmente evidenciar o surgimento da
DLM, e em seguida apresentar o conceito que mais define a técnica. Na continuidade,
caracteriza-se a técnica, as aplicações, as indicações e contraindicações, para os casos
de pós-operatório. A técnica tem a sua complexibilidade, pois utiliza um conjunto de
manobras muito específicas e exige conhecimento profundo sobre anatomia humana.
O profissional de estética ao utilizar esta técnica deve possuir domínio profundo e
deve, constantemente, buscar o aperfeiçoamento de seu trabalho.

Desenvolvimento

Foi utilizada a metodologia de pesquisa documental, em que revistas, sites


e artigos científicos foram os principais objetos de busca. O tema foi escolhido
devido ao seu grau de importância, seguido da organização do cronograma de

106
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

pesquisa, que logo foi acompanhada da pesquisa e discussões sobre o tema.


Assim, caracteriza-se como abordagem em pesquisa qualitativa, quanto ao nível
de pesquisa em exploratória e quanto aos procedimentos em levantamento de
referências. Enquanto base teórica, fundamenta-se nas contribuições teóricas dos
autores principais, tais como: Alberto Olivier Leduc, que trata da relação entre
teoria e prática na DLM, Maria M. Ceolin, que aborda os efeitos da DLM no pós-
operatório nos casos de lipoaspiração abdominal, Maria Luiza Manusr Lopes,
que apresenta introdutoriamente a DLM na estética, seguindo com Orlando
Sanches e Yamaguchi, tal como Raul Mauad, que tratam da DLM no pós-cirurgia
plástica, além de outros não menos importantes. Esta técnica foi desenvolvida
pelo casal dinamarquês Emil e Estrid Vodder, na década de 1930. "A partir
do trabalho experimental deste casal, outros pesquisadores, tais como Földi e
Kuhnke (Alemanha), Cashley-Smith (Austrália) e Leduc (Bélgica), desenvolveram
a base científica da técnica e criaram-se linhas de trabalho dentro da Drenagem
Linfática Manual" (SOUZA, 2009, p.18). Enquanto conceituação, Lopes (2006)
afirma que a DLM é uma técnica massoterápica, que favorece a drenagem da linfa
da periferia do organismo para o coração. Hoje considerada de ampla utilização
no tratamento de várias patologias, a drenagem linfática manual desenvolve sua
ação principal sobre o sistema circulatório linfático, ou seja, sobre “uma estrutura
orgânica multifatorial”, formada pela linfa, vasos linfáticos e linfonodos (SOUZA,
2009, p. 22). A aplicação auxilia o aumento do transporte da linfa, que melhora
a vascularização, a anastomose linfolinfática e linfovenosa e proporciona maior
resistência defensivo-imunitária do organismo, devido ao aumento de células
imunitárias que veiculam no próprio sistema linfático. Godoy e Godoy (2002)
afirmam que o objetivo da DLM é promover o deslocamento da linfa e do fluido
intersticial para a corrente sanguínea, atuando com pressões diferenciadas no
tecido da pele. Os autores evidenciam aspectos significativos em relação a esta
rede de vasos linfáticos, principalmente no que tange à presença de válvulas,
para manter o fluxo da linfa unidirecional. Uma outra estrutura importante são
os linfonodos, que promovem a filtração dos líquidos, inclusive controlando a
pressão da saída e a velocidade da drenagem. Segundo Godoy e Godoy (2002),
“sugere-se a eliminação de movimentos circulares da técnica convencional e a
utilização de movimentos mais objetivos, seguindo a regra da hidrodinâmica, da
anatomia e da fisiologia do sistema linfático”.

Técnicas aplicadas

A DLM está representada principalmente pelas técnicas de Vodder e Leduc.


A diferença entre elas está no tipo de movimento. Vodder utiliza movimentos
circulares, rotatórios e de bombeio, já Leduc propõe movimentos mais restritos
(PICCININI et al., 2009). Ambas as técnicas associam três categorias de manobras:
captação, reabsorção e evacuação da linfa. Tais manobras são realizadas com
pressões suaves, lentas, intermitentes e relaxantes (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Para Ribeiro (2003) as diversas manobras de DLM são realizadas em todos os
segmentos do corpo, sendo que cada manobra é realizada sobre o mesmo local
de cinco a sete vezes. Alguns autores recomendam iniciar a DLM pelo segmento
proximal, processo de evacuação, obtendo, assim, um esvaziamento prévio das

107
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

vias pelas quais a linfa terá que fluir (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Soares, Soares e
Soares (2005) ressaltam que quanto mais precocemente for iniciada, menor será a
probabilidade do acúmulo de líquidos no local e mais rápida a recuperação dessas
pacientes, ajudando na penetração do líquido excedente nos capilares sanguíneos
e linfáticos intactos da região adjacente à lesão (RIBEIRO, 2003). Benefícios da
drenagem linfática manual: é uma técnica de massagem com movimentos finos,
suaves e superficiais. Sua função é drenar os líquidos excedentes das células,
permitindo a livre evacuação de toxinas e dejetos metabólicos presentes em
várias partes do corpo. A drenagem linfática manual está relacionada à filtração
e à reabsorção da linfa pelos capilares linfáticos e sanguíneos e também está
relacionada com vários sistemas, como circulatório, linfático, renal, digestivo e
respiratório (GARCIA, 2010). A massagem não deve usar produto lubrificante
algum, não deve causar dor, nem hematomas. As sessões devem ser feitas até a
diminuição ou eliminação do edema (GARCIA, 2010).

Indicações e contraindicações da drenagem linfática manual

A DLM drena os líquidos excedentes que banham as células, mantendo,


assim, o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais. Também é responsável pela
evacuação dos dejetos provenientes do metabolismo celular (LEDUC; LEDUC, 2002).

Segundo Leduc e Leduc (2002), a DLM faz parte das técnicas utilizadas para
favorecer a circulação dita “de retorno”. Godoy e Godoy (1999) deixam claro que
DLM e a massagem são duas coisas completamente distintas. Afirmam também
que, para realizar a DLM, devemos ter consciência de que estamos drenando, e
que para isso não há necessidade de movimentos fortes de compressão.

Indicações

De acordo com Guirro e Guirro (2004), as manobras de DLM são indicadas


na prevenção e/ou tratamento de: edemas, linfedemas, fibroedema geloide,
queimaduras, enxertos, acne, sensação de cansaço nos membros inferiores, dor
muscular, pré e pós-operatório de cirurgia plástica, hematomas e equimoses,
olheiras e até mesmo marcas de expressão. Para Ribeiro (2003), também é
indicada para gordura localizada, cicatrizes hipertróficas e retráteis, relaxamento
e síndromes vasculares, microvarizes e varizes.

Lopes (2006) cita as seguintes indicações: retenção hídrica, afecções


dermatológicas, rigidez muscular, período de TPM (tensão pré-menstrual),
insônia, pré e pós-intervenção cirúrgica, hematomas, tratamento de acne,
tratamento de telangectasias, tratamento de rejuvenescimento, tratamento de
rosácea e tratamento do fibroedema geloide.

Indicações: as sessões de drenagem linfática manual são indicadas para: 1.


Redução de edemas e linfedemas, que é o inchaço anormal causado pelo excesso
de líquidos nos tecidos do corpo. 2. Fibroedema geloide e lipoesclerose, que é a
tão temida celulite. 3. Gordura localizada, acúmulo de gordura em determinada

108
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

região do corpo. 4. Insuficiência venosa, que é a incapacidade de bombear um


volume suficiente de sangue de volta ao coração. 5. Cefaleia, que é o termo
médico usado para dor de cabeça. 6. Nevralgia, que é a dor impactante que segue
o caminho dos nervos. 7. Edemas gestacionais, que é o inchaço na gravidez. 8.
Síndrome Pré-Menstrual (TPM), alteração hormonal feminina. 9. Mastalgia, que é
a dor mamária. 10. Fadiga. 11. Dores nas pernas. 12. Irritabilidade. 13. Ansiedade.
14. Tratamento pré e pós-cirúrgico. 15. Microvarizes, varizes e entre outros.

De acordo com Lopes (2006), no pós-operatório, a DLM contribui para


uma recuperação mais rápida, alivia a pressão provocada pelo edema, facilita
o escoamento da linfa, melhora, estimula fibroblastos na mitose das células
colágenas e elásticas, remove os resíduos metabólicos etc.

Contraindicações

Segundo a abordagem de Fromholz (1999), as contraindicações da


drenagem linfática são poucas, porém devem ser respeitadas.

• Contraindicações parciais: abrangem doenças contraindicadas, mas que se


encontram num determinado estágio que permite a aplicação da drenagem
linfática manual, observando-se cuidados especiais. São elas: 1. Câncer
diagnosticado e tratado. 2. Pré-cancerosas da pele. 3. Inflamações crônicas. 4.
Tratamento pós-trombose e pós-tromboflebite. 5. Hipertireoidismo. 6. Asma
brônquica. 7. Insuficiência cardíaca congestiva. 8. Hipotensão arterial. 9.
Distonia neurovegetativa. Em todos esses casos, compete ao médico decidir se
a drenagem linfática manual deve ser empregada ou não.
• Contraindicações absolutas: 1. Câncer (suspeito ou ainda não tratado). 2.
Inflamações agudas. 3. Trombose.

Segundo Fromholz (1999), a drenagem linfática manual pode espalhar


células cancerosas (metástase), e, por isso, é proibido em todas as doenças
cancerígenas, como sarcoma, linfoma, linfogranulomatose e leucemia. Como
inflamação aguda, podemos definir as manifestações acompanhadas por febre,
edemas exsudativos das mucosas ou manifestações locais, como furuncolose,
tonsilite e pneumonia. Após o término das manifestações agudas, pode-se
empregar a drenagem linfática para reforçar as defesas biológicas.

Benefícios da drenagem linfática manual como tratamento terapêutico,


e os métodos cirúrgicos que a utilizam

A drenagem linfática é indicada e é utilizada nos métodos cirúrgicos,


como tratamento terapêutico em todas as cirurgias, como as lipoaspirações,
abdominoplastias, gluteoplastias, lipoenxertia, hidrolipoaspiração,
hidrolipoclasia, ginecomastias, mamoplastias, próteses de mama, blefaroplastia,
lifting, rinoplastias e mastectomia. É indispensável em casos de lipoaspiração
e abdominoplastia, ou seja, é importante que a técnica ative a circulação, pois

109
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

as células e placas podem ficar paradas na região abdominal devido à cirurgia,


causando inchaço e deformidade. De acordo com Lopes (2006, p. 82-83), no
pós-operatório, a DLM “contribui para uma recuperação mais rápida, alivia a
pressão provocada pelo edema, facilita o escoamento da linfa, melhora, estimula
fibroblastos na mitose das células colágenas e elásticas, remove os resíduos
metabólicos etc”. Segundo Fromholz (1999), as manobras têm como objetivo
direto o aumento do volume da linfa admitido pelos capilares linfáticos e o
aumento da velocidade de seu transporte através dos vasos e ductos linfáticos. A
sequência das áreas a serem tratadas deve obedecer à ordem distal, tomando-se
como ponto de referência os ângulos venosos, onde a linfa desemboca na corrente
sanguínea. Em cada direção, deve-se observar uma sequência de distal a proximal,
trabalhando-se em direção às áreas de aglomerados de gânglios linfáticos, ou
seja, acompanhando-se o fluxo da linfa.

Complicações no pós-operatório

Segundo Silva (2001), entre as complicações pós-operatórias mais comuns,


temos o edema, o hematoma, a seroma e a fibrose. O surgimento do edema e o
hematoma são reações naturais que ocorrem na região operada.

O edema, segundo Guirro e Guirro (2004), é um acúmulo excessivo de


fluidos nos tecidos, sendo altamente benéfico, pois é uma resposta do organismo
sinalizando que há indícios sobre a reparação tecidual. Compreende-se que é o
acúmulo de líquidos nos espaços intercelulares. Este líquido do edema provém
do sangue e é formado essencialmente por água, proteínas, lipoides e sais. Ao
examinarmos um caso de edema, devemos levar em consideração dois fatores
principais: a extensão da área abrangida e as características locais.

Fatores que interferem na formação de edemas: 1. Aumento da


permeabilidade capilar. 2. Diminuição da pressão oncótica das proteínas. 3.
Aumento da pressão hidrostática nas arteríolas. 4. Obstáculo nas vias linfáticas.
5. Desequilíbrio eletrolítico. 6. Aumento da pressão venosa.

A diminuição do edema, segundo Ceolin (2006, p. 46):

[...] cita que a pressão exercida pela DLM atua sobre a circulação
sanguínea venosa, deslocando-a em direção centrípeta, sendo que com
o aumento da quantidade de proteínas que penetram nos capilares
linfáticos, a pressão coloidosmótica do líquido intersticial diminuirá,
levando a um aumento da reabsorção para os capilares venosos.

De acordo Yamaguchi e Sanches (2003), o pós-operatório apresenta certas


reações, tais como:

110
TÓPICO 3 | PRINCIPAIS MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA

• Hematoma: é pelo acúmulo de sangue, devido ao rompimento dos capilares na


região lesionada. Trata-se do acúmulo de sangue num órgão ou tecido, derivado de
traumatismo, alterações hematológicas, alterações clínicas, uso de medicamentos
anticoagulantes, pós-operatório de cirurgias e outras causas. Na cirurgia plástica,
o diagnóstico é feito a partir da queixa do paciente, com a queixa de sensação de
compressão localizada, dor e aumento do volume repentino na área operada, com
sangramento ativo na linha da sutura, além da deformação da pele.
• Seroma: ocorre pelo amplo descolamento do retalho abdominal, onde fica retido
no tecido subcutâneo um excesso de líquido de coloração amarela. O seroma é
uma complicação que pode ocorrer após qualquer cirurgia, sendo caracterizada
pelo excesso de líquido, que fica retido próximo à cicatriz cirúrgica, causando
inflamação, geralmente devido à falta de uso de uma cinta ou curativo compressivo
após a cirurgia, ou da aplicação de DLM. O seroma, geralmente, é mais frequente
pós-cirurgia da mama, pós-cesárea ou pós-abdominoplastia, e o seu tratamento
normalmente envolve aplicação da DLM, aspirar o líquido através de injeções ou
drenos, assim como o uso de uma cinta para evitar novo acúmulo de líquido.
• Equimose: infiltração de sangue na malha dos tecidos. Aparece como uma
mancha vinhosa na pele, a qual sofre modificações cromáticas com o passar
dos dias. Surge com a ruptura de capilares. Podem ocorrer por um simples
traumatismo sobre a pele ou em decorrência de doenças hematológicas,
alterações clínicas específicas e no pós-operatório de cirurgias. As que surgem
a distância, resultam da migração do sangue extravasado ou por aumento da
pressão venosa por compressão das veias de drenagem.
• Fibrose: é uma cicatrização intensa do tecido lesado, onde houve edema e agressão
e a sua aparição no pós-operatório pode ocorrer em maior ou menor grau. Isso
acontece porque proteínas são acumuladas de forma crônica, atrapalhando o
funcionamento dos fibroblastos, responsáveis pela cicatrização, que passam a
trabalhar em excesso, produzindo acúmulo de colágeno, que causam repuxamento
e dor, além de ondulações inestéticas, levando a uma aparência desagradável na
região. Logo após a cirurgia, a formação da fibrose é intensa, endurecida e sensível.
Souza (2009) afirma que a DLM estimula a circulação linfática, elimina toxinas e
nutre tecidos, melhora a defesa e a ação anti-inflamatória faz com que o período de
recuperação do pós-operatório seja muito mais rápido, evitando longas limitações.
Para Sanches (2002), a DLM é o primeiro e praticamente o único procedimento
normalmente realizado a partir das 48 horas iniciais da cirurgia, havendo restrições
aos movimentos até o 21º dia de pós-operatório, para que não haja descolamento
do tecido. A Drenagem Linfática Manual “contribui para uma recuperação mais
rápida, alivia a pressão provocada pelo edema, facilita o escoamento da linfa,
melhora, estimula fibroblastos na mitose das células colágenas e elásticas, remove
os resíduos metabólicos etc” (LOPES, 2006, p. 82-83). Portanto, é importante para
o esteticista ter conhecimento da anatomia da região abdominal e dos principais
passos técnicos da abdominoplastia, podendo, assim, atuar nos casos de pós-
operatório com mais confiança desde que este esteja em contato com o cirurgião
responsável (MAUAD, 2003).

111
UNIDADE 2 | DRENAGEM LINFÁTICA

Considerações finais

Neste percurso teórico, ratificamos a importância da Drenagem Linfática


Manual, fundamentalmente no que tange ao seu uso terapêutico no pós-
operatório, vindo a apresentar resultados significativos. O surgimento deu-se
por um sacal dinamarquês na década de 1930, atualizando-se e chegando até o
momento atual. Conceitualmente, pode-se entender que se trata de uma técnica
de massoterapia, que age na rede linfática, reconduzindo a linfa dos espaços
intersticiais para a corrente sanguínea, sempre para o sentido do coração. Podem-
se apresentar as duas principais técnicas, ou seja, a de Vodder e Leduc, as quais
se diferenciam, apenas pelo tipo do movimento, sendo que o primeiro propõe
movimentos circulares, rotatórios e de bombeio e para este último os movimentos
são mais limitados. Com base nas contribuições dos autores citados, percebeu-se
que esta técnica atende à terapêutica do pós-operatório, uma vez que repercute
positivamente para o trabalho nos casos de edema, linfedemas, fibroedema,
edemas gestacionais, gordura localizada dentre outros citados.

FONTE: <https://publicacao.uniasselvi.com.br/index.php/EIP/article/view/1821/909>. Acesso em:


16 jan. 2019.

112
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprende que:

• O método Vodder foi desenvolvido em 1932 pelo terapeuta dinamarquês


Vodder e pela sua esposa. É aplicado com movimentos de pressão leve, suave,
rítmica, lenta e precisa, não realiza o deslizamento sobre o tecido, mas empurra
o tecido cutâneo, promovendo um relaxamento.

• O método Vodder apresenta quatro movimentos básicos da massagem de drenagem


linfática manual: círculos estacionários, bombeamento, mobilização e rotatória.

• A drenagem linfática manual é representada pela técnica de Leduc, baseada no trajeto


dos coletores linfáticos e linfonodos, associados basicamente em duas manobras.

• Na técnica Leduc, as manobras são desenvolvidas de forma suave e lenta,


obedecendo sempre ao sentido da fisiologia linfática.

• A técnica Foldi é indicada para qualquer tipo e grau de linfedema, tendo como
objetivo final a remoção do excesso de proteínas plasmáticas do interstício
celular, reequilibrando a carga de proteína linfática e a capacidade de
transporte do sistema linfático, ou seja, evacuação dos objetos provenientes do
metabolismo celular.

• Godoy e Godoy descreveram uma nova técnica de drenagem linfática, que


associa roletes como mecanismos de drenagem. A técnica desenvolvida pelo
casal Godoy propõe a utilização de bastões flexíveis e delicados, que deverão
deslizar sobre o trajeto dos vasos linfáticos e dos linfonodos.

113
AUTOATIVIDADE

1 A Drenagem Linfática Manual (DLM) busca a ativação da circulação da


linfa, mediante a estimulação dos vasos e gânglios linfáticos, o que facilita
a eliminação do excesso de líquido intersticial. Existem diferentes métodos
de drenagem linfática manual. Descreva a técnica Godoy, o seu principal
diferencial e como ela é feita.

2 Existem diversos métodos para a realização da drenagem linfática, todos


preveem o mesmo efeito. Sobre os métodos, analise as sentenças a seguir:

I– Drenagem linfática pode ser feita com movimentos mais bruscos para
garantir o completo esvaziamento.
II– De acordo com o método Vodder, quanto maior o edema, menor será a
pressão a ser exercida.
III– A inovação do método Godoy é o uso de roletes para auxiliar na drenagem.
IV– O método Vodder não trabalha com os vasos linfáticos superficiais.

Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
d) ( ) As sentenças III e IV estão corretas.

114
UNIDADE 3

RECURSOS E AS APLICAÇÕES
PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer os recursos utilizados na drenagem linfática;

• conhecer as aplicações da drenagem linfática;

• aprender as particularidades do pós-operatório das cirurgias com a


drenagem linfática.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – RECURSOS UTILIZADOS NA DRENAGEM LINFÁTICA

TÓPICO 2 – APLICAÇÕES PRÁTICAS

TÓPICO 3 – DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS OPERATÓRIO

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UNIDADE 3
TÓPICO 1

RECURSOS UTILIZADOS NA DRENAGEM LINFÁTICA

1 INTRODUÇÃO
A drenagem linfática é uma função fisiológica que tem como objetivo
a evacuação de dejetos e o transporte de elementos nutritivos, por intermédio
de canalizações denominadas vasos linfáticos. Os linfáticos associados às veias
regulam o conteúdo do espaço intersticial do corpo humano. A invalidação de
uma dessas duas funções pode desencadear o surgimento de um edema.

O papel da esteticista é estimular essas funções ou pelo menos controlar a


sua falha a fim de limitar a obstrução do espaço intersticial.

Caro acadêmico, quais são os meios terapêuticos disponíveis que podem


ser utilizados?

Vamos agora estudar os cinco tipos de intervenção utilizados contra a


insuficiência linfática, são eles:

• Drenagem linfática manual.


• Bambuterapia.
• Pressoterapia ou compressão pneumática.
• Bandagens.
• Eletroterapia

2 DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL


O toque é um tipo de linguagem que usamos instintivamente para expressar
nossos sentimentos, significa contato e é extremamente importante para o ser humano.

A massagem é a comunhão pelo toque e vai muito além da pele, músculos e
ossos. Ela traz benefícios físicos, (como o relaxamento e tonificação dos músculos,
e melhora da circulação sanguínea e linfática); mentais (aliviando tensões e a
ansiedade, além da consciência corporal e melhora da autoestima) e emocionais
(gerando sensações de bem-estar, confiança e alegria) (LIDELL, 2002).

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UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

A drenagem linfática, como já vimos anteriormente, tem a finalidade de


imitar os movimentos do sistema linfático (ELWING; SANCHES, 2010).

Segundo Winter (1985), a drenagem linfática manual é uma técnica


especial que consiste em manobras manuais próprias e tem como objetivo admitir
por meio dos capilares, um maior volume de linfa. A drenagem linfática drena os
líquidos excedentes que banham as células, mantendo, desse modo, o equilíbrio
hídrico dos espaços intersticiais. Dois processos muito distintos que contribuem
para a eliminação desses líquidos intersticiais seriam captação e evacuação
(LEDUC; LEDUC, 2007). Segundo Ribeiro (2004), as diversas manobras de DLM
são realizadas em todos os segmentos do corpo, sendo que cada manobra é
realizada sobre o mesmo local de cinco a sete vezes.

As manobras são lentas, leves e monótonas, seguindo sempre a direção


do fluxo linfático, não devem causar dor ou eritema, sendo repetidas num ritmo
determinado (HERPERTZ, 2006).

EFEITOS FISIOLÓGICOS

A drenagem linfática exerce influência direta sobre:

• Velocidade de filtração da linfa que através do estímulo, aumenta o fluxo linfático


e consequentemente, a velocidade com que a linfa será filtrada pelo linfonodo.
• A quantidade de linfa processada dentro dos gânglios, onde a linfa passa mais
rapidamente em função das pressões rítmicas.
• A musculatura esquelética, onde os movimentos calmos e monótonos induzem a um
relaxamento muscular, favorecendo assim o fluxo do sangue e do líquido intersticial.
• O sistema nervoso vegetativo, quando as manobras são percebidas pelos
mecanorreceptores da pele, proporcionando relaxamento e sensação de bem-
estar, podendo até aliviar a sensação de dor.
• A motricidade do intestino, estimulando a musculatura lisa do intestino, além de
exercer força mecânica sobre o bolo intestinal, impulsionando-o em direção ao reto.

Há também uma influência indireta da drenagem linfática sobre:

• A oxigenação dos tecidos, por meio de uma difusão rápida, ocorrendo um


aumento do volume de oxigênio que passa dos capilares para o interstício.
• A nutrição das células, por manter a substância fundamental em condições
ideais, o que garante uma distribuição uniforme de nutrientes.
• A absorção de nutrientes, pois através das manobras sobre o abdômen, a
musculatura lisa e os capilares linfáticos dessa região são estimulados.
• A distribuição dos hormônios, que depende da boa funcionalidade da substância
fundamental e o aumento na excreção de líquidos, por causa da maior quantidade
de linfa processada sendo despejada na circulação sanguínea (WINTER, 1985).

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TÓPICO 1 | RECURSOS UTILIZADOS NA DRENAGEM LINFÁTICA

3 BAMBUTERAPIA
A bambuterapia representa para os chineses, força, beleza, leveza e
flexibilidade. Acredita-se que o espaço vazio entre um nó e outro era tão sagrado,
que os anjos ao virem à terra, ali se hospedavam. O bambu encontrado na
natureza, especialmente nas regiões tropicais, é cheio de energia e isso influencia
positivamente durante a terapia. Além de ser utilizado em peças e objetos
variados, na decoração e construção pode ser usado para combater um dos
maiores inimigos das mulheres, a “celulite”. Esta técnica foi criada na França pelo
fisioterapeuta francês Gill Amsallem, que serve tanto para acalmar como para
energizar, acelerar, relaxar tecidos e fibras musculares, além de promover uma
drenagem linfática, reduzir medidas, modelar o corpo, trabalhando todo o físico
e a mente promovendo um equilíbrio estético (KAFER, 2008).

A técnica de bambuterapia é praticada com varas de bambu de diversos


tamanhos, dependendo da área do corpo a ser tratada (Figura 1), e possibilitando
ao profissional alcançar todas as regiões do corpo, pois agem como se fossem
um prolongamento dos dedos das mãos. Os bambus são confeccionados
especialmente para a prática desta técnica, com superfície regular, lixados e
envernizados, sem conter qualquer tipo de farpa ou dano que possa impedir
o perfeito deslizamento ou machucar o cliente. A massagem é feita sempre no
sentido linfático, estimulando diversas glândulas do corpo e proporcionando o
amaciamento do tecido cutâneo, muscular e tendíneo. Dessa forma é possível
harmonizar o indivíduo, cuidando de um problema estético e possibilitando
também o relaxamento (KAFER, 2008).

Essa técnica pode ser aplicada em várias regiões do corpo, nas pernas, pés,
abdômen, costas, braços e também na face. Tendo início pelos pés, estendendo-
se por todo corpo, até chegar à face. O bambu pode ser aplicado juntamente,
com outras terapias para potencializar seu efeito como acupuntura, shiatsu,
reflexologia e drenagem linfática. Os efeitos na celulite são compostos por
manobras que intensificam a quebra de gordura, os nódulos celulíticos, além de
desenhar e modelar o corpo. Os bambus escorregam, rolam e giram nos relevos
musculares, reduzindo o diâmetro de partes do corpo e remodelando-o (KAFER,
2008; CALVI; RODRIGUÊS, 2009). O bambu deve ser aplicado de maneira leve,
com a correta pressão, rapidez, durabilidade e amplitude de contato, para que o
cliente não sinta tipo de desconforto algum (CALVI; RODRIGUÊS, 2009).

Essa técnica também tem como objetivo trabalhar o contorno corporal


através do bambu, realizando uma tração de todo o tecido conjuntivo, promovendo
um deslocamento do líquido nos vasos, aumentando a velocidade dos fluxos
sanguíneos e linfáticos e, consequentemente, a troca de substâncias com células

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UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

tissulares. Estimula o peristaltismo intestinal através do estímulo intestinal realizado


em quatro tempos (CALVI; RODRIGUÊS, 2009; KAFER, 2008). E devido a sua
direção aos vasos linfáticos, promove uma drenagem linfática, eliminando líquidos
intersticiais acumulados, ativando a circulação sanguínea, tonificando os músculos,
desintoxicando o organismo, regenerando e revitalizando tecidos e dessa forma
tem de auxiliar na diminuição da celulite e reduzir o diâmetro da parte do corpo.
Associado com o óleo vegetal, seus resultados são ainda melhores (KAFER, 2008).

De acordo com Calvi e Rodriguês (2009), as contraindicações são


cardiopatias descompensadas, neoplasias, gestação, fragilidade capilar, distúrbios
cardiovasculares, lacerações cutâneas e processos infecciosos. As principais
indicações são lipodistrofia, hidrolipodistrofia, tensões musculares e alterações
do retorno venoso.

FIGURA 1 – TÉCNICA DE BAMBUTERAPIA NO TRONCO E FACE E OS DIFERENTES


TIPOS DE BAMBU UTILIZADOS

FONTE: <https://fisioterapiacomsaude.com.br/bambuterapia/>. Acesso em: 17 out. 2018.

4 COMPRESSÃO PNEUMÁTICA OU PRESSOTERAPIA


A Compressão Pneumática (CP) ou pressoterapia é uma técnica que consiste
em bombas de ar comprimido com o objetivo de pressionar o membro edemaciado
(CAMARGO; MARX, 2000). É composta por câmeras de ar com diferentes formatos
(luvas ou botas, figura 54 e 55) (GUIRRO GUIRRO, 2002). Há basicamente dois tipos de
bomba de compressão: segmentar, também denominada sequencial ou dinâmica, e outra
chamada estática ou não segmentar. A CP estática envolve o membro acometido com
uma câmera única de alta pressão contínua, que comprime o membro todo de uma vez.
Essa forma de compressão está em desuso, pois promove o colapso dos vasos linfáticos e
prejudica o sistema venoso (GUIRRO; GUIRRO, 2002; CAMARGO, 2000). A pressoterapia
dinâmica possui certo número de compartimentos com regulagem individual ou não. Os
compartimentos costumam ser no mínimo três, que se enchem separadamente, produzindo
gradiente de pressão de distal para proximal, o que torna mais eficiente a drenagem dos
fluidos (GUIRRO; GUIRRO, 2002; CAMARGO; MARX, 2000).

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TÓPICO 1 | RECURSOS UTILIZADOS NA DRENAGEM LINFÁTICA

A pressoterapia é indicada no pós-operatório onde haja edemas


persistentes, afinal, seu objetivo principal consiste em auxiliar na mobilização de
líquidos do sistema venoso e linfático. Constitui ainda, como coadjuvante das
técnicas de liberação da fibrose, uma vez que a barreira cutânea impede o fluxo
normal do edema (ALTOMARE; MACHADO, 2006).

FIGURA 2 – PRESSOTERAPIA EM MEMBROS INFERIORES

FONTE: <https://dicasparaviverbem.net.br/pressoterapia-beneficios-e-como-
combater-a-celulite/>. Acesso em: 17 out. 2018.

FIGURA 3 – PRESSOTERAPIA PARA MEMBROS SUPERIORES, TRONCO


E MEMBROS INFERIORES

FONTE: <http://www.pressoterapia.pt/>. Acesso em: 17 out. 2018.

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UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

5 BANDAGENS
As bandagens representam uma das formas mais importantes de
intervenção no tratamento do linfedema, ajudando na remoção dos fluidos
acumulados, assim como a manutenção das reduções já conseguidas (GODOY;
GODOY; BRAILE, 2000).

É importante considerar as diferenças entre bandagens compressivas e
as meias elásticas, principalmente quanto ao controle da pressão exercida por
cada uma delas. Nas meias, a compressão já é graduada na própria confecção,
enquanto nas bandagens a compressão é variável e depende da força exercida
no momento da aplicação e acrescida da vantagem de poderem se adaptar às
deformidades do membro (BELCZACK; FRACCHIA, 2001).

As bandagens, embora o uso deva ser constante, podem ser reaplicadas e


é relatada uma sensação de desconforto temporário (GOLDMAN, 1994). Quanto
ao seu mecanismo de ação, pode ser semelhante ao observado com relação às
meias elásticas, as quais exercem uma pressão externa constante no membro,
favorecendo o retorno venoso e linfático (BELCZACK; FRACCHIA, 2001).

Existem vários tipos de materiais e de confecção de bandagens. Elas


podem ser divididas pelas seguintes categorias: não elástica, baixa elasticidade (<
70%), média elasticidade (> 70-140%), alta elasticidade (> 140%). Ainda podem ser
divididas por subcategorias: não aderentes, aderentes ou autoadesivas (coadesivas).
As bandagens adesivas podem ser compostas por micropartículas de látex com
uma camada de cola, normalmente polacryl ou óxido de zinco. Essas bandagens
suportam bem o calor e a umidade (VERAART, 1997). No tratamento do linfedema,
as bandagens não elásticas ou de baixa elasticidade são as recomendadas. Em
estudo sobre bandagens utilizando-se a plestimografia, mostrou-se que as de baixa
elasticidade são efetivas na redução do volume venoso e tempo de retorno venoso
quando em pé e com atividade (PARTSCH; MENZINGER; MOSTBECK, 1999).
Outra particularidade das bandagens de baixa elasticidade é que elas aumentam a
amplitude de pressão durante o exercício e diminuem a pressão enquanto repouso
(CALLAM; HAIART; FAROUCK, 1991). Veja a Figura 4.

Alguns autores preocupam-se com a escolha da bandagem no tratamento


do linfedema. Casley-Smith e Casley-Smith (1995) relata que um dos maiores
problemas durante e depois do tratamento do linfedema foi com as bandagens de
compressão. Sabe-se que é essencial, porém tem que ser ideal devido às variações
de tamanho do membro, diminuição de bombeamento dos linfáticos iniciais em
repouso e tolerabilidade.

O mecanismo de ação dessas bandagens é o de limitar o compartimento


semelhante ao que ocorre com as estruturas ósseo-aponeuróticas, que limitam a
distensão da musculatura. Nesse caso, é colocado um novo compartimento limitante
e que envolve o tecido subcutâneo. Como o mecanismo de bombeamento necessita
da contração muscular, conclui-se que os pacientes, para terem os benefícios

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TÓPICO 1 | RECURSOS UTILIZADOS NA DRENAGEM LINFÁTICA

desse mecanismo, necessitam estar em movimento, o que explica as orientações


que sempre acompanham o uso das bandagens, sobre a realização de atividades
físicas, pois, caso contrário, essas bandagens não exercem adequadamente a sua
função. Quando os pacientes realizam a atividade física durante maior tempo, a
redução da circunferência do membro é maior comparando-se com aqueles que
não realizam atividade física alguma; estes, praticamente, não reduzem a medida
de circunferência do membro (CASLEY-SMITH, 1995).

Numa revisão sobre opções de tratamento do linfedema, conclui-se que a


drenagem linfática assim como as bandagens formam o centro de um programa de
tratamento para maioria de pacientes com linfedema (BRENNAN; MILLER, 1998).

FIGURA 4 – BANDAGEM ELÁSTICA PARA MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES

FONTE: <https://www.cirurgicazonasul.com.br/bandagem-para-tornozelo-chantal/p>
e <http://clinicahidrocenter.com.br/bandagem-elastica/>. Acesso em: 25 out. 2018.

6 ELETROTERÁPICO
O uso da drenagem linfática está sendo difundido desde a década de
1980. Para que se obtenha um resultado satisfatório, é necessária uma abordagem
multidisciplinar. A combinação de técnicas eletrotermoterápicas com a drenagem
linfática manual tem sido observada e a comprovação da sua eficiência é vista nos
bons resultados, na diminuição do linfedema, na recuperação pós-operatória e no
tratamento do fibroedema geloide. Dentre os principais recursos eletroterápicos
utilizados com a drenagem linfática, está o laser, a estimulação elétrica de alta
voltagem (EVA) e o ultrassom.

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UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

6.1 LASERTERAPIA
O laser refere-se à produção de um feixe de radiação de luz, caracterizado
pela monocromaticidade, coerência e colimação. É produzido pela emissão de
grande número de fótons idênticos a partir de material energizado apropriado.
Após sua emissão, a radiação pode ser refletida na superfície ou penetrar nos
tecidos, dependendo do comprimento de onda, natureza da superfície do tecido
e do ângulo de incidência (GUIRRO; GUIRRO, 2002). Esse recurso é utilizado
com base nos seus efeitos anti-inflamatório, analgésico e regenerativo. Ele pode
promover a inibição da prostaglandina, a neoformação de vasos sanguíneos,
normalizar a atividade das membranas celulares, regenerar fibras nervosas e
vasos linfáticos e acelerar o processo de cicatrização pelo estímulo aos fibroblastos.
Entre os tipos de laser, os mais utilizados na prática clínica são os de Hélio-Neônio
(HeNe) (Figura 5) e Arseneto de Gálio (AsGa) (GUIRRO; GUIRRO, 2002). Para o
tratamento do linfedema, acredita-se que o laser pode estimular a linfangiogênese,
a atividade das vias linfáticas, a motricidade linfática, os macrófagos e o sistema
imune e reduzir a fibrose (CARATI et al., 2003).

Sua atuação como anti-inflamatório e analgésico, que somados ao seu


poder bioestimulante diminuem o desconforto logo após a primeira aplicação
e aceleram a reparação, além de proporcionar estímulo ao nível de fibroblastos,
com formação de fibras colágenas mais ordenadas, verificando-se clinicamente
aceleração na cicatrização e logo após a primeira aplicação o paciente já relata
alívio da dor (REGGIORI, 2008).

Ainda é enfatizado que o laser terapêutico não tem efeito diretamente


curativo, entretanto, age como um importante agente antálgico, proporcionando
ao organismo uma melhor resposta à inflamação, com consequente diminuição do
edema e minimização da sintomatologia dolorosa, além de favorecer a reparação
tecidual da região danificada mediante a bioestimulação celular (ROCHA, 2004).

No pós-cirúrgico o laser de baixa potência é um instrumento de seleção


por suas interações atérmicas com os tecidos biológicos. O uso deste equipamento
nas primeiras 24 horas promove os melhores resultados, pois é nessa fase que
se observa maior afluência de elementos defensivos e um elevado número da
mitose das células do estrato germinativo na área lesada. Tudo isso provocará a
retirada precoce dos detritos tissulares da lesão, favorecendo a redução de edema,
por consequência a redução da dor, e acelerando o processo de cicatrização
(DETERLING et al., 2010).

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TÓPICO 1 | RECURSOS UTILIZADOS NA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 5 – LASER HÉLIO/NEONIO

FONTE: <http://gerofiss.com.br/wp/tag/laserterapia/>. Acesso em: 17 out. 2018.

6.2 ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA DE ALTA VOLTAGEM (EVA)


A estimulação elétrica vem sendo utilizada na prática clínica como meio
de redução do edema, pois, produzindo a contração e o relaxamento muscular,
aumentam os fluxos venoso e linfático (GARCIA; GUIRRO, 2005). Entre as formas
de corrente, a estimulação de alta voltagem (EVA) apresenta indicação clínica
para dores agudas e crônicas, aumento na velocidade da regeneração de tecidos,
reeducação neuromuscular, aumento do fluxo sanguíneo venoso e absorção de
edema (ALONG, 1984). Assumindo-se que o bombeamento muscular auxilia
o processo de absorção do edema, a EVA vem sendo utilizada para ativar os
músculos ao redor de uma parte do corpo afetada. Há, ainda, uma hipótese
teórica de que o fluxo da corrente elétrica cria um campo elétrico potencial que
pode induzir o sistema linfático a absorver fluidos excessivos (ALONG, 1984).

6.3 ULTRASSOM
Conceitualmente, podemos dizer que a técnica de ultrassom consiste na
emissão de ondas sonoras (vibração mecânica), emitidas em frequências não
audíveis para o ser humano. Esta onda se dá a partir da aplicação de uma corrente
elétrica de alta frequência sobre um cristal, que, ao receber tal corrente, dilata-
se e comprime-se sucessivamente, na mesma frequência da corrente aplicada,
transformando-a em vibração mecânica (BORGES, 2006).

O ultrassom é uma modalidade de penetração profunda, capaz de produzir


alterações nos tecidos, por mecanismos térmicos e não térmicos. Desta forma, existem dois
regimes de pulso comumente empregados na prática clínica do ultrassom terapêutico, o
contínuo e o pulsado (STARKEY, 2001; GUIRRO; GUIRRO, 2004). O modo contínuo se
caracteriza por ondas sônicas contínuas, sem modulação, com efeitos térmicos, alteração
da pressão e micromassagem; já o modo pulsado apresenta características como ondas
sônicas pulsadas, modulação em amplitude com frequências de 16 Hz a 100 Hz, efeitos
térmicos minimizados e alteração da pressão, com ação analgésica, anti-inflamatória e
antiedematosa (FUIRINI; LONGO; 1996).
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UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

O ultrassom possui também duas frequências mais conhecidas, de 1 MHz


e de 3 MHz. O uso do ultrassom de 3 MHz é indicado para tecidos superficiais,
enquanto que o tratamento com ultrassom de 1 MHz é indicado para alcançar
tecidos mais profundos, como músculos e ossos. Tendo em vista que as patologias
estéticas atingem tecidos superficiais como a pele, predominantemente o tecido
conjuntivo (derme) e também o tecido subcutâneo, não necessita, portanto, de
uma penetração muito profunda das ondas mecânicas. Assim, o ultrassom de
três MHz é o mais indicado para o tratamento de tais patologias (BORGES, 2006).

No tratamento do Fibroedema Geloide (FEG), também conhecido como


celulite, recomenda-se o uso do ultrassom em emissão contínua, exceto se existir
alguma circunstância que contraindique a aplicação de calor. Em geral, para o
tratamento desta recomenda-se iniciar com doses baixas e aumentar a intensidade
progressivamente. Utiliza-se comumente intensidade de até 2 W/cm2, sobretudo
quando se trabalha em emissão contínua. Caso a aplicação seja em emissão
pulsada, a intensidade pode variar entre 2 a 3 W/cm2 (ROSSI, 2001). Na literatura
há divergências de opiniões entre autores sobre o tempo de cada sessão. Guirro e
Guirro (2004) estabelecem o tempo de dois minutos para áreas próximas de 10 cm2.
Já Parienti (2001) cita que a sessão de ultrassom não deve exceder 10 minutos, e que a
zona de atuação é de 10x15 cm. Porém, Longo (2001) não aconselha uma aplicação por
mais de 15 a 20 minutos contínuos em uma mesma área de tratamento, pois podem
ocorrer vertigens, tonturas, estresse, além de outros efeitos colaterais. A utilização do
ultrassom pode ser incluída no tratamento em dias alternados, de duas a três vezes
na semana (ROSSI, 2001). Seu efeito é benéfico para todos os graus e formas clínicas
do FEG, especialmente a compacta. No que diz respeito aos efeitos fisiológicos da
técnica, o mais pertinente para o tratamento do FEG é o efeito tixotrópico, que é o
incremento da flexibilidade dos tecidos ricos em colágeno (AGNE, 2013). Tal efeito
é obtido utilizando-se o ultrassom no modo contínuo, porém seu uso isolado,
possivelmente, não trará resultados muito significativos. Entretanto, quando há uma
associação com técnicas que visem o remodelamento tecidual, o resultado tende a ser
bastante efetivo (Figura 6) (BORGES, 2006).

O uso do ultrassom no tratamento do fibroedema geloide promove


a liberação de mediadores químicos e a neovascularização com consequente
aumento da circulação, rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras
colágenas, e melhora das propriedades mecânicas do tecido (CECCATO, 2005).

O ultrassom melhora a circulação, favorece as trocas metabólicas e evita


fibroses como o aspecto da “casca de laranja”, também faz com que ocorra a quebra
das moléculas de gordura. A drenagem linfática manual auxilia na eliminação
desses líquidos e toxinas, através da corrente linfática, fazendo com que essas
impurezas sejam excretadas (SILVA, 1997).

Esta nova modalidade de tratamento, com as duas técnicas associadas,


ultrassom e drenagem linfática, está sendo vista como bastante promissora para
o tratamento da celulite, pois é um método não invasivo, indolor e sem efeitos
colaterais. Vários estudos estão sendo realizados e vêm mostrando ótimos
resultados (SILVA, 1997).
126
TÓPICO 1 | RECURSOS UTILIZADOS NA DRENAGEM LINFÁTICA

No pós-operatório de cirurgias estéticas, o ultrassom está vinculado


diretamente ao processo de reparo, sendo mais efetivo quando utilizado
imediatamente após a lesão, ou seja, durante a fase inflamatória (GUIRRO; GUIRRO,
2004). As intenções com a utilização do ultrassom são a aceleração da cicatrização,
alcançar força tênsil normal e até mesmo a prevenção de cicatrizes hipertróficas e
queloides (ALTOMARE; MACHADO, 2006). O uso do ultrassom, ainda incrementa
a síntese de fibroblastos e colágeno, melhora a circulação sanguínea e linfática,
atuando na diminuição do edema (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Cervásio (2010) orienta que a sequência de um protocolo de tratamento


pós-operatório adequado para combate à fibrose é verdadeiramente significante
no processo de cicatrização. É cada vez mais utilizada a técnica de drenagem
linfática manual associada à ultrassom, uma vez que o uso combinado das
técnicas diminui a fibrose ocasionada pela agressão cirúrgica.

FIGURA 6 – ULTRASSOM COMO COMPLEMENTO NA DRENAGEM LINFÁTICA


E PARA O TRATAMENTO DE CELULITE

FONTE: <https://www.drmoisesdemelo.com.br/drenagem-linfatica-e-cirurgia-
plastica/>. Acesso em: 18 out. 2018.

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RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você aprendeu que:

• A drenagem linfática manual é uma técnica especial que consiste em manobras


manuais próprias e tem como objetivo admitir, por meio dos capilares, um maior
volume de linfa. A drenagem linfática drena os líquidos excedentes que banham
as células, mantendo, desse modo, o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais.

• A técnica de bambu terapia é praticada com varas de bambu de diversos tamanhos.

• A Compressão pneumática (CP) ou pressoterapia é uma técnica que consiste em


bombas de ar comprimido com o objetivo de pressionar o membro edemaciado.

• As bandagens representam uma das formas mais importantes de intervenção


no tratamento do linfedema, ajudando na remoção dos fluidos acumulados.

• O laser refere-se à produção de um feixe de radiação de luz, caracterizado


pela monocromaticidade, coerência e colimação. Sua atuação é como anti-
inflamatório e analgésico.

• A estimulação elétrica é utilizada na prática clínica como meio de redução do


edema, pois, produzindo a contração e o relaxamento muscular, aumenta os
fluxos venoso e linfático.

• O ultrassom consiste na emissão de ondas sonoras. É uma modalidade de


penetração profunda, capaz de produzir alterações nos tecidos, por mecanismos
térmicos e não térmicos.

• Existem dois regimes de pulso comumente empregados na prática clínica do


ultrassom terapêutico: o contínuo e o pulsado.

128
AUTOATIVIDADE

1 A bambuterapia representa para os chineses, força, beleza, leveza e


flexibilidade. Acredita-se que o espaço vazio entre um nó e outro era
tão sagrado, que os anjos ao virem à terra, ali se hospedavam. O bambu
encontrado na natureza, especialmente nas regiões tropicais é cheio
de energia e isso influencia positivamente durante a terapia. Sobre a
bambuterapia, descreva suas indicações e contraindicações.

2 A pressoterapia é uma técnica que consiste em bombas de ar comprimido


com o objetivo de pressionar o membro edemaciado. Diante disso, descreva
as indicações da pressoterapia.

3 Com relação à bambuterapia, técnica de origem francesa que utiliza bambus


de diversos tamanhos como uma espécie de prolongamento dos dedos,
avalie os seus seguintes efeitos fisiológicos.

I- Estimulação do relaxamento muscular.


II- Aumento da viscosidade sanguínea.
III- Oxigenação dos tecidos.

São efeitos fisiológicos da bambuterapia apenas o que se afirma em:


a) ( ) I.
b) ( ) III e II.
c) ( ) I, II e III.
d) ( ) I e III.

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UNIDADE 3
TÓPICO 2

APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

1 INTRODUÇÃO
A drenagem linfática manual é uma massagem corporal realizada com
as mãos para ajudar a eliminar o excesso de líquidos e toxinas do organismo,
facilitando o tratamento da celulite, inchaço ou linfedema, além de poder ser
utilizada no pós-operatório de cirurgia plástica.

Neste tópico iremos aprender como realizar a drenagem linfática na


região da face, do troco, dos membros inferiores e superiores.

Vamos agora aos estudos!

2 FACE
Para a realização da drenagem linfática na região da face, o paciente
permanece sentado e estende a cabeça apoiando-a no tórax do terapeuta, que
adota a posição em pé e atrás do paciente (LEDUC; LEDUC, 2007).

A drenagem linfática manual do pescoço precede a drenagem da cabeça e
da face, pois estas encontram-se em posição distal em relação ao pescoço sobre as
vias de evacuação da linfa (LEDUC; LEDUC, 2007).

A drenagem do pescoço começa por círculos com os dedos que exercem


pressões sucessivas no nível da fossa retroclavicular (Figura 7A: drenagem do
pescoço) (1). A seguir, os dedos do terapeuta executam círculos sobre as vias
de evacuação pré-esternocleidomastoideanas (2) até a inserção mastoideana do
músculo. Os círculos com os dedos fazem, na sequência, um trajeto paralelo (3) sobre
toda a superfície do músculo esternocleidomastoideo (Figura 7B). A drenagem
continua ao longo da borda posterior do músculo esternocleidomastoideo (4).
As massas laterais do pescoço, que possuem uma abundância de coletores e de
gânglios, são drenadas em direção à evacuação retroclavicular. Gradualmente, os
círculos com os dedos se deslocam até os gânglios mastoideanos. A nuca (Figura
7B) é drenada lateralmente para o exterior por círculos sucessivos (5) a partir
da fossa retroclavicular, terminando sobre a linha nucal média. A drenagem
continua até a inserção craniana do trapézio (LEDUC; LEDUC, 2007).

131
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

Essas mesmas manobras são realizadas igualmente deslocando-se os


círculos com os dedos a partir de 5 até 1 (LEDUC; LEDUC, 2007).

FIGURA 7 – DRENAGEM LINFÁTICA DO PESCOÇO. (A) FACE ANTERIOR,


(B) FACE LATERAL

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 42)

A drenagem linfática manual da face começa pela drenagem dos gânglios


submaxilares (6), pré-auriculares (7) e submentonianos (8) (Figura 7B), situados
entre os ventres dos músculos digástricos (LEDUC; LEDUC, 2007).

Os círculos suaves com as pontas dos dedos deixam as cadeias ganglionares


em direção aos territórios distais mais próximos.

A drenagem do ângulo do maxilar precederá a drenagem da ponta do mento,


pois os coletores dos gânglios submentonianos vêm – alguns deles – desembocar nos
gânglios submaxilares (cf. esquema geral da drenagem) (LEDUC; LEDUC, 2007).

A drenagem do tegumento da esfera bucal é realizada através da drenagem


da ponta do mento (8'), com a ponta do indicador e do médio (círculos com os dedos).
As manobras drenam a linfa a partir do lábio inferior até os gânglios submentonianos
e seus aferentes dos gânglios submaxilares (Figura 8A) (LEDUC; LEDUC, 2007).

Da comissura labial (9), os coletores se dirigem à evacuação submaxilar.


Desde então, os círculos com as pontas dos dedos drenam o lábio superior (10) em
direção às vias de evacuação citadas anteriormente. O trajeto percorrido de 8, 8', 9
até 10 será feito na sequência, em sentido inverso, de 10 a 8 (LEDUC; LEDUC, 2007).

132
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

A drenagem continua com a evacuação da linfa pelas vias submaxilares


em direção aos coletores pré-esternocleidomastoideos. A drenagem termina com a
drenagem do pescoço em direção à fossa retroclavicular (LEDUC; LEDUC, 2007).

FIGURA 8 – (A) DRENAGEM LINFÁTICA DO TEGUMENTO DA ESFERA BUCAL. (B)


DRENAGEM LINFÁTICA DAS BOCHECHAS, DA PÁLPEBRA INFERIOR E DO NARIZ

FONTE: Leduc e Leduc (200, p. 43)

A maioria dos coletores linfáticos da bochecha, da pálpebra inferior e do


nariz desembocam nos gânglios submaxilares.

Alguns, no entanto, vão à cadeia ganglionar pré-auricular. Os vasos
eferentes se dirigem em seguida pela via retromaxilar aos gânglios das cadeias
esternocleidomastoideas. Outros ainda passarão pelos gânglios bucinadores
antes de alcançarem os gânglios submaxilares (LEDUC; LEDUC, 2007).

Existem, portanto, várias vias a serem exploradas (Figura 8B). A drenagem


de demanda começa nos gânglios submaxilares (11). Os círculos com os dedos
(em geral o anular, o médio e o indicador) empurram a linfa em direção a essas
cadeias. Os dedos se deslocam gradualmente em direção à "maçã do rosto"
drenando toda a zona definida pelo ângulo da mandíbula (12). Em seguida, é
realizada a drenagem do gânglio pré-auricular (13) e das vias aferentes, a partir
da pálpebra inferior até a maçã do rosto (14).

133
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

Os círculos com os dedos drenam ainda os gânglios bucinadores (15) antes


de se dirigirem aos coletores das asas do nariz (16), onde os círculos com os dedos
se resumem a movimentos efetuados com dois dedos (LEDUC; LUDUC, 2007).

As manobras continuam até a raiz do nariz, onde os círculos com os dedos


são efetuados com a ponta de um ou de dois dedos (LEDUC; LEDUC, 2007).

A depressão situada nos confins da raiz do nariz (17) é drenada por círculos
realizados com a extremidade distai do dedo médio. Durante essa manobra, o
profissional deverá evitar o apoio sobre o globo ocular (LEDUC; LEDUC, 2007).

A pálpebra inferior é drenada pela via de demanda (18) em duas direções


diferentes, uma em direção à cadeia ganglionar pré-auricular (14-13) e a outra em
direção à bochecha e aos gânglios submaxilares (12-11) (LEDUC; LEDUC, 2007).

A drenagem das asas do nariz é executada com a falange distal dos


polegares. Os deslocamentos dos círculos com os polegares (semelhantes aos dos
círculos com os dedos) são feitos da ponta em direção à raiz do nariz (19), e as
pressões são orientadas no sentido da evacuação linfática. Todas as manobras de
11 a 19 são executadas, em seguida, de 19 a 11 (LEDUC; LEDUC, 2007).

A drenagem da bochecha, da pálpebra inferior e do nariz termina, portanto,


no nível dos gânglios submaxilares; na confluência dos coletores eferentes desses
gânglios com a cadeia ganglionar esternocleidomastoidea, mais precisamente
(LEDUC; LEDUC, 2007).

Na drenagem da fronte, do supercílio e da pálpebra superior, todos os


coletores linfáticos que drenam esses territórios se dirigem à cadeia pré-auricular
(Figura 9). A demanda é realizada, portanto, em nível dessa cadeia por manobras
suaves com a falange distal do dedo médio (cf. manobra 13 da drenagem da
bochecha e do nariz) (LEDUC; LEDUC, 2007).

Os círculos com os dedos se deslocam, em seguida, sobre a têmpora e,


posteriormente, em direção à pálpebra superior e à região frontal externa (20). Os
círculos com os dedos se resumem a manobras do dedo médio sobre a pálpebra
superior, muito superficial, sem se chocar com o globo ocular (LEDUC; LEDUC, 2007).

O supercílio é drenado mediante círculos combinados do polegar e do


indicador (21), deslocando-se a partir da extremidade lateral até a raiz do nariz e
retornando, sendo as pressões orientadas em direção ao escoamento pré-auricular
(LEDUC; LEDUC, 2007).

A drenagem da fronte é realizada por círculos com os dedos (utilizando


três ou quatro dedos). As mãos se deslocam a partir das têmporas em direção
à região frontal média (22). As manobras de retorno de 22 a 20 completam a
drenagem dessa região.

134
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

A drenagem linfática manual geral da face é realizada executando-se


todas as manobras já vistas, região por região (com exceção da drenagem da
nuca) (Figura 10).

As manobras começam, portanto, na fossa retroclavicular, progredindo


pelo músculo esternocleidomastóideo em direção aos gânglios mastoideos. A
drenagem dos gânglios submaxilares e submentonianos é realizada em seguida,
com a face palmar dos dedos orientada para o alto (LEDUC; LEDUC, 2007).

FIGURA 9 – DRENAGEM DA FRONTE, DO SUPERCÍLIO E DA PÁLPEBRA SUPERIOR

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 45)

FIGURA 10 – DRENAGEM LINFÁTICA GERAL DA FACE

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 45)

135
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

Em seguida é realizada a drenagem da cadeia ganglionar pré-auricular. A


drenagem manual do pescoço, até os gânglios do perímetro cervical, é executada
várias vezes consecutivas em um vai e vem, ou seja, os dedos se deslocam a partir
da fossa retroclavicular em direção à cadeia ganglionar e voltam, por círculos
sucessivos, até o ponto de partida retroauricular. A drenagem do pescoço constitui
a drenagem linfática manual de demanda para a face (LEDUC; LEDUC, 2007).

As drenagens do tegumento do ângulo maxilar, dos gânglios bucinadores


e do mento precedem a drenagem dos lábios, das bochechas e das têmporas.

O profissional reproduz as mesmas manobras, deslocando os dedos em sentido


inverso, a partir das zonas mais distantes até as cadeias ganglionares do perímetro
cervical (pré-auriculares, submaxilares e submentonianas) (LEDUC; LEDUC, 2007).

As manobras de ida constituem a demanda sobre a região a ser drenada.


O retorno empurra a linfa gradualmente em direção ao pescoço. As manobras de
retorno serão mais numerosas do que as de demanda.

A drenagem do pescoço somente será executada duas ou três vezes


durante uma sessão de tratamento da face (LEDUC; LEDUC, 2007).

Segue o resumo da sequência de drenagem linfática:

1. Manobra de chamada na região linfonodal supraclavicular.


2. Manobra de chamada na região lateral do pescoço. Dividir a região em duas
posições. Trabalhar a região inferior e depois a superior.
3. Manobra de chamada na região inframandibular. O movimento de chamada
inicia no 5º dedo indo em direção ao 2º dedo, sendo finalizado com uma leve
tração em direção à cadeia linfonodal.
4. Manobra de chamada na região lateral da face em cinco posições. A primeira
posição é na mandíbula, a segunda na comissura labial, a terceira na direção
do lábio superior, a quarta na região lateral do nariz e a quinta na região
abaixo dos olhos. O movimento vai do 5º dedo em direção ao 2º dedo, sendo
finalizado com leve tração.
5. Manobra de chamada no canto interno do olho. Trabalhar o movimento de
chamada com o 3º dedo.
6. Trabalhar novamente as manobras 4, 3, 2.
7. Manobra de chamada na região parotídea inferior e superior.
8. Manobra de chamada na região temporal (o caminho é na diagonal em direção
à orelha).
9. Manobra de chamada na região supraciliar em três posições, indo da borda
lateral para a medial.
10. Manobra de chamada na região frontal (testa) em três posições, indo da borda
lateral para a medial. Os dedos ficam na posição vertical.
11. Trabalhar novamente a região temporal, parotídea, lateral do pescoço e
supraclavicular (LEDUC; LEDUC, 2007).

136
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

3 TRONCO
Drenagem linfática da parede anterior do tórax e mamas:
O paciente encontra-se em decúbito dorsal, com os braços em leve abdução.
A drenagem linfática manual da parede anterior do tórax e das mamas inicia com
a drenagem dos troncos linfáticos que desembocam na circulação sanguínea no
nível do ângulo venoso.

Em seguida, é realizada a drenagem dos gânglios axilares (Figura 11)


(LEDUC; LEDUC, 2007).

Os dedos penetram suavemente na fossa axilar. Os círculos com os dedos


pressionam a linfa a partir do grupo central (3) profundo até o grupo subclávio
inacessível aos dedos. O grupo ganglionar umeral (1) não recebe linfa dessas regiões.

As mãos se deslocam em direção aos gânglios mamários externos (4), a


linfa é empurrada dos gânglios mamários para os gânglios centrais. O terapeuta
drena igualmente os gânglios subescapulares (5) que, através de inúmeras
conexões interganglionares recebem também a linfa da parede anterior do tórax
(LEDUC; LEDUC, 2007).

Assim que é terminada a drenagem de demanda no nível dos gânglios


axilares, as mãos se deslocam em direção às regiões mais próximas dessas cadeias,
ou seja, em direção à mama ou à base da parede do tórax. A mama é drenada
por dois coletores importantes (6) que despejam o seu conteúdo nos gânglios
mamários externos e centrais (LEDUC; LEDUC, 2007).

Os polegares ou as falanges distais dos dedos (com as mãos se adaptando ao


relevo da mama) descrevem círculos concêntricos a partir das cadeias ganglionares
em direção à aréola com um objetivo de demanda (LEDUC; LEDUC, 2007).

Uma via de evacuação interna (7) leva a linfa diretamente aos gânglios
subclávios (2) sem passar pelas cadeias axilares. Então os polegares ou as falanges
distais, mediante a mesma técnica de demanda, utilizam esta via interna a partir
da borda clavicular até a aréola. A porção infra-areolar da mama (8) é drenada
em direção aos gânglios mamários externos (inferiores) (LEDUC; LEDUC, 2007).

A parede anterior do tórax é drenada, em grande parte, em direção a dos


gânglios mamários externos inferiores (4).

Em seguida, os círculos com os dedos são executados na vizinhança


imediata dos gânglios (9) (Figura 11). A demanda é realizada gradualmente. As
mãos se deslocam em direção à base da parede do tórax (10), para o abdômen
(LEDUC; LEDUC, 2007).

137
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

A parede abdominal é drenada segundo duas direções globais que


devem ser levadas em conta (Figura 12). A região supraumbilical (10) é drenada
em direção ao gânglio axilar, ao passo que a região infra e periumbilical (11) é
drenada em direção aos gânglios inguinais homolaterais (LEDUC; LEDUC, 2007).

A parede anterior do tórax é drenada pela via homolateral, ou seja, existem


capilares localizados na região médio-torácica, que recolhem a linfa e a evacuam
em direções diametralmente opostas (12). De fato, poucos vasos atravessam essa
região. As manobras que eram limitadas aos círculos com os dedos, próximo dos
gânglios (9), tornam-se rapidamente manobras combinadas quando a superfície
a ser drenada é mais extensa (10) (LEDUC; LEDUC, 2007).

A drenagem da parede anterior do tórax termina com a execução


das mesmas manobras acima, mas pela técnica de pressão a partir da região
supraumbilical até os gânglios axilares, que são drenados em último lugar
(LEDUC; LEDUC, 2007).

FIGURA 11 – DRENAGEM LINFÁTICA DA PAREDE ANTRIOR DO TÓRAX

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 55)

138
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 12 – DRENAGEM LINFÁTICA DA FACE ANTERIOR DO TRONCO

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 56)

Drenagem da parede abdominal

A drenagem da parede abdominal começa com a drenagem dos gânglios


inguinais (Figura 13) (1). A pressão, suave e prolongada, é orientada em direção à
profundidade, isto é, às cadeias ilíacas (LEDUC; LEDUC, 2007).

A mão ou ambas as mãos são colocadas espalmadas sobre os gânglios,


com os dedos perpendiculares às vias de evacuação.

As manobras sobre os gânglios são seguidas por círculos com os dedos ou


círculos com os polegares (2). As mãos se deslocam em direção à região umbilical e
realizam manobras de demanda sobre toda a parede abdominal. As pressões forçam
a linfa em direção às cadeias ganglionares inguinais (LEDUC; LEDUC, 2007).

As partes laterais do abdômen (3) são drenadas obliquamente em direção


ao interior, e a parte baixa em direção aos gânglios inguinais súpero-externos,
ao passo que a parte medioabdominal (4) é drenada em direção aos gânglios
inguinais súpero-internos.

A pressão que acompanha a manobra de demanda é específica para a


região periumbilical. A prega cutânea é segurada entre as falanges distais dos
dedos e do polegar com os dedos aplanando do quinto ao indicador e liberando
a prega cutânea. A pressão produzida, evidentemente, está orientada em direção
à cadeia inguinal (LEDUC; LEDUC, 2007).

As manobras dos dedos ou do polegar são reproduzidas a partir da região


umbilical até a cadeia ganglionar, mobilizando a linfa gradativamente.

139
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

A drenagem da parede abdominal termina com a drenagem dos gânglios


inguinais (LEDUC; LEDUC, 2007).

FIGURA 13 – DRENAGEM LINFÁTICA DA PAREDE ABDOMINAL

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 57)

Drenagem linfática da face posterior do tronco e da região lombar

O paciente encontra-se em decúbito ventral.

Ela escoa em direção à cadeia axilar, enquanto a linfa da região lombar é


evacuada em direção à cadeia inguinal. Existe, portanto, uma drenagem em duas
direções opostas, como constatado na face anterior do tronco (LEDUC; LEDUC, 2007).

A drenagem linfática manual da face posterior do tronco começa, portanto,


ao nível dos gânglios axilares e, mais especialmente, no nível dos gânglios
subescapulares. A pressão é orientada em direção ao ápice da pirâmide axilar.
Após algumas manobras repetidas sobre os gânglios, as mãos deixam as fossas
axilares (LEDUC; LEDUC, 2007).

Os círculos com os polegares (1) são limitados à região dorsal pré-axilar.

Sempre que possível (2), os dedos acompanham os movimentos dos


polegares nas manobras combinadas de demanda. As duas mãos se separam:
uma se dirige à região escapular e à base da nuca (3) e a outra, à região lombar (4)
(LEDUC; LEDUC, 2007).

As mãos colocadas espalmadas dirigem a linfa para a cadeia axilar


homolateral.

140
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

O tegumento do dorso é drenado em direção aos gânglios correspondentes.


Observam-se duas direções opostas de drenagem (5) na região médio-dorsal
semelhantes às descritas na região anterior do tórax e do abdômen. As manobras
de demanda são seguidas por manobras de pressão próximas da fossa axilar
(LEDUC; LEDUC, 2007).

A drenagem termina com as manobras de drenagem dos gânglios.

Drenagem linfática manual da região lombar (Figura 14). O paciente


encontra-se em decúbito.

A drenagem linfática manual da região lombar começa com a drenagem


dos gânglios inguinais (1). As mãos são orientadas com as palmas para cima. Os
círculos com os polegares (2) sucedem à drenagem dos gânglios inguinais. Eles
são realizados sobre as massas laterais da região lombar (LEDUC; LEDUC, 2007).

Desde que a superfície a ser drenada permita, os círculos com os polegares


são substituídos por movimentos combinados dos polegares e dos dedos (3). As
pressões são orientadas em direção à cadeia inguinal (LEDUC; LEDUC, 2007).

A região médio-lombar é drenada em direção aos gânglios homolaterais.


Os polegares são posicionados paralelos à linha médio-dorsal (4) e forçam a
linfa "enclausurada" entre os dedos e os polegares em direção à cadeia inguinal
(LEDUC; LEDUC, 2007).

As manobras de demanda são seguidas por manobras de pressão. A


drenagem linfática manual da região termina com a drenagem dos gânglios
inguinais (LEDUC; LEDUC, 2007).

Na drenagem linfática manual da região glútea (Figura 14), o paciente


encontra-se em decúbito ventral e a drenagem linfática manual da região glútea
começa no nível dos gânglios inguinais (LEDUC; LEDUC, 2007).

Em seguida, os círculos com os polegares drenam as faces externas dos


glúteos (2). Quando possíveis, os movimentos combinados são aplicados sobre
os glúteos propriamente ditos (3) (LEDUC; LEDUC, 2007).

Deve-se levar em conta o fato de que os dois terços externos do glúteo são
drenados pela via externa em direção aos gânglios inguinais, ao passo que o terço
interno (4) é drenado pela via interna em direção ao grupo ganglionar inguinal
súpero-interno. Então, os círculos com os polegares ou com as falanges distais
dos dedos forçam a linfa do terço interno do glúteo em direção a sua face interna
e à raiz da coxa (LEDUC; LEDUC, 2007).

As manobras de demanda são seguidas por manobras de pressão. A


drenagem linfática manual da região glútea termina com a drenagem dos grupos
superiores dos gânglios inguinais (LEDUC; LEDUC, 2007).

141
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 14 – DRENAGEM LINFÁTICA DA FACE POSTERIOR DO


TRONCO E DA REGIÃO LOMBAR

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 58)

Segue o resumo da sequência de drenagem linfática:

REGIÃO SUPERIOR DO TRONCO


1. Manobra de chamada na região linfonodal axilar. Repetir o movimento de 5 a
10 vezes.
2. Manobra de chamada na região lateral do tronco em três posições. A primeira
posição será na região lateral da mama, a segunda posição sobre as costelas e
a terceira ao lado da cicatriz umbilical. Repetir o movimento cinco vezes em
cada posição.
3. Manobra de chamada “andando” na terceira, segunda e primeira posição,
finalizando na região linfonodal axilar (LEDUC; LEDUC, 2007).

REGIÃO INFERIOR DO TRONCO


1. Manobra de chamada na região linfonodal inguinal. Repetir o movimento de
5 a 10 vezes.
2. Manobra de chamada na região inferior do tronco. Trabalhar em três posições.
A primeira é sobre a crista ilíaca, a segunda posição na região inferior do
abdômen e a terceira, na linha da cicatriz umbilical. Repetir o movimento cinco
vezes em cada posição.
3. Manobra de chamada “andando” na terceira, segunda e primeira posição,
finalizando na região linfonodal inguinal (LEDUC; LEDUC, 2007).

142
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

4 MEMBROS SUPERIORES
O paciente encontra-se em decúbito, com o membro superior em abdução
e em posição de declive.

A drenagem manual do membro superior deve, logicamente, ser iniciada


no nível dos gânglios da pirâmide axilar (Figura 15). A demanda não pode, com
efeito, produzir-se além da cadeia ganglionar. No entanto, a proximidade da
desembocadura terminal do trajeto linfático na circulação venosa permite supor
que, no caso de drenagem do braço, não é inútil drenar as vias linfáticas terminais
situadas no nível da fossa retroclavicular (LEDUC; LEDUC, 2007).

Por essa razão, inicialmente, utilizam-se as manobras circulares com os


dedos (1), dirigindo-se a pressão para o espaço centro-mediastinal.

Várias séries de quatro a cinco círculos ajudarão a liberar os grandes


coletores linfáticos. A drenagem de demanda propriamente dita começa nos
gânglios axilares. Os dedos são colocados sobre o grupo central (2). As pressões
são orientadas em direção aos gânglios subclaviculares. A drenagem da via
anastomótica (3), que promove curto-circuito nos gânglios axilares é realizada
por meio de movimentos do polegar, inicialmente, numa manobra de demanda
e, em seguida, com pressão, enquanto a outra mão drena os gânglios umerais (4).
As duas mãos enlaçam a raiz do braço (5) (Figura 16A) (LEDUC; LEDUC, 2007).

As manobras em bracelete mobilizam a linfa ao longo dos coletores


superficiais até os gânglios umerais, ou seja, a pressão é transversal em relação
ao braço. Os círculos com os dedos das duas mãos se deslocam em direção ao
cotovelo. Os polegares exercem pressões mais profundas a fim de atuar sobre os
coletores profundos da veia umeral (6).

A pressão dos polegares é axial, ao passo que a dos dedos, de transversal


à raiz do braço, torna-se mais oblíqua na medida em que as mãos se deslocam em
direção ao cotovelo (LEDUC; LEDUC, 2007).

FIGURA 15 – DRENAGEM LINFÁTICA DOS GÂNGLIOS DA PIRÂMIDE AXILAR

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 47)

143
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 16 – (A) DRENAGEM LINFÁTICA DO BRAÇO. (B) DRENAGEM LINFÁTICA


ANTERIOR DO ANTEBRAÇO

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 47)

A drenagem dos gânglios supraepitrocleares (7), com as pontas dos dedos,


envia a linfa em duas direções, uma superficial (8), até os gânglios umerais, e
outra profunda (9), até os coletores umerais profundos (LEDUC; LEDUC, 2007).

Os polegares permanecem sob a prega do cotovelo no local de encontro


dos coletores radiais e ulnares anteriores com seus homólogos posteriores que
desembocam na face anterior após terem atravessado a membrana interóssea (10)
(Figura 16B). As mãos progridem por meio de manobras combinadas, polegares e
dedos direcionados ao punho. As pressões são orientadas, por um lado, em direção
à cadeia ganglionar supraepitroclear (7) e, de outro, aos coletores profundos (10)
(LEDUC; LEDUC, 2007).

A face externa do cotovelo e do antebraço é drenada em direção à face
externa do braço (11) e à prega do cotovelo (10) (Figura 17) (LEDUC; LEDUC, 2007).

FIGURA 17 – DRENAGEM LINFÁTICA DA FACE ÂNTERO-EXTERNA DO ANTEBRAÇO

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 48)

144
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

No nível do punho, as manobras combinadas se limitam a movimentos


com as pontas dos dedos e dos polegares ao longo dos coletores radiais (12) e
ulnares (13) anteriores e posteriores (Figura 18) (LEDUC; LEDUC, 2007).

A drenagem da mão começa com a drenagem das eminências tenar (14)


e hipotenar (15) por meio de círculos com os polegares, com a pressão levando a
linfa às evacuações radiais e ulnares.

A palma da mão é drenada por meio de círculos com os polegares até as


articulações metacarpofalangeanas (16).

Os dedos são drenados por meio de círculos combinados com as pontas


dos dedos e do polegar ao longo das massas laterais (17) (LEDUC; LEDUC, 2007).

As manobras aplicadas sobre o membro superior, a partir da raiz do braço


(5) até os dedos (17), foram executadas inicialmente sob a forma de manobras de
demanda e, em seguida, sob a forma de manobras de pressão a partir dos dedos
(17) até a raiz do braço (5). A drenagem é finalmente terminada pela drenagem
dos gânglios axilares (LEDUC; LEDUC, 2007).

FIGURA 18 – DRENAGEM LINFÁTICA DA MÃO

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 48)

Segue a seguir a sequência de drenagem linfática:


1. Manobra de chamada na região linfonodal supraclavicular. Repetir o
movimento de 5 a 10 vezes.
2. Manobra de chamada na região linfonodal axilar. Repetir o movimento de 5 a
10 vezes.
3. Manobra de chamada com as duas mãos em bracelete, na região proximal do
braço. Repetir o movimento 5 vezes.
4. Manobra de chamada com as duas mãos em bracelete, na região distal do
braço. Repetir o movimento 5 vezes.

145
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

5. Manobra de chamada com as duas mãos em bracelete, na região proximal do


antebraço. Repetir o movimento 5 vezes.
6. Manobra de chamada com as duas mãos em bracelete, na região distal do
antebraço. Repetir o movimento 5 vezes.
7. Manobra de chamada no dorso da mão. Repetir o movimento 5 vezes.
8. Manobra de chamada na região palmar da mão. Repetir o movimento 5 vezes.
9. Manobra de chamada nos dedos das mãos. O terapeuta pode apoiar a mão
do paciente na coxa deste para a realização da manobra. O terapeuta pode
trabalhar 2 dedos do paciente por vez, em movimentos de chamada em cada
falange, trabalhando 3 posições em cada dedo com exceção do polegar, onde se
trabalha 2 posições (LEDUC; LEDUC, 2007).

EM CASO DE EDEMA NO ANTEBRAÇO


1. Manobra de chamada na região linfonodal epitroclear. Trabalhar em duas
posições, na região anterior e posterior. Repetir o movimento de 5 a 10 vezes.
2. Manobra de reabsorção com as duas mãos em bracelete, na região do antebraço.
Repetir o movimento até perceber a melhora do edema. Na metade proximal
do antebraço, drenar da região posterior para a anterior e na metade distal do
antebraço, drenar da região distal para a proximal.
3. Manobra de chamada “andando” da região do antebraço até a região
supraclavicular. Repetir cada manobra 2 vezes (LEDUC; LEDUC, 2007).

EM CASO DE EDEMA NA MÃO


1. Manobra de chamada na região linfonodal epitroclear. Trabalhar em duas
posições, na região anterior e posterior. Repetir o movimento de 5 a 10 vezes.
2. Manobra de chamada com as duas mãos em bracelete, na região proximal do
antebraço. Repetir o movimento 5 vezes.
3. Manobra de chamada com as duas mãos em bracelete, na região distal do
antebraço. Repetir o movimento 5 vezes.
4. Manobra de reabsorção na mão e dedos até perceber a melhora do edema.
Repetir o movimento quantas vezes for necessário (LEDUC: LEDUC, 2007).

5 MEMBROS INFERIORES
O paciente encontra-se em decúbito, com o membro inferior discretamente
elevado. Nenhum relevo duro deve impedir a circulação de retorno.

A drenagem linfática manual do membro inferior é iniciada pela drenagem


dos gânglios inguinais (Figura 19 (LEDUC; LEDUC, 2007).

Uma ou ambas as mãos pousadas em contato com a pele, inicialmente na altura


dos gânglios superiores (1), pressionam a linfa em direção às cadeias ilíacas profundas.

Após algumas manobras lentas e suaves repetidas várias vezes no local, os


mesmos movimentos são efetuados na altura dos grupos ganglionares inferiores (2).

146
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

Em seguida, as mãos enlaçam a raiz da coxa para realizar as manobras


em bracelete. As pressões conduzem a linfa em direção aos grupos ganglionares
correspondentes.

A pressão transversal (3) do início das manobras se torna oblíqua para cima (4)
à medida que as mãos são deslocadas em direção ao joelho (5) (LEDUC; LEDUC, 2007).

A face ântero-interna da coxa é drenada pelos coletores superficiais


orientados segundo o trajeto da veia safena interna (6). A visão geral do membro
inferior (Figura 19) fornece um aspecto global da drenagem de sua face ântero-
interna (LEDUC; LEDUC, 2007).

A via mais importante é representada pelos coletores satélites da safena


interna (6). Constata-se, por linfografias dos membros inferiores, que esses
coletores aumentam em quantidade a partir da face dorsal do pé até a raiz da
coxa. Um único coletor é injetado no nível do pé e observam-se de três a quatro
na face interna do joelho. Eles serão uma dúzia no grupo ganglionar inferior do
triângulo de Scarpa. Essa importante via será explorada pelo terapeuta que leva
a linfa de todo o membro inferior.

As pressões que se escalonam ao longo da coxa tendem a levar a linfa em
direção a essa via principal. A partir daí elas são transversais à raiz da coxa e, em
seguida, tornam-se cada vez mais oblíquas, descendo em direção à extremidade
distai da coxa (LEDUC; LEDUC, 2007).

A drenagem do joelho começa pela drenagem dos gânglios poplíteos. As


pontas dos dedos penetram no espaço poplíteo transversalmente em relação ao
eixo da coxa. Os dedos ficam perpendiculares aos coletores eferentes (Figura 20).

A face interna do joelho é drenada no nível do tegumento dos tendões de


inserção dos músculos da pata de ganso (7) por manobras que isolam essa região
entre as pontas dos dedos. A pressão termina a manobra.

A drenagem da inserção patelar do músculo quadríceps (8) é realizada


por manobras combinadas do polegar e da ponta dos dedos de uma mão: as
pressões são orientadas em direção à face ântero-interna da coxa.

A face externa do joelho é drenada por círculos com os dedos em direção à face
anterior e interna da coxa (9) onde as vias de evacuação caminham conjuntamente
em direção aos gânglios inguinais inferiores. A porção proximal da perna é drenada
por círculos com os dedos diretamente, em profundidade e direcionados para os
gânglios poplíteos (10), ou indiretamente, pela via de anastomose em direção aos
coletores da veia safena interna (11) (LEDUC; LEDUC, 2007).

A perna é, em seguida, drenada com duas mãos por meio de manobras


combinadas, com os polegares colocados sobre a face anterior.

147
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

As pressões dos polegares orientam a linfa em direção à face ântero-


interna da perna (12) (Figuras 21 e 22). As manobras de demanda são seguidas
por manobras de pressão (LEDUC; LEDUC, 2007).

O tornozelo (Figuras 23 e 24) é drenado pelas vias pré e retromaleolares.


Os dedos, em contato com a pele pelas suas falanges distais de cada lado do
tendão de Aquiles (13), pressionam a linfa ao longo do tendão em direção à perna.

Os polegares são colocados sobre a face dorsal do tornozelo. Eles


pressionam a linfa em direção aos coletores dorsais (14) (LEDUC; LEDUC, 2007).

A magnitude do ângulo polegar-dedos diminui: o contato dos dedos se


divide sobre todas as falanges e as falanges distais são colocadas sobre as massas
laterais da planta do pé.

Os círculos com os polegares (os polegares se cruzam paralelamente) são


interrompidos na altura das articulações metatarsofalangeanas (17). Os artelhos
são drenados da mesma maneira que os dedos. As manobras de demanda
executadas a partir da raiz da coxa (3) até os artelhos (17) são seguidas por
manobras de pressão aplicadas nos artelhos (17) em direção à raiz da coxa (3)
(LEDUC; LEDUC, 2007).

A drenagem linfática manual do membro inferior termina com a drenagem


dos gânglios inguinais.

FIGURA 19 – DRENAGEM LINFÁTICA DO MEMBRO INFERIOR

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 49)

148
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 20 – DRENAGEM LINFÁTICA DO MEMBRO INFERIOR, FACE POSTERIOR

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 51)

FIGURA 21 – DRENAGEM LINFÁTICA DA PERNA

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 51)

149
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 22 – DRENAGEM LINFÁTICA DA FACE POSTERIOR DA PERNA

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 57)

FIGURA 23 – FACE INTERNA TORNOZELO E PÉ

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 57)

150
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 24 – DRENAGEM LINFÁTICA DA FACE EXTERNA DO TORNOZELO E DO PÉ

FONTE: Leduc e Leduc (2007, p. 57)

Segue a sequência de drenagem linfática:


1. Manobra de chamada na região linfonodal inguinal, repetir a manobra de 5 a
10 vezes.
2. Manobra de chamada com as mãos em bracelete na região proximal e anterior
da coxa. Repetir o movimento 5 vezes.
3. Manobra de chamada com as mãos em bracelete na região medial e anterior da
coxa. Repetir o movimento 5 vezes.
4. Manobra de chamada com as mãos em bracelete na região distal e anterior da
coxa. Repetir o movimento 5 vezes.
5. Manobra de chamada na região linfonodal poplítea. Trabalhar a região em 2
posições e repetir o movimento de 5 a 10 vezes.
6. Manobra de chamada na região proximal da perna. Para realizar este
movimento a mão dominante do terapeuta deve ficar posicionada sobre a
região proximal e anterior da perna e a outra na região proximal e posterior
da perna. Repetir o movimento 5 vezes.
7. Manobra de chamada na região distal da perna. Para realizar este movimento
a mão dominante do terapeuta deve ficar posicionada sobre a região distal e
anterior da perna e a outra mão na região distal e posterior da perna. Repetir
o movimento 5 vezes.
8. Manobra de chamada na cadeia linfonodal retromaleolar. Trabalhar a região
em 2 posições. Repetir o movimento 5 vezes.
9. Manobra de chamada na região dorsal do pé. Dividir a região em 2 partes
(superior e inferior) e trabalhar uma região por vez. Uma das mãos do
terapeuta faz apoio na região plantar, enquanto a outra mão realiza a manobra
de chamada. Repetir o movimento 5 vezes.
10. Manobra de chamada nos artelhos. Dividir a região em 2 partes e trabalhar
uma parte por vez, primeiro a região superior e depois a inferior. Repetir o
movimento 5 vezes (LEDUC; LEDUC, 2007).

151
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

EM CASO DE EDEMA

No caso de edema, será acrescentada à sequência de drenagem linfática a


manobra de reabsorção na região comprometida.

1. Manobra de chamada na região linfonodal inguinal. Repetir a manobra de 5 a


10 vezes.
2. Manobra de chamada com as mãos em bracelete na região proximal e anterior
da coxa. Repetir o movimento 5 vezes.
3. Manobra de chamada com as mãos em bracelete na região medial e anterior da
coxa. Repetir o movimento 5 vezes.
4. Manobra de chamada com as mãos em bracelete na região distal e anterior da
coxa. Repetir o movimento 5 vezes.
5. Manobra de chamada na região linfonodal poplítea. Trabalhar a região em 2
posições e repetir o movimento de 5 a 10 vezes.
6. Manobra de reabsorção na região da perna. Para realizar este movimento a
mão dominante do terapeuta deve ficar posicionada sobre a região proximal e
anterior da perna e a outra na região proximal e posterior da perna. Repetir o
movimento em toda a região da perna até perceber a diminuição do edema.
7. Manobra de chamada “andando” da região da perna até a cadeia linfonodal inguinal.
Cada movimento pode ser realizado de 1 a 2 vezes (LEDUC; LEDUC, 2007).

EM CASO DE EDEMA NO PÉ

1. Manobra de chamada na região linfonodal poplítea. Trabalhar a região em 2


posições e repetir o movimento de 5 a 10 vezes.
2. Manobra de chamada na região proximal da perna. Para realizar este movimento
a mão dominante do terapeuta deve ficar posicionada sobre a região proximal
e anterior da perna e a outra na região proximal e posterior da perna. Repetir o
movimento 5 vezes.
3. Manobra de chamada na região distal da perna. Para realizar este movimento,
a mão dominante do terapeuta deve ficar posicionada sobre a região distal e
anterior da perna e a outra mão na região distal e posterior da perna. Repetir o
movimento 5 vezes.
4. Manobra de chamada na cadeia linfonodal retromaleolar. Trabalhar a região
em 2 posições. Repetir o movimento 5 vezes.
5. Manobra de reabsorção na região do tornozelo e pé até perceber a diminuição
do edema.
6. Manobra de chamada “andando”, partindo da região do pé até a cadeia
linfonodal poplítea. Cada manobra pode ser repetida de 1 a 2 vezes (LEDUC;
LEDUC, 2007).

152
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

6 GESTANTES
A drenagem linfática é o tratamento estético mais indicado para a gestante.
É uma massagem suave e lenta, que ajuda a reduzir a retenção de líquido no
corpo e diminui os inchaços típicos da gravidez, auxiliando assim na redução da
celulite e no aparecimento de varicosidades (SALLET, 2003).

Os efeitos fisiológicos da drenagem são vários, inclusive o aumento e
a reabsorção de proteínas, promovem a desintoxicação dos meios intersticiais,
aumenta a velocidade da linfa, relaxa a musculatura, beneficia a filtração e
a reabsorção de proteínas nos capilares linfáticos, auxilia na distribuição de
hormônios e medicamentos no organismo, acentua a defesa imunológica entre
outras (ELWING, 2010). Ajuda a reduzir a retenção de líquido no corpo e diminuir
os inchaços típicos da gravidez, auxiliando assim na redução da celulite, e no
aparecimento de varicosidades (FONSECA, 2009).

Para Cambiagui (2001) a drenagem linfática manual é uma técnica que


auxilia o sistema linfático a trabalhar em ritmo mais acelerado. Ela mobiliza a linfa
até os gânglios linfáticos, eliminando o excesso de líquido e toxinas. Pode ser feita de
forma manual ou mecânica com duração de no mínimo uma hora, e tem por intenção
recolher o líquido retido entre as células e colocar nos vasos capilares. A linfa corre
na superfície da pele e seu fluxo é bem lento, com isso a drenagem linfática manual
deve ter leve pressão. Nela se encontram células como linfócitos e os leucócitos, que
são tipos de glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo.

Segundo Guirro e Guirro (2004), a pressão mecânica da massagem elimina


o excesso de líquido e diminui a probabilidade de fibrose, expulsando o líquido
do meio tissular para os vasos venosos e linfáticos. A drenagem linfática é uma
função normal do sistema linfático. Todavia, se por algum motivo, essa drenagem
for insuficiente, deve ser auxiliada por meios externos.

Portanto, a drenagem pode ser realizada de quatro maneiras: manual,


corrente galvânica, eletroestimulação sequencial e pressoterapia. Entre estas
maneiras, a técnica manual é a mais eficiente no tratamento de estética em gestantes.

Para obtenção dos benefícios da drenagem, alguns cuidados devem ser


adotados como o controle da pressão arterial e o posicionamento. Para evitar esse
quadro, pode-se adotar o decúbito lateral esquerdo, pois ele permite o alívio da
obstrução das grandes veias abdominais (CAMBIAGUI, 2001).

Durante a drenagem linfática, o tratamento resume-se em manobras em


ritmo lento, pausado e repetitivo, em respeito ao mecanismo de transporte da
linfa, cuja frequência de contração é de 5 a 7 vezes por minuto (LOPES, 2002).

As manobras serão executadas no sentido proximal-distal e vão ser praticadas


por maior espaço de tempo onde há maior retenção de líquido, ou seja, linfedema. As
manobras não poderão ser desagradáveis e jamais provocar dor. A pressão da mão

153
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

sobre o corpo deverá ser leve para não produzir colapso linfático, em que o valor
aplicado será o sugerido que gira em torno de 15 – 50 mmHg (BARACHO, 2002).

É importante salientar que a DLM deve ser feita por profissionais que
conheçam e dominem a anatomia e fisiologia do sistema linfático, além da técnica
de drenagem a ser utilizada, uma vez que executadas de maneira errada, poderão
prejudicar o indivíduo que estará recebendo a massagem (ELWING, 2010).

A drenagem linfática feita por aparelho só é indicada após o parto, pois


não há controle da pressão exercida sobre o corpo (SALLET, 2003).

6.1 DESCRIÇÃO DA TÉCNICA


Primeiramente, a gestante é posicionada em decúbito lateral com o membro
inferior a ser drenado, apoiado e relaxado em um rolo macio de 20cm de diâmetro,
enquanto o outro, permanece flexionado (Figura 25) (SPAGGIARI, 2008).

São utilizados três tipos de movimentos na realização da DLM:

• Deslizamento profundo – com as mãos espalmadas, a terapeuta exerce uma pressão


e um deslocamento destas seguindo a direção centrípeta dos vasos linfáticos.
• Deslizamento superficial – executado da mesma maneira que o profundo,
porém, com uma pressão menor.
• Bombeamento ou manobra ganglionar – três compressões suaves realizadas
com face palmar do segundo ao quinto dedo das mãos da terapeuta sobre os
gânglios linfáticos (SPAGGIARI, 2008).

Ao iniciar a drenagem, os gânglios da região inguinal são bombeados


(Figura 25). Manobras de deslizamento superficial e profundo são feitas na coxa
seguindo a direção dos vasos linfáticos, deslocando a linfa em direção aos gânglios
inguinais desta região (Figura 26). Novamente, os gânglios são bombeados. Estas
sequências de movimentos são realizadas repetidas vezes com uma média do
tempo gasto de 3 a 5 minutos (SPAGGIARI, 2008).

Depois de drenada a coxa, os gânglios da região poplítea são bombeados


(Figura 27) e seguidos de deslizamentos profundos e superficiais na panturrilha
(Figura 28). Mais uma vez, os gânglios (poplíteos) recebem bombeamento. Uma
nova repetição de deslizamentos é realizada na coxa levando o líquido para a
região inguinal, onde são novamente bombeados (GODOY; GODOY, 2004c).
Este mesmo procedimento ocorre repetidas vezes com média de tempo de 4 a 8
minutos (SPAGGIARI, 2008).

Finalmente, os deslizamentos são feitos no pé (Figura 29) e todo o processo


feito na panturrilha e na coxa é sequencialmente repetido, levando a linfa finalmente
para os gânglios inguinais. Nos pés, o procedimento é repetido inúmeras vezes,
por ser uma região onde há grande concentração de edema. O tempo médio de
realização da massagem no pé é de 10 minutos (SPAGGIARI, 2008).

154
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

Após verificação de diminuição do edema, a gestante vira-se para o decúbito


contrário e todo o procedimento é repetido no membro inferior contralateral.

FIGURA 25 – BOMBEAMENTO DOA GÂNGLIOS INGUINAIS

FONTE: Spaggiari (2008, p. 30)

FIGURA 26 – DESLIZAMENTO NA COXA

FONTE: Spaggiari (2008, p. 31)

155
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 27 – BOMBEAMENTO DO GÂNGLIO POPLÍTEO

FONTE: Spaggiari (2008, p. 31)

FIGURA 28 – DESLIZAMENTO NA PANTURRILHA

FONTE: Spaggiari (2008, p. 32)

156
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 29 – DESLIZAMENTO NO PÉ

FONTE: Spaggiari (2008, p. 32)

A mulher durante a gestação está vulnerável, exposta a múltiplas


exigências, vivenciando um período de adaptação ou reorganização corporal,
bioquímica, hormonal, familiar e social (SILVA; MEJIA, s.d.).

Ao planejar o tratamento para a gestante é fundamental não somente


conhecer as técnicas, mas também as alterações fisiológicas esperadas para o período
gestacional, procedimento que possibilita o profissional identificar situações de risco.
Ao aplicar técnicas de drenagem linfática manual, limpeza de pele, massagem, dentre
outras, a gestante pode ser posicionada em decúbito lateral, o que permitirá o alívio
da pressão realizada pelo útero sobre as grandes veias abdominais e consequente
melhoria da circulação sistêmica, cuidado simples que evita a síndrome da hipotensão
supina e possibilita o bem-estar e segurança da grávida (SILVA; MEJIA, s.d.).

O esteticista em conjunto com outros profissionais da saúde pode dar


suporte à mulher grávida, pois o esclarecimento do autocuidado como a hidratação
da pele, alimentação, ingestão hídrica, exercícios e recursos considerados seguros
para o período gestacional possibilitam à futura mãe vivenciar este momento
de intensas modificações físicas e emocionais em harmonia com seu corpo, sem
conferir risco a sua saúde e a do seu bebê (SILVA; MEJIA, s.d.).

157
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu:

• Como é realizada a drenagem linfática na região da face e do pescoço.

• A drenagem linfática manual da face começa pela drenagem dos gânglios


submaxilares, pré-auriculares e submentonianos, situados entre os ventres dos
músculos digástricos.

• Como é realizada a drenagem linfática da parede anterior do tórax, das mamas,


dos membros superiores e da parede abdominal.

• Como é realizada a drenagem linfática manual dos membros inferiores, sendo


iniciada pela drenagem dos gânglios inguinais.

• Que a drenagem linfática é o tratamento estético mais indicado para a gestante.

158
AUTOATIVIDADE

1 Descreva a sequência e a repetição do movimento de drenagem linfática na


região superior do tronco:

2 Desenhe o movimento das manobras da drenagem linfática nas paredes


abdominais, nos membros superiores e inferiores.

159
160
UNIDADE 3
TÓPICO 3

DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS-OPERATÓRIO

1 INTRODUÇÃO
O conhecimento da anatomia e da fisiologia linfática é essencial para a
execução dessa técnica em pós-operatórios (BORGES, 2010). Mauad (2008) afirma
que os sintomas do pós-operatório podem ser reduzidos pelo atendimento de um
profissional qualificado.

A DLM é extremamente importante no pós-operatório de cirurgias plásticas


ou estruturais, pois devido à agressão tecidual da cirurgia, ocorre destruição de
vasos e nervos, provocando dor, edema e diminuição da sensibilidade da pele,
que gera desconforto ao paciente. Ao ser realizada a drenagem linfática manual
no pós-operatório imediato, há uma melhora do desconforto, do quadro álgico, da
congestão tecidual e do retorno precoce da sensibilidade cutânea local (SOARES,
2012). Diminuindo também o edema e a necessidade do uso de medicamentos
(analgésicos) (SCHWUCHOW et al., 2008). Souza (2009) afirma que a DLM é de
grande importância por estimular a circulação linfática, eliminar toxinas e nutrir
tecidos, melhorar a defesa e ação anti-inflamatória, fazendo com que o período de
recuperação do pós-operatório seja muito mais rápido, evitando longas limitações.

A principal indicação terapêutica da drenagem linfática é a retirada do


edema excessivo encontrado no interstício. E ainda assim, a redução definitiva
do edema só vai ocorrer quando houver diminuição da secreção de cortisol, que
é liberada durante o processo de inflamação/reparo e no término da formação do
tecido cicatricial, em torno de 20 a 42 dias (COUTINHO et al., 2006).

Ribeiro (2003) relata que a DLM é indispensável no pós-operatório de


cirurgias plásticas, e que se deve iniciar o mais precoce possível, para ajudar na
penetração do líquido excedente nos capilares sanguíneos e linfáticos intactos da
região adjacente à lesão.

Segundo Guirro e Guirro (2004), pode-se iniciar a DLM após 48 ou 72 horas, com
movimentos rítmicos, atuando de forma eficaz no edema ocasionado pelo ato cirúrgico.

Tacani et al. (2005) ressaltam que quando a DLM é mal aplicada,


empregando muita força, rapidez excessiva ou direção errada, impede que o
sistema linfático exerça sua função.

161
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

Para Guirro e Guirro (2004) não há limite para a utilização e as técnicas de


aplicação para as alterações pós-cirúrgicas podem ser baseadas na drenagem reversa
que consiste em direcionar o edema a um gânglio proximal a lesão como uma via
alternativa para não haver encharcamento da cicatriz e aumento de edema, já que
dependendo da cirurgia onde há uma secção, vasos são lesionados, dificultando
assim a eliminação dos líquidos excedentes. Porém, apesar de eficaz não é encontrado
na literatura assuntos a respeito da drenagem reversa (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Entretanto, Lange (2012) afirma que a vascularização se restabelece no


décimo dia pós-operatório. E, a partir do segundo dia, inicia a passagem da
linfa para o interior dos vasos. Ainda, a mesma autora chama a atenção para
que as manobras de drenagem não deslizem sobre a pele, pois podem impedir a
aderência dos tecidos que foram lesados na cirurgia.

Veremos, a seguir, algumas particularidades do pós-operatório das


cirurgias mais comuns realizadas atualmente.

2 MAMOPLASTIA
Geralmente, a colocação da prótese de silicone não causa dor intensa,
pacientes com mais sensibilidade podem sentir um pouco mais de dor nas
primeiras horas (PAULO, 2012).

No pós-operatório imediato, surge um edema que causa a sensação de uma
mama endurecida. Com o aparecimento dos implantes de superfície texturizada ou
de poliuretano, não tem se indicado massagens vigorosas no pós-operatório com
objetivo de evitar a contratura capsular, todavia, manipulações suaves devem ser
realizadas para minimizar o edema o quanto antes (MAUAD, 2008).

Deve-se usar um sutiã específico no pós-operatório que faça uma


compreensão adequada, e ao dormir evitar decúbito lateral ou ventral por
aproximadamente seis meses, para assim, prevenir qualquer risco com um
possível deslocamento do implante (PAULO, 2012).

O repouso é relativo no período de sete dias, e deve-se reiniciar as


atividades de forma cautelosa. Após 30 dias, os esforços permitidos já são
moderados, como caminhada leve, e depois de 60 dias, é possível correr, praticar
exercícios de forma mais intensa e exposição solar (SBCP, 2005).

Por ser uma cirurgia frequentemente realizada, é vista como um


procedimento simples, rápido e com um percentual baixo de complicações, porém,
isso não se aplica na prática clínica, pois como o número de cirurgias está cada vez
maior, estão ocorrendo várias deformidades pós-implante (CHEFFE, 2007).

As complicações mais comuns são: hematomas, infecções, seroma,
contratura capsulares, assimetrias (MÉLEGA, 2006).

162
TÓPICO 3 | DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS-OPERATÓRIO

O hematoma se apresenta como um aumento de volume de um ou dos


dois lados, causando desconforto e dor progressivos. Acontece em 1% a 6%
dos casos, mais repetidamente nas primeiras oito horas depois da cirurgia. O
tratamento baseia-se na drenagem cirúrgica efetiva, sob sedação ou anestesia
geral mais anestesia local (SBCP, 2005).

Infecção é uma das complicações mais temerosas e requer conduta rápida.


Os sinais e sintomas aparecem na forma de rubor, calor, dor e edema, ligado ou
não à presença de secreção purulenta na ferida operatória, O tratamento consiste
em antibioticoterapia específica depois cultura e antibiograma que, em algumas
vezes, poderá solucionar o problema sem a retirada do implante (MÉLEGA, 2006).

Seroma pode ser derivado de um hematoma não detectado no pós-operatório


imediato. Se o seroma for de pequeno volume, ele será reabsorvido, não precisando
de uma nova cirurgia. Por outro lado, quando se fala de um seroma de grande
volume, deve-se comprovar o diagnóstico por meio de métodos radiológicos de
imagem, podendo até viabilizar a aspiração guiada do seroma. Na reincidência,
deve-se optar pela retirada do implante e drenagem no seroma. Para recolocar o
implante, precisa de um tempo mínimo que é de 4 a 6 meses (MÉLEGA, 2006).

Na contratura capsular, clinicamente, a paciente se queixa de dor e


endurecimento da mama (MÉLEGA, 2006). A contratura capsular é o resultado
da colocação de um corpo estranho dentro do organismo, onde sempre irá
ocorrer a reação da prótese, tentando fazer com que o corpo estranho adquira
uma forma esférica que se constitui na forma geométrica de menor superfície. A
incidência de contratura capsular reduziu muito nos últimos anos, isso aconteceu
pela utilização de próteses com poluiretano e as próteses texturizadas, as quais
permitem um bleeding com menos intensidade do que as antigas (SBCP, 2005).

Em cirurgias de inclusão de prótese mamária via transarelomamilar,


periareolar e no sulco inframamário, a drenagem linfática manual segue os
mesmos trajetos. A lateral externa da mama conduz o fluxo para região dos
linfonodos axilares, a lateral interna da mama para os linfonodos paraesternais
e o polo superior da mama para os linfonodos da região clavicular. Por sua
vez, quando ocorre inclusão de prótese via axilar, é importante notar que os
linfonodos e vias axilares estão comprometidos, sendo importante drenar a
parede lateral da mama para os linfonodos claviculares e profundamente para a
região venolinfática (LANGE, 2012; BORGES, 2006).

Nas figuras a seguir, são verificadas as direções gerais da drenagem


linfática manual. Observando que, cuidados específicos, na direção da drenagem,
devem ser respeitados para obtenção de melhores resultados para captação e
evacuação da linfa (BORGES, 2006).

163
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 30 – DIREÇÕES GERAIS DA D.L.M. NA MAMA

FONTE: Lange (2012, p. 9)

FIGURA 31 – DIREÇÃO DA D.L.M VIA AXILAR

FONTE: Lange (2012, p. 9)

164
TÓPICO 3 | DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS-OPERATÓRIO

Para a execução da drenagem linfática manual é indicado um protocolo


já estabelecido de acordo com as manobras de Leduc (TACANI; TACANI, 2008).
Lange (2012) afirma que, de acordo com Leduc, as manobras devem ser:

1. Bombear a região da junção venolinfática.


2. Bombear os linfonodos claviculares.
3. Bombear os linfonodos axilares.
4. Bombear os linfonodos da parede lateral da mama.
5. Bombear os linfonodos inframamários.
6. Bombear os linfonodos para esternais.
7. Com movimentos de semicírculo, massagear a região sobre o esterno e
posteriormente conduzir a linfa.
8. e 9. Quadrante inferior medial da mama, conduzir a linfa para os linfonodos
para esternais.
10. Quadrante superior da mama, conduzir a linfa para a região da “Ampola da Foz”.
11. e 12. Conduzir a linfa para os linfonodos da parede lateral da mama e dali
para os linfonodos axilares. Obs.: Nos casos de inclusão da prótese via axilar,
conduzir a linfa para os linfonodos claviculares.
13. Conduzir a linfa da região intercostal superior para a região axilar.

3 MASTECTOMIA
Como vimos na Unidade 2, no linfedema pós-cirurgia de câncer de mama,
os linfonodos foram bloqueados irreversivelmente quando realizada a ligadura dos
vasos linfáticos, após a remoção dos linfonodos. Esse procedimento é necessário
para prevenir que a linfa seja coletada nos tecidos ao redor da remoção dos
linfonodos, causando cistos, infecção etc. Entretanto, a linfa continua a ser formada,
direcionando-se para os vasos linfáticos, que se enchem até o ponto em que a
pressão é aumentada, não permitindo a entrada da linfa para seu interior. Pressão
normalmente menores de 10mmHg chegam a ultrapassar mais de 100mmHg,
deixando os vasos linfáticos frágeis e com maior chance de rupturas, devendo a
drenagem linfática manual ser realizada de forma muito suave para a manutenção
de sua integridade, evitando seu agravamento (GODOY; GODOY; BRAILE, 2006).

Para Garcia (2006), a prevenção das complicações deve ser iniciada no


primeiro dia do pós-operatório, com a elevação do braço do lado que foi realizado
a cirurgia, com o suporte de um travesseiro. Leves movimentos das articulações
subjacentes devem ser iniciados no segundo dia, evoluindo até 90° durante o
período que estiver com os pontos. Após a retirada dos pontos, pode voltar a
amplitude normal do braço com movimentos leves e livres.

De acordo com Guirro e Guirro (2004), a drenagem deve-se iniciar por


regiões distantes da área afetada, sendo realizada no quadrante contralateral
ao edema com o intuito do aumento da atividade linfocinética, proporcionando
assim o descongestionamento do quadrante homolateral que se beneficia pela
drenagem entre as anastomoses dos capilares nessas regiões.

165
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

Portanto, as manobras iniciais são de evacuação, aplicada na cavidade


axilar contralateral, tórax e membro afetado sempre em sentido de distal-
proximal, drenando em seguida a mama e o tórax, para depois ser drenado o
membro afetado com manobras em ondas ou semicírculos.

As manobras também devem ser feitas na região toráxica abaixo da cirurgia,


além da região da cisterna do quilo, podendo ser associadas à respiração diafragmática.

Segundo Camargo e Marx (2000), a linfodrenagem manual (drenagem


linfática manual) deverá ter seu início no pós-operatório imediato. Em condições
normais, o paciente permanece internado por 2 a 5 dias.

Para o mesmo autor, a linfodrenagem manual de membro superior pós-


cirurgia de câncer de mama deve seguir uma sequência (baseada no tratamento
proposto por Földi que está detalhado na Unidade 2).

No caso de cirurgia unilateral, com linfadenectomia axilar unilateral,


deve-se aplicar da seguinte forma:

a) Manobras ganglionares na região axilar oposta.


b) Manobras ganglionares na região inguinal homolateral.
c) Manobras em ondas na linha interaxilar anterior, partindo do lado não afetado
para o lado comprometido, mas com pressão oposta.
d) Manobras em ondas na região lateral do tronco (homolateral à cirurgia)
seguindo da região inguinal para a axilar, com pressão no sentido oposto.
e) Manobras combinadas.
f) Igual ao item c, mas com a paciente sentada e na parte posterior.
g) Igual ao item d, com a paciente sentada.
h) Manobras combinadas em região posterior, com paciente sentada (CAMARGO;
MARX, 2000).

As manobras citadas anteriormente compõem o processo de evacuação. A


linfa do membro superior é drenada para a axila contralateral e para a região inguinal
homolateral. Inicia-se o processo de captação com manobras no membro superior.
Essas manobras são concluídas com as manobras combinadas e ganglionares.

• Manobras em ondas e combinadas em todo o membro, respeitando os princípios


de linfodrenagem, as quais vão direcionar e conduzir a linfa superficialmente
para uma linha lateral em todo o membro e para os grupamentos ganglionares
anteriormente citados.
• Manobras em bracelete realizadas em todo membro.
• Manobras em “S” nas regiões afetadas, quando houver indicação.

Nas cirurgias de mamas bilaterais, com linfadenectomia axilar bilateral,


o processo de captação é igual ao da cirurgia unilateral, com diferenciação no
processo de evacuação:

166
TÓPICO 3 | DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS-OPERATÓRIO

a) Manobra dos cinco pontos.


b) Manobras ganglionares em região inguinal homolateral ao membro com
linfedema.
c) Manobras ganglionares na outra região inguinal.
d) Manobras em ondas na região lateral do tronco do mesmo lado do membro
afetado, partindo da região inguinal para a axilar, com pressão no sentido oposto.
e) Manobras em ondas na linha interinguinal, partindo da região inguinal
contralateral para a homolateral, com pressão oposta.
f) Manobras combinadas: direção áxilo-inguinal e inguinoinguinal.
g) Repetir os itens de letras d e f na região posterior sentada (CAMARGO; MARX, 2000).

Para que a linfodrenagem tenha um efeito eficaz, é necessário que o


terapeuta seja especializado em linfodrenagem manual, pois é necessário o
conhecimento da anatomia, fisiologia e patologias linfáticas para que possa
aplicar com segurança todos os componentes da massagem, pois a direção, a
pressão e o ritmo são componentes que precisam ser bem conduzidos para que
haja a evacuação e drenagem esperada sentada (CAMARGO; MARX, 2000).

A Sociedade Internacional de Linfologia reconhece a Fisioterapia


Complexa Descongestiva (FCD) como o método fisioterapêutico mais eficaz para
o tratamento do linfedema. Esse método abrange uma série de medidas já citadas,
incluindo drenagem linfática manual, vestuário de compressão, bandagens,
meticulosa higiene da pele e exercícios terapêuticos. Ela é dividida em duas fases,
uma fase intensiva de tratamento diário, durante a qual é aplicada em um período
de duas a quatro semanas, somente sendo finalizada quando atingir o máximo de
redução do linfedema; e uma fase de manutenção, em que especialmente a terapia
de compressão é mantida, a fim de garantir os efeitos positivos alcançados durante
a primeira fase. Nessa fase, a paciente deve ser conscientizada da cronicidade da
patologia, da obrigatoriedade de controles periódicos e da necessidade constante
da contenção elástica (CAMARGO; MARX 2000).

A bandagem, ou enfaixamento compressivo (Figura 32), como já vimos


é utilizada para manter e incrementar os efeitos da DLM, aumentando o fluxo
linfático e prevenindo um novo acúmulo de fluido após a drenagem. Deve
ser funcional com pressão maior em nível distal. É realizada na primeira fase
da fisioterapia complexa descongestiva, sempre após a DLM, e é mantida até a
segunda fase, em que é refeita. As ataduras podem ser de vários tipos, como:
de algodão, viscose, poliamida, elastano ou uma combinação destes. O primeiro
material é o mais indicado por absorver melhor o suor e a umidade da pele,
além de diminuir a ocorrência de alergias. A colocação das ataduras ocorre em
múltiplas camadas, de forma circular ou em escama de peixe, devendo a pele ser
protegida por hidratação e por malha tubular de algodão, principalmente em
protuberâncias ósseas e nervos periféricos (KIM; YI; KWON, 2007; VIGNES et al.,
2007; LEDUC et al., 1998; CAMPISI et al., 2002; JOHANSSON et al., 1999).

167
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

FIGURA 32 – ENFAIXAMENTO COMPRESSIVO

FONTE: <https://fisioemasso.wordpress.com/2016/10/07/fisioterapia-pos-
mastectomia/>. Acesso em: 20 out. 2018.

Vestuário de compressão (VC), também chamado de contenção elástica ou


braçadeira elástica (Figura 33), é graduado entre as pressões de 20 a 60 mm/Hg.
Alguns médicos recomendam o uso de uma cinta compressiva por até 24 horas
por dia, devendo ser retirada apenas para os cuidados da higiene, enquanto outros
recomendam a sua utilização apenas durante as horas de vigília ou exercício
(CAMARGO; MARX, 2000). O VC pode também proteger a extremidade de lesões,
como queimaduras, lacerações e picadas de insetos. Esse procedimento só pode
ser prescrito após a primeira fase da linfoterapia e tem como objetivos: manter as
pressões intersticiais equilibradas, manter e otimizar os resultados da primeira fase
e evitar recidivas do linfedema. Há quatro tipos de braçadeiras: braçadeira com
luva e dedos, braçadeira até a região metacarpofalangeana com polegar, braçadeira
até a região metacarpofalangeana sem polegar e braçadeira até o punho. São
classificadas quanto ao tipo de compressão em: classe I – de 18 a 24 mm/Hg; classe
II – 25 a 35 mm/Hg; e classe III – 36 a 46 mm/Hg. Em geral, elas têm uma duração
média de quatro meses. O vestuário de compressão deve ser substituído a cada
4 a 6 meses, ou quando ele começar a perder a sua elasticidade (BOX et al., 2002;
HWANG et al., 1999; SWEDBORG, 1984; HASLETT; AITKEN, 2002).

168
TÓPICO 3 | DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS-OPERATÓRIO

FIGURA 33 – VESTUÁRIO COMPRESSIVO, BRAÇADEIRA ATÉ A REGIÃO


METACARPOFALANGEANA COM POLEGAR E SEM POLEGAR, RESPECTIVAMENTE

FONTE: <https://fisioemasso.wordpress.com/2016/10/07/fisioterapia-pos-
mastectomia/>. Acesso em: 20 out. 2018.

Os cuidados gerais envolvem: medidas de higienização adequadas


para a prevenção de infecções bacterianas e micóticas; evitar depilação, cortes,
alfinetadas, picadas de insetos, contato com alérgenos ou irritantes, arranhões,
queimaduras, vacinação, tirar sangue, acesso venoso, monitorização da pressão
arterial, acupuntura e linfangiografia na extremidade afetada, praticar remo,
tênis, golfe, esqui, squash ou qualquer exercício vigoroso ou movimentos
repetitivos contra a resistência; e evitar locais quentes, como saunas, banhos de
vapor ou banhos quentes. A manutenção do peso ideal deve ser incentivada, pois
a obesidade é um fator que contribui para o desenvolvimento de linfedema e
pode limitar a eficácia das bombas de compressão. Deve-se ainda usar creme
com pH neutro e, se houver alguma infecção, é necessário o tratamento médico
antes da linfoterapia. Deve haver ainda instrução sobre o sistema linfático, a
fonte de linfedema secundário e a identificação de possíveis fatores precipitantes
(CAMARGO; MARX, 2000; BARACHO, 2007; DAMSTRA; VOESTEN; VAN,
2009; KOZANOGLU et al., 2009; BUNCE et al., 1994).

Outra orientação que deve ser dada é em relação à automassagem


(Figura 34 e 35), que é um processo de evacuação da linfodrenagem manual,
realizado pela paciente de forma simples, para que seja de fácil memorização e
repetição. Deve ser feita de duas a três vezes ao dia (CAMARGO; MARX, 2000;
PETRUSEVICIENE; KRISCIUNAS; SAMENIENE, 2002; BUNCE et al., 1994),
sendo realizada suave e lentamente em quatro etapas:

169
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

a) vinte movimentos circulares com a face palmar dos quatro dedos na axila oposta;
b) repetição dos mesmos movimentos na região inguinal ipsolateral;
c) divisão da linha interaxilar em três ou quatro partes, realizando movimentos
semicirculares (LEE et al., 2001) em cada segmento, iniciando no mais próximo
à cirurgia e direcionando a pressão para a axila não operada, repetindo três
vezes o caminho interaxilar;
d) o mesmo do item c, mas direcionando o fluxo para a região inguinal.

FIGURA 34 – AUTOMAGEM EM MASTECTOMIA (UNILATERAL)

FONTE: <http://www.ligacombateaocancer.org.br/fisioterapia-para-mastectomia/>.
Acesso em: 22 out. 2018.

FIGURA 35 – AUTOMAGEM EM MASTECTOMIA (BILATERAL)

FONTE: <http://www.ligacombateaocancer.org.br/fisioterapia-para-mastectomia/>.
Acesso em: 22 out. 2018

170
TÓPICO 3 | DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS-OPERATÓRIO

4 ABDOMINOPLASTIA
Na dermolipectomia clássica ou abdominoplastia é a intervenção cirúrgica
que acontece em todo o abdome anterior. Realiza-se o deslocamento da cicatriz
umbilical, uma incisão supra púbica e plicatura dos músculos reto-abdominais o
que proporciona aproximação dos músculos oblíquos e promove acinturamento
(COUTINHO et al., 2006; SOARES; SOARES; SOARES, 2005). Essa técnica é
utilizada para tratar as formas mais pronunciadas de pele, o excesso de tecido
adiposo e flacidez muscular (Figura 36) (EVANS, 2007).

Após o término da cirurgia, aplica-se um curativo compressivo, que


consiste, de dentro para fora. O curativo de compressão tem a finalidade de
manter as partes descoladas em contato íntimo com sua nova posição e evitar
um extravasamento exagerado de plasma. De qualquer forma, este curativo não
conseguirá de todo evitar a formação de um edema mais ou menos pronunciado,
visto que este faz parte do processo biológico de reparação.

No pós-operatório de dermolipectomia abdominal (abdominoplastia), em


uma primeira fase são liberados químicos que provocam uma reação vascular como a
vasodilatação, resultando em maior extravasamento de plasma no local da lesão. A
segunda fase é chamada reparadora, inicia-se com a proliferação das células epiteliais,
nas primeiras 24 horas após a lesão. Observa-se também um aumento da taxa das células
epiteliais, queratinização. Todas as cicatrizes que atingirem a camada basal serão reparadas
pela formação de tecido conjuntivo fibroso que é constituído por fibras colágenas. O
colágeno é uma proteína fibrosa produzida pelos fibroblastos (MORAES, 1998).

Uma cinta abdominal é também colocada tomando o cuidado para não haver
compressão excessiva e para não haver prejuízo circulatório (Figura 37) (BARBOSA,
2007), até que os drenos sejam retirados. Isso assegura uma boa compressão das
superfícies descoladas e dissecadas da ferida operatória, o que previne a formação
de seromas e hematomas (EVANS, 2007), tomando o cuidado para não haver
compressão excessiva e para não haver prejuízo circulatório (BARBOSA, 2007).

A cinta abdominal deve ser colocada com tração. Ela deve ser afrouxada caso a
paciente apresente dificuldades para respirar. A profilaxia da trombose e da infecção deve
ser realizada durante a permanência da paciente no hospital. Se as feridas operatórias
ficarem muito tensas, elas poderão alargar e isso pode resultar em cicatrizes grosseiras,
distendidas, descoloridas e dolorosas. A compressão da parede abdominal utilizando-se
bandagem não deve ser muito forte, uma vez que isso pode causar necrose da porção
final distal do retalho (“área mais pobremente vascularizada”) (EVANS, 2007).

Com o intuito de aliviar a pressão nas suturas, é necessário posicionar a cama


de um modo específico durante os três primeiros dias depois da operação. Os joelhos
devem estar flexionados e o tronco superior levemente elevado. O paciente deve ser
mobilizado já no primeiro dia após a operação, para prevenir a formação de coágulos
de sangue. Nesse período inicial, deve-se evitar a extensão do tronco superior,
mantendo a flexão da coxa sobre o tronco, de maneira que a cicatrização da ferida
operatória não seja prejudicada. A movimentação frequente dos membros inferiores
deve ser estimulada, devido promover o retorno do fluxo sanguíneo. No segundo

171
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

dia depois da operação, geralmente os drenos Redon são removidos, o curativo é


trocado, e uma malha modeladora especial de compressão é colocada (EVANS, 2007).

A drenagem linfática manual deve ser iniciada num período de 72 horas a 15 dias após
procedimento cirúrgico, pois durante este período é possível minimizar a grande maioria das
complicações. Em outros estudos, alguns cirurgiões plásticos encaminhavam seus pacientes
entre o 6º e o 15º dia de PO, isto é, na fase proliferativa do processo cicatricial e não em fases
mais imediatas ou recentes. A minoria dos cirurgiões encaminhava seus pacientes nas fases
mais recentes (3º e 5º dia de PO), somente quando estes apresentavam maior incidência dos
sintomas como dor, edema, hiperestesia e hematoma (SILVA et al., 2012).

De maneira cautelosa, a drenagem linfática manual deve ser feita sobre as


áreas descoladas, sem movimentos deslizantes que são inadequados na fase aguda
do reparo, podendo desenvolver tensões na lesão, aumentando sobre maneira a
probabilidade de desenvolvimento de uma cicatriz hipertrófica ou queloideana,
além de que a região operada fica extremamente sensível (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Ao constar que nas cirurgias com incisões amplas existe uma interrupção
dos vasos linfáticos superficiais prejudicando a drenagem convencional. Carlucci
(1996) propõe uma alteração no sentido clássico da drenagem linfática manual
que denominou de drenagem linfática reversa.

A “nova” técnica é bem fundamentada, já que na dermolipectomia abdominal,


por exemplo, a drenagem dos quadrantes inferiores (que confluem para região inguinal)
fica interrompida pela retirada de tecido, restando apenas as vias dos quadrantes
superiores que confluem para os linfonodos axilares (CARLUCCI, 2000).

Os movimentos da drenagem linfática manual, direcionando a linfa dos


quadrantes inferiores à região inguinal, podem ocasionar um edema pericicatricial,
promovendo uma tensão indesejável na lesão.

A proposta da drenagem linfática reversa é de se executar as manobras


de drenagem direcionadas apenas para as vias íntegras. Neste caso, as manobras
serão direcionadas para região axilar, até a reconstituição dos vasos, fato este que
ocorre dentro de 30 dias.

Entretanto, o termo “reversa” pode dar a falsa impressão que o fluxo da


linfa pode ser invertido, o que não ocorre, pois o sistema linfático é um sistema
de “mão única” (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

A execução da massagem de drenagem no pós-operatório deve obedecer


aos princípios de evitar lesões teciduais, movimentos de deslizamento, seguindo
o trajeto das vias que não foram comprometidas pelo ato cirúrgico, devem ser
realizados de modo que não promova um maior tensionamento na incisão
cirúrgica, fixando-a com uma das mãos (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Além do papel de atuar sobre o edema e hematoma pós-lesão, a drenagem


linfática manual desempenha papel auxiliar na reparação de ferimentos, pois o
fibrinogênio da linfa é o elemento responsável pela formação de coágulos, que

172
TÓPICO 3 | DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS-OPERATÓRIO

vão dar origem à barreira protetora das lesões. O trauma agudo ou a inflamação
crônica no processo de cicatrização dependem inteiramente da eficiência da
circulação sanguínea e linfática.

De forma conclusiva as orientações e recomendações mais importantes


no pós-operatório são utilização da cinta elástica, ingestão líquida adequada,
alimentação balanceada, evitar exposição solar, repouso moderado, cuidados
quanto à higienização e hidratação da cicatriz, e um posicionamento adequado,
para um retorno precoce às atividades de vida diária (EVANS, 2007).

FIGURA 36 – PROCEDIMENTO DE ABDOMINOPLASTIA

Sutura do músculo reto-abdominal


Pele retirada (abaixo do umbigo)
Abdômen flácido, excesso Pele a ser retirada pela
de pele e estrias abdominoplastia

Depois
Tração para baixo da pele Antes
acima do umbigo

FONTE: <drrossini.com.br/cirurgias/abdominoplastia>. Acesso em: 17 maio 2018.

FIGURA 37 – CINTA PARA PÓS-OPERATÓRIO DE ABDOMINOPLASTIA

FONTE: <http://sherm-pos.ru/cinta-pos-operatorio-abdominoplastia/>.
Acesso em: 17 out. 2018.

173
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

5 LIPOASPIRAÇÃO
A lipoaspiração e a lipoescultura vêm sendo um dos procedimentos
cirúrgicos estéticos mais requisitados pela população, com a finalidade de corrigir
as definições corporais, nas regiões do corpo onde há disposição de gorduras que
não são facilmente corrigidas (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

As áreas mais aspiradas são: região dorsal, abdômen, cintura, cóccix, axilas,
e os procedimentos que são realizados isoladamente são os de abdômen, flancos,
região de trocanter, região interna de coxa. Os mais executados são a combinação
de abdômen, cóccix e cintura (Figura 38) (BORGES; COTRIM; DACIER, 2011).

O procedimento de lipoaspiração (Figura 39) desencadeia vários túneis


dentro do tecido gorduroso, os quais são preenchidos com o sangue que extravasou
na cirurgia; os canais linfáticos, vasos arteriais e venosos presentes no tecido
gorduroso são destruídos e por volta do quarto ao sétimo dia inicia-se a anastomose
dos vasos linfáticos, restabelecendo a circulação linfática. A DLM deve ser realizada
seguindo o sentido do fluxo linfático, com o estímulo inicial da região da cisterna
do quilo, através de movimentos respiratórios juntamente com a pressão da mão
do terapeuta no abdômen e da estimulação da região dos linfonodos próxima à
região lipoaspirada. O descongestionamento se dá inicialmente pelas vias linfáticas
nas regiões proximais para as distais dos linfonodos (LANGE, 2012).

A intervenção inicia-se na fase inicial com a DLM, por ser um recurso


usado para consequências vasculares que são as alterações que caracterizam essa
fase, não se esquecendo de considerar que a cicatrização está recente, e a técnica
deve ser realizada o mais suave possível, evitando trações e deslizamentos sobre
o tecido cicatricial (BORGES, 2006; GUIRRO, GUIRRO, 2002).

Os cirurgiões recomendam, no PO imediato, manter a compressão por


enfaixamento pelo menos nas primeiras 24 horas, de modo a reduzir o edema e
prevenir hematomas, o que impossibilita que as manobras diretas sejam realizadas
sobre a região afetada. Após 48 horas, recomenda-se o início da DLM, sendo realizada
com movimentos suaves e rítmicos, que atua prevenindo o edema resultante da
lesão cirúrgica. As manobras de DLM realizadas no PO imediato oferecem grandes
benefícios, principalmente na região de face e pescoço, prevenindo e tratando as
sequelas provenientes da cirurgia (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Nas lipoaspirações em um período de 72 horas a 15 dias, pós-cirúrgico,


já se evidencia uma força tênsil no tecido bastante significativo, nesse instante
o trabalho do esteticista é muito importante na prevenção de possíveis fibroses
e retrações, a aplicação deve ser precoce e gradativa, por meio de técnicas
desobstrutivas e DLM (BORGES, 2006; TACANI et al., 2005).

174
TÓPICO 3 | DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS-OPERATÓRIO

Os cuidados no período de 7 a 10 dias após a intervenção cirúrgica são


apenas com o uso de antibioticoterapia e analgésicos. Durante a primeira semana,
o médico orienta para que se tenha atenção quanto ao repouso, deambulação, deve
se ter restrições preventivas de acordo com a extensão da cirurgia e a sensibilidade
individual; o cirurgião fará as observações e cuidados que o paciente deve seguir em
cada caso, de acordo com a sua experiência e bom senso. Depois de duas semanas
pode se dar início às atividades físicas; deve-se evitar sol até o desaparecimento de
equimoses. Pode persistir por até seis meses o edema pós-cirúrgico, que irá depender
de vários fatores, que influenciam no resultado final (KEDE; SABATOVICH, 2009).

FIGURA 38 – PRINCIPAIS LOCAIS ESCOLHIDOS PARA A LIPOASPIRAÇÃO

Alguns locais que podem ser submetidos à lipoaspiração


FONTE: <www.afonsobuss.com.br/lipo-florianopolis.html>. Acesso em: 17 maio 2018.

FIGURA 39 – PROCEDIMENTO DE LIPOASPIRAÇÃO DE COXAS, GLÚTEOS E FLANCOS

FONTE: <www.plasticanavarro.com.br/lipoaspiracao/>. Acesso em: 17 maio 2018.

175
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

LEITURA COMPLEMENTAR

DRENAGEM LINFÁTICA PÓS-OPERATÓRIO:


CUIDADOS IMPORTANTES

Cris Marques

A Drenagem Linfática traz inúmeros benefícios quando utlizada em uma


fase pós-cirúrgica. Neste artigo você irá aprender como realizar a Drenagem
Linfática Pós-Operatório e também quais os cuidados que devem ser observados.

Alguns cuidados que devemos observar em pacientes pós-cirúrgicos

É importante, antes de iniciarmos com o procedimento de drenagem


linfática no pós-operatório, que observemos alguns dos itens a seguir para que
possamos continuar com o tratamento adequado ou pedir para que a pessoa
retorne ao seu médico para uma reavaliação.

Inchaço ao redor do local da cirurgia

É natural experimentar algum inchaço depois de qualquer procedimento


cirúrgico. Um corte cirúrgico na pele, também chamado de incisão, é uma forma
de lesão para o corpo.  A resposta natural do corpo a uma lesão é o processo
inflamatório, que causa inchaço.  Como a cura ocorre após o procedimento
cirúrgico, o inchaço geralmente desaparece.

Drenagem do local da cirurgia

Por vezes, o fluido que se acumula no local da cirurgia drena através da


ferida cirúrgica. Muitas das vezes o médico coloca dreno para que se obtenha
uma maior facilidade na remoção desse fluido.

Mas preste muita atenção!

Líquido que cheira mal, juntamente com uma febre e vermelhidão ao


redor da ferida são sinais de infecção. Se a pessoa que você está trabalhando num
pós-operatório, desenvolver estes sinais de infecção, você deve entrar em contato
imediatamente com o médico responsável e parar imediatamente a Drenagem
Linfática no Pós-Operatório.

Hematomas ao redor do local da cirurgia

Depois de qualquer incisão cirúrgica, um pouco de sangue pode vazar


a partir de pequenos vasos sanguíneos sob a pele.  Isto pode causar nódoas
negras (Sempre que estes pequenos vasos se rompem, perde-se uma pequena
quantidade de sangue, criando pontos avermelhados na pele e hemorragias de cor

176
TÓPICO 3 | DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS-OPERATÓRIO

púrpura-azulada), o que é uma ocorrência comum depois de um procedimento


cirúrgico. No entanto, se você perceber um inchaço significativo, juntamente com
nódoas negras, entre em contato com o cirurgião responsável.

Dormência

É comum e absolutamente normal sentir alguma dormência no local da


incisão, uma vez que nervos da pele são cortados durante a cirurgia.  Embora
geralmente não cause quaisquer problemas para os pacientes, que muitas vezes
dura um longo tempo.

Sangramento

Os pacientes geralmente perdem um pouco de sangue durante a


cirurgia. Mas, geralmente é muito pouco e não afeta as funções normais do corpo.

Após a cirurgia, pode ocorrer algum sangramento da ferida.  Se isso


ocorrer, basta cobri-lo com gaze limpa e seca.

Por algumas vezes, os pacientes podem perder uma quantidade maior de


sangue, durante a cirurgia e dependendo da cirurgia. Nestas situações, a equipe
cirúrgica vai ter sangue disponível para transfusão se for necessário.

Infecção

Uma infecção pode ocorrer no local da incisão, mas também pode ocorrer


em outras partes do corpo. Os médicos que são os responsáveis pela cirurgia
tomam muito cuidado para diminuir o risco de infecção durante a operação. Após a
cirurgia, a equipe médica vai instruir o paciente como prevenir a infecção durante
a recuperação. Sinais de infecção em uma incisão cirúrgica incluem vermelhidão,
calor, aumento da dor, febre e, às vezes, uma grande quantidade de líquido fora
do normal que sai da ferida.

Os antibióticos geralmente funcionam bem para tratar a maioria das


infecções.  No entanto, algumas podem formar um abcesso.  Esta é uma cavidade
fechada que se forma na pele, fica cheia de fluido e / ou pus. Isso geralmente precisa
ser drenado em um consultório médico. Os antibióticos não funcionam tão bem para
um abcesso porque eles podem não serem capazes de chegar ao nível da infecção.

Linfedema

É um efeito colateral comum que pode ocorrer após alguns linfonodos


que são removidos ou prejudicados durante a cirurgia.

Linfonodos

177
UNIDADE 3 | RECURSOS E AS APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA

Os linfonodos são pequenos órgãos em formato de ervilhas ou feijões


que ajudam a combater as infecções.  Eles trabalham como filtro de bactérias e
outras substâncias nocivas que são filtradas através do sistema linfático. O fluido
linfático é um líquido incolor contendo células brancas do sangue que atravessa
a maioria dos tecidos do corpo.

Algumas vezes, quando os nódulos linfáticos são removidos ou


prejudicados, o fluido linfático se acumula nos tecidos circundantes e pode não
ocorrer o escoamento necessário desse fluido. Isto faz com que ocorra um inchaço
conhecido como linfedema.

O linfedema causa desconforto e aperto na área inchada.  Ele também


pode limitar o movimento e função dessa área, como um braço ou perna.

Você que é profissional de Drenagem Linfática Pós-Operatório pode


trabalhar bastante na diminuição desse linfedema realizando a drenagem linfática.

Disfunção dos Órgãos 

Cirurgia em determinadas áreas do corpo, como no abdômen ou na região


do peito, pode causar problemas temporários nos órgãos circundantes.  Por
exemplo, quando é realizada a cirurgia no abdómen, o intestino pode tornar-se
paralisado por um curto período de tempo. Isso é chamado de obstrução intestinal.
Em alguns casos, essa obstrução pode causar náuseas e vômitos, dores de estômago
e inchaço até que os órgãos comecem a trabalhar novamente. Disfunção de órgãos
após a cirurgia geralmente vai embora durante a cicatrização.
 
Dica importante para a Drenagem Linfática Pós-Operatório:

Importante o uso de luvas descartáveis em caso de contato com drenos.


 
FONTE: <https://www.esteticistacomovoce.com.br/drenagem-linfatica-pos-operatorio/>. Acesso
em: 24 jan. 2019.

178
RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você aprendeu que:

• A principal indicação terapêutica da drenagem linfática é a retirada do edema


excessivo encontrado no interstício.

• A DLM é importante no pós-operatório de cirurgias plásticas.

• A execução da massagem de drenagem no pós-operatório deve obedecer aos


princípios de evitar lesões teciduais, movimentos de deslizamento, seguindo o trajeto
das vias que não foram comprometidas pelo ato cirúrgico, devem ser realizados de
modo que não promova um maior tensionamento na incisão cirúrgica.

• Para a execução da drenagem linfática manual na mama é indicado seguir um


protocolo já estabelecido de acordo com as manobras de Leduc.

• Na abdominoplastia a drenagem linfática manual deve ser iniciada num


período de 72 horas a 15 dias após o procedimento cirúrgico.

• Nas lipoaspirações em um período de 72 horas a 15 dias, pós-cirúrgico, já se


evidencia uma força tênsil no tecido bastante significativo, nesse instante o
trabalho do esteticista é muito importante na prevenção de possíveis fibroses
e retrações, a aplicação deve ser precoce e gradativa, por meio de técnicas
desobstrutivas e DLM.

179
AUTOATIVIDADE

1 A drenagem linfática manual trata-se de uma técnica composta por


manobras suaves, lentas, monótonas e rítmicas feita com as mãos que
devem obedecer ao trajeto do sistema linfático superficial. É uma técnica
muito utilizada em pós-operatórios. Descreva os objetivos da drenagem
linfática manual em pós-operatórios.

2 A lipoaspiração remove excesso de depósitos de gordura, melhorando os


contornos do corpo e sua proporção. O procedimento é realizado através de
cânulas que estão conectadas em um sistema de aspiração. Sobre essa técnica
cirúrgica, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Técnica muito utilizada para tratamento de obesidade, pois elimina


grande quantidade de gordura, devolvendo o contorno corporal.
( ) É de grande importância a utilização de cintas compressivas no pós-operatório
de lipoaspiração, pois essa compressão evita edemas e hematomas.
( ) A drenagem linfática deve ser feita logo após a realização da cirurgia. O médico
responsável é que determinará a data de início da técnica de drenagem.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) F– F– V.
b) ( ) V– V– F.
c) ( ) F– V– V.
d) ( ) V– F– F.

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