Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E MASSOTERAPIA
DRENAGEM LINFÁTICA
MANUAL
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................................................4
A HISTÓRIA E ORIGEM DA DRENAGEM LINFÁTICA ....................................................................................................4
HISTOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO ...............................................................................................................................5
ÓRGÃOS IMUNITÁRIOS PRIMÁRIOS ....................................................................................................................................6
ÓRGÃOS IMUNITÁRIOS SECUNDÁRIOS ..............................................................................................................................6
ÓRGÃOS LINFÁTICOS...................................................................................................................................................................6
BAÇO ....................................................................................................................................................................................................7
LINFONODOS (NÓDULOS LINFÁTICOS) .............................................................................................................................7
O TIMO ................................................................................................................................................................................................8
FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO..................................................................................................................................8
DUCTO LINFÁTICO DIREITO ................................................................................................................................................. 10
CANAL TORÁCICO ...................................................................................................................................................................... 10
EDEMA ............................................................................................................................................................................................. 11
OS EFEITOS DA DRENAGEM.................................................................................................................................................. 11
INDICAÇÕES E CONTRA INDICAÇÕES DA DRENAGEM LINFÁTICA CORPORAL MANUAL .................... 12
MÉTODOS E FUNDAMENTOS DA DRENAGEM LINFATICA CORPORAL MANUAL ...................................... 12
VODDER ........................................................................................................................................................................................... 12
DR. EMIL VODDER E SUA ESPOSA ESTRID VODDER ............................................................................................ 13
FÖLDI ........................................................................................................................................................................................... 14
LEDUC .......................................................................................................................................................................................... 14
GODOY ......................................................................................................................................................................................... 15
TERAPIA LINFÁTICA CERVICAL (ESTÍMULO CERVICAL) .................................................................................. 15
TABELA COMPARATIVA DOS MÉTODOS ........................................................................................................................ 16
DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NOS TRATAMENTOS PRÉ E PÓS-OPERATÓRIOS ............................... 16
IRREGULARIDADES NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO: ........................................................................................ 17
AS CIRURGIAS PLÁSTICAS ESTÉTICAS E A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL ........................................... 17
CIRURGIAS ESTÉTICAS CORPORAIS: ................................................................................................................................ 17
APLICANDO A TÉCNICA........................................................................................................................................................... 18
SEQUÊNCIA DE DRENAGEM MANUAL CORPORAL .................................................................................................... 19
ESTIMULAÇÃO DAS CADEIAS .......................................................................................................................................... 19
DECÚBITO DORSAL:.............................................................................................................................................................. 19
DRENAGEM DOS MEMBROS SUPERIORES ................................................................................................................ 19
DRENAGEM DAS MAMAS ................................................................................................................................................... 20
DRENAGEM DO ABDOME ................................................................................................................................................... 20
DRENAGEM DOS MEMBROS INFERIORES ................................................................................................................. 21
DECÚBITO VENTRAL: .......................................................................................................................................................... 21
DRENAGEM LINFÁTICA DOS GLÚTEOS ...................................................................................................................... 21
INTRODUÇÃO
A drenagem linfática drena os líquidos excedentes que banham as células, tendo, dessa forma, o
equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais. Ela é também responsável pela evacuação dos dejetos
provenientes do metabolismo celular (Leduc e Leduc, 2000).
Uma drenagem linfática bem feita é capaz de alcançar os mais diversos resultados que vão de
estéticos como anti-estresse, anti-celulite, antienvelhecimento, pré e pós-parto a terapêuticos como
otimização dos resultados pós-operatórios, tratamentos e preparação para todas as cirurgias estéticas,
tratamento de cicatrizes recentes, retenção de líquido, linfedema, má circulação e dismenorreia.
Segundo Lacerda (2007), todas as pessoas deveriam se submeter à aplicação da técnica de
drenagem linfática manual regularmente a fim de promover prevenção de patologias no sistema
imunológico, entretanto há algumas contraindicações na aplicação desta técnica tais como todo tipo de
processos inflamatórios, trombose venosa profunda, descompensação circulatória, erupções de pele,
extremos de idade, neurites, na vigência de infecções ou ferimentos, doenças malignas e etc.
A drenagem linfática possui um conjunto de manobras específicas e complexas devendo ser
realizadas de maneira suave e superficial obedecendo a pressão cujo valor sugerido é de 30 a 40 mmHg
e respeitando a trajetória do sistema linfático para que não haja colapso linfático (GODOY; GODOY,
1999).
A HISTÓRIA E ORIGEM DA DRENAGEM LINFÁTICA
Os gânglios linfáticos foram observados primeiramente no ano 450 a.C, quando Hipócrates
descobriu este sistema através de dissecações.
Embora Hipócrates, conhecido como o pai da medicina, tenha percebido a existência do sistema
linfático no ano 450 a.C, somente muito depois foi que o italiano Gaspar Asseli, professor, dentre outros
anatomistas, puderam confirmar tal observação de forma científica e desenvolver seus estudos através
da observação de veias em animais.
Logo, em 1651, um médico francês, Jean Pecquet, se dedicou ao estudo do conduto linfático, e
descobriu em um cadáver humano, a existência de um ducto torácico e uma espécie de receptáculo no
seu início, que denominou de “cisterna de Chily, ou cisterna de Pecquet”.
A primeira descrição a respeito da drenagem linfática aconteceu no século XIX, por Winiwarter,
austríaco, professor de cirurgia.
Em 1912, Aléxis Carrel conquistou o prêmio Nobel de medicina por seus trabalhos com o propósito
de regeneração celular, mostrando o fundamental da linfa nos tecidos vivos. Realizou sua experiência
com o coração de um frango cujas células stavam constantemente regeneradas pela linfa.
Somente em 1930, o fisioterapeuta Dr Emil Vodder, tratou pacientes acometidos de gripes e
sinusites, que viviam na úmida e fria Inglaterra. Em suas observações, manipulando suavemente os
gânglios linfáticos do pescoço, percebeu que estes se apresentavam inchados e duros. Intuitivamente
iniciou o uso de uma massagem suave nos locais com a finalidade de melhorar o estado geral dos
pacientes. Com os bons resultados, Dr Vodder disciplinou o método e, seu primeiro relato escrito surgiu
no ano de 1936, em uma exposição de saúde em Paris.
Na década de 60, o médico Dr Földi, estudou as vias linfáticas da cabeça e suas relações com o
líquido cerebral.
Na década de 70, o professor Ledo demonstrou com uma filmagem e radioscopia, a ação da
drenagem linfática manual.
O sistema linfático é composto por dois grupos de órgãos, os órgãos imunitários primários e os
órgãos imunitários secundários. Os primeiros são assim denominados por serem os principais locais de
formação e amadurecimento dos linfócitos. Já os segundos, são secundários por atuarem no sistema
imunológico após a produção e amadurecimento dos linfócitos. Veja quais são os órgãos que compõem
esses dois grupos:
ÓRGÃOS IMUNITÁRIOS PRIMÁRIOS
MEDULA ÓSSEA – além da produção de células sanguíneas e
plaquetas, a medula produz linfócitos B, linfócitos matadores. É
nesse órgão que ocorre o processo de amadurecimento dos
linfócitos B.
TIMO – o timo é responsável por produzir linfócitos T maduros.
ÓRGÃOS IMUNITÁRIOS SECUNDÁRIOS
Linfonodos – estão presentes nos vasos linfáticos; neles a linfa
é filtrada, permitindo que partículas invasoras sejam fagocitadas
pelos linfócitos ali presentes.
Tonsilas – possuem função semelhante aos linfonodos. Estão
localizadas na parte posterior da boca e acima da garganta.
Baço – o baço filtra o sangue para remover microrganismos,
substâncias estranhas e resíduos celulares, além de produzir
linfócitos.
Adenoides – constituem de uma massa de tecidos linfoides
protetores localizados no fundo da cavidade nasal. Têm como
função ajudar a proteger o organismo de bactérias e vírus
causadores de doenças transmitidas pelo ar.
Apêndice cecal – é uma pequena extensão tubular localizada no ceco, primeira porção do intestino
grosso. Através da atuação das bactérias presentes nessa estrutura, microrganismos invasores são
combatidos.
ÓRGÃOS LINFÁTICOS
O baço, os linfonodos (nódulos linfáticos), as tonsilas palatinas (amígdalas), a tonsila faríngea
(adenoides) e o timo (tecido conjuntivo reticular linfoide rico em linfócitos) são órgãos do sistema
linfático. Alguns autores consideram a medula óssea pertencente ao sistema linfático por produzirem os
linfócitos. Este órgão contém uma armação que suporta a circulação dos linfócitos A e B e outras células
imunológicas tais como os macrófagos e células dendríticas.
Quando micro-organismos invadem o corpo ou o mesmo encontra outro antígeno (tal como o
pólen), os antígenos são transportados do tecido para a linfa. A linfa é conduzida pelos vasos linfáticos
para o linfonodo regional. No linfonodo, os macrófagos e células dendríticas fagocitam os antígenos,
retornar o excesso de líquido extracelular e proteínas plasmáticas para a corrente circulatória e, desta
forma prevenir a formação de edemas.
LINFA
É um líquido transparente, esbranquiçado (algumas vezes amarelado ou rosado), alcalino e de
sabor salgado, que circula pelos vasos linfáticos. Cerca de 2/3 de toda a linfa derivam do fígado e do
intestino. Sua composição é semelhante à do sangue, mas não possui hemácias, apesar de conter
glóbulos brancos dos quais 99% são linfócitos. No sangue os linfócitos representam cerca de 50% do
total de glóbulos brancos. A linfa é formada a partir do liquido intersticial (líquido entre as células), que
é formado pelo plasma sanguíneo que sai dos vasos para nutrir os tecidos.
A linfa é transportada pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e filtrada nos linfonodos
(também conhecidos como nódulos linfáticos ou gânglios linfáticos). Após a filtragem, é lançada no
sangue, desembocando nas grandes veias torácicas.
INTENSIDADE DO FLUXO DA LINFA:
Em função do tempo, o fluxo de linfa varia dentro de extremos muito amplos de intensidade mas, na
pessoa média, o fluxo total de linfa por todos os vasos, é da ordem de 100ml por hora, ou cerca de 1 a 2
ml por minuto. Este é uma intensidade muito pequena de fluxo muito embora ainda suficiente para
remover o excesso de líquido e especialmente, o excesso de proteína que tende a acumular nos espaços
teciduais.
CIRCULAÇÃO LINFÁTICA
Este líquido que fica entre as células é absorvido pelos
capilares linfáticos e conduzido novamente à circulação
sanguínea. A saída de líquidos dos vasos para o meio
intersticial é regulada por duas pressões, a pressão
hidrostática e a pressão oncótica. A pressão hidrostática é a
própria pressão exercida pela passagem do sangue no vaso,
esta favorece a saída de líquidos do meio intravascular para
o interstício. A pressão oncótica é gerada pelas proteínas
plasmáticas presentes no sangue, esta faz com que o líquido
permaneça no ou entre para o meio intravascular.
Nas arteríolas, a pressão hidrostática é maior que a
pressão oncótica, o que faz com que certa quantidade de
liquido extravase para o meio intersticial, banhando e
nutrindo as células. A este processo chamamos de filtração
arterial. Já nas vênulas, a pressão oncótica é maior, fazendo
com que o líquido que banha as células (meio intersticial) retorne para o sistema venoso; absorção
venosa. Em geral, a filtração ocorre em maior quantidade em relação à absorção venosa, fazendo com
que “sobre” líquido no meio intersticial. Denominamos isso de “quase equilíbrio de Starling”, pois nem
todo liquido que extravasa do sistema arterial (arteríolas) para os tecidos (interstício) é absorvido pelo
sistema venoso (vênulas) gerando o líquido intersticial e, portanto a linfa. Este desequilíbrio é revertido
pelo sistema linfático, que auxilia na absorção venosa, captando o excesso de líquidos gerado pelo
desequilíbrio venoso/arterial, e conduzindo-o novamente ao sistema sanguíneo, desembocando nas
veias cavas. Sendo assim, o sistema linfático é um auxiliar na absorção venosa.
CANAL TORÁCICO
O Canal torácico localiza-se no tórax, numa posição retro-
aórtica; mede de 0,5 a 10 mm de diâmetro e é a via final de
evacuação da linfa proveniente dos membros inferiores e dos
órgãos lojados no abdômen e no tórax. Conduz a linfa da maior
parte do corpo para o sangue.
É o tronco comum a todos os vasos linfáticos, exceto os vasos citados acima (ducto linfático direito).
Estende-se da segunda vértebra lombar para a base do pescoço. Ele começa no abdome por uma
dilatação, a cisterna do quilo ou cisterna de Pecquet alojada na altura de L3.
O canal torácico apresenta um aspecto de “chouriço” em razão da sucessão de linfângios. Ele
desemboca no ângulo venoso júgulo-subclávio esquerdo e apresenta, em alguns casos, uma ramificação
que termina no ângulo venoso direito (inconstante).
EDEMA
O sistema linfático é frágil e quando submetido a qualquer tipo de intervenção cirúrgica tem seu
funcionamento alterado ou comprometido. Segundo Guirro e Guirro (2002), em estados fisiológicos a
pressão hidrostática e oncótica do liquido intersticial são relativamente constantes, quando o volume
de líquido intersticial excede a capacidade de drenagem dos linfonodos, haverá um excesso de líquido
intersticial nos tecidos subcutâneos sendo denominado edema.
O edema pode se subdividir em dois tipos distintos onde o primeiro está relacionado com o excesso
da quantidade de líquido que é proveniente de uma alteração no processo de drenagem natural do
organismo, este é de origem vascular apresentando-se juntamente com o ninal de godjet. O segundo
tem origem a partir de uma alteração no processo fisiológico de evacuação, enquanto que o processo de
filtração ocorre de maneira normal, essa patologia recebe o nome de linfedema (LEDUC; LEDUC, 2000).
O excesso de líquido no interstício promoverá um aumento da pressão intersticial de modo a
promover compressão das estruturas adjacentes. Neste contexto haverá afastamento dos capilares,
distensão das células endoteliais e dos espaços intercelulares ocasionando uma dilatação anormal das
válvulas. Parte deste líquido será drenado pelas veias, no entanto as proteínas de maior peso molecular
não conseguiram retornar aos vasos e acumularam-se no interstício. Esse excesso de proteína
estimulará a formação dos fibroblastos e determinará a formação de fibrose (GODOY; GODOY, 1999).
OS EFEITOS DA DRENAGEM
Aumento da diurese;
Diminuição das aderências e retrações cicatriciais;
Maior eficiência celular;
Maior eficiência da nutrição dos tecidos.
Diminuição de sensação de edema e dor na gestante.
Auxilia também na redução de celulite.
Recomendada para pós-operatórios e recuperação de cirurgias de estética.
Aumento da velocidade da linfa transportada;
Aumento da quantidade da linfa filtrada processada pelos gânglios linfáticos;
Aumento da oxigenação e desintoxicação esquelética;
Aumento do peristaltismo intestinal;
Aumenta a capacidade de transporte do Sistema linfático
Aumenta a reabsorção de uma fração de edema no nível do vaso capilar
Previne a formação de fibroses
Produz relaxamento das fibras musculares esqueléticas, ação do sistema nervoso parassimpático.
(SNP)
movem-se na mesma direção em sentido circular. As pontas dos dedos não são utilizadas, sendo o
controle do movimento realizado pelo punho do terapeuta. Assim como na manobra anterior, a pressão
deve ser realizada apenas na primeira metade do circulo. Na segunda metade, existe o contato, porém,
sem a pressão, possibilitando o retorno do tecido ao local de origem. Realiza-se entre 5 e 7 movimentos.
FÖLDI
Michael Foldi, outro renomado especialista nos métodos de drenagem
linfática também é um sucessor de Vodder, nasceu em 1920 na Hungria,
formado em medicina.
Em 1963, Foldi criou a Terapia Fixa Complexa, já em 1995 o comitê da
Sociedade De Internacional De Linfologia, indicou sua drenagem sendo a
terapia para linfedema devido sua eficácia nos casos de linfedemas de
extremidades, tendo redução de circunferência de 57 a 100%.
Os conceitos de drenagem linfática manual de Foldi seguem as mesmas
técnicas de manobras de Vodder, que são círculos fixos, manobra de
rotação ou movimentos giratórios, manobras de bombeamento e
movimento doador, mas o que diferencia e potencializa seus resultados é o uso das bandagens
redutoras com multicamadas. Os caminhos da linfa não mudam desde que foram descobertos e
explorados por Vodder e seus escudeiros.
LEDUC
CONCEITOS BÁSICOS: Conceito básico é o esvaziamento das vias
linfáticas com manobras chamadas de proximal para distal. O início de o
movimento circular apenas toca a pele, a pressão aumenta gradualmente
até alcançar seu máximo na metade do ciclo para logo relaxar a mesma
progressivamente. Leduc também associa em suas técnicas o uso das
bandagens elásticas, o uso dos exercícios normais (caminhadas, academia,
entre outros) e a pressoterapia.
Evacuação: é o esvaziamento das vias linfáticas adjacentes á zona
edemaciada.
Captação: conjunto de manobras aplicadas sobre a região afetada, visando drenar e absorves o
líquido acumulado no interstício.
Manobras de evacuação do linfonodos
Manobras em chamada proximal-distal, no sentido proximal.
Manobras de reabsorção distal-proximal
Términus
Não aplicável euflerage
Usa manobras em chamadas de reabsorção
Manobras de bombeamento
Inicio com estímulo ganglionar local.
No ano de 1977, os professores Albert e Oliver Leduc fizeram adaptações ao método de Vodder e
Foldi, conseguindo demonstrar, através de uma radioscopia, a aceleração do fluxo linfático mediante a
DLM. No ano seguinte, quebra-se o tabu, comprovando-se a eficácia da DLM em pacientes
mastectomizados, desde que procedida com os devidos cuidados e sob-responsabilidade médica. Hoje,
sendo uma prática bastante difundida, a DLM é usada para tratamentos de muitas patologias. A
drenagem linfática manual adquiriu um lugar de destaque no tratamento de edemas e linfedemas.
GODOY
A técnica de drenagem linfática manual Godoy & Godoy foi
desenvolvida pelos professores Prof. Dr. José Maria Pereira de
Godoy, médico e cirurgião vascular e pela Profa. Dra. Maria de
Fátima Guerreiro Godoy, Terapeuta Ocupacional, que desde 1999
divulgam seus trabalhos sobre a técnica sempre baseada em
evidencia cientifica.
Durante seu processo de validação, os autores seguiram as fases
de avaliação cientifica, sendo a técnica analisada nas três etapas:
estudo In vitro, In vivo e clínico. Sendo este o único método de
drenagem linfática manual que segue toda a rigorosidade cientifica
exigida.
Godoy & Godoy desenvolveram, além da técnica, novos conceitos no tratamento do linfedema que
despertou interesse da Escola Linfoterapia Americana e de médicos da Mayo Clinic USA que visitaram a
Clinica Godoy para conhecer os pacientes e ver os resultados do tratamento. Eles ficaram
impressionados com os resultados e sugeriram a criação da Godoy & Godoy: International School of
Lymphatic Therapy nos EUA. O método já tem escolas na Argentina e EUA, mas já foi divulgado em
outros países.
Em 1999, Godoy e Godoy descreveram uma nova técnica de drenagem linfática, utilizando roletes
como mecanismos de drenagem. Com essa técnica, passou-se a questionar a utilização dos movimentos
circulares preconizados pela técnica convencional e sugeriu-se a utilização dos conceitos de anatomia,
fisiologia e hidrodinâmica.
A técnica de Godoy e Godoy consiste na utilização de roletes que seguem o sentido de fluxo dos vasos
linfáticos e mantêm a sequência de drenagem proposta por Vodder. Além dos roletes, pode-se fazer uso
das mãos ou de outro instrumento que permita a realização da drenagem linfática seguindo o sentido
dos vasos linfáticos ou da corrente linfática, simplificando, desse modo, toda a técnica de drenagem
linfática.
Em associação a esses movimentos de drenagem, a técnica de Godoy valoriza o estímulo na região
cervical como parte importante da abordagem desses pacientes. Apenas esse estímulo isolado melhora
os padrões volumétricos.
Quanto aos possíveis mecanismos de ação desse
estímulo, a hipótese é que ele interfira com a estimulação
dos linfonodos através do sistema nervoso. A técnica
sugere a eliminação dos movimentos circulares da técnica
convencional e a utilização de movimentos mais objetivos,
seguindo as regras da hidrodinâmica, da anatomia e da
fisiologia do sistema linfático. Os principais cuidados se
referem aos linfonodos, que funcionam como limitantes da
velocidade de fluxo e podem ser lesados quando
abordados de maneira inadvertida.
TERAPIA LINFÁTICA CERVICAL (ESTÍMULO CERVICAL)
Trata-se de um novo conceito de estimulação do sistema linfático desenvolvido por Godoy & Godoy.
Ele utiliza de estímulo manual suave na região cervical e em torno de 20 a 30 por minutos durante 15 a
20 minutos por dia. Salienta-se que não tem como objetivo estimular vasos, linfonodos ou qualquer
estrutura linfática.
Instituto Valéria Vaz
2228-4118 / 99581-4585
www.institutovaleriavaz.com.br
16
A hipótese é que essa manobra estimula via neurológica o sistema linfático. Portanto, conceito
totalmente diferente da drenagem linfática manual. Estudos clínicos mostram a redução do edema em
todo corpo com essa técnica.
Nos pré e pós-operatórios poderão se beneficiar dessa abordagem e utilizando imediatamente após
os procedimentos. Nos edemas de face ela tem uma rápida resposta e em dias uma boa redução do
edema.
TABELA COMPARATIVA DOS MÉTODOS
ANTEBRAÇOS:
1. Realizar deslizamentos ascendentes suaves por todo o braço, desde o punho até a fossa cubital.
2. Efetuar círculos com as mãos em concha, na região interna do braço, desde a fossa cubital até o
punho. Retornar pelo mesmo trajeto. Os movimentos devem ser em direção à fossa cubital.
3. Efetuar bombeamentos, com as duas mãos em paralelo, como asas de pássaro, desde a fossa cubital
até o punho. Retornar pelo mesmo trajeto. Os movimentos devem ser em direção á fossa cubital.
4. Realizar braceletes com pressão suave desde o punho até a fossa cubital.
MÃOS:
1. Efetuar deslizamentos ascendentes por todo o dorso e palma da mão, em direção ao punho.
2. Circular os polegares em toda a palma da mão, do centro para as laterais, da raiz dos dedos em
direção ao punho.
3. Efetuar bombeamento nas laterais dos dedos, da ponta até a raiz, começando pelo polegar até o
dedo mínimo e voltando ao polegar.
4. Efetuar bombeamentos nas faces superior e inferior dos dedos, da ponta até a raiz, começando pelo
polegar até o dedo mínimo e voltando ao polegar.
5. Realizar deslizamentos ascendentes com os polegares no dorso da mão, nos espaços interdigitais.
6. Efetuar círculos com toda a extensão da mão desde a região inguinal até a crista ilíaca, retornando
pelo mesmo caminho. Os movimentos devem ser em direção à região inguinal.
7. Efetuar círculos com toda a extensão da mão desde a região inguinal até a altura da cicatriz
umbilical, em dois trajetos, voltando pelo mesmo caminho. Os movimentos devem ser em direção à
região inguinal.
8. Efetuar deslizamentos suaves com bombeamentos com toda a extensão da mão desde a lateral da
cintura até a região pubiana.
JOELHO:
1. Efetuar círculos com as falanges dos dedos na parte interna do joelho. Movimentos em direção á
região inguinal.
2. Efetuar círculos com os polegares contornados a patela, de baixo para cima. Movimentos em
direção á região inguinal.
3. Efetuar círculos com as falanges dos dedos na lateral externa do joelho. Movimentos da diagonal em
direção á região anterointerna da coxa.
PÉ:
1. Efetuar deslizamentos ascendentes em toda planta e dorso do pé, em direção aos maléolos.
2. Efetuar bombeamentos nas laterais dos artelhos, da ponta até a raiz, começando pelo hálux até o
dedo mínimo e voltando ao hálux.
3. Efetuar bombeamentos nas faces superior e inferior dos artelhos, da ponta até a raiz, começando
pelo hálux até o dedo mínimo e voltando ao hálux.
4. Efetuar deslizamentos ascendentes em toda planta e dorso do pé, em direção aos maléolos.
5. Efetuar círculos com os polegares, do centro, para as laterais, desde os artelhos até o calcanhar.
DECÚBITO VENTRAL:
DRENAGEM LINFÁTICA DOS GLÚTEOS
1. Efetuar bombeamento sobre a região sacral.
2. Efetuar círculos com as falanges dos dedos, desde a região inguinal até o sulco anal voltando á
região inguinal, em três trajetos. Movimentos em direção à região inguinal.
3. Efetuar círculos com as falanges dos dedos ao redor da região sacral em direção ao ânus.
Movimentos em direção aos linfonodos sacrais.
(a) (b)
(a)
(a) e (b) Círculos com as mãos em concha na
região
interna do braço, da axila até a fossa cubital,
ida e volta.
(a) (b)
(a) e (b) Bombeamentos com as mãos em forma
de
asa de pássaro no braço, da axila até a fossa
cubital ida e volta.
(a) (b)
(a) (b)
Círculos com os polegares em toda palma da mão. Bombeamentos nas laterais dos dedos.
(a) (b)
(c)
(a), (b) e (c) Deslizamentos ascendentes por todo Deslizamentos profundos no cólon
o abdome do centro para as laterais. ascendente.
(a) (b)
(a) (b)
Círculos no abdome da região inframamária até a
cintura, ida e volta.
(a) (b)
(a) e (b) Deslizamentos ascendentes no abdome.
Círculos desde a região inguinal até a crista ilíaca, Círculos desde a região inguinal até a
ida e volta. cicatriz umbilical, ida e volta.
(a) (b)
(a) e (b) Deslizamentos com bombeamentos
desde a cintura até a região pubiana.
(a) (b)
(a) e (b) Deslizamentos ascendentes na coxa.
(a) (b)
(a) e (b) Círculos na região interna e anterior da
coxa desde a região inguinal até a fossa poplítea,
ida e volta.
Bombeamentos com as mãos em forma de asa Braceletes na coxa, do joelho até a região
de pássaro na coxa, da região inguinal até o joelho, inguinal.
ida e volta.
(a) (b)
(a) e (b) Círculos na face interna do joelho.
(a) (b)
(a) e (b) Círculos com os polegares contornando
a patela, de baixo para cima.
(a) (b)
(c) (a)
(a), (b) e (c) Círculos da região inguinal
até o sulco anal, ida e volta.
(b) (a)
(a) e (b) Círculos ao redor da região sacral
em direção ao ânus.
(b) (a)
(a) e (b) Deslizamentos ascendentes
nas costas do centro para as laterais.
(b) (a)
(a) e (b) Círculos sobre a lombar,
da regiãoinguinal até o centro das costas,
ida e volta.
(b) (a)
(a) e (b) Círculos na lateral, da região
axilar até a cintura, ida e volta.
(b) (c)
(a), (b) e (c) Círculos da região axilar até o
centro das costas passando pela região
subescapular, ida e volta.
(a) (b)
(c)
(a), (b) e (c) Círculos desde a região axilar Bombeamentos com as pontas dos dedos
até a sétima cervical, passando pela região nas laterais da coluna vertebral.
supraescapular, ida e volta.
A drenagem linfática manual (DLM) é uma técnica de linfoterapia que visa o aumento dos
estímulos, atuando nos sistemas profundo e superficial e que reproduz os estímulos fisiológicos de
drenagem linfática (GODOY; GODOY, 2011).
O sistema linfático compreende o conjunto formado pela linfa, pelos vasos linfáticos e órgãos
relacionados ao sistema linfático como os linfonodos, o baço, o timo e as tonsilas palatinas. A linfa é um
líquido claro, ligeiramente amarelado, que flui lentamente no corpo através dos vasos linfáticos. Parte
do plasma sanguíneo extravasa continuamente dos vasos capilares, formando um material líquido entre
as células dos diversos tecidos do organismo – o líquido intercelular ou intersticial. (SANTOS, 2013)
OBJETIVOS
Para Godoy (2004), o objetivo da drenagem linfática manual é criar diferenciais de pressão para
ocorrer o deslocamento da linfa e do fluído intersticial, visando o seu retorno na corrente sanguínea.
A drenagem linfática manual facial têm objetivos preventivos, estéticos e terapêuticos como:
• Estimular o sistema de defesa e a oxigenação dos tecidos;
• Ajudar na eliminação de líquidos excedente no meio intercelular;
• Tonificar a pele;
• Retardar o envelhecimento dos tecidos;
• Amenizar problemas de origem vascular;
• Minimizar melasmas e
• Diminuir rugas, apesar de não ser o objetivo principal do tratamento.
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
RETENÇÃO HIDRICA/ EDEMA INFECÇÕES AGUDAS
OLHEIRAS NEOPLASIAS (CÂNCER)
PRÉ E PÓS OPERATÓRIO TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
ROSÁCEA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
GESTANTES SENSAÇÃO DE MAL ESTAR
TELANGECTASIAS HIPERTIRIODISMO
ACNE ASMA BRONQUIAL
RELAXAMENTO AFECÇÕES CUTÂNEAS
HEMATOMAS HIPERTENSÃO DESCONTROLADA
“A técnica de Godoy e Godoy consiste na utilização de roletes que seguem o sentido de fluxo dos
vasos linfáticos e mantêm a sequência de drenagem proposta por Vodder. Além dos roletes, pode-se
fazer uso das mãos ou de outro instrumento que permita a realização da drenagem linfática seguindo o
sentido dos vasos linfáticos ou da corrente linfática, simplificando, desse modo, toda a técnica de
drenagem linfática” (SANTOS Apud GODOY, 2004).
Porém, é importante ressaltar que, seja qual for a manobra executada, três finalidades básicas devem
ser atendidas:
Bombeamento dos linfonodos;
Captação da linfa (reabsorção);
Encaminhamento da linfa.
O movimento de bombeamento é executado sobre a cadeia de linfonodos, com cinco a sete
repetições, e tem a finalidade de esvaziar o linfonodo, deixando-o livre para receber a nova carga
linfática que chegará com a drenagem manual.
A finalidade desse movimento, é empurrar o líquido já filtrado para fora do linfonodo, deixando-o
livre para receber a nova carga que será encaminhada.
A manobra de captação da linfa (reabsorção) é executada em círculos. A finalidade desse
movimento é captar a linfa, fazer com que ela saia do meio intersticial e entre no vaso linfático.
Médium
Final
Drenagem da face posterior do pescoço - em cinco pontos:
Início pelo occipitus
Estimulação do términus 5X
Drenagem da face lateral do pescoço
Profundus
Médium
Final
Garfo baixo
Garfo alto
Garfo baixo
Drenagem da lateral do pescoço: profundus, médium, final
Estimulação do términus (SILVA, 2006)
MANOBRAS A SEREM EMPREGADAS
Bombeamentos e/ou círculos estacionários (desobstrução dos linfonodos);
Dígito pressão, com as pontas dos dedos, deslocar a linfa.
A drenagem linfática manual é uma técnica de massagem com características muito singulares,
executada com o objetivo de aumentar o fluxo linfático fisiológico para eliminação de líquido excedente
do nosso organismo. Constitui o melhor recurso para atendimento pós-operatório de cirurgias faciais,
pois é capaz de estimular a redução da dor e edema local, previne o surgimento de fibroses
principalmente após lipoaspiração submentoniana, além de auxiliar na reabsorção de equimoses e
hematomas, prevenindo as hipercromias locais.
O toque da massagem também é capaz de produzir um efeito relaxante e confortante ao paciente.
Para que tudo isso seja possível, utiliza-se movimentos lentos, leves e ritmados, simulando a drenagem
linfática naturalmente exercida pelo nosso organismo. A rede linfática superficial está apenas 3 mm
abaixo da pele, sendo extremamente superficial. Desta forma, movimentos intensos comprimem a
trama ao invés de produzir estímulos sobre ela; O fluxo linfático é ininterrupto e unidirecional, não
havendo pausas em seu processo de captação de líquido nos espaços intersticiais, condução da linfa,
filtragem e retorno da linfa excedente para o Sistema.
(GUIRRO,GUIRRO,2014)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
GODOY, José M F; GODOY, Maria F G. Drenagem Linfática Manual – Uma nova abordagem. São Paulo: Lin
comunicação, 1999.
GUIRRO, Elaine; GUIRRO, Rinaldo. Fisioterapia Dermato-Funcional – Fundamentos, Recursos e
Patologias. 3. ed. São Paulo: Manole, 2002.
LACERDA, Gabriela. Drenagem linfática manual. Diário de Noticias. [S.l], 28 de maio de 2007 ano 143 n
50 460.
LEDUC, Albert; LEDUC, Olivier. Drenagem Linfática - Teoria e Prática. 2.ed. São Paulo: Manole, 2000.
MOURA, Vanessa Machado; MEJIA, Dayana Priscila Maia. A importância da técnica de drenagem linfática
manual no tratamento pós-operatório de abdominoplastia. Pós-graduação em Fisioterapia Dermato-
Funcional, Faculdade Cambury.
SANTOS, Daniella Andrade Ferreira; MEJIA, Dayana Priscila Maia. Análise comparativa das técnicas de
drenagem linfática manual: Método Vodder e método Godoy e Godoy. Pós-graduação em Fisioterapia
Dermato-Funcional, Faculdade Cambury.
VASCONCELOS, Maria Goreti De. Princípios de Drenagem Linfática 1 ed. Brasil: saraiva, 2015. 184 p.