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Resumo
A pesquisa realizada com o tema Laserterapia e ultrassom no tratamento pós-
operatório da cirurgia plástica de abdominoplastia procura explicitar o uso do
tratamento da fisioterapia dermato funcional nas principais alterações decorrentes da
abdominoplastia. Teremos como objetivos específicos relatar em quê a laserterapia e o
ultrassom se baseiam, explicar o objetivo da abdominoplastia, explorar suas principais
alterações pós-cirúrgicas e correlacionar o uso do laser e do ultrassom no seu pós-
operatório. O laser e o ultrassom vêm sendo um dos arsenais mais utilizados para o
tratamento estético pós-operatório de cirurgias plásticas, uma vez que oferece
principalmente uma aceleração no processo cicatricial. O artigo se justifica à medida
em que proporcionará conhecimentos sobre esta modalidade de tratamento através do
laser e do ultrassom, permitindo outras discussões na área da saúde o que poderá
gerar mais estudos nesta linha de pensamento. Para o desenvolvimento do artigo
científico utilizaremos a revisão bibliográfica, através de acervo público, artigos,
monografias e teses retiradas da internet de fontes seguras como Scielo, Pubmed e
Lilacs.
Palavras-chave: Laserterapia; Ultrassom; Abdominoplastia.
INTRODUÇÃO
A abdominoplastia se tornou uma intervenção muito solicitada onde se retira o tecido
subcutâneo excedente da região abdominal através de uma incisão suprapúbica com a
deslocação do umbigo e com uma plicatura da musculatura reto abdominal, sendo
associada a uma lipoaspiração para retirada do excesso de tecido adiposo local
(SOARES, 2012).
Teremos como objetivos específicos relatar em quê a laserterapia e o ultrassom se
baseiam, explicar o objetivo da abdominoplastia, explorar suas principais alterações
pós-cirúrgicas e correlacionar o uso do laser e do ultrassom no seu pós-operatório.
Devemos estar atentos quanto às consequências tardias de cirurgias plásticas,
principalmente no que se refere em evita-las. O tratamento mais usado estará voltado
para a prevenção de aderências cicatriciais, dor, flacidez e fraqueza muscular (MILANI,
2005).
O laser é indicado em procedimentos pós-operatórios principalmente por auxiliar e
acelerar o processo de cicatrização, diminuição do edema local, diminuição do processo
inflamatório entre outros (OLIVEIRA, 2012).
O ultrassom é um dos recursos terapêuticos empregados frequentemente para
reabilitação de disfunções dermato funcionais, como pós-operatório de lipocirurgias,
correção de celulites e gordura localizada, uma vez que sua atuação consiste na
drenagem linfática e controle do edema (ZAMPRONIO, 2012).
O completo sucesso da cirurgia plástica depende ainda da participação do paciente, com
a associação de dietas, atividade física e alterações em seu modo de vida (MILANI,
2005).
1
Pós-graduando em fisioterapia dermato funcional.
2
Mestrando em Bioética e Direito em Saúde, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Graduada
em Fisioterapia.
2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL
A definição dada à fisioterapia, diz que é uma ciência que irá estudar, prevenir e tratar
os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas no que concerne o
corpo humano (MILANI, 2005).
“A fisioterapia é uma ciência aplicada que tem como alvo de estudo o movimento
humano, em todas as suas formas de expressão e potencialidade, para a promoção de
saúde, prevenção de doenças e reabilitação dos indivíduos” (TACANI, 2009).
A Fisioterapia Dermato-Funcional ou Fisioterapia Dermatológica é uma área
de atuação profissional do fisioterapeuta, uma vez que os tratamentos
estéticos eram tratados como empíricos, devido à falta de comprovação
científica, surgiu a Fisioterapia Dermato-Funcional que evolui a cada dia e
traz a formação de profissionais especializados com base científica em todas
as aplicações e ações fisioterapêuticas (OLIVEIRA, 2012).
Quelóides;
Deiscências;
Aderências;
Úlceras;
Disfunções estéticas;
Fibro edema gelóide;
Estrias atróficas;
Lipodistrofias, entre outras.
LASER
A luz do laser é obtida artificialmente através do acúmulo de energia diferentemente da
luz comum que é obtida espontaneamente. Laser é a abreviação da expressão inglesa
Light Amplification by Stimuleted Emission of Radiation, que tem seu significado
justificado por amplificação de luz por emissão estimulada através da radiação. A
geração da onda eletromagnética depende da excitação dos elementos constituintes do
material por uma corrente elétrica que irá proporcionar a emissão de fótons idênticos,
cujos amplificam a emissão da radiação (OLIVEIRA, 2012).
“O laser de baixa potência é um recurso eletroterapêutico que tem como objetivo a
reparação tecidual” (RAMIRES, 2012).
Indicações (OLIVEIRA, 2012):
Diminuição do edema local;
Diminuição de lesões;
Diminuição do processo inflamatório;
Implantação de baixo custo, entre outros.
Entre os efeitos bioquímicos que o laser apresenta podemos citar (RAMIRES, 2012):
Estímulo à liberação de histamina, serotonina e bradicinina;
Produção de ATP;
Síntese de prostaglandinas;
Aumento do número de leucócitos e da atividade fagocitária;
Vasodilatação capilar e arterial;
Ação fibronolítica e antibactericída.
“A ação do laser após uma lesão de pele possibilita a angiogênese, estimulo da mitose
celular, regulação dos fibroblastos, normalizando a produção de fibras elásticas e
colágenas, impedindo a ocorrência de queloides, hipertrofias e alargamentos”
(MACEDO, 2010).
A irradiação do laser de baixa intensidade é capaz de estimular a proliferação celular,
por reação fotoquímica que altera a permeabilidade da membrana celular. A laserterapia
tem sido muito utilizada para o estímulo da cicatrização de feridas, a regeneração
neuronal e no controle do quadro álgico de pacientes (RAMIRES, 2012).
Os protocolos propostos nas intervenções pós-cirúrgicas devem considerar a
fase do processo inflamatório. As densidades de energia para as ações de
aumento da circulação e diminuição da dor restringem-se à faixa de 2,0 a 4,0
Jcm2, sendo aumentadas para 6,0 a 8,0 Jcm2 nos casos de regeneração e/ou
cicatrização tecidual. O número de pontos irradiados vai depender da área,
respeitando-se a distância de 1,5 cm entre os mesmos (MACEDO, 2010).
ULTRASSOM
“É um dos recursos terapêuticos empregados frequentemente para reabilitação de
disfunções dermato funcionais, como pós-operatório de lipocirurgias, correção de
celulites e gordura localizada” (ZAMPRONIO, 2012).
“Ultrassom refere-se às vibrações mecânicas essencialmente as mesmas das ondas
sonoras, mas com uma frequência mais alta. Essas ondas situam-se fora da audição
humana e, portanto, podem ser chamadas de ultra-sonoras” (KUHNEN, 2010).
O ultrassom pode e deve ser usado nas diferentes fases de reparo por apresentar
inúmeros benefícios ao paciente no pós-cirúrgico (MACEDO, 2010).
O ultrassom terapêutico, no mercado nacional, caracteriza-se por apresentar
frequências de 1,0 ou 3,0 megahertz (MHz), sendo disponível atualmente
também em 5,0 megahertz (MHz). A intensidade pode variar entre 0,1 e 3,0
watts por centímetro quadrado (W/cm2). Mais recentemente, alguns
equipamentos foram projetados para apresentar limites de intensidades mais
compatíveis com a prática clínica, as quais variam de 0,1 a 2,0 Wcm2. Estes
equipamentos estão mais próximos da prática terapêutica, uma vez que
raramente utilizam-se doses superiores a 2 W/cm2. A frequência de 5 MHz é
indicada exclusivamente para a área de dermatologia por apresentar uma
pequena capacidade de penetração nos tecidos biológicos (KUHNEN, 2010).
Entre os benefícios que o ultrassom pode gerar podemos citar os seguintes (MACEDO,
2010):
Aceleração no processo cicatricial;
Alcançar força tênsil normal;
Prevenir cicatrizes hipertróficas;
Prevenir queloides.
“As ondas ultrassônicas são geradas por transdutores que convertem, no caso do
ultrassom terapêutico, a energia elétrica em energia mecânica e vice-versa. A conversão
para diferentes formas de energia é realizada graças aos materiais piezoelétricos”
(KUHNEN, 2010).
“O ultrassom proporciona significante aumento no número de fibroblastos, alinhamento
ideal para contração da ferida e aceleração da fase inflamatória e contração da ferida”
(MACEDO, 2010).
5
Como consequência desse procedimento cirúrgico ocorre destruição dos vasos e nervos
que irão causar dor, edema e alteração da sensibilidade da pele que por conseguinte
causa um grande desconforto ao paciente (SOARES, 2012).
Podemos observar no processo organizacional tissular que alguns fatores são
primordiais para sua efetivação que são (GONÇALVES, 1998):
Coagulação;
Inflamação;
Fibroplasia;
Deposição matricial;
Angiogênese;
Epitelização;
Contração.
Principais complicações decorrentes da cirurgia de abdominoplastia no seu pós-
operatório (SOARES, 2012):
Deiscências;
Hematomas;
Seromas;
Infecções na cicatriz cirúrgica;
Alterações cicatriciais;
Assimetrias;
Retrações.
Várias complicações são relatadas em estudos anteriores ao que consiste o pós-
operatório da abdominoplastia, tais como (FLORES, 2011):
Hematoma;
Seroma;
Infecção de ferida operatória;
Deiscência;
Necrose de retalho abdominal;
Epidermólise.
O fator mais agravante e comum que deve ser prevenido é a formação de aderências,
pois do contrário irão impedir o fluxo normal do sangue e linfa que por seguinte
aumentará ainda mais o quadro edematoso do paciente retardando sua recuperação
(MACEDO, 2010).
São considerados elementos lentificadores durante o processo de reparação tecidual
àqueles que prolongam a resposta inflamatória e por consequência retardam a
cicatrização da lesão, são eles (GONÇALVES, 1998):
Presença de infecção, fístulas, abcessos, sinus e/ou corpos estranhos;
Isquemia, alterações da viscosidade e perfusão sanguíneas;
Alterações na drenagem do tecido lesado;
Traumas repetidos e recorrentes, causando sítio de lesão que pode retornar à fase
inflamatória;
Manejo inapropriado da ferida, como utilização de substâncias potentes e tóxicas
aos fibroblastos e linfócitos humanos, como antissépticos, desidratação e quedas de
temperatura durante a troca de curativos.
“A fisioterapia pós-operatória tem entre outras funções a de prevenção de outro grave
problema cirúrgico, a trombose venosa profunda” (SOARES, 2012).
“No pós-operatório o momento da intervenção varia de acordo com a cirurgia e com o
procedimento realizado. O tratamento para redução do edema feito por drenagem
linfática é indicado para todas as técnicas cirúrgicas” (MILANI, 2005).
No tratamento pós-cirúrgico ela vem sendo indicada pelos cirurgiões
plásticos especialmente nos casos de dermolipectomia ou abdominoplastia,
11
“Em relação a laserterapia de baixa intensidade, estudos recentes têm demonstrado bons
resultados como terapêutica de fácil e rápida aplicação, não-invasiva e efetiva”
(GONÇALVES, 1998).
METODOLOGIA
O estudo consta de uma revisão bibliográfica baseada em artigos de revisão, publicados
pela Scielo e Pubmed, em língua portuguesa, no período de 0000 a 0000. Também
foram consultadas revistas científicas, livros em acervo próprio, bibliotecas públicas e
privadas. Dos materiais pesquisados procuramos extrair um conteúdo relacionado aos
efeitos que o laser e o ultrassom proporcionam no tratamento das alterações pós-
operatórias da abdominoplastia.
A elaboração do cronograma da pesquisa se deu do mês de Maio de 2014 a Setembro de
2014.
A fonte usada para a confecção do artigo foi a Times New Roman, tamanho da fonte 12
e espaçamento simples ao que pede as normas técnicas da instituição.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
“Com o crescente interesse por um corpo tão sonhado e por padrões de beleza
estipulados pela sociedade, muitas mulheres e homens buscam cirurgias plásticas como
forma rápida, eficaz e sem tanto esforço para se manter dentro dos padrões de beleza”
(SOARES, 2012).
Existe uma escasso acesso a especialidade dermato funcional no sistema público de
saúde, o que irá gerar um obstáculo para a população mais carente e assim dificultando
ao profissional sua expansão ao que concerne a traçar o perfil populacional que
necessita deste tipo de atendimento (TACANI, 2009).
Os tópicos mais importantes para a realização da avaliação do paciente pós
operado é o reconhecimento dos problemas e cirurgia, identificação do tipo e
a profundidade dos tecidos envolvidos, a natureza da patologia, o estágio da
cicatrização, reconhecimento de quaisquer contraindicações ao uso das
modalidades de tratamentos (MACEDO, 2010).
CONCLUSÃO
Esta pesquisa permitiu uma compreensão acerca da atuação do fisioterapeuta no pós-
operatório da cirurgia plástica de abdominoplastia com ênfase na utilização do laser e
do ultrassom como adjuvantes no tratamento. Mediante a temática proposta destacamos
a atuação da revisão bibliográfica como contribuinte favorável para o conhecimento,
facilitação e elucidação deste artigo científico.
A mídia é um fator importante ao que concerne apresentar padrões de beleza cada vez
mais rígidos em relação à “perfeição”, deste modo novas propostas e métodos de
tratamento estão sendo pesquisados e lançados no mercado. A dermato funcional é um
ramo da fisioterapia que tem evoluído relativamente rápido em relação às outras
especialidades que o fisioterapeuta pode optar por exercer, sendo um ponto positivo
para a classe como um todo.
Podemos afirmar que a intervenção fisioterapêutica atuando no pós-operatório da
abdominoplastia reduz significativamente a resposta do tempo cicatricial, edemas,
processos inflamatórios comuns da cirurgia, é eficaz na drenagem tecidual, condições
agudas e crônicas entre muitas outras. Em relação às complicações que geralmente
afetam os pacientes que passam por esse procedimento cirúrgico e que podem ser
tratadas com êxito pela fisioterapia dermato funcional podemos citar deiscências,
seromas, fibroses, infecções na cicatriz cirúrgica, hematomas, necrose de retalho
abdominal, epidermólise, assimetrias e retrações.
Finalizando, podemos concluir que os objetivos da pesquisa foram alcançados mesmo
com toda a escassez de referências bibliográficas que norteiam o tema apresentado. O
que pode ser motivador e gerador de novas temáticas elevando o nome da fisioterapia
nesta modalidade de tratamento.
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