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Pré e Pós-Operatório

de Cirurgia Plástica
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura

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EXPEDIENTE

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos
Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis
Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

FICHA CATALOGRÁFICA

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.


Núcleo de Educação a Distância. KASHIWAKURA, Priscilla Hellen
Martinez Blanco.

Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Plástica.


Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura.

Maringá - PR.: Unicesumar, 2021.Reimpresso em2023.


104 p.
“Graduação - EaD”.

1. Cirurgias 2. Plásticas 3. Saúde. EaD. I. Título.

Impresso por: CDD - 22 ed. 617.95 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Diretoria de Design Educacional
ISBN 978-65-5615-345-2
Equipe Produção de Materiais

Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Fotos: Shutterstock

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BOAS-VINDAS

Neste mundo globalizado e dinâmico,


nós trabalhamos com princípios éticos
e profissionalismo, não somente para Tudo isso para honrarmos a nossa missão,
oferecer educação de qualidade, mas que é promover a educação de qualidade
nas diferentes áreas do conhecimento,
também, acima de tudo, gerar a conversão
formando profissionais cidadãos
integral das pessoas ao conhecimento. que contribuam para o desenvolvimento
Baseamo-nos em quatro pilares: intelectual, de uma sociedade justa e solidária.
profissional, emocional e espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990,
com dois cursos de graduação e 180
alunos. Hoje, temos mais de 100 mil
estudantes espalhados em todo o Brasil,
nos quatro campi presenciais (Maringá,
Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e em
mais de 500 polos de educação a distância
espalhados por todos os estados do Brasil
e, também, no exterior, com dezenas de
cursos de graduação e pós-graduação. Por
ano, produzimos e revisamos 500 livros e
distribuímos mais de 500 mil exemplares.
Somos reconhecidos pelo MEC como uma
instituição de excelência, com IGC 4 por
sete anos consecutivos e estamos entre os
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos
educadores soluções inteligentes para as
necessidades de todos. Para continuar
relevante, a instituição de educação precisa
ter, pelo menos, três virtudes: inovação,
coragem e compromisso com a qualidade.
Por isso, desenvolvemos para os cursos
híbridos, metodologias ativas, as quais
visam reunir o melhor do ensino presencial
e a distância.

Reitor
Wilson de Matos Silva
MINHA HISTÓRIA
MEU CURRÍCULO

Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashi-


wakura
Olá, aluno (a), eu atuo como professora
dos cursos na área da Saúde da Unice-
sumar, há doze anos, e esta atividade
profissional sempre foi um plano meu,
mas um plano futuro, sabe? Aquele que
a gente acha que vai acontecer depois
de ter a família formada, um carro, uma
casa e um cachorro. Entretanto, nem
tudo que planejamos ocorre da forma
ou no momento em que esperamos,
por isso, contarei um pouco da minha
história para você. Além de ser profes-
sora, sou fisioterapeuta de formação.
Quando saí da faculdade, tinha a cer-
teza de que trabalharia com ortopedia,
mas não foi bem isso que aconteceu:
fui trabalhar com fisioterapia cardior-
respiratória e com a área da estética.
Aqui você pode Nesta altura, eu me apaixonei pela área
conhecer um da estética e pelos equipamentos e sou
pouco mais sobre muito grata a essa área, porque dela me
mim, além das vieram as melhores oportunidades pro-
informações do fissionais. Depois de formada, descobri
meu currículo. um problema cardíaco grave e fiz uma
cirurgia, que me resultou em quase dois
anos fora do mercado de trabalho, no
auge da minha carreira. Nesse momen-
to, tive muito medo de não conseguir
trabalhar com a área da fisioterapia e
com a dermato-funcional por conta do
esforço físico e resolvi me aventurar na
acupuntura. Confesso que o começo foi
muito difícil, pois se tratava de outro tipo
de medicina, mas hoje sou acupuntu-
rista, atuo na área e posso afirmar que
esta formação abriu meu campo de vi-
MINHA HISTÓRIA
MEU CURRÍCULO

são profissional sobre os clientes que


passam pelos meus cuidados. Costumo
dizer que sou uma fisioterapeuta muito
melhor depois da acupuntura. Além da
acupuntura, tenho a especialidade de
osteopatia, alguns amigos(as) e clientes
dizem que tenho “olhos nas mãos”, e esta
capacidade de ver o organismo como
um todo e a facilidade em fazer a leitura
biológica do tecido veio da osteopatia:
uma técnica manipulativa e manual. Nas
horas vagas, amo fazer atividade física
ao ar livre, na verdade, eu queria mui-
to ser corredora amadora de rua, mas
confesso que, depois que me aventurei
na maternidade, ainda não consegui co-
locar em prática, prefiro consumir meu
tempo livre com minha pequena e mi-
nha família. Isso mesmo que você está
lendo, sou professora, sou profissional,
sou esposa, sou mãe, sou filha, sou irmã,
sou cunhada, sou tia, sou dona de casa
e amo ser masterchef nas horas que me
sobram, pois isso é uma coisa que relaxa
minha família: ter comida boa, um bom
vinho, uma boa companhia. Costumo
dizer que sou uma mulher agraciada por
Deus. Digo, pois, em minha vida, não
falta nada! Tenho muitos perrengues e
lutas, mas o sopro de vida de Deus e as
esperanças se renovam a cada manhã
em minha vida pessoal, profissional e
familiar. Por isso, agradeço a Deus pela
oportunidade de poder me apresentar
a você, por meio deste livro e agradeço
pela oportunidade de poder compar-
tilhar com você meus conhecimentos
sobre Eletroterapia, Equipamentos, Tec-
nologia, Protocolos de tratamentos etc.
RECURSOS DE
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PENSANDO JUNTOS: ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar


e transformar. Aproveite este momento!

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termos e palavras-chave do assunto discutido, de forma mais objetiva.

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CAMINHOS DE
APRENDIZAGEM
PROVOCAÇÕES INICIAIS
9

PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA PLÁSTICA

1 13 2 39

Cirurgias Plásticas Trauma Cirúrgico

3 57 4 75

Abordagem Estética Abordagem Estética


Pré-operatória Pós-Operatória
PROVOCAÇÕES

INICIAIS
PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA PLÁSTICA

Olá, aluno (a), que alegria receber você para mais uma disciplina, e em nosso caso, para a disciplina de
Pré e Pós-Operatório. Assim que iniciei minha carreira na estética, tive o prazer de trabalhar, diretamen-
te, com um cirurgião plástico, e me apaixonei por esta área. Da mesma forma, espero passar não só o
conhecimento, mas toda a minha gratidão pela área e fazer com que você se apaixone também.
Vamos iniciar nossa viagem?
Imagine você trabalhando com o atendimento estético de Cirurgias Plásticas Estéticas. Você realiza abor-
dagens terapêuticas desde o período pré-operatório até a alta final do paciente, você realiza até a abor-
dagem imediata, ainda no ambiente hospitalar.
Você acaba de receber em seu consultório a seguinte paciente:
“A.L.R.N.B, 21 anos, previamente, hígida, submeteu-se à cirurgia estética nasal e lipoescultura em dorso,
flanco e abdômen, com injeção de gordura em região glútea, há cinco dias. A técnica úmida foi a utiliza-
da na lipoescultura, sendo retirados, aproximadamente, cinco litros de gordura, e reinjetado cerca de
um litro (após lavagem com solução fisiológica), em região glútea. No dia da avaliação estética, ela havia
acabado de passar por seu cirurgião plástico, que realizou a revisão da cirurgia, as retiradas de suturas
e deu liberação para procedimentos estéticos, como a drenagem linfática. Não apresentava equimoses
ou quaisquer alterações ao exame físico”.
Quais procedimentos você faria nesta paciente? Qual é o período do pós-operatório em que a paciente se
encontra? É importante questionar sobre a execução de procedimentos estéticos pré-cirúrgicos? Existe
alguma orientação domiciliar importante neste período? Você se sente habilitado (a) para atender esta
paciente, sem dúvidas, receios ou incertezas?
Talvez, você diga que sim. E isto é ótimo! Então, trabalharemos juntos (as) para aprimorar ainda mais seus
conhecimentos e suas habilidades. Agora, se, porventura, respondeu que não, não tenha vergonha nem
medo. Você está aqui, justamente, para isso: apreender, aprimorar-se e se habilitar, e me sinto honrada
de acompanhar você neste caminho.
A primeira coisa importante que precisamos salientar é a demanda por procedimentos estéticos invasivos,
como as cirurgias plásticas estéticas. A procura por procedimentos que melhorem e corrijam defeitos ou
imperfeições estéticas tem aumentado, progressivamente, devido, principalmente, às novas técnicas cirúr-
gicas e maior aceitação social. Entre os procedimentos mais realizados no Brasil estão as cirurgias de ma-
mas (aumento ou redução), a lipoaspiração, a abdominoplastia e as cirurgias faciais de rejuvenescimento.
Portanto, os profissionais envolvidos durante todo o processo de atendimento, recepção, avaliação, procedi-
mento e alta, devem ter o conhecimento teórico e prático de todos os fatores fisiológicos que ocorrem frente
a um procedimento invasivo. É de suma importância que eles trabalhem em equipe e que a abordagem
estética seja reconhecida como necessária tanto quanto as abordagens médicas, ou seja, você tem tanta
responsabilidade quanto o próprio cirurgião. Portanto, estude, aprenda e se especialize. Busque sempre mais.
PROVOCAÇÕES

INICIAIS
PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA PLÁSTICA

Para que ocorra o sucesso dos procedimentos cirúrgicos, o médico cirurgião plástico deve entender qual
é a melhor técnica e qual é a melhor forma de agir em cada indivíduo, sempre buscando a harmonização
facial e corporal, pois a forma que ele escolher para realizar a abordagem pode acarretar diversas con-
sequências. Já o profissional da estética, ou seja, você, deve direcionar seu conhecimento e seu foco de
ação para as técnicas e os recursos utilizados durante as abordagens pré e pós-operatórias, e é de sua
responsabilidade escolher quais recursos elétricos utilizar, qual técnica manual utilizar, qual ativo cos-
mético associar para que auxilie este tecido traumatizado ou este organismo em desequilíbrio biológico
a encontrar os melhores meios para cicatrização e reabilitação.
A avaliação pré-operatória e a abordagem estética pré-operatória são a chave para a realização de um
procedimento cirúrgico seguro, e isso inclui o conhecimento anatomofisiológico minucioso bem como a
decisão sobre a técnica mais adequada para cada paciente. E não menos importante, vem a abordagem
pós-operatória, que, quando realizada de forma precisa e segura, garante o sucesso do resultado tanto
para o paciente quanto para os profissionais envolvidos.
Se eu pedisse para você fazer uma receita bem saborosa e gostosa, quais passos você realizaria? Pro-
vavelmente, separaria os ingredientes, os utensílios, a forma entre outros e, depois desta preparação
prévia, realizaria a receita, colocando-a no fogo ou no forno.
Ok! Mas nós sabemos que, quando queremos fazer algo saboroso, com carinho e capricho, não ficamos
somente na receita, pois escolhemos um prato bonito, arrumamos uma mesa acolhedora para encantar
os olhos também. E, talvez, o processo não acabe aqui, também, você queira escolher uma bebida para
harmonizar, uma música ambiente.
Conseguiu se enxergar nesta situação?
Quando trabalhamos com a área de Pré e Pós-operatório, também, temos estas etapas de preparação:
existe a abordagem pré-operatória que preparará o paciente, o cuidador e o organismo para o procedi-
mento cirúrgico em si; depois temos a etapa do pós-operatório, imediata, intermediária e a tardia, e para
cada fase existe um recurso, uma técnica mais indicada, e isto precisa ser respeitado. Existem as etapas
das medicações, das placas cirúrgicas, das malhas compressivas etc. É um misto de coisas a serem feitas,
cada qual em seu tempo, para que o sucesso final seja alcançado. Assim como alcançamos a arte de servir
algo saboroso, com carinho e lindo aos olhos.
PROVOCAÇÕES

INICIAIS
PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA PLÁSTICA

No sentido de fazer com que você relembre todas as técnicas, os recursos e os procedimentos estéticos
que você já domina e os alinhar à abordagem estética pré e pós-operatória, convido você, neste momen-
to, a utilizar o espaço do Diário de Bordo a seguir e listar todos os procedimentos estéticos que você já
realiza ou domina. Depois que você fizer isso, pegará uma caneta marca texto ou uma caneta normal de
outra cor que você já utilizou, inicialmente, e sublinhará, entre todas as técnicas que já faz, quais delas
usaria na abordagem estética pré e pós-operatória.
Não tenha medo de errar, faça o exercício, tire todas as técnicas de que você tem conhecimento e, depois,
sublinhe só as que acha que podem ser usadas.
A cirurgia é o ramo da medicina especializada no tratamento de deformidades, lesões ou doenças exter-
nas ou internas, realizadas por meio de cirurgias e, também, no tratamento de imperfeições estéticas. No
contexto das possibilidades cirúrgicas desta área, encontra-se a cirurgia plástica, que tem por finalidade
a reconstituição artificial de uma parte do corpo ou face. Este procedimento é dividido em cirurgia repa-
radora e estética, tendo a primeira a finalidade de recuperar a função e restaurar a forma ocasionada
por uma enfermidade, um traumatismo ou um defeito congênito; e a segunda corrigir queixas estéticas.
Atualmente, o Brasil apresenta-se como um dos campeões mundiais em números de cirurgias estéticas, e
são realizadas, por ano, mais de 600.000 cirurgias plásticas, entre elas, 59%, exclusivamente, estéticas, de
acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Isto coloca o Brasil como uma referência quanto
ao assunto cirurgia estética.
A busca por procedimentos cirúrgicos vem aumentando, no geral, no público masculino, de forma cres-
cente, a cada ano, no entanto ainda é o sexo feminino que compõe quase a totalidade dos números de
cirurgias, e os procedimentos mais procurados abrangem lipoaspiração, prótese e redução mamária,
plástica de abdômen e rejuvenescimento da face. A atuação do esteticista é complementar a cirurgia
plástica conforme orientações dadas pelo cirurgião, buscando oferecer apoio e orientação para o/a pa-
ciente, usando técnicas e recursos estéticos e da cosmética para acelerar este processo de recuperação.
Você se sente preparado para atender a esta demanda, atender este público alvo da área da estética? É
justamente para o/a auxiliar na construção deste conhecimento teórico prático que estou aqui. E, ao final
desta disciplina, tenho a certeza de que você se sentirá mais seguro/a e preparado/a para se aventurar
na abordagem estética de cirurgias plásticas.
PROVOCAÇÕES

INICIAIS
PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA PLÁSTICA

Já sei que você realizou a reflexão anterior e sublinhou, ou circulou, as técnicas que você já realiza em seu
dia a dia, portanto, depois se mexer nas caixas do conhecimento, acredito que você terá mais condições
de responder nosso caso clínico inicial desta conversa.
Para relembrar, era sobre a A.L.R.N.B, 21 anos, previamente hígida, que se submeteu à cirurgia estética
nasal e à lipoescultura em dorso, flanco e abdômen, com injeção de gordura em região glútea, há cinco
dias. Liste cinco procedimentos indicados para esta cliente, no momento em que ela se encontra, no
pós-operatório:
1. 
2. 
3. 
4. 
5. 

Preparado (a) para estudar sobre a abordagem estética nos períodos pré e pós-operatório de cirurgias
plásticas estéticas?
1 Cirurgias Plásticas
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura

OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM

Olá, aluno(a), seja bem-vindo(a) ao nosso primeiro ciclo de aprendizagem


do livro Pré e Pós-Operatório de Cirurgias Estéticas, em que trabalharemos o
conceito de cirurgia; discutiremos a importância da ditadura da beleza e a
busca pelos procedimentos cirúrgicos estéticos; falaremos sobre os tipos
de cirurgias plásticas (estéticas e reparadoras) e as relacionaremos com as
indicações estéticas. Desta forma, você terá todo o conhecimento teórico
da cirurgia plástica para fundamentar seus futuros protocolos terapêuticos.
Pense em você, esteticista de sucesso, e em um paciente:
Paciente, 19 anos, sexo feminino, teve perda de peso ponderal, no último ano, pois se encontrava
em obesidade e decidiu buscar sua ajuda como profissional em estética, em sua clínica de estética. Em
sua avaliação, você pode analisar a presença de gordura localizada de forma generalizada e localizada
em abdômen, flancos, culote e costas, flacidez mista em abdômen e flacidez tissular em braços e co-
xas. Diante das alterações estéticas diagnosticadas por você nesta paciente, eticamente, propõe a ela a
necessidade de uma avaliação com um cirurgião plástico, pois algumas alterações não serão possíveis
de serem resolvidas somente por procedimentos estéticos.
Neste caso, quais seriam os procedimentos cirúrgicos mais indicados?
Por que você indicaria esta paciente a consulta com um (a) cirurgião plástico?
Sabemos que, na estética corporal e na estética facial, também, possuímos uma vasta gama de
recursos e procedimentos que são eficientes e indicados para a recuperação tecidual para a melhora
da elasticidade e firmeza da pele e para o fortalecimento muscular. Ou seja, teríamos procedimentos
indicados para as queixas da nossa paciente modelo, porém faz parte do nosso trabalho e da nossa
responsabilidade ética e profissional sermos realistas e verdadeiros com os pacientes.
Neste caso modelo citado, poderíamos trabalhar com os recursos elétricos, manuais, cosméticos para
melhorar todas as disfunções estéticas apresentadas, mas diante da flacidez tissular apresentada pela
perda de peso ponderal, talvez, nossos procedimentos não seriam suficientes. Aí entra nossa respon-
sabilidade profissional de indicar nosso paciente a outro profissional e, desta forma, posteriormente,
dar continuidade aos nossos procedimentos estéticos.
Talvez, você possa pensar que se indicar seu(sua) paciente a outro profissional, ele(ela) poderá aban-
donar seu tratamento, e você não quer perdê-la (o). Não pense assim. Paciente bem atendido, orientado e
empoderado de conhecimento a respeito de suas queixas, sempre volta. E, neste caso, dará continuidade
aos protocolos estéticos, e ainda dará início ao seu acompanhamento pré-operatório e no pós-operatório.
Como poderemos instruir nosso(a) paciente e orientá-lo(a) aos melhores e mais indicados pro-
cedimentos estéticos e procedimentos cirúrgicos, pensando em disponibilizar informações que são
coerentes com suas disfunções estéticas?
Então, isso dependerá da queixa estética da(o) paciente e de qual é o seu objetivo futuro. Precisamos
aprender a avaliar e escutar o que nossos(as) pacientes querem nos mostrar e respeitar a opinião deles(as).
Experimente imaginar o seguinte:
Quando iniciamos uma receita, geralmente, para elaborarmos um prato salgado, iniciamos com os
ingredientes e temperos mais básicos da cozinha, como óleo, cebola, alho, etc. Mas como usar a cebola?
Qual corte fazer? Cortar a cebola não é tarefa fácil, além de nos fazer chorar, ela é escorregadia, vários
cortes diferentes que interferem no tempo de cocção, na apresentação do prato final e no sabor da receita.
Convido você a pegar uma cebola e cortá-la ao meio. Se fosse fazer um arroz soltinho, qual corte
faria? E se fosse um hambúrguer? E se fosse para acompanhar o molho de uma carne assada que você
gostaria que ficasse à vista? Julienne, fatias, brunoise? A resposta é: Depende da receita. Desta mesma
forma é na estética. O procedimento cirúrgico plástico mais indicado para a(o) paciente, dependerá da

14
UNIDADE 1

disfunção estética e do objetivo individual de cada paciente/cliente. E o procedimento cirúrgico esco-


lhido, interferirá no tempo de recuperação clínica do(a) paciente bem como no resultado final (visual).
E você, esteticista, terá papel fundamental para que todo esse processo tenha resultado posi-
tivo e seja um sucesso, pois, dependendo da nossa abordagem, podemos reabilitar o organismo
corretamente, ou prejudicar a reabilitação dos procedimentos cirúrgicos realizados.
Aí, caro aluno (a), você pode me falar: “Professora, não acredito que você relacionou cirurgias
plásticas com a cebola?” E eu respondo: Claro que sim, pois a escolha do procedimento cirúrgico ou a
forma que ele será realizado interferirá na reabilitação e em nossa abordagem terapêutica estética, da
mesma forma que a maneira como for realizado o corte com a cebola no prato escolhido.
Neste momento, convido você a utilizar seu conhecimento prévio a respeito das cirurgias esté-
ticas e indicações das mesmas. Para esta atividade, peço que utilizem o campo a seguir do Diário
de Bordo para responder este questionamento:
1)Quais cirurgias você indicaria para a cliente modelo? 2) Qual cirurgia você indicaria para pacien-
te com flacidez tissular facial com aumento de bolsa palpebral? 3) Qual cirurgia você indicaria para
paciente com Fibro Edema Geloide grau IV com fibrose pontual?

DIÁRIO DE BORDO

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O campo de trabalho em pré e pós-operatório em cirurgias plásticas na área da estética vem crescen-
do e evoluindo muito. Nos últimos tempos, estamos experimentando inovações tecnológicas desde a
realização da técnica cirúrgica até o atendimento ambulatorial estético dos indivíduos submetidos a
cirurgias nesta área (SBCP, [2020]; MOHABIR, 2018).
Diante deste crescimento, há uma demanda de mercado, e me atrevo dizer que esta necessidade é
imediata, ou seja, os profissionais da área da estética que gostam ou querem trabalhar e se dedicar a esta
área de trabalho precisam se aperfeiçoar, atualizar-se, estudar e aprimorar suas técnicas terapêuticas para
que, desta forma, possam acompanhar as inovações das cirurgias plásticas (BORGES, 2015; MANG, 2010).
Quer um exemplo prático: até anos atrás, só tínhamos um procedimento cirúrgico estético capaz
de reduzir gordura abdominal e desenhar a musculatura abdominal que era a abdominoplastia. Hoje,
temos a técnica de lipoaspiração 3D e 4D, que visa à retirada de gordura localizada de forma que dese-
nhe o contorno muscular, sem necessidade de retirar tecido epitelial (BORGES, 2015; MANG, 2010).
Pensando no caso proposto neste ciclo, poderíamos, facilmente, listar várias técnicas cirúrgicas que
poderiam ser utilizadas para esta paciente, felizmente, este trabalho de escolha é do cirurgião plástico, que
possui a responsabilidade de avaliar e determinar qual técnica cirúrgica utilizará para garantir um corpo
harmônico e saudável de acordo com os desejos futuros da paciente (SBCP, [2020]; MOHABIR, 2018).
Dessa forma, você pode estar pensando, então, por que preciso saber sobre cirurgia, técnicas
cirúrgicas e indicações? Porque você tem responsabilidade em atender esta paciente antes e depois
do procedimento, e a escolha do cirurgião implicará a escolha de seus protocolos, bem como os re-
cursos utilizados poderão intervir nos resultados do cirurgião. O trabalho deve ser em equipe. Você
passará a maior parte do tempo com esta paciente, portanto, tem a responsabilidade da qualidade
de informações que dirá a ele(a), tem responsabilidade no empoderamento de seu(sua) cliente, tem
responsabilidade na manutenção da tranquilidade e calma de seu(sua) cliente, e isso exige muita
responsabilidade (BORGES, 2015; GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Costumo dizer aos alunos, e agora tenho enorme prazer de dizer a você, que trabalha com a área
voltada às cirurgias plásticas estéticas, que este é um dos campos de atuação de maior reconhecimento
profissional, e a área em que visualizamos o poder de nossas mãos e técnicas. Neste âmbito, você tem
a oportunidade de ver a reabilitação de um organismo, tem a oportunidade de reabilitar o sistema
linfático, tem a oportunidade de visualizar a cicatrização tecidual e o restabelecimento da saúde e da
autoestima de um indivíduo (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Para adentrarmos o conteúdo das cirurgias estéticas, espero ter esclarecido o quão importante é
seu papel neste processo e que é maravilhoso poder trabalhar este conteúdo com você. Primeiramente,
desenvolveremos o conceito de cirurgia, palavra que vem do grego “cheirourgikē” e do latim chirur-
giae, também chamada de procedimento cirúrgico médico. São procedimentos nos quais o cirurgião
realiza uma intervenção manual ou instrumental no corpo do paciente para diagnosticar, tratar ou
curar doenças ou traumatismo, ou para melhorar a funcionalidade ou a aparência de parte do corpo
(SBCP, [2020]; MOHABIR, 2018; REZENDE, 2009).

16
UNIDADE 1

Nesta obra, você terá conteúdo sobre os procedimentos cirúrgicos


da cirurgia plástica, tanto os procedimentos estéticos como os pro-
cedimentos reparadores.

A realização de técnicas cirúrgicas na saúde ou na correção de alterações no organismo humano,


desde a Antiguidade até atualmente, teve aprimoramentos em suas técnicas, tempo cirúrgico,
anestesia, formas de antissepsia, técnicas estéticas da abordagem trans e pós operatório (SBCP,
[2020]; MOHABIR, 2018; REZENDE, 2009).
A prática cirúrgica é uma área de extensos cuidados, pois, em alguns procedimentos cirúr-
gicos, o tecido, como um abscesso ou um tumor, é removido, em outros, bloqueios são abertos,
ou artérias e veias são conectadas em novos locais para fornecer fluxo sanguíneo adicional para
áreas que não o recebem em quantidade suficiente. Ou seja, as abordagens terapêuticas realizadas,
antes e após o procedimento cirúrgico, podem auxiliar ou prejudicar a execução e o resultado dos
mesmos (SBCP, [2020]; MOHABIR, 2018; REZENDE, 2009).
Para a execução de procedimentos cirúrgicos, conta-se com uma equipe totalmente preparada
para tal procedimento. Geralmente, neste grupo de trabalho, encontramos o médico cirurgião
responsável ou cirurgião chefe; o cirurgião assistente; o médico anestesista; o enfermeiro; o
técnico de enfermagem e o instrumentador cirúrgico. O esteticista pode assistir o procedimento
quando autorizado pelo médico chefe e pelo paciente e pode acompanhar de perto todo o pro-
cedimento antes, intra e pós-operatório. Há médicos que nos preferem perto e, até mesmo, nos
liberam para atendimento hospitalar e imediato deste paciente, como há, também, profissionais
médicos que prefere que o esteticista entre em cena após a retirada dos pontos. Portanto, nossa
abordagem dependerá da relação entre profissionais e da postura e do procedimento médico
(SBCP, [2020]; MOHABIR, 2018; REZENDE, 2009).
Vale a pena ressaltar, neste momento, que devemos nos posicionar, ética e corretamente, em
todos os nossos procedimentos terapêuticos. Portanto, aconselho você, futuro(a) profissional,
a estudar, aprofundar-se naquilo que fará, saber, realmente, o que está fazendo e quais são suas
responsabilidades. Aconselho a você dar a cara a tapa, marcar conversa com os cirurgiões, apresen-
tar-se, levar currículo, mostrar seu conhecimento, fazendo tudo com destreza e capricho, assim, o
reconhecimento virá (GUIRRO; GUIRRO, 2004; BORGES, 2015; LACRIMANTI; GORETTI, 2014).

17
UNICESUMAR

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) define cirurgia plástica como especiali-
dade médica que busca a reconstrução estrutural de regiões faciais e corporais que apresentam
alteração em sua forma (procedimentos cirúrgicos estéticos) ou função (procedimento cirúrgico
reparador). A cirurgia plástica estética é utilizada, principalmente, para melhorar a aparência
do corpo e a autoestima do paciente, enquanto a cirurgia plástica reparadora tem por objetivo
priorizar a melhor função do segmento (SBCP, [2020]).
As técnicas da cirurgia plástica reparadora atua, atualmente, no tratamento de sequelas de
quei-maduras, patologias cirúrgicas da mão, reconstrução de deformidades das mamas,
reconstruções pós-ablações cirúrgicas oncológicas, deformidades do complexo
craniomaxilofacial, transplantes microcirúrgicos e tratamento de feridas agudas e crônicas,
entre outras (SBCP, [2020]).
O que é beleza para você? Será que para ser feliz é preciso ter o abdômen desenhado, ou
uma reconstrução mamária? Pergunta difícil, né? Se eu fosse responder, diria: Depende. Às
vezes, al-gumas mudanças são necessárias, outras usamos, por causa da ditadura da beleza, para
justificar nossa insatisfação (RIBEIRO; SILVA; KRUSE, 2009).
Já que tocamos neste assunto, discutiremos um pouco a respeito desta ditadura
da beleza. Aproveitando aqui para relembrar você que nossa paciente modelo deste
ciclo de aprendizagem perdeu peso, possui flacidez tissular e muscular e gordura
localizada. Ouso dizer que, diante das alterações listadas, possivelmente, ela estava fora
dos padrões atuais de beleza, que é ser magro e malhado, ter a pele facial lisa, clara e
sem rugas ou marcas do envelhecimento (RIBEIRO; SILVA; KRUSE, 2009;
LACRIMANTI; GORETTI, 2014; BOGGIO; ALMEIDA; BAROUNDI, 2011).
Se pensarmos nesta procura pelo corpo perfeito e pelo apelo ofertado pela mídia para os
pro-cedimentos estéticos e cirúrgicos nesta área, está de acordo com dados demonstrados
pela So-ciedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), mostrando que, em 2017,
houve um crescimento de 5% nos procedimentos cirúrgicos estéticos, e o Brasil ocupa lugar
entre os cinco países onde se realiza-se mais procedimentos estéticos cirúrgicos (RIBEIRO;
SILVA; BRUSE, 2009; LACRIMANTI; GORETTI, 2014; BOGGIO; ALMEIDA; BAROUNDI,
2011).

Nesta obra, você terá acesso a conteúdo de ponta sobre a ditadura


da beleza e sobre o impacto da mídia sobre a imposição do corpo
perfeito e sobre o impacto que esta cobrança gera na vida das mu-
lheres e nas pessoas em geral. Super recomendo como leitura inicial
da disciplina de pré e pós-operatório.

18
UNIDADE 1

Dados de 2017 revelam que os procedimentos mamários continuam sendo o procedimento estéti-
co mais popular, com 1.677.320 procedimentos, seguido por lipoaspiração, que registrou 1.572.680
procedimentos, e blefaroplastia, com 1.346.886 intervenções. O procedimento cirúrgico que sofreu a
maior queda no mesmo ano foi o contorno facial, que caiu 11%, para 98.003 intervenções, isto pode
estar relacionado ao aumento da procura por procedimentos estéticos invasivos não cirúrgicos, como
preenchimento e botox. Em relação ao sexo dos indivíduos que se sujeitam aos procedimentos estéticos
cirúrgicos, as mulheres continuam impulsionando a demanda por procedimentos estéticos, sendo
responsáveis por 86,4% dos procedimentos em todo o mundo (SBCP, [2020]).
Com todo este panorama, fica expressivo que os procedimentos estéticos ou plásticos estéticos são
os procedimentos mais realizados quando relacionados aos procedimentos cirúrgicos reparadores.
Entre os procedimentos cirúrgicos plásticos estéticos, encontram-se as cirurgias mamárias (aumento
e redução); lipoaspiração; lipoenxertia; abdominoplastia; lifting facial; blefaroplastia; rinoplastia; pró-
teses de silicone; otoplastia; mentoplastia. Lembrando que estes procedimentos são realizados para
correção de algum defeito ou queixa estética facial e ou corporal (RIBEIRO; SILVA; BRUSE, 2009;
LACRIMANTI; GORETTI, 2014; BOGGIO; ALMEIDA; BAROUNDI, 2011).
Já entre os procedimentos cirúrgicos reparadores, encontramos as cirurgias para remoção de cân-
cer de pele; reconstrução mamária; correção cirúrgica; correção de cicatriz; reconstrução tecidual por
queimadura; Dermolipectomia. Estas cirurgias são realizadas para a correção de má formação; recons-
trução tecidual devido a uma doença ou correção (RIBEIRO; SILVA; BRUSE, 2009; LACRIMANTI;
GORETTI, 2014; BOGGIO; ALMEIDA; BAROUNDI, 2011).

Nesta obra, você terá conteúdo sobre os procedimentos cirúrgicos


da cirurgia plástica, com objetivo de corrigir algum defeito estético
na face e no corpo.

Começaremos a aprofundar os tipos de cirurgias plásticas estéticas e começaremos pelo procedimento


mais realizado, as cirurgias de mamas (mamoplastia de aumento ou de redução). As cirurgias mamárias
têm por objetivo restaurar o padrão jovial e gracioso da mama, portanto, os objetivos vão da redução
do excesso de tecido glandular ao remodelamento do cone mamário, adequando tamanho, volume,
suspensão e a nova forma da mama. Neste caso, diversas técnicas são utilizadas para redução ou aumento,
e elas visam à manutenção da fisiologia da glândula e à garantia de boa forma a longo prazo, produzindo
as menores cicatrizes possíveis e mantendo a sensibilidade de todo o complexo mamário (Figura 1).

19
Para a realização desta cirurgia, o cirurgião leva em consideração a harmonia da mama em relação
ao corpo, observando a envergadura dos ombros, a estatura do paciente, a altura do tórax, a altura do
abdômen e a postura habitual do paciente. É uma técnica indicada a partir dos quinze anos de idade
e, acima dos trinta e cinco anos, deverá ser acompanhada de exames de mamografia. Lembrando que
tanto as mulheres como os homens podem realizar cirurgias mamárias (RIBEIRO; SILVA; BRUSE,
2009; LACRIMANTI; GORETTI, 2014; BOGGIO; ALMEIDA; BAROUNDI, 2011).

Descrição da Imagem: Esta ilustração possui dois quadros (A e B). No quadro da foto A, temos dois troncos femininos no tom rosa, o
primeiro com a mama pequena e o segundo com a mama aumentada pela colocação de prótese. No quadro da foto B, temos dois troncos
femininos no tom rosa, o primeiro com a mama grande e com ptose e o segundo com a mama reduzida.

MAMOPLASTIA DE AUMENTO
MAMOPLASTIA DE AUMENTO

MAMOPLASTIA DE REDUÇÃO
MAMOPLASTIA DE REDUÇÃO

Figura 1 – a) Mamoplastia de aumento; b) Mamoplastia de redução

• Mastoplastia redutora: é a cirurgia de redução das mamas, visando diminuir o volume e


moldar as formas.

20
UNIDADE 1

• Mastoplastia de aumento: é a cirurgia que utiliza o implante de próteses de silicone para


dar volume e forma às mamas.
• Mastopexia: é utilizada para corrigir a queda das mamas, sem, necessariamente, alterar o
volume (LACRIMANTI; GORETTI, 2014).

As cirurgias mamárias podem apresentar cicatrizes Periareolar; “T invertido”; em “L”; no sulco infra ma-
mário e região axilar. A localização destas cicatrizes depende da técnica cirúrgica escolhida. No caso da
mamoplastia de aumento, a localização dos implantes das próteses de silicone poderá ser Antero muscular
(em que a prótese ficará localizada entre a glândula mamária e o músculo peitoral), e retro muscular (em
que a prótese ficará entre o músculo peitoral e as costelas) LACRIMANTI; GORETTI, 2014) (Figura 2).

Descrição da Imagem: Esta ilustração possui três figuras da mama: a primeira é uma mama sem intervenção cirúrgica com as estruturas preser-
vadas; na figura dois há uma mama com a implantação da prótese em cima do músculo, e a terceira a colocação de prótese abaixo do músculo.

IMPLANTE IMPLANTE

IMPLANTE ABAIXO DA IMPLANTE ABAIXO DO


ANTES DA CIRURGIA
GLÂNDULA MAMÁRIA MUSCULO PEITORAL

Figura 2 - Posicionamento da prótese de silicone na mama

Entre as maiores complicações de mamoplastias, encontramos hematoma (acúmulo de sangue extravasado


em uma área traumatizada), infecção (contaminação microbiológica da região), rotura da pele (abertura
dos pontos), parestesias (perda da sensibilidade local) e contratura capsular (SANTOS, et al. 2010).
Já a cirurgia de lipoaspiração (Figura 3) é um procedimento cirúrgico no qual são removidas
as células de gordura localizada, com auxílio de cânulas introduzidas no tecido subcutâneo pelo
cirurgião, aspirando e removendo a gordura com a assistência de um aspirador. O objetivo desse
procedimento é melhorar o contorno corporal, mas não é um tratamento para a obesidade e não
substitui dieta balanceada e exercícios físicos.

21
Descrição da Imagem: Esta ilustração possui uma paciente deitada em procedimento cirúrgico de lipoaspiração, em seu corpo aparecem
as marcações realizadas para lembrar o cirurgião da região que precisa ser lipada e, na mão do cirurgião, aparece a cânula e a seringa
de aspiração com tecido gorduroso em seu interior.

Figura 3 - Técnica cirúrgica de lipoaspiração

A lipoaspiração, ou lipectomia assistida por sucção ou lipoplastia, foi, originalmente, introduzida


pelo cirurgião francês Yves Gerard Illouz, no início da década de 80, e continua sendo uma das mais
populares e eficaz técnica para o tratamento do contorno corporal, sendo a modalidade terapêutica
mais comumente empregada na cirurgia estética atual (ALMEIDA, 2010).
A lipoaspiração passou, nos últimos tempos, por várias inovações em termos tecnológicos, como
os equipamentos, fator que, juntamente ao treinamento dos cirurgiões, refinou o procedimento cirúr-
gico da lipoaspiração. Portanto, hoje, existem técnicas que utilizam soluções umectantes, avanços no
desenho, formato e materiais das cânulas e uso de tecnologias complementares, como a lipoaspiração
assistida por ultrassom, por pressão, por VASER (equipamento usado para lipo) e por laser (LACRI-
MANTI; GORETTI, 2014; ALMEIDA, 2010; ROHRICH; BERAN, FODOR, 1997; KHAUAM, 1987).
Além disso, com toda esta modernização da técnica cirúrgica, a lipoaspiração fez com que este
procedimento estivesse presente em quase todas as cirurgias plásticas e nas reparadoras também.
A seleção de cada uma delas depende da preferência do cirurgião, da área a ser tratada, do volume
aspirado previsto e do histórico prévio de lipoaspiração do paciente (LACRIMANTI; GORETTI,
2014; ALMEIDA, 2010; ROHRICH; BERAN, FODOR, 1997; KHAUAM, 1987).
A lipoaspiração assistida por sucção utiliza uma técnica em duas etapas (primeiro ocorre a infil-
tração por solução anestésica e vasoconstritora para, depois, aspirar a gordura). Nessa técnica, há um
trabalho mais físico por parte do cirurgião. A vantagem da lipoaspiração é facilidade de sua execu-
ção, cânulas mais maleáveis e décadas de experiência e resultados. Suas desvantagens incluem mais
dificuldade de execução em áreas fibrosas, principalmente, nas lipoaspirações secundárias (LACRI-
MANTI; GORETTI, 2014; ALMEIDA, 2010; ROHRICH; BERAN, FODOR, 1997; KHAUAM, 1987).

22
UNIDADE 1

A lipoaspiração assistida por lesão térmica (LACRIMANTI; GORETTI, 2014; ALMEIDA, 2010;
pressão, também conhecida por ROHRICH; BERAN, FODOR, 1997; KHAUAM, 1987).
vibrolipo, utiliza uma cânula com A lipoaspiração assistida por VASER emprega o uso de um
alimentação externa que varia de dispositivo ou um equipamento que utiliza ultrassom que trabalha
tamanho e flexibilidade e oscila com menos energia e mais eficiência. Como o sistema utiliza me-
em um movimento alternado de nos energia, há redução do componente térmico para os tecidos.
2-3 mm na taxa de 4000-6000 A sua execução cirúrgica é semelhante à lipoaspiração por pressão
ciclos/min. Seus defensores afir- e a com ultrassom (LACRIMANTI; GORETTI, 2014; ALMEIDA,
mam que esta técnica é melhor 2010; ROHRICH; BERAN, FODOR, 1997; KHAUAM, 1987).
para aspiração de grandes volu- A lipoaspiração assistida por laser envolve a inserção de uma
mes, áreas fibrosas e lipoaspiração fibra de laser por meio de uma pequena incisão cutânea. Utiliza-se
revisional. Como o movimento da neste procedimento comprimentos de ondas de 924/975 nm, 1064
cânula otimiza a quebra da gordu- nm, 1319/1320 nm e 1450 nm. Muitos destes dispositivos utilizam
ra, o procedimento costuma ter mais de um comprimento de onda durante o tratamento (ALMEI-
menor duração e exige menor es- DA, 2010; ROHRICH; BERAN, FODOR, 1997; KHAUAM, 1987).
forço do cirurgião que a Lipoaspi- Já a lipoenxertia é um procedimento de cirurgia plástica que é
ração tradicional (LACRIMAN- feito para harmonizar partes do corpo que causam insatisfação. O
TI; GORETTI, 2014; ALMEIDA, processo é simples e consiste em retirar a gordura localizada em uma
2010; ROHRICH; BERAN, FO- região por meio da lipoaspiração, tratá-la e aplicá-la em outra parte
DOR, 1997; KHAUAM, 1987). do corpo. Criada pelo médico colombiano Alfredo Hoyos, a lipoas-
Já na lipoaspiração assistida piração 3D (ou de alta definição) observada na Figura 4, tem como
por ultrassom, utiliza-se a ener- objetivo não só reduzir o volume de gordura do paciente (mantendo
gia ultrassônica para quebrar a os contornos naturais, como na lipo convencional), mas também
gordura, emulsificando-a e fa- esculpir o corpo da pessoa, destacando o volume muscular (ALMEI-
cilitando sua remoção assistida DA, 2010; ROHRICH; BERAN, FODOR, 1997; KHAUAM, 1987).
por sucção, com utilização de Descrição da Imagem: Esta ilustração apresenta o tecido gorduroso com a cânula de
cânulas de lipoaspiração tradi- lipoaspiração e, depois, o mesmo tecido com uma menor quantidade de gordura, ao lado
a silhueta de um corpo feminino.
cionais. Seu mecanismo de ação
é, prioritariamente, mecânico,
mas também ocorre cavitação e
alguns efeitos térmicos, poden-
do resultar em queimaduras
LIPOASPIRAÇÃO
cutâneas. Suas vantagens in-
cluem menor esforço cirúrgico,
melhores resultados em áreas
fibróticas e nos procedimentos
secundários. As desvantagens
incluem maior custo com equi- ANTES DEPOIS

pamento, incisões cirúrgicas,


ligeiramente, maiores, tempo
Figura 4 - Técnica de Lipoaspiração 3D ou Lipoaspiração de alta definição
operatório maior e o risco de

23
Para finalizar o leque de tipos hipotonia muscular com diástase e flacidez tissular (GUIRRO;
de técnicas de lipoaspiração GUIRRO, 2004; SILVA, 2012; CABRAL, 2011; GRANDIGER;
que encontramos, atualmen- ROSENFIELD; NAHAI, 2015).
te, na área de cirurgia plástica,
Descrição da Imagem: Esta ilustração possui fotografias de um abdômen feminino e o
encontramos a lipoabdomino- passo a passo da execução da técnica de abdominoplastia (I - marcação cirúrgica; II - in-
plastia cuja ideia geral é melho- cisão cirúrgica; III - retirada do retalho de tecido; IV - exposição do tecido muscular; V- pli-
cadura do reto abdominal (reto do abdome); VI - fechamento e reconstrução do umbigo).
rar o contorno do abdome, por
meio da plicatura da fáscia do
músculo reto abdominal e a re- ABDOMINOPLASTIA
moção do excesso de pele e da
gordura da região.
Na técnica de Abdomino-
plastia (Figura 5), teremos o
trabalho sob a gordura locali-
zada associada à flacidez, devi-
do a um processo de emagre-
cimento rápido ou por efeito
sanfona decorrente de uma
gravidez ou por uma diástase
do músculo do reto abdomi-
nal. Essa técnica consiste na
retirada de uma grande quan-
tidade de pele do segmento
corporal e da gordura da re-
gião inferior do abdome. Ela
pode ocorrer no abdômen por
completo (abdominoplastia
total), ou pode ocorrer somen-
te na face Ântero ou inferior
do abdômen (abdominoplastia
parcial) (GUIRRO; GUIRRO,
2004; SILVA, 2012; CABRAL,
2011; GRANDIGER; ROSEN-
Figura 5 - Técnica cirúrgica de Abdominoplastia no abdômen
FIELD; NAHAI, 2015).
Este tipo de cirurgia cor- O procedimento também conhecido como dermolipectomia ab-
responde a um conjunto de dominal é uma cirurgia plástica do abdome realizada sob anestesia
técnicas cirúrgicas realizadas peridural com sedação, podendo ser geral a critério da equipe cirúr-
de forma associada para a cor- gico-anestésica e normalmente dura em torno de 3 a 5 horas (GUIR-
reção abdominal, é indicada RO; GUIRRO, 2004; SILVA, 2012; CABRAL, 2011; GRANDTIGER;
para o abdômen em avental, ROSENFIELD; NAHAI, 2015).

24
UNIDADE 1

Os elementos de uma abdominoplastia bem-sucedida incluem o peso estável por mais de seis meses
e não excesso de peso, condição médica sem precedentes, bom estado psicológico, hábitos de vida sau-
dável com prática de exercício regular, dieta razoável e não fumar ou não consumo de álcool em excesso,
apresentar ausência de múltiplas cicatrizes abdominais e ausência de Protrusão abdominal (GUIRRO;
GUIRRO, 2004; SILVA, 2012; CABRAL, 2011; GRANDTIGER; ROSENFIELD; NAHAI, 2015).
Entre as complicações mais comuns neste tipo de cirurgia, está o hematoma (acúmulo de sangue
extravasado em uma área traumatizada), infecção (contaminação microbiológica da região), sero-
ma (acúmulo de líquido infeccioso ou não em uma região) e necroses (morte tecidual). De forma
tardia, ainda podem ocorrer irregularidades da superfície, hipoestesias (perda da sensibilidade) e
alterações cicatriciais (LACRIMANTI; GORETTI, 2014).
A técnica de lifting facial, ou ritidoplastia, (Figura 6) é uma técnica cirúrgica facial para reju-
venescimento da face em um indivíduo com sinais e aparência envelhecida. Sabemos que a pele
da face é o que mais evidencia o envelhecimento precoce, porém as características da pele facial
favorecem uma recuperação em qualquer tipo de agressão (LACRIMANTI; GORETTI, 2014;
GUIRRO; GUIRRO, 20014). Nesta técnica cirúrgica, um aspecto bem importante é o trabalho rea-
lizado sobre o SMAS (Sistema Músculo Aponeurótico Superficial), que faz a sustentação muscular
da pele da face e possui papel fundamental na cirurgia de rejuvenescimento (MONTEDONIO et
al., 2010; LACRIMANTI; GORETTI, 2014).
A primeira descrição ci-
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos uma face de uma mulher recebendo a pre-
rúrgica de lifting facial foi paração de marcação prévia para a realização do lifting facial cirúrgico.
em 1917, e, nesta técnica, o
cirurgião retira excesso de
pele, realiza plicaduras do
plastima, faz elevação do
SMAS e lipoaspiração da face
e papada. A cirurgia dura, em
média, de uma a três horas.
A incisão clássica começa no
cabelo, na região temporal,
adentra a região facial, se-
guindo para a parte anterior
do trago da orelha e acaba no
cabelo novamente (MONTE-
DONIO et al., 2010; LACRI-
MANTI; GORETTI, 2014). Figura 6 - Técnica cirúrgica de Lifting facial ou Ritidoplastia

As complicações mais comuns são hematomas, lesão cutânea, lesão nervosa, alopecia traumática,
cicatrizes, pigmentação e dor (LACRIMANTI; GORETTI, 2014).
A técnica de blefaroplastia (Figura 7) é o procedimento cirúrgico para correção de excesso de
pele palpebral, em casos de ptose da pálpebra. A técnica consiste em anestesia local, o excesso de

25
pele é retirado acima do sulco palpebral superior, e a retirada da bolsa gordurosa da pálpebra in-
ferior é realizada por uma incisão transconjuntival. Neste tipo de cirurgia, podem ocorrer edemas,
contratura cicatricial, retração da pálpebra, olhos secos, assimetria da pálpebra (PIMENTEL, 2006).
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos a face de uma mulher e o antes e depois da Blefaroplastia, demonstrando o rejuvenescimento
e a ausência de bolsa e ptose em pálpebra.

Figura 7- Antes e do depois da técnica de Blefaroplastia

A rinoplastia (Figura 8) é uma cirurgia de pequeno porte, que remodela a estrutura nasal tanto
óssea quanto a parte cartilaginosa, procurada por grande parte da população para melhorar a
estrutura do nariz e para acabar com a dificuldade quanto à respiração. É a técnica cirúrgica mais
antiga e hoje está cada vez mais refinada e aprimorada (BOGGIO; ALMEIDA; BAROUNDI, 2011).
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos o exemplo de um nariz e a sua correção do formato pela rinoplastia.

RINOPLASTIA

Figura 8 - Técnica de Rinoplastia

26
UNIDADE 1

Existem vários tipos de técnicas cirúrgicas: rinoplastia fechada; rinoplastia em forma de delivery,
chamada de alça de balde, em que se consegue ver um pouco mais as estruturas do nariz, libera
um pouco mais as cartilagens, mas não se faz uma incisão na columela; e a rinoplastia aberta,
que consegue ter completo controle das estruturas nasais, é a técnica mais moderna e mais
utilizada. Os pacientes que realizam a rinoplastia, geralmente, associam com outras cirurgias
estéticas (OHANA et al., 2011). Neste caso, as complicações incluem hemorragias, infecção,
irregularidade, queda da ponta nasal, protrusão nasal, deformidade em sela, atresia vestibular
e perda funcional (OHANA et al., 2011; LACRIMANTI; GORETTI, 2014).
A técnica de otoplastia (Figura 9) é descrita como cirurgia para correção das orelhas, princi-
palmente a correção das orelhas de abano, uma deformidade congênita frequente que acarreta
muito desconforto estético (LACRIMANTI; GORETTI, 2014).
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos uma face feminina com orelha de abano e a sua correção por meio da otoplastia posterior.

OTOPLASTIA

ANTES DEPOIS

Figura 9 - Técnica de otoplastia

A mentoplastia é o nome da cirurgia realizada para tratar a forma do mento, isto é, o queixo do
paciente (parte que envolve mandíbula, pescoço e o um terço inferior da face) seja para aumentá-lo
ou diminuí-lo. É usada para corrigir o retro posicionamento do queixo (Figura 10), e a anestesia,
neste caso, pode ser local, com ou sem sedação (LACRIMANTI; GORETTI, 2014).

27
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos a figura de uma face feminina com queixo retroposicionado em relação ao formato do rosto
e a sua correção através da mentoplastia.

Figura 10 - Correção do retroposicionamento do queixo pela mentoplastia

Diferentemente das técnicas descritas anteriormente, que estão dentro do leque da cirurgia plástica
estética, a cirurgia plástica reparadora tem como objetivo corrigir deformidades congênitas e/ou ad-
quiridas, devolver o formato, a estética e a funcionalidade da região operada, restabelecendo a forma
mais próxima possível do normal. No geral, as cirurgias reparadoras abrangem três grandes áreas (a
lábio palatal; reconstrução tecidual e as dermolipectomias pós bariátricos) (ASTON; STEINBRECH;
WALDE, 2011; WARREN, 2015; MANG, 2010).
A forma cirúrgica utilizada para a correção da fenda palatal (Figura 11) é a cirurgia voltada para
a correção das deformidades Craniofaciais, que são alterações congênitas que envolvem a região do
crânio e da face, destacando-se entre elas as lesões labiopalatais. As lesões ou fissuras labiopalatais
são caracterizadas por aberturas ou descontinuidade das estruturas do lábio e/ou palato. É uma
alteração de grande incidência e, atualmente, estima-se que, no Brasil, é um fissurado a cada 650
nascimentos (MIACHON; LEME, 2014; KLAASSEN; MAHER, 2020).
As fissuras palatais geram aspectos estéticos, funcionais e emocionais ao paciente e a toda famí-
lia, que impactam no desenvolvimento da vida. Esteticamente, ela acarreta a aspectos inestéticos
no semblante do indivíduo, e, quanto ao aspecto funcional, ela acarreta dificuldades na sucção,
deglutição, mastigação, respiração, fonação e audição do indivíduo. A criança fissurada começa a
falar com dificuldade e atraso (MIACHON; LEME, 2014; KLAASSEN; MAHER, 2020).

28
UNIDADE 1

Descrição da Imagem: Nesta figura, temos quatro figuras da região labial de uma crian-
ça, demonstrando a sequência da reconstrução labial por meio da cirurgia reparadora. As cirurgias de reconstrução
são utilizadas com bastante
força na recuperação de quei-
mados, em mulheres, após a
retirada de câncer de mama
e para correções de cicatrizes.
Em relação aos pacientes quei-
mados (Figura 12), a cirurgia
reparadora é indicada para
casos em que existem altera-
ções funcionais com perda do
aspecto estético da região ou da
função dos segmentos acometi-
dos pelas sequelas da queima-
dura (BORGES, 2015; LACRI-
Figura 11 - Correção de uma fissura labial e ou fenda palatal
MANTI; GORETTI, 2014)

Nesta obra, você terá conteúdo sobre pele, distúrbios estéticos, quei-
madura e procedimentos cirúrgicos da cirurgia plástica.

Descrição da Imagem: Nesta figura, temos a região peitoral de um homem, após a téc-
O tratamento cirúrgico reparador nica de debridamento tecidual para a retirada da pele queimada e acelerar a reparação
tecidual. Toda a região avermelhada é pele debridada.
das sequelas de queimaduras é
realizado de acordo com a profun-
didade e a extensão da queima-
dura e depende muito do estado
clínico do paciente. Os casos mais
graves podem necessitar de cirur-
gias com enxertos (usam-se fatias
finas de pele saudável do pacien-
te que são transferidas para a área
acometida) ou retalhos (transfe-
rência de pele e tecido irrigados
por artérias para a área acometida)
(BORGES, 2015). Figura 12 - Técnica de desbridamento utilizada na reconstrução de pele queimada

29
Já a reconstrução mamária (Figura 13) é uma cirurgia plástica reparadora, que pode ser realizada
após a retirada da mama em decorrência do tratamento contra o câncer. A grande maioria das
mulheres que passam pela mastectomia têm indicação para a reconstrução, mas a decisão pela
realização do procedimento deve ser discutida com o médico, que analisará o método apropriado
para cada caso (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos a imagem uma mulher que fez retirada da mama esquerda por tratamento de câncer de
mama e a reconstrução mamária da mama afetada.

Figura 13 - Técnica de reconstrução de mama.

Existem diferentes técnicas de cirurgia para a reconstrução da mama, a escolha dependerá da forma,
do tamanho e da localização da retirada do tecido. As principais são com implante de prótese de si-
licone, uso de expansor cutâneo e transferência de retalhos de pele (WARREN, 2015; MANG, 2010).
A técnica de reconstrução mamária com a colocação de prótese de silicone é a forma in-
dicada, geralmente, nos casos em que a mastectomia foi feita sem comprometer a pele. Já a
utilização do uso de expansores na cirurgia consiste em inserir uma espécie de prótese vazia
sob a pele para promover, gradualmente, a expansão do tecido. Após este primeiro processo,
uma segunda intervenção é realizada para remover o expansor e colocar o implante definitivo
(GUIRRO; GUIRRO, 2004; WARREN, 2015; MANG, 2010).
A reconstrução mamária pode ocorrer de forma imediata ou tardia. A cirurgia é imediata
quando a paciente passa pela mastectomia e pela reconstrução em um único momento cirúr-
gico. A reconstrução tardia é realizada quando a paciente não tem condições clínicas para
realizar o procedimento, imediatamente, ou quando prefere focar, inicialmente, na recupera-
ção da saúde e analisar, com calma, as opções de reconstrução após este processo (GUIRRO;
GUIRRO, 2004; WARREN, 2015; MANG, 2010).
A dermolipectomia (Figura 14) é uma cirurgia que se destina a retirar determinada quantidade de
pele e gordura do abdômen e de outras regiões corporais, dependendo da perda de peso do indivíduo.
Esta cirurgia não é uma técnica para emagrecimento. Nesta cirurgia, sempre haverá uma cicatriz visível
e que será proporcional ao excesso de pele a ser retirado da região (LACRIMANTI; GORETTI, 2014).

30
UNIDADE 1

Descrição da Imagem: Nesta figura, temos uma coxa com excesso de peso, após a
perda de peso ponderal por uma cirurgia bariátrica, e a técnica cirúrgica de retirada de Nos procedimentos de cirur-
excesso de pele desta região, com a ilustração da cicatriz em região interna de coxa e
na região inguinal.
gia plástica, basicamente, utili-
zam-se quatro tipos de aneste-
sias: a anestesia geral (cliente fica
em estado inconsciente reversí-
vel; esta anestesia é utilizada em
procedimentos de grande porte,
como a abdominoplastia, a rino-
plastia); a anestesia local (não
Pré e pós-operatório de frente promove a perda da consciência,
apenas a perda da sensibilidade
da região, é utilizada em proce-
dimentos menores e rápidos), a
anestesia peridural (é um tipo de
anestesia aplicada no espaço pe-
ridural da coluna vertebral, sem
perfurar a dura-máter e provo-
ca a perda de sensibilidade da
cintura para baixo) e a anestesia
raquidiana (administrada na co-
luna lombar e deprime as fun-
ções da cintura para baixo, e não
Plano cirúrgico Cicatriz final
(área a ser retirada) só a sensibilidade). Já em relação
Figura 14 - Dermolipectomia de coxas após bariátrica. aos fios de suturas utilizados nas
Fonte: adaptada de Scarpa ([2020]. cirurgias plásticas estéticas e re-
paradoras, encontramos os fios
Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, absorvíveis e os inabsorvíveis
de todas as plásticas realizadas no Brasil, pelo menos, 40% delas têm (WARREN, 2015).
cunho reparador, portanto, estes tipos de cirurgias também possuem Podemos observar que as
papel fundamental na área da estética e na saúde, e, devido a este indicações estéticas aos proce-
motivo, os profissionais da área da estética devem ter o conheci- dimentos cirúrgicos plásticos
mento teórico prático para saber abordar esta situação (GUIRRO; variam, e esta escolha depende
GUIRRO, 2004; LACRIMANTI; GORETTI, 2014). do desejo do paciente, da mor-
Para darmos continuidade no assunto de cirurgias estéticas, fologia corporal do indivíduo
falaremos um pouco a respeito das anestesias utilizadas nestes e da escolha do cirurgião. É de
procedimentos, principalmente, nestes descritos anteriormente. extrema importância que os
Para os profissionais da estética, ter conhecimento a respeito da profissionais da estética saibam
anestesia fornece confiança para o atendimento e a abordagem caracterizar o tipo cirúrgico
no pós-operatório, visto que a própria anestesia pode acarretar ao para o paciente, que entendam
indivíduo alguns sintomas que perduram até alguns meses após o sobre a técnica utilizada e sobre
procedimento cirúrgico (LACRIMANTI; GORETTI, 2014). as particularidades que envol-

31
vem cada procedimento cirúrgico. Agora, convido você a desenvolvermos um trabalho a respeito
das indicações estéticas voltadas para cada tipo de procedimento cirúrgico (ASTON; STEINBRECH;
WALDEN, 2011; WARREN, 2015; MANG, 2010).
Em forma de tabela, dependendo do procedimento cirúrgico, trarei informações importantes, como
as principais indicações estéticas a cada tipo de cirurgia citada (Quadro 1 e 2). Desta forma, ficará ainda
mais fácil você resolver o caso clínico sugerido no início deste ciclo de aprendizagem.
Tipo de cirurgia Indicações estéticas
Blefaroplastia Ptose palpebral
Rinoplastia Alterações do formato do nariz
Ritidoplastia Envelhecimento facial; flacidez tissular facial e pescoço
Otoplastia Alterações da orelha
Mentoplastia Harmonização facial / corrige protusão queixo
Cervicoplastia Flacidez tissular em pescoço e lipodistrofia em papada
Abdominoplastia Lipodistrofia localizada e flacidez tissular
Lipoaspiração Lipodistrofia localizada
Mamoplastia redutora Excesso de tamanho, peso mamário e flacidez tissular
Mamoplastia de aumento Tamanho reduzido e correções e preenchimento de pele
Quadro 1- Indicações estéticas para os procedimentos cirúrgicos estéticos plásticos / Fonte: a autora.

No Quadro 2, você terá acesso a informações a respeito das cirurgias reparadoras.


Tipo de cirurgia Indicações estéticas
Excesso de flacidez tissular; pós bariátrica e perda
Dermolipectomia
de peso ponderal
Correção de queimaduras Queimadura tecidual
Correção ou reconstrução mamária Pós retirada de câncer de mama
Correção de fissura palatal Lábio palatal
Correção de cicatriz hipertrófica ou queloideana Alterações cicatriciais

Quadro 2 - Indicações estéticas para os procedimentos cirúrgicos estéticos reparadores / Fonte: autora.

Diante de todas as indicações estéticas e diante dos tipos de procedimentos cirúrgicos nas áreas da
estética facial e corporal, os cirurgiões precisam avaliar toda esfera do conhecimento sobre a anatomia
e fisiologia, bioquímica, imunologia, bacteriologia, metabolismo e, obviamente, de técnica cirúrgica.
Já o tecnólogo em estética não é diferente, apesar de não estar qualificado para realizar certos proce-
dimentos, é importante que estes profissionais estejam familiarizados com todos os procedimentos e
as técnicas cirúrgicas executadas pelos médicos cirúrgicos (ASTON; STEINBRECH; WALDEN, 2011;
WARREN, 2015; MANG, 2010; LACRIMANTI; GORETTI, 2014).

32
UNIDADE 1

Para o esteticista, a qualificação e o aperfeiçoamento profissional em pré e pós-operatório são


necessidades que, somados aos conhecimentos sobre a morfologia do corpo humano e as altera-
ções pelas quais o(a)cliente passará, justifica a escolha profissional a respeito dos procedimentos
estéticos que serão utilizados no período de pré e pós-operatório. Isso pode prevenir respostas
advindas das intervenções cirúrgicas e favorecer a recuperação do indivíduo (ASTON; STEIN-
BRECH; WALDEN, 2011; WARREN, 2015; MANG, 2010).
Com a crescente integração dos tecnólogos em estética em clínicas de cirurgiões plásticos
e dermatologistas, sua atuação nos cuidados pré e, principalmente, no pós-cirúrgico tor-
nou-se, naturalmente, maior e mais importante. Por isso, você que está lendo este material e
quer se tornar um profissional de sucesso, precisa se aperfeiçoar e estudar todos os aspectos
relacionados às cirurgias estéticas.
Neste momento, chegamos ao fim deste primeiro ciclo de aprendizagem, em que falamos sobre
as cirurgias e seus tipos de técnicas e as relacionamos às queixas estéticas mais ditas por nossos
pacientes. Espero que você continue, pois nosso próximo passo é aprofundar o estudo sobre a fi-
siologia humana e quais são as reações que o corpo humano produz frente a um trauma cirúrgico
para, posteriormente, estudarmos quais são as maneiras e as técnicas utilizadas na área da estética,
no período pré e pós-operatório. Vamos lá?

Abordagens estéticas pré-operatórias

Agora tenho certeza de que você conseguiria me responder às questões iniciais deste ciclo de aprendi-
zagem: Quais seriam os procedimentos cirúrgicos mais indicados para esta cliente modelo deste ciclo?
Por que você indicou esta paciente para uma consulta com cirurgião plástico?
Diante de tudo o que conversamos até aqui, convido você a recapitular as informações
principais deste primeiro ciclo e, nesta nossa primeira avaliação, ressaltar todos os pontos
primordiais para que seu trabalho aliado às técnicas cirúrgicas dos médicos garanta o sucesso
da cirurgia e a satisfação do paciente.

33
Então, convido você a construir, agora, um mapa mental, onde você poderá, por
meio de pequenos links, desenvolver a capacidade mental e visual para arquivar
todas as informações que trabalhamos anteriormente. Para isso, listarei algumas
palavras-chave: Cirurgia; Cirurgia Plástica Reparadora; Lipoaspiração; Lipoaspiração
3d; Mamoplastia de Aumento.
Começarei o mapa mental a partir destas palavras-chave, e você, utilizando todo o
conteúdo apresentado, vai finalizá-lo, isso mesmo, separe canetas coloridas, marca
textos e vamos trabalhar.

LIPOASPIRAÇÃO
LIPOASPIRAÇÃO 3D
CIRURGIA

MAMOPLASTIA
DE AUMENTO

CIRURGIA PLÁSTICA
E REPARADORA
MAPA MENTAL

34
1. A cirurgia plástica tem por objetivo a reconstituição de uma parte do corpo humano por razões
médicas ou estéticas. Diferencie a cirurgia reparadora da cirurgia plástica estética e pontue em
qual destas técnicas a atuação do profissional da estética tem suma importância na preparação
e na recuperação do paciente?

2. Conceitue SAMS e descreva sua função na cirurgia de Lifting facial ou ritidoplastia.

3. As cirurgias de abdômen são muito comuns no Brasil. Sobre elas, assinale a alternativa correta.
a) A lipoaspiração, independentemente da técnica, é restrita ao abdômen e só faz a retirada do

AGORA É COM VOCÊ


tecido gorduroso.
b) A lipoaspiração e a abdominoplastia são as técnicas mais indicadas a pacientes obesos.
c) Na lipoaspiração, é retirado todo o tecido gorduroso da região.
d) A abdominoplastia é a cirurgia que retira o excesso de pele do abdômen, faz a plicatura do
músculo reto abdominal e, também, a retirada do tecido gorduroso.
e) Após as cirurgias plásticas do abdômen, a/o paciente precisa realizar atividade físicas para a
reabsorção do edema no pós-operatório.

4. Sobre as técnicas cirúrgicas da estética e das reparadoras, analise as afirmativas seguintes e


assinale a alternativa correta.
a) A ritidoplastia é conhecida como a técnica cirúrgica do nariz.
b) A otoplastia é a cirurgia utilizada para correção de ptose palpebral.
c) A mentiplastia é a cirurgia utilizada para correção do retroposicionamento do queixo.
d) Nas cirurgias, não é necessária a abordagem estética no pré nem no pós-operatório.
e) A Dermolipectomia é a cirurgia utilizada para retirada de excesso de pele, após perda de peso
ponderal e pode ser realizada no abdômen como abdominoplastia.

35
5. Os implantes mamários continuam sendo uma opção muito popular tanto para pacientes de
cirurgia plástica estética quanto reconstrutora. A mamoplastia de aumento teve um crescimento
de 64% no número de procedimentos realizados, desde o ano 2000, tornando-se um dos proce-
dimentos cirúrgicos estéticos mais realizados no mundo. Porém não é a única técnica realizada
nas mamas. Determine os tipos de mamoplastias que encontramos nas técnicas de cirurgia
plástica estética e na reparadora.

6. A lipoaspiração é uma das cirurgias mais realizadas no Brasil. Quanto a este procedimento ci-
rúrgico, assinale a opção correta.
a) A introdução do método tumescente reduz o risco de sangramento durante a cirurgia.
AGORA É COM VOCÊ

b) Em cirurgias de lipoaspiração, são preferidas cânulas com diâmetros entre 5 mm a 6 mm e ta-


manho entre 30 cm a 50 cm, já que cânulas longas permitem maior controle e diminuem risco
de perfuração de cavidades.
c) A lipoaspiração pode ser entendida como um procedimento cirúrgico para remoção de células de
gordura do tecido celular subcutâneo, por meio de cânulas conectadas a um sistema de aspiração
d) Cirurgias de lipoaspiração devem aspirar o volume total de adipócitos.
e) A lipoaspiração tem apresentado resultados eficazes independentemente de fatores, como a
qualidade da pele do paciente, a técnica cirúrgica e os cuidados pós-operatórios.

7. A anestesia é uma técnica realizada antes do procedimento cirúrgico de plástica facial e cor-
poral, com o objetivo de realizá-la de uma forma mais segura, bem como para retirar a dor do
paciente durante a cirurgia. O anestesiologista é responsável pelos procedimentos e responde
às mudanças nas condições clínicas do(a) paciente durante a cirurgia. O conhecimento a respeito
da anestesia utilizada é importante para os profissionais esteticistas, pois fornece informações
relevantes em relação ao pós-operatório e que pode perdurar por meses. Relate quais são os
tipos de anestesias mais utilizadas nas cirurgias plásticas:

36
1. A cirurgia plástica reparadora tem como objetivo corrigir lesões deformantes, defeitos congênitos ou ad-
quiridos. É considerada tão necessária quanto qualquer outra intervenção cirúrgica. Já a cirurgia plástica
estética é aquela realizada pelo(a) paciente com o objetivo de melhorar sua aparência. A pessoa quando
se submete a tal intervenção cirúrgica não a faz com intenção ou propósito de obter alguma melhora
em seu estado de saúde, mas sim para melhorar algum aspecto físico que não lhe agrada. Em ambas as
técnicas cirúrgicas, a atuação do esteticista tem importância tanto na preparação do(a) paciente antes do
procedimento quanto na recuperação pós o trauma cirúrgico.

2. SMAS é o Sistema Músculo Aponeurótico Superficial, que faz a sustentação muscular da pele da face e
possui papel fundamental para o resultado na cirurgia de rejuvenescimento.

3. Letra D, pois ela descreve a técnica da cirurgia de abdominoplastia de forma correta.

CONFIRA SUAS RESPOSTAS


4. Letra E, pois ela conceitua, corretamente, a cirurgia de Dermolipectomia.

5. Mastoplastia redutora: é a cirurgia de redução das mamas, visando diminuir o volume e moldá-las. Masto-
plastia de aumento: é a cirurgia que utiliza o implante de próteses de silicone para dar volume e forma às
mamas. Mastopexia: é utilizada para corrigir a queda das mamas, sem, necessariamente, alterar o volume.
Reconstrução mamária: técnica cirúrgica utilizada para reconstrução da mama em casos de retirada por
tratamento de câncer de mama. As técnicas de mamoplastia de aumento, redução e mastopexia fazem
parte das técnicas de cirurgia plástica estética e a reconstrução é uma técnica das cirurgias reparadoras.

6. Letra A, realmente há infiltração prévia de solução salina com adrenalina no tecido a ser aspirado e reduziu,
drasticamente, a perda de sangue.

7. Nos procedimentos de cirurgia plástica, basicamente, utilizam-se quatro tipos de anestesias: a anestesia
geral (cliente fica em estado inconsciente reversível; esta anestesia é utilizada em procedimentos de grande
porte, como abdominoplastia, rinoplastia); a anestesia local (não promove a perda da consciência, apenas
a perda da sensibilidade da região, é utilizada em procedimentos menores e rápidos), a anestesia peridural
(é um tipo de anestesia aplicada no espaço peridural da coluna vertebral, sem perfurar a dura-máter e
provoca a perda de sensibilidade da cintura para baixo) e a anestesia raquidiana (administrada na coluna
lombar e deprime as funções da cintura para baixo, e não só a sensibilidade).

37
MEU ESPAÇO

38
2 Trauma Cirúrgico
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura

OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM

Olá, aluno (a), seja bem-vindo (a). Neste ciclo de aprendizagem, trabalha-
remos o trauma tecidual frente a uma cirurgia estética facial e corporal;
detalharemos as alterações fisiológicas do organismo frente à exposição
do trauma cirúrgico; desenvolveremos o conhecimento sobre as fases de
cicatrização e pontuaremos os riscos e as complicações mais comuns das
cirurgias estéticas.
UNICESUMAR

Neste momento, gostaria que você me acompanhasse em um raciocínio: Pense que você é um (a)
esteticista de sucesso em sua cidade, trabalha com um(a) renomado(a) cirurgião plástico e, em uma
de suas cirurgias, ele convida você a assistir e fazer parte da equipe cirúrgica. A paciente em questão
tem 45 anos, feminino, irá se submeter a uma cirurgia plástica de lipoaspiração 3D, com lipoenxertia
em glúteos e mamoplastia redutora com prótese mamária.
Pensando nas técnicas cirúrgicas e no trauma cirúrgico desta paciente, qual seria a melhor aborda-
gem pré-operatória? Qual seria a abordagem mais indicada intra-operatório? Qual seria a abordagem
pós-operatório mais indicada? Você consegue visualizar esta paciente no seu pós-cirúrgico interme-
diário? Quais seriam os principais sinais teciduais? Ela corre risco de morte durante esta cirurgia?
Talvez você esteja pensando: O que eu tenho a ver com estas perguntas? Cabe ao médico cirur-
gião estas responsabilidades? A resposta é não. Você, esteticista, tem papel fundamental na cirurgia
de seu cliente/paciente, digamos que na área da cirurgia plástica estética, e o resultado de sucesso
depende de um trabalho em equipe.
Quando compreendemos como o organismo responde frente a um trauma cirúrgico, independente-
mente de seu grau de extensão, entendemos melhor os sinais teciduais que aparecem e como o organismo
reage desde o momento cirúrgico até a sua recuperação final. Conhecer as fases da cicatrização, os riscos,
as complicações, os sinais teciduais de recuperação, embasa nossas escolhas terapêuticas de nossa abor-
dagem pós-operatória (imediata, intermediária e tardia). Ou seja, não escolhemos a técnica manual, o
ativo cosmético ou o recurso elétrico, aleatoriamente, existe uma justificativa fisiológica relacionada a essa
escolha, e é exatamente isso que eu quero que você entenda, absorva e aprenda neste ciclo de aprendizagem.
Para que você possa visualizar a importância deste conhecimento na sua formação e na aplicação
em seu trabalho profissional, na hora da abordagem de pacientes submetidos à cirurgia plástica estética,
nada melhor do que observarmos na prática.
Acho que agora você pensou: Mas, professora, como faremos isso? Calma! Neste ciclo, faremos uma
experimentação baseada em experiências já vivenciadas por você. Quer ver?
• Você já cortou o dedo com uma folha de papel, ou já bateu o dedo mínimo na quina do sofá?

Acho que todo mundo já passou por alguma destas situações e já experimentamos algum destes trau-
mas. Você se lembra quais foram suas sensações, reações e quais os efeitos? Dor, grito, inchaço? Você
se recorda de como ficou o tecido depois do trauma? Vermelho, com hematoma, teve sangramento?
Você se lembra quanto tempo durou os sinais? Dias, semanas?

Nas cirurgias plásticas, quando o organismo passa pelo trauma ci-


rúrgico, ocorre a produção de várias reações fisiológicas que serão
responsáveis pelas mudanças; recuperação e sinais de cicatrização.
Peço que, neste momento, você assista ao vídeo a seguir:
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

40
UNIDADE 2

Neste vídeo, você visualiza as reações fisiológicas desencadeadas por um trauma tecidual. Após assisti-
-lo, transfira a visualização e as reações descritas no vídeo para um trauma de médio ou grande porte,
como as cirurgias plásticas estéticas faciais e corporais.
Imagino que muitas dúvidas estão lhe ocorrendo neste momento, portanto, convido você a respirar,
tranquilamente e de maneira profunda. Mantenha a calma, que você conseguirá absorver este conhe-
cimento complexo sobre os efeitos fisiológicos do trauma cirúrgico e sobre o processo de cicatrização
do organismo, na reabilitação cirúrgica destes indivíduos.
Para ajudar você neste processo, eu o(a) convido, agora, a usar este espaço que você tem no Diário
de Bordo para realizar um estudo dirigido sobre o processo inflamatório, que será nosso processo
precursor de todas as outras mudanças fisiológicas no organismo, respondendo ao estudo e desen-
volvendo seu conhecimento a respeito deste assunto.
Estudo dirigido sobre inflamação.

1. Determine como se inicia um processo inflamatório.


2. Pontue os pontos positivos no desenvolvimento de uma inflamação.
3. Cite as células envolvidas no processo de inflamação e descreva sua principal função.

DIÁRIO DE BORDO

41
UNICESUMAR

O trauma cirúrgico, como qualquer agressão tecidual ao organismo, promove múltiplas e


variadas alterações no metabolismo do corpo. Estas alterações variam em intensidade e ex-
tensão, conforme o grau do trauma cirúrgico, a aceitação ou reação emocional do paciente ao
procedimento cirúrgico, o que ressalta a importância de um controle emocional (FONTES;
ALMEIDA; CARVALHO, 1980).
Analise a Figura 1, onde encontramos a ilustração de um procedimento de lipoaspiração e lipoen-
xertia em região posterior das costas, dos glúteos e da coxa posterior. Nela, o médico cirurgião insere
a cânula de sucção com movimentos de deslizamento. Frente a este trauma tecidual e ao descolamento
tecidual promovido pelo movimento da cânula cirúrgica de aspiração, iniciam-se, no tecido, as reações
fisiológicas inflamatórias e neuro endócrinas para que este tecido e organismo tenha condições bio-
lógicas de cicatrização e recuperação. Seria, basicamente, isto que ocorreria no caso de nossa paciente
modelo deste ciclo que será submetida a mesma técnica da figura, com o agravante de uma técnica
cirúrgica a mais, que é a mamoplastia. Portanto, ela seria, com certeza, submetida a maiores traumas
e, consequentemente, as reações seriam maiores, neste caso.

Descrição da Imagem: Paciente deitado de barriga para baixo (decúbito ventral), sendo realizada a lipoaspiração com cânula de aspiração,
na região posterior das costas.

Figura 1 - Lipoaspiração com cânula cirúrgica de sucção para gordura subcutânea, na região posterior do corpo

42
UNIDADE 2

O esteticista pode atuar em diversas áreas da saúde e, na cirurgia


plástica estética, tem como função auxiliar o paciente nos períodos
pré e pós-operatório. Neste livro, são descritas algumas cirurgias
plásticas estéticas e apresentadas técnicas eletroestéticas e manuais
importantes no período pós-operatório, que podem prevenir seque-
las e facilitar o processo de cicatrização, oferecendo uma recuperação
saudável e mais tranquila ao paciente.

As alterações fisiológicas produzidas pelo organismo podem ser consideradas apenas mudanças do metabo-
lismo interno até estados de desequilíbrios que podem, eventualmente, levar à morte, em que encontramos
os riscos e as complicações (FONTES; ALMEIDA; CARVALHO, 1980). A ansiedade pré-operatória viven-
ciada pelos pacientes já é uma resposta antecipada a uma experiência. Independentemente da legitimidade
da indicação cirúrgica, sabe-se que numerosas deficiências orgânicas são capazes de criar transtornos no
ato operatório e podem se tornar situações de risco cirúrgico (FONTES; ALMEIDA; CARVALHO, 1980).
As reações produzidas pelo organismo como resposta ao stress cirúrgico é um conjunto de al-
terações hormonais e metabólicas que decorrem após qualquer situação de trauma. Tais alterações
traduzem-se num estado hipercatabólico, com aumento de cortisol, glucagon, catecolaminas e
liberação de hormonas pelo hipotálamo, as quais estimulam a liberação pela hipófise da hormo-
na adrenocorticotrófica (ACTH), hormônio do crescimento, prolactina, endorfinas e hormona
antidiurética (ADH)). Ou seja, a agressão cirúrgica experimentada pelas pacientes, durante uma
cirurgia plástica, desencadeia uma reação neuroendócrina e metabólica semelhante à encontrada
em qualquer situação de stress ou trauma a que o organismo seja submetido (GESTOSA, 2006;
SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990).
Todas estas reações possuem como objetivo manter e/ou restaurar a homeostasia interna do organismo,
nomeadamente, a estabilidade hemodinâmica, a preservação do aporte de oxigénio, a mobilização de subs-
tratos calóricos (glicose) e, finalmente, a diminuição da dor e a manutenção da temperatura (GESTOSA,
2006; SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990).
As reações ao trauma são desencadeadas por vários componentes, tais como perda sanguínea
sofrida durante o ato cirúrgico, extensão da lesão tecidual, ansiedade do indivíduo e o grau de
dor experimentada. A infecção e o jejum prolongado são fatores que podem contribuir para
reiniciar ou agravar os eventos da resposta orgânica (MEDEIROS, FILHO, 2007; GESTOSA,
2006; SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN,
1990). E, além disso, estas reações não são únicas, nem constante no tempo, já que dependem de
diversos fatores, como as características do ato cirúrgico, a extensão do traumatismo tecidual, a
técnica anestésica utilizada, susceptibilidade própria do paciente e da condição pré-operatória.

43
UNICESUMAR

Por este fator, sua abordagem terapêutica estética no período pré-operatório possui papel im-
portantíssimo para a preparação tecidual de sua paciente (MEDEIROS, FILHO, 2007; GESTOSA,
2006; SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN,
1990). Todas estas reações endócrinas descritas anteriormente são ativadas por estímulos neuronais
aferentes a partir do local lesionado. O impulso viaja ao longo das vias nervosas somatossensoriais
e autonômicas até ao hipotálamo, que inicia as respostas eferentes. Além disso, ocorre a ativação do
eixo simpático-medula suprarrenal pelo estresse tecidual frente ao trauma que acarreta acentuada
elevação dos níveis plasmáticos de noradrenalina, adrenalina, as quais parecem correlacionar-se
com a intensidade do trauma cirúrgico e varia com os diferentes períodos e as etapas operatórias
(antes da indução, intubação, incisão e recobro) (MEDEIROS, FILHO, 2007; GESTOSA, 2006;
SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990).
Em nível cardiovascular, ocorre um acréscimo da atividade simpática generalizada, resultando
em aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial e do volume de ejecção. Estas ações condi-
cionam, por sua vez, o aumento do trabalho cardíaco e o aumento do consumo de oxigénio pelo
miocárdio. Em adição, a função de todos os órgãos e as vísceras, incluindo o fígado, o pâncreas e
o rim, são modificados quer diretamente pela enervação simpática quer pela circulação de cate-
colaminas (MEDEIROS; FILHO, 2007; GESTOSA, 2006; SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000;
STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990).
Em nível de aparelho respiratório, verifica-se o aumento da frequência respiratória e a bronco
dilatação, o que leva ao aumento do volume minuto. De um modo geral, no organismo, ocorre um
relaxamento de todo o músculo liso e a contração dos esfíncteres nos aparelhos digestivo e geni-
to-urinário. Estas reações fisiológicas produzidas frente ao trauma cirúrgico serão produzidas de
acordo com as fases da cicatrização (MEDEIROS; FILHO, 2007; GESTOSA, 2006; SINGH, 2003;
DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990).
A resposta ao stress é considerada um mecanismo de defesa importante na adaptação e no
desenvolvimento de resistência a agressões. Mas as alterações fisiológicas que daí resultam podem
ser uma ameaça de vida aos pacientes, principalmente, àqueles que possuem patologia coexistente.
Portanto, as abordagens cirúrgicas estéticas também possuem riscos ao paciente por elas sub-
metidos e devem ser levados em consideração, durante toda a fase de preparação pré-operatória
(MEDEIROS; FILHO, 2007; GESTOSA, 2006; SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE;
GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990).

Este livro traz ilustrações didáticas que resumem conceitos-chave em


Fisiologia e Fisiopatologia. Além disso, o texto enfatiza a informação
essencial sobre como o corpo deve manter a homeostasia de modo
a permanecer saudável.

44
UNIDADE 2

As evidências científicas revelam que o tipo ocorre de forma exacerbada (BILATE, 2007;
de anestesia escolhida também apresenta in- MITCHELL et al., 2006), esta inflamação será
fluência nas reações fisiológicas produzidas importante para a estimulação dos processos
pelo corpo, após o trauma cirúrgico. A analgesia de reparo tecidual (ABBAS et al., 2008). Me-
regional tem efeitos benéficos no outcome dos diadores pré e pró-inflamatórios originários
indivíduos submetidos a cirurgias. As técnicas do exsudato e do infiltrado celular, durante
de analgesia loco-regional diminuem a incidên- a inflamação, possuem grande importância
cia de complicações tromboembólicas pós-ci- terapêutica (CHAMUSCA et al., 2012).
rúrgicos, já a anestesia por via epidural diminui Enquanto isso, tipos celulares, como os leu-
a incidência de complicações respiratórias. A cócitos, envolvem-se no processo inflamatório,
analgesia epidural contínua em nível torácico por meio de atividades imunes e alternâncias
diminui o íleo paralítico, após procedimentos sucessivas de reações anabólicas e catabóli-
abdominais. A eliminação do íleo permite a cas. As feridas, os cortes, as incisões cirúrgicas
introdução precoce da nutrição entérica, fator são exemplos de eventos que podem afetar a
importante na diminuição do risco de compli- fisiologia da pele e desencadeiam o processo
cações infecciosas (GESTOSA, 2006; SINGH, de cicatrização tecidual, que tem por objetivo
2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; gerar a cura do tecido e estimular a reparação do
GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990). equilíbrio tecidual (CHAMUSCA et al., 2012).
Portanto, as respostas neuroendócrinas e Todo este processo de cicatrização pode ser
metabólicas ao trauma cirúrgico, quando exa- dividido, didaticamente, em três fases que se
cerbadas, podem levar a consequências malé- superpõem: inflamatória, proliferativa e de re-
ficas ao organismo, exigindo grande reserva modelação (Figura 2). Na observação da ima-
funcional dos principais sistemas orgânicos. A gem a seguir, observam-se três figuras de um
duração e a magnitude destas respostas são, di- antebraço com ferimento/trauma tecidual. Na
retamente, proporcionais ao trauma cirúrgico e primeira figura, encontra-se a ilustração do
ao desenvolvimento de complicações (MEDEI- corte compatível com a fase inflamatória; na
ROS; FILHO, 2007; GESTOSA, 2006; SINGH, segunda figura, observa-se o corte com sutu-
2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GAR- ra, compatível com a fase proliferativa, e, na
CIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990). última figura, encontramos o ferimento e a
Após o ato do trauma cirúrgico acontecer, cicatriz já finalizada, compatível com a fase da
inicia-se o processo de inflamação tecidual, ou remodelação (ISAAC et al., 2010).
resposta inflamatória, que pode ser caracteri- Vale a pena ressaltar que, diante de qualquer
zada como uma cascata complexa de eventos procedimento plástico estético facial ou corporal,
fisiológicos, os quais promovem proteção aos todas estas fases aconteceram, e você, profissio-
tecidos e aos órgãos do corpo. Tal cascata atua nal, deve estar preparado para realizar as aborda-
restringindo os danos no local da agressão, gens compatíveis com cada fase da cicatrização
embora possa ter efeitos deletérios, quando de sua/seu paciente (ISAAC et al., 2010).

45
UNICESUMAR

Descrição da Imagem: Ilustração de um antebraço com trauma tecidual (corte profundo no tecido); outra ilustração com o corte suturado
por um procedimento, e outra ilustração com o antebraço cicatrizado.

Figura 2 - Fases da cicatrização tecidual

Durante a primeira fase da cicatrização tecidual (fase inflamatória), algumas reações são característi-
cas, como a busca pela homeostase tecidual, a migração de leucócitos e o start à cascata de reparação
tecidual. Inicialmente, em resposta a agentes inflamatórios, há diminuição do fluxo sanguíneo pela
vasoconstrição local. Com extravasamento de sangue dos vasos lesionados, plaquetas são ativadas pelas
substâncias da matriz extracelular, que envolve o endotélio, fazendo com que tenham início os processos
de adesão e agregação celular. Ao mesmo tempo, o fibrinogênio sérico é clivado pela trombina resultante
das vias de coagulação, formando monômeros de fibrina que se polimerizam pela ação do fator XIII
para que, junto com plaquetas, forme um tampão hemostático e não haja mais perda de sangue local.
Durante este processo, em resposta a produção endotelial, há o aumento da permeabilidade
vascular das células migrantes e substâncias, biologicamente, ativas. Ainda nesta fase, ocorrerá,
primeiramente, a migração de neutrófilos dos vasos sanguíneos. Posteriormente, monócitos infil-
tram-se em resposta a estímulos semelhantes aos de neutrófilos e se diferenciam em macrófagos, de
modo a aumentar a síntese proteica e, juntamente com os neutrófilos, remove partículas estranhas,
bactérias e tecido morto do leito da ferida (ISAAC et al., 2010; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999;
MENDONÇA; COUTINHO-NETO, 2009).
A segunda fase do processo de cicatrização é a fase conhecida como a proliferação celular, que se
caracteriza por fibroplasia, angiogênese e reepitelização. Na camada da derme, um tecido conjuntivo
denso não-modelado, importante na secreção de proteoglicanos, fibronectina, elastina, laminina e
colágeno, que é a proteína mais abundante nos seres humanos e o principal componente da pele.
Os fibroblastos, nesta fase, possuem capacidade de se contrair e se expandir e, durante esta
movimentação dos miofibroblastos, ocorre deposição de fibronectina, promovendo a deposição
de colágeno na ferida. Além disso, ocorre secreção de fatores angiogênicos, que estimulam a for-
mação de novos vasos sanguíneos no local da cirurgia. A reepitelização tem por função reestru-

46
UNIDADE 2

turar as funções da epiderme que foram perdidas com a ocorrência da lesão (ISAAC et al., 2010;
JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999; MENDONÇA; COUTINHO-NETO, 2009).
A última fase do processo de cicatrização (fase de remodelação) é o momento responsável
pelo aumento da resistência do leito danificado. Ao final da primeira semana do trauma, ocorre
restauração de 3% da resistência da pele íntegra; na terceira semana, 30%, e, em três meses,
80%. Em um ano ou mais, a relação entre o colágeno I e III atinge proporção semelhante à
anterior à ferida, entretanto a ferida nunca atingirá 100% de sua resistência fisiológica, após o
trauma. Consequentemente, nossa abordagem pós-cirúrgica pode durar até dois anos, durante
um processo de recuperação pós-cirúrgico (ISAAC et al., 2010; JUNQUEIRA; CARNEIRO,
1999; MENDONÇA; COUTINHO-NETO, 2009).
Os fenômenos descritos são referentes ao processo de cicatrização fisiológica, porém há situações
em que ocorre diminuição da resposta do organismo, como em paciente diabética e/ou com exposição
excessiva à radiação. Pode, também, ocorrer aumento desta resposta de cicatrização, como nos casos
de cicatriz queloidiana ou cicatriz hipertrófica (ISAAC et al., 2010; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999).
A ocorrência destas respostas não-fisiológicas exige um completo conhecimento dos fenôme-
nos apresentados para que se possa corrigi-lo ou melhorá-lo (ISAAC et al., 2010; BARRIENTOS
et al., 2008; KIERSZENBAUM, 2004; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999; GRAY, 1995). Todo este
processo é contínuo e individual do corpo humano, ou seja, cada um reagirá de forma diferente
frente ao trauma tecidual (JONES et al., 2006; BLANES, 2004). É um processo dinâmico, complexo
e envolve uma resposta coordenada celular (MENDONÇA; NETO, 2009).
Alguns fatores podem influenciar no processo de cicatrização tecidual, e podemos citar os fatores
locais (isquemia, infecção, técnica cirúrgica, corpo estranho, edema e pressão tecidual elevada), os
fatores sistêmicos (diabete melito, deficiências vitamínicas, hipotiroidismo, doenças hereditárias
(síndrome de Ehler-Danlos), alterações da coagulação, idade, trauma grave, queimaduras, sepse,
insuficiência hepática e renal, insuficiência respiratória, tabagismo, radioterapia, desnutrição e o
uso de corticosteróides, drogas antineoplásicas, ciclosporina A, colchicina e penicilamina).

Este artigo avaliou a cicatrização de feridas, após


eletrocoagulação, comparando-se o veículo iso-
lado à sua associação com algum fator de cres-
cimento epidérmico. Recomendo a leitura para
aprofundar o conhecimento a respeito de fatores
que estimulam a resposta biológica, auxiliando
na cicatrização.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

47
UNICESUMAR

Observe a Figura 3, onde se encontram ilustradas as fases da cicatrização e todo processo dinâmico pelo
qual o organismo será exposto frente ao estímulo cirúrgico de um procedimento plástico. Na figura,
será possível observar que, na primeira fase do processo de cicatrização, teremos uma fase caracterizada
por fenômenos vasculares, hemostase e coagulação, e outra por mecanismos, predominantemente,
celulares. Ela inicia no ato cirúrgico e se traduz, clinicamente, pelos sinais de inflamação, dor, calor e
rubor, que pode durar, geralmente, 24 a 48 horas depois do trauma cirúrgico, podendo persistir, em
algumas pessoas, por até duas semanas.
Na segunda fase da cicatrização, verifica-se o predomínio de mecanismos celulares que
permitem a produção de uma nova barreira permeável, ou seja, a reepitelização, angiogênese e
reestruturação da integridade da derme, que se inicia 24 horas após o trauma cirúrgico e pode
perdurar até trinta dias. Já a terceira fase da cicatrização ocorre ao longo processo de cicatri-
zação à medida que o coágulo de fibrina é substituído por tecido de granulação. Ao longo do
ano seguinte, ocorre, então, a substituição progressiva do colágeno tipo III por colágeno tipo
I, estável e semelhante ao pré-lesional, ou seja, o processo total de recuperação pode durar até
dois anos (LAUREANO; RODRIGUES, 2011).

Descrição da Imagem: Ilustração de um gráfico com descrição das respostas celulares por tempo de pós-trauma, por fase de cicatrização.

Plaquetas Neutrófilos Fibroblastros


Células endoteliais Queratinócitos
Macrófagos

Remodelação

Proliferação

Inflamação
Hemostasia

Figura 3 - Fases da cicatrização tecidual, com descrição visual das fases por tempo e atividade celular
Fonte: adaptada de Pence e Woods (2014).

Esteticista, você possui papel fundamental na estimulação deste processo de cicatrização, escolhendo,
adequadamente, os recursos a serem utilizados no tratamento pós-operatório de paciente subme-
tido(a) a um procedimento cirúrgico, de acordo com a fase de cicatrização em que ele se encontra.
Embora as técnicas cirúrgicas plásticas realizadas, atualmente, sejam seguras, não se descarta a pos-
sível chance de complicações, sendo estas as mais comuns: hematoma, seroma, deiscência, equimose,
edema e fibrose (SILVA; SANTOS, 2015).

48
UNIDADE 2

A fibrose é uma desordem no atividade e a responsabilidade profissional do esteticista. Será por


processo de cicatrização em que o meio de tratamentos pós-cirúrgicos, com profissionais capacitados
organismo produz um novo tecido e técnicas bem indicadas, que estas intercorrências e complicações
de granulação além das bordas da poderão ser minimizadas e reduzidas (SILVA et al., 2014).
cicatriz, deixando este aspecto rígi-
do e endurecido. O seroma ocorre
quando há grande descolamento
tecidual e acúmulo de líquido Assunto: reações desencadeadas
constituído de plasma e linfa. Já a frente a um trauma cirúrgico e
deiscência, trata-se do rompimen- as abordagens estéticas referen-
to da sutura cirúrgica. A equimose, tes a cada fase deste processo.
também chamada de extravasa-
mento de sangue; o hematoma é
gerado pelo rompimento de vasos
sanguíneos de maior calibre, já o Como vimos neste ciclo, cada organismo reagirá de uma forma
edema é um acúmulo patológico individualizada frente a um trauma tecidual, e a responsabilidade
de líquidos localizado no tecido terapêutica do profissional da estética envolve o conhecimento de
conjuntivo intersticial subcutâneo todo este complexo processo de cicatrização.
(BORGES, 2006; BORGES, 2010; Caro(a) aluno(a), as fases da cicatrização e todas as reações fisio-
NURKIM et al., 2002; PORCHAT; lógicas produzidas pelo organismo frente ao trauma cirúrgico são
SANTOS; NETO, 2004). importantes para que você tenha sucesso na abordagem pré-operatória
De uma forma mais grave, e pós-operatória. Assim, detalhar este conhecimento neste ciclo foi es-
pode ocorrer risco de sangramen- sencial para que você entendesse o porquê do aparecimento dos sinais e
to, necrose tecidual, perfurações dos sintomas relatados pelos indivíduos submetidos à cirurgia plástica.
viscerais e até morte. Mas, mes- Então, com base nisso, descreva quais os possíveis sinais e quais
mo assim, as cirurgias plásticas são as possíveis complicações que poderão acontecer com esta pa-
são consideradas seguras, e o que ciente de 45 anos, feminino, que se submeterá a uma cirurgia plástica
faz com que estes procedimentos de lipoaspiração 3D, com lipoenxertia em glúteos e mamoplastia
corram dentro do planejado e te- redutora com prótese mamária.
nha sucesso ao final da recupera-
ção são os fatores de manejo do Sinais:
paciente, no período pré-opera-
tório, os exames admissionais, a
avaliação do cirurgião e do esteti-
cista e as abordagens profissionais
(SALDANHA et al., 2014).
Complicações:
Embora ocorram intercor-
rências advindas de cirurgias
plásticas, existem maneiras de
minimizá-las após seu surgi-
mento, e, neste cenário, entra a

49
Para finalizarmos mais este ciclo, convido você, agora, a realizar uma pequena ati-
vidade de fixação de conteúdo, com base em tudo o que você leu e aprendeu nesta
unidade. Complete o mapa mental a seguir, utilizando seu conhecimento prévio e
o conteúdo trabalhado no decorrer de todo este estudo.

Fases da
cicatrização

Riscos e
Trauma cirúrgico Complicações

Proliferativa

Reações Edema
fisiológicas
MAPA MENTAL

50
51
MAPA MENTAL
1. A cicatrização de feridas consiste em perfeita e coordenada cascata de eventos que culminam
com a reconstituição tecidual. O processo cicatricial é comum a todas as feridas, independe do
agente que a causou. O processo de cicatrização é dividido, didaticamente, em três fases: infla-
matória, proliferação ou granulação e remodelamento ou maturação. Em relação a este processo,
assinale a alternativa correta.
a) A cicatrização é evento complexo e dinâmico que não depende de fatores individuais do paciente.
b) A cicatrização final não depende da perda tecidual inicial do trauma.
c) Muitos eventos dermatológicos não precisam da cicatrização em derme completa.
AGORA É COM VOCÊ

d) As fases da cicatrização são bem determinadas e individualizadas.


e) A cicatrização depende de vários fatores, como: localização anatômica, tipo da pele, raça e técnica
cirúrgica utilizada.

2. Pontue quais são as fases da cicatrização e as relacione com os períodos de abordagem estética
de pós-operatório.

3. O colágeno é a proteína mais abundante no corpo humano e, também, é o principal componen-


te da matriz extracelular dos tecidos. Estrutura-se numa rede densa e dinâmica, resultante da
sua constante deposição e reabsorção. O tecido cicatricial é resultado da interação entre sua
síntese, fixação e degradação. Existem várias maneiras de avaliar a cicatrização das feridas. Em
relação ao processo de cicatrização, assinale a alternativa que corresponde à cicatrização em
derme completa.
a) A cicatriz não é perceptível.
b) Muitas vezes, a cicatriz é pronunciada.
c) A reparação faz-se, basicamente, pela reepitelização.
d) Necessita de formação de um tecido fibroso.
e) Fica localizada somente na superfície do tecido, mas também pode se estender até tecido celular
subcutâneo.

52
4. A fase inflamatória do processo de cicatrização tecidual inicia-se, imediatamente, após a lesão,
com a liberação de substâncias vasoconstritoras. Em relação às células mais importantes da fase
inflamatória, assinale a alternativa correta.
a) Leucócitos.
b) Eosinófilos.
c) Linfócitos.
d) Plasmócitos.
e) Macrófagos.

AGORA É COM VOCÊ


5. Entre os fatores a seguir, identifique aqueles que retardam ou impedem a cicatrização de lesões
abertas, de forma mais imperativa.
a) Idade e utilização de antibióticos sistêmicos.
b) Pressão contínua sobre o local e manutenção da lesão em meio seco.
c) Doenças preexistentes e uso de antissépticos.
d) Estado nutricional e uso de curativos não industrializados.
e) Presença de infecção e técnica de limpeza utilizada.

6. Explique as complicações cirúrgicas mais comuns dos procedimentos plásticos estéticos (hema-
toma; seroma e deiscência).

7. Diante de todas as respostas fisiológicas que o organismo produz frente ao trauma cirúrgico,
escolha a melhor técnica terapêutica manual estética para a recuperação tecidual e justifique
sua escolha.

53
1. Letra E, pois retrata os aspectos que influenciam na cicatrização.

2. Fase inflamatória: caracterizada pela presença de exsudato (secreção), que dura de um a quatro dias,
dependendo da extensão e natureza da lesão. Nesse período, ocorre a ativação do sistema de coagulação
sanguínea e a liberação de mediadores químicos, podendo haver edema, vermelhidão e dor. Esta fase é
compatível com nosso período pós-operatório imediato.
Fase proliferativa: é a fase da regeneração, que pode durar de 5 a 30 dias. Ela ocorre com a proliferação
de fibroblastos, que dão origem ao processo chamado fibroplasia. Neste período, as células endoteliais se
proliferam, resultando em rica vascularização e infiltrado de macrófagos. Este conjunto forma o tecido de
granulação. Esta fase é compatível com nosso período pós-operatório intermediário.
Fase de reparo: é a última fase do processo e pode durar meses. A densidade celular e a vascularização
são diminuídas, resultando remodelação do tecido cicatricial (formado na fase anterior). As fibras são
CONFIRA SUAS RESPOSTAS

alinhadas para aumentar a resistência do tecido e melhorar o aspecto da cicatriz. Nesta fase, a cicatriz
altera, progressivamente, sua tonalidade, passando do vermelho escuro a um tom rosa claro. Esta fase é
compatível com nosso período pós-operatório tardio.

3. Letra B, pois uma cicatriz pronunciada é uma cicatriz perceptível, e, como na questão, abordava a cicatri-
zação da derme. Com certeza, esta cicatrização em seu estado completo será perceptível ou pronunciada.

4. Letra A, pois o leucócito será a célula sinalizadora. Na etapa inflamatória, ocorre influxo local de leucócitos,
numa fase precoce com predomínio de neutrófilos e monócitos e, posteriormente, com declínio no número
de neutrófilos e predomínio de macrófagos.

5. Letra C, pois são fatores que retardariam ou impediriam, de alguma maneira, a cicatrização tecidual.

6. Hematoma (rompimento de vasos sanguíneos de maior calibre, com extravasamento de sangue para o
tecido); seroma (descolamento tecidual, durante o processo, acabou sucedendo o rompimento de canais
linfáticos e vasculares que acabam acumulando um líquido constituído de plasma e linfa) e deiscência
(trata-se do rompimento da sutura, a qual, aparentemente, se encontra fechada, e ocorre a reabertura da
sutura cirúrgica).

7. A melhor técnica manual nos casos de recuperação pós-cirúrgicos será a drenagem linfática manual, pois
ela será capaz de estimular a drenagem do edema pós-operatório, auxiliar na recuperação do tecido, es-
timular e auxiliar na resposta do organismo nas fases de cicatrização.

54
55
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO

56
3 Abordagem Estética
Pré-operatória
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura

OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM

Olá, aluno (a), seja bem-vindo (a). Chegamos ao nosso terceiro ciclo. Para-
béns! Neste ciclo de aprendizagem, trabalharemos a abordagem pré-ope-
ratória na cirurgia plástica estética. Desenvolveremos o conhecimento a
respeito deste período, seu conceito; as avaliações necessárias antes de uma
intervenção cirúrgica de cunho estético, tanto a avaliação médica quanto a
avaliação estética; discutiremos os recursos estéticos indicados para este
período e detalharemos as orientações pertinentes aos indivíduos que se
submeterão a um procedimento estético cirúrgico.
UNICESUMAR

Imagine você atendendo em sua clínica e, durante um dia normal de trabalho, recebe uma paciente
por indicação de um cirurgião plástico para avaliação e abordagem pré-operatória.
P. H. B, 35 anos, feminino, com cirurgia de mamoplastia de aumento, lipoenxertia e abdominoplastia
agendada para dezembro de 2020. A paciente apresenta gordura generalizada em abdômen, flancos e
costas, flacidez tissular em abdômen, devido às suas quatro gestações, porém se encontra em excesso
de peso, e o cirurgião solicitou que ela emagrecesse mais dez quilos.
Pensando em sua abordagem pré-operatória com essa paciente, responda: Quais seriam os recursos
indicados para esta cliente, no período pré-operatório? Quais seriam as orientações principais para
esta cliente? O que você poderia fazer para auxiliar na redução de peso?

É quase impossível não pensar no recurso de Drenagem linfática ma-


nual para a preparação de uma paciente que será submetida à cirur-
gia plástica estética extensa como esta, mas será que podemos fazer
somente isso?
Talvez, se pensarmos no conceito do período pré-operatório,
que se refere aos preparativos realizados antes de uma cirurgia
poderemos incluir mais recursos estéticos que poderão auxiliar na
preparação desta paciente. E não estou falando somente de recurso
manual ou eletroterapia estética, ou ativos cosméticos, mas de téc-
nicas integrativas e complementares, técnicas de relaxamento e que
acalmam, além de todas as orientações profissionais pertinentes a
este período para o sucesso final do procedimento.
É um trabalho de equipe, cada profissional faz sua abordagem
para que a paciente seja preparada, física e mentalmente, para o
trauma cirúrgico e para que, por meio da abordagem pré-operató-
ria, seu organismo esteja mais preparado para responder, de forma
positiva, frente a todos os eventos que há de vir pelo procedimento
cirúrgico estético.
Por isso, o assunto que abordaremos aqui é importante para
as tomadas de decisão iniciais dos profissionais envolvidos com a
paciente que fará a cirurgia plástica. Com este conhecimento, você
será capaz de oferecer uma abordagem de qualidade e eficiente para
a preparação global da paciente e oferecerá condições biológicas
favoráveis para boas recuperação e cicatrização. Então, vamos lá.
Seguiremos em frente e mergulharemos um pouco mais neste uni-
verso inicial da abordagem estética das cirurgias plásticas.
Para que você entenda o quão importante é o período de prepa-
ração que antecede o procedimento estético cirúrgico e, com isso,
você entenda a importância de seu trabalho e suas orientações,
convido você a mergulhar em uma experiência.

58
UNIDADE 3

Vamos fazer um bolo de chocolate? Quem não gosta de um bolo de chocolate?


Delícia, né? Pois bem, para esse bolo, gostaria que separasse os seguintes ingre-
dientes: 3 ovos; 2 xícaras de farinha; 2 xícaras de açúcar; 1 xícara de óleo; 1 xícara
de água morna. Você colocará em uma tigela o ovo, o óleo e a açúcar e baterá
até ficar uma mistura homogênea. Depois acrescente a farinha e a água morna e
mexa. Unte uma forma e coloque a mistura do bolo e leve ao forno quente por
40 minutos.
Quando você está na metade da receita você se lembra: Mas o bolo não é de
chocolate? Então, cadê o chocolate? No final, ainda dá um frio na barriga e lembra
do fermento. Cadê o fermento?
Aí é que está a diferença da preparação, do período que antecede, que inicia o
procedimento, que orienta, que alinha e organiza. Se você tivesse separado com
antecedência todos os ingredientes na bancada, pegasse a receita completa de sua
preferência, tivesse organizado os materiais, não faltaria nada, e o bolo daria certo.
Mas sem fermento e sem chocolate não será um bolo de chocolate.
Talvez, nós, profissionais da área da estética, aguardamos o médico passar todas as
orientações e as preparações para a paciente, como se fosse responsabilidade somente
dele, quando, na verdade, é responsabilidade de todos os profissionais envolvidos.
Quanto melhor preparado estiver seu paciente, quanto mais orientado e empoderado
de informações, melhor será sua recuperação e seus resultados. Pense nisso. E, a partir
de agora, não esqueça de nenhum ingrediente.

59
UNICESUMAR

Agora, depois de experimentar e visualizar a importância da


preparação pré- cirúrgica de um paciente que realizará um pro-
cedimento estético, por meio da experimentação com o bolo de
chocolate, imagine-se novamente com a paciente P. H. B, 35 anos,
feminino, que realizará a cirurgia de mamoplastia de aumento;
lipoenxertia e abdominoplastia daqui a um mês.
Pensando em todos seus aspectos físicos visualizados na ava-
liação. Detalhe como deve ser realizada a abordagem estética
desta paciente e pontue quatro orientações pré-cirúrgicas im-
portantes neste momento. Para isso, utilize o espaço do Diário
de Bordo a seguir para que você possa detalhar seu protocolo e
as orientações que você, profissional, julga necessário para este
momento.
DIÁRIO DE BORDO

60
UNIDADE 3

Como estamos falando e detalhando situações profissionais que você, possivelmente, vivenciará em sua
carreira acadêmica, mesmo não sendo um bolo de chocolate, a preparação antes da cirurgia plástica
estética fornece condições biológicas condizentes com uma recuperação adequada e com o sucesso
cirúrgico final. Portanto, neste momento em especial, ressaltarei a importância dos procedimentos e
as orientações cabíveis ao período pré-operatório de cirurgias plásticas. Desta forma, tanto o paciente
quanto os profissionais envolvidos se sentirão preparados para abordar a situação e terão o controle
de todos os fatores envolvidos (GUIRRO; GUIRRO, 2004; BORGES, 2006; ELY, 1980).
Agora, nós nos aprofundaremos nestes assuntos do período pré-operatório, oferecendo-lhe
embasamento e material para que consiga entender a importância de seu trabalho e de sua abor-
dagem de forma correta e eficiente. O período pré-operatório é o que antecede a cirurgia plástica
e possui como objetivo preparar o indivíduo para a cirurgia. Este momento de preparação é, ex-
tremamente, importante para o paciente, para o médico cirurgião e para o profissional da estética
envolvido com o atendimento (PARENTI, 2011). O paciente precisa preparar o corpo, a mente,
a pele e o organismo para a cirurgia. É importante o acompanhamento psicológico, nutricional e
de profissionais da estética que sejam aptos a trabalhar com pré e pós-operatório (FERNANDES
et al., 2010; FERREIRA, 2000).
Esta preocupação com os cuidados nos períodos pré e pós-operatório tem sido salientada como
um importante fator tanto de prevenção a possíveis complicações como de promoção de um re-
sultado estético mais satisfatório (FERNANDES et al., 2010; FERREIRA, 2000). Dependendo do
tipo de cirurgia que o paciente realizará, devemos preparar, antecipadamente, diversas camadas de
tecido do corpo para que, após o trauma, ele tenha condições de se recuperar. No geral, o objetivo
deste momento pré-cirúrgico é melhorar o aporte nutricional e sanguíneo para o tecido; diminuir
a espessura da camada adiposa a fim de reduzir o tempo da cirurgia; melhorar a flacidez tissular
e muscular; orientar a prática de exercícios com um profissional adequado e orientar a ingestão
de água (FERNANDES et al., 2010; FERREIRA, 2000; MAIO, 2004).
Quando executamos o período pré-operatório, a chance de sucesso no intraoperatório e no
pós-operatório é maior, e o tempo de recuperação menor, fazendo com que o retorno às atividades
de vida diárias seja mais breve (FERNANDES et al., 2010; MAUDE, 2003; PITANGUY, SALGADO,
RADWANSKI, 2000).

Nesta obra, estão descritas algumas cirurgias plásticas estéticas e apre-


sentadas técnicas de eletro estéticas e manuais, importantes no período
pré e pós-operatório.

61
UNICESUMAR

A primeira avaliação realizada pelo indivíduo que busca as técni-


cas das cirurgias plásticas, muitas vezes, é a do médico cirurgião
plástico ou dermatologista. Esta avaliação pré-operatória requer
a realização de anamnese, exame físico adequado e, quando ne-
cessário, exames complementares. Estes são definidos a partir
de dados sugestivos encontrados na avaliação e, também, na
necessidade de monitorizar condições clínicas específicas que
possam sofrer alterações durante as cirurgias ou procedimentos
associados (FERNANDES et al., 2010; FERREIRA, 2000; GUIR-
RO, GUIRRO, 2004).
Dependendo da cirurgia e da história do paciente, é necessário,
também, avaliar o risco envolvido, portanto, talvez seja necessária
uma avaliação em relação ao risco cardiovascular. O médico ci-
rurgião realiza a avaliação pré-operatória e define a necessidade
de avaliação complementar (FERNANDES et al., 2010).

Neste vídeo, você entenderá como


é realizada a avaliação de risco pré-
-cirúrgica. Acesse:
Para acessar, use seu leitor de
QR Code.

Além da avaliação clínica e da consulta pré-operatória, a avalia-


ção pré-anestésica é fundamental para a qualidade da assistência
em procedimentos cirúrgicos. Segundo a Resolução 1.363/93 do
Conselho Federal de Medicina, em seu Artigo 1º, inciso 1(apud
FERNANDES et al., 2010, p. 242), determina:


Antes da realização de qualquer anestesia é indispensável co-
nhecer, com a devida antecedência, as condições clínicas do
paciente a ser submetido à mesma, cabendo ao anestesista de-
cidir da conveniência ou não da prática do ato anestésico, de
modo soberano e intransferível.

62
UNIDADE 3

É necessário, antes de se submeter a uma cirurgia plástica, a reali-


zação de exames clínicos pré-operatórios, que devem ser indicados
e solicitados pelo médico (cirurgião plástico). Estes exames têm
como objetivo evitar complicações durante o procedimento ou
na fase de recuperação. Os exames mais solicitados incluem os de
análise sanguínea; urina; exames cardíacos e exames de imagem,
quando o médico julgar necessário e seguro (FERNANDES et al.,
2010; FERREIRA, 2000; GUIRRO, GUIRRO, 2004).
Já a avaliação do profissional da estética envolve análise de
aspectos relacionados à disfunção estética apresentada pelo
paciente, entre eles: retrações musculares, deformidades, qua-
lidade da pele; tamanho da espessura do tecido subcutâneo;
deficiência circulatória que leva a alguma alteração estética
e funcional. Uma das principais observações que devemos
realizar neste período é avaliar as condições circulatórias dos
pacientes, estabelecendo a presença de alteração como edemas
(BORGES, 2006; GUIRRO, GUIRRO, 2004).
De uma forma geral, o pré-operatório estético funciona
como orientação para o paciente, além das abordagens tera-
pêuticas realizadas. É nesse momento que o indivíduo é prepa-
rado para a cirurgia e começa a tratar do plano de tratamento
pós-cirúrgico (FERNANDES et al., 2010; FERREIRA, 2000;
GUIRRO, GUIRRO, 2004).
O profissional da área da estética possui um papel, no período
pré-operatório, bastante significativo. As observações médicas re-
velam que o/a paciente que se submete a sessões de procedimentos
estéticos antes da cirurgia, certamente, apresentará recuperação
muito mais rápida e eficiente, pois apresentará a pele mais prepa-
rada e hidratada para o trauma cirúrgico. Isso favorece o processo
de cicatrização, na prevenção ou na atenuação de edema, equimose
e fibrose, promoverá, também, tratamentos relaxantes para aliviar
a tensão e a ansiedade. Podemos, ainda, reforçar as orientações
médicas, lembrando e repassando as recomendações que o cliente
deve seguir nos dias que antecedem à cirurgia (FERNANDES et
al., 2010; FERREIRA, 2000; GUIRRO, GUIRRO, 2004).
Segundo Borges (2006), o pré-operatório tem por objetivo
fortalecer os vasos sanguíneos e linfáticos da região que será
operada. Esteticistas estão habilitados a utilizar técnicas de pré-
-operatório capazes de melhorar os tônus muscular e tissular,
com técnicas manuais ou com o auxílio de equipamentos, po-
dendo utilizar os dois juntos.

63
UNICESUMAR

Os grandes destaques deste livro são o fato de apresentar a anatomia


da mama com inúmeras imagens didáticas, conteúdo de cirurgia esté-
tica da mama com procedimentos, minuciosamente detalhados e as
complicações cirúrgicas estéticas.

Segundo Guirro e Guirro (2004), quanto à atuação dos profis-


sionais na estética em procedimentos pré-operatórios de cirur-
gias faciais, estão: os recursos e os procedimentos de limpeza de
pele, hidratação profunda, com ou sem uso de equipamentos
(micro correntes, ionização, eletroestimulação e eletroporação,
por exemplo); endermologia a fim de ativar a vascularização;
drenagem linfática para diminuição de líquidos e toxinas.
Já com relação aos procedimentos em pré-operatório de cirur-
gias plásticas corporais, os esteticistas podem atuar realizando:
esfoliação e hidratação cosmética; massagens e uso de ender-
mologia para ativação da vascularização; drenagem linfática
para diminuição de líquidos e toxinas; uso de eletroestimulação
muscular e eletroterapia necessária (AGNES, 2011; COLLINS,
1998; GUIRRO, GUIRRO, 2004).
A seguir, abordarei alguns conceitos dos procedimentos es-
téticos que podem ser realizados no pré-operatório, lembrando
que, inicialmente, é necessária e importante uma avaliação mi-
nuciosa do indivíduo para saber qual o tipo de cirurgia seria o
mais indicado, estabelecer um programa de tratamento, levando
em consideração quantos dias antes da cirurgia ele estará em
procedimento pré-operatório (AGNES, 2011; COLLINS, 1998;
GUIRRO, GUIRRO, 2004; BORGES, 2006).
Os procedimentos de hidratação tecidual (Figura 1), que
promovem o equilíbrio do manto hidro lipídico e a melhoria
na qualidade e na elasticidade da pele, serão muito importantes
para a preparação da pele para a incisão cirúrgica e a cicatriza-
ção (AGNES, 2011; COLLINS, 1998; GUIRRO, GUIRRO, 2004;
BORGES, 2006).

64
UNIDADE 3

Descrição da Imagem: Aplicação de máscara facial hidratante em região facial em uma


cliente feminina que se encontra deitada.

Figura 1 - Protocolos de Hidratação facial no período pré-operatório

Os procedimentos manuais incluem as massagens manuais (Figura


2), que são manobras específicas no pré-operatório, incrementam a
circulação sanguínea e linfática, aumentam a permeação de ativos,
além de relaxarem o cliente, diminuindo a ansiedade, muito comum
antes da cirurgia. Ou seja, as massagens mais indicadas no período
pré-operatório são as técnicas de massagem drenagem linfática
manual e as técnicas relaxantes (AGNES, 2011; COLLINS, 1998;
GUIRRO, GUIRRO, 2004; BORGES, 2006).

Descrição da Imagem: Aplicação da manobra de drenagem linfática manual em região de


perna no membro inferior esquerdo, em uma paciente em decúbito ventral.

Figura 2 - Aplicação da técnica Drenagem Linfática manual, no período


pré-operatório

65
UNICESUMAR

Como a presença de quadro de ansiedade nos indivíduos que buscam cirurgias plásticas estéticas no
pré-operatório é comum e está associada a diversos problemas futuros, como acesso venoso difícil, há
a exigência de maiores doses de agentes de indução anestésica e complicações pós-operatórias. Isto
porque altos níveis de ansiedade influenciam, negativamente, os parâmetros fisiológicos e perturbam
o período pós-operatório. Portanto, é indispensável, no período pré- operatório, a utilização de téc-
nicas relaxantes, como massagens, aromaterapia, meditação, terapias integrativas e complementares
e atividade física (Figura 3) (GUIRRO; GUIRRO, 2004; FELIX et al., 2018).

Descrição da Imagem: Conjunto de representação de Ícones de técnicas integrativas e complementares utilizadas para relaxamento e
bem-estar: Massagem, vela, sauna, chás, fitoterapia, escalda pés; meditação; aromaterapia entre outras.

Figura 3 - Representação de técnicas integrativas e complementares utilizadas para o bem-estar

Na concepção de Borges (2006), a técnica manual mais indicada é a drenagem linfática manual, e o mé-
todo de drenagem linfática pela técnica de Leduc, neste período preparatório, envolve dois movimentos
importantes: de chamada (conduz a linfa) e de reabsorção (fará a reabsorção da linfa proveniente do líquido
intersticial). Para Leduc e Leduc (2000), existem dois processos para a realização da drenagem linfática ma-
nual: de captação e o de evacuação. De um modo geral, a drenagem linfática sempre se inicia pelo segmento
proximal, pelo processo de evacuação e se desenvolve para o segmento distal (LEDUC; LEDUC, 2000).
Já na técnica de drenagem linfática pelo método de Vodder, as manobras consistem em movimen-
tos circulares em diferentes pressões para conduzir a linfa até os gânglios. Para a execução da técnica
Vodder, as manobras utilizadas são: effleurage, rotação no lugar, bracelete, deslizamento em espiral,
leque, passo de ganso, balancinho, fricção digital superficial, amassamento deformante, descolamento,
pirâmide, roda gigante e bombeamento (GUSMÃO, 2010).

66
UNIDADE 3

Neste vídeo você aprenderá sobre a técnica de drenagem linfática


manual com a técnica de Leduc.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

Os recursos eletroestéticos são indicados na ou aumentar a densidade de colágeno. No período


abordagem pré-operatória estética, e, entre os pré-operatório, também, pode auxiliar na redução
equipamentos da estética facial e corporal, alguns da espessura do tecido subcutâneo. A dosimetria
são extremamente importantes, como as micro- indicada é temperatura entre 36 °C e 38 °C, geran-
correntes, que aumentam a produção de ATP, res- do a distensibilidade do colágeno e, acima de 40ºC,
tabelecem a bioeletricidade tecidual, melhoram para redução de tecido adiposo.
a circulação e a oxigenação do tecido, levando O Ultrassom, também, é um recurso que pode
à melhor recuperação após a cirurgia (AGNES, auxiliar na redução do tecido subcutâneo e pode
2011; GUIRRO, GUIRRO, 2004; BORGES, 2006). ser aplicado individual ou como terapia combi-
Na eletroestética indicada no pré-operatório, nada, associada a alguma corrente elétrica. Este
encontramos a termoterapia, que eleva a taxa equipamento está vinculado, diretamente, ao
de metabolismo da célula, promove drenagem processo de reparo (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
tecidual e auxilia na cicatrização do pós-ope- A microcorrente é uma corrente que normaliza
ratório, melhorando a qualidade do tecido ci- a atividade do interior da célula, após este ter so-
catricial. No período pré-operatório, a termote- frido algum tipo de lesão. É indicada para prepa-
rapia aumenta o metabolismo celular e auxilia ração, principalmente, de cirurgias faciais, pois
na desintoxicação do tecido e na maleabilidade garante a homeostase, acelerando o processo de
tecidual que favorece o procedimento cirúrgico reparo (AGNES, 2011).
(GUIRRO, GUIRRO, 2004). Um dos recursos bem importantes para o
Os recursos crioterápicos (terapia com res- período pré-operatório é a endermologia e/ou
friamento), também, são indicados neste período, vacuoterapia, a massagem mecânica pode evitar
pois, entre os efeitos fornecidos por esta moda- o aparecimento de nódulos, pois o seu massa-
lidade, estão a vasoconstrição, a amenização de geamento profundo quebra as fibroses e aderên-
dores e inflamações, a redução do espasmo mus- cias, favorecendo o deslizamento de cânulas nos
cular e a redução da taxa metabólica, auxiliando procedimentos cirúrgicos (GUIRRO; GUIRRO,
no combate a fibroses. O resfriamento por esta 2004). Além destas técnicas citadas, outras pos-
técnica, ao reduzir a temperatura, limita o trauma suem importância neste período que antecede
tecidual (BORGES, 2006). a cirurgia, como a limpeza de pele, a esfoliação
De acordo com Borges (2006), a radiofrequên- tecidual; os protocolos de desintoxicação; a es-
cia, também, é uma opção para a diminuição da timulação metabólica e muscular (GUIRRO,
fibrose, podendo, em distintas dosagens, diminuir GUIRRO, 2004; BORGES, 2006).

67
UNICESUMAR

Conheça o mais completo guia passo a passo das principais


técnicas para o tratamento estético da face e do corpo. Re-
pleto de fotos e ilustrações, o texto inclui estudos de casos
com contribuições de especialistas da área, oferecendo uma
visão real do mundo do trabalho.

Além dos efeitos terapêuticos de todas as técnicas da estética apresenta-


das, o/a cliente que já começa os tratamentos desde o pré-operatório terá
mais chances de começar o pós-operatório cada vez mais cedo, sempre
respeitando a autorização do médico responsável (GUIRRO, GUIRRO,
2004; BORGES, 2006).
A ação conjunta entre cirurgião plástico e tecnólogo, em estética, é
fundamental para um resultado positivo do processo operatório, possi-
bilitando um processo de recuperação tranquilo e seguro para o cliente.
Além de toda a abordagem terapêutica que deve ser realizada em indi-
víduos no período pré-operatório, as orientações pré-operatórias são
pertinentes ao indivíduo (FERNANDES et al., 2010; FERREIRA, 2000).
Outro aspecto importante que deve ser levado em consideração em
uma preparação para o procedimento cirúrgico é a alimentação do in-
divíduo que se submeterá à cirurgia, pois a boa nutrição e alimentação,
antes e depois da cirurgia plástica, deixa o organismo pronto para passar
pelo trauma, diminui as complicações e contribui para a conquista de
resultados (PARENTE, 2019).
Antes do procedimento cirúrgico, o plano alimentar tem o obje-
tivo de controlar o metabolismo e o apetite, pois é muito comum os
pacientes sentirem um aumento da ansiedade, o que pode acarretar
em uma compulsão alimentar momentânea (PARENTE, 2019). Os
alimentos ricos em gordura saturada, açúcar refinado, embutidos, sal,
enlatados e industrializados, devem ser evitados durante esse período,
pois comprometem o processo de cicatrização e o sistema imunológico
(FERNANDES et al., 2010; FERREIRA, 2000).
Os alimentos que fazem parte e devem ser mantidos na alimentação,
antes e depois da cirurgia plástica, são (Figura 4): carnes magras e peixes;
ácidos graxos; ômega 3 e óleos vegetais; aves, peixes, feijão, lentilha e
ervilha; vitamina C; vegetais verde-escuro; os alimentos integrais, como
o pão integral, legumes, vegetais e frutas, probióticos, como iogurte e
leite (FERNANDES et al., 2010; FERREIRA, 2000).

68
UNIDADE 3

Descrição da Imagem: Ilustração de vários exemplos de frutas, legumes


e verduras que devem ser consumidos no período pré-operatório.

Segundo a American Society of Anesthesiologist


(ASA), para a realização de procedimentos cirúrgicos
estéticos, é recomendado um período de jejum prévio
de seis horas ou mais. Os cuidados pré-operatórios
podem variar de acordo com a cirurgia, mas existem
cuidados que são básicos e pertinentes a todos os
procedimentos estéticos cirúrgicos, como interrom-
per o consumo de cigarros e de bebida alcoólica, pelo
menos, três semanas antes da cirurgia; não fazer uso
de medicamentos anti-inflamatórios por, pelo menos,
duas semanas antes da cirurgia. Já os medicamentos
para emagrecimento devem ser suspensos, totalmen-
te. O paciente deve: informar ao seu médico todos os
medicamentos que está usando; evitar a exposição
solar prolongada por, pelo menos, duas semanas antes
da cirurgia; consumir, diariamente, um comprimido
(500 mg) de vitamina C; programar suas atividades
sociais, domésticas ou escolares; não usar esmalte
nas unhas, no dia da cirurgia; fazer jejum a partir do
horário recomendado pelo médico (FERNANDES et
al., 2010; FERREIRA, 2000).
Segundo Guirro e Guirro (2004), a atuação da
estética tem contribuído tanto no pré quanto no
pós-operatório de indivíduos submetidos a procedi-
mentos cirúrgicos estéticos, prevenindo e ou tratan-
do as respostas advindas das intervenções cirúrgicas,
reduzindo, também, níveis de ansiedade pré-cirúrgi-
co (BORGES, 2006). O paciente nem sempre busca
atendimento pré-cirúrgico ou sequer é encaminhado
pelo médico cirurgião plástico, embora apresente
objetivos de grande relevância, como preparo da
pele, ganho de aspectos emocionais mediante o to-
que do profissional, sem falar dos efeitos benéfi-
cos da drenagem linfática manual que estimula a
produção de células de defesa no organismo. Isso
melhora a imunidade do indivíduo, deixando-o pre-
parado, física e psicologicamente, para se submeter
Figura 4 - Exemplo de alimentação para ao procedimento indicado pelo cirurgião plástico
o período pré-operatório
(BORGES, 2006).

69
UNICESUMAR

Sobre pré e pós-cirúrgicos, Guirro e Guir- ratória, a atuação deste profissional também é
ro (2004) apresenta, em sua bibliografia, uma voltada para a manutenção e o preparo da pele
diversidade de recursos eletroterápicos que po- e da musculatura que será afetada pela interven-
dem ser usados, previamente, à cirurgia plástica, ção cirúrgica, assim como também se destina ao
atuando como recurso auxiliar no incremento acolhimento das necessidades físicas e psicoló-
do metabolismo basal e fortalecimento mus- gicos do paciente (GUIRRO, 2004).
cular, por meio das correntes excitomotoras.
Ainda, a estimulação elétrica pós cirurgia é um
importante complemento no programa de tra-
tamento, o qual visa acelerar a recuperação de
alguma fase da cicatrização, ou inibir alguma
reação excessiva do organismo, como o excesso
de produção de colágeno bem como manter ou
restaurar a força e o trofismo tissular e muscular.
E, assim, o profissional de estética, em con-
sonância com o cirurgião plástico, visa, no pro-
cesso pré-operatório, à conscientização, ao pla-
nejamento pós-operatório e ao conhecimento Abordagem estética pré-operatória de cirurgias plásticas
sobre as demandas do paciente. Na fase pré-ope- faciais e corporais.

Neste momento, gostaria que você, meu (minha) aluno (a), se imaginasse como um(a) profissional bem-su-
cedido(a) de sua cidade, que está atendendo a paciente P. H. B, 35 anos, feminino, com cirurgia de mamo-
plastia de aumento, lipoenxertia e abdominoplastia, agendada para dezembro de 2020. A paciente apresenta
gordura generalizada em abdômen, flancos e costas, flacidez tissular em abdômen, devido às suas quatro
gestações, porém se encontra em excesso de peso, e o cirurgião solicitou que ela emagrecesse mais dez quilos.
Agora que você já aprendeu sobre o período pré-operatório e sobre sua responsabilidade e impor-
tância, quero que liste, como um profissional, o que você faria ou aconselharia a esta cliente a respeito
do que se pede a seguir:

1. Quais recursos eletroestéticos você utilizaria neste caso?


_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
2. Quais técnicas manuais você utilizaria neste caso?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
3. Liste cinco orientações a esta cliente para que ela realize no período pré-operatório.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

70
Viu como você consegue montar um protocolo estético para utilização no período
pré-operatório? Lembre-se de que quanto mais tempo temos com o paciente antes do
procedimento cirúrgico estético mais recursos podemos utilizar para sua preparação.
Portanto, para que possamos fechar este raciocínio, convido você a utilizar todas as
informações trabalhadas até aqui, por meio da construção de um mapa mental, em
que você poderá por intermédio de pequenos links, desenvolver capacidade mental
e visual para arquivar todas as informações que trabalhamos anteriormente.
Para que você consiga realizar este mapa, listarei algumas palavras-chave e,
a partir daí, você constrói e finaliza o mapa: Conceito de período pré-operatório;
objetivos; avaliação estética.
Vamos lá:

MAPA MENTAL

71
1. Os cuidados pré-operatórios podem variar de acordo com a cirurgia, mas
existem alguns que são pertinentes a todas elas. Cite três desses cuidados.

2. Descreva cuidados pré-operatórios para cirurgias plásticas corporais.

3. Descreva cuidados pré-operatórios para cirurgias plásticas faciais.

4. O cliente cirúrgico recebe assistência da estética nos períodos pré, trans e


pós-operatório. O período que abrange a preparação cirúrgica desde a tomada
de decisão até a internação é chamado de:
AGORA É COM VOCÊ

a) Pré-operatório.
b) Transoperatório.
c) Peroperatório.
d) Pós-operatório.
e) Neo-operatório.

5. Imagine uma paciente em período pré-operatório quinze dias antes da cirurgia


de lifting facial, em sua clínica. Leia as afirmativas a seguir e assinale a que
mais se adequa a esta situação clínica.
a) Limpeza de pele; radiofrequência facial com temperaturas altas; drenagem
linfática e microagulhamento.
b) Limpeza de pele; microcorrentes facial; drenagem linfática e microagulha-
mento.
c) Limpeza de pele; microcorrentes facial e drenagem linfática.
d) Laser; limpeza de pele por sucção; Microcorrentes facial; massagem relaxante.
e) Limpeza de pele; microcorrentes facial; massagem modeladora e microagu-
lhamento.

72
1. Interromper consumo de cigarros, pelo menos, três semanas antes da cirurgia;
não fazer uso de anti-inflamatório, tipo aspirina/AAS, por, pelo menos, duas
semanas antes da cirurgia. Os medicamentos para emagrecer também devem
ser suspensos; informar ao seu médico todos os medicamentos que está
usando; evitar exposição solar prolongada por, pelo menos, duas semanas
antes da cirurgia; vitamina C: tomar 1 comprimido (500 mg) três vezes ao dia,
iniciar dois dias antes da cirurgia; programar suas atividades sociais, domés-
ticas ou escolares de modo a não se tornar indispensável a terceiros, por um
período de, aproximadamente, duas semanas; não usar esmalte nas unhas
no dia da cirurgia; fazer jejum a partir do horário recomendado pelo médico.
É necessário que a anestesia e a cirurgia sejam feitas com, pelo menos, oito
horas de jejum, por isso, na manhã da cirurgia, você não deve ingerir nada;
evitar bebidas alcoólicas ou refeições muito pesadas no dia anterior à cirurgia;

CONFIRA SUAS RESPOSTAS


peça para alguém da família ou amigo para lhe acompanhar até o hospital/
clínica; comunicar qualquer anormalidade que possa lhe ocorrer, como gripe,
período menstrual, indisposição, entre outros, até dois dias antes da cirurgia.

2. Realizar a esfoliação tecidual; realizar protocolos de estimulação muscular e


tecidual; ativar o sistema circulatório e linfático; reduzir a espessura do tecido
subcutâneo e realizar as orientações cabíveis a este momento.

3. Realizar a limpeza de pele quinze dias antes da cirurgia; realizar protocolos


de hidratação e revitalização tecidual e realizar as orientações cabíveis a este
momento.

4. Letra A está correta, pois é o pré-operatório o período que abrange a preparação


cirúrgica desde a tomada de decisão até a internação.

5. Letra C está correta, pois é o que melhor se adequa ao caso; as outras alterna-
tivas estão com a ordem errada e com escolhas erradas em relação ao caso.

73
MEU ESPAÇO

74
4 Abordagem Estética
Pós-Operatória
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura

OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM

Olá, aluno (a), seja bem-vindo (a)! Chegamos ao nosso último ciclo de apren-
dizagem da disciplina de Pré e Pós-operatório. Ao longo de todo nosso
caminho percorrido até aqui, imagino que você esteja se questionando
sobre o que virá a seguir. Fico, imensamente, feliz por estar construindo este
conhecimento com você e o(a) convido a nos aprofundarmos na abordagem
estética do pós-operatório de cirurgias plásticas estéticas. Portanto, descre-
veremos como procedemos com a abordagem pós-operatória na cirurgia
plástica estética; desenvolveremos conhecimento a respeito deste período,
as avaliações clínicas e estéticas necessárias nesse período e discutiremos
os recursos estéticos indicados para esse período.
UNICESUMAR

Sabe a paciente que você preparou durante o capaz de oferecer uma abordagem pós-cirúrgica
período pré-operatório, no ciclo de aprendiza- de qualidade e com segurança, auxiliando, de for-
gem anterior? Pois bem, ela realizou a cirurgia e ma terapêutica, os mecanismos biológicos para
retornou a você, pois gostou muito de seu aten- uma boa recuperação e cicatrização.
dimento, da sua técnica e da sua empatia. Sim, A importância do período pós-operatório
você está se tornando um(a) profissional capaci- no sucesso de uma cirurgia plástica estética é
tado(a) para o atendimento e acompanhamento muito grande, pois este período é considerado
total de um indivíduo que busca atendimento uma continuação do procedimento, ou seja, a
ou procedimentos cirúrgicos estéticos. abordagem estética realizada por nós e os recur-
Para o(a) ajudar a relembrar a paciente em sos que utilizaremos neste momento impactará a
questão, é a P. H. B, 35 anos, feminino, que reali- recuperação do(a) paciente e o resultado cirúr-
zou a cirurgia de mamoplastia de aumento, com gico. É muito importante saber escolher como
lipoenxertia em glúteo e abdominoplastia total trabalharemos com os indivíduos submetidos
há sete dias. Ela chegou até você com flexão de a cirurgias plásticas e trabalhar em equipe para
coluna, utilizando macaquinho cirúrgico e pla- que alcançarmos os resultados mais satisfatórios.
cas cirúrgicas, relatando dor e incômodo para Neste momento gostaria de lhe fazer uma
dormir e edema em membros inferiores, hema- pergunta: Como você prefere tomar sorvete?
tomas e equimoses em coxas, costas e abdômen. Você gosta de tomar só sorvete ou gosta de to-
Pensando em sua abordagem pós-operató- má-lo com cobertura, confeitos, calda, frutas e
ria com esta paciente, diga: Quais seriam os re- tudo mais que encontramos na vitrine da sorve-
cursos indicados para esta cliente, no período teria? Você prefere na casquinha, no cascão ou
em que ela se encontra? Quase que, imediata- no pote? Você prefere um sabor, dois ou mais?
mente, você me responderia: Faria drenagem Você escolhe sempre o mesmo sabor ou muda
linfática. E está correto, pois é a técnica manual para abrir suas experiências?
mais indicada para edema e pós-cirurgias. Mas Delícia falar sobre sorvete, né? É delicioso
será que podemos fazer somente isso? Não! A mesmo, isso nos traz sensações boas e agra-
primeira coisa que precisamos levar em con- dáveis. Mas quase sempre vamos à sorveteria,
sideração é o período em que a paciente se escolhemos o sabor, colocamos o que queremos
encontra e as manifestações fisiológicas que o e não pensamos em como aquele sorvete foi
tecido e o organismo estão vivendo mediante feito. Nas cirurgias plásticas estéticas também
ao estímulo traumático da cirurgia. acontece isso, os pacientes, muitas vezes, após
Com este raciocínio, conseguiremos escolher a cirurgia, só pensam no resultado, em como a
os recursos manuais, elétricos, cosméticos indi- cintura ficará, no tamanho que os seios terão,
cados para cada fase, obedecendo os mecanismos com qual aspecto a cicatriz ficará etc. Ou seja,
fisiológicos da cicatrização. Por isso, o que abor- a partir do momento que eles saem do hospital
daremos neste ciclo é importante para que você e recebem alta do médico para iniciar os aten-
consiga tomar as decisões necessárias para cada dimentos estéticos do período pós-operatório,
paciente em relação à cirurgia e seu tempo de eles transferem toda a expectativa para nós ou
cicatrização. Com este conhecimento, você será para quem quer que esteja atendendo.

76
UNIDADE 4

Já sabemos que o sorvete quanto mais incrementado, melhor, a experiência se torna mais
interessante. Com uma vitrine enorme de recursos e técnicas que podem ser utilizados na
abordagem pós-operatória de indivíduos submetidos a cirurgias plásticas, você ficará so-
mente no básico? Não colocará nenhum incremento? Tal qual como o sorvete, ficará só com
a massa? Não colocará nenhuma calda?
Vamos aprender a incrementar nossos atendimentos no período pós-operatório? Vamos diver-
sificar os recursos que podemos utilizar?
Sabemos que nem sempre poderemos saborear um sorvete incrementado e que, em nossos proto-
colos, também não teremos todos os recursos existentes disponíveis ao nosso uso terapêutico. Porém,
depois desta experimentação, tenho certeza de que você entendeu a importância de escolher os recursos
que terá em mãos de forma adequada e correta para que, desta forma, o produto e resultado sejam
satisfatórios não só para o paciente, mas para todos os profissionais envolvidos.
Pensando em todos os recursos estéticos que você tem disponível em sua profissão, sem
pensar em fase do período pós-operatório em que a paciente se encontra, liste os recursos ma-
nuais, os recursos eletrotermofototerapêuticos, os ativos mais indicados para serem utilizados
no período pós-procedimento. Para isso, utilize o campo do Diário de Bordo para listar estes
recursos (manual, elétricos, cosméticos).

DIÁRIO DE BORDO

77
UNICESUMAR

O procedimento cirúrgico estético constitui-se de uma agres-


são tecidual que, mesmo bem direcionado, pode prejudicar a
função dos tecidos envolvidos (SCKWARTZ, 1987; FERREIRA,
2000). Embora pareça desnecessário para alguns profissionais, a
abordagem estética profissional dos indivíduos que serão sub-
metidos aos procedimentos cirúrgicos é importante para um
bom resultado. Além disso, é prudente relembrar que, devido
aos efeitos biológicos e fisiológicos do trauma cirúrgico, podem
surgir complicações tardias ao procedimento, que podem ser
evitadas e tratadas pelos profissionais envolvidos (BORGES,
2006; AURICCHIO; MASSAROLLO, 2007).
Os procedimentos estéticos cirúrgicos podem ser agrupados
de acordo com seus objetivos finais. Temos os procedimentos
realizados para rejuvenescimento facial (ritidoplastias; lifting
facial; blefaroplastias; rinoplastias; otoplastia entre outros); para
melhorar o contorno corporal (lipoaspiração; lipoenxertia; li-
poaspiração 4D; abdominoplastias, torsoplastia etc.); as cirur-
gias estéticas realizadas para alterar o volume e forma da mama
(mastoplastias de aumento e redução; próteses); as destinadas a
melhorar a forma do nariz (rinoplastias), da orelha (otoplastias),
entre outros procedimentos cirúrgicos (MÉLEGA; ZANINI;
PSILLAKES, 1992; MILANI; JOÃO; FARAH, 2006).
Cada um destes procedimentos resultará em uma cascata
de alterações fisiológicas que influenciarão na cicatrização e
na reparação tecidual, ou seja, os aspectos que os indivíduos
apresentaram no período pós-operatório têm relação com o tipo
de procedimento cirúrgico realizado (PITANGY; SALGADO;
RADWANSKI, 2000; BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Muitos pacientes submetidos às cirurgias plásticas, infelizmen-
te, ainda não são encaminhados e orientados para realizarem tra-
tamentos estéticos pós-operatórios com profissionais habilitados
e capacitados, ou, quando são orientados a procurar atendimento
pós-operatório, fazem-no em fases tardias, o que pode levar a
resultados poucos satisfatórios ou à ocorrência de intercorrências
da cicatrização tecidual. É responsabilidade dos esteticistas atuar
com todos os recursos disponíveis para minimizar a alteração
funcional decorrente da cirurgia e auxiliar o corpo na cicatrização
(BORGES, 2006; FERREIRA, 2000).
O grande objetivo da abordagem estética no pós-operatório é re-
duzir edema, eliminar o líquido intersticial, promover a cicatrização
e melhorar a qualidade de vida e a auto estima (LEDUC; LEDUC,

78
UNIDADE 4

2000; HERPERTZ, 2006). A cirurgia estética moderna passou por duas fases: na primeira o objetivo
era tornar a cirurgia segura e humana; na segunda, o objetivo era preparar o cliente para a cirurgia.
Porém, por mais planejada e executada que seja, uma cirurgia implica grande estresse fisiológico para
o organismo do paciente (FERREIRA, 2000).
É normal que ocorra, nos indivíduos que se submetem ao procedimento cirúrgico estético,
dependência na realização de suas atividades diárias em um período de 48 a 72 horas, podendo
retornar às atividades se o pós-operatório ocorreu sem intercorrências (FERREIRA, 2000). Ou
seja, os pacientes submetidos a cirurgias plásticas apresentam algumas necessidades que variam
de acordo com a extensão da cirurgia, o tipo de cirurgia, os aspectos prévios de saúde etc.
Segundo Cheever e Hinkle (1994) estas necessidades são: psicobiológicas (oxigenação, hidrata-
ção, nutrição, sono, atividades físicas, sexualidade, cuidado corporal, integridade cutâneo-mucosa,
integridade física); as de locomoção, as necessidades de percepção (olfativa, visual, auditiva, tátil,
gustativa, dolorosa); as psicossociais (segurança, amor, liberdade, comunicação, criatividade, apren-
dizagem, recreação, lazer, aceitação, autorrealização, autoestima, participação, autoimagem, atenção);
as psicoespirituais (religiosidade e ética).
A dependência experimentada pelos pacientes submetidos às cirurgias estéticas envolve atividades
que têm relação com: religiosidade; integridade cutâneo-mucosa; percepção sensorial dolorosa; ativida-
des de higiene pessoal; alimentação; regulação hidroeletrolítica; regulação vascular, regulação térmica;
regulação imunológica; comunicação; mecânica corporal; postura; segurança (CHEEVER; HINKLE,
1994). Por estes motivos, a abordagem estética dos indivíduos submetidos a cirurgias plásticas estéticas
devem ocorrer de forma holística e globalizada, buscando o equilíbrio biológico, físico, emocional e
social (BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002; STARKEY, 2001).

Aproveitando este momento, é importante discutir sobre as PNPIC que


contemplam sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos,
com o objetivo de estimular os mecanismos naturais de prevenção de
agravos e de recuperação da saúde, por meio de tecnologias eficazes
e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento
do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio
ambiente e a sociedade (WHO, 2002). Leia mais em:
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

Um pensamento que deve ser levado em consideração é o de que a experiência cirúrgica, mesmo que
seja a cirurgia plástica, expõe o paciente a ambiente estranho, a equipamentos complexos, a contato
com pessoas e diversos procedimentos estressantes. O paciente é solicitado a se ajustar ao estresse da
hospitalização, e todos estes eventos fazem com que o paciente se sinta vulnerável, inseguro e assustado.
E é responsabilidade do profissional que o está atendendo ampará-lo, acolhê-lo e tratá-lo de forma
mais globalizada e humanizada (BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002; STARKEY, 2001).

79
UNICESUMAR

O planejamento da abordagem estética no pós-operatório é variável e depende das características


apresentadas na avaliação, como análise do trofismo cutâneo e muscular, análise do edema, análise
da cicatriz e análise da dor e sensibilidade do tipo de cirurgia realizada e do tempo de pós-operatório
(BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002; STARKEY, 2001).
Os tópicos mais relevantes da avaliação estética do paciente pós-operado é o reconhecimento dos
problemas e da cirurgia, da identificação do tipo e da profundidade dos tecidos envolvidos, da nature-
za da patologia, do estágio da cicatrização, do reconhecimento de quaisquer contraindicações ao uso
das modalidades de tratamentos (KEDE, SABATOVICH, 2009; BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO,
2002; STARKEY, 2001).
O período pós-operatório inicia-se a partir da saída do cliente da sala de operação e perdura até sua
total recuperação. Este período subdivide-se em pós-operatório imediato, até 24 horas posteriores à
cirurgia; intermediário, após as 24 horas, e até sete dias depois; e tardio, após sete dias do recebimento
da alta. Nesta fase, os objetivos do atendimento ao cliente são: identificar, prevenir e tratar os problemas
comuns aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos (CHEEVER; HINKLE, 1994).
Levando em consideração as fases de cicatrização, o período pós-operatório pode ser dividido em
três fases que se sobrepõem uma a outra, durante o processo de reparo tecidual (Figura 1).

Descrição da Imagem: Gráfico de representação das três fases de cicatrização entre a resposta do organismo, em dias de pós-operatório.

FASES DA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS

Remodelação

Proliferação

Inflamação
Colágeno I
Fibronectina
Concentração Relativa

Colágeno III Aumento da


resistência da
ferida

0 2 4 6 8 10 12 14 16
Dias após a ferida

Figura 1 - Representação das fases de reparo tecidual frente a um trauma cirúrgico estético / Fonte: Reis (2019).

Durante todo o período pós-operatório, o paciente submetido à cirurgia estética plástica passará
pelas três fases de cicatrização, e o profissional envolvido em sua reabilitação tem a responsabilidade
de conhecer estas fases para que, desta forma, possa escolher o melhor recurso para cada momento
(GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Para que se possa oferecer tratamento adequado, o primeiro passo é o conhecimento das alterações
funcionais apresentadas pelo paciente, a determinação do tempo de pós-operatório e o conhecimento
de todos os recursos estéticos indicados para este período pós-procedimento. Poderíamos listar vários

80
UNIDADE 4

procedimentos e recursos que podem ser utilizados pelos profissionais, neste momento, entre eles:
Drenagem Linfática Manual; Drenagem Mecânica; Pressoterapia; Dreno Tapping; Crioterapia; Termo-
terapia; Massagem relaxante/Terapia Manual; Aromaterapia; Eletroterapia; Conscientização postural;
Mobilização Corporal; Exercícios Metabólicos; Exercícios Respiratórios) (KEDE, SABATOVICH, 2009;
BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002; STARKEY, 2001).
Nos traumas mecânicos, como na cirurgia plástica estética, pode haver alteração estrutural
ou funcional dos vasos linfáticos, causados por laceração ou compressão (hematoma, fibrose),
resultando, inevitavelmente, em edema intersticial. A indicação da drenagem linfática manual
em cirurgia plástica é, basicamente, para a retirada deste edema (Figura 2) (GODOY; BELCZAK;
GODOY, 2005; SOARES; SOARES; SOARES, 2005).

Descrição da Imagem: Aplicação da drenagem linfática manual na coxa direita.

Figura 2 - Técnica de Drenagem Linfática Manual

A técnica de drenagem linfática é uma massagem manual, rítmica, suave e repetitiva cujo objetivo
principal é drenar o líquido excedente no tecido, buscando, desta forma, o equilíbrio hídrico dos es-
paços intersticiais (LEDUC; LEDUC, 2000).
Independentemente da técnica de drenagem linfática utilizada pelo profissional, a utilização des-
te recurso terapêutico estético no pós-operatório é imediata, ou seja, inicia-se na fase aguda, pois a
drenagem linfática é um recurso para tratar as consequências das alterações vasculares. Porém, como
o indivíduo encontra-se em processo de cicatrização, a aplicação da técnica de drenagem deve ser o
mais suave possível, evitando movimento de deslizamentos e trações no tecido. O importante é que
a técnica direcione o edema a um gânglio proximal à lesão como uma via alternativa para não haver
encharcamento da cicatriz e aumento de edema (GODOY; BELCZAK; GODOY, 2005; SOARES;
SOARES; SOARES, 2005; LEDUC; LEDUC, 2005; MARK; CAMARGO, 1986).

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UNICESUMAR

A drenagem manual não oferece risco para o paciente em pós-operatório de cirurgias plásticas,
somente se for mal aplicada, empregando muita força, rapidez excessiva ou direção errada. Não há
limite para utilização, podendo ser utilizada desde o ambiente hospitalar até a alta da paciente pelo
cirurgião e pode ser realizada todos os dias (GODOY; BELCZAK; GODOY, 2005; SOARES; SOARES;
SOARES, 2005; LEDUC; LEDUC, 2005; WITTLINGER, 2013).

Neste livro, você terá acesso ao conhecimento teórico e prático sobre


a técnica de Drenagem linfática manual.

Outro recurso terapêutico utilizado para a redução do edema intersticial são as técnicas de drenagem linfática
mecânica ou pressoterapia, ainda pouco exploradas e, cientificamente, sem muitas comprovações. Atual-
mente, o dispositivo mais conhecido utiliza o conceito de compressão pneumática ou pressoterapia (Figura 3).
O dispositivo de drenagem linfática mecânica foi desenvolvido de acordo com os mecanismos fisiológicos do
sistema linfático e da técnica manual de drenagem linfática (PEREZ et al., 1999; SIQUEIRA; KARAN, 2009).
Alguns dispositivos utilizam uma manta que envolve o membro inferior ou superior, como se fosse
uma bota ou luva, e realizam um bombeamento ascendente no segmento. Outros dispositivos utilizam
movimentos de flexão e extensão plantar, favorecendo o deslocamento linfo venoso superficial e pro-
fundo (PEREZ et al., 1999; SIQUEIRA; KARAN, 2009; GODOY; BELCZAK; GODOY, 2005). Estes
métodos podem ser aplicados durante todo o período pós-operatório, mas não substituem a drenagem
linfática manual, tendo um papel terapêutico coadjuvante e auxiliar (GUIRRO, GUIRRO, 2002).

Descrição da Imagem: Aplicação da drenagem linfática mecânica por pressoterapia, em


região de membro inferior.
Com o paciente recém-opera-
do, uma técnica que pode ser
realizada, ainda no período
intra-operatório, antes de o
paciente subir para o quarto,
é o Dreno Tapping (Figu-
ra 4). O uso das bandagens
elásticas teve início em 11 de
agosto de 1970. Denominada
Adhesive Tape Products (Pa-
tente USPTO n.º 3523859), as
bandagens são compostas por
Figura 3 - Técnica de Drenagem linfática mecânica ou pressoterapia tecido de algodão, fios finos

82
UNIDADE 4

de elastano e possuem uma camada de cianocrilato médico, distribuída na forma de “S”. Muitas
são as marcas de bandagens elásticas espalhadas pelo mundo, e uma das primeiras delas foi a
Kinesio Taping®, depois outras marcas se consolidaram, como a K. Taping®, a Physio Taping®,
Sport Tex®, Cure Tape®, Leukotape®, Tape K, TaPin, BalanceTex®, Sports-Tex®, Kinesio-Tex®, entre
outras. Seu uso difundiu-se pelo mundo a partir de Kenzo Kase (KASE; WALLIS; KASE,2013;
LEMOS; KASE; DIAS, 2013; BRIZZIO, 2009).

Descrição da Imagem: Aplicação da


técnica de dreno tapping, em região fa-
cial, com bandagens amarela e laranja,
com a técnica de polvo.

Existe uma relação entre a fun-


ção e os efeitos fisiológicos na
técnica de tapping linfático,
pois a bandagem atua em qua-
tro funções: dérmica, muscular,
articular e linfática. Claro que,
no caso das cirurgias plásticas,
utilizaremos sua função dérmi-
ca e linfática. Na função dérmi-
ca, o estímulo da bandagem age
sobre os mecanoreceptores, que
resultam numa ação sensorial, Figura 4 - Técnica de Dreno Tapping em região facial
por meio das descompressões,
trações da pele, elevações, ten-
sões e pressões realizadas pela bandagem elástica, que ativam os nervos periféricos, por meio deste
estímulo. Considerando esta teoria, o simples ato da ancoragem da bandagem na pele promove o alívio
da dor e da sensação de desconforto nos tecidos subjacentes e no local (KASE; WALLIS; KASE,2013;
LEMOS; KASE; DIAS, 2013; BRIZZIO, 2009).
Já a função linfática do tapping provoca uma elevação que gera circulação venosa e linfática
abaixo da pele, promove trações e tensões dos filamentos de ancoragem, que geram abertura das
fendas dos linfáticos iniciais, aumentando a captação dos exsudatos e do edema. Esta espécie
de pressão negativa gerada pelo tracionamento dos filamentos de ancoragem da bandagem
associada à movimentação cotidiana do indivíduo, diminui ou elimina as restrições circula-
tórias com um efeito 24 horas de drenagem linfática. Porém a orientação é que a técnica seja
aplicada para prolongar os efeitos da drenagem linfática manual, sendo realizada de forma
alternada com a técnica manual, principalmente, no período pós-imediato e intermediário,
quando temos mais edema intersticial e dor (WITTLINGER, 2013; KASE; WALLIS; KASE,
2013; LEMOS; KASE; DIAS, 2013; BRIZZIO, 2009).

83
UNICESUMAR

Recomendo a leitura de um artigo sobre a kinesio taping e seus efeitos


terapêuticos no edema e na dor, disponível em:
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

Descrição da Imagem: Aplicação da técnica de crioterapia com bolsa térmica em região


Outra técnica que pode ser facial, em pós-operatório de otoplastia.
utilizada com grandes efeitos
terapêuticos no período pós-
-operatório imediato é a criote-
rapia (Figura 5). O resfriamento
imediato reduz a temperatura
tecidual limitando, portanto, o
trauma tecidual e as reações fisio-
lógicas ao trauma. A vasoconstri-
ção promovida pela crioterapia
acarreta a redução do edema e
da dor local (BORGES, 2006;
GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Além da crioterapia que é
utilizada mais no pós-opera-
tório imediato para redução de
edema e controle inflamatório
próximo a regiões de cicatriz,
podemos utilizar também a ter-
moterapia. Porém ela será utili-
zada mais na fase de remodela-
ção tecidual, ou seja, no período
mais tardio do pós-operatório. Figura 5 - Aplicação de bolsa de crioterapia em região facial em pós-cirúrgicos
Para que sejam obtidos níveis de otoplastia / Fonte: a autora.
terapêuticos de aquecimento te-
cidual, a temperatura atingida nos tecidos deve situar-se entre 40º e 45º, abaixo deste nível, os efeitos do
aquecimento são considerados pequenos (4,35,36). A utilização do calor em pós-cirurgia estética tem
como objetivo melhorar a qualidade do tecido cicatricial, tratar as fibroses e as aderências, e, geralmen-
te, os recursos eletroterapêuticos são os responsáveis pela produção térmica utilizada na abordagem
estética pós- cirúrgica (BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002; AGNE, 2004).

84
UNIDADE 4

Descrição da Imagem: Aplicação da técnica de massagem relaxante em região de


Outro recurso terapêutico trapézio posterior.
muito utilizado na recupera-
ção de pós-cirúrgico de cirur-
gias plásticas é a massagem
(Figura 6). As técnicas manuais
são capazes de produzir esti-
mulação mecânica nos tecidos
por aplicação rítmica de pres-
são e estiramento, tendo como
efeitos: relaxamento, analgesia,
bem-estar, controle da ansie-
dade, auxílio da circulação ve-
nosa e linfática e absorção de
substâncias extravasadas nos
tecidos (GUIRRO; GUIRRO,
2002; STARKEY, 2001). Figura 6 - Aplicação de técnica de massagem relaxante em região das costas

A massoterapia só deverá ser usada, e com cuidado, pelo profissional, a partir da fase de maturação na
região operada, pois seus movimentos podem provocar descolamento tecidual, retardando a recupera-
ção. Porém, nas demais regiões, poderá ser utilizada sempre que necessário. Após o trauma cirúrgico,
já que os tecidos foram deslocados durante o procedimento cirúrgico e precisam se aderir para que
haja sua restauração total, devemos ter cuidado com o movimento da massagem para não provocar-
mos intercorrências tardias, como seroma ou hematoma (BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002).
• Seroma: é o acúmulo de líquido infeccioso ou não infeccioso, abaixo da pele ou próximo à
cicatriz cirúrgica.
• Hematoma: é o acúmulo de sangue fora dos vasos sanguíneos, que pode acontecer em qualquer
lugar do corpo e surge, geralmente, em decorrência de trauma ou lesão.

Ainda dentro da massoterapia, encontramos algumas técnicas manuais de liberação tecidual,


técnicas mais específicas para a região de cicatrizes ou regiões com aderências e fibroses. Elas são
capazes de, quando aplicadas corretamente sobre o tecido em cicatrização, promover organização
dos feixes de colágeno, prevenindo fibroses e aderências (BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002).
A aplicação destas técnicas manuais é preventiva e deve ser empregada conforme a necessidade ou
entre o 3º e 5º dia pós-operatório, com aplicação duas a três vezes por semana, durante a fase de
reparo (aproximadamente, por 30 a 40 dias), associada, ou não, aos outros recursos fisioterapêuticos
disponíveis. Após 30 dias de pós-operatório, pode-se iniciar técnicas de manipulação profunda do
tecido conjuntivo e descolamento de fáscia a fim de evitar saliências ou depressões no tegumento
cutâneo (BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Um recurso muito utilizado associado a outros recursos e outras técnicas pelos esteticistas,
no pós-operatório, é a técnica de aromaterapia, que pode ser utilizada, nesta fase, de forma
inalatória, tópica ou oral, dependendo do tipo de óleo escolhido pelo profissional. O uso de er-

85
UNICESUMAR

vas aromáticas com finalidades terapêuticas é conhecido desde a Antiguidade e vem ganhando
força, atualmente, nos procedimentos estéticos e clínicos, por ser uma técnica natural (ULRICH,
2004; KEDE; SABATOVICH, 2009). A aromaterapia é uma prática terapêutica que utiliza as pro-
priedades dos óleos essenciais para recuperar o equilíbrio e a harmonia do organismo, visando
à promoção da saúde física e mental (ULRICH, 2004).

Neste livro, você encontrará informações sobre a técnica de aromaterapia,


mecanismo de ação, indicações de óleos essenciais e forma de aplicação.

Os óleos essenciais são substâncias não gordurosas, voláteis, produzidas pelo metabolismo das
plantas, são classificados segundo a sua estrutura molecular e por sua atividade bioquímica.
Cada óleo essencial pode apresentar até 300 componentes, razão da sua grande abrangência
terapêutica, atuando em diversos sistemas no corpo, como também no aspecto emocional (UL-
RICH, 2004). No período pós-operatório, desde o período imediato até o pós-tardio, os óleos
essenciais mais utilizados são: Lavanda; Laranja; Limão; Erva doce; Gerânio; Hortelã; Alecrim;
Lemongrass. Lembrando que sua utilização pode ser de forma inalatória ou tópica, por meio
de associação com um óleo vegetal (ULRICH, 2004).
Dentro da eletroterapia, encontramos diversos recursos que auxiliam na cicatrização tecidual, na
circulação tecidual, na reorganização do tecido e na redução do edema. O ultrassom terapêutico
é um dos recursos eletroterápicos mais utilizados no período pós-operatório. Ele pode ser utilizado
desde o período intermediário até o período tardio deste processo, dependendo da necessidade de cada
paciente. Este recurso acelerará a cicatrização, alcançará força tênsil normal e, até mesmo, prevenirá
cicatrizes hipertróficas e queloides (BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002).
O uso do ultrassom proporciona significativo aumento do número de fibroblastos, alinhamento
ideal para contração da ferida e aceleração da fase inflamatória e contração da ferida (BORGES,
2006). Para a aceleração do reparo tecidual da pele, recomenda-se o uso do ultrassom no modo
pulsado, com frequência de 3 MHZ e intensidade de acordo com a densidade do tecido, durante
todo o período imediato e intermediário. O efeito térmico do ultrassom contínuo só será utilizado
no pós-operatório tardio para evitar a formação de edema e a inflamação tecidual (BORGES, 2006;
ROBINSON; SNYDER MACKLER, 2010).

86
UNIDADE 4

Neste livro, você encontrará informações sobre os recursos estéticos que po-
dem ser utilizados na abordagem de pós-operatórios de cirurgias plásticas.

Outro equipamento que deve ser exaltado no período de pós-operatório e é, atualmente, pouco
utilizado é a microcorrente, um tipo de eletroestimulação que utiliza correntes com parâmetros
de intensidade na faixa dos microampères, e são de baixa frequência, que se assemelha à corrente
endógena do indivíduo (COLLINS, 1990; BORGES, 2006). Este recurso acelera a síntese proteica
no tecido, aumenta o transporte iônico nas membranas e aumenta o aporte de aminoácidos, além
de a estimulação gerar alterações na cicatrização, liberação de íons bactericidas pelo eletrodo e
pela estimulação de fagócitos. Este recurso pode ser aplicado em toda a região operada, pode
ser utilizada somente na região de cicatriz ou pode ser associada à técnica de drenagem linfática
(BORGES, 2006; YOUNG; DYSON, 1990).
A corrente galvânica também tem sua utilização no período pós-operatório, principalmente na
região facial, e sua aplicação está baseada no efeito da eletroforese ou ionização, que consiste introduzir
um fármaco no organismo através da pele. Este processo também é conhecido como administração
transdérmica de ativos ou medicamentos (GUIRRO; GUIRRO, 2002; BORGES, 2006). Comumente,
são usadas substâncias com ação específica para o tratamento de um pós-cirúrgico plástico, como
a Dexametasona (ação antiinflamatória); Hialuronidase (para edemas e fibroses); e Óxido de zinco
(antiséptico cicatrizante). Este recurso pode ser aplicado em toda a região operada ou na região de
cicatriz, durante os períodos pós-intermediário e tardio, pois não pode ser utilizado enquanto o tecido
estiver com alterações significativas da sensibilidade (GUIRRO; GUIRRO, 2002; BARATA, 2003).
O laser é um recurso de utilização local, específico para a cicatriz, pois estimula a angiogênese, es-
timula a mitose celular, regula os fibroblastos, normalizando a produção de fibras elásticas e colágenas,
impedindo a ocorrência de queloides, hipertrofias e alargamentos da cicatriz. Os protocolos propostos
nas intervenções pós-cirúrgicas devem considerar a fase do processo inflamatório para a escolha da
intensidade mais adequada ao momento (BORGES, 2006).
Para finalizar os recursos da eletroestética aplicados ao período pós-operatório, temos a radiofrequência,
que é um recurso atual que vem sendo usado nos protocolos de pós-operatório estético. A base terapêutica
desta modalidade é a conversão da energia eletromagnética em energia térmica no tecido. No pós-operatório
este recurso está ligado ao tratamento das fibroses tanto recente como tardia (BORGES, 2006).

87
UNICESUMAR

Além de toda abordagem terapêutica que deve ser realizada pelo profis-
sional da estética em uma abordagem de pós-operatório de cirurgia plástica,
precisamos descrever a importância da Conscientização postural ou das
orientações a respeito do posicionamento adequado do indivíduo, durante
este processo de recuperação. Esta abordagem deve iniciar desde o período
pós-imediato e deve ser contínuo, ela prevenirá e tratará aderências, fibro-
ses, contraturas musculares e quadros dolorosos, ocasionados por um mal
posicionamento corporal. Sempre lembrando que exercício físico somente
depois da liberação médica e com cuidado referente ao período do pós-ope-
ratório em que o paciente se encontra (ANTUNES; DOMINGUES, 2008).
Um exercício que pode ser realizado desde o período imediato
é o exercício metabólico, que promove melhora da circulação
venosa e linfática dos membros inferiores. Segundo Godoy et al.
2005, nos princípios dos exercícios miolinfocinéticos, estão a con-
tração muscular e a diminuição do efeito da gravidade nos vasos,
melhorando o retorno venolinfático (venoso e linfático), pelo fato
de os MMII estarem posicionados no mesmo nível do coração. Por
isso, a modalidade de exercício adaptado na bicicleta ergométrica,
realizada em decúbito dorsal (bicicleta adaptada ou camicleta) é
bem-vinda na abordagem pós-operatória estética (LANGE, 2012).
Durante o período pós-operatório, uma das possíveis complicações
observadas é a alteração da função pulmonar, e a normalização da função do
pulmão pode variar entre 14 e 30 dias após a cirurgia. Outro fator associado
a complicações respiratórias é a redução do esforço de tosse, o que pode
levar ao acúmulo de secreções nas vias aéreas, prejudicando a troca gasosa e
aumentando o esforço respiratório. Por isso, a execução de alguns exercícios
respiratórios é importante neste período (GUYTON, HALL, 2006).
A Respiração Diafragmática (Figura 7), além de auxiliar na função
pulmonar, estimula a cisterna de quilo e auxilia na drenagem linfática.
Para a execução da técnica o(a), solicita-se ao paciente que: 1. Fique em
uma posição confortável (sentado ou deitado) e coloque uma das mãos
sobre o abdômen, logo acima do umbigo e a outra mão sobre o tórax.
2. Respire, naturalmente, e perceba qual das duas mãos se movimenta
mais quando inspira. 3. Caso a mão de cima esteja se movimentando
mais, ou seja, o tórax enchendo de ar mais do que o abdômen, é sinal
de ansiedade. 4. Inspire pelo nariz, inflando o abdômen e solte o ar,
bem devagar, murchando o abdômen. 5. Inspire contando até três, e
solte o ar contando até seis. Com o treino da respiração, poderá, aos
poucos, prolongar o tempo de inspiração e de expiração. O importante
é soltar o ar bem mais devagar do que ele entra. 6. Relaxe e permita‐se
experimentar a sensação de tranquilidade (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

88
UNIDADE 4

Descrição da Imagem: Esquema da região torácica e o movimento do diafragma durante a respiração. Na ins-
piração, o ar entra nos pulmões e o diafragma abaixa, na expiração, o ar sai e o diafragma sobre.

INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO

DIAFRAGMA DIAFRAGMA

INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO

Figura 7 - Respiração diafragmática

Juntamente com esses recursos abordados anteriormente, há alguns ativos tecnológicos


cosméticos que já são bastante utilizados no pré e pós-cirurgia plástica. A seguir, os ativos
mais utilizados e suas funções principais: Quitosana (promove a cicatrização, possui ação
antibacteriana e analgésica); Calêndula (promove ação antibacteriana e anti-inflamatória);
Vitamina E (ação antioxidante e umectante); Óleo de Framboesa (rico em vitaminas, mi-
nerais, ômega 3, 6 e 9 que promovem a reparação epidérmica de tecidos lesionados, possui
ação anti-inflamatória e forma uma barreira protetora no local que promove a hidratação
tecidual); Aloe Vera (ação hidratante, analgésica, antiinflamatória e cicatrizante); Óleo de
Melaleuca (utilizado como antibacteriano, antifúngico e anti-inflamatório). A riqueza de
ativos cosméticos associados à eletrotermofototerapia, à drenagem linfática, à massote-
rapia e ao conhecimento das técnicas cirúrgicas trazem resultados seguros, satisfatórios
e eficazes (KEDE; SABATOVICH, 2009; BARATA, 2003; GUIRRO; GUIRRO, 2002).

Tema: Massoterapia indicada no pós operatório.

89
UNICESUMAR

Neste momento, gostaria que você, meu (minha) aluno (a), se imaginasse como um profissional bem-sucedido
de sua cidade, no atendimento estético pré e pós-operatório. Ao final deste ciclo, você encontra uma lista
enorme de recursos que podem ser utilizados somente no período pós-operatório, como a drenagem linfática
manual, drenagem linfática mecânica, recursos eletroterápicos, massagens relaxantes, liberação miofascial,
respiração diafragmática, conscientização postural e corporal, exercícios metabólicos, entre outros. Em re-
lação ao período em que cada um destes recursos pode ser utilizado, descreva, neste momento, utilizando a
tabela a seguir, em qual período do pós-operatório os recursos podem ser utilizados por você, profissional.

Período do
Pós-imediato Pós-intermediário Pós-tardio
pós- operatório

1. 1. 1.

2. 2. 2.

3. 3. 3.

Recursos indicados 4. 4. 4.

5. 5. 5.

6. 6. 6.

7. 7. 7.

Para fecharmos este ciclo de aprendizagem, convido você a relembrar a paciente modelo deste ciclo:
P. H. B, 35 anos, feminino, que realizou a cirurgia de mamoplastia de aumento, com lipoenxertia em
glúteo e abdominoplastia total, há sete dias. Ela chegou até você com flexão de coluna, utilizando
macaquinho cirúrgico e placas cirúrgicas, relatando dor e incômodo para dormir e edema em mem-
bros inferiores, hematomas e equimoses em coxas, costas e abdômen. Pensando em sua abordagem
pós-operatória com esta paciente, diga, neste momento, quais seriam os recursos indicados para esta
cliente, no período em que ela se encontra. Escreva sua resposta no campo a seguir:

90
Além disso, fecharemos realizando um mapa mental sobre as abordagens estéticas
realizadas no período pós-operatório. Utilize as palavras-chave: Pós- Operatório,
Intermediário, Recursos Manuais, Cosméticos, partindo do início do mapa mental
que iniciei a seguir para auxiliá-lo.

PÓS IMEDIATO

FASES DO
PÓS OPERATÓRIO

RECURSOS TERAPÊUTICOS ELETROTERAPIA


DO PÓS OPERATÓRIO

MAPA MENTAL

91
MAPA MENTAL

92
1. Diante de todas as respostas fisiológicas que o organismo produz frente ao trauma cirúrgico,
escolha a melhor técnica terapêutica manual estética para a recuperação tecidual e justifique.

2. A Drenagem Linfática Manual (DLM) é uma técnica de massagem fundamentada na anatomia e


na fisiologia do sistema linfático, utilizada para drenar líquidos excedentes do espaço intersticial.
Quanto ao efeito fisiológico deste procedimento, analise as afirmativas a seguir e assinale as
alternativas corretas.
I) Aumenta a contração dos linfângions.
II) Reduz a absorção de proteínas pelos capilares linfáticos.
III) Reduz a hipertensão micro linfática.

AGORA É COM VOCÊ


IV) Melhora a capacidade de distensão do tecido cicatricial.

As afirmativas corretas são:


a) I, II e IV.
b) II, III e IV.
c) Somente a I.
d) Somente I e III.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

3. Determine como utilizamos a aplicação do ultrassom terapêutico no período pós-operatório, de


acordo com a forma de emissão.

4. Pontue três óleos essenciais e três ativos cosméticos indicados no período pós-operatório.

5. Oriente um paciente pós-operado há 17 dias de abdominoplastia total com lipoenxertia sobre


como ele deve realizar a respiração diafragmática e os exercícios metabólicos.

93
1. A técnica manual mais indicada no período pós-operatório de cirurgias plásticas é a Drenagem linfática
manual, pois ela auxiliará na drenagem dos líquidos intersticiais, na cicatrização tecidual e na recuperação
geral do paciente.

2. A letra correta é a D, pois descreve que a função da drenagem linfática é aumentar a contração dos linfan-
gions e reduzir a hipertensão no sistema linfático, melhorando o fluxo linfático.

3. O ultrassom terapêutico deve ser utilizado de forma pulsada, no período pós-operatório imediato e inter-
mediário; e o ultrassom contínuo, no período pós-operatório tardio.

4. Óleos essenciais (OE): lavanda; laranja; limão e os ativos cosméticos: calêndula; vitamina E e o aloe vera.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS

5. Para realizar a respiração diafragmática, o paciente deverá: 1. Ficar em uma posição confortável (sentado ou
deitado) e colocar uma das mãos sobre o abdômen, logo acima do umbigo e a outra mão sobre o tórax. 2.
Respirar, naturalmente, e perceber qual das duas mãos se movimenta mais quando inspira. 3. Caso a mão
de cima esteja se movimentando mais, ou seja, o tórax enchendo de ar mais do que o abdômen, é sinal de
ansiedade. 4. Inspirar pelo nariz, inflando o abdômen e soltar o ar, bem devagar, murchando o abdômen. 5.
Inspirar contando até três, e soltar o ar contando até seis. Com o treino da respiração, poderá, aos poucos,
prolongar o tempo de inspiração e de expiração. O importante é soltar o ar bem mais devagar do que ele
entra. 6. Relaxar e se permita experimentar a sensação de tranquilidade. E, para a execução do exercício
metabólico, o paciente deverá deitar com os membros inferiores elevados e realizar os movimentos de
plantiflexão e dorsiflexão, de forma rítmica e com força, como se estivesse bombeando.

94
UNIDADE 1

ALMEIDA, I. M.; MEJIA, D. P. M. Tratamentos Fisioterapêuticos no Pré e Pós-operatório de Lipoaspiração.


Biocursos, 2010. Disponível em: https://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/18/98_Tratamentos_Fi-
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BOGGIO, R. F.; ALMEIDA, F. R.; BAROUDI, R. Pontos de adesão na cirurgia do contorno corporal. Rev.
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BORGES, F. S. Dermato-Funcional: modalidades terapêuticas das disfunções estéticas. São Paulo: Phorte,
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CABRAL, E. Abdominoplastia (Cirurgia Plástica Do Abdome). Blog Eduardo Cabral Cirurgia Plástica.
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GRADINGER, G. P.; ROSENFIELD, L. K.; NAHAI, F. R. Andominoplasty. The Art of Aesthetic Surgery:
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GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-Funcional: fundamentos, recursos e patologias. 3 ed. São
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KHAUAM, J. Lipoaspiração - relato de um insucesso. Revista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.


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