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Tratado de Metabolismo Humano - LAMINACAO BRILHO.

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Tratado de
Metabolismo
Humano

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OUTROS TÍTULOS DE INTERESSE

Levão Bogossian Liliam Teixeira Francisco


Manual Prático de Pré- e Pós-operatório Emilson Souza Portella
Maria Thereza Furtado Cury
Cirilo P. M. Muraro Diabetes na Infância – Manual de Apoio para os Pais
Cirurgia do Aparelho Digestório
Márcia Regina Vitolo
Luiz Macieira Guimarães Júnior Nutrição – a Gestação ao Envelhecimento
Queimaduras – Tratamento Clínico e Cirúrgico
Nelzir Trindade Reis
Erika Paniago Guedes Nutrição Clínica – Interações
Rodrigo Oliveira Moreira
Alexander Koglin Benchimol Lubos Sobotka (ESPEN)
Endocrinologia Bases da Nutrição Clínica
Mario Gáspare Giordano Nelzir Trindade Reis
Endocrinologia Ginecológica e Reprodutiva Cláudia Cople Rodrigues
Nutrição Clínica – Alcoolismo
Marcos Brasilino de Carvalho
Tratado de Tireóide e Paratireóides Nelzir Trindade Reis
Nutrição Clínica – Sistema Digestório
Milce Roos
Rodrigo Siqueira Larissa Calixto-Lima
Izabel Claudio Valéria Abrahão
Abordagem Farmacológica no Diabetes Gisele Resque Vieira Auad
Simone Cortês Coelho
Marilia Martins Guimarães Maria Cristina Gonzalez
Maria Alice Neves Bordallo Rodrigo Luis da Silveira Silva
Edna Ferreira da Cunha Manual Prático de Nutrição Parenteral
Kássie Regina Neves Cargnin
Aroldo Antunes Guimarães Eliane Lopes Rosado
Honomar Ferreira de Souza Débora Lopes Solto
Claudia Braga M. A. Cardoso Contagem de Carboidratos no Diabetes Melito
Endocrinologia Pediátrica – Guia Prático

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dos medicamentos e a outras fontes fidedignas, bem como avaliar, cuidadosamente, as recomendações contidas no
livro em relação às condições clínicas de cada paciente.

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Tratado de
Metabolismo
Humano

Francisco Juarez Karkow


Editor
Professor Titular da Faculdade Fátima de Caxias do Sul, RS.
Professor Titular do Departamento de Clínica Cirúrgica do Curso de
Medicina da Universidade de Caxias do Sul (1975 a 2009), RS.
Doutor em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo (SCSP).
Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC).
Membro da Associação de Pesquisa da Active Hexose
Correlated Compound – AHCC Research Foundation (Japão).

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Tratado de Metabolismo Humano
Copyright © 2010 Editora Rubio Ltda.

ISBN 978-85-7771-057-7

Todos os direitos reservados.


É expressamente proibida a reprodução
desta obra, no todo ou em partes,
sem a autorização por escrito da Editora.

Produção e Capa
Equipe Rubio

Editoração Eletrônica
EDEL

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Tratado de metabolismo humano / editor Francisco Juarez A. Karkow. – Rio de


Janeiro: Livraria e Editora Rubio, 2010.

Vários colaboradores.
ISBN 978-85-7771-057-7

1. Metabolismo. I. Karkow, Francisco Juarez A.

10-04660 CDD-616.39

Índice para catálogo sistemático:


1. Metabolismo: Fisiologia humana 616.39

Editora Rubio Ltda.


Av. Churchill, 97 sala 203 – Castelo
20020-050 – Rio de Janeiro – RJ
Telefax: 55(21) 2262-3779 – 2262-1783
E-mail: rubio@rubio.com.br
www.rubio.com.br

Impresso no Brasil
Printed in Brazil

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Abrindo portas, cicatrizando feridas

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Colaboradores

Alessandra Miguel Borges Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São


Mestre em Clínica Cirúrgica pela Universidade Federal do Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM).
Paraná (UFPR).
Blanca Susana Guevara Werlang
Cirurgiã do Trato Digestório pelo Departamento de Cirurgia
Psicóloga Clínica.
da Faculdade de Medicina da Universidade do Paraná (UFPR).
Doutora em Ciências Médicas/Saúde Mental pela Universi-
Especialista pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões, pelo Co- dade Estadual de Campinas (UNICAMP), SP.
légio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e pela Sociedade Bra-
Professora Adjunta e Diretora da Faculdade de Psicologia
sileira de Nutrição Parenteral e Enteral.
da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Doutoranda em Clínica Cirúrgica pela UFPR. (PUC-RS).
Ana Cristina Aoun Tannuri Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Assistente-Doutora do Serviço de Cirurgia Pediátrica do Ins- da PUC-RS.
tituto da Criança do Hospital de Clínicas da Faculdade de Integrante da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológi-
Medicina da Universidade de São Paulo (HC – FMUSP). ca do Conselho Federal de Psicologia.
Membro do Grupo de Trabalho para implantar a Estratégia
Andréia Patrícia Gomes Nacional de Prevenção ao Suicídio (Ministério da Saúde).
Médica, com Pós-Graduação (Residência Médica) em Doen-
ças Infecciosas e Parasitárias. Carlos Alfredo Franco Cardoso
Mestre em Medicina Tropical e Doutoranda em Saúde Pú- Biólogo e Biomédico.
blica pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Mestre em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ).
Professora-Assistente do Departamento de Medicina e Enfer-
magem (DEM), da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Coordenador do Curso de Ciências Biológicas do Centro
Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO).
Anibal Basile Filho Professor Titular de Bioquímica do Curso de Medicina e En-
Professor-Associado e Chefe da Disciplina de Terapia do De- fermagem do UNIFESO.
partamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medi-
Christian Haag Kristensen
cina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
Graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Cató-
Anil D. Kulkarni, MSc, PhD lica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Department of Surgery of the University of Texas Medical Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela Universida-
School & Graduate School of Biomedical Sciences, Houston, de Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Texas, USA. Doutorado em Psicologia do Desenvolvimento pela UFRGS,
com estágio na University of Arizona (EUA).
Antonio Carlos L. Campos
Especialista em Neuropsicologia pelo Conselho Regional de
Mestre e Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Clí- Psicologia – 7a Região (CRP/07).
nica Cirúrgica da Universidade do Paraná (UFPR).
Formação em Terapia Cognitiva pelo Beck Institute for Cog-
Professor Titular do Departamento de Cirurgia da UFPR. nitive Therapy and Research.
Professor Adjunto do Departamento de Nutrição da UFPR. Professor Adjunto e Pesquisador do Curso de Psicologia e
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Clínica do Programa de Pós-Graduação da PUC-RS, com ênfase
Cirúrgica da UFPR. em pesquisa em psicoterapia cognitivo-comportamental,
Ex-Fellow do Departamento de Cirurgia da Universidade transtorno de estresse pós-traumático e neuropsicologia.
de Montpellier, França, e da State University of New York,
Dagoberto Vanoni de Godoy
Syracuse, EUA.
Especialista em Pneumologia pela Sociedade Brasileira de
Antonio Gustavo Macedo Karkow Pneumologia e Tisiologia.
Médico-Fisiatra com Formação em Medicina Física e Rea- Doutor em Pneumologia pela Universidade Federal do Rio
bilitação da Disciplina de Fisiatria do Departamento de Grande do Sul (UFRGS).

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Professor do Curso de Medicina da Universidade de Caxias Professora Titular de Ginecologia da Universidade de Caxias
do Sul (UCS), RS. do Sul (UCS), RS.
Professor do Serviço de Pneumologia do Hospital Geral de Coordenadora do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do
Caixas do Sul. Hospital Geral da UCS, RS.
Dan Linetzky Waitzberg Diretora do Centro de Reprodução Humana (CONCEPTION)
– Caxias do Sul, RS.
Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC).
Professor-Associado do Departamento de Gastrenterologia Fabio Firmbach Pasqualotto
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Mestre e Doutor em Urologia pela Universidade de São
(FMUSP). Paulo (USP).
Coordenador do Laboratório de Metabologia e Nutrição Pesquisador-Associado, Center for Advanced Research in
em Cirurgia Digestiva do Departamento de Gastrenterolo- Human Reproduction, Infertility and Sexual Function, The
gia (LIM 35) do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medi- Cleveland Clinic, EUA.
cina da Universidade de São Paulo (HC – FMUSP).
Pesquisador CNPq da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS.
Diretor-Presidente do Grupo de Nutrição Humana (GANEP).
Professor Titular de Urologia da UCS, RS.
Daniel Panarotto Coordenador da Unidade de Ensino Médico de Urologia-
Professor Doutor do Departamento de Clínica Médica do Cur- Nefrologia da UCS, RS.
so de Medicina da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS. Diretor do Centro de Reprodução Humana (CONCEPTION)
– Caxias do Sul, RS.
Darcy R. Pinto Filho
Professor Titular Doutor do Departamento de Cirurgia do Cur- Fabrício Piccoli Fortuna
so de Medicina da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS. Especialista em Pneumologia pela Sociedade Brasileira de
David S. Gomez Pneumologia e Tisiologia.
Cirurgião Plástico, Doutor em Clínica Cirúrgica pela Facul- Mestre em Pneumologia pela Universidade Federal do Rio
dade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Grande do Sul (UFRGS).
Médico Responsável pelo Serviço de Queimaduras da Di- Professor do Curso de Medicina da Universidade de Caxias
visão de Cirurgia Plástica e Queimaduras do Hospital das do Sul (UCS), RS.
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Professor do Serviço de Pneumologia do Hospital Geral de
Paulo (HC – FMUSP). Caixas do Sul, RS.
Diretor Técnico do Serviço de Cirurgia Plástica da Divisão de
Fernanda de Oliveira Marques
Cirurgia Plástica e Queimaduras do HC – FMUSP.
Graduada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Plástica da Fa-
(Unisinos), RS.
culdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro
(UNISA), SP. Mestre em Bioquímica pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS).
Edson Antonio Nicolini Professora do Curso de Nutrição da Universidade de Caxias
Médico-Assistente do Centro de Terapia Intensiva do Hos- do Sul (UCS), RS.
pital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Pre-
to da Universidade de São Paulo. Fernanda Menegaz Pretto
Mestre em Pediatria pela Universidade Federal do Rio Gran-
Edson Lameu
de do Sul (UFRGS).
Professor Adjunto IV do Departamento de Clinica Médica,
Serviço de Nutrologia, da Faculdade de Medicina da Uni- Francisco Leonardo Torres-Leal
versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor de Educação Física.
Coordenador do Serviço de Nutrição Enteral e Parenteral Mestrando em Nutrição Humana Aplicada pela Universida-
do Hospital São Vicente de Paulo, RJ. de de São Paulo (USP).
Eduardo Brambilla Francisco Michielin
Mestre em Cirurgia do Departamento de Cirurgia do Curso Ex-Professor Titular de Cardiologia do Curso de Medicina
de Medicina da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS. da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS.
Eduardo C. Palma Gil Cezar Alkmin Teixeira
Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmá-
Médico-Assistente do Centro de Terapia Intensiva do Hos-
cia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
pital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Pre-
Professor de Farmacologia da Universidade de Caxias do to da Universidade de São Paulo (USP).
Sul (UCS), RS.
Gustavo Pereira Fraga
Eleonora Bedin Pasqualotto Professor-Assistente Doutor da Disciplina de Cirurgia do
Doutora em Ginecologia pela Universidade de São Paulo Trauma do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciên-
(USP). cias Médicas da Universidade de Campinas (UNICAMP), SP.
Pesquisadora-Associada, Center for Advanced Research in Pós-Doutor (FAPESP), Divisão de Trauma, Terapia Intensiva
Human Reproduction, Infertility and Sexual Function, The Cirúrgica e Queimados da Universidade da Califórnia, San
Cleveland Clinic, EUA. Diego (UCSD).

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Isac Jorge Filho Juliano Fracasso
Doutor em Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Médico-Infectologista do Serviço de Infectologia do Hospi-
Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). tal Geral de Caxias do Sul, RS.
Chefe do Serviço de Gastroenterologia da Santa Casa de Coordenador do Controle de Infecção do Hospital Saúde –
Ribeirão Preto, RS. Caxias do Sul, RS.

Jacqueline Schaurich dos Santos Julio Tirapegui


Graduada em Nutrição pela Universidade do Rio dos Sinos Professor-Associado do Departamento de Alimentos e Nu-
(UNISINOS). trição Experimental da Universidade de São Paulo (USP).
Especialista em Nutrição Clínica pelo Instituto Metodista de Bioquímico pela Universidade do Chile.
Educação e Cultura (IMEC). Mestre, Doutor e Livre-Docente em Nutrição Humana Apli-
Mestre em Endocrinologia pela Universidade Federal do Rio cada pela USP.
Grande do Sul (UFRGS). Pós-Doutorado pelo Departamento de Nutrição Humana
Professora e Coordenadora do Curso de Nutrição da Uni- da Escola de Higiene e Medicina da Universidade de Lon-
versidade de Caxias do Sul (UCS), RS. dres, Inglaterra.
Professora do Curso de Nutrição do Centro Universitário Karine Furlan da Costa
UNIVATES – Lajeado, RS. Estagiária do Serviço de Oncologia do Hospital de Clínicas
Coordenadora do Serviço de Nutrição do Hospital Cristo de Porto Alegre (HCPA), RS.
Redentor, RS.
Keiko Yamauchi, PhD
James Freitas Fleck Post-Doctoral Scientist in the Imunological Laboratory of
Professor de Oncologia do Departamento de Medicina In- the University of Texas Medical School & Graduate School
terna da Faculdade de Medicina da Universidade Federal of Biomedical Sciences. Houston, Texas, USA.
do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Kelly Lameiro Rodrigues
João Adalberto Marasca Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Pelo-
Professor Doutor, Mestre em Reumatologia, do Curso de tas, RS.
Medicina da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS. Professora-Assistente do Departamento de Nutrição da
Universidade Federal de Pelotas, RS.
Joel Faintuch
Mestre em Ciências na Área de Microbiologia de Alimentos
Professor-Assistente, Doutor, Livre-Docente do Departa-
pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia
mento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universi-
Agroindustrial da Universidade Federal de Pelotas, RS.
dade de São Paulo (FMUSP).
Doutoranda em Ciências na Área de Qualidade de Alimentos
José Ernesto dos Santos pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia
Mestre, Doutor e Professor Livre-Docente Associado do De- Agroindustrial da Universidade Federal de Pelotas, RS.
partamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Koji Wakame, PhD
de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
Visiting Research Scientist in the Imunological Labora-
José Galvão-Alves tory of the University of Texas Medical School & Graduate
Doutor em Medicina pela Universidade Federal de Minas School of Biomedical Sciences. Houston, Texas, USA.
Gerais (UFMG). Chief, Senior Research Scientist Amino Up Chemical Co.,
Professor Titular de Clínica Médica da Faculdade de Medici- LTD Shin-ei, Kiyotaku, Sapporo, Hokkaido, Japan.
na da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, RJ. Lessandra Michelim
Professor Titular de Clínica Médica da Universidade Gama Mestre e Doutora em Microbiologia-Biotecnologia pela
Filho (UGF), RJ. Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS.
Professor Titular de Pós-Graduação em Gastrenterologia da Professora de Infectologia da UCS, RS.
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Coordenadora do Controle de Infecção dos Hospitais Uni-
Chefe da 18a Enfermaria do Hospital Geral da Santa Casa da med, Pompeia e Hospital Geral, RS.
Misericórdia do Rio de Janeiro – Serviço de Clínica Médica.
Lidia Maria Franco Cardoso
Membro Titular da Academia Nacional de Medicina (ANM).
Nutricionista.
José Luiz Atti Especialista em Programa de Saúde da Família.
Médico-Internista. Professora Adjunta do Curso de Medicina do Centro Uni-
Professor de Infectologia e Semiologia da Universidade de versitário Serra dos Órgãos (UNIFESO).
Caxias do Sul (UCS), RS.
Luciane C. Baptista
José Mauro Madi Graduação em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universi-
Professor Titular Doutor do Departamento de Cirurgia da dade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Unidade de Ginecologia e Obstetrícia do Curso de Medici- Mestre em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal
na da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS. do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Juliana Regina Chamlian Zucare Marcelo Macedo Rogero


Médica, Ex-Residente de Clínica Médica do Hospital das Nutricionista.
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Mestre e Doutor pela Universidade de São Paulo (USP).
Paulo (HC – FMUSP). Professor Doutor da Faculdade de Saúde Pública da USP.

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Mariana de Rezende Gomes Petrônio Fagundes de Oliveira Filho
Nutricionista, Mestre e Doutoranda em Ciência dos Ali- Professor, Mestre e Titular de Pediatria do Curso de Medici-
mentos pela Universidade de São Paulo (USP). na da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS.

Mariana Beatriz Arcuri Rafael Henriques Jácomo


Graduada em Química pelo Instituto de Química da Uni- Médico-Assistente do Centro de Terapia Intensiva do Hos-
versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). pital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Pre-
Mestre e Doutora em Bioquímica pela UFRJ. to da Universidade de São Paulo (USP).
Professora Titular do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu e Rafael Omar Giovanardi
Representante Docente da Comissão Própria de Avaliação Mestre e Doutor em Ciências Médicas pela Universidade
do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO). Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Professora Adjunta de Bioquímica Clínica da Universidade Professor do Departamento de Clínica Cirúrgica da Faculda-
Gama Filho (UGF), RJ. de de Medicina da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS.
Mari Kogiso, PhD Especialista em Cirurgia do Trato Digestório pela Faculdade
Pre-Doctoral Fellow in the Imunological Laboratory of the de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande
University of Texas Medical School & Graduate School of do Sul (UFRGS).
Biomedical Sciences. Houston, Texas, USA. Especialista em Cirurgia Hepatobiliar pela Universidade de
Post-Doctoral Fellow at the Florida Atlantic University, Boca Paris.
Raton, Florida, USA. Raquel Susana Matos de Miranda Torrinhas
Marta Carvalho Galvão Mestre e Doutoranda em Ciências pela Faculdade de Medi-
cina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Professora Coordenadora dos Cursos de Radiologia da Uni-
versidade Gama Filho (UGF) e da Faculdade de Medicina da Bióloga-Chefe da Equipe de Metabologia e Nutrição em
Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, RJ. Cirurgia (LIM 35) do Departamento de Gastroenterologia
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Chefe do Serviço de Imagem do Ambulatório Geral do Hos-
(FMUSP).
pital Geral da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.
Radiologista do Hospital da Lagoa, RJ. Raul Ângelo Balbinotti
Mestre em Medicina Clínica pela Universidade Federal do
Martina Fritsch
Rio Grande do Sul (UFRGS).
Médica-Veterinária pela Universidade Federal do Rio Gran-
Doutor em Gastroenterologia Clínica pela Faculdade de
de do Sul (UFRGS).
Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Mestre em Ciências Veterinárias pela UFRGS.
Professor Titular do Departamento de Medicina Clínica do Cur-
Doutoranda em Reprodução Animal pela Universitat Mun- so de Medicina da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS.
chen (Ludwig-Maximilians), L.M.U.M., Alemanha.
Raul Coimbra
Miguel Carlos Riella
Professor Titular, Chefe da Divisão de Trauma, Terapia In-
Professor Titular de Clínica Médica da Pontifícia Universida- tensiva Cirúrgica e de Queimados da Universidade da Cali-
de Católica do Paraná (PUC-PR). fórnia, San Diego (UCSD).
Professor Titular de Clínica Médica e Diagnóstico da Facul- Diretor do Programa de Fellowship de Cirurgia do Trauma
dade Evangélica de Medicina do Paraná. e Cuidados Intensivos da UCSD.
Diretor do Serviço de Nefrologia do Hospital Universitário Professor Livre-Docente da Faculdade de Ciências Médicas
Evangélico de Curitiba. da Santa Casa de São Paulo.
Milene Silva Ferreira Rita de Cássia Lanes Ribeiro
Médica-Fisiatra, Assistente da Disciplina de Fisiatria do De- Enfermeira.
partamento de Ortopedia e Traumatologia. Doutora em Epidemiologia pela Universidade Federal Mi-
Doutoranda em Ciências pela Universidade Federal de São nas Gerais (UFMG).
Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM). Professora-Associada da Universidade Federal de Viçosa
Mônica Medeiros Kother Macedo (UFV), MG.
Psicóloga e Psicanalista. Roberto Tofani Sant’Anna
Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica Doutorando do Curso de Pós-Graduação do Instituto de Car-
do Rio Grande do Sul (PUC-RS). diologia da Fundação Universitária do Rio Grande do Sul.
Professora Adjunta da Faculdade de Psicologia da PUC-RS e
Rodrigo Siqueira-Batista
Coordenadora do Serviço de Atendimento e Pesquisa (SAPP).
Médico e Filósofo, com Pós-Graduação (Residência Médi-
Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia
ca) em Doenças Infecciosas e Parasitárias.
da PUC-RS.
Mestre em Medicina pela Universidade Federal do Rio de
Membro Pleno da Sociedad Psicoanalítica del Sur de Bue-
Janeiro (UFRJ).
nos Aires.
Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do
Nilza Maria Scalissi Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Professora-Assistente Doutora e Coordenadora da Discipli- Doutor em Ciências pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).
na de Endocrinologia e Metabologia da Faculdade de Ciên- Pós-Doutorado em Física pelo Centro Brasileiro de Pesqui-
cias Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). sas Físicas (CBPF).

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Professor Adjunto do Departamento de Medicina e Enfer- Therezinha Rosane Chamlian
magem (DEM), Universidade Federal de Viçosa (UFV). Médica-Fisiatra, Doutora em Medicina, Professora Afiliada,
Professor Adjunto do Programa de Pós-Graduação em En- Chefe da Disciplina de Fisiatria do Departamento de Or-
sino de Ciências do Instituto Federal de Educação, Ciência topedia e Traumatologia da Universidade Federal de São
e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM).
Diretora Técnica do Lar Escola São Francisco – Centro de
Ronaldo Vianna
Reabilitação.
Professor Adjunto Doutor do Departamento de Cirurgia da
Universidade Federal Fluminense (UFF), RJ. Thyago Proença de Moraes
Rosângela Minardi Mitre Cotta Médico-Nefrologista da Fundação Pró-Renal – Curitiba, PR.
Professora Adjunta de Políticas e Gestão em Saúde da Uni- Uenis Tannuri
versidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Pediátrica da Facul-
Doutora em Saúde Pública pela Universidad de Valencia, dade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Espanha. Chefe do Serviço de Cirurgia Pediátrica do Instituto da
Samir Rasslan Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP (HC – FMUSP).
Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC). Chefe do Laboratório de Cirurgia Pediátrica (LIM-30) da
Professor Doutor, Livre-Docente, Titular do Departamento FMUSP.
de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de Vanderson Antônio
Caxias do Sul (UCS), RS.
Mestre em Ciências Morfológicas pela Universidade Federal
Professor Titular das Disciplinas de Cirurgia Geral e do Trau- do Rio de Janeiro (UFRJ).
ma do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medici-
Residência Médica em Cirurgia Geral no Hospital Central da
na da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Polícia Militar (HCPM), RJ.
Sergio Setsuo Maeda Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Te-
Professor Instrutor da Faculdade de Ciências Médicas da resópolis.
Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). Professor-Assistente do Curso de Graduação em Medicina
da Universidade Federal de Viçosa, MG.
Silvana Sartori Balbinotti
Membro da Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA).
Doutorado em Gastrenterologia Clínica pela Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro da Associação Brasileira de Educação Médica
(ABEM).
Professora-Assistente do Departamento de Medicina Clíni-
ca do Curso de Medicina da Universidade de Caxias do Sul Membro Associado do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC).
(UCS), RS. Vânia Assaly
Silvia Carreira Ribeiro Médica-Endocrinologista pela Universidade Estadual Botu-
Médica-Nefrologista da Fundação Pró-Renal – Curitiba, PR. catu, SP.
Especialista em Endocrinologia e Metabologia pela Facul-
Simone Morelo Dal Bosco dade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Graduada em Nutrição pelo Instituto Metodista de Educa- Especialistta em Nutrologia pela Associação Médica Brasi-
ção e Cultura (IMEC). leira (AMB).
Especialista em Nutrição Clínica e Dietética pelo IMEC. Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Me-
Mestre em Gerontologia Biomédica pela Pontifícia Universi- tabologia.
dade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Doutoranda em Ciências da Saúde – Medicina Cirúrgica – Verônica Santos Albuquerque
Obesidade Mórbida. Enfermeira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
Professora e Coordenadora do Curso de Graduação e Pós- (UFRJ).
Graduação do Centro Universitário UNIVATES – Lajeado, RS. Mestre em Microbiologia pela Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ).
Sonia Regina Cabral Madi Doutoranda em Ciências pela Escola Nacional de Saúde
Chefe do Serviço de Gestação de Alto Risco do Hospital Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP
Geral da Fundação Universidade de Caxias do Sul, RS. – FIOCRUZ).
Coordenadora do Programa de Atendimento às Vítimas de Professora do Curso de Graduação em Enfermagem da
Violência Sexual do Hospital Geral da Fundação Universida- Fundação Educacional Serra dos Órgãos (UNIFESO).
de de Caxias do Sul, RS.
Preceptora do Programa de Residência Médica em Gineco- Vilmar Molon
logia e Obstetrícia do Hospital Geral da Fundação Universi- Mestre do Departamento de Cirurgia do Curso de Medicina
dade de Caxias do Sul, RS. da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS.

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Apresentação e Reflexões

Meu interesse pelo tema Metabologia remonta à época de estudante de Medicina, período em que, paralelamente, lecionei
química inorgânica para que pudesse me manter na universidade. Esse vínculo foi reforçado por minhas atividades como
Professor de Metabologia no Curso de Medicina da Universidade de Caxias do Sul, que teve início em 1o de março de 1975.
Desde aquela época muitas têm sido as aquisições de conhecimentos nessa área.
A materialização da presente obra tem estreita associação com acontecimentos anteriores, como minha visita, em agos-
to de 2007, ao Museu Justus Von Liebig, inaugurado em 1920, na cidade de Giessen, pela universidade de mesmo nome,
na Alemanha. Nessa universidade, no período de 1824 a 1852, juntamente com seu fiel assistente Professor Friederich
Wöhler, o Professor Justus Von Liebig estabeleceu as bases e os fundamentos da Metabologia e Farmacologia Moderna,
com descobertas que persistem atualmente.

Museu Justus Von Liebig

Auditório do mesmo museu

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Dessa visita veio junto o desejo de escrever sobre o tema, que não tem sido contemplado com muitas publicações espe-
cíficas nos últimos anos, até porque o incentivo para levar esse projeto adiante foi muito estimulante.
O grande estímulo veio de minha família, na figura sempre presente de minha amada Elisabeth e de meus filhos Adriane
e Antônio, que entenderam a validade do desafio e da necessidade de muitos períodos não compartilhados, dedicados ao
livro.

O grande estímulo veio inicialmente da família

O incentivo demarcador partiu de grandes amigos e mentores, nas figuras dos Professores Doutores Samir Rasslan e Joel
Faintuch, assim como da imediata adesão e parceria de notáveis profissionais e amigos de longa data, como os Professores
Doutores Dan Waitzberg, Raul Coimbra, Anil Kulkarni, Miguel Carlos Riella, Antônio Carlos L. Campos, Edson Braga Lameu,
Ronaldo Vianna, Uenis Tannuri, Aníbal Basile Filho, Isac Jorge, José Ernesto dos Santos, Paulo César Serafini, José Mauro
Madi, Mônica Kother Macedo, Blanca Susana Werlang, Darcy Ribeiro Pinto Filho, Dagoberto Vanoni Godoy, Fábio Pasqua-
lotto, Rafael Giovanardi, Petrônio Fagundes de Oliveira Filho e Francisco Wisintainer.
Qualificados profissionais de outros centros imediatamente aderiram ao projeto, entre os quais cito o Professor Doutor
José Galvão-Alves, do Rio de Janeiro, que, a despeito de suas atividades usuais, brindou-nos com um capítulo na obra. A
Professora Doutora Nilza Maria Scalissi, convocada de última hora, não mediu esforços para – da mesma maneira – oferecer
a sua contribuição. Igual postura teve a Professora Doutora Therezinha Rosane Chamlian, que foi extremamente generosa,
assim como foram os demais parceiros da obra. O engajamento e o comprometimento dos cerca de 80 colaboradores
representaram estímulo sempre revigorante. A eles, minha gratidão e profundo respeito, pelo valioso auxílio e pelo uso de
seu precioso tempo na compilação da obra.

Professor Samir Rasslan Professores Joel Faintuch, Anil Kulkarni, Francisco Karkow

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A parceria imediata e incansável da Editora Rubio, na figura de Fabio Rubio e de seu pai, José Raimundo Rubio, também
foi muito alentadora, fraterna, amiga, incansável e de grande cumplicidade. Soma-se a isso a colaboração efetiva da Sra.
Myrthes e de sua equipe, pessoas a quem agradeço profundamente.
Esta obra é um tributo com profunda gratidão aos que douradamente influenciaram a minha trajetória, envolvido com
o tema ao longo de 40 anos. Toda a minha gratidão a Deus pela fortuna de existir. Também apresento respeito e admiração
às figuras humanas de grande vigor, talento e de exemplo, como a de meu sogro, Ary Lannes Macedo, que, com mais
de 86 anos, ainda expressa grande sabedoria e lucidez. Ao especial e fraterno amigo de juventude Luiz Fernando Triches
Gonçalves, aos muito queridos amigos e parceiros Osvaldo Voges, Juarez Evangelista, Hermes Regis Lopes, Ronaldo José
Bidese, Antônio Cláudio Barbosa, Neure Fedrizzi, Alexandre Wisintainer, Alexandre Cenatti, Ângelo Grillo Neto, Antônio
Brito Casanova, Luís Inácio Celi Grarcia, assim como às pessoas notáveis, de grande sabedoria, muito presentes em minha
trajetória profissional e que inspiram a todos nós, como incentivadores, empreendedores e sábios que são, no caso, os
notáveis Paulo Bellini, Valter Gomes Pinto e Raul Anselmo Randon. Aos professores e amigos exemplares, desde o período
de faculdade, como o grande amigo e incentivador Renato Metsavath, sem omitir os saudosos Ernani Lopes Pedone e Virvi
Ramos e o sempre presente amigo desde os tempos de residência médica, na atualidade Professor da Faculdade de Me-
dicina da Universidade Federal de Santa Maria/RS, Delmo Ramos Amêndola. A figura do Doutor Jorge Raimundo, pessoa
notável, generosa, extremamente fiel e devotada aos seus amigos, é sempre lembrada, bem como a do Doutor Nelson
Duarte, também impecável como visionária e amiga. Aproveito para agradecer aos acadêmicos de Medicina Matias Farina e
Willian Tormen pelo interesse dedicado ao tema, assim como ao dedicado amigo Luis Fernando Maciel Hoffmann, parceiro
na organização desta obra.

Professor Virvi Ramos Professor Renato Metsavaht Professor Ernani Lopes Pedone

A fundamentação para que se escreva um livro de Medicina pode


ser muito bem sedimentada na sua história. A formação de um pro-
fissional está alicerçada no empenho de conhecer a história de sua
profissão.
Com tal convicção, aproveito para mencionar algumas figuras
marcantes, históricas, de exemplos elevadamente estimulantes, como
Hipócrates, com seus ensinamentos e mandamentos ainda no período
pré-Cristo (460 a.C. a 370 a.C.).

Hipócrates

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Também merece destaque Ambroise Paré, médico francês
que viveu de 1510 a 22 de dezembro de 1590 e que repre-
sentou a figura do médico com visão integrativa do paciente
– cuidando de suas feridas, campo em que trouxe valiosas
contribuições, bem como de sua alimentação limpa, saudá-
vel e vigorosa e do repouso em ambiente – também limpo
e claro –, e atentando à importância de seu bom humor e
bem-estar.
Em sua época, acreditava-se que os ferimentos de bala
de arma de fogo eram venenosos, devendo ser tratados com
óleo fervente. Em determinada ocasião houve falta de óleo e
Paré o substituiu por uma mistura de gema de ovo, óleo de
rosas e terebintina, obtendo cicatrização mais rápida do que
com o óleo fervente.
Paré foi o idealizador de membros e olhos artificiais, afora
a operação de lábio leporino. Também percebeu que a sífilis
era causa de aneurisma da aorta. Foi o pioneiro da homeos-
tase de membros amputados, usando pinças e fios de sutura
como na atualidade. Paré é lembrado como o “Pai da Cirurgia
Moderna” e sempre teve uma posição de humildade e espíri-
to religioso. Dizia sempre em seus atendimentos: “Eu tratei o
paciente e Deus o curou.” Deixou várias obras escritas, assim Doutor Ambroise Paré
como inventou diversos aparelhos destinados aos procedi-
mentos cirúrgicos.
Outra figura humana notável foi o Professor Justus Von Liebig (12 de maio de 1803 a 18 de abril de 1873), que, mesmo
tendo sido um cientista genioso e belicoso (teve animosidade com muitos de seus colegas), propiciou valiosas contribuições
ao Metabolismo e à Farmacologia, configurando-lhes a condição de ciência. Seus ensinamentos persistem nos dias atuais.

Professor Justus Von Liebig Professor Friederich Wöhler

Liebig não pode deixar de ser citado em razão de sua profícua parceria com o Professor Friederich Wöhler (31 de julho
de 1800 a 23 de setembro de 1883), indivíduo apaziguador. Foi o primeiro pesquisador a sintetizar a ureia em 1828, pondo
fim à crença de que não era possível a síntese de produtos orgânicos a partir de inorgânicos; também conseguiu isolar dois
elementos químicos: o alumínio e o berílio. Liebig lecionou na Universidade Giessen, no período de 1824 até 1852, e, tendo
sido o fundador da química orgânica, desenvolveu e aperfeiçoou os métodos de análise elementar. Em colaboração com
Wöhler desenvolveu a teoria dos radicais. Essa teoria explica como pode haver um amplo número de compostos químicos

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constituídos por carbono, hidrogênio e oxigênio, na medida em que esses três elementos podem formar diferentes grupos
estáveis, através dos radicais em maior quantidade do que os elementos na química inorgânica. Liebig desenvolveu o con-
ceito de ácidos com múltiplas valências e a polivalência de variados átomos. Publicou suas deduções a respeito da nutrição e
do metabolismo de plantas e animais e sobre o ciclo das substâncias na natureza. Assentou a fundação da moderna ciência
nutricional animal e humana.
Justus Von Liebig sempre esteve convencido de que a transformação de substâncias no organismo animal deveria ser
processada por intermédio de reações químicas. Também formulou a teoria dos nutrientes minerais explanando sobre o
princípio da nutrição das plantas. Com a aplicação dessa teoria combinada à genética das plantas, permitiu o entendimen-
to e crescimento da enorme área de cultivo das mesmas. Por intermédio da necessidade básica das plantas na nutrição
humana, a teoria de Liebig assume um papel decisivo na
existência da humanidade no presente e no futuro – gra-
ças, fundamentalmente, à fertilização mineral que resultou
em reformulação da agricultura (o fosfato produzido em
escala industrial persiste como importante e valioso ferti-
lizador). Seu exemplo serviu para muitos de seus famosos
alunos (entre eles, Hofmann, Kekulé, Strecker, Fresenius e
Pettenkofer). Liebig deu partida a uma família científica que
o seguiu. Van Hoff, um pupilo de Kekulé, recebeu o Prêmio
Nobel de Química em 1901. Dentre os 60 subsequentes
premiados com o Nobel de Química, 44 foram, de algum
modo, herdeiros dos ensinamentos de Justus Von Liebig.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, a Universidade de
Giessen foi renomeada para Justus Liebig University Gies- Ticket do Museu Justus Liebig
sen, e seu laboratório foi transformado em Museu.
Do século XX, cabe menção à figura desbravadora de Jonathan Evans Rhoads (9 de maio de 1907 a 3 de janeiro de
2002), pessoa generosa e à frente de seu tempo, ocupando-se, desde antes da década de 1940, com pesquisas em seu
laboratório no Departamento Harrison na Universidade da Pensilvânia (a mais antiga universidade americana, fundada por
Benjamin Franklin), onde foi professor e chefe do Departamento de Cirurgia da Escola de Medicina, em Pittsburgh.
O Professor Rhoads esteve associado a muitas áreas, fruto de seu grande interesse em múltiplos segmentos da Medici-
na, como o ajuste nas reposições hidreletrolíticas e a obtenção do balanço nitrogenado positivo e do suporte nutricional,
com postura obsessiva no desenvolvimento de nutrição inteiramente parenteral aos pacientes, habilitando-os a restabelecer
suas homeostases no enfrentamento de doenças e procedimentos cirúrgicos de grande porte.
Também foi área de interesse do Doutor Rhoads a resposta metabólica à lesão, em muito alicerçada nos estudos prévios
do Professor Doutor Sir David P. Cuthbertson, considerado por muitos como “o pai do metabolismo na lesão”, extremamen-
te ativo nos efeitos metabólicos decorrentes da lesão desde 1928.
O Professor Cuthbertson estabeleceu conceitos de fase catabólica após o trauma, assim como os componentes caracte-
rizados como fase ebb (fase hipodinâmica) – período inicial com metabolismo deprimido – e fase flow (fase hipermetabó-
lica) – elevação da atividade metabólica – pós-trauma.
Tem publicações clássicas nessa área:
• Cuthbertson, DP. The influence of prolonged muscular rest on metabolism. Biochem J 1929; 23:1328-45.
• Cuthbertson, DP. The disturbance of metabolism produced by
bony and non-bony injury with notes on certain abnormal con-
ditions of bone. Biochem J 1930; 24:1244-63.

O Professor Sir David Paton Cuthbertson contribuiu decisivamente


na área de nutrição, em especial com seus estudos em metabolismo e
trauma após lesões graves (tornando as bases científicas da nutrição ins-
trumento de benefício prático aos pacientes). Viveu de 1900 até 1989.
Algumas de suas obras clássicas para a área da nutrição estão rela-
cionadas a seguir:
• Cuthbertson, DP. The distribution of nitrogen and sulphur in
the urine during conditions of increased catabolism. Biochem J
1931; 25:236-44.
• Cuthbertson, DP. Observations on the disturbance of metabolism
produced by injury to limbs. Quart J Med 1932; 25:233-246.
• Cuthbertson, DP. Post-shock metabolic response. Lancet 1942;
1:433-7

O Professor Rhoads teve contundente envolvimento com a área da


nutrição, não obstante sua atenção aos mais diversos campos da medi- Professor Sir David Paton Cuthbertson

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cina, além de ativa participação como educador, filósofo e humanista. Foi membro de aproximadamente uma centena de
sociedades através do mundo, tendo sido presidente de, ao menos 11 delas, inclusive da Sociedade de Filosofia Americana
(eleito em 1976), fundada em 1743, por Benjamin Franklin, cargo que ocupou com grande apreço e dedicação.
Ainda em 1938 publicou o artigo “Use of lyophile plasma in correction of hypoproteinemia and prevention of wound
disruption” na revista Arquives of Surgery (período em que era necessário oferecer grandes volumes endovenosos para
obtenção de balanço nitrogenado positivo, redundando, muitas vezes, em edema agudo de pulmão por excesso de oferta
líquida). Foi mentor de muitas figuras notáveis, tais como Stanley John Dudrick, Douglas Wilmore, Henry Thomas Randall,
entre outras tantas pessoas que com ele conviveram. Com Dudrick, Wilmore e Vars, tornou viável a nutrição parenteral
total, recurso por meio do qual foi auxiliado nos seus últimos meses de vida, quando não era mais capaz de alimentar-se
por via oral em razão de ter desenvolvido um câncer gástrico.

Professor Jonathan Evans Rhoads Professor Stanley John Dudrick

Outra figura não menos notável foi a do Professor Francis Daniels Moore (17 de agosto de 1903 a 24 de novembro
de 2001), da Escola de Medicina de Harvard. Tem o seu nome associado ao Hospital Peter Bent Brigham de Boston, em
Massachusetts (atualmente Brigham and Women Hospital). À semelhança de Rhoads, foi mentor de muitos profissionais
que o acompanharam, tendo desenvolvido grandes avanços nas áreas de trauma e estresse cirúrgico, além de princípios de
manejo nutricional após traumas graves/cicatrização tecidual (assim como Rhoads, também se ocupou dos fundamentos
estabelecidos pelo Professor Cuthbertson sobre o metabolismo pós-lesão e acrescentou uma terceira fase além da ebb e
flow, a de franco anabolismo pós-trauma cirúrgico).
O Professor Moore também se interessou pelos fundamentos da composição corporal, do metabolismo proteico e da
neuroendocrinologia, abordando o sistema regulador neuroendócrino nos períodos de catabolismo e anabolismo pós-
trauma. Também mostrou interesse na área, até então, incipiente dos
transplantes de órgãos, sendo que seu incentivo e persistência con-
duziram o Departamento de Cirurgia do Hospital Peter Bent Brigham
a liderar, ainda em 1954, a cirurgia de transplante de órgãos, oca-
sião em que um “time cirúrgico”, comandado pelo Professor Doutor
Joseph Murray, executou, com sucesso, o primeiro transplante de
órgão em humanos, transferindo um rim entre gêmeos idênticos.
Transplantes de rins bem-sucedidos entre gêmeos fraternos e entre
indivíduos sem parentesco desde então se sucederam.
O Professor Moore proporcionou desenvolvimento aos procedi-
mentos de transplantes hepáticos, tendo descrito cirurgias de trans-
plantes em cachorros, semelhantes aos procedimentos executados
na atualidade. Também introduziu expressões inovadoras e definiti-
vas, tais como imunossupressão e quimioterapia imunossupressiva.
Em 1974, publicou a obra Transplant: the give and take of tissue
transplantation.
Entre 1939 e 1949 ocupou-se do tema “metabolismo do pacien-
te cirúrgico”. Em 1959, publicou o livro Metabolic Care of Surgical
Patient. Sua atuação engenhosa nos estudos da composição corporal Professor Francis Daniels Moore

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de fluidos e substâncias químicas no corpo humano talvez seja mais conhecida. Mediante utilização de elementos-traço
radioativos, foi capaz de medir a quantidade total dos volumes de água, sódio, potássio, nitrogênio, sangue e de outros
componentes corporais e sua alteração por ocasião do trauma cirúrgico.
A despeito dos conhecimentos adquiridos e assentados, desde os estudos liderados por Rhoads e Moore, o quesito
reposição hidreletrolítica persiste como um problema nas enfermarias hospitalares. Muitas vezes, ainda, os pacientes são
“inundados” por oferta excessiva de fluidos intravenosos conforme elucidado nas seguintes publicações:
• Lobo, DN, Macafee, DA e Allison, SP. How perioperative fluid balance influences postoperative outcomes. Best Pract
Res Clin Anaesthesiol 2006; 20(3):439-55.
• Hilton, AK, Pellegrino, VA e Scheinkestel, CD. Avoiding common problems associated with intravenous fluid therapy.
Med J Aust 2008; 189(9):509-13.
• Ghali, JK. Mechanisms, risks, and new treatment options for hyponatremia. Cardiology 2008; 111(3):147-57.
Surpreendentemente, o tema “fluidoterapia” permanece de conhecimento precário entre os médicos-residentes, con-
forme levantamento recente de Dileep Lobo e Simon P. Allison, em hospitais da Grã-Bretanha. Em geral, essa tarefa é atri-
buída aos residentes de primeiro ano sem a devida assistência/acompanhamento do staff hospitalar, aí residindo – provavel-
mente – a persistência das dificuldades relacionadas com reposições adequadas de fluidos nos pacientes hospitalizados.

Professor Dileep N. Lobo Professor Simon P. Allison

A terapia nutricional, à semelhança da reposição de fluidos, também persiste sem a devida valorização nos ambientes
hospitalares. A ausência de atenção à mesma favorece condição de má-evolução, acompanhada de significativo índice de
morbimortalidade. Persiste como tema de continuadas publicações, tais como as de Schiesser M., Müller S., Kirchhoff P.,
Breitenstein S., Schäfer M. e Clavien P.A. (Assessment of a novel screening score for nutritional risk in predicting complica-
tions in gastro-intestinal surgery. Clin Nutr 2008; 27(4):565-70), assim como publicação do mesmo grupo, isto é, do De-
partamento de Cirurgia do Hospital Universitário de Zurique na Suíça: The correlation of nutrition, risk índex, nutrition risk
score, and bioimpedance analysis with postoperative complications in patients undergoing gastrointestinal surgery. Surgery
2009; 145(5):519-26. Os autores abordam os riscos de possíveis complicações, bem como a necessidade de realizar a ava-
liação nutricional prévia, objetivando diminuir o impacto do comprometimento nutricional com a evolução hospitalar.
Os doutores George L. Blackburn (EUA), Bruce Bistrian (EUA), Josef E. Fischer (EUA), Murray F. Brennan (EUA), Claude
Solassol (Montpellier, França) e Henry Joyeux (Montpellier, França), Lloyd D. MacLean (Montreal, Canadá), Shohei Ogoshi
(Kochi, Japão), Peter Fürst (Stuttgart, Alemanha), Fernando Paulino (Rio de Janeiro), Ernesto Lima Gonçalves (São Paulo),
Geraldo Chini (Rio de Janeiro), Giocondo Villanova Artigas (Paraná) não podem deixar de ser citados, justamente em razão
de seus comprometimentos no exercício da excelência em termos de cuidados aos pacientes, oferecendo significativas con-
tribuições e exercendo grandes conhecimentos de Metabologia.
O Professor Doutor Ernesto Lima Gonçalves, chefe do Grupo de Metabologia Cirúrgica da Disciplina de Técnica Cirúrgica
e Cirurgia Experimental do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, publicou em
1973, o livro Metabolismo e Cirurgia, tendo como colaboradores os já Professores-Assistentes Doutores do Departamento
de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Eugênio Américo Bueno Ferreira, Dario Birolini, Ruy
Geraldo Bevilacqua, Marcel Cerqueira César Machado, Nelson Fontana Margarido e José Eduardo Monteiro da Cunha, que

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percorrem brilhante trajetória na área médica. Este livro conta com o prefácio do Professor Doutor Francis D. Moore, em
que faz menção de não só conhecer, como a de já ter trabalhado com os Professores Ernesto Lima Gonçalves, Ruy Geraldo
Bevilacqua e José Eduardo Monteiro da Cunha, além de muitos outros colaboradores não citados no presente prefácio.
Posteriormente, o Professor Dan L. Waitzberg passou a participar desse Grupo de Metabologia Cirúrgica, comandado pelo
Professor Ernesto Lima Gonçalves. O Professor Doutor Nelson Fontana Margarido publicou, em 2009, a obra Manual de
Metabologia Cirúrgica, mantendo, de modo vivo, a sua longa relação com tão fascinante tema.

Professor Fernando Paulino Professor Geraldo Chini Professor Giocondo Artigas

Professor Claude Solassol Professor Henry Joyeux Professor Ernesto L. Gonçalves

Também são merecedoras de destaque as figuras contemporâneas de Samir Rasslan, Dario Birolini, Ruy Geraldo Bevi-
lacqua, Marcel Cerqueira Machado, Eugênio Bueno A. Ferreira, Joel Faintuch, João Gilberto Maksud, Uenis Tannuri, Dan
Waitzberg, Maria de Lourdes Teixeira da Silva, Maria de Lourdes Capacci, Antonio Carlos Lopes, Roberto Saad Júnior, Raul
Coimbra, Ernani Rolin, Adhemar Monteiro Pacheco Júnior, Rodrigo Altenfelder da Silva, Silvia Cristine Soldá, Frederico Aun,
Isac Jorge Filho, José Ernesto dos Santos, Aníbal Basile Filho, José Ivan de Andrade, Antonio Ziliotto Júnior, Daniel Magnoni,
Celso Cukier, Roberto Carlos Burini, Cláudio Birolini, Luiz Augusto Ferreira Lisboa, Michel Kfouri Filho, Suely Itsuko Ciosak,
Jesus Roberto Ceribelli, Maria Isabel Pedreira de Freitas Ceribelli, Yara Carnevalli Baxter, Maria Carolina Gonçalves Dias,
Rosane Pilot Pessa, Miguel Carlos Riella, Antonio Carlos Campos, Paulo Cesar Andriguetto, Odery Ramos Júnior, Ronaldo
Vianna, Edson Braga Lameu, Francisco Maia, Eduardo Eiras Moreira da Rocha, Ricardo Rosenfeld, Valéria Abrahão, Jean
Ruffier, Cléa Ruffier, Luiz Alfredo Lamy, Eugenio Cersosimo, Maria Isabel T. D. Correia, Faustino Teixeira Neto, José Eduardo
de Aguilar-Nascimento, Fernando Freire Lisboa, José Roberto Carvalho Diener, José Vicente Noronha Spolidoro, Luiz Inácio
Garcia, Maria Cristina Gonzalez, João Wilney Franco Filho, Themis Reverbel da Silveira, Sérgio Henrique Loss, Cesar Augusto

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Moura de Faria Corrêa, Fernando Lucchese, Fernando Antonio Bohrer Pitrez, Ismael Magilnik, Sydnei Henrique Pardo, Judith
Dietz, Fernando Weber da Silva Matos, Cyro Alfredo P. S. Leães, Bernardete Weber, Denise Zaffari, Denise Halpern Silveira,
Marlene P. Leuck, Claúdia B. Marchese, Mauren Kuse, Dóris Sbravatti, Débora Gastaldello, Maria Berra, Fernando Dutra e
os saudosos Eduardo Botelho de Carvalho e João Augusto Mattar Filho, entre outros tantos com quem tenho tido e tive a
oportunidade de cruzar caminhos em seus cenários de trabalho e em eventos científicos.
O tema Metabologia, com a aquisição de novos conhecimentos, está em permanente renovação e em constante movi-
mento. Do grego metabolé (mudança, troca), representa um conjunto de mecanismos químicos e de reações, necessários
ao organismo para a formação, o desenvolvimento e a renovação das estruturas celulares, assim como para a geração de
energia necessária às manifestações interiores e exteriores de sustentação da vida. Tem importância vital na homeostase
cotidiana dos seres vivos.
Em razão do número de publicações sobre o tema não ser grande, a presente obra está sendo disponibilizada para uma
vasta área de profissionais, sejam médicos, nutricionistas, enfermeiros, farmacêuticos (profissionais e estudantes).
A presente publicação não esgota o assunto, ao contrário, muito existe por ser conhecido, discutido, confirmado e es-
crito, à semelhança do que já vem sendo alvo de discussões em Congressos (SBNPE/Natal, 2009; Ganepão/São Paulo, 2009;
Congresso da ASPEN – American Society of Parenteral and Enteral Nutrition, Nova Orleans, 2009; Congresso da ESPEN –
European Society of Parenteral and Enteral Nutrition, Viena, 2009; e em Las Vegas, 2010). Nesse sentido, este livro também
contempla temas-alvo de preocupações crescentes nos cuidados aos pacientes, como Obesidade, Compulsão Alimentar e
Riscos de Obesidade Mórbida (Capítulo 19), Estresse: Aspectos Psíquico-Metabólicos (Capítulo 31), Distúrbios Metabólicos
e Comportamentais Infanto-Juvenis (Capítulo 34).
Eventualmente, esse material, contido em 54 capítulos, poderá ser instrumento de estímulo para novos lançamentos e
estudos sobre o tema, visto que abrange fundamentos de metabologia, situações de elevadas repercussões metabólicas e
uma abordagem mais dedicada aos órgãos e sistemas. Esse Tratado constitui o ponto de partida da visualização da Meta-
bologia. É instigante, sendo impossível de ser esgotado.
O livro, na sequência de sua apresentação, é acompanhado da presença de três prefacistas de grande expressão, além
da “Mensagem do Professor Stanley Dudrick”. O respeito e a admiração que lhes dedico seguem sumarizados na frase do
historiador americano Henry Adams (16 de fevereiro de 1838 a 27 de março de 1918) que afirmou: “O Professor se liga à
eternidade: ele nunca sabe onde cessa a sua influência.”

Francisco Juarez Karkow


Julho de 2009, na cidade de Sapporo, Japão, por ocasião do
17o Simpósio sobre Alimentos Funcionais

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Prefácio 1

Samir Rasslan

Os avanços tecnológicos observados nestas últimas décadas têm


apresentado impacto extraordinário no exercício da medicina. Ini-
ciamos este novo século com inúmeras perspectivas e um futuro
promissor para o desempenho de nossa atividade profissional nos
setores de diagnóstico e terapêutica. Vivemos uma verdadeira re-
volução na ciência médica e, segundo a Organização Mundial da
Saúde, 50% dos avanços terapêuticos atualmente disponíveis não
existiam há 10 ou 15 anos.
Independente dos avanços tecnológicos, a essência da arte mé-
dica apoia-se na relação médico-paciente, na história clínica deta-
lhada e no exame físico minucioso.
A busca incessante pela definição ou sedimentação de concei-
tos e condutas diagnósticas e terapêuticas tem como objetivos o
bem-estar do paciente, a melhora da qualidade de vida, a saúde
física e mental e a longevidade do ser humano.
A evolução da medicina tem contribuído de maneira significativa para a prevenção de doenças – degenerativas e ar-
terioescleróticas –, a orientação de uma prática nutricional mais adequada, a valorização do exercício físico, o diagnóstico
precoce do câncer ou de seus fatores predisponentes e a eliminação de fatores de risco, entre outros.
A história e a evolução das doenças é tão antiga quanto a própria história da humanidade. As doenças manifestam-
se de maneira aguda, insidiosa ou com cronificação, determinando respostas orgânicas, fisiológicas ou patológicas, que
influenciam favorável ou negativamente na sua evolução.
As alterações orgânicas – física, metabólica e mental – em relação ao estresse psíquico e à agressão da doença cons-
tituem um capítulo à parte na medicina. A doença é ampla, envolve o organismo como um todo, bem como é vasta e
complexa a resposta do organismo às agressões.
O conhecimento acerca da metabologia, bem como das consequências da doença sobre a homeostase ou o equilíbrio
hidreletrolítico e energético é fundamental para a terapêutica correta. No decorrer da graduação, o futuro médico recebe
informações sobre bioquímica e fisiologia apenas nos anos iniciais, na maioria das vezes sem nenhuma relação destes
conhecimentos com a sua aplicação prática. Ao longo do curso, ao tomar contato com as doenças e suas implicações, o
estudante sente falta de um melhor aprendizado dos fundamentos da metabologia, para entender a etiopatogenia e a
fisiopatologia dos distúrbios orgânicos observados em distintas condições.
Na formação do médico detecta-se, muitas vezes, a deficiência na compreensão racional dos fenômenos orgânicos. A
“bagagem” adquirida na formação básica não é suficientemente valorizada ou aplicada na clínica. Essa falha em nossa for-
mação médica mostra que o curso médico é fragmentado em setores que por vezes não se relacionam, sendo indispensável
a interação da ciência básica com a clínica.
As consequências traduzidas por alterações de função têm grande relevância na compreensão dos transtornos a que o
organismo está submetido frente a uma determinada doença ou agressão.
Assim, acredito que, com base nesses conceitos, o Professor Francisco Juarez Karkow idealizou a elaboração deste livro,
que tem por objetivo valorizar a importância da metabologia na prática médica.
O livro divide-se em três partes: na primeira, analisam-se as bases e os fundamentos da metabologia; na segunda,
apresentam-se situações que se manifestam com acentuadas repercussões metabólicas; e na terceira, são discutidos, com
detalhes, os distúrbios observados em doenças dos diferentes segmentos corporais.

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Esta obra compõe-se de 54 capítulos, com a participação de renomados colaboradores nacionais e internacionais.
Abrange vasto campo de discussão e seguramente ocupará um lugar de destaque na nossa literatura médica, representan-
do importante fonte de consulta para estudantes de Medicina e jovens médicos, profissionais de outras áreas, tais como
Nutrição, Farmacologia, Enfermagem, assim como para todos que se interessam por este fascinante campo do conheci-
mento.
O Professor Karkow realizou sua formação na área cirúrgica, ocupando o cargo de Professor Titular do Departamento de
Clínica Cirúrgica do Curso de Medicina da Universidade de Caxias do Sul no período de 1975 a 2009, onde, sistematicamen-
te, se dedicou ao estudo da Metabologia. É respeitado em nosso meio pela reconhecida atuação e pelo vasto conhecimento
nesta área. Ao longo destes anos tenho tido o privilégio de acompanhar a sua brilhante carreira e desfrutar de sua amizade.
Agradeço a honra e a homenagem que ele me concede, com o convite para ser um dos prefaciadores este livro.

Samir Rasslan
Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC).
Professor Doutor, Livre-Docente, Titular do Departamento de Cirurgia da
Faculdade de Medicina da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS.
Professor Titular das Disciplinas de Cirurgia Geral e do Trauma do Departamento de
Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

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Prefácio 2

Dan L. Waitzberg

É um prazer prefaciar o Tratado de Metabolismo Humano, orga-


nizado pelo Professor Francisco Juarez Karkow e editado pela
Editora Rubio. Com grande satisfação, reconheço, mais uma vez,
o empenho incansável do Professor Karkow em buscar novas
formas de difundir o ensino e o conhecimento científico atual.
Especialmente, por tratar da Metabologia, setor do conhecimen-
to com que convivemos há 40 anos, por ocasião do início de
nossa formação científica e acadêmica no Grupo de Metabolo-
gia e Cirurgia na Disciplina de Técnica Cirúrgica da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo, na época dirigido pelo
Professor Ernesto Lima Gonçalves.
Os objetos de interesse da metabologia acompanham e ex-
plicam as modificações fisiológicas do ser humano. As modifi-
cações metabólicas nos diversos estados mórbidos contribuem
para a fisiopatologia e as manifestações clínicas e vêm permear a clínica médica e cirúrgica, da criança ao idoso.
Portanto, o conhecimento aprofundado da metabologia, principalmente quando integrada às demais disciplinas do
conhecimento médico, possibilita a compreensão holística do ser humano na saúde e na doença.
Há tempos existe a preocupação em se estudar os fenômenos dos metabolismos hidreletrolítico, ácido-básico e interme-
diário. No entanto, novas técnicas de cinética e de biologia molecular tornaram possível entender melhor fenômenos meta-
bólicos mais complexos e estabelecer vias metabólicas pouco compreendidas anteriormente. Isso é particularmente válido
na integração do conhecimento entre o sistema imunológico e os componentes da resposta inflamatória, agora enriqueci-
do pela visão da proteômica e genômica. Este recente conhecimento vem amparar novas atitudes clínicas fundamentadas
em evidências científicas. Criam-se oportunidades de intervenção para, concomitantemente à correção das deficiências e
dos distúrbios do metabolismo, modular o sistema imunológico e modificar a resposta inflamatória.
No entanto, poucas publicações em metabologia se dedicam a transmitir um conhecimento organizado, de uso ime-
diato, prático e fundamentado em evidências científicas comprovadas.
A presente obra qualifica-se por ter um cunho prático e de ensinamento distinto que vem ganhando maior notoriedade
nos últimos anos. Destaca-se por apresentar informação atualizada distribuída em seus 54 capítulos escritos de maneira
a integrar a metabologia com a clínica e o tratamento das doenças. Na abordagem da clínica nutricional, os capítulos ga-
nham enorme expressão ao apresentarem elementos integrados entre a metabologia e o planejamento e implementação
nutricional.
Nota-se o cuidado na seleção dos autores dos capítulos da presente obra, o que lhe confere caráter de multidisciplina-
ridade.
O temário abordado gira em torno de doenças metabólicas, com três partes que apresentam aspectos distintos da
metabologia. Inicialmente, aborda-se a homeostase orgânica e energética, as alterações dos fluidos e minerais e a resposta
inflamatória. A segunda parte abrange o estado nutricional, bem como as suas alterações em diversos estados traumáticos
e inflamatórios, incluindo moléstias do trato digestório. Por fim, na terceira parte, discutem-se detalhadamente os distúr-
bios metabólicos nos diversos órgãos e sistemas.
Os autores dos capítulos são notórios especialistas, oriundos de universidades e serviços de ponta, com rica experiência
na prática clínica, que abrilhantam a obra.

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Temos a certeza de que esse livro, criteriosamente organizado e elaborado, em muito, contribuirá para o melhor enten-
dimento de como a metabologia influencia, na prática diária, o cuidado integral do paciente.
Trata-se de leitura obrigatória para os profissionais da saúde que, em seus consultórios, clínicas e no hospital, terão a
oportunidade de se atualizar com os avanços da metabologia moderna.
Parabenizo o Professor Francisco Karkow e seus colaboradores, pela importante contribuição educacional em Metabo-
logia Integrada.

Dan L. Waitzberg
Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC).
Professor-Associado do Departamento de Gastrenterologia da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Coordenador do Laboratório de Metabologia e Nutrição em Cirurgia Digestiva do
Departamento de Gastrenterologia (LIM 35) do Hospital de Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC – FMUSP).
Diretor-Presidente do Grupo de Nutrição Humana (GANEP).

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Prefácio 3

Anil D. Kulkarni, MSc, PhD

EM DIREÇÃO AO FUTURO
Para mim, é uma grande honra e privilégio prefaciar o Tratado
de Metabolismo Humano, cujas palavras rotulo como “Em
direção ao Futuro” na condição de convidado do Professor
Doutor Francisco Karkow, editor desta obra. Os novos conhe-
cimentos e avanços metabólicos representam uma etapa re-
volucionária de cuidados oferecidos aos pacientes. A aborda-
gem terapêutica tem se desdobrado além da hospitalização.
Uma singular e vigorosa mensagem nesta expressiva obra é
a de oferecer diretrizes importantes e conhecimentos avan-
çados no campo do metabolismo, desde os básicos até as
descobertas de aplicação clínica.
Atualmente, têm ocorrido significativos progressos nos
cuidados tecnológicos e médicos disponibilizados aos pacien-
tes, que resultam em maior longevidade e melhora acentuada na qualidade de vida, a despeito do status de saúde, ou seja,
se o maior tempo de vida ocorre livre de doenças ou por patologias de menor ou maior intensidade.
A rápida identificação de distúrbios metabólicos, com a instituição de medidas eficientes que permitam o reequilíbrio
orgânico dos pacientes, em situações como doenças induzidas pelo estado de estresse, doenças acompanhadas de desnu-
trição e traumas, cada vez mais tem evoluído para o restabelecimento da homeostase. O aporte e uma visão abrangente de
medidas com repercussões metabólicas, como a sustentação do estado nutricional, com reposição judiciosa das necessida-
des de cada indivíduo, podem ser de vital importância em todos os estágios de vida, passando desde a atenção às células
e órgãos até a completa assistência ao organismo como um todo.
O presente livro é uma compilação excepcional de vários cenários metabólicos e de ações terapêuticas com aplicações
em situações distintas. Oferece uma nova fonte de difusão de conhecimentos clássicos, avançando aos novos, abordando
como, quando e que tipo de medidas e de suplementações pode ser necessário, desejável até a condição de objetivamente
indispensável. Contendo 54 capítulos, abrange amplo número de tópicos, tais como homeostase, metabolismo da água e
de eletrólitos, fluidoterapia, geradores de energia, resposta metabólica ao estresse, choque traumático, obesidade, imuno-
modulação, necessidades nutricionais na infância e no adulto, no trabalho, no exercício, na gestação, na senilidade, afora
capítulos relacionados com especialidades. Também incursiona em muitos temas novos e desafiadores, como translocação
bacteriana e degermação digestiva seletiva, abordando tópicos clássicos de aplicação da nutrição na área médica, aplica-
ções de alimentos funcionais em pacientes e a manutenção do estado de higidez orgânica.
Uma inovadora área de contramedida nutricional destinada às viagens espaciais e à microgravidade, com repercussões
corporais relevantes, foi incluída no livro. Viagens espaciais, bem como seu ambiente e estresse apresentam impressionante
similaridade aos inevitáveis efeitos fisiológicos observados na senescência. Evidências experimentais, como as estudadas
em modelos análogos aos de microgravidade in vivo e in vitro, validam um grande número de aplicações e medidas em
humanos, com vida normal na terra.
Finalmente, os leitores dessa obra poderão constatar quanto ela é útil, além de disponibilizar um leque de tópicos que
representam um material elevadamente educacional e que irá determinar impacto no que diz respeito aos cuidados clínicos
e à abordagem terapêutica aos pacientes, oferecendo-lhes progresso em seus quadros de base. Nessa moderna era da
medicina existe uma ênfase contundente no manejo clínico e cirúrgico, com pequena atenção metabólica ao hospedeiro,

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especialmente no período pós-internação hospitalar, assim como nos pacientes cronicamente enfermos. É possível fazer uso
dos conhecimentos de metabolismo e nutrição de modo sinérgico e como terapia auxiliar em todos os tipos de situações
clínicas.
Tenho certeza de que este livro irá abrir novos rumos para estudos, pesquisas básicas e clínicas, com aumento na aten-
ção ao metabolismo, à nutrição e à homeostase, incentivando, também, programas educacionais em faculdades afeitas a
tão envolvente tema.

Anil D. Kulkarni, MSc, PhD


Professor of Surgery – Department of Surgery –
The University of Texas Health Science Center and Medical School.
Houston, TX 77030

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Mensagem

Stanley J. Dudrick

É um privilégio extraordinário e uma honra distinta ser


convidado para contribuir com esta breve sinopse de
meus pensamentos e perspectivas com relação à Nutri-
ção e ao Metabolismo, nesta obra excepcional que com-
pila conhecimento acumulado e apresentado de forma
tão abrangente pelo Professor Francisco Karkow e seus
distintos colegas e autores. Em parte, este livro resume
mais de 40 anos de seus interesses e esforços nas mais
importantes áreas da Nutrição e do Metabolismo.
Às vezes, essas duas especialidades são consideradas
por alguns como processos individuais ou separados, e por
outros, como essencialmente o mesmo processo; ao
passo que há aqueles que as consideram processos inse-
paráveis agrupados em uma forma contínua de ativida-
des interdependentes e complexamente relacionadas. São
absolutamente essenciais para o sustento de toda estrutura celular, seu funcionamento e, de fato, a própria vida.
“Alimentação” pode ser definida como: substâncias de valor biológico, normalmente de origem animal ou vegetal, con-
sistindo em várias combinações de carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas, minerais e elementos químicos, os quais
são ingeridos, digeridos e assimilados pelo corpo para produzir energia, gerar e manter a estrutura e o funcionamento,
estimular o crescimento e a sustentação da vida.
“Dieta” corresponde à combinação de alimentos comuns ou usuais que as pessoas ou os animais ingerem, os quais
são prescritos, ao longo de certo período, para subsistência. No entanto, “nutrição” é o processo pelo qual a alimentação
ingerida na dieta é digerida, absorvida e assimilada pelo sistema gastrintestinal e seus apêndices. As moléculas resultantes
de valor biológico são transportadas pela circulação para todas as células no corpo, onde iniciam suas funções como subs-
tratos no “endotélio capilar”, membrana celular responsável pelo crescimento, pelo reparo, pela reposição e por outras
múltiplas funções celulares.
Finalmente, “metabolismo” é o resumo de incontáveis e complexos processos químicos e físicos que ocorrem constan-
temente no interior das células vivas e que são necessários para a sustentação da vida; simultaneamente, alguns substratos
exógenos e grandes moléculas intracelulares endógenas são quebrados/decompostos para produzir moléculas menores e
energia para alimentar processos vitais (catabolismo), enquanto outras reações concomitantes convertem moléculas peque-
nas em moléculas grandes e iniciam a síntese do tecido (anabolismo).
De forma menos complexa, “metabolismo” é o resumo total dos inúmeros processos catabólicos e anabólicos pelos
quais a massa celular corporal continuamente se reabastece, repara, regula, revigora e regenera.
A importância primordial da nutrição na sustentação, na preservação e no restabelecimento de uma boa saúde, ou seja,
de uma boa homeostase, vem sendo reconhecida e enfatizada há mais de dois milênios e meio, iniciando-se com obser-
vações e ensinamentos de Hipócrates.
O conhecimento e a experiência foram obtidos ao longo de todas as épocas subsequentes; a importância e a sofisti-
cação das aplicações do suporte nutricional cresceram logaritmicamente. Na verdade, durante o século XX, a relevância
de manter um estado nutricional adequado para atingir superações clínicas máximas em pacientes seriamente feridos ou
doentes foi estabelecida acima de qualquer dúvida e deu início a uma revolução na prática da medicina. Uma vez que tec-
nologias de diagnóstico, terapêuticas e de monitoramento avançaram, os objetivos da nutrição progrediram de suporte de

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índices brutos, óbvios de toda a estrutura e função corporal, aos níveis de integridade dos tecidos e órgãos, a reações intra-
celulares mais sutis e complexas, funções e inter-relações que constituem toda a essência da bioquímica clínica, fisiologia,
imunologia, neuroendocrinologia e muitas outras sublimes funções a serem descobertas e identificadas.
A progressão dos processos, desde o alimento que ingerimos a inúmeras, abrangentes e integradas funções celulares,
moleculares, enzimáticas e endócrinas, e suas regulações genéticas, modulação e controle, define essencialmente o meta-
bolismo como o conhecemos. Referências a essa série aparentemente miraculosa de eventos como uma sinfonia harmonio-
sa, ou, até mesmo, “a sabedoria do corpo”, parecem ser inadequadas como comparações, analogias ou definições destes
processos complexos tão vitais à vida.
As informações que ainda estão para ser descobertas e explicadas relacionadas com a Nutrição e o Metabolismo, bem
como com a estrutura, a função, a saúde e as doenças, representam um desafio perfeito para todos nós que passamos
nossas vidas tentando desvendar os mistérios dessas fascinantes inter-relações, exemplificadas pelo Professor Karkow e
todos os peritos reunidos por ele para produzir esta inestimável compilação do estado da ciência e arte desses dois temas
nos dias de hoje.
A mensagem final dessa maravilhosa publicação acadêmica e prática é que todos aqueles que contribuíram com a obra,
além dos que aprenderão com ela, devem continuar lutando para cumprir nossa obrigação mútua de proporcionar o me-
lhor suporte metabólico e nutricional aos nossos pacientes, sob qualquer condição e sempre.
Somente quando tivermos esgotado todas as possibilidades de fornecer as melhores condições e substratos para todas
as células do corpo a fim de desempenhar de forma ideal e efetiva as funções metabólicas para as quais foram designadas,
teremos atingido nossos objetivos ideais de suporte, promoção e garantia de desempenho e saúde máxima a todos os
nossos pacientes. É nosso inegável dever profissional, ético e moral fazer isso. Sou grato ao Professor Karkow e aos seus
colaboradores por nos apontar a direção certa, nos mostrar o caminho e guiar nosso progresso neste nobre esforço.

Stanley J. Dudrick, MD, FACS, FACN


Professor of Surgery, Yale University, USA.

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Sumário

Parte I – Fundamentos em Metabologia, 1


Capítulo 1 Metabologia – Abordagem Integrativa e Novos Horizontes, 3
Francisco Karkow

Capítulo 2 Homeostase, 25
Francisco Karkow

Capítulo 3 Metabolismo da Água e Eletrólitos, 43


Francisco Karkow

Capítulo 4 Fluidoterapia, 93
Francisco Karkow

Capítulo 5 Geradores de Energia, 111


Francisco Karkow

Capítulo 6 Avaliação do Paciente Hospitalar – Peculiaridades e Risco de Desnutrição, 179


Francisco Karkow

Capítulo 7 Imunidade e Imunoestimulação, 203


Francisco Karkow

Capítulo 8 Alimentos Funcionais e Potenciais Indicações Médicas, 251


Francisco Karkow

Capítulo 9 Resposta Orgânica à Agressão Cirúrgica, 269


Raul Coimbra • Gustavo Pereira Fraga

Capítulo 10 Resposta Metabólica ao Trauma e ao Estresse, 283


Francisco Karkow

Capítulo 11 Imunomodulação Nutricional por Evidência: Aplicações em Indivíduos com Estresse e Traumatismo, 305
Anil D. Kulkarni • Mari Kogiso • Koji Wakame • Keiko Yamauchi

Capítulo 12 Óleo de Peixe por Via Parenteral e Funções Imunológicas, 311


Raquel Susana Matos de Miranda Torrinhas • Dan Linetzky Waitzberg

Capítulo 13 Controvérsias em Translocação Bacteriana, 323


Francisco Karkow • Rodrigo Siqueira-Batista • Mariana Beatriz Arcuri • Verônica Santos Albuquerque •
Andréia Patrícia Gomes

Capítulo 14 Controvérsias em Degermação Digestiva Seletiva, 339


Francisco Karkow • Verônica Santos Albuquerque • Andréia Patrícia Gomes

Capítulo 15 Termogênese e Regulação Térmica, 351


Francisco Karkow

Capítulo 16 Tecido Adiposo como Órgão Metabólico, 369


Francisco Karkow • José Ernesto dos Santos

Capítulo 17 Metabolismo da Cicatrização de Feridas, 391


Antonio Carlos L. Campos • Alessandra Miguel Borges

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Parte II – Situações de Elevadas Repercussões Metabólicas, 399

Capítulo 18 Queimaduras, 401


Francisco Karkow • David S. Gomez

Capítulo 19 Obesidade, Compulsão Alimentar e Riscos de Obesidade Mórbida, 433


Francisco Karkow • Christian Haag Kristensen

Capítulo 20 Obesidade Mórbida e Cirurgia Bariátrica, 455


Joel Faintuch

Capítulo 21 Quilotórax e Quiloascite, 465


Francisco Karkow • Darcy R. Pinto Filho

Capítulo 22 Síndrome do Choque Circulatório, 479


Aníbal Basile Filho • Edson Antonio Nicolini • Gil Cezar Alkmin Teixeira • Rafael Henriques Jácomo

Capítulo 23 Tireotoxicose, 499


Nilza Maria Scalissi • Sergio Setsuo Maeda

Capítulo 24 Cetoacidose Diabética, 511


Daniel Panarotto

Capítulo 25 Doença Inflamatória Intestinal, 519


Eduardo Brambilla

Capítulo 26 Alterações Metabólicas na Síndrome do Intestino Curto, 533


Samir Rasslan • Francisco Karkow

Capítulo 27 Impacto Metabólico das Fístulas Digestivas, 541


Isac Jorge Filho

Capítulo 28 Politrauma, 555


Rafael Omar Giovanardi

Capítulo 29 Síndrome do Imobilismo, 569


Therezinha Rosane Chamlian • Vânia Assaly • Milene Silva Ferreira • Antonio Gustavo Macedo Karkow •
Juliana Regina Chamlian Zucare

Capítulo 30 Síndrome da Realimentação, 585


Francisco Karkow

Parte III – Distúrbios Metabólicos nos Diversos Órgãos e Sistemas, 593

Capítulo 31 O Estresse – Aspectos Psicometabólicos, 595


Francisco Karkow • Mônica Medeiros Kother Macedo • Blanca Susana Guevara Werlang

Capítulo 32 Distúrbios Metabólicos e a Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, 605


Lessandra Michelim • Juliano Fracasso • José Luiz Atti

Capítulo 33 Distúrbios Metabólicos e Nutricionais na Infância, 623


Fernanda Menegaz Pretto • Petrônio Fagundes de Oliveira Filho

Capítulo 34 Distúrbios Metabólicos e Comportamentais na Infância e na Adolescência, 647


Francisco Karkow • Mônica Medeiros Kother Macedo • Blanca Susana Guevara Werlang

Capítulo 35 Trauma na Infância: Repercussões, 667


Ana Cristina Aoun Tannuri • Uenis Tannuri

Capítulo 36 Distúrbios Metabólicos na Nutrição Enteral, 683


Simone Morelo Dal Bosco • Kelly Lameiro Rodrigues • Jacqueline Schaurich dos Santos •
Fernanda de Oliveira Marques • Francisco Karkow

Capítulo 37 Distúrbios Metabólicos na Nutrição Parenteral, 711


Edson Lameu • Ronaldo Vianna

Capítulo 38 Repercussões Metabólicas Envolvendo Sistema Nervoso Central/Eixo Neuroendócrino, 733


Vanderson Antônio

Capítulo 39 Distúrbios Metabólicos em Gastrenterologia, 743


Raul Ângelo Balbinotti • Silvana Sartori Balbinotti • Francisco Karkow

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Capítulo 40 Distúrbios Metabólicos em Ginecologia e Obstetrícia, 793
Francisco Karkow • José Mauro Madi • Sonia Regina Cabral Madi

Capítulo 41 Distúrbios Metabólicos em Cardiologia, 821


Francisco Michielin • Roberto Tofani Sant’Anna

Capítulo 42 Distúrbios Metabólicos em Pneumologia e Alterações do Equilíbrio Ácido-Básico, 841


Dagoberto Vanoni de Godoy • Fabrício Piccoli Fortuna

Capítulo 43 Falência Hepática Aguda, Crônica e Crônica Agudizada, 857


Francisco Karkow

Capítulo 44 Distúrbios Metabólicos em Nefrologia – Lesão Renal Aguda, 867


Thyago Proença de Moraes • Silvia Carreira Ribeiro • Miguel Carlos Riella

Capítulo 45 Pancreatite Aguda e Crônica – Diagnóstico e Terapêutica, 881


José Galvão-Alves • Marta Carvalho Galvão

Capítulo 46 Doenças Reumáticas e Metabolismo, 903


João Adalberto Marasca • Francisco Karkow

Capítulo 47 Senescência e as suas Repercussões Metabólicas, 929


Rosângela Minardi Mitre Cotta • Rita de Cássia Lanes Ribeiro • Carlos Alfredo Franco Cardoso •
Lídia Maria Franco Cardoso

Capítulo 48 Síndrome Paraneoplásica, 947


James Freitas Fleck • Karine Furlan da Costa

Capítulo 49 Repercussões Metabólico-Nutricionais nos Hepatopatas e Impacto nos Transplantes Hepáticos, 961
Antonio Carlos L. Campos • Alessandra Miguel Borges

Capítulo 50 Síndrome Serotoninérgica, 969


Vilmar Molon

Capítulo 51 Células-Tronco Adultas e Embrionárias, 981


Fabio Firmbach Pasqualotto • Martina Fritsch • Luciane C. Baptista • Eleonora Bedin Pasqualotto

Capítulo 52 Espécies Reativas de Oxigênio e Antioxidantes Seminais – Aspectos Metabólicos, 999


Fabio Firmbach Pasqualotto • Eleonora Bedin Pasqualotto

Capítulo 53 Nutrição, Metabolismo e Atividade Física, 1021


Julio Tirapegui • Mariana de Rezende Gomes • Francisco Leonardo Torres-Leal • Marcelo Macedo Rogero

Capítulo 54 Farmacologia e Metabolismo – Interações, 1053


Eduardo C. Palma

Indice, 1069

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Abreviaturas

12-LO 12-lipo-oxigenase ACV aparelho cardiovascular

15epi-LXA4 15-epi-lipoxina ADH hormônio antidiurético – antidiuretic hormone

15-LO 15-lipo-oxigenase ADHD ver TDAH

2-DG 2-desoxi-D-glicose ADM água duplamente marcada

31-P RM ressonância magnética com fósforo-31 ADME absorção, distribuição, metabolismo e excreção

3TC lamivudina ADP difosfato de adenosina – adenosine diphosphate

5-ASA ácido-5-aminossalicílico ADQI iniciativa de diálise aguda com qualidade –


acute dialysis quality initiative
5-HEDH 5-hidroxieicosanoide desidrogenase
AF alimentos funcionais
5-HETE ácido 5-hidroxieicosatetraenoico
AG ácidos graxos; ânion gap
5-HIAA ácido hidroxi-indolacético
AGCC ácidos graxos de cadeia curta
5-HpETE ácido 5-hidroperoxieicosatetraenoico
AGCL ácidos graxos de cadeia longa
5-HT 5-hidroxitriptamina
AGCM ácidos graxos de cadeia média
5-LO enzima 5-lipo-oxigenase
AGE ácidos graxos essenciais
5-OXO-HETE 5-oxo-eicosatetraenoico
AGL ácidos graxos livres
A1AT alfa-1-antitripsina
AGMI ver MUFA
A/I altura para a idade
AGPI ver PUFA
AA aminoácidos; ácido araquidônico
AgRP proteína relacionada ao agouti – agouti-related
AACR aminoácidos de cadeia ramificada peptide
AAE aminoácidos essenciais; aminoácidos AGS ver SFA
excitatórios
AHCC Active Hexose Correlated Compound –
AATG autoantitireoglobulina Hexose Ativa de Composição Correlacionada

AATPO antiperoxidase AHO osteodistrofia hereditária de Albright – Albright


hereditary osteodystrophy
ABLS Suporte Avançado de Vida no Queimado –
Advanced Burn Life Support AI ingestão adequada – adequate intake

ACA aminoácidos de cadeia aromática AIA adiposidade intra-abdominal

ACh acetilcolina AIDS síndrome da imunodeficiência adquirida –


acquired immunodeficiency syndrome
ACP proteína carreadora de grupos acila
AINE anti-inflamatório não esteroide
ACR American College of Rheumatology
AIR artrite inflamatória reumatoide
Acrp-30 proteína expressa exclusivamente em adipócitos
– adipocyte complement-related protein AKIN Acute Kidney Injury Network

ACT água corporal total ALA ácido alfalinolênico

ACTH hormônio adrenocorticotrófico – ALA-GLN L-alanil-glutamina


adrenocorticotrophic hormone ALB albumina

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alfa-MSH hormônio estimulador alfamelanocítico BAV bloqueios atrioventriculares
ALH área lateral hipotalâmica BB base do sangue total – buffer base
ALR atividade livre de restrição BD déficit de base – base deficit
AMP monofosfato de adenosina – adenosine BDE ver DEB
monophosphate
BE excesso de base – base excess
AMPc monofosfato de adenosina cíclico
BEG gap déficit-excesso de base – deficit-excess gap
AMPK adenosina-proteinocinase ativada
BGP proteína óssea GLA
AN anorexia nervosa
BHE balanço hidreletrolítico
Anti-HBsAg anticorpos para o vírus da hepatite B
BHT butil-hidroxitolueno
Anti-Sm anticorpo contra antígeno nuclear Sm
BMP proteína óssea morfogenética – bone
Anti-VHA anticorpos para o vírus da hepatite A morphogenetic protein
Anti-VHC anticorpos para o vírus da hepatite C BN bulimia nervosa
AOS suspensão antiortostática BNT bócio nodular tóxico
APACHE Acute Physiology and Chronic Health Evaluation BUN nitrogênio ureico sanguíneo – blood urea
nitrogen
APC aumento da permeabilidade capilar
Ca cálcio
APO E apolipoproteína E
CAAP Academia Americana de Pediatria
APPCC análise de perigos e pontos críticos de controle
CAD cetoacidose diabética
APs artrite psoriásica
CAH centros alimentares hipotalâmicos
AQP aquaporina
cal óxido de cálcio; calorias
ARC núcleo arqueado hipotalâmico
CAL confinado agudamente ao leito
ARV antirretrovirais
CALT tecido linfoide associado às conjuntivas
ASA American Society of Anesthesiology
– conjunctive-associated lymphoid tissue
ASCA anticorpo anti-Saccharomyces cerevisae
cAMP ver AMPc
ASCN American Society of Clinical Nutrition
CaO óxido de cálcio
ASN American Society of Nephrology
CaO2 conteúdo arterial de O2
ASP proteína estimulante da acilação – acylation
CAR ver ACR
stimulating protein
CART regulador da transição peptídica
Asp aspartato
CaSR receptor sensível ao cálcio
ASPEN American Society of Parenteral and Enteral
Nutrition CAT catalase; capacidade antioxidante total
AT antitireoidianas CB circunferência do braço
ATC água total do corpo CB1 receptor canabinoide 1
ATLS Suporte Avançado de Vida no Trauma – CB2 receptor canabinoide 2
Advanced Trauma Life Support
CBNPC carcinoma brônquico de não pequenas células
ATP trifosfato de adenosina – adenosine
CBPC carcinoma brônquico de pequenas células
triphosphate
CC circunferência da cintura
ATP-CP trifosfato de adenosina-creatinofosfato
CCDA células citotóxicas dependentes de anticorpos
ATPase adenosinotrifosfatase
CCK hormônio colecistocinina, colecistocinina –
ATTAIN ensaio Abatacept no tratamento de resposta
cholecystokinin
inadequada ao anti-FNT – abatacept trial in
treatment of anti-TNF inadequate responders CCK-PZ colecistocinina-pancreozimina
ATV adiposidade tecidual visceral CD calorimetria direta; células dendríticas
AVE acidente vascular encefálico CDC Center for Disease Control and Prevention
AVP arginina vasopressina CDOD cardiomiopatia dilatada de origem
desconhecida
AZT zidovudina
CE carcinoma embrionário
BAGN bactérias aeróbicas Gram-negativas
CGE células germinativas embrionárias
BALT tecido linfoide associado aos brônquios
– bronchus-associated lymphoid tissue CGP células germinativas primordiais

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ChAT colina acetiltransferase D(a-v)O2 diferença arteriovenosa de oxigênio
CHCM concentração de hemoglobina corpuscular D4T estavudina
média
DA doença de Alzheimer; diarreia aguda
CHO carboidrato
DAC doença arterial coronariana
Cho/Cr colina/creatinina
DAG diaglicerol
CI calorimetria indireta
DALY Disability Adjusted Life Years
CID coagulação intravascular disseminada
DAS diarreia aquosa sanguinolenta
CIE células intestinais epiteliais
DB déficit de base
CIGMA modelo de avaliação através de infusão de
DEB déficit-excesso de base – base deficit excess
glicose contínua – continuous infusion of
glucose with model assessment DC débito cardíaco; doença celíaca; diarreia
crônica; doença de Crohn
CIVD coagulação intravascular disseminada
DCCR desidrogenase de cetoácidos de cadeia
CK creatinocinase
ramificada
Cl cloro; cloreto
DCV doença cardiovascular
CLP punção e ligação cecal – cecal ligation and
DDAVP 1-desamino-8-D-arginina vasopressina
puncture

CMB circunferência muscular do braço DDC didesoxicitidina

CMH cardiomiopatia hipertrófica DDI didanosina

CMR cardiomiopatia restritiva DDS degermação digestiva seletiva

CMS células mieloides supressoras DEHP ftalato de di-2-etil-hexila

CMV citomegalovírus DES dietilestilbestrol

CO carbono DEXA absorptiometria de raios X de energia dual –


dual-energy x-ray absorptiometry
CO2 dióxido de carbono
DG doença de Graves
CoA coenzima A
DGF distúrbios gastrintestinais funcionais
COMT catecol-O-metil transferase
DGHNA doença gordurosa hepática não alcoólica
CORT corticosterona
DH diurese horária
COX cicloxigenase
DHA ácido docosa-hexaenoico
COX-2 cicloxigenase-2
DHEA desidroepiandrosterona
CP creatinofosfato; corpúsculo polar
DHL desidrogenase láctica
CPAP pressão positiva contínua nas vias aéreas –
continuous positive airway pressure DI diminuição dos imunossupressores

CPK creatinofosfocinase – creatine phosphokinase DIA inibição da atividade de diferenciação –


differentiation enhibitory activity
cPLA2 enzima citosólica PLA2-alfa
DII doença inflamatória intestinal
CPRE colangiopancreatografia retrógrada
endoscópica DLN doença de Lesch-Nyhan

CPRM colangiopancreatografia por ressonância DLPT doenças linfoproliferativas pós-transplantes


magnética
DM diabetes melito
Cr creatinina; crômio
DM-1 diabetes melito tipo 1
CRF fator liberador de corticotrofina – corticotrophin
DM-2 diabetes melito tipo 2
releasing factor
DMIT dor muscular de início tardio
CRH hormônio liberador de corticotrofina –
corticotrophin releasing hormone DMO densidade mineral óssea

CT células-tronco DMOS disfunção de múltiplos órgãos e sistemas

CTE células-tronco embrionárias DMRFC diabetes melito relacionado com fibrose cística

CTLF capacidade total de ligação do ferro DMT-1 transportador divalente de metal 1

Cu cobre DMTC doença mista do tecido conjuntivo

CV cardiopatia vascular; carga viral DNA ácido desoxirribonucleico

CYP citocromo P-450 DO2 oferta de oxigênio

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Dp despersonalização eONS ver ONSe
dp desvio-padrão EP embolia pulmonar
DP doença de Parkinson; duplicação populacional EPA ácido eicosapentaenoico

DPA ácido docosapentaenoico EPT espessura da prega tricipital

DPOC doença pulmonar obstrutiva crônica EQU exame qualitativo de urina

DRESS erupção à droga com eosinofilia e sintomas ERAS acelerando a recuperação pós-operatória –
sistêmicos enhanced recovery after surgery

DRGE doença do refluxo gastresofágico ERCP colangiopancreatografia retrógrada


endoscópica
DRI ingestão alimentar de referência – dietary
reference intakes ERN espécies reativas do nitrogênio

DSA doença de Still do adulto ERO espécies reativas de oxigênio

DSM Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos ESBL betalactamases de espectro ampliado


Mentais – Diagnostic and Statistical Manual of ESPEN European Society for Parenteral and Enteral
Mental Disorders Nutrition
DST doenças sexualmente transmissíveis ET espru tropical
DW doença de Whipple EV endovenosa
EALT tecido linfoide associado aos olhos – eye- FA fator de atividade; fosfatase alcalina; fibra
associated lymphoid tissue alimentar
EAR necessidade média estimada – estimated FAD flavina adenina dinucleotídeo
average requirement
FAN fator antinuclear
EBS corpos embrioides – embryoid bodies
FAO Food and Agriculture Organization –
EBV vírus Epstein-Barr Organização das Nações Unidas para a
ECA enzima de conversão da angiotensina Agricultura e a Alimentação

ECG eletrocardiograma FAP ver PAF

ECL células enterocromafínicas – enterochromaffin- FC fator de correção; fibrose cística; frequência


like cells cardíaca

EE exaustão emocional FDA Food and Drug Administration

EEC espaço extracelular Fe ferro


2+
EEG eletroencefalograma Fe forma férrica bivalente
3+
EGF fator de crescimento da epiderme – epidermal Fe forma férrica trivalente
growth factor FeMg fração de excreção do magnésio
EGI eosinofilia gastrintestinal FeNa fração de excreção de sódio
EGIR European Group for the Study of Insulin FF fibras funcionais
Resistance
FGF fator de crescimento de fibroblastos
EH encefalopatia hepática
FHA falência hepática aguda
EH extração hepática
FHAHC falência hepática aguda na hepatite crônica
EHEC Escherichia entero-hemorrágica
FIFO entram primeiro saem primeiro – first in first out
EIC espaço intracelular
FIV fertilização in vitro
EIM erros inatos do metabolismo
FIZZ encontradas em locais de inflamação – found in
EIV espaço intravascular inflammatory zone
Eixo-HHA eixo hipotálamo-hipófise-adrenal FL fosfolipídios; fator de lesão; camada nutridora
– feeder layer
EL emulsões lipídicas
FLA2 fosfolipase A2
ELA-1 elastase pancreática
FLAP proteína ativadora 5-LO
ELA-2 elastase neutrofílica
FMN flavina mononucleotídeo
ELAN Estudo Latino-americano de Nutrição
FMO falência de múltiplos órgãos
ELISA ensaio imunossorvente ligado a enzima –
enzyme-linked immunosorbent assay FMOS falência de múltiplos órgãos e sistemas
EM esclerose múltipla FNT fator de necrose tumoral
ENA antígenos nucleares extraíveis FNT-alfa fator de necrose tumoral alfa

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FOO febre de origem obscura GM-CSF fator estimulador de colônias de granulócitos e
macrófagos
FOS fruto-oligossacarídeos
GMPc monofosfatase guanosina cíclica
FPM fator proteico médio
GnRH hormônio liberador de gonadotrofina –
FPSA fracionamento plasmático por separação e
gonadotrophin releasing hormone
absorção

Fr ferritina gp41 glicoproteína viral

FR frequência respiratória GPCR receptores acoplados à proteína G

FS ferritina sérica; fluidos sinoviais GPx glutationa peroxidase

FSAE fator secretor adipocítico específico GRP peptídio liberador de gastrina – gastrin releasing
peptide
FSC fluxo sanguíneo cerebral
Gs proteína G estimuladora; proteína reguladora;
FSH hormônio foliculoestimulante – follicle- glicogênio sintetase
stimulating hormone
GSH glutationa
FSO falência solitária de um órgão
GSH-Px glutationa peroxidase
FT fibra total
GSH-Rd glutationa redutase
FV fibrilação ventricular
GSRS escala de avaliação de sintomas gastrintestinais
GABA ácido gama-aminobutírico – gamma-
de Sympton
aminobutyric acid
GSSG glutationa oxidada
GAD descarboxilase ácida glutâmica sintetizadora do
GABA (descarboxilase do ácido glutâmico) GST glutationa-S-transferase

GALT tecido linfoide associado aos intestinos GTT curva de tolerância à glicose – glucose tolerance
– gut-associated lymphoid tissue test

Gama-GT gamaglutamil transpeptidase H2CO3 ácido carbônico

GCS escala de coma de Glasgow – Glasgow coma H2O2 água oxigenada; peróxido de hidrogênio
scale
H2RA antagonistas de receptores H2 da histamina
G-CSF fator estimulador de colônias de granulócitos
H2SO4 ácido sulfúrico
GEB gasto energético basal
HA hipertensão arterial
GEE gastrenterite eosinofílica
HAART terapia antirretroviral potente – highly active
GEP gastrostomia endoscópica percutânea anti retroviral treatment
GER gasto energético em repouso HAS hipertensão arterial sistêmica
GET gasto energético total Hb hemoglobina
GGT gamaglutamil transferase HbA1c hemoglobina glicosilada
GH hormônio do crescimento – growth hormone HC ver GH
GHIH hormônio de inibição do hormônio de HCG gonadotrofina coriônica humana – human
crescimento – growth hormone inhibiting chorionic gonadotrophin
hormone
HCM hemoglobina corpuscular média
GHRH hormônio liberador do hormônio do
-
crescimento (somatotrofina) – growth hormone HCO3 bicarbonato
releasing hormone HDL lipoproteína de alta densidade – high density
GIP polipeptídio inibitório gástrico – gastric lipoprotein
inhibitory polypeptide HE hematoxilina-eosina
GJA glicemia de jejum alterada HES hidroxietilamido
GLA ácido gamacarboxiglutâmico; ácido HGD hemorragia gastroduodenal
gamalinolênico
HGT hemoglicoteste
GLN glutamina
HHA hipotálamo-hipófise-adrenal
GLP-1 glucagon tipo peptídio-1
HIC hipertensão intracraniana
Glu glutamato
HIV vírus da imunodeficiência humana – human
GLUT transportadores de glicose
immunodeficiency virus
GLx/Cr glutamina/creatina
HIV-1 vírus da imunodeficiência humana do tipo 1 –
GLY-GLN glicil-L-glutamina human immunodeficiency virus type 1

00-Metabolismo.indd 37 10/5/2010 17:03:15


HLA antígenos leucocitários humanos – human IEL linfócitos intraepiteliais
leucocyte antigen
IFN-alfa interferon alfa
HM hipertermia maligna
IFN-gama interferon gama
HO radical hidroxila
IgA imunoglobulina A
HO-1 hemeoxigenase-1
IGF-I fator de crescimento similar à insulina 1
HO2 radical hidroperoxila
IGF-II fator de crescimento similar à insulina 2
HOCL ácido hipoclorídrico
IgG1 imunoglobulina G1
HOMA modelo de avaliação homeostática –
IgM imunoglobulina M
homeostatic model assessment
HORIZON Health Outcomes and Reduced Incidence with IL interleucina
Zoledronic Acid Once Yearly IL-1 interleucina-1
Hp Helicobacter pylori IL-2 interleucina-2
HPA hiperfenilalaninemia; hidrocarbonetos IL-4 interleucina-4
aromáticos policíclicos
IL-6 interleucina-6
HPL hormônio lactoplacentário
IL-10 interleucina-10
HPT hormônio paratireoideo
IL-12 interleucina-12
HRE elemento de resposta à hipoxia – hypoxia
response element IL-18 interleucina-18

HRP peroxidase de raiz forte – horseradish IL-21 interleucina-21


peroxidase ILAS Instituto Latino-americano para Estudos da
HS hemossiderina Sepse

HSC células-tronco hematopoéticas – hematopoietic ILF folículos linfoides isolados


stem cell IM ver UL
HSR herpes simples mucocutâneo recorrente IMaC índice de maturação do colágeno
HSV vírus do herpes simples – herpes simplex virus IMAO inibidor da monoamina oxidase
Ht hematócrito IMB ver MBI
HT hormônios tireoideos
IMC índice de massa corporal
HUMIRA Human Monoclonal Antibody in Rheumatoid
IMD inventário de mecanismos de defesa
Arthritis
IMOS insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas
HVB hepatite viral B
IMP monofosfato de inosina – inosine
HVC hepatite viral C
monophosphate
HZ herpes zoster
IMS índice de mortalidade standard; índice padrão
I iodo de mortalidade
IAH índice de apneias e hipopneias INP índice nutricional prognóstico
IAM infarto agudo do miocárdio INR índice de normatização internacional –
IBD doença inflamatória intestinal – inflammatory international normalized ratio
bowel disease IOM Institute of Occupational Medicine
IBP inibidores da bomba de prótons iONS ver ONSi
IC índice cardíaco IP inibidores de protease
ICAM-1 moléculas de adesão intercelular 1 – intercellular IR isquemia e reperfusão; liberador imediato –
adhesion molecule 1 immediate release
ICC insuficiência cardíaca congestiva IRA insuficiência renal aguda
ICM massa celular interna – inner cell mass IRE elemento regulador do ferro – iron responsive
ICSI injeção intracitoplasmática de espermatozoide element

ID intestino delgado IRP proteína reguladora do ferro – iron regulated


proteins
IDF International Diabetes Federation
IRS-1 substrato do receptor de insulina 1 – insuline
IDL lipoproteína de densidade intermediária –
receptor substrate 1
intermediate-density lipoprotein
IS índice sistólico
IDR ingestão diária recomendada; ingestão dietética
de referência ISN Internacional Society of Nephrology

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ISS International Space Station LTB4 leucotrieno B4
ISRS inibidor seletivo da recaptação de serotonina LTB5 leucotrieno B5
ITRN inibidor da transcriptase reversa análogo de LTc linfócitos T citotóxicos
nucleosídeo
LTC4 enzima sintetase
ITRNN inibidores da transcriptase reversa não análogos
LTD4 leucotrieno D4
de nucleosídeo
LTE4 leucotrieno E4
J Joule
LXA4 lipoxina A4
JAK Janus cinase – Janus kinase
LXB4 lipoxina B4
K+ potássio
MALT tecido linfoide associado à mucosa – mucose-
KATP canais sensíveis ao potássio
associated lymphoide tissue
kcal quilocaloria
MAO monoamina oxidase
KCl cloreto de potássio
MAPK proteinocinase ativada por mitógeno – mitogen-
KDIGO Kidney Disease: Improving Global activated protein kinase
Outcomes
MARS sistema removedor adsorvente molecular –
kg quilograma molecular adsorbents recirculating system
kJ quilo Joule MASB má absorção de sais biliares
LALT tecido linfoide associado à laringe – larynx- MBI Inventário de Burnout de Maslach – Maslach
associated lymphoid tissue Burnout Inventory
LCS cepa shirota MCC massa celular corporal
LDH desidrogenase láctica MCH hormônio concentrador de melanina
LDL lipoproteína de baixa densidade – low-density MCI massa celular interna
lipoprotein
MCP monócito proteico quimioatractante –
LDL-c colesterol de lipoproteína de baixa densidade monocyte chemoattractant protein
LEC líquido extracelular MCP-1 monócito quimioatractante proteico-1
LES lúpus eritematoso sistêmico M-CSF fator estimulador de colônias de macrófagos –
LH hormônio luteinizante – luteinizing hormone macrophage colony-stimulating factor

LHA área hipotalâmica lateral MDA metilenodioxianfetamina; malondialdeído

LHS lípase hormônio-sensível MDMA metilenodioximetanfetamina

LIF fator inibidor leucêmico – leukemia inhibitory MDP muramil dipeptídio


factor MECCA medida da capacidade de enfrentamento
LIP lipídios MEF fibroblastos embriônicos de ratos – mouse
LMF leucoencefalopatia multifocal embryonic fibroblasts

LNM linfonodos mesentéricos MEH encefalopatia hepática mínima

LOX lipoxigenase MELD Model for End-Stage Liver Disease

LP linfócitos da lâmina própria mEq miliequivalente

LPA lesão pulmonar aguda mES células-tronco embrionárias de ratos – mouse


embryo stem cells
LPAT lisofosfolipídicas aciltransferase
Mg magnésio
LPC complexos lipoproteicos
MGP proteína da matriz GLA – matrix GLA protein
LPL lipoproteína lípase
MGS monoglutamato de sódio
LPMN leucócitos polimorfonucleares
MHC complexo de histocompatibilidade principal –
LPO peroxidação lipídica – levels of lipid peroxidation major histocompatibility complex
LPS lipopolissacarídeos MI/Cr mioinositol/creatinina
LSD dietilamina do ácido lisérgico – lysergic acid MIP proteína inflamatória macrofágica –
diethylamide macrophage inflammatory protein
LT linfotoxinas; leucotrieno MMC complexo mioelétrico migratório – migrating
L-T4 levotiroxina myoelectric complex

LTA4 enzima hidrolase MMII membros inferiores

LTB enzima sintetase mmol milimol

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Mn manganês NGF fator de crescimento dos nervos – nerve growth
factor
Mo molibdênio
NH3+ aminocatiônico, amônia
MODS escore de disfunção orgânica múltipla – multiple
+
organ dysfunction score NH4 cátion amônio

MOF ver FMO Nhanes National Health and Nutrition Examination


Survey
Mol mole
NIH National Institute of Health
mOsm miliosmole
NIPPV ventilação por pressão positiva não invasiva –
MPP micro-organismos potencialmente patogênicos
non-invasive positive pressure ventilation
MPT mielopatia transversa
NK célula destruidora natural, célula assassina –
MR membrana em repouso natural killer

mRNA ácido ribonucleico mensageiro NKF National Kidney Foundation

MRSA Staphylococcus aureus resistentes à meticilina NME ver EAR


– methicillin-resistant Staphylococcus aureus
NMO neuromielite óptica
MSC células multipotentes do estroma medular –
NO neurite óptica
multipotent marrow stromal cells
NOS ver ONS
MT enzimas metiltransferases
NOTES endoscópico transluminal cirúrgico em orifício
mTOR alvo da rapamicina em mamíferos – mammalian
natural – natural orifice transluminal endoscopic
target of rapamycin
surgery
MUFA ácidos graxos monoinsaturados –
NP nutrição parenteral
monounsaturated fatty acids
NPD1 neuroprotectina D1
mV milivolts
NPP nutrição parenteral prolongada
Na sódio
NPT nutrição parenteral total
NaCl cloreto de sódio
NPV núcleo paraventricular
NAD nicotinamida adenina dinucleotídeo
NPY neuropeptídio Y
NADH nicotinamida adenina dinucleotídeo reduzida
NTA necrose tubular aguda
NADP fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo
– nicotinamide adenine dinucleotide phosphate NYHA New York Heart Association

NADPH fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo O2 ânion superóxido
(forma reduzida) 1
O2 oxigênio singleto
NaH2PO4 fosfato ácido de sódio O2 oxigênio
NaHCO3 bicarbonato de sódio OA osteoartrite
NALT tecido linfoide associado ao nariz – nasal- OFM oxidases de função mista
associated lymphoid tissue
OH radical hidroxila
NAPQI N-acetil-p-benzoquinonaimina
OHCL radical hipoclorito
NASA National Aeronautics and Space Administration
OKG ornitina alfacetoglutarato
NAT N-acetiltransferases
OMS Organização Mundial da Saúde
NBI sistema de imagem em banda estreita – narrow
band imaging system ON óxido nítrico

NBI-CV cristal violeta ONOO peroxinitrito

NC IX nervo glossofaríngeo (nono) ONS óxido nítrico sintetase

NC VII nervo craniano fascial (sétimo) ONSe óxido nítrico sintetase endotelial

ONSi óxido nítrico sintetase induzida


NC X nervo vago (décimo)
OO óleo de oliva
NCEP ATP III National Cholesterol Education Program Adult
Treatment Panel III OP óleo de peixe
NE nutrição enteral OPAS Organização Pan-Americana da Saúde
NEP nutrição enteral precoce OS estresse oxidativo; óleo de soja
nEq nanoequivalentes osm osmol
NF-kB fator de transcrição nuclear-kappa B OX-A orexina A

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OX-B orexina B PEmáx pressão expiratória máxima

OXM oxintomodulina PET tomografia por emissão de pósitrons

P preditibilidade PFC plasma fresco congelado

P/A peso para a altura PFK fosfofrutocinase – phosphofructokinase

P/E peso/estatura PG prostaglandina

PA pancreatite aguda; pressão arterial PGE-2 prostaglandina da série 2


PAAF biópsia por punção com agulha fina PGE-3 prostaglandina da série 3
PaCO2 pressão parcial arterial de óxido de carbono PGI prostaciclina
PACP fosfolipase pancreática A2 – pancreatic PHA fitoemaglutinina
phospholipase A2
PHPN Programa de Humanização no Pré-natal e
PACS Programa Agentes Comunitários de Saúde Nascimento
PAF fator de ativação plaquetária – platelet PHPPA enzima ácido p-hidroxifenilpirúvico oxidase
activating factor oxidase
PAI-1 inibidor da ativação do plasminogênio-1 Pi fosfato inorgânico
PAM pressão arterial média PI-3k fosfatidilinositol-3-cinase
PAMP padrão molecular associado aos patógenos PIC pressão intracraniana
p-ANCA anticorpo anticitoplasma de neutrófilos PIH hormônio inibidor da prolactina – prolactin
perinuclear inhibiting hormone
PANK2 pantotenatocinase 2 PImáx pressão inspiratória máxima
PAPS adenosina 3’-fosfato 5’-fosfossulfato
PIP3 fosfatidilinositol-3,4,5-fosfato
PAS ácido periódico de Schiff – periodic acid-Schiff
PLA2 enzima fosfolipase
PAV pneumonia associada à ventilação
PLAG proteína ligadora dos ácidos graxos
PBE peritonite bacteriana espontânea
PLD proteína ligadora da vitamina D
PBEF fator de aumento da pré-célula B – pre-B-cell-
PMN polimorfonucleares
enhancing factor
POMC pró-opiomelanocortinas
PBR receptor periférico de benzodiazepínicos –
peripheral benzodiazepine receptor POMS perfil do estado de humor

PC peso corporal; proteinocinase PP placas de Peyer


+
P-CAB bloqueador ácido K -competitivo PPAR receptores de ativação da proliferação de
peroxissomos – peroxisome proliferator-
PCP pressão capilar pulmonar
activated receptors
PCr fosfocreatina
PPD derivado proteico purificado – purified protein
PCR reação em cadeia de polimerase – polymerase derivative
chain reaction
PPI ver IBP
PC-R proteína C-reativa
PPV valor preditivo positivo – positive predictive
PD duplicação populacional value
PD1 protectina D1 PRSSI tripsinogênio catiônico
PDF produto de degradação de fibrinogênio PS placas senis
PDGF fator de crescimento derivado das plaquetas – PSF Programa Saúde da Família
platelet-derived growth factor
PSK polissacarídeo ligado à proteína
PDH enzima piruvato desidrogenase – pyruvate
dehydrogenase PTH paratormônio ou hormônio paratireoideo

PE pirogênio endógeno PTHi paratormônio intacto

PEA proteína estimuladora da acilação PTHrP proteína relacionada ao paratormônio

PEG polietilenoglicol PTN proteína

PELD fase final da doença hepática em pediatria PTSD transtorno de estresse pós-traumático – post
– pediatric end-stage liver disease traumatic stress disorder

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PTT/SHU púrpura trombocitopênica trombótica/ RPL rigorosa permanência no leito
síndrome hemolítico-urêmica
RvD resolvinas da série D
PUFA ácidos graxos poli-insaturados –
RvE resolvinas da série E
polyunsaturated fatty acids
RVP resistência vascular pulmonar
PV pressão-volume
RVS resistência vascular sistêmica
PVC pressão venosa central; prova de expansão
volêmica SA Staphylococcus aureus

PVCP pressão venocapilar pulmonar SAC síndrome anticolinérgica

PVN núcleo paraventricular hipotalâmico – SAHOS síndrome das apneias e hipopneias obstrutivas
paraventricular nucleus do sono

PvO2 oxigênio venoso misto SAM S-adenosil-metionina

PWS síndrome de Prader-Willi – Prader-Willi syndrome SaO2 saturação arterial da hemoglobina pelo oxigênio

QDR ver RDA SARA síndrome da angústia respiratória aguda

QH fluxo sanguíneo SataO2 saturação arterial de oxigênio

RAPP receptores ativadores do peroxissomo SatvO2 saturação venosa mista de oxigênio


proliferativo SBE excesso de base padrão – standard base excess
RBP-4 retinol de ligação à proteína-4 SBNPE Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e
RCP reanimação cardiopulmonar Enteral

RCQ relação cintura-quadril SC Sparassis crispa

RCU retocolite ulcerativa SCBID supercrescimento bacteriano do intestino


delgado
RDA dose diária recomendada – recommended daily
allowance SCQ superfície corporal queimada

RDI ver IDR SCT superfície corporal total

RDV receptor de vitamina D SDOM ver SMOD

RDW distribuição da largura das células vermelhas – Se selênio


red cell distribution width SEC sistema endocanabinoide
RE retículo endoplasmático SF solução fisiológica
RELM moléculas do tipo resistina – resistin-like SFA ácidos graxos saturados – saturated fatty acids
molecules
SFC síndrome da fadiga crônica
RI resistência à insulina
SG solução glicosada
RIF reposição intravenosa de fluidos
SHC substrato receptor de insulina
RIFLE estágio final de doença renal – risk, injury,
SHRO síndrome da hipoventilação relacionada com
failure, loss and end-stage kidney
obesidade
RLA lesão renal aguda
SI Sistema Internacional de Medidas; síndrome do
r-LDL receptor para LDL imobilismo
RLO radicais livres de oxigênio SIAB Sistema de Informação da Atenção Básica
RM ressonância magnética SIADH síndrome de secreção inapropriada de
hormônio antidiurético – syndrom of
Rmglu receptores metabotróbicos de glutamato
inappropriate antidiuretic hormone
RMTE resposta metabólica ao trauma e ao estresse hypersecretion
RMTES resposta metabólica ao trauma, ao estresse e à SIC síndrome do intestino curto
sepse
SID cátions e íons fortes – strong ions difference
RNA ácido ribonucleico
SIDa SID aparente
RNAc RNA complementar
SIDe SID efetiva
RNAm RNA mensageiro
SIG íon gap forte – strong ion gap
RNAt RNA transportador
SII síndrome do intestino irritável
RNI ver IRN
Sir regulador de informações silenciosas – silencing
RO radicais de oxigênio information regulator; sirtuínas
ROS ver ERO SIRS ver SRIS

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SIV vírus da imunodeficiência dos símios – simiuan TA tecido adiposo; transtorno alimentar
immunodeficiency vírus
TAB tecido adiposo branco
SLEC síndrome da lesão espinal crônica
TAG transtorno de ansiedade generalizada
SM síndrome metabólica
TAM tecido adiposo marrom
SMA síndrome de má absorção
TAP proteína transportadora de antígenos; peptídio
SME sistema musculoesquelético liberado após ativação do tripsinogênio
SMOD síndrome de disfunção de múltiplos órgãos TARV terapia antirretroviral
SN suporte nutricional; sensor nutricional TAS terapia antissecretória
SNC sistema nervoso central TB translocação bacteriana
SNE sistema nervoso entérico; sonda nasoenteral Tb transtornos bipolares
SNM síndrome neuroléptica maligna TBA ácido tiobarbitúrico – thiobarbituric acid
SNP sistema nervoso periférico
TC tomografia computadorizada
SNS sistema nervoso simpático
TCAP transtorno compulsivo alimentar periódico
SO42- sulfato
TCC triglicerídios de cadeia curta; terapia cognitivo-
SOB síndrome de burnout (síndrome do comportamental
esgotamento profissional)
TCE traumatismo cranioencefálico
SOD superóxido dismutase – superoxide dismutase
TCL triglicerídios de cadeia longa
SOTI terapêutica da osteoporose espinal – spinal
TCM triglicerídios de cadeia média
osteoporosis therapeutic intervention
TCR receptores de células T – T cell receptor
SP síntese proteica
SPAD diálise albumínica de simples passagem TD trato digestório

SPC síndrome pós-concussão TDAH transtorno do déficit de atenção e de


hiperatividade
SPD ratos do tipo Sprague-Dawley – Sprague-Dawley
rats TDG tolerância diminuída à glicose

SPI síndrome das pernas inquietas TDM transtorno depressivo maior

SPM síndrome pré-menstrual TDPM transtorno disfórico pré-menstrual

SPN síndrome paraneoplásica TEF efeito térmico do alimento – thermal effect of


food
SR retículo sarcoplasmático – sarcoplasmic
reticulum; síndrome da realimentação TEO2 taxa de extração de oxigênio

SRA síndrome retroviral aguda TEP tromboembolismo pulmonar

SRAA sistema renina-angiotensina-aldosterona TEPT transtorno de estresse pós-traumático

SRAC síndrome da resposta anti-inflamatória TFPI inibidor da via do fator tecidual


compensatória
TFPM transtorno disfórico pré-menstrual
SRE sistema reticuloendotelial
Tf transferrina
SRI síndrome da resistência à insulina
TfR receptor de transferrina
SRIS síndrome da resposta inflamatória sistêmica –
TfRs receptor da transferrina sérica
systemic inflammatory response syndrome
TG triglicerídios
SRO solução de reidratação oral
SS síndrome serotoninérgica TGF-alfa fator de crescimento de transformação alfa –
transforming growth factor alpha
SSEA-1 estágio de antígeno embriônico específico de
rato – stage specific mouse embryonic antigen TGF-beta fator de crescimento de transformação beta –
transforming growth factor beta
SSJ síndrome de Stevens-Johnson
TGI trato gastrintestinal
STAT sinal de transdução e ativação da transcrição –
signal transduders and activators of transcripton TGO transaminase glutâmico-oxaloacética
protein TGP transaminase glutamicopirúvica
STEC Escherichia coli êntero-hemorrágica Th células T auxiliadoras – T-helper cells
SW trabalho ejetivo; síndrome de Wernicke TIA teste de ingestão de líquidos
T3 triiodotironina TIBC capacidade de ligação de ferro total – total iron
T4 tiroxina livre binding capacity

00-Metabolismo.indd 43 10/5/2010 17:03:15


TIG taxa de infusão de glicose UMA ânions não-mensurados – unmeasured anions

TIPS shunt portossistêmico intra-hepático – UMS uratos de monossódio


transjugular intrahepatic portosystemic shunt
UP úlcera péptica
TLR receptores de ligação entre imunidade inata e
US ultrassonografia
adquirida – toll-like receptor
USDA United States Department of Agriculture
TMA teste mental abreviado
USE ultrassonografia endoscópica
TMB taxa metabólica basal
UTI unidade de terapia intensiva
TMP monofosfato de tiamina – thiamine
monophosphate UTP trifosfato de uridina – uridine triphosphate

TND terapia nutricional domiciliar VCAM-1 moléculas de adesão vascular 1 – vascular cell
adhesion molecule-1
TNE terapia nutricional enteral
VCM volume corpuscular médio
TNF ver FNT
VCO2 quantidade total de dióxido de carbono
TNF-alfa ver FNT-alfa
VCT valor calórico total
TO tolerância oral
VD ventrículo direito
TOC trânsito orocecal; transtorno obsessivo-
compulsivo VE ventrículo esquerdo

TPMT tiopurina-S-metiltransferase VEF1 volume expiratório forçado no 1o segundo

TPP tiamina pirofosfato VEGF fator de crescimento derivado do endotélio


vascular – vascular endothelial growth factor
TRAb antirreceptor de TSH
VET valor energético total
TRG teste respiratório com glicose
VGLUT-2 transportador do glutamato vesicular 2 –
TRH hormônio liberador de tireotrofina –
vesicular glutamate transporters-2
thyrotrophin-releasing hormone
VGR volume gástrico residual
TRO terapia de reidratação oral
VHB vírus da hepatite B
TROPOS tratamento da osteoporose periférica –
treatment of peripheral osteoporosis VHS velocidade de hemossedimentação

Trp triptofano VIP peptídio intestinal vasoativo – vasoactive


intestinal peptide
TRR terapia de reposição renal
VLA videolaparoscopia assistida
TSC complexo esclerose tuberosa – tuberous
sclerosis complex VLDL lipoproteínas de densidade muito baixa – very
low density lipoprotein
TSH hormônio estimulador da tireoide – thyroid
stimulating hormone VMN núcleo ventromedial hipotalâmico –
ventromedial nucleus; centro da saciedade
tTG transglutaminase – tissue transglutaminase
VO2 consumo total de oxigênio
TTP trifosfato de timidina – thymidine triphosphate
VRE enterococo resistente à vancomicina –
TVP trombose venosa profunda
vancomycin resistant enterococci
Tx2 tromboxano 2
VRG volume residual gástrico
Tx3 tromboxano 3
VS volume sistólico
TxA2 tromboxano A2
VSG velocidade de sedimentação
UDI usuários de drogas injetáveis
VTA videotoracoscopia assistida
UDPGA uridina difosfato ácido glicurônico – uridine
VZV vírus varicela zoster
diphosphate glucuronic acid
WHO World Health Organization
UFC unidades formadoras de colônias
WKY ratos do tipo Wistar-Kyoto – Wistar-Kyoto rats
UFC/mL unidades formadoras de colônia por mililitro
XO xantina oxidase
UL níveis de ingestões máximas toleradas –
tolerable upper intake level Zn zinco

00-Metabolismo.indd 44 10/5/2010 17:03:15


Metabologia – Abordagem
1 Integrativa e Novos Horizontes

Francisco Karkow

que ela continha. A feitiçaria praticada no século XVII tinha


ACOMPANHANDO O SER maneira de pensar semelhante à do demonismo. Os alqui-
HUMANO EM SUA TRAJETÓRIA mistas também consideravam as reações químicas como
decorrentes da intervenção de seres demoníacos.
Em remotas eras, existia a crença de que as doenças eram Nas antigas civilizações orientais, no Egito e no período
fatalidades e, tentava-se combatê-las por meio de magia inicial da civilização grega, a arte da cura era exercida pelos
ou do uso de medicamentos misteriosos extraídos da na- sacerdotes, que atribuíam às divindades a cura das doen-
tureza. ças (Figura 1.2) – convicção que se prolongou pela Idade
Os estados de doenças e as doenças estabelecidas Média, período em que foi acrescentado o culto aos santos
acompanham o ser humano ao longo de sua existência. A com o mesmo objetivo.
relação entre doença e cura está presente na sua caminha- Tales de Mileto (Figura 1.3) foi o primeiro filósofo oci-
da através dos tempos. Desde a Antiguidade, os homens dental de que se tem notícia. Nasceu em Mileto, antiga
têm-se apegado às bruxarias, aos deuses, a práticas de sa- colônia grega, na Ásia Menor (atual Turquia), em torno de
crifícios e a medidas totalmente empíricas, com o objetivo
de ter sua saúde preservada, melhorada e curada.
Com o evoluir dos anos, até os dias atuais, a Medi-
cina se consolidou como ciência, prevenindo e comba-
tendo doenças com medidas sólidas, fundamentadas em
embasamento científico para o sucesso terapêutico. Para
tanto, houve uma longa trajetória que deve ser respeitada
e que pode ser apresentada em homenagem àqueles que
contribuíram para o seu progresso, constatável no século
XXI, de que fazemos parte, beneficiando-nos do caminho
percorrido pelos nossos predecessores e que não deve ser
esquecido.
Em um longínguo passado, havia o animismo – crença
que atribui uma alma a todos os fenômenos naturais, ten-
tando torná-los propícios por meio de práticas mágicas –,
que acreditava na alma-matéria preenchendo o mundo e
presente nas coisas e nos seres vivos, de modo uniforme.
Essa substância espiritual, estando em risco de sair do ho-
mem através de uma doença, poderia ser substituída por
um remédio com a mesma matéria, para ser absorvida ou
permanecer em íntimo contato com o doente para a cura
ser obtida.
Posteriormente, o demonismo substituiu o animismo,
acreditando-se que as doenças deviam-se às hostilidades
dos demônios que se apossavam dos homens, tornando-os Figura 1.1 Figura demonológica (cultura procedente da Meso-
doentes (Figura 1.1). Acreditava-se que os efeitos tóxicos potâmia). Pazuzu – demônio assírio da febre (Museu do Louvre,
ou benéficos de uma substância se deviam aos demônios Paris)

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4 TRATADO DE METABOLISMO HUMANO

Figura 1.2 Civilizações antigas. Busca por remédios. (A) Caça de aves muitas vezes usadas como remédio. (B) Silphium (tápsia, uma um-
belífera, cujo suco era usado como remédio)

ressar por história natural na universidade, ainda quando


era estudante de Medicina (Figura 1.4). Empenhou-se no
estudo da evolução da espécie humana a partir de um an-
cestral comum, através da seleção natural (teoria da sele-
ção natural).
Publicou uma série de livros, entre eles Sobre a origem
das espécies por meio da seleção natural em 1859, A des-
cendência do homem e seleção em relação ao sexo em
1871, e no ano seguinte publicou outro grande trabalho,
A expressão das emoções no homem e nos animais. For-
mulou a frase “O homem ainda traz em sua figura física a
marca indelével de sua origem primitiva”.
Entre os filósofos gregos, Pitágoras foi uma figura
controvertida que, segundo se admite, nasceu na cidade
de Samos, na Ásia Menor, e viveu entre os anos de 571 ou
570 a 497 ou 496 a.C. É considerado fundador de uma
escola que teve grande influência no desenvolvimento da
Medicina. É válido lembrar sua contemporaneidade com
Tales, Buda, Confúcio e Lao-Tsé. Pitágoras e seus segui-
dores acreditavam na purificação da mente através do
Figura 1.3 Tales de Mileto estudo da geometria, da aritmética, da música e da astro-
nomia. A palavra matemática (do grego mathematike) sur-
giu com Pitágoras. O pentagrama era o símbolo da Escola
Pitagórica.
624 ou 625 a.C., e faleceu aproximadamente em 556 ou
Desde o começo da humanidade, o ser humano se sen-
558 a.C. É apontado como um dos sete sábios da Grécia
tiu envolvido por forças superiores, com trocas energéticas
Antiga. Tales acreditava que a água era a origem de todas
nem sempre explicáveis. Exposto a muitos riscos e perigos,
as coisas. Esteve associado ao Naturalismo, esboçando os buscou captar forças que o auxiliassem na proteção contra
primeiros pensamentos evolucionistas, isto é, o “mundo inimigos, bem como contra vibrações maléficas. O homem
evoluiu da água através de processos naturais”, ou seja, sempre cultuou imagens, objetos, tendo criado símbolos
2.460 anos antes de Charles Darwin (1809-1882). Tales, que o “colocassem” em harmonia com energias superiores
considerado o pai da ciência e da filosofia ocidental, sem- de proteção. Dentre esses, o pentagrama (Figura 1.5) ocu-
pre esteve convicto a respeito da existência de um princípio pa posição de destaque, evocando simbologia múltipla, sis-
único da natureza. tematicamente sustentada no número cinco (que exprime
Charles Robert Darwin (1809-1882) foi um naturalista a união dos desiguais), em que três representa o princípio
britânico, nascido em Shrewsbury, que começou a se inte- masculino e o dois o feminino. Simboliza, pois, o andróge-

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5 Geradores de Energia

Francisco Karkow

O joule é definido como a energia dispendida por uma


INTRODUÇÃO corrente elétrica de 1 ampère passando através da resistên-
cia de 1ohm no tempo de 1 segundo, ou a energia equiva-
As necessidades de aporte energético são indispensáveis
lente para mover uma massa de 1kg à distância de 1m pela
para a sustentação da vida humana. Com a geração de
força de 1 newton.
energia, são criadas condições para a síntese de proteí-
Uma caloria é definida como a quantidade de calor ne-
nas, hormônios, enzimas, coenzimas, funções absortivas,
cessária para aumentar a temperatura, em graus Celsius,
de transporte através da membrana celular (que necessita
de 1g de água, em 1 grau centígrado (1oC).
de energia para manter o gradiente de pressão iônico e
eletroquímico), de condução nervosa, secreção glandular, A conversão de kcal para joules é realizada com a uti-
contração muscular, movimentos de locomoção, bombea- lização do fator de conversão 4,18. Assim, temos: 1J =
mento sanguíneo, atividades excretoras, regulação térmi- 4,18kcal. Carboidratos e proteínas: 1g = 4kcal = 17kJ; li-
ca, entre outras tarefas orgânicas. pídios: 1g = 9kcal = 38kJ. Ou seja, esses valores represen-
tam a energia, aproximada, liberada na oxidação de 1g de
De acordo com as leis da termodinâmica, a energia não
cada um desses substratos (Figura 5.1).1
pode ser produzida ou destruída. Na verdade, ela é trans-
ferida a partir dos geradores que a possuem estavelmente
estocadas.
O corpo humano, por meio de seus processos metabó-
licos, dispõe de motor químico que mistura os seus com-
bustíveis orgânicos, que são, caracteristicamente, compos-
tos carbonados (os macronutrientes: carboidratos, lipídios
e aminoácidos), com o oxigênio, daí disponibilizando a
energia que é utilizada em todos os processos vitais de
sustentação da vida – é a reação de oxidação. As reações
oxidativas ocorridas sob altas temperaturas constituem o
fenômeno da combustão.
O metabolismo dos macronutrientes determina um con-
sumo de oxigênio (VO2, que significa o consumo total de
O2 do hospedeiro), uma produção de gás carbônico (VCO2,
que significa a quantidade total de CO2 produzida) e um
dispêndio (gasto) energético basal de 24 horas (GEB, que
significa gasto energético basal), que representa o requeri-
mento calórico necessário para um período de 24 horas, ou
seja, estabelece a quantidade de produção de calor prove-
niente do metabolismo basal durante o repouso e o jejum.
A unidade de medida energética pode ser o joule (J),
que é uma unidade do Sistema Internacional de Medidas
(SI) – sistema métrico – ou a quilocaloria. Objetivamente,
temos que 1 quilocaloria (kcal) é igual a 1.000 calorias e Figura 5.1 Utilização da energia a partir dos macronutrientes
1 quilojoule (kJ) é igual a 1.000 joules. (adaptada de Harris & Benedict, 1919)1 (ver caderno cor)

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112 TRATADO DE METABOLISMO HUMANO

No cálculo do gasto energético basal (GEB) participam  GEB = 1.705kcal/dia.


da equação: P (peso corporal em kg), A (altura em cen-  GET = total calórico mais o fator de correção (fator de
tímetros) e I (idade em anos), segundo o formulado por atividade, FA, e fator de lesão, FL), cuja multiplicação é
Harris & Benedict, investigadores principais desse estudo, de: 1.705kcal × 1,2 × 2,10.
publicado em 1919 (Tabela 5.1).1
 GET = 4.296,6kcal/dia.
 O exemplo referido aponta para uma necessidade de
Tabela 5.1. Projeções preditivas de dispêndio calórico nas
aporte calórico muito elevado.
24 horas, segundo Harris & Benedict1
Nesse quadro imaginário, intensamente catabólico,
Homem:
GEB (kcal/24h) = 66 + (13,7 × peso) + (5 × altura) – (6,7 ×
repercutindo metabolicamente, com resposta do eixo
idade) neuroendócrino e necessidade de adequação universal do
hospedeiro, é necessária reação adaptativa pulmonar, car-
Mulher: díaca, hepática, renal e circulatória. Faz-se necessário que
GEB (kcal/24h) = 66 + (13,7 × peso) + (5 × altura) – (6,7 ×
a reposição seja adequada à capacidade desse organismo
idade)
metabolizar os nutrientes e que os mesmos não venham
O gasto energético durante o repouso (GER) é o gasto a ser tóxicos, justamente pelas possíveis dificuldades fun-
energético basal (GEB) acrescido de uma constante (fator de cionais circulatórias, como hipofluxo esplâncnico, rearranjo
atividade: 1,2) que representa o efeito térmico derivado da dos espaços líquidos, muscular, cardiocirculatória, pulmo-
ingesta alimentar, com a seguinte representação do cálculo: nar, hepática e renal.
GER (kcal/24h) = GEB × 1,2*
Muito provavelmente, a reposição calórica calculada
*1,2 durante o repouso. Na verdade representa o fator de correção (FC), pela necessidade do elevado aporte poderá ficar circunscri-
que corresponde a um acréscimo ao gasto energético basal relacionado
ta a uma oferta variando entre 25 e 35kcal/kg de peso/dia,
com o fator atividade (FA), e um fator de lesão (FL) nos casos de trauma,
conforme proposto por Long (1979)2 e por Long e cols. (1979).3
portanto uma suboferta nutricional, abaixo das necessida-
des diárias para obtenção de anabolismo, que, entretanto,
possa ser metabolicamente assimilada pelo paciente e de
Os ajustes nas reposições devem ser adequados de maneira que o mesmo tenha tempo para se recuperar da
acordo com cada situação clínica, ou seja, a doença de doença de base. Representa um desafio clínico que impõe
base e a situação específica de cada indivíduo.4 intensa vigilância quanto à tolerância ao que é ofertado
O gasto energético durante o repouso (GER) é o gas- (interessando a composição e o volume líquido total diá-
to energético do metabolismo basal durante o repouso, rio, que possivelmente passará por possíveis remanejos, de
mas não o do jejum. O fator de correção (FC) apresentado acordo com a resposta adaptativa do organismo).
acima é acrescentado conforme situação clínica específica, A proposta terapêutica deve ter como objetivo manter
como exemplificado a seguir: um adequado estado nutricional do doente, porém, nos
 Estado febril: GEB × 1,1 (para cada grau centígrado indivíduos em estados críticos, estados catabólicos, não há
acima da temperatura corporal normal). como processar os nutrientes adequadamente, em decor-
rência da doença ativa. O fundamental é a diminuição do
 Estado de estresse leve: GEB × 1,2.
impacto decorrente do estado de doença dominante, para
 Estado de estresse moderado: GEB × 1,4. tentar evitar ação tóxica dos nutrientes. Ou seja, deve-se
 Estado de estresse grave: GEB × 1,6. evitar reposição nutricional agressiva.11
 Estado de trauma esquelético: GEB × 1,35. Existem estudos indicando que as equações preditivas
 Estado séptico: GEB × 1,6. ajustadas para o grau de estresse superestimam as neces-
sidades calóricas diárias, sinalizando que valores de reposi-
 Estados de queimaduras extensas: GEB × 2,10.
ção adequados para o gasto energético são mais apropria-
Exemplo prático: paciente do sexo masculino, 25 anos, dos com a utilização da calorimetria indireta.4-6
1,70m de altura, 70kg de peso corporal, com quadro clí- Afora os cálculos preditivos, o cálculo energético meta-
nico de queimadura aguda comprometendo 40% de sua bólico pode ser medido indiretamente com a utilização do
superfície corporal. Diante do ocorrido, o seu gasto ener- VO2 e do VCO2 corporal total (Tabela 5.2).9 É a técnica da
gético total (GET), conforme proposto acima, recebe o se- calorimetria indireta: o GER é o GEB mais a termogênese
guinte cálculo: decorrente do processamento alimentar (GEB + efeito tér-
mico da ingesta alimentar). Tem a seguinte fórmula:9
GET = GEB × FA × FL
GER (dispêndio energético em repou-
De acordo com a equação preditiva de Harris-Benedict,
so no período de 24h, em kcal/24h)
teremos:
GER [kcal/24h = (3,9 × VO2) + (1,1 × VCO2) – 6L]
 GEB para o sexo masculino, GEB = 66 + (13,7 × P) +
(5 × A) – (6,8 × I). Sendo que o VO2 e o VCO2 são medidos em mL/minuto
 GEB = 66 + (13,7 × 70) + (5 × 170) – (6,8 × 25). e os seus valores extrapolados para L/24h.9

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Óleo de Peixe por Via Parenteral e Funções Imunológicas 315

Figura 12.3 Mecanismos da modulação de funções imunológicas por AGPI ômega-334,47

12-Metabolismo.indd 315 7/5/2010 13:47:54


Metabolismo da Cicatrização de Feridas 395

Figura 17.3 Gráfico de tração: com utilização do sofware TESC®, versão 1.01, em que: A = força
máxima de tração e B = força de ruptura

Figura 17.4 Exemplo de tração de parede abdominal de ratos lactentes (adaptada de Coelho-Lemos
(2003)17 (ver caderno cor)

tância é, de certo modo, questionada pela subjetividade na corante sirus red F3AB, um corante ácido e forte, reage
avaliação. Entretanto, quando realizada por patologistas com o colágeno, sua birrefringência normal é aumenta-
experientes e imparciais, pode fornecer dados passíveis da devido ao fato de suas moléculas serem acopladas às
de quantificação que são fundamentais para a análise e a fibrilas de colágeno, de maneira que as mesmas fiquem
comparação de processos cicatriciais. paralelas. O estudo comparativo de órgãos de animais ver-
O processo de reparação pode ser avaliado mediante tebrados por esse método identificou estreita correlação
técnica de coloração com hematoxilina-eosina (HE), utili- entre a localização de diferentes cores e a intensidade de
zando-se diversos indicadores, como exsudato neutrofílico, birrefringência com a distribuição bioquímica dos tipos I, II
edema intersticial, necrose de mucosa, necrose transmural, e III de colágeno, criando a possibilidade de diferenciação
deposição de fibrina, congestão vascular, infiltrado mono- tecidual dos mesmos.
morfonuclear, atividade regenerativa da mucosa, prolifera- O colágeno do tipo I aparece como fibras espessas, for-
ção fibroblástica, neoformação vascular, processo granulo- temente birrefringentes, de coloração amarela ou vermelha;
matoso e fibrose intersticial. já o colágeno do tipo III possui o aspecto de fibras finas,
Outro método histológico de grande utilidade, prin- fracamente birrefringentes e de coloração esverdeada.46
cipalmente na avaliação e na diferenciação de tipos de O cálculo da porcentagem das fibras, classificadas em
colágeno, é o da polarização com Picrosirius. Quando o maduras ou imaturas de acordo com a sua coloração, per-

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Obesidade Mórbida e Cirurgia Bariátrica 461

Figura 20.1 Banda


gástrica ajustável

Figura 20.2 Operação de Capella-Fobi

Figura 20.3 Derivação biliopancreática


tipo Scopinaro (geralmente a gastrecto-
mia é vertical, e não horizontal como se
vê na figura)

Figura 20.4 Cirurgia de


Payne. Ao lado vê-se uma
variante histórica da mes-
ma época, tipo jejunocólica
(Scott) (ver caderno cor)

20-Metabolismo.indd 461 7/5/2010 14:34:01


524 TRATADO DE METABOLISMO HUMANO

qualidade da amostra (número de biópsias e quantidade


de material obtido). Também é importante a avaliação de RETOCOLITE ULCERATIVA (RCU)
inflamação focal e irregularidades nas criptas.14
Embora a RCU tenha aspectos semelhantes à DC, as duas
patologias apresentam características clínicas e evoluções
diferentes, necessitando, assim, de diagnóstico preciso
para o estabelecimento de tratamento adequado.
A RCU pode ser classificada quanto à gravidade, à ex-
tensão anatômica ou à evolução clínica.
Quanto à gravidade, seu acometimento pode ser con-
siderado leve, moderado ou grave. Na maioria dos surtos,
em torno de 70% pode ser considerada leve, moderada em
20% e grave em 10% dos casos.25
A gravidade do caso é avaliada pelo número de evacua-
ções e pela presença de sangue nas fezes e de febre, fre-
quência cardíaca, hemoglobina e velocidade de hemosse-
dimentação.
Quanto ao curso clínico, pode ser dividida em forma
fulminante, crônica contínua e crônica intermitente. A
Figura 25.4 Múltiplas fístulas no intestino delgado de portador maior parte dos casos apresenta-se em forma crônica in-
de doença de Crohn (ver caderno cor) termitente, com períodos de remissão que podem durar
meses a anos. As formas fulminantes totalizam menos de
10% dos casos.26
A RCU também pode ser classificada de acordo com sua
extensão observada endoscopicamente: RCU distal (proctite
e retossigmoidite), retocolite de cólon esquerdo e pancolite.
A proporção dos casos varia consideravelmente entre
os locais de avaliação, cabendo aos centros terciários uma
frequência maior de pancolites.
A partir da avaliação endoscópica, é possível a obten-
ção de amostras de tecidos, levando-se em conta o resulta-
do histológico. Quanto maior o grau de acometimento da
mucosa, maiores serão as alterações histológicas; contudo,
mesmo em áreas endoscopicamente normais, é possível a
identificação de alterações crípticas sugestivas de RCU.27
A atividade inflamatória da RCU pode ser mensurada
de maneira quantitativa, com o uso de diversos índices ela-
Figura 25.5 Abscesso interalças em portador de doença de Crohn
(ver caderno cor) borados por vários autores, levando em conta um somató-
rio de aspectos clínicos, laboratoriais e endoscópicos.28

Quadro clínico
Os sinais e sintomas da RCU dependem da extensão e da
gravidade da doença. Em pacientes com acometimento
distal, os sintomas geralmente são mais brandos.
Nesses indivíduos, é comum o aparecimento de diar-
reia, sangramento nas fezes, cólicas abdominais, tenesmo,
dor retal e incontinência fecal. As manifestações extraintes-
tinais da retocolite são raras nesse grupo.
Pacientes com colite esquerda ou pancolite constituem
quadros de maior gravidade. Os sintomas com diarreia,
dores abdominais e sangramento são comuns nas formas
distais, porém geralmente com intensidade maior. Sinto-
mas como astenia, inapetência e febre sinalizam um qua-
Figura 25.6 Fístula retovaginal em portadora de doença de Crohn dro mais grave.

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542 TRATADO DE METABOLISMO HUMANO

em determinadas situações podem surgir manifestações os seus componentes: água, eletrólitos, enzimas, fatores
clinicamente importantes, tais como as citadas a seguir. tróficos, células de descamação e outros mais. Na depen-
 Síndromes disabsortivas: o curto-circuito determi- dência do volume da perda, é muito possível a constata-
nado por fístulas internas do tubo digestivo deixa fora ção de importantes distúrbios hidreletrolíticos e relevante
do trânsito segmentos intestinais. Na dependência do perda proteica procedentes, principalmente, das enzimas e
comprimento do segmento excluso, é plenamente pos- das células de descamação.
sível ocorrer um quadro especial, com comportamento As fístulas digestivas externas mais comuns são as pós-
de síndrome do intestino curto (SIC). Nessa situação, o operatórias, sendo anastomóticas na maioria das vezes. As
comprimento anatômico do intestino é normal, mas a Figuras 27.1 a 27.3 mostram fistulografias em fístulas pós-
área ativa de absorção mostra-se diminuída em graus operatórias.
variáveis. Dependendo de sua dimensão, ou seja, dian-
te de comportamento do tipo SIC, a síndrome de má
absorção pode ter desempenho clínico mandatório, de
grande repercussão metabólica, com predomínio inicial
de manifestações de hipercatabolismo, com gradativo
restabelecimento do equilíbrio hemodinâmico.
 Diarreia: é semelhante à que ocorre nas síndromes de
má absorção.
 Perda de peso.

O tratamento cirúrgico fica reservado aos casos de im-


portantes distúrbios de absorção, comprometimentos fun-
cionais ou infecções mantidas pela fístula.

FÍSTULAS EXTERNAS
Nesses casos, o conteúdo digestivo é lançado ao meio ex-
terno por abertura direta da parede do órgão digestivo
para o meio externo (fístulas diretas) ou passando por um
trajeto fibroso que alcança a parede abdominal e extravasa
para o exterior (fístulas indiretas). Dessa forma, ocorre per-
da para o meio externo de conteúdo intestinal com todos Figura 27.2 Fistulografia em intestino curto

Figura 27.1 Fístula pós-apendicectomia Figura 27.3 Fistulografia em fístula duodenal de BII (Billroth II)

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674 TRATADO DE METABOLISMO HUMANO

É necessária a redução do fígado, implantando-se na


criança apenas o lobo esquerdo. Quando a desproporção
entre os pesos do doador e do receptor é muito grande (e
também entre vivos), utiliza-se apenas o segmento lateral
esquerdo. Nesses casos, é possível a utilização do lobo di-
reito para transplante em receptor adulto (é o chamado
split liver, ou fígado compartilhado).

Cirurgia do receptor
A hepatectomia do receptor costuma ser muito difícil,
devido à hipertensão portal, existência de portoenteros-
tomia prévia e aderências intestinais. Há clampeamento
da veia cava inferior nas regiões supra- e infra-hepática e
das estruturas do hilo. Quando o fígado inteiro ou o lobo
Figura 35.1 Criança com falência hepática, iniciando o procedi-
esquerdo são utilizados, a cava retro-hepática do doador é
mento de transplante hepático (ver caderno cor)
transplantada junto. Inicia-se pela anastomose da veia cava
supra-hepática e, depois, da infra-hepática. Nos transplan-
tes de segmento lateral esquerdo, anastomosa-se a veia
supra-hepática esquerda na veia cava inferior do receptor.
Na sequência, anastomosa-se a veia porta e a artéria he-
pática e por fim se faz a reconstrução biliodigestiva, em Y
de Roux.
Em crianças cirróticas com circulação colateral já es-
tabelecida, o clampeamento total da veia cava inferior
acarreta queda da pressão arterial, em geral facilmente
manuseável com administração de volume. No entanto, as
crianças com insuficiência hepática aguda não apresentam
tal circulação colateral, podendo haver maior repercussão
hemodinâmica com o bloqueio da cava. Dessa forma, uma
Figura 35.2 Transplante hepático concluído, referente à figura
alternativa para esses casos é realizar apenas um clampea-
anterior (ver caderno cor)
mento parcial da cava, na região do óstio das veias su-
pra-hepáticas, com anastomose terminolateral (técnica de
piggyback).18

Cuidados neurológicos no pós-operatório


A avaliação inicial da condição neurológica é difícil, devi-
do à influência dos fármacos anestésicos de metabolização
alterada pelo funcionamento hepático e, eventualmente,
renal.
O nível de consciência é parâmetro fiel do funciona-
mento do fígado recém-transplantado, sendo imperati-
vo que se evite a utilização de medicamentos com efeito
sedativo no período pós-operatório precoce, principal-
mente benzodiazepínicos (em virtude da metabolização
hepática).
Convulsões podem ocorrer em até 30% das crianças
Figura 35.3 Fase pós-operatória de transplante hepático bem- após transplante hepático.19
sucedido (ver caderno cor)
Entre as causas, devem ser lembradas hipoglicemia,
distúrbios hidreletrolíticos, inclusive hipomagnesemia, e
níveis muito altos de drogas imunossupressoras, como a
Doador
ciclosporina.
A aceitação do potencial doador inclui: compatibilidade Qualquer convulsão tônico-clônica generalizada sem
ABO, testes de função hepática normais e estabilidade he- causa definida e todas as convulsões focais indicam a rea-
modinâmica. Como a fila para o transplante é regional e lização de tomografia computadorizada de crânio para se
única, a maioria dos doadores para crianças é adulta. avaliar a possibilidade de sangramento no SNC.

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832 TRATADO DE METABOLISMO HUMANO

Figura 41.6 (A a C) Exame ecocardiográfico. Visão das medidas do


VE, bastante aumentado em portador de cardiomiopatia dilatada.

Sendo o álcool uma substância lícita e socialmente Quanto ao aldeído acético, seus prejuízos são:
aceita, o problema parece ser não o uso, mas sim o consu-  Rebaixamento das funções miocárdicas com queda do
mo abusivo. Várias investigações têm mostrado, em apoio débito cardíaco.
a esse pensamento, que, além dos grandes consumidores,
 Aumento da produção de radicais reativos.
o grupo dos abstêmios é o segundo a apresentar mais pro-
blemas de saúde, e não as pessoas que fazem uso judicioso  Redução do cálcio intracelular.
do álcool. Entende-se por consumo moderado a ingestão  Favorecimento e aumento de apoptose celular.
de até 30g/dia. Acima desse limite, pressupõe-se consumo
exagerado, sendo que no sexo feminino esses valores de- Do ponto de vista estrito da cardiomiopatia alcoólica, a
vem ser reduzidos à metade. sua fase inicial caracteriza-se praticamente por ausência de
Supõe-se que os determinantes da agressão ao mio- sintomatologia e, quando muito, pode revelar algum sin-
cárdio devem-se ao álcool em si e ao aldeído acético, seu toma do ponto de vista estrito da cardiomiopatia alcoólica
subproduto, que, para ser formado, depende das ativida- em si. Nessa fase, pode haver evidência de disfunção dias-
des das enzimas álcool-desidrogenase e aldeído-desidroge- tólica. Já em etapas mais avançadas, ocorre dilatação dos
nase. A primeira catalisa a transformação do álcool etílico ventrículos, com diminuição da espessura de suas paredes
em aldeído acético, e a segunda catalisa este último para com queda significativa da fração de ejeção. Em alguns
o acetato. casos, entretanto, a massa ventricular pode ser mantida ou
O álcool lesiona as estruturas cardíacas por: mesmo apresentar-se aumentada.

 Disfunção direta do miocárdio por ativação do sistema Quando o quadro clínico se desencadeia, a complica-
neuro-humoral. ção imediata é a instalação de insuficiência cardíaca, re-
querendo terapêutica convencional, incluindo inibidores
 Modificação da síntese proteica.
da conversão da enzima, betabloqueadores aprovados em
 Aumento do estresse oxidativo.
ensaios e com base nas evidências, e espironolactona. Em
 Alteração mitocondrial. circunstâncias especiais, digitalis e diuréticos também terão
 Disfunção do retículo sarcoplasmático. indicação e utilidade.

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982 TRATADO DE METABOLISMO HUMANO

Pluripotentes ou multipotentes são células capazes de Oligopotentes são células que têm capacidade de se
diferenciar-se em quase todas as células e tecidos do orga- diferenciar em poucos tipos celulares. Geralmente os tipos
nismo, excluindo-se a placenta e anexos embrionários – ou celulares gerados a partir de células oligopotentes são apa-
seja, não podem formar um novo indivíduo completo. rentados; como exemplo, citam-se as células progenitoras
Portanto, essas células não têm capacidade de gerar dos glóbulos brancos.
um indivíduo novo, mas sim apenas os tecidos que formam Unipotentes são células que se diferenciam em uma
o indivíduo. As células pluripotentes são encontradas em única linhagem celular específica de um tecido, permitin-
embriões no estágio de blastocisto (embrião em estágio de do assim a constante reposição celular e renovação do te-
quinto dia após a fertilização, apresentando células-tronco cido. A expressão célula-tronco unipotente é normalmente
embrionárias – CTE), células a partir do quinto dia após a utilizada para células com capacidade de divisão normal e
fertilização na espécie humana. No blastocisto encontram- presentes no organismo adulto e que podem gerar apenas
se dois tipos celulares distintos (Figura 51.2).4,5 As células um tipo celular específico – como, por exemplo, célula da
da camada interna, geralmente chamadas massa celular pele.
interna (ICM, de inner cell mass), são pluripotentes e res-
ponsáveis pela formação das três camadas germinativas
primárias – endoderma, mesoderma e ectoderma – que
formarão os diferentes tecidos, assim como as células ger- CÉLULAS-TRONCO
minativas primordiais que são as precursoras dos game- EMBRIONÁRIAS (CTE)
tas. O segundo tipo encontrado são células da membrana
externa do blastocisto, chamadas células do trofoblasto Diversas descobertas ocorridas nos últimos 25 anos podem
(células nutridoras do blastocisto), que se destinam à pro- ser consideradas os pontos principais para avanços na área
dução da placenta e das membranas embrionárias.4,5 da biologia do desenvolvimento, mas também como os

Figura 51.2 Embriologia em fases iniciais4,5 (ver caderno cor)

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1032 TRATADO DE METABOLISMO HUMANO

Figura 53.9 Balanço proteico muscu-


lar pós-exercício de força. Uma solução
(500mL) contendo 6g de aminoácidos
(AA) indispensáveis e 35g de sacarose
foi ingerida 3 horas após o término da
sessão de exercício de força (adaptada de
Rasmussen et al., 2009)69

Figura 53.10 Esquema hipotético do metabolismo proteico em uma célula muscular após exercício. Iniciando no canto superior esquerdo
e seguindo no sentido horário: (A) fatores ainda desconhecidos estimulam a síntese proteica muscular, o que acarreta (B) diminuição da
concentração intracelular de AA; (C) a diminuição da concentração intracelular de AA estimula o aumento da degradação proteica e/ou
influxo de AA; (D) o aumento da disponibilidade de AA a partir da degradação proteica e/ou aumento do influxo pela célula muscular
estimula o aumento da síntese proteica muscular49,50

que a interação dos processos metabólicos pós-exercício e de substratos. A porcentagem de energia obtida a partir
o aumento da disponibilidade de aminoácidos maximizam da oxidação de carboidratos aumenta concomitantemente
a estimulação da síntese proteica muscular, o que resulta ao aumento da intensidade do exercício, ao mesmo tempo
em maior anabolismo muscular em relação à situação em em que a contribuição relativa da oxidação de lipídios para
que os AA provindos da dieta não estão presentes.52,70 o gasto energético total diminui.
Em resumo, enquanto o exercício de força pode dimi- Durante o exercício de baixa intensidade (25% a 40% do
nuir o saldo da degradação proteica muscular na ausência VO2máx), a taxa de captação de ácidos graxos livres é suficien-
de nutrientes, o saldo positivo, ou anabolismo, ocorre em te para manter a maior parte da gordura metabolizada.
resposta à ingestão de nutrientes (Figura 53.10).49,50 Todavia, durante o exercício mais intenso (65% do
VO2máx), ocorre uma pequena diminuição da quantidade
de ácidos graxos livres captados. A oxidação de lipídios é
LIPÍDIOS aproximadamente 40% mais alta a 65% do VO2máx, quando
comparada com o exercício a 25% do VO2máx, porquanto a
Efeitos da intensidade e da duração do realização de exercícios a 65% do VO2máx promove maior
exercício sobre a oxidação de lipídios utilização de triacilgliceróis intramusculares para a oxida-
ção total de lipídios em relação a exercícios de baixa inten-
Estudos realizados no início do século XX mostraram, por sidade. Nessa intensidade de exercício, lipídios e carboidra-
meio do quociente respiratório (CO2/O2), que diferenças na tos contribuem similarmente em relação ao gasto calórico
intensidade do exercício induzem alterações na utilização do exercício.71-76

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Nutrição, Metabolismo e Atividade Física 1047

vários estímulos, proporcionando novas descobertas sobre 16. Foss ML, Keteyian SJ. Bases fisiológicas do exercício e do espor-
os mecanismos moleculares envolvidos nos processos celu- te. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 2000.
lares multicomplexos (Figura 53.16).194 17. Marzzoco A, Torres BB. Bioquímica básica. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1990. p. 232.
Existe atualmente grande interesse em se estudar a via
de sinalização que controla a síntese proteica no músculo 18. McArdle WD, Katch FI, Katch VL. Exercise physiology: energy,
nutrition, and human performance. 4. ed. Baltimore: Williams
esquelético e no tecido adiposo. A via da mTOR desempe-
& Wilkins, 1996. p. 850.
nha papel muito importante nesse processo, embora ain-
da persistam muitas dúvidas de como a síntese proteica 19. Nelson DL, Cox MM. Lehninger principles of biochemistry. 3.
ed. New York: Worth Publishers, 2000. p. 1152.
é regulada, principalmente em condições fisiológicas que
envolvam todos os sistemas orgânicos. 20. Gomes MR, Guerra I, Tirapegui J. Carboidratos e atividade físi-
ca. In: Tirapegui J (ed.). Nutrição, metabolismo e suplementa-
A identificação de novas moléculas-chave ou novas ção na atividade física. São Paulo: Atheneu, 2005.
funções das cinases já conhecidas desempenha papel im-
21. Fueger PT, Heikkinen S, Bracy DP, Malaban CM, Pencek RR,
portante na via de sinalização celular que interage com di- Laakso M, Wasserman DH. Hexokinase II partial knockout im-
ferentes vias, na tentativa de expandir ainda mais a nossa pairs exercise-stimulated glucose uptake in oxidative muscles of
compreensão acerca da adaptação do músculo esquelético mice. Am J Physiol Endocrinol Metab 2003; 285(5):E958-63.
e do tecido adiposo, o que proporciona novas perspectivas 22. Fujimoto T, Kemppainen J, Kalliokoski KK, et al. Skeletal muscle
em relação a estratégias terapêuticas ou à recomendação glucose uptake response to exercise in trained and untrained
da prática de exercícios físicos. men. Med Sci Sports Exerc 2003; 35:777-83.
23. Richter EA, Wojtaszewski JP, Kristiansen S, et al. Regulation
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Índice

A - metabólica, 106, 723, 848, 876 - antidiarreicos, 766


Abdome, 680 - respiratória, 847 - anti-hormonais, 798
- agudo, 812 Açúcares-ácidos, 128 - bloqueadores, 911
- radiografia do, 893 Açúcares-alcoóis, 128 - hipoglicemiantes, 434
- - panorâmica, 886 Acute Physiology and Chronic - moduladores da homeostasia
- tomografia computadorizada do, 886 Health Evaluation (v. APACHE) energética e obesidade, 441
- trauma de, 680 Adalimumabe, 528 - - inibidores da digestão de nutrientes, 443
- ultrassonografia do, 886 Addison, doença de, 75 - - manipulação hormonal, 444
Abscesso(s), 546 Adipocinas, associação das, - - substitutos de gorduras, 444
- interalças em portador de com a obesidade, o diabetes - - supressores do apetite, 441
doença de Crohn, 524 melito e o hipotálamo, 371 - noradrenérgicos, 441
Absorção, 135 Adipocitocinas, síndrome metabólica e, 447 - serotonérgicos, 442
- da vitamina E pelos tecidos, 1010 Adipócitos, 119, 379 - supressores, 911
- de nutrientes, 746 Adiponectina, 376 - termogênicos, 443
- proteica, 135 - ação da, 380 Agressão, 180
Acetil-CoA, 117 Adiposidade, 382 - cirúrgica, resposta orgânica a, 269-281
Aceto-acetato, 122 - abdominal e a mais preocupante, 438 - - imunossupressora induzida
Acetominofeno, 869 - como doença, 382 por trauma, 273
Aciclovir, 871 Adiposopatia, 383 - - - isquemia tecidual e reperfusão, 273
Ácido(s), 231 Adoçante não-glicêmico, 252 - - - translocação bacteriana, 274
- 5-aminossalicílico e derivados, 527 Adolescência, 793 - - inflamatória induzida por trauma, 270
- benzoico, 1058 - anorexia nervosa e bulimia - - - citocinas, 270
- cítrico, ciclo do, 116 nervosa na, 654, 794 - - - dos macrófagos, 272
- - - fator de ativação plaquetária, 272
- eicosapentaenoico, 311 - cirurgia bariátrica na, 654
- - - neutrofílica, 272
- fólico, 147 - compulsão alimentar na, 794
- - - óxido nítrico, 272
- fumarilacetilacético, 231 - distúrbios metabólicos e comportamentais
- - - radicais livres de oxigênio, 272
- gástrico, 204 na infância e na, 647-665
- - morbimortalidade, 278
- graxos, 119, 128, 154, 936 - - agressividade, 649
- - padronização da terminologia, 269
- - essenciais, 714 - - depressão, 658
- - princípios terapêuticos, 277
- - - linoleico e alfa-linolênico, 312 - - obesidade e repercussões psiquiátricas
- - quadro clínico, 274
- - - deficiência de, 714 e comportamentais, 652 - - - APACHE, 275
- - identificação dos, 128 - - psicometabólicos, 648 - - - avaliação sequencial da
- - importantes e suas fontes - - rinites, 657 falha do órgão, 275
alimentares, 129 - - síndrome das pernas inquietas, 649 - - - escore de disfunção
- - livres, 119, 376 - - suicídio, 659, 661 orgânica múltipla, 275
- - ômega-3, 311 - - transtorno(s), 654 - tecidual, inter-relação de,
- - - parenteral, observações - - - alimentares, 654, 794 infecção e desnutrição, 180
clínicas sobre o, 317 - - - bipolar, 658 Agressividade na infância e
- - - poli-insaturados, 312, 314 - - - de déficit de atenção, na adolescência, 649
- - ômega-6 poli-insaturados, 312 hiperatividade, 650 Água, 153, 668
- - trans, 131 - doenças sexualmente transmissíveis - déficit de, 105
- homogentísico, 231 e gravidez indesejada, 795 - necessidades de, nas
- litocólico, 719 - maternidade na, 799 diferentes idades, 668
- maleilacetilacético, 231 - metabolismo na infância e na, 171 Água, metabolismo da, e eletrólitos, 43-92
- não voláteis, excreção renal de, 847 - obesidade na, 793 - alterações eletrolíticas, 57
- orgânico, 252 - psiquiátrico-metabólicos na, 793 - - hipernatremia, 61
- pantotênico, 145 Adrenalina, 489 - - - com sódio total normal, 61
- para-hidroxifeniláctico, 231 Adriamicina, 833 - - - considerações, 62
- para-hidroxifenilpirúvico, 231 Afecções gastrintestinais, doença do - - - tratamento da, 61
- úrico, 871 refluxo gastresofágico e, 459 - - hiponatremia, 59
- voláteis, excreção pulmonar de, 847 Agentes - - - crônica, 60
Acidose, 848 - adrenérgicos, 442 - - - hipovolêmica, 59
- láctica associada a terapia - adsorventes, 766 - - - pós-procedimentos, 59
antirretroviral, 614 - anticolinérgicos, 766 - - - tratamento da, 60

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1070 TRATADO DE METABOLISMO HUMANO

- - hipovolemia, 57 - - tonicidade, 50 - eletrolíticas, 57


- - - tratamento da, 57 - - - balanço externo, 50 - - hipernatremia, 61
- cálcio, 70 - - - balanço interno, 50 - - - com sódio total normal, 61
- - atividades do, 71 AIDS, 362, 606 (v.t. HIV) - - - considerações, 62
- - hipercalcemia, 75 - diagnóstico, 610 - - - tratamento da, 61
- - - causas de, 76 - e diarreia, 259 - - hiponatremia, 59
- - - quadro clínico, 76 - epidemiologia, 606 - - - crônica, 60
- - - tratamento, 76 - etiologia, 606 - - - hipovolêmica, 59
- - hipocalcemia, 72 - exposição, contágio, transmissão, 607 - - - pós-procedimentos, 59
- - - diagnóstico, 74 - manifestações clínicas, 607 - - - tratamento da, 60
- - - quadro clínico, 74 - - envolvimento do sistema - - hipovolemia, 57
- - - tratamento, 75 nervoso central, 609 - - - tratamento da, 57
- - regulação homeostática do, 70 - - etapas da infecção, 607 Alzheimer, doença de, 1003
- ferro, 83 - - - fase aguda, síndrome Aminas tricíclicas, 833
- - achados bioquímicos, 84 retroviral aguda, 607 Aminoácidos, 120, 154, 230,
- - e processos patológicos, 86 - - - fase assintomática, 608 252, 638, 712, 935, 1059
- - eritropoetina, 85 - - - fase sintomática, 608 - aproveitamento dos, na
- - ferritina sérica, 85 - terapia antirretroviral e a imunidade, 611 geração de energia, 138
- - paradoxo, 86 - - abrigos virais, 611 - de cadeia ramificada, 123, 163
- - situações em que há absorção - - combinada com imunoestimulantes, 611 - essenciais e não essenciais, 134, 226
aumentada de, 84 - - considerações sobre a, 612 - - arginina, 226
- fósforo, 77 Alanina, 117 - - - múltiplas propriedades, 226
- - equilíbrio homeostático, 78 - produção de, e glutamina, 120 - - - múltiplos elos de ação, 228
- - hiperfosfatemia, 79 Albumina, 485 - - cisteína, 230
- - - causas, 79 Alça sentinela, 886 - - glutamina, 228
- - - repercussões clínicas, 80 Alcalose, 848 - - - estudos clínicos e resultados
- - - tratamento, 80 - metabólica, 848 contraditórios, 229
- - hipofosfatemia, 78 - respiratória, 848 - - - modelos experimentais
- - - condições que favorecem a, 78 Álcool, 830 de estudo da, 228
- - - consequências, 79 Aldosteronismo primário na gestação, 807 - - ornitina, 232
- - - repercussões clínicas, 79 Alergia, 260 - - taurina, 232
- - - síndrome da realimentação, 78 Alfacetoglutáricos, 118 - - tirosina, 230
- - - tratamento, 79 Alfacetoisocaproico, 120 - semiessenciais, 134
- magnésio, 80 Alfacetoisovalérico, 120 Aminoaçúcares, 128
- - equilíbrio, 80 Alfacetometil-valérico, 120 Aminoglicosídeos, 869
- - hipermagnesemia, 82 Alimentação enteral, 692 Aminossalicilatos, 527
- - - fatores predisponentes, 82 (v.t. Nutrição enteral) Amônia, 123
- - - fatores promotores de, 82 - especializada, 694 Amrinona, 490
- - - manifestações clínicas, 83 - hiperproteica hipercalórica, 693 Anabolismo, 154
- - - tratamento, 83 - padrão, 692 - atuação mineral nos processos
- - hipomagnesemia, 80 Alimento(s), 1015 de catabolismo e, 154
- - - confirmação diagnóstica, 82 - antioxidantes contidos nos, 1015 - versus catabolismo, 138
- - - quadro clínico, 81 - funcionais e potenciais indicações Analgesia, 497
- - - tratamento, 81 médicas, 251-268 Anastomose, 543
- necessidades básicas diárias, 51 - - AIDS e diarreia, 259 - biliodigestiva, deiscência da, 677
- - calóricas, 53 - - alergia, 260 - mortalidade por fístulas em
- - caracterizando a hidratação, 52 - - carcinogênese, 260 diferentes condições de, 543
- - eletrolíticas, 55 - - doença inflamatória intestinal, 260 Anemia, 630
- - metabólica, 52 - - encefalopatia hepática, 259 - ferropriva, 628
- - - gerada pela degradação dos - - exemplos de componentes - - diagnóstico laboratorial bioquímico, 629
macronutrientes, 56 não nutritivos de, 252 - - etiologia, 628
- - osmolalidade, 56 - - infecções e complicações por - - fisiopatogenia, 629
- - permutabilidade, 56 Helicobacter pylori, 259 - - prevenção, 630
- - tonicidade, 57 - - prebióticos, 256 - - quadro clínico, 629
- potássio, 63 - - prevenção de complicações - - tratamento, 630
- - hipercalemia, 67 na cirurgia digestiva, 261 - perniciosa, 148
- - - ação de fármacos e, 67 - - - translocação bacteriana, 261 Anfetaminas, 834
- - - destruição celular, 67 - - principais expectativas de ações dos, 256 Anfotericina B, 870
- - - insuficiência renal e, 67 - - probióticos, 251 Angiotensinogênio, 376
- - - pseudo-hipercalemia, 67 - - - constância da microbiota, 253 Anorexia nervosa, 654, 794
- - - repercussões da, 68 - - - diarreia associada ao uso - medidas terapêuticas na, 655
- - - transfusões sanguíneas, 68 de antibióticos, 258 Anormalidades psicológicas, 459
- - - tratamento da, 68 - - - diarreia do viajante, 258 Antagonistas, 975
- - hipocalemia, 64 - - - diarreia viral aguda, 257 - da vasopressina, 953
- - - função renal na, 66 - - - exclusão competitiva, 253 - serotoninérgicos, 975
- - - indicativos da, 65 - - - nas doenças diarreicas, 257 Antibióticos, 528, 764
- - - tratamento da, 66 - - - papel da mucosa gastrintestinal - diarreia associada ao uso de, 258
- regulação do volume circulante, 62 como barreira de defesa - indicados no combate a
- solutos, 44 do hospedeiro, 254 patógenos entéricos, 768
- - água de cristalização, - - - pré-requisitos dos, 253 Antibioticoterapia, 496
compostos hidratados, 48 - - - ruptura do ecossistema Anticardiolipina, 909
- - permutabilidade, 48 gastrintestinal, 254 Anticonvulsivantes, 434
- - peso atômico, de combinação - - síndrome do intestino irritável e outras Anticorpos, 206
e molecular de substâncias de condições clínicas com diarreia, 259 - antitireoidianos, 503
importância fisiológica, 46 Alström, síndrome de, 631 - respostas mediadas por, 206
- - relação miligramas, miliequivalentes, 49 Alterações Antieméticos, 411
- - secreções digestivas, 51 - citocínicas, 179 Antígeno, reconhecimento do, 214

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