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A IMPORTÂNCIA DA DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS

OPERATÓRIO DE ESTÉTICA

Enilane Mídia Rosa Freitas

Orientadora: Profa. Dra. Cristiane Soncino Silva

Pós-Graduação Lato Sensu em


Farmácia Estética

Ribeirão Preto
2018
A IMPORTÂNCIA DA DRENAGEM LINFÁTICA NO PÓS
OPERATÓRIO DE ESTÉTICA

ENILANE MIDIA ROSA FREITAS


e-mail: enilanefreitas@hotmail.com

ORIENTADORA: Profa. Dra. Cristiane Soncino Silva

Trabalho realizado e defendido para


obtenção do título de Pós-Graduação Lato
Sensu em Farmácia Estética.

Ribeirão Preto
2018
RESUMO

O objetivo deste trabalho foi analisar a importância da drenagem linfática


manual (DLM) no tratamento pós operatório de estética, tendo melhor recuperação e
cicatrização. Sendo realizado através de pesquisas bibliográficas em livros da
área de estética e cosmética, banco de dados eletrônicos e periódicos. A drenagem
linfática manual é uma técnica de massagem, onde é realizada por pressões lentas,
rítmicas e suaves que seguem o trajeto do sistema linfático, estimulando a defesa
imunológica, aumentando a diurese e desenvolvendo equilíbrio do organismo com a
drenagem de líquidos. A DLM no pós operatório possibilita redução do edema,
minimização de possíveis aderências teciduais, promovendo maior rapidez na
recuperação.

Palavras-chave: Drenagem linfática, pós operatório, cicatrização.

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ABSTRACT

The objective of this work was to analyze the importance of manual lymph
drainage (MLD) in post-operative treatment of aesthetic, having better recovery and
healing. Being conducted through bibliographic research on books of aesthetic and
cosmetic area, electronic database and journals. Manual lymphatic drainage is
a massage technique, where slow, rhythmic pressure and gentle that follow the path
of the lymphatic system, stimulating the immunologic defense, increasing the diuresis
and developing body balance with drainage of liquids. MDL postoperatively allows
reduction of edema, minimization of possible tissue adhesions, promoting faster

recovery.
Keywords: lymphatic drainage, post-operative, wound healing.

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INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a cirurgia plástica tem apresentado larga divulgação e


importante aprimoramento de suas técnica, havendo a necessidade de integração
de uma equipe multidisciplinar, a fim de alcançar melhores resultados. A drenagem
linfática, creditada como uma terapia complementar devido aos seus benefícios e
resultados, é uma técnica que teve origem na década de 30, como anteriormente
mencionado, desenvolvida pelo casal dinamarquês Emil e Estrid Vodder,
inicialmente experimental no tratamento de pacientes acometidos de gripes e
sinusites, na manipulação de seus gânglios linfáticos do pescoço através
de movimentos suaves e rotativos, cujos trabalhos práticos forneceram a prova da
viabilidade do método (WINTER, 1973). Repete-se, que a partir deste trabalho
outros pesquisadores como Leduc, na Bélgica, desenvolveram a base científica da
técnica e criaram suas próprias linhas de trabalho. Assim, a drenagem linfática está
representada basicamente pelas técnicas de Vodder e Leduc, que se diferenciam no
tipo de movimento utilizado – Vodder, movimentos circulares, rotatórios e de
bombeio; e Leduc, movimentos mais restritos. Porém, ambas estão associadas a
três categorias de manobras: captação, reabsorção e evacuação da linfa, e
todas realizadas com pressões suaves, lentas, intermitentes e relaxantes (GUIRRO,
2004). O tratamento estético com a DLM no pós operatório possibilita redução do
edema, minimização de possíveis aderências teciduais, ausência de nodulações
fibróticas na tecido subcutâneo, promovendo maior rapidez na recuperação,
possibilitando uma redução das prováveis complicações.
Busca promover condições adequadas de cicatrização por meio do aumento
do aporte circulatório e amenizar a angústia e a ansiedade do paciente no período
de recuperação (Borges, 2010).

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OBJETIVO

Este trabalho teve como objetivo geral apresentar contribuições teóricas sobre
a importância da drenagem linfática manual nos casos de pós operatório de
procedimentos estéticos.

METODOLOGIA

Os estudos foram obtidos a partir de acessos de domínio público: portal


BIREME (Centro Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciências da
Saúde), que incluiu busca nas bases e portais da Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), National Library of Medicine/NLM
(MEDLINE), The Cochrane Librarye Scientific Eletronic Library Online
(SciELO); National Library of Medicine/ NLM (PubMed); e Ask Medline. Publicações
citadas como referências nos artigos selecionados foram incluídas nesta revisão.

DESENVOLVIMENTO E DISCUSSÃO

1. Funções do sistema linfático

• * Recolocar na corrente sanguínea as proteínas plasmáticas que deixaram os


capilares arteriais para o interstício celular através da filtração;
• * Reserva funcional para sobrecarga do sistema vascular;
• * Os linfonodos promovem a filtração da linfa antes de ela atingir o sistema
venoso;
• * Função imunológica e
• * Quebra de macromoléculas como do ácido hialurônico.

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2. A linfa

A linfa é formada a partir dos produtos do filtrado do capilar arterial pelos


produtos gerados do metabolismo das células e do interstício. Este líquido, após
penetrar nos vasos linfáticos é denominado de linfa, e enquanto está no espaço
intersticial e denominado de líquido interstícial. (GODOY;B;GODOY,G, 2005). A linfa
representa um tecido imunológico circulante que conduz uma grande quantidade de
leucócitos, predominando quase que exclusivamente os linfócitos, desempenhando
um importante papel no transporte de substâncias no organismo, assim como,
ajudando a eliminar o excesso de líquido e produtos que deixaram a
corrente sanguínea, tendo ação imunológica, sendo rica em anticorpos (RIBEIRO,
2004). Sobre este assunto, Leduc e Leduc (2007) reiteram que a linfa é reabsorvida
por vasos linfáticos distribuídos em todo o corpo e denominados capilares linfáticos
ou vasos linfáticos iniciais. Esses, então, desembocam em vasos que transportam a
linfa e são denominados pré-coletores ou pós-capilares, que, por sua
vez, desembocam nos coletores. Os coletores transportam a linfa em direção às
cadeias ganglionares. O gânglio, assim, é formado por uma cápsula conjuntiva
periférica que se adere ao tecido adiposo. Quanto aos tecidos do corpo, pode-se
afirmar que quase todos eles têm canais linfáticos que drenam o excesso de líquido
diretamente dos espaços intersticiais. As exceções incluem as porções superficiais
da pele, o sistema nervoso central, o endomísio dos músculos e os ossos. O sistema
linfático pode transportar proteínas e material particulado grande para fora dos
espaços teciduais, função que os capilares sanguíneos não teriam capacidade de
realizar. Assim, o sistema linfático possui várias funções importantes, como:
destruição de bactérias e substâncias estranhas, que são removidas da
linfa, mediante respostas imunes específicas à presença destas, com a produção de
anticorpos que as destroem.

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3. Sistema linfático e sistema circulatório

Existem diferenças entre o sistema linfático e o sistema sanguíneo e uma


delas é que no sistema linfático tem a ausência de um órgão central bombeador, ela
é produzida por meio de contração do sistema muscular ou de pulsações de artérias
próximas aos vasos linfáticos. (GUIRRO, E, GUIRRO, 2002). A circulação linfática é
o final de um processo que se inicia com o sistema sanguíneo. Dentro das
diferenças entre o sistema linfático e o sistema sanguíneo são a presença de
válvulas que desempenham uma importante função de manter o fluxo unidirecional,
evitando o refluxo e fazem parte da estrutura contrátil do vaso linfático são algumas
das características mais importantes em relação ao sistema hidrodinâmico dos
vasos linfáticos. O sistema linfático representa uma via auxiliar de drenagem do
sistema venoso e que os líquidos provenientes do interstício são devolvidos
ao sangue através da circulação linfática, a qual está intimamente ligada à
circulação
sanguínea e aos líquidos teciduais (RIBEIRO, 2004; GARRIDO, 2000). O sistema
linfático, anteriormente considerado apenas um sistema paralelo ao sistema
circulatório sanguíneo, passou a ser valorizado e reconhecido como auxiliar do
sistema sanguíneo e imunológico. A dificuldade de drenagem do sistema linfático
pode ocorrer devido à obstrução linfática (patológicas, pós-cirúrgica e outras
alterações), elevação do aporte de líquido ou drenagem linfática insuficiente
que acaba não acompanhando esse aumento, desequilibrando a filtragem e a
evacuação, elevando a pressão intratecidual e ocasionando o edema. Esse edema é
um desequilíbrio entre o líquido proveniente do interstício (vindo dos capilares
sanguíneos) e a drenagem do mesmo. Se não acontecer essa interrupção da
drenagem fisiológica não ocorrerá edema. Através de pressão feita com as mãos
pode-se deslocar o edema favorecendo o fluxo do líquido intersticial e linfático,

assegurando a reabsorção e evacuação (LEDUC, A.; LEDUC, O.J., 2007).

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4. Características da drenagem linfática

Com função de eliminar o excesso de líquido no interstício e diminuir


o edema, a drenagem linfática manual pode ser realizada por vários métodos de
sequenciais de manobras que foram desenvolvidas por vários estudiosos ja citados
como: Volder, Godoy, Leduc e Fordi. Os movimentos clássicos da drenagem
linfática manual são movimentos de bombeamento e movimento de captação
e encaminhamento. Devido ao fluxo lento da linfa (2 a 3 litros por dia) e aos
capilares linfáticos serem delicados e microscópicos, para acompanhar o ritmo
fisiológico do organismo, de forma lenta será realizado as manobras de drenagem
linfática manual. Os pontos principais das manobras são: ritmo lento (velocidade),
pressão suave (em média 40 mmHg) e Sentido da linfa em direção aos
linfonodos (VASCONCELOS, M., 2014)

“As técnicas de aplicação da drenagem linfática manual no pós-operatório de


cirurgia plástica podem ser fundamentadas na drenagem reversa que consiste em
direcionar o edema a um gânglio proximal a lesão como uma via alternativa para não
haver encharcamento da cicatriz e aumento de edema, já que dependendo da
cirurgia onde há uma secção, vasos são lesionados, dificultando assim a eliminação
dos líquidos em excesso.” (MACEDO e OLIVEIRA, 2010, apud SILVA, M.L.S.;
MEJIA, D.P.M., 2012).

Segundo Silva, M.L.S. e Mejia, D.P.M. (2012) após revisão bibliográfica foi
concluído que DLM é uma técnica muito indicada para pós-operatório de
lipoaspiração e abdominoplastia, sendo eficiente para melhora e prevenção de:
hematomas, edemas, aderências, fibroses, entre outros. Para Jacques (2006) apud
Silva, M.L.S. e Mejia, D.P.M. (2012) a DLM no pós operatório tem como benefícios:
diminuir o edema na área operada assim diminuir desconforto, melhora a drenagem
linfática fisiológica aumentar a oxigenação e nutrição do tecido levando, recuperação
mais rápida até mesmo de nervos e cicatrizes, melhora da elasticidade, eliminação
de toxinas, diminui a equimose local e prevenção e combate a infecções locais.

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5. Drenagem linfática aplicada ao pré e pós operatório de cirurgias
plásticas.

De uma forma geral, o pré operatório funciona também como orientação para
o paciente. É nesse momento que é preparado o mesmo para a cirurgia e onde se
conhece suas limitações e começa-se a tratar o plano de tratamento pós cirúrgico.
No pós operatório a drenagem linfática é utilizada para prevenir a formação das
aderências, principal fator agravante, pois estas aderências impedem o fluxo normal
de sangue mais o quadro edematoso, retardando a recuperação (Borges, 2006).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A drenagem linfática traz diversos benefícios para a estética corporal e facial,


principalmente quando avaliamos a utilização da mesma para recuperação pós
cirurgia plástica, tanto facial como rinoplastia e blefaroplastia, quanto corporal como
lipoaspiração e abdominoplastia. A literatura científica utilizada neste estudo é
conclusivo quanto aos benefícios proporcionados com a utilização da drenagem
linfática; com seu uso ocorre uma redução do edema, minimiza possíveis
aderências teciduais, promovendo maior rapidez na recuperação e redução de
prováveis complicações.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BORGES, F.S. Dermato funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções


estéticas. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Porte, 2010.

BORGES, F.S. Dermato funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções


estéticas. São Paulo: Porte, 2006.

GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermatofuncional. 3ed. São Paulo: Manole,


2002.

GODOY;B.;GODOY,G. Reabilitação linfovenosa. Revisão. Rio de Janeiro: Di


Livros, 2005

MONSTERLEET, Gérard. Drenagem linfática: guia completo de técnica e fisiologia.


São Paulo: Manole, 2011. PORTAL EDUCAÇÃO. Indicações e contraindicações
dadrenagem linfática manual.2012.Disponívelem: <http://www.portaleducacao.com.
br/estetica/artigos/12595/indicacoesecontraindicacoes-da-drenagem-linfatica>.
Acesso em: 19.Nov.2018

SALVALAGIO, S.; ROSAS, R.F. Drenagem linfática manual no pós-operatório de


rinoplastia: estudo de caso. Santa Catarina, 2006.

SILVA, M.L.S.; MEJIA, D.P.M. A Importância da Drenagem Linfática Manual no


Pós-operatório de Lipoaspiração e Abdominoplastia.2012. Disponível
em: <http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/39/05__A_ImportYncia_da_Drenag
em_LinfYtica_Manual_no_PYsOperatYrio_de_LipoaspiraYYo_e_Abdominoplastia.pd
f> Acesso em: 05 de julho de 2016.

VASCONCELOS, M. Técnicas Estéticas Corporais. São Paulo: Erica, 2014.


WINTER, W.R. Drenagem Linfática Manual. Rio de Janeiro: Vida Estética, 1973.

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GARRIDO, M. Sistema linfático: Embriologia e Anatomia. 2 ed. Rio de Janeiro:
Revinter, 2000.

LEDUC, A.; LEDUC, O. Drenagem linfática: teoria e prática. 3 ed. Barueri: Manole,
2007.

RIBEIRO, D.R. Drenagem linfática manual da face. 6 ed. São Paulo: Senac, 2004
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