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ACNE E SEUS TRATAMENTOS

Rayana Ramos Gordo

Profa. Dra. Cristiane Sonsino Silva

Pós-Graduação Lato Sensu em


Farmácia Estética

Ribeirão Preto
2016
Acne e Seus Tratamentos

Rayana Ramos Gordo


ra_farmacia@hotmail.com

Profa. Dra. Cristiane Sonsino Silva

Trabalho realizado e defendido para obtenção


do título de Pós-Graduação em Farmácia
Estética

Ribeirão Preto
2016
RESUMO

A acne vulgar é uma das dermatoses mais frequentes na população em geral,


acometendo principalmente adolescentes e adultos jovens. Acomete homens e mulheres, mas
geralmente os homens são afetados pelas formas mais graves da acne. Esta revisão abordará
os mecanismos etiopatogênicos como produção sebácea, hiperqueratinização folicular,
colonização bacteriana e inflamação glandular. Diversas opções terapêuticas estão
disponíveis, desde os antibióticos tópicos e sistêmicos até a isotretinoína sistêmica. A opção
terapêutica depende da forma clínica da acne, sua gravidade e algumas características
individuais.
Palavras-chave: acne, tratamento.

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1-INTRODUÇÃO

A acne é uma das doenças de pele mais frequentes em dermatologia. A adolescência é


um período onde ocorre uma alta incidência de acne, influenciando na auto-estima e
comportamento dos adolescentes. O aparecimento é precoce, com prevalência maior entre os
homens, graças a influência androgênica (RIBAS & OLIVEIRA, 2008).
Sabe-se que acne vulgar é uma dermatose crônica da unidade pilossebácea da pele,
inicialmente tendo a presença de um cômedo, comedão ou cravo. Isso ocorre através da
obstrução do orifício de saída da unidade pilossebácea, com acúmulo de secreções, restos
celulares e algumas vezes por um microrganismo (BRENNER et al, 2006).
Destacam-se os seguintes fatores etiopatogênicos da acne vulgar: produção de sebo
pelas glândulas sebáceas, hiperqueratinização folicular, colonização bacteriana do folículo e
liberação de mediadores da inflamação no folículo e derme adjacente (HASSUM, 2000).
A acne classifica-se conforme as lesões predominantes, sendo graduada de I a V, conforme a
gravidade. Acne grau I, não inflamatória, apresenta predomínio de comedões, já na acne grau
II há predomínio de lesões pápulo-pustulosas além dos comedões. Na acne de grau III
nódulos e cistos podem ser observados e na grau IV sendo uma forma severa com múltiplos
nódulos inflamatórios, formação de abscessos e fistulas. Uma forma rara e grave
acompanhada de febre, leucocitose e artralgia é a acne de grau V (TEIXEIRA & FRANÇA,
2007).
Existem diversos fármacos, tópicos e sistêmicos que atuam nos diferentes estados de
evolução das lesões. Na classe dos fármacos tópicos destacam-se retinóides (isotretinoína e
adapaleno), peróxido de benzoíla, antibióticos, alfa-hidróxiácidos, ácidos azelaico e salicílico,
e corticóide. O tratamento sistêmico constitui-se de antibióticos orais (MENESSES &
BOUZAS et al, 2009).
Sendo assim, esta revisão bibliográfica tem como objetivo apresentar um estudo
atualizado e sistematizado sobre acne e o seu tratamento, baseado na pesquisa de artigos
científicos publicados em bancos de dados, bem como na consulta de manuais e publicações
periódicas de referência nessa área, no período de 1999 a 2011, utilizando como descritores as
palavras acne, tratamento da acne, formulações cosméticas sobre acne e folículo pilossebáceo.
Abordará a definição da acne, seu enquadramento epidemiológico, sua fisiopatologia e
classificação do tipo de lesões, apresentando fármacos tópicos e sistêmicos usados para seu
tratamento, bem como propostas terapêuticas de acordo com o tipo de gravidade das lesões.
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2-OBJETIVO

Objetivo geral – Descrever a etiologia da acne e suas implicações sociais.

Objetivo específico – Descrever a doença acne e apresentar alternativas


terapêuticas viáveis.

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3-METODOLOGIA

O método utilizado foi uma pesquisa bibliográfica através de livros, artigos


científicos atuais e banco de dados científicos.na internet

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4-REFENCIAL TEÓRICO

A acne é uma das condições inflamatórias crônicas mais comuns que afetam a pele.
Acomete adolescentes e adultos jovens de ambos os sexos, sendo mais precoce em
adolescentes do sexo feminino do que do sexo masculino. (RIBAS & OLIVEIRA,
2008).
Mesmo que não haja uma doença de base, o quadro de acne gera grande
desconforto para o paciente, não somente pela aparência das lesões ativas, mas também
pelo caráter crônico e pela ocorrência de cicatrizes (ADDOR & SCHALKA, 2010).
Segundo Brenner e colaboradores (2006,p.258) a acne é uma enfermidade inflamatória
da unidade pilossebácea da pele, caracterizada inicialmente pela presença de um
cômedo, comedão ou “cravo”. As glândulas pilossebáceas sofrem uma modificação
fundamental para o processo de formação da acne. Há uma hipertrofia de toda a
glândula decorrente da ação androgênica sobre sua estrutura, não necessariamente
levando à formação de acne, mas criando condições para a formação do comedão, como
por exemplo, acúmulo de secreções e restos celulares. Uma hiperproliferação no
infundíbulo da glândula (porção epidérmica) forma uma “rolha” e oclui o óstio ductal,
impedindo a drenagem do sebo normalmente produzido pela glândula e favorecendo a
comedogênese.
A acne é constituída por um conjunto de lesões, as quais, isoladas ou em
conjunto, definem o tipo e gravidade da acne (FIGUEIREDO et al, 2011,p.60):

Comedão – surge em consequência da hiperceratose de retenção no folículo


pilossebáceo. De início fechado, manifesta-se como pequeno grão miliar, levemente
saliente na pele sã. Quando o orifício folicular se dilata passa a comedão aberto,
tomando o aspecto de ponto negro. É a lesão elementar e primária da acne.

Pápula – surge como área de eritema e edema em redor do comedão, com pequenas
dimensões (até 3 mm).

Pústula (ou borbulha) – sobrepõe-se à pápula, por inflamação da mesma e conteúdo


purulento.
Nódulo – tem estrutura idêntica à pápula, mas é de maiores dimensões, podendo atingir
2 cm.

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Quisto – grande comedão que sofre várias rupturas e recapsulações; globoso, tenso,
saliente, com conteúdo pastoso e caseoso.

Cicatriz – depressão irregular coberta de pele atrófica, finamente telangiectásica,


resultante da destruição do folículo pilo-sebáceo por reacção inflamatória.

Hassum (2000) define que são quatro os principais fatores implicados na


patogênese da acne, todos profundamente inter-relacionados: a produção de sebo pelas
glândulas sebáceas, hiperqueratinização folicular, a colonização bacteriana do folículo
pelo Propionibacterium acnes (P. acnes) e a liberação de mediadores da inflamação no
folículo e na derme adjacente (Figura 1).

Figura 1: Pele e seus anexos

Fonte: auladeanatomia.com

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Produção de sebo pelas glândulas sebáceas

O sebo é uma mistura de lipídios, principalmente, colesterol, esqualeno, cera, ésteres


esteróides e triglicérides (FARIAS, 2011). O aumento da produção de sebo provoca
aumento da taxa de secreção sebácea pela glândula. Sabe-se, atualmente, que essas altas
taxas se correlacionam com níveis elevados de severidade da acne, sendo que o
aumento da secreção sebácea pode ocorrer por: aumento na produção de andrógenos e
da disponibilidade de andrógenos livres, diminuição da globulina carreadora dos
hormônios sexuais (SHBG), ou aumento da resposta do órgão alvo (glândula sebácea)
(HASSUM, 2000). Referindo-se aos fatores etiopatogênicos próprios da acne, percebe-
se que há alteração nos componentes do sebo dos portadores, em comparação aos
indivíduos sãos (COSTA et al, 2007).

Hiperqueratinização folicular

As alterações histológicas mais precoces na acne são leve dilatação do canal folicular,
discreta hiperplasia do epitélio folicular e aumento na quantidade da queratina dentro do
canal folicular. Essas alterações constituem o chamado microcomedão. Há nítida
correlação entre a severidade da acne e a quantidade desses microcomedões, que
refletem a retenção de queratinócitos ductais hiperproliferados (HASSUM, 2000, p.9).

Colonização bacteriana do folículo

Os três principais microorganismos isolados da superfície da pele e dos ductos das


glândulas sebáceas de indivíduos com acne são Propionibacterium acnes,
Staphylococcus epidermidis e
Malassezia furfur, sendo o primeiro, seguramente, o mais importante (HASSUM, 2000,
p.10).

Liberação de mediadores da inflamação no folículo e derme adjacente

O P. acnes produz várias enzimas dentre elas as lípases e fosfatases, todas envolvidas
no processo de ruptura folicular e inflamação dérmica. Além das enzimas, produz
fatores quimiotáxicos para neutrófilos e linfócitos, e, por meio de fragmentos de sua
parede celular, estimula macrófagos a produzirem IL-8, IL-1β e fator de necrose
tumoral alfa, cuja ação conjunta constitui interessante teoria para explicar a presença de
células inflamatórias nas paredes dos folículos sebáceos (HASSUM, 2000, p.11).

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5-CLASSIFICAÇÃO DA ACNE

O diagnóstico é baseado, principalmente, no quadro clínico que se caracteriza


pelo polimorfismo. De acordo com o número e tipo de lesões, definem-se as formas de
erupção acneiforme (STEINER & HADDAD, 2010). A acne é classificada clinicamente
em quatro níveis:
Grau I, a forma mais leve de acne, não inflamatória ou comedoniana,
caracterizada pela presença de comedões (cravos) fechados e comedões abertos.
(LOURENÇO., 2011).

Figura 2: Quadro acneico de grau I


Fonte: angraderme.blogspot.com

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Grau II- acne inflamatória ou papulo-pustulosa, em que se associam aos comedões,
pápulas e pústulas de conteúdo purulento. A intensidade do quadro é variável, com
poucas a numerosas lesões e eritema inflamatório também variável. (ESTEINER;
BEDIN; MELO., 2011).

Figura 3: Acne grau II


Fonte: criasaude.com.br

Grau III, acne nódulo-cística, quando se somam nódulos mais exuberantes, se constitui
de seborréia, comedões abertos, pápulas e pústulas, com reação inflamatória intensa,
levando à formação de nódulos, que podem conter pus. (ESTEINER; BEDIN; MELO.,
2011)

Figura 4: Acne Grau III


Fonte: acessa.com

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Grau IV, acne conglobata, na qual há formação de abscessos e fístulas (TEIXEIRA
&FRANÇA, 2007).

O comedão ocorre quando há bloqueio do duto polissebáceo por um tampão de


queratina, isso causa uma intensa resposta de células inflamatórias neutrófilas.
(ESTEINER; BEDIN; MELO., 2011).
Pápulas são lesões rosadas ou avermelhadas, palpáveis; com até 5 mm de
diâmetro. Quando essa lesão evolui, aparecendo pus em seu conteúdo, ela recebe o
nome de papulopústula, mais conhecida como espinha. O nódulo é uma lesão sólida e
elevada, com profundidade maior que a pápula e diâmetro acima de 5 mm. (VAZ.,
2003).
Além da acne vulgar ou acne juvenil, forma mais conhecida da doença, existem
outras formas clínicas, com características peculiares, que devem ser levadas em
consideração.(AZULAY; AZULAY., 2008).
1 Acne neonatal: inicia-se nas primeiras seis semanas de vida e é devido à ação dos
andrógenos maternos. Apresenta comedões fechados e micropápulo-pústulas nas
regiões frontal, nasal e malares;

2 Acne infantil: inicia-se entre o terceiro e sexto mês de vida, acometendo a face com
lesões inflamatórias; mais freqüente no homem, talvez seja devido à secreção precoce
de andrógenos gonadais;

• Acne do adulto: pode ser uma continuação da acne da adolescência ou ter início na
idade adulta. É mais freqüente na mulher e apresenta menor número de lesões com
pápulo-pústulas quando comparada ao adolescente, além de ser mais comum na região
mentoniana e mandibular e ter exacerbação com o ciclo menstrual;

• Acne andrógena: Ocorre pela produção excessiva de andrógenos por doença ovariana
ou adrenal;

• Acne escoriada: caracteriza-se por comedões, pápulas, numerosas escoriações e


cicatrizes. Observada quase exclusivamente em mulheres, é fundamentalmente de
origem neurótica. (ALCHORNE; PIMENTEL.,2011).

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6-Etiopatogenia

A etiopatogenia da acne é multifatorial, porém a maioria dos estudos relaciona


quatro fatores principais; hiperqueratinização, alta produção de sebo, multiplicação
bacteriana no folículo, liberação de elementos inflamatórios no folículo. (LOURENÇO.,
2011).

Um fator coadjuvante na etiopatogenia da acne vulgar é a influência hormonal.


Mesmo não sendo elementos fundamentais, os hormônios exercem papel que pode ser
vital para o surgimento e/ou manutenção do quadro dessa dermatose em alguns de seus
portadores. Essa participação, contudo, é tanto maior quanto proximidade e inclusão de
seus portadores do período puberal. (MENESES; BOUZAS., 2009).

7-Tratamento

Antes da década de 1940, não se conhecia tratamento efetivo para a acne.


Aguardava-se a cura espontânea ou prescreviam-se as poucas opções existentes, tais
como tópicos de baixa eficácia como enxofre, ácido salicílico, entre outros; tratamentos
sistêmicos ineficazes como cálcio, auto-hemoterapia, arsênico, etc.; e radioterapia, que
controlava a doença, produzindo atrofia da pele e das glândulas sebáceas, porém
causava efeitos adversos sérios e tardios consequentes ao dano acumulativo tipo
radiodermite crônica e ate câncer de tireóide. (SAMPAIO; BAGATIN., 2008).
O tratamento da acne está relacionado com a intensidade do acometimento
cutâneo e da presença de inflamação. É de extrema importância a cooperação do
paciente com o tratamento, que depende muitas vezes do uso regular e prolongado de
medicamentos. (MENESES; BOUZAS., 2008).
O tratamento da acne tem como objetivo, prevenir ou tratar as lesões; reduzir o
desconforto físico provocado pelas lesões inflamadas; melhorar a aparência do doente;
prevenir ou minimizar as cicatrizes; evitar o desenvolvimento de efeitos psicológicos
adversos e é realizado principalmente através do emprego de antimicrobianos,
retinóides e agentes abrasivos. (VAZ., 2003) (PIANA; CANTO., 2010).
Para o tratamento da acne grau I pode ser administrado tretinoína, isotretinoína,
adapaleno ou ácido azelaico, medicamentos que tem como objetivo os efeitos anti-
inflamatórios, anticomedogênico e comedolítico. Na acne grau II, podem ser utilizados
antibióticos por via oral como tetraciclina, minocilina ou sulfa, além de medicamentos
contendo antimicrobianos tópicos, como peróxido de benzoíla, eritromocina ou
clindamicina sob a forma de gel ou loção alcoólica. Nos graus III e IV utilizam-se os

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medicamentos descritos anteriormente ou a monoterapia sistêmica com isotretinoína
oral. (MENESES; BOUZAS., 2009).
São muitos fármacos eficazes, de uso tópico e sistêmico, que atuam nos
diferentes estágios de evolução das lesões de acne. Podem ser usados isoladamente ou
combinados, depende das características de cada doente. (VAZ., 2003).
Também estão disponíveis outras alternativas, tais como; extração manual dos
comedões; infiltração intralesional com esteróides nas lesões císticas; drenagem dos
abscessos e exérese (manobra crúrgica para retirada de parte ou totalidade de órgão
tecido, com finalidade terapêutica) de cistos; "peelings" superficiais de ácido glicólico e
ácido salicílico; técnicas de correções das cicatrizes da acne, como preenchimentos,
subcisão, excisão de cicatrizes profundas e abrasão cirúrgica. (ALCHORNE;
PIMENTEL., 2011).

7.1-Peeling Químico
Consiste na aplicação na pele, de uma ou mais substâncias químicas esfoliantes
com o intuito de melhorar ou remover as alterações antiestéticas da superfície cutânea.
É uma remoção controlada da pele fotoenvelhecida, levando a uma pele mais jovem, na
qual a epiderme e/ou derme alterada são substituídas. É indicado principalmente, para
rugas finas, melanoses e ceratoses actínicas, melasma, hiperpigmentações pós-
inflamatórias, acne e afélides. (AZULAY; AZULAY., 2008).

7.2-Drenagem Linfática

Pode ser indicada para os casos graves de acne, porém o segredo da massagem
está na drenagem linfática manual, que vai acalmar a acne, retirarando as toxinas que
comprometem a pele, acalmando as glândulas sebáceas e melhorando a qualidade da
cútis. A tensão, a agitação e o estresse são fatores estimulantes que podem provocar a
acne. O correto é as glândulas sebáceas funcionarem de 3 em 3 horas, mas, com a
agitação, elas trabalham sem parar. Como a massagem é altamente relaxante, ela vai
acalmar esse processo. (MEZZOMO., 2007).

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7.3-Psicoterapia

Ainda que, do ponto de vista clínico, a intensidade possa ser considerada banal,
não se deve desvalorizar a queixa e o sofrimento psicológico embutidos no processo. As
repercussões na auto-estima da maioria dos jovens são evidentes. A participação do
neuropeptídeo substância P pode explicar o agravamento da acne em situações de
grandes tensões emocionais. (AZULAY; AZULAY., 2008).

7.4-Laser e Fototerapia

Uma nova linha terapêutica está tomando cada vez mais o lugar de tratamentos
com cremes, são os aparelhos de laser e de fototerapia. Neste último grupo, através da
aplicação de uma fonte de luz na pele acometida, pelo menos 2 vezes por semana, em
torno de 15 minutos cada sessão, a acne inflamatória reduz drasticamente num período
de 2 meses. A bactéria propioniumbacterium acnes é extremamente sensível a esta luz,
logo, ela é destruída após aplicações repetidas. Ou seja, diminuindo a população desta
bactéria, diminui o processo inflamatório e infeccioso da acne, melhorando o quadro do
paciente. Já o laser atua na derme profunda, onde estão localizadas as glândulas
sebáceas. Através de um aquecimento intenso nesta região, estas glândulas diminuem
sua atividade de secretar sebo para a superfície da pele, melhorando a seborréia e
conseqüentemente a acne. Devido a esta atuação na derme, o aquecimento vai promover
a formação de um novo colágeno, levando, também, a uma melhora das cicatrizes da
acne. Porém, não se deve esquecer que o melhor tratamento ainda é o convencional, ou
seja, a limpeza da pele e que estas novas terapêuticas podem ser combinadas com ela ou
uma opção para tratar os pacientes resistentes aos tratamentos convencionais ou que não
possam fazer uso das medicações. O laser tem sido usado há algum tempo como
tratamento para reduzir cicatrizes deixadas pela acne, porém estão sendo feitas
pesquisas para utilização do laser na prevenção da acne. (MEZZOMO., 2007).

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8-CONCLUSÃO

Com base no trabalho apresentado, pode-se concluir que a acne é uma doença
muito comum entre adolescentes durante a fase da puberdade. Porém pode ocorrer em
mulheres maduras. Não possui restrição de classe social ou raça, sendo pouco comum
em orientais.

Sua etiopatogenia é multifatorial e seu tratamento consiste na erradicação dos


fatores predisponentes. Sendo assim, é necessário saber o fator causal.

Por ser uma doença muito comum, existe uma grande demora pela procura de
tratamento, o que pode dificultar no resultado deixando cicatrizes indeléveis. Com isso
há maiores chances de afetar psicologicamente esse paciente levando a uma baixa auto-
estima grave. Não se deve desconsiderar os efeitos psicológicos que acne pode causar
nos indivíduos, sendo de extrema importância, um contínuo acompanhamento
profissional do paciente.

A acne tem tratamento. Deve-se analisar o quadro do paciente e descobrir a


causa. O tratamento precisa ser iniciado o mais rápido possível, evitando cicatrizes
graves e irreversíveis. É demorado e exige total adesão do paciente, o que deve ser
esclarecido ao mesmo, para que uma possível decepção no atraso de uma melhora
significante, não leve ao abandono da terapia.

A terapêutica da acne é bem vasta, sendo que a melhor escolha, geralmente é a


associação de duas ou mais formas de tratamento.

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9-REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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