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Ribeirão Preto
2016
Acne e Seus Tratamentos
Ribeirão Preto
2016
RESUMO
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1-INTRODUÇÃO
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3-METODOLOGIA
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4-REFENCIAL TEÓRICO
A acne é uma das condições inflamatórias crônicas mais comuns que afetam a pele.
Acomete adolescentes e adultos jovens de ambos os sexos, sendo mais precoce em
adolescentes do sexo feminino do que do sexo masculino. (RIBAS & OLIVEIRA,
2008).
Mesmo que não haja uma doença de base, o quadro de acne gera grande
desconforto para o paciente, não somente pela aparência das lesões ativas, mas também
pelo caráter crônico e pela ocorrência de cicatrizes (ADDOR & SCHALKA, 2010).
Segundo Brenner e colaboradores (2006,p.258) a acne é uma enfermidade inflamatória
da unidade pilossebácea da pele, caracterizada inicialmente pela presença de um
cômedo, comedão ou “cravo”. As glândulas pilossebáceas sofrem uma modificação
fundamental para o processo de formação da acne. Há uma hipertrofia de toda a
glândula decorrente da ação androgênica sobre sua estrutura, não necessariamente
levando à formação de acne, mas criando condições para a formação do comedão, como
por exemplo, acúmulo de secreções e restos celulares. Uma hiperproliferação no
infundíbulo da glândula (porção epidérmica) forma uma “rolha” e oclui o óstio ductal,
impedindo a drenagem do sebo normalmente produzido pela glândula e favorecendo a
comedogênese.
A acne é constituída por um conjunto de lesões, as quais, isoladas ou em
conjunto, definem o tipo e gravidade da acne (FIGUEIREDO et al, 2011,p.60):
Pápula – surge como área de eritema e edema em redor do comedão, com pequenas
dimensões (até 3 mm).
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Quisto – grande comedão que sofre várias rupturas e recapsulações; globoso, tenso,
saliente, com conteúdo pastoso e caseoso.
Fonte: auladeanatomia.com
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Produção de sebo pelas glândulas sebáceas
Hiperqueratinização folicular
As alterações histológicas mais precoces na acne são leve dilatação do canal folicular,
discreta hiperplasia do epitélio folicular e aumento na quantidade da queratina dentro do
canal folicular. Essas alterações constituem o chamado microcomedão. Há nítida
correlação entre a severidade da acne e a quantidade desses microcomedões, que
refletem a retenção de queratinócitos ductais hiperproliferados (HASSUM, 2000, p.9).
O P. acnes produz várias enzimas dentre elas as lípases e fosfatases, todas envolvidas
no processo de ruptura folicular e inflamação dérmica. Além das enzimas, produz
fatores quimiotáxicos para neutrófilos e linfócitos, e, por meio de fragmentos de sua
parede celular, estimula macrófagos a produzirem IL-8, IL-1β e fator de necrose
tumoral alfa, cuja ação conjunta constitui interessante teoria para explicar a presença de
células inflamatórias nas paredes dos folículos sebáceos (HASSUM, 2000, p.11).
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5-CLASSIFICAÇÃO DA ACNE
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Grau II- acne inflamatória ou papulo-pustulosa, em que se associam aos comedões,
pápulas e pústulas de conteúdo purulento. A intensidade do quadro é variável, com
poucas a numerosas lesões e eritema inflamatório também variável. (ESTEINER;
BEDIN; MELO., 2011).
Grau III, acne nódulo-cística, quando se somam nódulos mais exuberantes, se constitui
de seborréia, comedões abertos, pápulas e pústulas, com reação inflamatória intensa,
levando à formação de nódulos, que podem conter pus. (ESTEINER; BEDIN; MELO.,
2011)
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Grau IV, acne conglobata, na qual há formação de abscessos e fístulas (TEIXEIRA
&FRANÇA, 2007).
2 Acne infantil: inicia-se entre o terceiro e sexto mês de vida, acometendo a face com
lesões inflamatórias; mais freqüente no homem, talvez seja devido à secreção precoce
de andrógenos gonadais;
• Acne do adulto: pode ser uma continuação da acne da adolescência ou ter início na
idade adulta. É mais freqüente na mulher e apresenta menor número de lesões com
pápulo-pústulas quando comparada ao adolescente, além de ser mais comum na região
mentoniana e mandibular e ter exacerbação com o ciclo menstrual;
• Acne andrógena: Ocorre pela produção excessiva de andrógenos por doença ovariana
ou adrenal;
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6-Etiopatogenia
7-Tratamento
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medicamentos descritos anteriormente ou a monoterapia sistêmica com isotretinoína
oral. (MENESES; BOUZAS., 2009).
São muitos fármacos eficazes, de uso tópico e sistêmico, que atuam nos
diferentes estágios de evolução das lesões de acne. Podem ser usados isoladamente ou
combinados, depende das características de cada doente. (VAZ., 2003).
Também estão disponíveis outras alternativas, tais como; extração manual dos
comedões; infiltração intralesional com esteróides nas lesões císticas; drenagem dos
abscessos e exérese (manobra crúrgica para retirada de parte ou totalidade de órgão
tecido, com finalidade terapêutica) de cistos; "peelings" superficiais de ácido glicólico e
ácido salicílico; técnicas de correções das cicatrizes da acne, como preenchimentos,
subcisão, excisão de cicatrizes profundas e abrasão cirúrgica. (ALCHORNE;
PIMENTEL., 2011).
7.1-Peeling Químico
Consiste na aplicação na pele, de uma ou mais substâncias químicas esfoliantes
com o intuito de melhorar ou remover as alterações antiestéticas da superfície cutânea.
É uma remoção controlada da pele fotoenvelhecida, levando a uma pele mais jovem, na
qual a epiderme e/ou derme alterada são substituídas. É indicado principalmente, para
rugas finas, melanoses e ceratoses actínicas, melasma, hiperpigmentações pós-
inflamatórias, acne e afélides. (AZULAY; AZULAY., 2008).
7.2-Drenagem Linfática
Pode ser indicada para os casos graves de acne, porém o segredo da massagem
está na drenagem linfática manual, que vai acalmar a acne, retirarando as toxinas que
comprometem a pele, acalmando as glândulas sebáceas e melhorando a qualidade da
cútis. A tensão, a agitação e o estresse são fatores estimulantes que podem provocar a
acne. O correto é as glândulas sebáceas funcionarem de 3 em 3 horas, mas, com a
agitação, elas trabalham sem parar. Como a massagem é altamente relaxante, ela vai
acalmar esse processo. (MEZZOMO., 2007).
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7.3-Psicoterapia
Ainda que, do ponto de vista clínico, a intensidade possa ser considerada banal,
não se deve desvalorizar a queixa e o sofrimento psicológico embutidos no processo. As
repercussões na auto-estima da maioria dos jovens são evidentes. A participação do
neuropeptídeo substância P pode explicar o agravamento da acne em situações de
grandes tensões emocionais. (AZULAY; AZULAY., 2008).
7.4-Laser e Fototerapia
Uma nova linha terapêutica está tomando cada vez mais o lugar de tratamentos
com cremes, são os aparelhos de laser e de fototerapia. Neste último grupo, através da
aplicação de uma fonte de luz na pele acometida, pelo menos 2 vezes por semana, em
torno de 15 minutos cada sessão, a acne inflamatória reduz drasticamente num período
de 2 meses. A bactéria propioniumbacterium acnes é extremamente sensível a esta luz,
logo, ela é destruída após aplicações repetidas. Ou seja, diminuindo a população desta
bactéria, diminui o processo inflamatório e infeccioso da acne, melhorando o quadro do
paciente. Já o laser atua na derme profunda, onde estão localizadas as glândulas
sebáceas. Através de um aquecimento intenso nesta região, estas glândulas diminuem
sua atividade de secretar sebo para a superfície da pele, melhorando a seborréia e
conseqüentemente a acne. Devido a esta atuação na derme, o aquecimento vai promover
a formação de um novo colágeno, levando, também, a uma melhora das cicatrizes da
acne. Porém, não se deve esquecer que o melhor tratamento ainda é o convencional, ou
seja, a limpeza da pele e que estas novas terapêuticas podem ser combinadas com ela ou
uma opção para tratar os pacientes resistentes aos tratamentos convencionais ou que não
possam fazer uso das medicações. O laser tem sido usado há algum tempo como
tratamento para reduzir cicatrizes deixadas pela acne, porém estão sendo feitas
pesquisas para utilização do laser na prevenção da acne. (MEZZOMO., 2007).
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8-CONCLUSÃO
Com base no trabalho apresentado, pode-se concluir que a acne é uma doença
muito comum entre adolescentes durante a fase da puberdade. Porém pode ocorrer em
mulheres maduras. Não possui restrição de classe social ou raça, sendo pouco comum
em orientais.
Por ser uma doença muito comum, existe uma grande demora pela procura de
tratamento, o que pode dificultar no resultado deixando cicatrizes indeléveis. Com isso
há maiores chances de afetar psicologicamente esse paciente levando a uma baixa auto-
estima grave. Não se deve desconsiderar os efeitos psicológicos que acne pode causar
nos indivíduos, sendo de extrema importância, um contínuo acompanhamento
profissional do paciente.
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9-REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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