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ATUALIZAÇÃO SOBRE A ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA


DERMATOFUNCIONAL NO LINFEDEMA

Paula Fachina

Orientadora: Profa. Dra. Cristiane Soncino Silva

Pós-Graduação Lato Sensu em


Fisioterapia Dermatofuncional

Ribeirão Preto
2018
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ATUALIZAÇÃO SOBRE A ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA


DERMATOFUNCIONAL NO LINFEDEMA

Paula Fachina
e-mail: paulafac_94@hotmail.com

ORIENTADORA: Profa. Dra. Cristiane Soncino Silva

Trabalho realizado e defendido para obtenção


do título de Pós-Graduação Lato Sensu em
Fisioterapia Dermatofuncional

Ribeirão Preto
2018
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RESUMO

O Câncer é uma neoplasia crônica, caracterizada por alterações do código genético devido ao
crescimento desordenado das células de forma lenta e de desenvolvimento rápido de acordo
com a renovação celular proporcionando dano genético, físico, químico ou biológico. De
acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), anualmente um terço dos novos casos que
surgiram, poderiam ser prevenidos, devido o câncer esta interligado com o tempo e ambiente.
Utiliza-se como abordagens terapêuticas a quimioterapia, hormonioterapia, radioterapia e a
cirurgia, assim não possibilitando sua propagação. As cirurgias são classificadas como
Tumorectomia, Quadrantectomia, Mastectomia (Radical Modificada / Tipo Patey/ Tipo
Madden), as mesmas podem apresentar complicações cirúrgicas imediatas ou tardias como
exemplo principal o linfedema. O parecer do procedimento cirúrgico mais indicado, ira
proceder de acordo com o estado clínico, idade da paciente, o envolvimento ou o não
comprometimento axilar através do linfonodo sentinela. O linfonodo é caracterizado por um
grande acúmulo de fluído e proteínas extravasculares e extracelulares que se localizam no
espaço tecidual devido a uma deficiência no transporte do sistema linfático. O tratamento
fisioterapêutico do mesmo deve ser de início imediato, atuando nos trajetos do sistema
linfático possibilitando uma reabsorção e direcionamento do líquido acumulado, utilizando
como principais técnicas a Drenagem Linfática Manual, Enfaixamento Compressivo/
Contenção Elástica e Cinesioterapia que resultam de forma mais eficaz. Desta forma, o
objetivo da pesquisa foi verificar na literatura a atuação da fisioterapia dermatofuncional no
linfedema de MMSS pós-cirúrgico de câncer de mama. O estudo foi realizado a partir de uma
revisão da literatura. As pesquises dos artigos foram feitas nos meses de Julho de 2017 à
Janeiro de 2018, em português, inglês e espanhol, a partir de acessos de domínio público:
portal BIREME (Centro Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde),
que incluiu busca nas bases e portais LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde), MEDLINE (National Library of Medicine/NLM), SciELO (The
Cochrane Librarye Scientific Eletronic Library Online); PubMed (National Library of
Medicine/ NLM); Ask Medline e Google Acadêmico. Publicações citadas como referências
nos artigos selecionados foram incluídas nesta revisão. A partir destes descritores selecionou-
se 27 artigos publicados entre o anos de 2008 à 2016. Conclui-se que, embora sejam amplos
os tipos de tratamentos fisioterapêuticos dermato funcionais os que adquirem resultados mais
eficazes e que apresentaram destaque foram as técnicas de Drenagem Linfática Manual,
Enfaixamento Compressivo/ Contenção Elástica e Cinesioterapia.

Palavras-chave: Câncer de Mama, Linfedema, Mastectomia, Fisioterapia, Tratamento.


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ABSTRACT
Cancer is a chronic neoplasm, characterized by changes in the genetic code due to the
disordered growth of cells slowly and rapidly developing according to cell renewal providing
genetic, physical, chemical or biological damage. According to the National Cancer Institute
(INCA), annually a third of new cases that have arisen could be prevented, because cancer is
intertwined with time and environment. Chemotherapy, hormone therapy, radiotherapy and
surgery are used as therapeutic approaches, thus not allowing its propagation. Surgeries are
classified as Tumorectomy, Quadrantectomy, Mastectomy (Radical Modified / Patey Type /
Madden Type), which may present immediate or late surgical complications as a prime
example of lymphedema. The opinion of the surgical procedure most indicated will proceed
according to the clinical status, age of the patient, involvement or non-axillary involvement
through the sentinel lymph node. The lymph node is characterized by a large accumulation of
extravascular and extracellular fluids and proteins that are located in the tissue space due to a
deficiency in the transport of the lymphatic system. The physiotherapeutic treatment of the
same should be of immediate onset, acting in the lymphatic system pathways, allowing a
reabsorption and targeting of the accumulated fluid, using as main techniques Manual
Lymphatic Drainage, Compressive Banding / Elastic Containment and Kinesiotherapy that
result in a more effective way. Thus, the objective of the research was to verify in the
literature the performance of dermato-functional physiotherapy in the lymphoedema of post-
surgical MMSS of breast cancer. The study was carried out from a literature review. The
articles were searched from July 2017 to January 2018, in Portuguese, English and Spanish,
from public domain accesses: BIREME portal (Latin American and Caribbean Center on
Health Sciences Information), which including search in the databases and portals LILACS
(Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences), MEDLINE (National Library
of Medicine / NLM), SciELO (The Cochrane Library and Scientific Electronic Library
Online); PubMed (National Library of Medicine / NLM); Ask Medline and Google Scholar.
Publications cited as references in the selected articles were included in this review. From
these descriptors, 27 articles published between the years 2008 and 2016 were selected. It is
concluded that, although the types of physiotherapeutic treatments dermato functional are the
ones that acquire the most effective results and that have stood out were the techniques of
Manual Lymphatic Drainage, Compressive Banding / Elastic Containment and
Kinesioterapia.

Key words: Breast Cancer, Lymphedema, Mastectomy, Physiotherapy, Treatment.


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INTRODUÇÃO
O câncer é uma neoplasia crônica, que tem como característica alteração do código
genético devido ao crescimento desordenado das células de forma lenta e de desenvolvimento
rápido de acordo com a renovação celular proporcionando dano genético físico, químico ou
biológico. È uma patologia heterogênea que consiste na formação de um tumor maligno, onde
o tecido normal é invadido pelas células cancerígenas e disseminado para todo o corpo
(INUMARU; SILVEIRA; NAVES, 2011; MARQUES; MARTINS; MACHADO, et al,
2015).
O câncer de mama é o segundo mais frequente entre os demais tipos, sendo
predominante em mulheres, possuindo alta incidência e sendo responsável por 14% do total
de mortes neoplásicas na população feminina. Sua etiologia resulta-se da predisposição
genética normalmente apresentada em parentes de primeiro grau com excesso de estrógeno
endógeno, o uso de contraceptivos orais, tabagismo, gravidez tardia, obesidade, menor tempo
de amamentação, estresse e ingestão de bebida alcoólica. Mais também existem fatores
influenciáveis na proteção como variáveis ginecológicas, antropométricas, história da
amamentação e atividade física. Calcula-se que de 90% a 95% dos ocorridos sejam não
familiares, sendo resultantes de mutações somáticas observadas ao decorrer da vida. E apenas
de 5% a 10% apresentam-se como hereditário. Sendo assim, a incidência do câncer de mama,
apresenta altos riscos principalmente em mães ou irmãs com a doença desenvolvida que
estejam na menarca precoce e menopausa tardia e também mulheres anteriormente com
hiperplasia epitelial atípica, com a vulnerabilidade genética, idade do primeiro parto após os
30 anos, nuliparidade e fator genético. As causas ambientais também influenciam a este
câncer em pessoas com diferenças geográficas, estando associadas com o processo de
industrialização, agentes químicos, físicos e biológicos (INUMARU; SILVEIRA; NAVES,
2011; MARQUES; MARTINS; MACHADO, et al, 2015; PEREIRA; HORA; LUZES, et
al,2015).

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), anualmente um terço dos novos


casos que surgiram, poderiam ser prevenidos, de acordo que o câncer esta interligado com o
tempo e lugar assim observando que populações que migraram de seu país de origem iram ter
alterações nas taxas de incidência variando de acordo com as condições ambientais e não pela
genética. (INUMARU; SILVEIRA; NAVES, 2011).
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O câncer de mama é um problema mundial na saúde pública. E utiliza-se como


abordagem terapêutica a quimioterapia, hormonioterapia, radioterapia e a cirurgia para obter
um controle local ou regional, não possibilitando a propagação. As cirurgias podem ser
tumorectomia que é a retirada do tumor sem margens de tecido circunjacente até 1 cm de
diâmetro, ou quadrantectomia, que seria a remoção de um quadrante ou uma porção da
glândula mamária que localiza- se o tumor de 2 a 2,5 cm e também é inserido a aponeurose
subjacente com ou sem segmento cutâneo e pode-se aplicar a técnica de linfonodo sentinela e
cirurgias radicais como mastectomia destacando a radical modificada que se faz a retirada da
mama e o esvaziamento axilar radical utilizada para tumores maiores que 3 cm, não estão
fixados na musculatura e que não possibilita o tratamento conservador. Para essa mastectomia
existem duas variantes, tipo Patey, que realiza a retirada da musculatura de peitoral maior e
menor, glândulas mamarias que se localizam entre o III, IV, e V espaço intercostais e o
esvaziamento radical axilar. E o tipo Madden que isenta a retirada da musculatura de peitoral
maior e menor e dos espaços intercostais. Podem existir complicações cirúrgicas imediatas ou
tardias, apresentando sinais e sintomas podendo estar ligados ao linfedema como a má
cicatrização, o aumento do diâmetro do membro, síndrome da mama fantasma, alterações de
sensibilidade e funcionalidade, diminuição da amplitude de movimento das articulações do
membro envolvido, dores, edema de membro superior, fraqueza muscular, encurtamento
muscular, alterações posturais, retrações cicatriciais/ queloide, alterações respiratórias, fibrose
tecidual, podendo apresentar desta forma dificuldade nas atividades de vida diária, causando a
mulher uma mudança dolorosa em sua vida ocasionando a mesma diminuição de auto-estima,
destruição física e comprometimento da sua sexualidade, não possibilitando uma melhor
aceitação de seu corpo e fazendo com que sofra uma perda de sua identidade (INUMARU;
SILVEIRA; NAVES, 2011; MARQUES; MARTINS; MACHADO, et al, 2015; JAMMAL;
MACHADO; RODRIGUES, 2008; QUINTO; MEJIA, 2011).
O parecer do procedimento cirúrgico mais indicado, ira proceder de acordo com o
estado clínico, idade da paciente, o envolvimento ou o não comprometimento axilar através
do linfonodo sentinela, que é uma técnica de conhecimento do linfonodo primário que adquire
a drenagem de células metastáticas e do resultado intra operatório . E quando obtém
necessidade de uma cirurgia agressiva, possibilita uma reconstrução mamária e realiza
diversas mensurações como a cirtometria, volumetria e bioimpedância elétrica que possibilita
dizer o grau que o linfedema encontra-se e quando apresentado uma desigualdade entre
membros, se é diagnosticado linfedema, de forma que no momento que os vasos linfáticos são
retirados ou danificados, o fluído linfático se concentra nos espaços intersticiais devido ao
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mal funcionamento da via de transporte linfático que foi prejudicado (HAMAJI; SOUSA;
JUNIOR, et al, 2014; OLIVEIRA; CESAR, 2008; QUINTO; MEJIA, 2011).
O linfedema encontra-se em um estado crônico, grave e progressivo caracterizado por
um grande acúmulo de fluido e proteínas extravasculares e extracelulares que se localizam no
espaço tecidual devido a uma deficiência no transporte do sistema linfático consequente de
traumas, lesões, linfadenectomia ou enfermidades infecciosas e crônicas característico de
linfedema secundário, acarretando sinais e sintomas como o aumento do diâmetro do membro
ocasionando um estiramento da pele que pode levar ou não a uma rotura e infecção, rigidez,
diminuição da amplitude de movimento das articulações, fibro edema gelóide e problemas de
imagem corporal. Também pode apresentar distúrbios sensoriais na mão, diminuição das
tarefas funcionais, deformidade estética, desconforto físico, episódios de erisipela e estresse
psicológico. O linfedema pode ser fracionado em quatro fases, a primeira designa-se com um
mínimo aumento da linfa intersticial ,classificada como reversível, conforme o edema
desenvolve-se, transforma-se fibrótico no fluido intersticial, torna-se irreversível, designado
como fase dois. A fase três, normalmente acontece após intervenções contra o câncer de
mama, em que ocorre um alto grau de fibrose linfostática e um grande aumento de volume e a
fase quatro apresentando-se como a de maior gravidade, seria o desenvolvimento para a
elefantíase (LEAL; CARRAR; VIEIRA, et al, 2009; TACANI; MACHADO; TACANI, 2012;
QUINTO; MEJIA, 2011).
A incidência de Pacientes pós-mastectomizadas apresentarem o linfedema, é de 20% a
30% estando relacionada com fator de risco de prolongamento de dissecção axilar do nódulo,
radioterapia em axila e em supra clavicular, quimioterapia, extensão do câncer avançado no
diagnóstico, restrigimento de amplitude de movimento, obesidade, idade avançada, difícil
cicatrização de feridas, infecções pós-operatórias e repetições de câncer nos gânglios
linfáticos axilares. O desenvolvimento do linfedema pode ocorrer desde o pós-operatório
imediato até o tardio (LUZ; LIMA, 2011).
O tratamento fisioterapêutico de linfedema deve ter início imediato, atuando nos
trajetos do sistema linfático possibilitando uma reabsorção e direcionamento do líquido
acumulado no local edemaciado para as regiões normais e possibilitando assim a estimulação
da drenagem nas vias colaterais, com objetivos de evitar adversidades circulatórias e
osteomioarticulares, prevenir aderências, cicatrizes e queloides, permitir as atividades de vida
diária, recuperar a amplitude de movimento, diminuir o quadro álgico, precaver o linfedema,
proporcionar uma reeducação postural e estimular a auto-estima. A intervenção deve ser
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realizada com cooperação consciente do paciente para que o mesmo possa visualizar a
evolução do seu processo de reabilitação (LUZ; LIMA, 2011; QUINTO; MEJIA, 2011).
Os recursos fisioterapêuticos utilizados no tratamento de linfedema são: fisioterapia
complexa descongestiva (FCD), compressão pneumática intermitente (CPI), drenagem
linfática mecânica, tratamentos a LASER, TENS, micro-ondas, ultrassom, termoterapia,
balneoterapia, estimulação elétrica de alta voltagem (EEAV), automassagem e hidroterapia,
sendo as mais comuns utilizadas: drenagem linfática manual, enfaixamento compressivo,
contenção elástica ou malhas compressivas e cinesioterapia (LUZ; LIMA, 2011; QUINTO;
MEJIA, 2011).
Desta forma o objetivo da pesquisa foi verificar na literatura a atuação da fisioterapia
dermatofuncional no linfedema de MMSS pós-cirúrgico de câncer de mama.

METODOLOGIA
O estudo foi realizado a partir de uma revisão da literatura. As pesquisas dos artigos
foram feitas nos meses de Julho de 2017 à Janeiro de 2018, em português, inglês e espanhol, a
partir de acessos de domínio público: portal BIREME (Centro Latino Americano e do Caribe
de Informação em Ciências da Saúde), que incluiu busca nas bases e portais LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (National
Library of Medicine/NLM), SciELO (The Cochrane Librarye Scientific Eletronic Library
Online); PubMed (National Library of Medicine/ NLM); Ask Medline e Google Acadêmico.
Publicações citadas como referências nos artigos selecionados foram incluídas nesta revisão.
A busca foi realizada através das seguintes palavras-chaves: Câncer de Mama, Linfedema,
Mastectomia, Fisioterapia, Tratamento. A partir destes descritores selecionou-se 27 artigos
publicados entre o anos de 2008 à 2016.
Em seguida, realizou-se a leitura detalhada dos artigos selecionados para a
descrição do tema, a fim de descrever sobre Atuação Fisioterapêutica Dermatofuncional no
Linfedema e todos os tratamentos estéticos realizados.

DESENVOLVIMENTO E DISCUSSÃO
Após o procedimento cirúrgico do câncer de mama, pode-se obter como sequela o
linfedema devido à quantidade de linfonodos retirados durante a técnica, radioterapia axilar,
infecções no membro operado, idoso e ao peso elevado (PACHECO; FILHO; MELO, 2011).
O sistema linfático provém de e regiões intersticiais compostas por capilares, vasos,
ductos linfáticos e linfonodos. Estando no seu estado normal, a sua eficácia para o transporte
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equivale às necessidades fisiológicas, porém, superior ao normal, ocasiona uma sobrecarga


linfática e como consequência resulta-se no aumento do débito linfático originando-se a um
grau extremo de transporte surgindo assim o edema (PACHECO; FILHO; MELO, 2011).
Portanto, o linfedema resulta em um desconforto físico, redução da amplitude de
movimento, sobrepeso do membro e assimetria corporal, abalando o emocional e reduzindo a
autoestima da paciente (PACHECO; FILHO; MELO, 2011).
A Fisioterapia é uma ciência utilizada para o conhecimento do movimento humano,
melhoria da saúde, prevenção de patologias e restauração do indivíduo, de modo que
possibilite uma melhor qualidade de vida. Na mesma, se enquadra uma vasta extensão para
atuação, sendo as diversas aceitas pelo Coffito, a fisioterapia dermatofuncional, abrange as
anomalias físico-estético-funcionais consequente de patologias, técnicas cirúrgicas e /ou
sequelas que influenciam de forma direta ou indireta a integridade do complexo tegumentar.
Assim, atuando na forma preventiva e de reabilitação em disfunções dermatológicas
(dermatoses, acne, rosácea), disfunções vasculares (fleboedemas, lipedemas, linfedemas),
disfunções cicatriciais (queimaduras, cicatrizes hipertróficas, queloides, deiscências, úlceras),
disfunções estéticos (fibroedema geloide, estrias atróficas, lipodistrofias) e pós-operatórios de
cirurgias plásticas (reparadoras, estéticas, vasculares, entre outras), (TACANI; MACHADO;
TACANI, 2009).
No linfedema, a fisioterapia dermatofuncional, atua com uma variedade de recursos, e
por ser uma patologia crônica, existe uma variação de tratamentos propostos que envolvem
uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e
terapeutas ocupacionais, na qual se obtém um bom resultado quando os procedimentos e
recursos são integrados (PANOBIANCO; SOUZA; PRADO, et al, 2009).
As intervenções fisioterapêuticas são constituídas por duas fases. A primeira
conhecida como fase intensiva, contendo nela a fisioterapia complexa descongestiva (FCD) e
nela se integra as técnicas de drenagem linfática manual (DLM), enfaixamento compressivo
funcional (ECF), exercícios terapêuticos, kinesiotape (K-TAPE), contenção elástica,
compressão pneumática intermitente (CPI), cuidados com a pele e precauções para a vida
diária. Obtendo como resultado a diminuição máxima do volume do braço associado com a
estética e funcionalidade do mesmo. Sua duração varia de acordo com a gravidade que se
encontra o caso, diversificando de 3 semanas até 3 meses, concluindo-a quando obtido a
diminuição máxima de volume do braço (parcial ou total). Essa técnica é totalmente
administrada pelo fisioterapeuta. Já a segunda fase conhecida como fase de manutenção, os
métodos mais utilizados são a automassagem linfática, exercícios funcionais, uso de
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braçadeira e cuidados com a pele, com o objetivo de adquirir uma diminuição do volume do
linfedema. Essa fase começa ao fim da fase intensiva e tende a durar o máximo de tempo em
que tiver a redução do volume do membro, tendo como objetivo a manutenção e controle do
linfedema. Nesta fase encontra-se apenas técnicas que são auto aplicadoras, sendo a mesma
administrada apenas pelo paciente (LEAL; DIAS; CARRARA, et al, 2011).

Vários são os tratamentos dermatofuncionais utilizados nos procedimentos de


linfedema pós-mastectomia que estão interligados ao público que os procuram, assim sendo
os mais comuns utilizados: Drenagem Linfática Manual, Enfaixamento Compressivo/
Contenção Elástica e Cinesioterapia (QUINTO; MEJIA, 2011).

1. Drenagem Linfática Manual (DLM)

Este procedimento foi descrito pelo casal dinamarquês Emil e Estrid Vodder na década de
30, desde então outros cientistas como Foldi e Kuhnke (Alemanha), Cashley-Smith
(Austrália) e Leduc (Bélgica), desenvolveram baseando-se neste método experimental a
estrutura científica do recurso e geraram preceitos em Drenagem Linfática Manual. Esta por
sua vez, apresentada através da técnica de Vodder e Leduc que seguem o trajeto do sistema
linfático, exibe alterações somente no movimento, em que Vodder manuseia através de
movimentos em círculos, rotativos e de estímulos, no entanto, Leduc sugere gestos limitados
(divisão do membro em partes antero - medial e póstero – medial). Mas as duas estratégias
conectam-se em três variedades de manobras: captação (adquirida no edema, a captação da
linfa é feita através dos capilares linfáticos), reabsorção (que ocorre nos pré-coletores e
coletores linfáticos) e evacuação da linfa (sendo os linfonodos os responsáveis por ocasionar o
escoamento de linfa procedente dos coletores linfáticos), assim as mesmas são feitas de forma
lenta, rítmica, contínua, com pressão suave (de 30 a 40 mmHg, para que propulcione o líquido
intersticial para o interior dos capilares linfáticos, entretanto deve ter cautela para que seja
menor que a pressão interna dos capilares linfáticos e sanguíneos), de feitio relaxante e
seguindo o trajeto do sistema linfático de retorno/ centripetamente (para não provocar colapso
linfático). Aconselha-se então, que seja realizada o quanto antes por todo o corpo de forma
que na mesma região tenha de cinco a sete repetições (ZANELLA; RUCKL; VOLOSZIN,
24/01/2018; ALENCAR; MEJA, 24/01/2018).

A DLM é um método de massagem manual composta por diversos tipos de manobras


específicas que percorrem o caminho do sistema linfático, de modo que tenha uma
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estimulação linfática (local do modo de evacuação) e que seja realizada iniciando da porção
proximal, planejando assim drenar o líquido acumulado no interstício celular, possibilitando o
esvaziamento prévio dos meios por onde a linfa ira prosseguir, adquirindo a retirada de
toxinas a fim de nutrir e oxigenar o local e também proporcionar uma adequada circulação,
agilizando a cicatrização, promovendo uma eficácia na absorção de hematomas e de
contusões, permitindo novamente a percepção da sensibilidade, assim restabelecendo o
equilíbrio e a eficácia do transporte linfático (ZANELLA; RUCKL; VOLOSZIN, 24/01/2018;
ALENCAR; MEJA, 24/01/2018).
Esta técnica é qualificada para possibilitar resultados em diversificados procedimentos
estéticos, sendo indicada para contenção hídrica, disfunções dermatológicas, rigidez muscular,
ciclos pré-menstrual, pré e pós-operatório de cirurgias, rejuvenescimento, celulite, redução do
linfedema, prevenção de cicatrizes hipertróficas/ queloide, precaução de doenças do sistema
imunológico, entre outras. Entretanto é contraindicada em casos de edemas cardíacos e renais,
processos inflamatórios, trombose venosa profunda, câncer, descompensação circulatória,
erupções de pele/ ferimentos, extremos de idade, patologias malignas e apresentam contra
indicações absolutas para tumores malignos, tuberculose, infecções e reações alérgicas
agudas, edema sistêmicos de princípio cardíaco ou renal, insuficiência renal e trombose
venosa. E ainda apresentando como contra indicação relativa, hipertireoidismo, menstruação
com grande fluxo, asma, bronquite, flebite, hipotensão arterial e afecções da pele (SANTOS,
10/08/2017; ALENCAR; MEJA, 24/01/2018).
Os efeitos da DLM contribuem para acréscimo da circulação sanguínea e linfática,
gera reabsorção do excesso de líquido e das proteínas que estão no espaço intersticial, além da
filtração que ocorre nos capilares presentes no sangue, beneficiando a contração muscular
(musculatura lisa e vasos sanguíneos)/ capacidade linfática (restaurando a circulação
periférica que foi lesada, assim conservando o edema discretamente), proporcionando
relaxamento musculoesquelético/ recuperação da oxigenação e nutrição celular/ analgesia
(pelos estímulos nas fibras sensoriais através dos receptores táteis periféricos que não
receberam tanto impulso de dor)/ reatando a corrente circulatória periférica da lesão (assim
enriquecendo a textura e elasticidade durante o processo cicatricial)/ diminuição da formação
de fibrose (ao redor do adipócito) e de nódulos sobre a pele. Já os efeitos secundários é a
atuação no sistema nervoso vegetativo, promovendo estímulos parassimpáticos, ocasionando
assim um relaxamento e uma prática sedativa nos reflexos de dor operando então nos gânglios
do sistema imunológico (SANTOS, 10/08/2017).
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2. Enfaixamento Compressivo/ Contenção Elástica

As técnicas de compressão externa são integradas por enfaixamento compressivo e


contenção elástica (TABOAS; TORRES; POPIK, et al, 2013).
É um procedimento que se encontra ligado com a DLM, para que o resultado obtido na
drenagem possa aumentar com o uso terapia compressiva. Este recurso é indicado para que
não permita a retenção de líquido no membro afetado, estabilizando assim o volume do braço.
O enfaixamento é representado na função de ligaduras de baixa elasticidade, em camadas
duplicadas em cima de um componente de proteção (algodão) da pele, intervindo em sinergia
com o musculo por um acréscimo de pressão intersticial no período da constrição (o percurso
de contração muscular ocorre uma alta pressão e na etapa de relaxamento, um decréscimo da
pressão). Na fase aguda, é muito eficiente, pois age com vigor na reabsorção do edema que
estava presente e também não permitindo o extravasamento subsequente dos fluidos, de forma
que a diminuição do linfedema varia de 25% a 70%. O mesmo é realizado na fase de
manutenção de forma que seja utilizado diariamente e posteriormente passar a frequência de 3
vezes semanais e somente permite-se a retirada enquanto a paciente dorme (TABOAS;
TORRES; POPIK, et al, 2013; BERALDO, 09/08/2017).

A terapia compressiva quando composta pelo enfaixamento compressivo,


pode-se associar com a cinesioterapia, assim quando ligados, mudam a dinâmica capilar,
venosa, linfática e tissular, gerando então um acrécimo na pressão intersticial promovendo
uma eficácia no bombeamento muscular (BERALDO, 09/08/2017).
Este método é contra indicado em casos de Patologias Arteriais Obstrutivas Periféricas
grave, insuficiência cardíaca descompensada e neuropatia periférica grave. E tende observar
de forma especial pacientes com infecções cutâneas agudas, diabetes melitus, déficits
sensitivos e insuficiência cardíaca controlada (TABOAS; TORRES; POPIK, et al, 2013).
No entendo a contenção elástica, por sua vez, diferente do método anterior, executa a
pressão de forma ininterrupta, mesmo durante o repouso. A mesma deve ser aconselhada
durante a fase de manutenção devido o seu resultado ser preventivo em relação ao edema e
também por ser protetor a traumatismos. Há meias/ mangas/ braçadeiras de quatro variedades,
com luva e dedos, apenas na região metacarpo falangeana com polegar, somente metacarpo
falangeana sem polegar e até o punho, sendo classificadas por pressão que executam em
classe I – 18 a 21 mmHg, classe II – 23 a 32 mmHg, classe III – 34 a 46 mmHg (a mais
indicada para linfedema de membro superior), classe IV - > 49 mmHg. De uma forma integra,
o vestuário de compressão deve trocado a cada 4 a 6 meses, nas quais se danificam devido a
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diminuição de elasticidade e sozinho torna-se ineficiente. E sendo contra indicado em casos


de insuficiência cardíaca descompensada, distorção grave do formato do membro, linforreia,
úlceras cutâneas amplas e neuropatia periférica grave (TABOAS; TORRES; POPIK, et al,
2013; LUZ; LIMA,2011).

3. Cinesioterapia

Devido à elevada quantidade de mulheres operadas por câncer de mama, em 1985,


Alabama começou no estado americano, um projeto de exercícios em equipe composto por
diversos profissionais e fundamentalmente a fisioterapia, com o propósito de privilegiar a
particularidade de vida de cada paciente. A partir deste conhecimento, vem sendo
desenvolvido outros estudos para que tenha um melhor desempenho sobre o assunto. Porém
mulheres com câncer de mama que precisam de procedimentos cirúrgicos necessitam ser
incluídas em uma reabilitação fisioterapêutica no pré-operatório, para que possa obter
informações gerais, de exercícios, posicionamentos no leito e métodos respiratórios, tornando-
se essencial no pós-operatório (ALMEIDA, 26/11/2017).
A cinesioterapia é um tratamento substancial para retornar a função física e reinserção
laboral, social e funcional de pacientes pós-cirúrgicas. Através desta, indica-se atividades de
alongamento muscular, exercícios ativo-livre e ativo-assistidos no membro afetado, assim
possibilitando analgesia e reabilitação dos movimentos funcionais do braço (RETT;
MESQUITA; MENDONÇA, et al, 2012).
O mecanismo fisioterapêutico utilizado na cinesioterapia são movimentos de flexão,
extensão, abdução, adução, rotação interna e rotação externa feitos com o braço, de forma
separada ou associada. Alguns protocolos indicam que os manuseios feitos no ombro devem
ser imediatos e também se enquadra a uma flexão e abdução de 40º nos dois primeiros dias de
pós-operatório, 45º no terceiro dia e de 45º a 90º do quarto ao sétimo dia, tornando-se livre os
movimentos após, a partir de então, possibilitaria uma restauração eficaz dos movimentos de
ombro, sem provocar piora na cicatrização e o surgimento de aderências e retrações. Os
mesmos iniciam de forma mais simples pela cabeça, ombro, antebraço, mão e punho, sendo
substituídos posteriormente por atividades dinâmicas em posicionamento dorsal e lateral com
repetições para possibilitar a consciência corporal da paciente. O tratamento possibilita que o
resultado seja perceptível em dois meses, possibilitando os movimentos normais de cintura
escapular (ALMEIDA, 26/11/2017).
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Esse procedimento evita complicações de aderência cicatricial, retrações, fibrose e


queloide, dor no local da incisão cirúrgica e em cervical, sensibilidade alterada, alterações
posturais, respiratórias, circulatórias e osteoarticulares, linfedemas, amplitude de movimento
diminuída, fraqueza, encurtamentos musculares e alterações psicológicas (alteração de auto-
imagem). O mesmo contem objetivos de adquirir a força muscular, alongar a musculatura,
beneficiar o condicionamento físico, obter amplitude de movimento, reduzir aderências
cicatriciais, promover relaxamento muscular e uma reeducação postural (ALMEIDA,
26/11/2017).
Sendo o câncer de mama o que apresenta o maior número de óbito em mulheres que
realizam cirurgias independentes da abordagem feita, varias complicações podem surgir no
pós-operatório, sendo o linfedema o mais comum observado devido o esvaziamento dos
linfonodos axilares ocasionado (CENDRON; PAIVA; DARSKI, et al, 2015).
Analisando os resultados dos artigos da revisão literaria, foram pesquisados alguns
fatores que possibilitam a regeneração da função linfática tal como a linfangiogêneses
(princípio de crescimento vascular endotelial linfático, anastomoses linfolinfáticas e remoção
intersticial de proteína), além de métodos fisioterapêuticos que são fundamentais para o
tratamento de linfedema secundário no pós operatório de câncer de mama (OLIVEIRA;
AMARAL; GURGEL, 2015).
Segundo Oliveira, Amaral, Gurgel, 2015, a dissecção axilar impede a passagem do fluxo
linfático ocasionando assim uma maior pressão hidrostática dentro dos vasos, acarretando
uma vasodilatação e causando refluxo linfático. Desta forma, estudam-se meios que possam
estar ligados a reestruturação do sistema linfático (linfangiogênese, que diminui a destruição
causada nos vasos linfáticos devido a dissecção axilar em que alguns eventos, o novo vaso
formado seria satisfatório para precaução do linfedema) e também procedimentos
fisioterapêuticos como drenagem linfática manual e exercícios miolinfocinéticos que possam
colaborar no pós-operatório de câncer de mama. Selecionaram de nove estudos com mulheres
operadas, em que a DLM foi incentivada no pós-operatório, já que a mesma amplia o fluxo
linfático sem ampliar a filtração capilar, assim ocasionando uma maior constrição dos
linfangions e maior infiltração das proteínas através dos capilares linfáticos. Já os exercícios
miolinfocinéticos, não tão eficazes quanto a DLM, incentivam o bombeamento musculo-
esquelético facilitando a drenagem linfática e venosa de forma que rearranjam o sistema
nervoso simpático em relação aos vasos linfáticos ocasionando contração e assim estimulando
o ganho da espessura capilar no musculo e a linfangiogênese no local comprometido,
colaborando para a precaução do linfedema em longo prazo. Os resultados obtidos neste
15

estudo, foram que o método de reabilitação do tecido linfático no pós-operatório de câncer de


mama e o progresso do linfedema, ainda necessitam de mais estudos.
Já Cendron, Paiva, Darski, et al, 2015, selecionou dez artigos para investigar através
de uma revisão sistemática a fisioterapia complexa descongestiva associada com
enfaixamento compressivo, K-TAPE ou compressão pneumática intermitente (CPI) afim de
obter maior redução do linfedema no membro acometido. Em seu estudo, a fisioterapia
complexa descongestiva (FCD), não apresenta melhora do linfedema estando correlacionada
com a compressão pneumática intermitente. A FCD relacionada com o enfaixamento
compressivo funcional (ECF), apresentou uma considerável diminuição do volume do
membro acometido, porém sendo realizada de forma separada ou em conjunto com a DLM,
apresenta maior eficiência. Porém deve-se considerar que o procedimento de ECF é aceito
melhor quando se encontra em um padrão de baixa pressão quando comparado com o de alta
pressão. E a FCD junto com a kinesiotape, apresentou redução do volume do membro
superior sendo este o método mais aprovado devido ao fato de transmitir maior conforto.
Sendo assim concluiu-se que a ECF, a CPI e a K-TAPE, são abundantemente aplicadas na
prática clínica por apresentarem proveitoso resultado de diminuição do linfedema no membro
acometido, entretanto quando os métodos foram correlacionadas entre si, não foi capaz de
relatar qual seria mais eficaz na obtenção do resultado esperado, desta forma, recomenta-se
novos estudos.
Conforme o estudo feito por Leal; Dias; Carrara, et al, 2011, um novo método de
intervenção terapêutica para o linfedema seria a estimulação elétrica de alta voltagem,
sugerido para dores agudas e crônicas, para um ganho de velocidade de reconstrução dos
tecidos, recuperação neuro-mescular, ampliação do fluxo sanguíneo venoso e redução do
edema. O mesmo deve ser comparado com o método de fisioterapia complexa descongestiva
(FCD), na qual analisou-se em 12 pacientes já submetidas ao procedimento cirúrgico de
esvaziamento linfático axilar apresentando diferença de 3 cm ou mais entre os membros
superiores e também que já realizavam tratamentos para o linfedema através da FCD,
apresentando-se no momento, na fase de manutenção. Separou então as pacientes em dois
grupos contendo seis indivíduos cada, onde no grupo 1, procedeu com o tratamento de FCD
associada com cinesioterapia, DLM e utilização de braçadeira. Já o grupo 2, aplicou-se a
estimulação de alta voltagem (EAV) composta por cinesioterapia e o uso de braçadeira. Os
dois grupos receberam o tratamento duas vezes semanais ao longo de sete semanas. Os
resultados deste estudo não apresentaram diferença entre os métodos utilizados quando
comparados, porém relatam que se obtêm resultados mais satisfatórios quando o tratamento é
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realizado aos sinais iniciais de linfedema, onde se reduz de forma mais eficiente na primeira
semana de tratamento, assim, após há terceira semana não se adquire um resultado
significativo, estando então na fase de manutenção onde é de fundamental importância a
permanência do tratamento para que haja uma estabilização do linfedema não adquirindo
assim, um ganho de medidas e mantendo-se a funcionalidade do membro.
Outro estudo feito por Barros, Panobianco, Almeida, et al, 2013, empregou como
objetivo, analisar a eficiência de um protocolo fisioterapêutico integrado por aplicações de
estimulação elétrica de alta voltagem (EEAV), em que segundo a literatura científica
apresentada no texto, a técnica, favorece a limitação da permeabilidade da microcirculação,
reduzindo assim o tamanho dos poros dos capilares e impossibilitando o deslocamento
proteico para a área intersticial, quando relacionado ao bombeamento da musculatura
esquelética e do músculo liso linfático, e o mesmo estando interligado com atividades
terapêuticas de automassagem e autocuidados para tratamento de linfedema para diminuir
volume, retomar a função e favorecer a aparência física. Participaram do estudo 17 mulheres
que acompanhavam tarefas no Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência na Reabilitação de
Mastectomizadas (REMA), da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo (EERP/USP), as mesmas haviam realizado mastectomia axilar unilateral,
apresentando linfedema de leve (menor que 3 cm) e moderado (de 3 a 5 cm) e que não
tivessem feito nenhum tratamento com braçadeira elástica, radioterapia e quimioterapia. O
procedimento prescrito no protocolo seria de 14 sessões, 2 vezes semanais a estimulação
elétrica nervosa transcutânea associada a corrente de alta voltagem, as atividades físicas feita
duas vezes semanais, em conjunto com todos os integrantes e seguindo sempre a sequência de
aquecimento de cadeias musculares, exercícios de amplitude articular, alongamento muscular
e relaxamento e finalizando com a indicação da automassagem uma vez ao dia. Concluindo
então, que o protocolo utilizado composto por EEAV, exercícios e automassagem, promoveu
um resultado satisfatório para a diminuição do linfedema dos membros envolvidos no estudo.
Sabe-se que além do tratamento, a relação social do paciente e pessoas envolvidas no
seu cotidiano (parentes, amigos e grupo dos quais participa), são de fundamental importância
para obter uma resposta positiva na atividade preventiva, na realização terapêutica e na
sobrevida. O papel de quem vai fornecer amparo ao paciente constitui-se de um vínculo
formal e informal de forma que possa transmitir um apoio emocional, cognitivo e material
para lidar com as circunstancias causadora de estresse. Neste caso, segundo pesquisas, o
objetivo de análise em 57 mulheres com linfedema de membro superior, é de investigas as
propriedades do apoio social em relação a respostas terapêuticas, sendo elas sujeitas ao
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tratamento inicial com enfaixamento compressivo, cinesioterapia, e orientações sobre


cuidados com a pele. E posteriormente realizado com malha compressiva. O apoio social
fornecido a essas pacientes foram avaliados através do questionário (Medical Outcomes Study
traduzido e validado no Brasil), sendo ele composto por cinco dimensões (material, afetivo,
emocional, informativo e interação social positiva), sendo ele íntegro por 19 itens e baseado
na escala tipo Likert composta por cinco opções de respostas (nunca, raramente, às vezes,
quase sempre e sempre). Desta forma é de importância observar que os resultados compostos
pelas melhores respostas terapêuticas foram quando obtiveram apoio efetivo, de informações
e emocional, na qual esta interligada com a Rede de Apoio Formal, sendo fundamental ao
Fisioterapeuta que a atende, de forma que a sua primordial ferramenta de trabalho são as mãos
assim transmitindo através delas proximidade, confiança e determinação ao receptor,
tornando-se substancial para um apoio eficaz. Desta forma concluiu-se através das pesquisas
que as mulheres analisadas demonstraram bons resultados diferenciados na extensão do apoio
social, e estes resultados não interferiram no tratamento fisioterapêutico de linfedema
secundário apesar de apresentar uma diminuição do volume percentual do membro acometido
(MARCHON; FERREIRA; DIAS, 2016).
Escritores relatam segundo estudos realizados no Serviço de Fisioterapia do Hospital
de Câncer III, do Instituto Nacional de Câncer (INCA) feito com 1.054 mulheres submetidas à
linfadenectomia, teriam como objetivo relatar os métodos utilizados neste local, para a
prevenção, diagnóstico e tratamento do linfedema do membro acometido para mulheres
sujeitas ao tratamento. Desta forma foi utilizado como conduta primária para a prevenção
orientações para a redução de exposição a fatores de risco (procurar tratamento aos primeiros
sintomas diagnosticados e iniciar o mesmo assim que possível, cuidados com o membro em
relação a hidratação/ uso de repelentes/ evitar traumas, queimadura e calor superficial ou
profundo), além de ensinar modos de desempenhar suas funções (domésticas, laborais e de
lazer), possuir uma vida saudável (de acordo com o consumo de alimentos, ofícios físicos,
gerenciamento de peso corporal) e quando crucial, direcionar a mesma para outras
especialidades (nutricionista, terapeuta ocupacional, psicólogo, médico, enfermeiro, entre
outros). No segundo método de conduta, desempenham um diagnóstico precoce (anamnese,
exame físico composto por relatos do paciente/ sinais e sintomas/ exames complementares,),
além das medidas feitas pela perimetria, usando-se como referencia a interlinha articular do
cotovelo, mensurando os centímetros a 7 e 14 cm acima (no braço) e 7, 14, e 21 cm abaixo
(no antebraço). E finalizaram a conduta de forma terciária com o recurso de Terapia Física
Complexa (TFC) ou linfoterapia, composta por diversas técnicas selecionadas de acordo com
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cada caso. A mesma fragmentada em fase primária tendo como foco a diminuição do volume
do membro superior, empregando atenção com a pele, DLM, enfaixamento compressivo e
exercícios miolinfocinéticos e a fase secundária, com o objetivo de manutenção e controle do
linfedema, aplicando malha compressiva, exercícios, automassagem linfática e cuidados com
a pele. Expondo-se assim o método adquirido pelo local. (FABRO; COSTA; OLIVEIRA, et
al, 2016).
Paz, Fréz, Schiessl, et al, 2016, elaborou uma revisão sistemática da literatura
composta por sete artigos com o propósito de analisar documentos e conferir o uso concreto e
intensivo do método de terapia complexa descongestiva (TCD) na diminuição do volume do
linfedema, porém em sua seleção, não constatou alguma revisão que menciona-se apenas a
fase intensiva da TCD, além de detectar que a maior parte dos artigos selecionados mostraram
imperfeição durante a avaliação e a falta de ocultar do indivíduo envolvido, o que são
considerados relevantes para que não haja interferência no procedimento. Mesmo assim,
concluiu-se que se obteve uma satisfatória revisão, onde comprovaram a existência real da
TCD em métodos de tratamento intensivo para o linfedema.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que, de acordo com o levantamento de dados realizados, obteve-se como
resultado do procedimento cirúrgico o desenvolvimento de linfedema de membro superior
como principal fator das diversas complicações associadas ao câncer de mama. Para esta
intercorrência, existem diversos tratamentos multiprofissionais, sendo de fundamental
importância a fisioterapia. Embora sejam amplos os tipos de tratamentos fisioterapêuticos
dermato funcionais, segundo os estudos, o que se adquire resultados mais eficazes e que
apresentaram destaque foram as técnicas de Drenagem Linfática Manual, Enfaixamento
Compressivo/ Contenção Elástica e Cinesioterapia. Porém os mesmos necessitam de mais
estudos.

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