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UNIVERSIDADE FEEVALE

TAYNARA MARTINS DOS SANTOS

INTERVENÇÃO NO ACOMPANHAMENTO DO HORMÔNIO DA


GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA EM CASOS DE DOENÇA
TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL

Novo Hamburgo
2019
TAYNARA MARTINS DOS SANTOS

INTERVENÇÃO NO ACOMPANHAMENTO DO HORMÔNIO DA


GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA EM CASOS DE DOENÇA
TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL

Artigo apresentado como requisito


para a obtenção do grau de Bacharel em
Biomedicina pela Universidade Feevale.

Orientador (a): Prof. Dra. Andréia Henzel

Novo Hamburgo
2019
SUMÁRIO

ARTIGO ..................................................................................................................................1

ANEXO – NORMAS DA REVISTA REVISTA BRASILEIRA DE GINECOLOGIA E


OBSTETRÍCIA ................................................................................................................ 12
LISTA DE ABREVIATURAS E
SIGLAS

DTG: Doença Trofoblástica Gestacional


hCG: (human Chorionic Gonadotropin) Gonadotrofina coriônica humana
MH: Mola Hidatiforme
MHC: Mola Hidatiforme Completa
MHP: Mola Hidatiforme Parcial
MHI: Mola Hidatiforme Invasora
NTG: Neoplasia Trofoblástica Gestacional
US: Ultrassonografia
FIGO: Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia
SJGO:Sociedade Japonesa de Ginecologia e Obstetrícia
RBGO: Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
SCIELO: Scientific Eletronic Library Online
LILACS: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
1

INTERVENÇÃO NO ACOMPANHAMENTO DO HORMÔNIO DA


GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA EM CASOS DE DOENÇA
TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL

Taynara Martins dos Santos 1 , Andréia Henzel 2


1 Aluno do Curso de Biomedicina, Universidade Feevale; 2 Professora de Epidemiolo gia,

Médica Veterinária e Pesquisadora do Laboratório de Microbiologia Molecular (LMM),


Instituto de Ciências da Saúde (ICS), Universidade Feevale, Novo Hamburgo, RS, Brasil.

RESUMO

Objetivo: O objetivo desse trabalho foi compilar artigos científicos que abordam o
monitoramento da mola hidatiforme (MH) através do hCG sérico. Este é considerado o
marcador biológico de relevância no diagnóstico da enfermidade e no acompanhamento das
pacientes.
Métodos: Foi realizada uma busca bibliográfica através das seguintes palavras-chave: Doença
Trofoblástica Gestacional, gravidez molar, gonadotrofina coriônica humana, mola hidatifo r me
em português. E como objetivo secundário foi realizada as mesmas buscas por palavras-chave
nos idiomas inglês e espanhol. As plataformas utilizadas para pesquisa foram: SCIELO e
LILACS. Após as buscas realizou-se a leitura dos artigos científicos que atendiam o escopo
dessa pesquisa.
Resultados: Com base na nossa busca, foi contabilizado 2.668 artigos nos 3 idiomas (inglês,
português e espanhol). Com base na estratificação das palavras-chave, foi observado artigos
científicos para todas as palavras de busca, exceto para DTG no idioma espanhol. No entanto,
com base no objetivo primordial do artigo, observou-se apenas 7 artigos que eram relevantes e
coerentes com a temática onde é abordado o monitoramento do hCG em pacientes com
diagnóstico de DTG, o que corresponde menos de 0,3 % das publicações.
Conclusões: Com base no que se observou nos 7 artigos que abordam o que deveria ser
considerado padrão-ouro no tratamento e no seguimento das pacientes, é sobre a real elucidação
desse tema no meio acadêmico e centros médicos. Podemos concluir que a falta de
conhecimento bem como trazer essa patologia como hipótese dos distúrbios gestacionais é que
poderia muitas vezes obter um diagnóstico e um tratamento mais assertivo para as pacientes.

Palavras-chave: Gravidez molar; Neoplasia; Seguimento; Diagnóstico


2

INTERVENTION IN THE FOLLOW-UP OF HUMAN CORIONIC


GONADOTROPHINE HORMON IN CASES OF TROPHOCBLASTIC DISEASE

Taynara Martins dos Santos 1 , Andréia Henzel 2

1 Student of the Biomedicine Course, Feevale University; 2 Professor of Epidemiolo gy,


Veterinary Medicine and Researcher of the Laboratory of Molecular Microbiology (LMM),
Institute of Health Sciences (ICS), Feevale University, Novo Hamburgo, RS, Brazil.

ABSTRACT

PURPOSE: The objective of this work was to compile scientific articles that deal with the
monitoring of hydatidiform mole (MH) through serum hCG. This is considered the biologica l
marker of relevance in the diagnosis of the disease and in the follow-up of the patients.
METHODS: A bibliographic search was performed through the following keywords:
Gestational Trophoblastic Disease, molar pregnancy, human chorionic gonadotrophin,
hydatidiform mole in Portuguese. And as a secondary objective, the same keyword searches
were conducted in English and Spanish. The platforms used for research were: SCIELO and
LILACS. After the research, the scientific papers that answered the scope of this research were
read.
RESULTS: Based on our search, we have posted 2,668 articles in 3 languages (Englis h,
Portuguese and Spanish). Based on the exactification of the keywords, scientific articles were
observed for all search words, except for DTG in the Spanish language. However, based on the
primary objective of the article, only 7 articles were found that were relevant and consistent
with the topic of the monitoring of hCG in patients diagnosed with GFR, which corresponds to
less than 0.3% of publications.
CONCLUSIONS: Based on what has been observed in the 7 articles that discuss what should
be considered gold standard in the treatment and follow-up of patients, it is about the real
elucidation of this topic in the academic and medical centers. We can conclude that the lack of
knowledge as well as bring this pathology as a hypothesis of gestational disorders is that it could
often obtain a diagnosis and a more assertive treatment for the patients.

Keywords: Molar pregnancy; Neoplasia; Follow-up; Diagnosis


3

INTRODUÇÃO

A Doença Trofoblástica Gestacional (DTG) é uma denominação de um grupo


de patologia proveniente da placenta humana, que apresentam um distúrbio no
mecanismo de fecundação, desenvolvendo uma conduta tumoral.1 A patologia DTG
constitui um grupo de doenças da placenta conhecidas como mola hidatiforme
completa (MHC) e mola hidatiforme parcial (MHP) capazes de evoluir para formas
invasoras e/ou malignas nomeadas Mola Hidatiforme Invasora (MI), coriocarcinoma,
tumor trofoblástico do sítio placentário.2
A MH é o grupo mais abrangente da DTG sendo a forma mais frequente e
considerada a forma benigna que potencialmente evolui para malignidade.3 A DTG
ocorre devido a um desequilíbrio placentário, que nada mais é que um aumento da
proliferação trofoblástica manifestando uma hipergênese variável e focal do
citrofoblasto e sinciciotrofoblasto.4 A gravidez molar está subdivida em duas
patogenias com características distintas, a MHC e MHP, que é através das diferenças
genéticas, histopatológicas, morfológicas e evolutivas é possível distinguir.5 Esse
desenvolvimento anormal de células do trofoblasto pode levar a MHC que nessa não
há a presença do embrião contendo apenas as células do trofoblasto, e já na MHP
tem o desenvolvimento do embrião com presença de focos hemorrágicos na placenta,
levando assim ao crescimento exacerbado do tecido placentário, causando morte
fetal.2 Independentemente do tipo de MH a transformação da placenta em vesículas
ocorre, sendo este uma das principais causas para analisar qualquer evidencia de
aborto espontâneo, por cirurgias ou provocados.6
A DTG é uma enfermidade relativamente rara, mundialmente, estima-se que de
cada 1.000 gestações, um caso de DTG ocorra. No Brasil, é reportado 5 a 10 vezes
mais relatos do que na Europa e América do Norte. A síndrome acomete mulheres em
qualquer fase da idade reprodutiva; no entanto mulheres com a idade inferior a 18
anos e superior a 40 anos tem risco seis vezes maior que mulheres nas diferentes
faixas etárias. A MHC é mais frequente nos extremos deste intervalo e a MHP com a
incidência maior acima dos 20 anos de idade.1,7,8
O resultado de uma gravidez molar nada mais é que a desordem no mecanismo
de fecundação, perdendo assim o controle natural, propagando-se de uma forma
anormal.1,9 Uma gravidez molar tem os mesmos sinais e sintomas de uma gestação
normal; no entanto no início as mulheres podem observar um atraso menstrual,
4

náuseas e vômitos que muitas vezes é mais intenso do que em mulheres com gravidez
normal além de um aumento do volume uterino comparado com a idade gestacional
em cerca de 20- 50% dos casos.10
Nos dias de hoje, o diagnóstico de MHC está sendo realizado com
antecedência, na maioria das vezes já no primeiro trimestre de gestação antes mesmo
dos sinais e sintomas clássicos de uma gestação molar.12 Na MHP o diagnóstico é
mais tardio, muitas vezes ocorrendo apenas com o exame de anatomopatológico do
material curetado.1,11,12,13 O exame utilizado para diagnóstico inicial usado
universalmente é a US e a aferição dos níveis de hCG, a partir desses exames é feito
a classificação.5 A US tem papel fundamental no diagnóstico de MH, é através desse
exame que é as vilosidades coriônicas da MHC, além de um edema difuso que tem
um padrão vesicular na US, nada mais é que múltiplos ecos anecogênicos dentro da
placenta, sem a presença do embrião e seus anexos.
No diagnóstico de MHP é visto espaços císticos focais na placenta, com a
aparência de “cachos-de-uva” além de presença de saco gestacional. Mulheres com
suspeita clínica de MH tem que ser encaminhadas ao Centros de referências, onde
há a indicação imediata para o esvaziamento uterino cirúrgico. O esvaziamento
uterino deve ser realizado preferencialmente por aspiração, evitando o uso de curetas,
pois essa está associado a maior risco de perfuração uterina. Inicialmente o
esvaziamento remove geralmente a maior parte da placenta e o restante tecido
regride, nessas situações é feito acompanhamento pós-molar assistindo-se a uma
descida acentuada dos níveis dos níveis séricos de hCG nos dias subsequentes à
cirurgia.5,14 Após o esvaziamento uterino é iniciado o seguimento pós-molar, a
importância do seguimento é inquestionável, é de extrema importância para a
detecção precoce da possível evolução para NTG. Deve ser encaminhada para que
ocorra esse acompanhamento em Centros de Referências onde é feito atendimento
multiprofissional que tem como objetivo proporcionar às pacientes um atendimento
diversificado em decorrência das perturbações físicas e dos sinais e sintomas
emocionais relacionados à doença. 15,16
Esse acompanhamento dura cerca de 8 a 10 meses, nos 2 a 3 primeiros meses
é feito revisões semanais ou quinzenais para avaliação clínica e laboratorial, fazendo
a dosagem sérica do β-Hcg.9 O princípio é dosagem sérica semanais de hCG até que
atinja três dosagens normais consecutivas (valores inferiores a 5mUl/ml), alcançando
a remissão da MH. Após esse processo o acompanhamento clínico e laboratorial
5

passará a ser mensalmente por seis meses, garantindo a cura da MH.


O entendimento de DTG ainda é pouco elucidado e as causas ainda são
desconhecidas. Apesar das lesões serem descritas e reportadas na literatura,o
objetivo desse trabalho foi trazer um levantamento de artigos científicos que
consideram o monitoramento da mola hidatiforme através das dosagens do níveis de
hCG sérico.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de natureza descritiva e exploratória de abordagem


qualitativa através de uma revisão sistemática de literatura. Para a construção desse
trabalho foram utilizados artigos científicos encontrados nas bases de dados Scientific
Eletronic Library Online – SCIELO e do Centro Latino Americano e do Caribe de
informações em ciências de saúde – LILACS, sendo as palavras-chave de busca:
Doença Trofoblástica Gestacional, gravidez molar, gonadotrofina coriônica humana ,
mola hidatiforme em português. E para comparar utilizou-se também da ferramenta
de busca das mesmas palavras-chaves em inglês e espanhol. Após a aplicação
destes critérios, realizou-se uma leitura seletiva dos estudos, viabilizando a análise
apenas dos trabalhos que atendiam o escopo desta pesquisa – monitoramento dos
níveis de hCG nas pacientes com diagnóstico de DTG.

RESULTADOS

Os resultados obtidos com a presente pesquisa no banco de dados LILACS e


SCIELO resultou em 2.668 artigos científicos, e os resultados de acordo com o idioma
e palavras-chave estão representados na Tabela 1.
6

Tabela 1 - Resultado obtido após busca nos bancos de dados SCIELO e LILACS.
Frequência de citações
Palavras-chave Espanhol Inglês Português
Doença trofoblástica
145 160 125
gestacional
Gravidez molar 252 286 245
Gonadotrofina
412 60 416
coriônica humana
Nenhum documento
Mola hidatiforme 242 325
foi encontrado
TOTAL 809 748 1.111

Atendendo o nosso objetivo primordial do trabalho, que compreende a análise


de artigos que realizam o monitoramento dos níveis séricos de hCG, apenas 7 artigos
contemplaram essa magnitude. A Tabela 2 representa o detalhamento desses 7
artigos que abordam o acompanhamento da DTG relacionada ao hCG.

Tabela 2. Detalhamento dos sete artigos que realizam o monitoramento dos níveis do
hormônio da gonadotrofina coriônica nas pacientes com doença trofoblástica
gestacional.

Título Autores/ano de publicação

A curva de regressão da gonadotrofina coriônica


DELMANTO, Lúcia Regina Marques
humana é útil no diagnóstico precoce da neoplasia
Gomes et al., 2007.
trofoblástica gestacional pós-molar?

Neoplasia trofoblástica gestacional após normalização


espontânea da gonadotrofina coriônica humana em MATOS, Michelle et al., 2015
paciente com mola hidatiforme parcial

BELFORT, Paulo; BRAGA, Antônio.


Doença trofoblástica gestacional recorrente
2003.
7

Mola hidatiforme e doença trofoblástica MOREIRA DE ANDRADE,


gestacional Jurandyr. 2017.

Atualização no diagnóstico e tratamento da gravidez


FERRAZ, Leda et al. 2015
molar

Desafio do tratamento de pacientes com doença MAESTÁ, Izildinha; BRAGA,


trofoblástica gestacional Antônio. 2012

PEREIRA GUARÁ, José; CALDAS


Neoplasia trofoblástica gestacionais e importância do
OLIVEIRA, Ana Gabriela; GLÓRIA
seguimento pós-molar
MARTINS, Marília. 2010.

DISCUSSÃO

A Neoplasia Trofoblástica Gestacional é uma patologia cuja incidência tem alto


peso aumentando assim a ocorrência de MI e de coriocarcinoma, o (NTG). A NTG é
a forma maligna da DTG, nada mais é que a persistência do tecido trofoblástico ainda
ativo na parede uterina, demais órgãos ou tecidos.17 Atualmente o padrão-ouro de
monitoramento nas pacientes com diagnóstico de DTG é a análise dos níveis de hCG.
Como essa é a principal forma de acompanhamento e a forma mais eficaz de um
prognóstico favorável, abordamos um detalhamento através da compilação
bibliográfica.
FERRAZ et al. (2015) trazem evidências de que o hCG é o marcador biológico
hormonal da gravidez, produzido de forma excessiva nos casos de MH e NTG,
estabelecendo assim um marcador tumoral da DTG. Esse hormônio é facilmente
medido quantitativamente na urina e no sangue e seus níveis têm mostrado correlação
com a gravidade da patologia. A NTG dispensa exame histopatológico para
confirmação diagnóstica na maioria dos casos, geralmente diagnosticado apenas com
a persistência ou platô do hCG.
Por esse motivo é fundamental que após o esvaziamento uterino ocorra o
acompanhamento pós o estado molar. Esse acompanhamento é útil para a detecção
precoce da forma maligna para que assim seja estabelecido a conduta terapêutica
8

adequada promovendo assim a cura da doença e preservando a capacidade


reprodutiva. Sem dúvida executar o acompanhamento dessas pacientes é um grande
desafio, por ser um acompanhamento demorado é difícil garantir a adesão à vigilância
do hCG. Com o propósito de diminuir essa situação tem sugerido a redução do
seguimento pós-molar.18
O agendamento de dosagem do hCG e demais exames nem sempre são
disponibilizados em tempo hábil, antes dos aparecimentos de complicações clínicas.
Dessa forma, diversas pacientes abandonam o acompanhamento. O modelo de
seguimento recomendado envolve dosagens semanais de gonadotrofina até que haja
três dosagens consecutivas negativas, o valor considerado abaixo geralmente é
5mUl/mL. Após essa negativação as dosagens podem ser feitas por mês por 6 a 12
meses, esse parâmetro foi estabelecido pela Federação Internacional de Ginecologia
e Obstetrícia (FIGO).
DELMANTO et al., (2007) e MOREIRA DE ANDRADE (2017) consentem sobre
a aplicação da curva de regressão para a avaliação do βhCG, conforme a Sociedade
Japonesa de Ginecologia e Obstetrícia (SJGO) analisando assim a elevação ou platô
em relação da curva do serviço. Estudos demonstram que o emprego da curva em
pacientes que apresentaram dosagens que excedem a linha padrão têm risco mais
elevado de evoluir para formas malignas, podendo assim antecipar o diagnóstico. No
entanto, o território brasileiro, em razão de sua grandeza, possui uma ampla
diversidade ambiental e climática, a distância dificulta o retorno semanal das pacientes
no acompanhamento pós-molar. Na figura 1 abaixo mostra a curva que atualmente é
utlizada no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
9

Figura1: Curva Schaerth, conforme a Sociedade Japonesa de Ginecologia e


Obstetrícia.19

Com base no método empregado nessa revisão de literatura, demonstrou que


a patologia ainda é pouca abordada sendo de extrema importância e com potencial
neoplásico se não diagnosticado adequadamente. Constatou que o principal método
para o acompanhamento, sendo assim o manejo das pacientes diagnosticadas com
NTG deve ser cauteloso e constante. Atitudes simples como exame físico ginecológico
regular e dosagem seriada de hCG antecipa formas complicadas da patologia para
uma forma persistente, possibilitando um tratamento eficaz com taxas altas de cura.
Deve ser enfatizado que o seguimento pós-molar é importante para a qualidade de
vida das pacientes e seu futuro reprodutivo.

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Leila e Francisco que sempre estiveram ao meu lado, vocês são
a inspiração para a escolha da minha profissão.
10

Sou grata pela confiança depositada na minha proposta de projeto pela minha
professora Andréia Henzel, orientador do meu trabalho. Obrigada por me manter
motivada durante todo o processo.
Por último, quero agradecer também à Universidade Feevale e todo o seu corpo
docente.

REFERÊNCIAS

1. Uberti EMH, Fajardo MC, Cunha AGV, Silva, Pires LV. Doença Trofoblástica
Gestacional: peculiaridades do diagnóstico, manejo e complicações.
Artmed/Panamericana. 2011; 7(1): 51–105.

2. Braga A, Grillo b, Silveira E, Uberti EMH, Maestá I, Madi JM, Viggiano M. Manual
de informação sobre doença trofoblástica gestacional. Sociedade Brasileira de
Doença Trofoblástica Gestacional. 2014; 14: 1-12.

3. Moreira de Andrade, J. Mola hidatiforme e doença trofoblástica gestacional


Hydatidiform mole and gestational trophoblastic disease. Rev Bras Ginecol Obstet.
2009; 31: 94–101.

4. Cole LA, New discoveries on the biology and detection of human chorionic
gonadotropin. Gynecol Reprod Endocrinol. 2009; 7(1): 8.

5. Ferraz L, Lopes FP, Montenegro BAC, Braga A. Atualização no diagnóstico e


tratamento da gravidez molar. J. bras. med. 2015; 103: 7.

6. Bentley RC. Pathology of gestational trophoblastic disease. Clin Obstet Gynecol,


2003; 46: 513–22.

7. Altman AD, Bentley B, Murray S, Bentley JR. Maternal Age-Related Rates of


Gestational Trophoblastic Disease. Obstet Gynecol. 2008; 112: 244–250.

8. Ayres de campos D, Doença gestacional do trofoblasto. 2011; 449-459.


http://www.fspog.com/fotos/editor2/cap_27.pdf. Accessed September 1, 2018

9. Garner EIO, Goldstein DP, Feltmaate CM, Berkowitz RS. Gestational


Trophoblastic Disease. Clin Obstet Gynecol. 2007; 50(1): 112–122.

10. Biscaro A, Silveira KS, Locks FG, Mileo RL, Júnior SPJ, Pretto P. Frequency of
hydatidiform mole in tissue obtained by curettage. Rev Bras Ginecol Obstet. 2012;
34(6) 254– 258.

11. Berkowitz RS, Goldstein DP. Molar Pregnancy. N Engl J Med. 2009; 360(16):
11

1639–1645.

12. Berkowitz RS, Goldstein DP. Current advances in the management of gestational
trophoblastic disease. Gynecol Oncol. 2013; 128(1): 3–5.

13. Paradinas FJ. The diagnosis and prognosis of molar pregnancy: The experience
of the National Referral Centre in London. Int J Gynaecol Obstet. 1998; 60: S57–
S64.

14. Sebire NJ, Seckl MJ. Gestational trophoblastic disease: current management of
hydatidiform mole. BMJ. 2008; 337: 1193.

15. Dalgleish T, Williams J, Mark G, Golden AMJ, Perkins N, Barrett LF, et al. A look
for assistance to woamen with molar pregnancy. J Exp Psych. 2007; 136(1): 23–
42.

16. Diestel MCF, Diestel MCF, Uberti EMH, Lacerda ME, Spagnol LO, Silva IL.
Aspectos psicossociais da doença trofoblástica gestacional: importância dos
grupos de ajuda. Tecmedd, 2005; 21.

17. MAESTÁ, Izildinha; BRAGA, Antonio. Challenges of the treatment of patients with
gestational trophoblastic disease. Rev Bras Ginecol Obstet. 2012; 34(4): 143–146.

18. Matos M, Ferraz L, Lopes P, Lozoya C; Amim-Junior J, Rezende-Filho J, et al.


Neoplasia trofoblástica gestacional após normalização espontânea da
gonadotrofina coriônica humana em paciente com mola hidatiforme parcial.
Revista pesquisa saúde. 2015, 37 (7): 339-43.

19. Delmanto LRMG, Maetá I, Neto BRA, Michelin CO, Gaiotto RF et al. A curva de
regressão da gonadotrofina coriônica humana é útil no diagnóstico precoce da
neoplasia trofoblástica gestacional pós-molar? Rev Bras Ginecol Obstet. 2007;
29(10) 506–510.

20. Belfort P, Braga A, Doença Trofoblástica Gestacional Recorrente. Rev Bras


Ginecol Obstet. 2003; 25; 61–66.

21. Guará JP, Oliveira AGC, Martins MG. Neoplasias Trofoblásticas Gestacionais e
importância do seguimento pós-molar. Rev Bras Ginecol Obstet. 2010; 11(3): 50–
53.
12

ANEXO – NORMAS DA REVISTA REVISTA BRASILEIRA DE GINECOLOGIA E


OBSTETRÍCIA
13

Escopo e política

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14

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15

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que deve ter como base referências recentes, inclusive do ano em curso.
Tratando-se de tema ainda sujeito a controvérsias, a revisão deve discutir
as tendências e as linhas de investigação em curso. Apresentar, além do
texto da revisão, resumo e conclusões. Ver a seção "Instruções aos
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Título
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elaboração do título do manuscrito. O título é o cartão de visitas de
qualquer publicação. Deve ser elaborado com muito cuidado e de
preferência escrito apenas após a finalização do artigo. Um bom título é
aquele que descreve adequadamente o conteúdo do manuscrito.
Geralmente, ele não é uma frase, pois não contém o sujeito, além de
verbos e objetos arranjados. Os títulos raramente devem conter
abreviações, fórmulas químicas, adjetivos acessivos, nome de cidades
entre outros. O título dos manuscritos submetidos à RBGO deve conter
no máximo 18 palavras.

Resumo
O resumo deve fornecer o contexto ou a base para o estudo e deve
estabelecer os objetivos do estudo, os procedimentos básicos, os
principais resultados e as principais conclusões. Deve enfatizar aspectos
novos e importantes do estudo ou das observações. Pelo fato de os
resumos serem a única parte substantiva do artigo indexada em muitas
bases de dados eletrônicas, os autores devem cuidar para que os resumos
reflitam o conteúdo do artigo de modo preciso e destacar. No Resumo não
utilize abreviações, símbolos e referências. No caso de artigos originais
16

oriundos de ensaios clínicos, os autores devem informar o número de


registro ao término da redação.

Resumo informativo, do tipo estruturado, de artigo origina l


Os resumos dos artigos originais submetidos à RBGO devem ser,
obrigatoriamente, estruturados em quatro seções e conter no máximo
250 palavras:

Objetivo: O que foi feito; a questão formulada pelo investigador.

Métodos: Como foi feito; o método, incluindo o material usado para


alcançar o objetivo.

Resultados: O que foi encontrado, o achado principal e, se necessário,


os achados secundários.

Conclusão: O que foi concluído; a resposta para a questão formulada.

Resumo informativo, do tipo estruturado, de artigo de revisão


sistemática
Dentre os itens a serem incluídos, estão o objetivo da revisão à pergunta
formulada, a fonte de dados, os procedimentos de seleção dos estudos e
de coleta de dados, os resultados e as conclusões. Os resumos dos artigos
de revisão sistemática submetidos à RBGO devem ser, obrigatoriament e,
estruturados em seis seções e conter no máximo 250 palavras:

Objetivo: Declarar o objetivo principal do artigo.

Fontes dos dados: Descrever as fontes de dados examinadas, com


datas, termos de indexação e limitações inclusive.

Seleção dos estudos: Especificar o número de estudos revisados e os


critérios empregados em sua seleção.

Coleta de dados: Resumir a conduta utilizada para extrair os dados e


como ela foi usada.

Síntese dos dados: Expor os resultados principais da revisão e os


métodos empregados para obtê-los.

Conclusões: Indicar as conclusões principais e sua utilidade clínica.

Resumo informativo, do tipo não estruturado, de artigos de


revisão, exceto revisão sistemática e estudos de caso

Deve conter a essência do artigo, abrangendo a finalidade, o método, os


resultados e as conclusões ou recomendações. Expõe detalhes suficientes
para que o leitor possa decidir sobre a conveniência da leitura de todo o
texto (Limite de palavras: 150).

Palavras-chave
As palavras-chave de um trabalho científico indicam o conteúdo temático
do texto que representam. Dentre os objetivos dos termos mencionados
considera-se como principais a identificação do conteúdo temático, a
indexação do trabalho nas bases de dados e a rápida localização e
17

recuperação do conteúdo. Os sistemas de palavras-chave utilizados pela


RBGO são o DeCS (Descritores em Ciências da Saúde – Indexador Lilacs)
e o MeSH (Medical Subject Headings – Indexador MEDLINE-PubMed). Por
gentileza, escolha cinco descritores que representem o seu trabalho
nestas plataformas.

Corpo do manuscrito (Os manuscritos submetidos à RBGO devem


possuir no máximo 4000 palavras, sendo que as tabelas, quadros
e figuras da seção Resultados não são contabilizados, bem como
as Referências)

Introdução
A seção Introdução de um artigo científico tem por finalidade informar
o que foi pesquisado e o porquê da investigação. É a parte do artigo que
prepara o leitor para entender a investigação e a justificativa de sua
realização. O conteúdo a ser informado nesta seção deve fornecer
contexto ou base para o estudo (isto é, a natureza do problema e a sua
importância); declarar o propósito específico, o objetivo de pesquisa ou a
hipótese testada no estudo ou observação. O objetivo de pesquisa
normalmente tem um foco mais preciso quando é formulado como uma
pergunta. Tanto os objetivos principais quanto os secundários devem
estar claros e quaisquer análises em um subgrupo pré-especificados
devem ser descritas; dar somente referências estritamente pertinentes e
não incluir dados ou conclusões do trabalho que está sendo relatado.

Métodos

Métodos, segundo o dicionário Houaiss, “é um processo organizado,


lógico e sistemático de pesquisa”. Método compreende o material e os
procedimentos adotados na pesquisa de modo a poder responder à
questão central de investigação. Estruture a seção Métodos da RBGO
iniciando pelo tipo de delineamento do estudo; o cenário da pesquisa
(local e a época em que se desenrolou); a amostra de participantes; a
coleta de dados; a intervenção a ser avaliada (se houver) e também a
intervenção alternativa; os métodos estatísticos empregados e os
aspectos éticos de investigação. Ao pensar na redação do delineament o
do estudo reflita se o delineamento é apropriado para alcançar o objetivo
da investigação, se a análise dos dados reflete o delineamento e se foi
alcançado o que se esperava com o uso daquele delineamento para
pesquisar o tema. A seguir os delineamentos utilizados em pesquisa
clínica ou epidemiológica e que deverão constar na seção Métodos do
manuscrito enviado à RBGO:

Tipos de estudo (adaptada de Pereira, 2014*):


Relato de Caso (Estudo de Caso): Investigação aprofundada de uma
situação, na qual estão incluídas uma ou poucas pessoas (de10 ou menos
usualmente);

Série de Casos: Conjunto de pacientes (por exemplo, mais de 10


pessoas) com o mesmo diagnóstico ou submetidos a mesma intervenção.
Trata-se, em geral, de série consecutiva de doentes, vistos em um
hospital ou em outra instituição de saúde, durante certo período. Não há
grupo-controle interno composto simultaneamente. A comparação é feita
em controles externos. Dá-se o nome de controle externo ou histórico ao
grupo usado para comparação dos resultados, mas que não tenha sido
constituído ao mesmo tempo, no interior da pesquisa: por exemplo, a
18

série de casos é comparada com os pacientes de anos anteriores.


Estudo Transversal (Ou Seccional): Investigação para determinar
prevalência; para examinar a relação entre eventos (exposição, doença e
outras variáveis de interesse), em um determinado momento. Os dados
sobre causa e efeito são coletados simultaneamente: por exemplo, a série
de casos é comparada com os pacientes de anos anteriores.
Estudo de caso-controle: Particular forma de investigação etiológica,
de cunho retrospectivo; parte-se do efeito em busca das causas. Grupos
de indivíduos, respectivamente, com um determinado agravo à saúde e,
sem este, são comparados com respeito a exposições que sofreram no
passado de modo que se teste a hipótese de a exposição a determinados
fatores de risco serem causas contribuintes da doença. Por exemplo,
indivíduos acometidos por dor lombar são comparados com igual número
de indivíduos (grupo-controle), de mesmo sexo e idade, mas sem dor
lombar.
Estudo de coorte: Particular forma de investigação de fatores
etiológicos; parte-se da causa em busca dos efeitos; portanto, o contrário
do estudo de caso-controle. Um grupo de pessoas é identificado, e é
coletada a informação pertinente sobre a exposição de interesse, de modo
que o grupo pode ser acompanhado, no tempo e se verifica os que não
desenvolvem a doença em foco e se essa exposição prévia está
relacionada à ocorrência de doença. Por exemplo, os fumantes são
comparados com controles não fumantes; a incidência de câncer de
bexiga é determinada para cada grupo.
Estudo randomizado: Tem a conotação de estudo experimental para
avaliar uma intervenção; daí a sinonímia estudo de intervenção. Pode ser
realizado em ambiente clínico; por vezes designado simplesmente como
ensaio clínico ou estudo clínico. Também é realizado em nível comunitário.
No ensaio clínico, os participantes são alocados, aleatoriamente, para
formar grupos, chamados de estudo (experimental) e controle (ou
testemunho), a serem submetidos ou não a uma intervenção (aplicação
de um medicamento ou de uma vacina, por exemplo). Os participantes
são acompanhados para verificar a ocorrência de desfecho de interesse.
Dessa maneira, a relação entre intervenção e efeito é examinada em
condições controladas de observação, em geral, com avaliação duplo -
cega. No caso de estudo randomizado informe o número do Registro
Brasileiro de Ensaios Clínicos (REBEC) e/ou o número do International
Clinical Trials Registration Platform(ICTRP/OMS), na página de título.
Estudo ecológico: Pesquisa realizada com estatísticas: a unidade de
observação e análise não é constituída de indivíduos, mas de grupo de
indivíduos; daí, seus sinônimos: estudo de grupos, de agregados, de
conglomerados, estatísticos ou comunitários. Por exemplo, a investigação
sobre a variação, entre países europeus, dos coeficientes de mortalidade
por doenças do sistema vascular e do consume per capita de vinho.
Revisão Sistemática e Metanálise: Tipo de revisão em que há uma
pergunta claramente formulada e são usados métodos explícitos para
identificar, selecionar e avaliar criticamente pesquisas relevantes, e
também para coletar e analisar dados a partir dos estudos que estão
incluídos na revisão. São aplicadas estratégias que limitam viéses, na
localização, na seleção, na avaliação crítica e na síntese dos estudos
relevantes sobre determinado tema. A metanálise pode fazer ou não parte
da revisão sistemática. Metanálise é a revisão de dois ou mais estudos,
para obter estimativa global, quantitativa, sobre a questão ou hipótese
investigada; emprega métodos estatísticos para combinar resultados dos
estudos utilizados na revisão.
19

Fonte: *Pereira MG. Artigos Científicos – Como redigir, publicar e avaliar.


Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan; 2014.

Roteiro para revisão estatística de trabalhos científicos origina is


Objetivo do estudo: O objetivo do estudo está suficientemente descrito,
incluindo hipóteses pré-estabelecidas?
Delineamento: O delineamento é apropriado para alcançar o objetivo
proposto?
Características da amostra: Há relato satisfatório sobre a seleção das
pessoas para inclusão no estudo? Uma taxa satisfatória de respostas ( de
casos válidos) foi alcançada? Se houve seguimento dos participantes, ele
foi suficientemente longo e completo? Se houve emparelhamento (por
exemplo, de casos e controles), ele é adequado? Como se lidou com os
dados não disponíveis (missing data)?
Coleta de dados (mensuração dos resultados): Os métodos de
mensuração foram detalhados para cada variável de interesse? A
comparabilidade dos métodos de mensuração utilizados nos grupos está
descrita? A validade e a reprodutividade dos métodos empregados foram
consideradas?
Tamanho da amostra: Foram fornecidas informações adequadas sobre
o cálculo do tamanho da amostra? A lógica utilizada para a determinação
do tamanho do estudo está descrita, incluindo considerações práticas e
estatísticas?
Métodos estatísticos: O teste estatístico utilizado para cada
comparação foi informado? Indique se os pressupostos para uso do teste
foram obedecidos. São informados os métodos utilizados para qualquer
outra análise realizada? Por exemplo, análise por subgrupos e análise de
sensibilidade. Os principais resultados estão acompanhados da precisão
da estimativa? Informe o valor p, o intervalo de confiança. O nível alfa foi
informado? Indique o nível alfa, abaixo do qual os resultados são
estatisticamente significantes. O erro bet a foi informado? Ou então,
indique o poder estatístico da amostra. O ajuste foi feito para os principais
fatores geradores de confusão? Foram descritos os motivos que
explicaram a inclusão de uns e a exclusão de outros? A diferença
encontrada é estatisticamente significativa? Assegure-se que há análises
suficientes para mostrar que a diferença estatisticamente significativa não
é devida a algum viés (por exemplo, falta de comparabilidade entre os
grupos ou distorção na coleta de dados). Se a diferença encontrada é
significativa, ela também é relevante? Especifique a mínima diferença
clinicamente importante. Deixe clara a distinção entre diferença
estatisticamente e diferença clínica relevante. O teste é uni ou bicaudal?
Forneça essa informação, se apropriado. Qual o programa estatístico
empregado? Dê a referência de onde encontrá-lo. Informe a versão
utilizada.
Resumo: O resumo contém síntese adequada do artigo?
Recomendação sobre o artigo: O artigo está em padrão estatístico
aceitável para publicação? Em c aso negativo, o artigo poderá ser aceito
após revisão adequada?

Fonte: *Pereira MG. Artigos Científicos – Como redigir, publicar e avaliar.


Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan; 2014.

IMPORTANTE!

A RBGO aderiu à iniciativa do International Committee of Medical Journal


Editors (ICMJE) e da Rede EQUATOR destinadas ao aperfeiçoamento da
20

apresentação dos resultados de pesquisas. Consulte as guias interacionais


relacionadas:

Ensaio clínico randomizado:


http://www.equator-network.org/reporting-
guidelines/consort/
Estudos observacionais em epidemiologia:
http://www.equator-network.org/reporting-guide lines/strobe/
Revisões sistemáticas e metanálises:
http://www.equator-network.org/reporting-guide lines/prisma/
Estudos qualitativos:
http://www.equator-network.org/reporting-guide lines/srqr/

Resultados
O propósito da seção Resultados é mostrar o que foi encontrado na
pesquisa. São os dados originais obtidos e sintetizados pelo autor, com o
intuito de fornecer resposta à questão que motivou a investigação. Para
a redação da seção, apresente os resultados em sequência lógica no
texto, nas tabelas e nas ilustrações, mencionando primeiro os achados
mais importantes. Não repita no texto todas as informações das tabelas
ou ilustrações; enfatize ou resuma apenas observações importantes.
Materiais adicionais ou suplementares e detalhes técnicos podem ser
colocados em um apêndice, no qual estarão acessíveis, mas não
interromperão o fluxo do texto. Como alternativa, essas informações
podem ser publicadas apenas na versão eletrônica da Revista. Quando os
dados são resumidos na seção resultado, dar os resultados numéricos não
apenas em valores derivados (por exemplo, percentuais), mas também
em valores absolutos, a partir dos quais os derivados foram calculados, e
especificar os métodos estatísticos usados para analisá-los. Use apenas
as tabelas e figuras necessárias para explicar o argumento do trabalho e
para avaliar o seu embasamento. Quando for cientificamente apropriado,
as análises dos dados com variáveis tais como idade e sexo devem ser
incluídas. Não ultrapasse o limite de no máximo cinco tabelas, cinco
quadros ou cinco figuras. As tabelas, quadros e/ou figuras devem ser
inclusas no corpo do manuscrito e não contabilizam o limite solicitado de
4000 palavras.

ATENÇÃO!

As seções Métodos e Resultados nos Estudos de Caso devem ser


substituídas pelo termo Descrição do Caso.

Discussão
Na seção Discussão enfatize os aspectos novos e importantes do estudo
e as conclusões deles derivadas. Não repita detalhadamente dados ou
outras informações apresentadas nas seções de introdução ou de
resultados. Para estudos experimentais, é útil iniciar a discussão
resumindo brevemente os principais achados, comparar e contrastar os
resultados com outros estudos relevantes, declarar as limitações do
estudo e explorar as implicações dos achados para pesquisas futuras e
para a prática clínica. Evite alegar precedência e aludir a trabalhos que
não estejam completos. Não discuta dados que não são diretament e
relacionados aos resultados da pesquisa apresentada. Proponha novas
hipóteses quando justificável, mas qualificá-las claramente como tal. No
21

último parágrafo da seção Discussão informe qual a informação do seu


trabalho que contribui relativamente para o avanço-novo conhecimento.

Conclusão
A seção Conclusão tem por função relacionar as conclusões com os
objetivos do estudo, mas o autor deve evitar afirmações sem
embasamento e conclusões que não tenham sustentação adequada pelos
dados. Em especial, os autores devem evitar fazer afirmações sobre
benefícios econômicos e custos, a menos que seu original inclua análises
econômicas e dados apropriados.

Referências
Uma pesquisa é fundamentada nos resultados de outras que a
antecederam. Uma vez publicada, passa a ser apoio para trabalhos
futuros sobre o tema. No relato que faz de sua pesquisa, o autor assinala
os trabalhos consultados que julga pertinente informar aos leitores, daí a
importância de esc olher boas Referências. As referências adequadament e
escolhidas dão credibilidade ao relato. Elas são fonte de convencimento
do leitor da validade dos fatos e argumentos apresentados.

Atenção! Para os manuscritos submetidos à RBGO, os autores devem


numerar as referências por ordem de entrada no trabalho e usar esses
números para as citações no texto. Evite o número excessivo de
referências, selecionando as mais relevantes para cada afirmação e dando
preferência para os trabalhos mais recentes. Não empregar citações de
difícil acesso, como resumos de trabalhos apresentados em congressos,
teses ou publicações de circulação restrita (não indexados). Busque citar
as referências primárias e convencionais (artigos em periódicos científicos
e os livros-textos). Não empregue referências do tipo "observações não
publicadas" e "comunicação pessoal". Publicações dos autores
(autocitação) devem ser empregadas apenas se houver necessidade clara
e forem relacionadas ao tema. Nesse caso, incluir entre as referências
bibliográficas apenas trabalhos originais publicados em periódicos
regulares (não citar capítulos ou revisões). O número de referências deve
ser de 35, exceto para artigos de revisão. Os autores são responsáveis
pela exatidão dos dados constantes das referências.

Para formatar as suas referências, consulte o American Medical


Association (AMA) Citation Style.

*As instruções aos Autores deste periódico foram baseadas na obra


literária Artigos Científicos: Como redigir, publicar e avaliar de
Maurício Gomes Pereira, Editora Guanabara Koogan, 2014

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