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RESUMO
OBJETIVO: Descrever as complicações e sintomatologias clínicas da Doença Trofoblástica Gestacional.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, que utiliza como técnica a Revisão Narrativa
de Literatura. A busca foi realizada dentro da base de dados dentro da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS):
MEDLINE e LILACS, por meio da junção de três DeCS, cruzados com operador booleano ‘’AND’’:
“Hidatiforme”, AND ‘’Complicações”, AND “Trofoblástica”. RESULTADOS: É possível observar diversas
complicações e sintomas comuns na Gravidez Molar, se o diagnóstico for feito no início da doença é possível
reverter o quadro antes que vire uma neoplasia. Desta forma, é de suma importância identificar as
sintomatologias que geralmente são confundidas com um aborto espontâneo ou retido. CONCLUSÃO: Muitas
mulheres só descobrem sobre a doença quando procuram saber sobre seu estado de gravidez, pois como
nas demais gestações, a DTG também apresenta náuseas, atraso menstrual, vômito e presença do hCg.
ABSTRACT
OBJECTIVE: To describe the complications and clinical symptoms of Gestational Trophoblastic Disease.
METHODOLOGY: This is an exploratory, descriptive study, which uses the Narrative Literature Review as a
technique. The search was carried out within the database within the Virtual Health Library (VHL): MEDLINE
and LILACS, through the combination of three DeCS, crossed with the Boolean operator ''AND'': “Hydatiforme”,
AND '' Complications”, AND “Trophoblastic”. RESULTS: It is possible to observe several complications and
common symptoms in Molar Pregnancy, if the diagnosis is made at the beginning of the disease, it is possible
to reverse the condition before it turns into a neoplasm. Therefore, it is extremely important to identify the
symptoms that are usually confused with a miscarriage or miscarriage. CONCLUSION: Many women only find
out about the disease when they try to find out about their pregnancy status, as in other pregnancies, GTD
also causes nausea, menstrual delay, vomiting and the presence of hCg.
1 INTRODUÇÃO
É preciso enfatizar que a gravidez não é apenas um evento fisiológico, pois existe
um processo de construção da maternidade e dos laços afetivos que vem antes gestação.
Desta forma, a perda gestacional faz um rompimento com a expectativa do que seria a
ordem natural da vida, sendo caracterizada pela sociedade como uma das perdas mais
dolorosas de se enfrentar (Nishioka, 2019).
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Embriologia
Durante o processo de fecundação, ocorre o encontro dos gametas masculinos e
dos gametas femininos que resultam na formação de uma única célula totipotente (célula
capaz de originar todos os tipos celulares do embrião), chamada zigoto. A partir daí, começa
o processo de clivagem, o zigoto divide-se e vai formando os blastômeros até a formação
da mórula, a mesma é composta por 16 blastômeros. Em seguida, começa a fase de
formação e implantação do blastocisto, a mórula chega à cavidade do útero onde
permanecerá por 2 dias, durante esse tempo, acontece a penetração de fluidos do próprio
útero entre os blastômeros, gerando um espaço intercelular que forma uma única cavidade,
a blastocele. Logo, temos a formação da blástula, denominada mais tarde, de blastocisto
(Nazari, Müller; 2011).
Fonte:biologianet.com
Fonte:infoescola.com
aos tecidos e órgãos do embrião), o mesmo formado por duas camadas: epiblasto (camada
de células que constituem a parte superior do disco) e hipoblasto (camada celular cubóide,
que forma o saco vitelino) (Nazari; Müller; 2011).
Fonte:magicnumbers-parussolo.blogspot.com
Fonte:reproduccionasistida.org
Fonte:infoescola.com
Fonte:portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Nishioka (2019), afirma que muitas mulheres só descobrem sobre a doença quando
procuram saber sobre seu estado de gravidez, pois assim como nas demais gestações,
Fonte:drglaucius.com.br
o TTSP é uma forma rara da doença, que se origina do trofoblasto intermediário (Rezende;
Montenegro; 2014).
Até o momento atual, a prevenção de qualquer DTG é não engravidar, pois pacientes
com mola completa ou parcial têm chance dez vezes maior de nova molar em gravidez
subsequente. Mas, diante de uma nova gravidez, as pacientes devem ser orientadas a fazer
ultrassonografia no primeiro trimestre, a fim de detectar precocemente a evolução normal
da gestação. E, ao término de uma nova gravidez, a paciente deve se submeter a nova
dosagem de hCG após 42 dias com a finalidade de afastar uma rara NTG pós-parto
(Fernandes; Sá; 2019).
3 METODOLOGIA
Identificação do Problema
Após os
Econtrados 133, Selecionados
sem critérios critérios, 15 artigos
reduziu para 43
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Utilizando os três DeCS: “Hidatiforme” AND “Complicações” AND “Trofoblástica”,
foram encontrados 133 artigos na totalidade nas bases de dados. Ao adicionar os critérios
de inclusão e exclusão o número reduziu para 43. Após a análise das pesquisas, 15
publicações foram selecionadas para compor esta pesquisa.
MEDLINE 58 26 5 25
LILACS 52 17 10 75
AUTOR/ANO
IDIOMA
N° TÍTULO RESULTADOS
BASES DE
DADOS
Brito et al.
É possível analisar neoplasias pós- molares com invasão
(2022) O papel da ultrassonografia na
2 miometral, hipervascularização e presença de lagos venosos
Português doença trofoblástica gestacional.
na placenta e miométrio por meio de US.
LILACS
Fatusic,
Paciente com achados de endométrio hiperplásico e
Jasenko. Gravidez molar completa em
sangramento uterino moderado e prolongado na pós-
7 (2019) mulher na pós-menopausa- relato
menopausa. Realizado histerectomia abdominal total após de
Inglês de caso.
diagnóstico de GM completa.
MEDLINE
Garcia, Tatiana.
Gravidez molar no Hospital Geral Estudo baseado em evidências sobre GM. As
(2018)
10 de Riobamba. Janeiro de 2013 à sintomatologias mais frequentes são sangramento vaginal e
Espanhol
marca de 2018. dor abdominal.
LILACS
Cólon et al.
Mola hidatiforme recorrente A mutação NLRP7 foi relatada em 88% e 66% dos pacientes
(2015)
14 associada à mutação do gene com mola familiar e mola única, respectivamente. A
Espanhol
NLRP 7, sobre um caso. sintomatologia mais frequente foi sangramento vaginal.
LILACS
A Gravidez Molar é uma complicação rara que acontece no início da gestação devido
à proliferação exacerbada do trofoblasto em busca de oxigênio. Seus sintomas podem
variar de acordo com o quadro clínico de cada paciente, todavia, sangramento vaginal
irregular de intensidade variada, náuseas, vômitos, rápido aumento uterino e dores
abdominais são característicos da doença. Em alguns casos, podem ocorrer toxemia no
primeiro trimestre da gestação, com sinais de pré-eclâmpsia (Hemida, Reda et al; 2022),
(Cartas et al; 2018).
Soper, Jhon; Rossi, Emma (2023), concordam juntamente com o National Cancer
Institute (2022) que sangramento vaginal não relacionado à menstruação está presente na
maioria dos casos de pacientes portadoras de GM, levando-as a buscar tratamento. O
sangramento pode ser ou não acompanhado de dor, com coloração marrom escuro ou
vermelho vivo e se manisfesta no primeiro trimestre de gestação. Este sintoma é devido
aos tecidos molares que se desprendem da decídua uterina e rompem os vasos
maternos, fazendo com que a cavidade endometrial seja preenchida com grandes
volumes de sangue retido.
É normal detectar cistos tecaluteínicos bilaterais em pacientes com GM, estes cistos
são resultados da hiperestimulação ovariana devido ao aumento exorbitante do hCg. Logo,
é possível que resulte em pré-eclâmpsia e evolua para um quadro de crises hipertensivas,
insuficiência cardíaca congestiva e tireotoxicose. A hiperestimulação dos ovários excessiva
também pode desencadear quadros de hemoconcetração, desidratação, anormalidade de
eletrólitos, dispnéia, ascite ou até mesmo derrame pleural (Tsubokura et al; 2019),
(Arriagada, Rodrigo; 2017).
Cerca de 15% a 20% de pacientes diagnosticadas com DTG desenvolvem NTG pós-
molar, isso está relacionado com idade materna avançada, cistos tecaluteínicos e níveis
altíssimos de hCG. Além disso, o diagnóstico de neoplasia inclui sintomas de hemorragias,
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Enfermagem em Evidência | E-book
útero edemaciado e sinais de necrose (Brito et al, 2022). Em seu relato, Ismail et al
(2021), relata que a MI é uma forma maligna que pode chegar à classificação de NTG grau
III, com apresentação metastática nos pulmões, complicando o quadro da paciente com
hemoptisee dispnéia, onde a mesma foi a óbito.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desta forma, é necessário se atentar aos sinais e sintomas para que o diagnóstico seja
feito precocemente, a fim de proporcionar um tratamento adequado e eficaz para que a
doença não se agrave e resulte em formas malignas que possam comprometer o quadro
clínico da paciente e, necessite de um tratamento mais agressivo. Logo, é indispensável o
acompanhamento pós- molar para alcançar a remissão da doença e qualidade de vida
das pacientes.
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