Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO DE FISIOTERAPIA
Petrópolis
2014/1
2
CURSO DE FISIOTERAPIA
Professora Orientadora
Petrópolis
2014/1
3
CA – Câncer
IU – Incontinência Urinária
PA – Prostatectomia Aberta
SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS.........................................................................................................3
RESUMO.........................................................................................................................6
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO...............................................................................................................7
CAPÍTULO 2
REVISÃO DE LIpTERATURA......................................................................................9
2.4 TRATAMENTO...............................................................................................15
CAPÍTULO 3
MATERIAL E MÉTODO...............................................................................................23
CAPÍTULO 4
CONCLUSÃO..................................................................................................................24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................25
6
RESUMO
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais frequente no Brasil, perdendo apenas
para o câncer de mama, que é tipo que mais atinge as mulheres. O fator de risco conhecido é a
idade, porém, outros fatores são estudados, como a etnia e o estilo de vida. Os tratamentos
utilizados para o câncer de próstata são o cirúrgico e o medicamentoso. O tratamento
cirúrgico é o mais utilizado atualmente, mas pode apresentar complicações e uma delas é a
incontinência urinária. A fisioterapia atua na área pós operatória, na prevenção ou tratamento
da incontinência urinária, utilizando o treinamento do hábito miccional, treinamento funcional
do assoalho pélvico e a eletroestimulação. O treinamento do hábito miccional e o treinamento
funcional do assoalho pélvico foram considerados pela literatura como eficazes para o
tratamento da incontinência urinária pós prostatectomia. Enquanto houve comprovação nos
estudos dos benefícios em relação ao treinamento do hábito miccional e ao treinamento
funcional do assoalho pélvico, a eletroterapia teve resultados conflitantes, necessitando mais
estudos relacionados para comprovar sua efetividade.
7
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
como a etnia e a história familiar. O câncer de próstata é 2 vezes mais comum em homens da
cor negra, se comparados aos da cor branca. Estadunidenses, jamaicanos e caribenhos com
ascendência africana, apresentam maior incidência da doença, podendo, esses fatores, serem
explicados pela hereditariedade (cerca de 5% a 10%). Sobretudo, a incidência diferenciada
entre as etnias, pode ser explicada pelo estilo de vida adotado pelos mesmos. A alimentação –
rica em gorduras, carne vermelha, embutidos e cálcio – está sendo associada ao aumento do
risco de desenvolvimento da patologia. Também pode ser considerado fator de risco, a
obesidade (INCA, 2012).
Apesar de possibilitar a detecção precoce do câncer de próstata, o rastreamento passou
a ser contra indicado para a maioria dos homens, sendo acompanhados pelos exames do
rastreamento apenas a partir de 55 a 69 anos, contanto que o paciente seja informado sobre
benefícios/malefícios do rastreamento e sua decisão de realizá-lo, ou não, seja respeitada.
Ações de controle como a prevenção primária, devem ser implantadas (INCA, 2013).
O tratamento indicado na literatura, para o câncer de próstata, é a cirurgia. No entanto,
a cirurgia poderá ter como sequela a incontinência urinária (IU).
Danos que prejudicam a continência, além dos ocasionados pela prostatectomia
radical, podem ser observados em resultados da ressecção transuretral da próstata (RTU),
prostatectomia aberta (PA), tabagismo, doenças neurológicas, sobrepeso e idade avançada.
Quando há alguma intervenção na próstata, pode haver dano ao sistema esfincteriano. A
Incontinência urinária pós-operatória pode ser causada por insuficiência esfincteriana,
hiperreflexia do detrusor e obstrução infravesical, porém, cada uma dessas sequelas apresenta
um tratamento (ELCA, 2011).
O objetivo deste trabalho será verificar a eficácia do tratamento fisioterapêutico sobre
a incontinência urinária resultante da prostatectomia. O trabalho tem como objetivos
específicos estudar a fisiologia do sistema urinário masculino, a fisiopatologia do câncer de
próstata, as técnicas cirúrgicas de prostatectomia e o tratamento fisioterapêutico para a
reversão da incontinência urinária pós prostatectomia.
A incontinência urinária causa desconfortos, além de físicos, psicológicos. Pesquisas
que apresentem formas de amenizar ou sanar essa disfunção tem grande importância para a
sociedade. Será a fisioterapia capaz de reverter o quadro de incontinência urinária decorrente
da prostatectomia?
9
CAPÍTULO 2
REVISÃO DE LITERATURA
córtex cerebral. O centro da micção é o principal responsável pelo controle motor da micção e
reúne as informações dos níveis superiores, que são transmitidas aos centros medulares
(simpático e parassimpático), pelo trato reticuloespinal (CALD, 2001).
As funções da bexiga e da uretra, de armazenamento e condução para o exterior do
corpo, são comandadas pelo Sistema Nervoso Autônomo (SNA), Sistema Nervoso Somático
(SNS) e Sistema Nervoso Central (SNC).
Na fase de enchimento vesical, o músculo detrusor permanece contraído, permitindo
assim, que a bexiga acumule urina por um período, até que a urina preencha o espaço. Palma
(1995) afirma que a bexiga tem capacidade de armazenar quantidades crescentes de urina em
seu interior, sem sofrer variações significativas de pressão (complacência vesical). O músculo
detrusor permanece em repouso, nesta fase, que é quando há um estímulo simpático dos
receptores beta-adrenérgicos, dentro da parede vesical, ocasionando o relaxamento durante o
enchimento. Quando isso acontece, impulsos aferentes sobem pela medula sacra até o córtex
frontal e áreas septais do cérebro, e assim, se inicia o controle inibitório voluntário sobre o
detrusor e uma maior resistência uretral. Quando o estímulo simpático de receptores alfa-
adrenérgicos causam a constrição, ocorre aumento da pressão.
Lentamente, a bexiga vai se distendendo e as fibras do nervo sensitivo, presentes em
sua parede, enviam informações à medula espinhal. A medula espinhal transmite essas
informações ao cérebro, fazendo a consciência da bexiga cheia. O cérebro, por sua vez, envia
sinais de resposta à bexiga e ao esfíncter externo (voluntário), através do nervo pudendo, para
que haja o relaxamento enquanto a bexiga se contraia e seja possível a expulsão urinária do
corpo. Todas essas ações ocorrem de forma sincronizada, sendo conhecida como micção
sinérgica. Caso o momento seja inadequado, o esfíncter externo recebe uma mensagem
enviada pelo cérebro, para que se contraia e, ao mesmo tempo, envia uma mensagem de
inibição à contração da bexiga.
O esfíncter uretral é formado por fibras musculares lisas e estriadas. Na prostatectomia
radical, o sistema fisiológico urinário é alterado, porque são retirados o esfíncter uretral
proximal (EUP), o ápice prostático, o verumontanum e parte do esfíncter uretral distal (EUD),
ficando a parte remanescente responsável pela continência.
Além dos danos deixados no sistema urinário, devido à prostatectomia radical, outros
diversos motivos diferentes também prejudicam a continência e as causas mais comuns são
lesões iatrogênicas, resultado da ressecção transuretral da próstata (RTU), da prostatectomia
aberta e da prostatectomia radical (PR), tabagismo, doenças neurológicas, sobrepeso e idade
12
realização do mesmo, sejam informados pelo seu médico sobre os benefícios/ malefícios que
o programa pode gerar.
2.4 Tratamento
Quando a doença é localizada apenas na próstata, no estágio inicial, as chances de cura
são maiores e, como tratamento, são utilizadas técnicas cirúrgicas de prostatectomia, a
radioterapia e a quimioterapia.
A cirurgia nesse caso consiste na remoção completa da próstata, vesículas seminais e
eventualmente gânglios linfáticos que estejam comprometidos. A radioterapia funciona com a
utilização de radiação direcionada à próstata. Existe a radiação externa (conformacional 3-D e
com intensidade modulada - IMRT Intensity Modulated Radiation Therapy) e sementes
radioativas (braquiterapia), que são introduzidas na próstata, e é feita sob anestesia.
Quando o tumor está localmente avançado (ultrapassando as glândulas), o tratamento
pode ser com bloqueio do hormônio masculino, por determinado período; concomitante ou
depois do procedimento cirúrgico ou da radioterapia.
A doença metastática é tratada com o bloqueio da testosterona, um hormônio
masculino que facilita o crescimento das células cancerígenas. Quando o hormônio é
bloqueado, as células malignas regridem em qualquer parte do corpo e, quando o bloqueio já
não faz mais efeito, a quimioterapia é introduzida ao paciente.
devido à eletroestimulação dos nervos eferentes para a musculatura periuretral, também eleva
o fluxo sanguíneo para os músculos da uretra e do assoalho pélvico, refaz conexões
neuromusculares e melhora a função da fibra muscular, hipertrofiando-a e modificando o seu
padrão de ação, com o recrutamento de mais fibras musculares rápidas. Enquanto a
eletroestimulação acontece através de dispositivos cutâneos, endo-anais, eletrodos no períneo
via percutânea, entre outros, concede um aumento na força de contração do esfíncter e na
redução da contração do detrusor.
Vários tipos de corrente são utilizados para o tratamento, porém os mais utilizados são
as correntes alternadas, as bipolares e as interferenciais.
A eletroestimulação anal é a técnica mais utilizada para o tratamento do quadro de
incontinência, por promover estímulo localizado na musculatura do assoalho pélvico
(KAHIHARA, 2006). Porém, alguns estudos têm utilizado a neuromodulação, sacral para
tratar a hiperatividade vesical e retenção urinária não obstrutiva, com a ativação das vias
eferentes somatossensoriais da bexiga no centro pontino e/ou ativação do nervo somático
hipogástrico (KASTLER, 2007), entretanto, esta modalidade é susceptível a inconvenientes:
deslocamento dos eletrodos implantados, mau funcionamento e infecções (Klesser et al.,
2010). Para Peters et al. (2010), a estimulação percutânea do tibial posterior, é apresentada
como uma modalidade alternativa no tratamento conservador da bexiga hiperativa, se
destacando por ser uma técnica não invasiva, de baixo custo e livre de efeitos colaterais.
Foi demonstrado, em um estudo com animais, que a estimulação periférica
intermitente no nervo tibial posterior, inibe a bexiga hiperativa e a incontinência de urgência.
Stoller, (2000) e Ballette et al. (2009) em uma análise dessa modalidade com humanos,
obtiveram resultados significativos de redução da frequência e noctúria no grupo pesquisado.
Mariotti et al. (2009), afirma que o FES auxilia, estimulando artificialmente o nervo pudendo
e suas raízes, causando respostas diretas e reflexas do músculo estriado uretral e periuretral,
melhorando a continência.
Possover e Chiantera (2009) afirma que em casos em que há lesão da cauda equina, há
uma ativação não inibida das fibras aferentes simpáticas do esfíncter uretral interno, via
inferior e superior do plexo hipogástrico no núcleo intermédio lateral, localizado na medula
em T11 – L3, onde fibras motoras eferentes recebem estímulo e geram relaxamento vesical e
contração do esfíncter interno, conhecido como “arco-reflexo simpático”. O autor justifica a
neuromodulação sacral para ativação das fibras eferentes parassimpáticas vesicais,
21
como o número de
escapes urinários,
antes e depois do
tratamento, além da
diminuição da
frequência
miccional.
Capítulo 3
Material e Método
imprensa escrita. Seu objetivo é fazer com que o pesquisador tenha dados de todo o material
escrito sobre um determinado assunto, ajudando o pesquisador na análise de suas pesquisas ou
na manipulação de suas informações.
As palavras-chave utilizadas foram prostatectomia, incontinência urinária masculina,
câncer de próstata, fisioterapia.
Capítulo 4
CONCLUSÃO
Caso o paciente tenha consciência de qual grupo muscular deverá ser envolvido na
contração para a contenção da urina, o tratamento que demonstra melhor resultado e mais
utilizado é o treinamento funcional do assoalho pélvico, proposto por Nygaard (1995). A
24
incontinência urinária de urgência pode ser revertida, também, com o treinamento do hábito
miccional, utilizado por Rodrigues (1994).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
6. FAGUNDES, Luis Alberto et al. Câncer de Próstata Novos Caminhos Para a Cura. Ed.
AGE. 2002.
11. TRUZZI, Jose Carlos Cezar Ibanhez. Tratamento clínico da incontinência urinária
masculina. Disponível em: <http://www.uronline.unifesp.br/uronline/ed0397/iumasc.htm> -
acesso em 09 junho 13.
13. TANAGHO, Emil A. et al. Urologia Geral de Smith. Editora Arthmed, 17ª edição. 2010.
14. GOMES, Cristiano Mendes et al. Anatomia e fisiologia da micção. Disponível em:
<http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1331412997Urologia_cap2.pdf> - acesso em 08
março 2014.
19. EGAWA, Shin et
al. Delayed recovery of urinary continence after laparoscopic radical prostatectomy.
Int J Urol 2003; 10:207‐212.
20. SMITH, Joe. The measurement and significance of urinary flow. Urology 1996; 30:
701-705.
22. FLORATOS, D. L. Biofeedback vs verbal feedback as learning tools for pelvic muscle
exercises in the early management of urinary incontinence after radical prostatectomy.
BJU Int 2002. 89(7):714-9.