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Universidade Lúrio

Faculdade De Ciências De Saúde

Curso de Licenciatura Em Enfermagem

Disciplina: Enfermagem Urologica

3º Ano; 2º semestre;

Tema: Hiperplasia benigna da Próstata, Cancer da Próstata e Cancer da Bexiga

Docente:

Dr: Selemane Bandal

Nampula, Outubro de 2023.

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Universidade Lúrio

Faculdade De Ciências De Saúde

Curso de Licenciatura em Enfermagem

Disciplina: Enfermagem Urologica

3º ano; 2º semestre

Hiperplasia benigna da Próstata, Cancer da Próstata e Cancer da Bexiga

Discentes:

1. Alcides Kriss Bonga

2. Karina Albino Dinheiro

Trabalho de Revisão Bibliográfica, de


Enfermagem Urologica, tendo como tema o
Hiperplasia benigna da Próstata, Cancer da
Próstata e Cancer da Bexiga, a ser entregue
e apresentado aos docentes da cadeira.

Nampula

2
Índice
Introdução ............................................................................................................................... 5

Objectivos ............................................................................................................................... 5

Gerais: ..................................................................................................................................... 5

Metodologia de investigação .................................................................................................. 5

Hiperplasia benigna da Próstata .............................................................................................. 6

Etiologia .................................................................................................................................. 7

Fisiopatologia da HPB ............................................................................................................ 7

Manifestações clínicas ............................................................................................................ 7

Complicações .......................................................................................................................... 8

Diagnostico ............................................................................................................................. 8

Diagnostico diferencial ........................................................................................................... 9

Tratamento .............................................................................................................................. 9

Diagnósticos de enfermagem ................................................................................................ 11

Intervenções de enfermagem ................................................................................................ 11

Cancer da Próstata ................................................................................................................ 12

Etiologia ................................................................................................................................ 12

Complicações ........................................................................................................................ 12

Exames diagnósticos ............................................................................................................. 13

Tratamento ............................................................................................................................ 13

Diagnósticos de enfermagem ................................................................................................ 14

Intervenções de enfermagem ................................................................................................ 14

Câncer da Bexiga .................................................................................................................. 14

Etiologia ................................................................................................................................ 15

Complicações ........................................................................................................................ 15

Exames diagnósticos ............................................................................................................. 16

Estadiamento do câncer de bexiga ........................................................................................ 16

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Tratamento ............................................................................................................................ 18

Diagnósticos de enfermagem ................................................................................................ 19

Intervenções de enfermagem ................................................................................................ 19

Conclusão.............................................................................................................................. 20

Bibliografia ........................................................................................................................... 21

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Introdução
O presente trabalho consiste numa revisão bibliográfica de um tema bastante importante e de
extrema importância na vida de um profissional de saúde visto que lidara com muitos casos
desta categoria durante a vida profissional, esta que é Hiperplasia benigna da Próstata, Cancer
da Próstata e Cancer da Bexiga, que é definida como uma condição em que há aumento do
número de células (hiperplasia) da próstata, e é uma condição benigna, ou seja, não é uma
neoplasia, por exemplo. Por outro lado, o câncer de próstata é uma neoplasia na próstata, uma
doença maligna. Apesar de serem patologias diferentes, elas se assemelham em um aspecto: a
estrutura acometida (próstata).

Objectivos

Gerais:
✓ Adquirir conhecimento para tratamento de um paciente com hiperplasia benigna da
próstata, cancer da próstata e cancer da bexiga.

Específicos:

✓ Conceituar os termos hiperplasia benigna da próstata, cancer da próstata e cancer da


bexiga;
✓ Identificar os principais factores de risco,
✓ Mencionar e explicar os prováveis diagnósticos de enfermagem a um paciente com
hiperplasia benigna da próstata, cancer da próstata e cancer da bexiga, com as suas
respectivas intervenções.

Metodologia de investigação
Trata-se de uma pesquisa do tipo revisão bibliográfica com abordagem qualitativa que foi
desenvolvida com base em materiais já publicados, por meio de artigos, dissertações, livros e
revistas com o intuito de compreender as inúmeras colaborações científicas a respeito
hiperplasia benigna da próstata, cancer da próstata e cancer da bexiga. Possibilitando-se a
combinação de dados da literatura empírica e teórica, proporcionando uma compreensão
acerca do tema. Para a realização desse trabalho, foram consultadas as bases de dados da
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), e a Scientific
Eletronic Library Online (SciELO).

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1. Hiperplasia benigna da Próstata
O termo hiperplasia é usado para se definir o aumento do número de células num órgão ou
num tecido.

A próstata é uma glândula do sistema genital masculino, localizada na frente do reto e em


baixo da bexiga urinária. O tamanho da próstata varia com a idade. Em homens mais jovens,
tem aproximadamente o tamanho de uma noz, mas pode ser muito maior em homens mais
velhos. A função da próstata é produzir o fluído que protege e nutre os espermatozoides no
sêmen, tornando-o mais líquido. Logo atrás da próstata, estão as glândulas denominadas
vesículas seminais, que produzem a maior parte do líquido para o sêmen. A uretra, que
transporta a urina e o sêmen para fora do corpo através do pênis, atravessa o centro da
próstata (1).

A Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP), aumento do volume da glândula da próstata, é uma


das doenças mais frequentes nos homens. Hiperplasia prostática benigna (HPB)
compreende o crescimento adenomatoso não maligno da glândula prostática periuretral (1) (2).

Fig.1 desenvolvimento do tumor na próstata

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Etiologia
A hiperplasia prostática benigna (HPB) torna-se muito mais frequente à medida que os
homens envelhecem, especialmente depois dos 50 anos de idade. A causa exata não é
conhecida, mas alguns estudos revelam que envolve alterações causadas por hormônios,
incluindo a testosterona e, especialmente, di-hidrotestosterona (um hormônio relacionado
à testosterona).

Medicamentos, tais como anti-histamínicos e descongestionantes nasais, podem aumentar a


resistência ao fluxo de urina ou reduzir a capacidade de contração da bexiga, causando o
bloqueio temporário do fluxo de urina para fora da bexiga em homens com HPB (1) (2)

Hiperplasia prostática benigna (HPB) é condição clínica frequente a partir da sexta década de
vida, sendo a neoplasia benigna mais comum no homem. Manifestações clínicas por
crescimento benigno da próstata provocam aparecimento de sintomas urinários que geram
impacto negativo na qualidade de vida dessa população. Estima-se em 30% a chance de um
homem, durante sua vida, necessitar tratar sintomas decorrentes da HPB e, aproximadamente
10% de ser submetido a tratamento cirúrgico (3).

1.3 Fisiopatologia da HPB


Ocorre desenvolvimento de múltiplos nódulos fibroadenomatosos na região periuretral da
próstata, com origem provável nas glândulas periuretrais e não no tecido fibromuscular da
próstata (cápsula cirúrgica), que é deslocada perifericamente pelo crescimento progressivo
dos nódulos.

À medida que ocorrem estreitamento e alongamento do lúmen da uretra prostática, o fluxo de


urina é progressivamente obstruído. Aumento da pressão associado à micção e distensão
vesical pode causar hipertrofia do detrusor, trabeculação, formação de células e divertículos
vesicais. O esvaziamento incompleto da bexiga provoca estase e predispõe à formação de
cálculos, assim como infecção. A obstrução do trato urinário prolongada, mesmo se
incompleta, pode causar hidronefrose e comprometer a função renal

Manifestações clínicas
Os sintomas da hiperplasia prostática benigna incluem uma multitude de sintomas que
costumam ser progressivos, coletivamente conhecidos como sintomas do trato urinário
inferior Frequência urinária. A hiperplasia prostática benigna (HPB) inicialmente causa
sintomas quando a próstata aumentada começa a bloquear o fluxo de urina.

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✓ Urgência
✓ Nictúria
✓ Hesitação
✓ Intermitência
✓ Jato urinário fraco
✓ Esforço abdominal
✓ Noctúria
✓ Polaciúria

Classicamente, retenção urinária aguda é o evento final da obstrução crônica causada pela
HPB (2) (3).

1.5 Complicações
Como a HPB causa obstrução urinária, o paciente pode ter uma ou mais das seguintes
complicações:

✓ Retenção urinária ou esvaziamento parcial da bexiga, resultando em infecções


decorrentes do trato urinário (ITU) ou cálculos;
✓ Formação de trabéculas na parede vesical;
✓ Formação de divertículos e sáculos vesicais;
✓ Estenose uretral;
✓ Hidronefrose;
✓ Incontinência de hiperfluxo;
✓ Insuficiência renal aguda ou crônica;
✓ Diurese pós-obstrutiva aguda.

Diagnostico
Diagnóstico clínico é baseado na presença de sintomas de trato urinário inferior e exame
digital da próstata (que pode ou não estar aumentada), porém a gravidade dos sintomas não
está correlacionada ao tamanho da próstata. Na história clínica deve-se também questionar
sobre: história de infecção urinária recorrente, disfunção sexual, hematúria, doenças
neurológicas, antecedentes cirúrgicos, cálculo vesical e história familiar de câncer de próstata.

✓ Toque retal;
✓ Exame de urina e cultura de urina;
✓ Nível do antígeno prostático específico;

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Toque retal avalia tamanho e consistência da próstata e existência de nódulos ou mesmo de
tecido muito alterado, de consistência pétrea, sugestiva de neoplasia maligna da próstata;

Exame de urina deve-se investigar a presença de piúria (infecção) e hematúria.

Determinação do antígeno específico prostático (PSA) é obrigatória na avaliação inicial. Com


inclusão do PSA associado ao toque retal, houve aumento na taxa de detecção de câncer da
próstata. Os métodos mais utilizados para determinação do PSA referem como normais
valores inferiores a 2,5 ng/ml em indivíduos abaixo de 65 anos de idade (2) (3).

1.7 Diagnostico diferencial

1.8 Tratamento
Tratamento da HPB tem dois objetivos principais: primeiro, aliviar as manifestações clínicas
do paciente; segundo, corrigir as complicações relacionadas ao crescimento prostático

✓ Beta-Bloqueadores
Os medicamentos geralmente são tentados primeiro. Bloqueadores alfa-adrenérgicos (tais
como terazosina, doxazosina, tansulosina, alfuzosina ou silodosina) relaxam certos músculos

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da próstata e da saída da bexiga e podem melhorar o fluxo de urina. Alguns medicamentos
(como finasterida e dutasterida) podem bloquear os efeitos dos hormônios masculinos
responsáveis pelo crescimento da próstata, reduzindo-a e prevenindo ou retardando a
necessidade de cirurgia ou outros tratamentos. No entanto, talvez seja necessário tomar
finasterida e dutasterida por três meses ou mais, antes que os sintomas sejam aliviados. Além
disso, alguns homens que tomam finasterida ou dutasterida nunca sentem alívio de seus
sintomas. Alguns homens são tratados com um bloqueador alfa-adrenérgico mais finasterida
ou dutasterida. Efeitos colaterais: hipotensão ortostática, disfunção ejaculatória, cefaleia,
vertigem e congestão nasal

✓ Inibidores da 5-a-redutase
Indicação: pacientes sintomáticos com próstata maior que 40 mg ou PSA > 1,4 ng/ml. Pode-se
optar pela monoterapia em pacientes com efeitos colaterais intoleráveis aos αbloqueadores.

Ação: seus efeitos estão baseados na redução dos níveis séricos e intraprostáticos da di-
hidrotestosterona. Podem reduzir o volume da próstata em 20% a 30% com o uso prolongado
(cerca de 6 a 12 meses). Estudos mostram que seu uso por mais de 12 meses melhora
sintomas e reduz o risco de retenção urinária aguda e cirurgia. Os resultados na diminuição
dos sintomas são inferiores aos α-bloqueadores, sendo sua utilização inapropriada em
pacientes que não apresentem aumento significativo da próstata.

Medicamentos. Finasterida e dutasterida são os principais inibidores da 5-AR. O primeiro


inibe a enzima tipo 2, enquanto o segundo inibe ambos os subtipos da 5-AR. Ação inibitória
provoca diminuição de 70 a 90% nos níveis intraprostáticos de DHT, reduzindo o volume
prostático em cerca de 20% e os níveis do PSA em aproximadamente 50%. Efeitos colaterais:
principalmente relacionados à disfunção sexual (impotência, redução da libido e disfunção
ejaculatória), sendo reversíveis após a descontinuação do tratamento e uso em longo prazo.

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✓ Terapia combinada (associação α-bloqueadores e 5-α-redutase)
A combinação de α-bloqueadores e 5-α-redutase pode ser empregada em pacientes com
sintomas graves (IPSS > 20), alto risco de progressão ou que não tenham resposta adequada
com tratamento em monoterapia em dose adequada. Recomenda-se intervalo de 4 horas entre
a tomada dos medicamentos, pois sua interação pode causar hipotensão.

✓ Cirurgia
Se os medicamentos forem ineficazes, poderá ser feita uma cirurgia. A cirurgia oferece o
maior alívio dos sintomas, mas pode causar complicações. O procedimento cirúrgico mais
comum é a ressecção transuretral da próstata (RTUP), em que um médico passa um
endoscópio (um tubo de visualização) através da uretra. Ligado ao endoscópio, há um
instrumento cirúrgico que é usado para remover parte da próstata. Às vezes, um laser é usado
durante a RTUP. A RTUP não envolve uma incisão da pele.

A RTUP pode levar a complicações como infecção e hemorragia. Além disso, a incontinência
urinária permanente se desenvolve em aproximadamente 1 a 3% dos homens. O procedimento
também pode causar disfunção erétil permanente. A frequência com que ocorre disfunção
erétil não é conhecida.

1.9 Diagnósticos de enfermagem


✓ Padrão de eliminação urinária alterado, relacionado com a obstrução da uretra;
✓ Risco para infecção, relacionado com a possibilidade de retenção urinária;
✓ Incontinência urinária de urgência, relacionada com a obstrução da uretra.

1.9.1 Intervenções de enfermagem


✓ Se houver suspeita de ITU, coletar uma amostra de urina para urinocultura;
✓ Administre os antibióticos de acordo com a prescrição para tratar a ITU;
✓ Se houver retenção urinária, deve-se introduzir um cateter urinário;
✓ Orientar o paciente quanto ao uso de descongestionantes, tranquilizantes, álcool,
antidepressivos ou anticolinérgicos, porque esses fármacos podem agravar a
obstrução do trato urinário;
✓ Monitorar e registrar os sinais vitais, a ingestão e as perdas e o peso diário do
cliente;
✓ Controlar sinais de diurese pós-obstrutiva (p. ex., aumento do débito urinário e
hipotensão), a qual pode causar desidratação grave, redução do volume sanguíneo,
choque, perdas eletrolíticas e anúria.
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2. Cancer da Próstata

É neoplasia mais comum em homens de mais de 50 anos, o carcinoma da próstata é uma


causa significativa de mortes por câncer no sexo masculino. Adenocarcinoma é o tipo mais
comum, e apenas em casos raros o tumor da próstata é sarcoma. A maioria dos cânceres da
próstata origina-se na glândula prostática posterior e os casos restantes têm início próximo à
uretra. Os tumores prostáticos malignos raramente são devidos a crescimento hiperplásico
benigno que se desenvolve em torno da uretra prostática em homens idosos.

O câncer prostático de crescimento lento raramente causa sinais e sintomas, até que esteja em
uma fase muito avançada. Nos casos típicos, quando se estendem além da próstata, as lesões
prostáticas primárias invadem a cápsula prostática e depois se disseminam ao longo dos
ductos ejaculatórios, no espaço entre as vesículas seminais ou a fáscia perivesicular. Quando o
câncer da próstata é fatal, o óbito em geral resulta das metástases ósseas generalizadas. A
incidência de câncer da próstata é maior entre os negros e menor nos asiáticos. Essa doença
não parece ser influenciada pela condição socioeconômica nem pela fertilidade.

2.1 Etiologia
O principal fator de risco para câncer da próstata é a idade (esse câncer é raro em homens de
menos de 40 anos). Fatores endócrinos também são importantes. Os androgênios são
necessários para o crescimento do tumor.

2.3 Complicações

A doença progressiva pode causar compressão da medula espinal, trombose venosa profunda
e embolia pulmonar.

A história do paciente pode mostrar distúrbios urinários (como disúria, urgência e retenção
urinária total), dor lombar ou no quadril e hematúria. Quando o paciente se queixa desses
sinais e sintomas, a doença provavelmente está avançada. Além disso, dor lombar no quadril
pode indicar metástase óssea. Em geral, o paciente não tem sinais ou sintomas nos estágios
iniciais da doença.

Na doença avançada, a inspeção pode detectar edema do escroto ou da perna. Durante o


exame retal, a palpação da próstata pode detectar uma massa nodular firme e não-elevada com
limites bem demarcados (no estágio inicial da doença) ou um tumor sólido (na doença
avançada).

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2.4 Exames diagnósticos
✓ O toque retal (TR), recomendado anualmente pelo Instituto Nacional do Câncer para
os homens de mais de 40 anos, é o exame de triagem convencional.
✓ Os exames de sangue podem mostrar níveis elevados do antígeno prostático específico
(PSA). Embora a maioria dos homens que têm câncer metastático da próstata
apresente níveis elevados de PSA, essa alteração também ocorre com outras doenças
prostáticas. A concentração do PSA deve ser determinada com base nos resultados do
toque retal.
✓ A ultra-sonografia transretal da próstata pode ser realizada nos pacientes que
apresentem anormalidade ao toque retal e dosagens anormais do PSA.
✓ Cintigrafia óssea e a urografia excretora podem avaliar a extensão da doença.
✓ A ressonância magnética e a tomografia computadorizada podem ajudar a definir a
extensão do tumor.

2.5 Tratamento
O tratamento varia de acordo com o estágio do tumor e pode incluir radioterapia,
prostatectomia, orquiectomia (remoção dos testículos) para reduzir a produção dos
androgênios e terapia hormonal. Em geral, a prostatectomia radical é eficaz no tratamento das
lesões localizadas sem metástases. Pode-se realizar a ressecção transuretral da próstata para
aliviar uma obstrução no paciente que tem doença metastática.

A radioterapia pode curar as lesões invasivas localizadas em estágio inicial e também aliviar a
dor óssea devida a metástases do sistema esquelético. Além disso, essa modalidade pode ser
aplicada profilaticamente nos clientes que apresentem tumores localizados nos linfonodos
regionais. Como alternativa, a radiação com feixes internos pode ser indicada porque
possibilita que mais radiação chegue à próstata, embora reduzindo a exposição dos tecidos
adjacentes à radiação.

Nos pacientes que não conseguirem tolerar a cirurgia, pode-se fazer criocirurgia para retirada
do tumor. Sondas transperineais são introduzidas até à próstata e os tecidos são congelados.
Em seguida, as células mortas são absorvidas pelo organismo.

Se o tratamento hormonal, a cirurgia e a radioterapia forem inexeqüíveis ou ineficazes, pode-


se tentar quimioterapia. No câncer da próstata, a quimioterapia (associações de
ciclofosfamida, doxorrubicina, fluoruracila, cisplatina e etoposídeo) oferece benefícios

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limitados. Pesquisadores e oncologistas continuam buscando o protocolo quimioterápico mais
eficaz.

2.6 Diagnósticos de enfermagem


✓ Padrão de eliminação urinária alterado, relacionado com as alterações funcionais das
vias urinárias baixas;
✓ Ansiedade relacionada com o diagnóstico.
✓ Dor aguda relacionada com as metástases ósseas do câncer prostático.

2.7 Intervenções de enfermagem


✓ Estimular o paciente a expressar seus medos e suas preocupações, incluindo-se os
relativos às alterações da sua identidade sexual. Sempre que possível, tranquilizar o
paciente;
✓ Administrar os analgésicos prescritos e implementar medidas de conforto para atenuar
a dor;
✓ Preparar o paciente para orquiectomia ou prostatectomia, conforme a indicação;
3. Câncer da Bexiga

A bexiga, órgão cuja função é armazenar urina, tem a capacidade de aproximadamente 500ml
e, quando cheia, assume a forma ovoide. Anterior e lateralmente, a bexiga é suportada por
tecido conjuntivo e gordura perivesical retropúbica (espaço de Retzius). Esse espaço pode ser
utilizado como acesso extraperitoneal à bexiga e à próstata. A base da bexiga tem íntima
relação com as vesículas seminais e ureteres terminais.

Figura: Bexiga no homem (corte coronal).

A bexiga é irrigada pelos ramos das artérias ilíacas internas, que formam pedículos laterais e
posteriores. As artérias obturatórias e glútea inferior também participam dessa irrigação. O
plexo venoso vesical drena para o sistema da ilíaca interna e para o plexo vertebral.
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Tumores benignos ou malignos podem desenvolver-se na superfície da parede da bexiga, ou
crescer dentro da própria parede e invadir rapidamente os músculos subjacentes. Cerca de
90% dos cânceres da bexiga são carcinomas das células de transição, que se originam no
epitélio de transição das mucosas. O câncer da bexiga também pode ser devido à
transformação maligna dos papilomas benignos. Adenocarcinomas e carcinomas de células
escamosas são tumores vesicais menos comuns.

Os tumores da bexiga são mais prevalentes na população de mais de 60 anos, são três vezes
mais comuns em homens do que em mulheres e ocorrem com mais freqüência em áreas
industriais densamente populosas. O carcinoma da bexiga é a quarta causa mais comum de
morte por câncer em homens de mais de 75 anos.

Apesar do tratamento, a probabilidade de recidiva é de até 80% no cliente que tem doença
superficial. Apenas cerca de 10% dos cânceres vesicais superficiais transformam-se em
doença invasiva; contudo, nesses casos as chances de metástases aumentam para cerca de
90%. Com tratamento apropriado, cerca de 50% dos clientes com câncer invasivo conseguem
remissão completa e 20% têm remissão parcial.

3.1 Etiologia
Algumas substâncias, tais como a naftilamina, o tabaco e os nitratos, podem predispor o
indivíduo a tumores das células de transição. Isso coloca sob grande risco de desenvolver tais
tumores alguns trabalhadores das indústrias (incluindo-se operários da indústria de borracha,
trabalhadores que manuseiam o corante anilina, cabeleireiros, operários das refinarias de
petróleo, pintores que usam aerossóis e profissionais que dão acabamento ao couro). O
período de latência entre a exposição ao carcinógeno e o desenvolvimento dos sinais e
sintomas do tumor é de cerca de 18 anos.

O carcinoma de células escamosas da bexiga é comum em regiões geográficas nas quais a


esquistossomose é endêmica. Além disso, esse tipo de tumor está associado a irritação e
infecção crônicas da bexiga em clientes que têm cálculos renais, que fizeram uso de cateter
urinário de longa permanência, que apresentam cistite química causada por ciclofosfamida e
os que receberam irradiação na pelve.

3.2 Complicações
Se o câncer da bexiga avançar, as complicações são metástases ósseas e problemas causados
pela invasão tumoral nos órgãos adjacentes.

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Em geral, o paciente refere hematúria macroscópica, indolor e intermitente (geralmente com
coágulos). Além disso, pode queixar-se de dor suprapúbica depois de urinar (sugestiva de
lesões invasivas). Outros sinais e sintomas são irritabilidade vesical, freqüência urinária,
nictúria e gotejamento.

3.4 Exames diagnósticos


Após a manifestação dos sintomas, o médico pode solicitar os seguintes exames para fazer o
diagnóstico de carcinoma urotelial:
✓ Exame de urina - é possível analisar a presença de substâncias que indicam alguma
doença. Também pode-se examinar células do tecido interior da bexiga por meio da
citologia urinária, identificando ou não o carcinoma urotelial.
✓ Exames de imagem - com tomografia computadorizada, ultrassonografia, ressonância
magnética ou urografia excretora, o médico pode avaliar qual a origem do sangramento.
Ou seja, se é dos rins, dos sistemas coletores, dos ureteres ou da bexiga.
✓ Citoscopia - permite investigar a região interna da bexiga com um instrumento que possui
uma câmera. Neste processo, também pode-se retirar células para realizar biópsia e chegar
a um diagnóstico preciso.

3.5 Estadiamento do câncer de bexiga

O objetivo do estadiamento é determinar se a doença é superficial ou invasiva


(comprometimento da camada muscular), sua extensão locoregional ou metastática.

✓ Estágio 0
Contemplando o carcinoma papilífero não invasivo (Ta) e o carcinoma plano não invasivo
(Tis), o câncer de bexiga em estágio zero está somente na camada interior do órgão, podendo
ser diagnosticado, estadiado e tratado com ressecção transuretral.

Nesse procedimento, realizamos uma inspeção detalhada da uretra e de toda a bexiga, para
então remover o tumor e, se possível, o tecido muscular por meio de uma raspagem. O
material ressecado poderá passar por análise laboratorial e, se necessário, o procedimento
poderá ser repetido depois de 3 a 6 semanas.

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Os tumores papilares não invasivos podem ser de baixo ou alto grau. Quando o câncer é de
baixo grau, podemos realizar quimioterapia após a ressecção transuretral com excelente
prognóstico para o paciente.

Já os tumores de alto grau e tumores planos não invasivos são mais propensos a recidivar após
a cirurgia, por isso pode ser indicado, também, realizar aplicação de BCG intravesical.

Casos mais raros, como quando o paciente apresenta muitos tumores superficiais, podem
necessitar da remoção parcial ou completa da bexiga.

✓ Estágio I
Caracterizados pelo crescimento na camada do tecido conjuntivo da bexiga, sem atingir o
músculo, esse tipo de tumor pode ser estadiado pela ressecção transuretral, mas, na maioria
dos casos, é necessário realizar uma cistectomia parcial ou total.

A decisão entre a remoção completa da bexiga vai depender do grau e tamanho do tumor. Se
mais de um crescimento for identificado, a recomendação também será de uma cistectomia
total.

✓ Estágio II
Os tumores em estágio dois invadiram a camada muscular da bexiga, podendo ser superficiais
ou profundos. Nesses casos, costuma ser necessário remover a bexiga por completo, bem
como os linfonodos próximos do órgão.

Alguns médicos preferem administrar a quimioterapia antes da cirurgia, para tentar diminuir o
tamanho do tumor, mas essa medida pode adiar a remoção da bexiga, devido ao caráter
fragilizante do tratamento.

✓ Estágio III
No estágio três, o tumor atingiu a parte externa da bexiga, e pode ter invadido tecidos
adjacentes e linfonodos, de maneira que a cistectomia radical com remoção dessas estruturas é
a melhor forma de tratamento, associada à quimioterapia.

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Nesses casos, a quimioterapia pode ser utilizada antes ou depois da cirurgia. Se realizada
antes, o objetivo é diminuir o tamanho do tumor; depois, a quimioterapia é utilizada
para destruir as células cancerígenas remanescentes.
✓ Estágio IV
Os tumores no estágio quatro invadiram outros órgãos, como próstata, útero, vagina ou a
parede abdominal, além dos linfonodos próximos. O tumor também pode entrar em metástase
à distância, ou seja, o câncer de bexiga passa a se desenvolver, também, em tecidos distantes
do órgão primariamente afetado.

3.6 Tratamento

O estágio do câncer e o estilo de vida, outros problemas de saúde e o estado geral do paciente
influem na escolha do tratamento. Cirurgia, quimioterapia e radioterapia são as opções
recomendadas.

Em geral, os tumores vesicais superficiais são extirpados durante a cistoscopia por ressecção
transuretral e eletricamente por fulguração. Essa abordagem terapêutica geralmente é eficaz se
o tumor não tiver invadido a musculatura subjacente. Entretanto, o cliente também pode ter
outros tumores e, mais tarde, pode ser necessário repetir a fulguração a cada 3 meses durante
vários anos. Quando os tumores tiverem penetrado na camada muscular ou recidivarem
frequentemente, a cistoscopia com fulguração deixa de ser a opção terapêutica apropriada.

A quimioterapia intravesical é recomendada no tratamento de tumores superficiais


(principalmente tumores em vários locais) e para evitar a recidiva dos tumores. Essa
abordagem irriga diretamente a bexiga com fármacos antineoplásicos. Os agentes
antitumorais usados com frequência são tiotepa, doxorrubicina e mitomicina.

Os tumores muito grandes para serem tratados por cistoscopia exigem ressecção vesical
segmentar. Esta abordagem cirúrgica retira um segmento com todas as camadas da bexiga e
só é exequível se o tumor não estiver localizado perto do colo vesical ou dos orifícios
ureterais. As instilações vesicais de tiotepa depois da ressecção transuretral também podem
ser úteis ao tratamento.

Para os pacientes que têm tumores infiltrantes da bexiga, o tratamento preferido é a


cistectomia radical.

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O tratamento dos pacientes que apresentam câncer avançado da bexiga inclui cistectomia para
retirada do tumor, radioterapia e poliquimioterapia com cisplatina, que é o agente mais eficaz.
Outros fármacos utilizados são metotrexato, vimblastina e doxorrubicina.
3.7 Diagnósticos de enfermagem
✓ Padrão de eliminação urinária alterado, relacionado com as alterações da função
vesical.
✓ Medo relacionado com a possibilidade de alterações da imagem corporal e de morte,
secundário ao câncer da bexiga.
✓ Dor aguda relacionada com a infecção do trato urinário ou com a invasão dos tecidos
adjacentes pelas células cancerosas.

3.8 Intervenções de enfermagem


✓ Controlar a ingestão e as perdas do paciente. A intervalos regulares, pergunte-lhe
sobre alterações no seu padrão de eliminação da urina, visando a detectar alterações
em sua condição.
✓ Examinar a urina do paciente para detectar sinais de hematúria (coloração
avermelhada ou sangue visível a olho nu) ou de infecção (opacificação, odor fétido
com depósito presente).
✓ Acompanhar os exames laboratoriais do cliente, como, por exemplo, alterações da
contagem diferencial dos leucócitos, o que indica a possibilidade de supressão da
medula óssea por quimioterapia.

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Conclusão
Feito o presente trabalho e apos um revisao, conclui-se que A hiperplasia prostática benigna
(HPB) é uma consequência natural do envelhecimento. A próstata dobra de tamanho durante a
adolescência e continua a crescer ao longo da vida. Com o tempo, uma próstata aumentada
pode comprimir o pequeno tubo que leva a urina da bexiga ao pênis e restringir o fluxo de
urina. Uma próstata aumentada pode interferir nos processos urinários normais, como
enchimento e esvaziamento. Se não for tratada, pode causar problemas na bexiga ou nos rins.
A idade, histórico familiar de problemas de próstata, obesidade e doenças crônicas, como
diabetes e doenças cardíacas, podem aumentar o risco de aumento da próstata. Ignorar esses
fatores e sintomas relacionados pode levar a complicações graves.

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Bibliografia
Andriole, G. L. (Agosto de 2022). MSD, MANUAL DOS MEDICOS. Acesso em Setembro
de 24 de 2023, disponível em Hiperplasia prostática benigna:
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/distúrbios-geniturinários/doença-
prostática-benigna/hiperplasia-prostática-benigna-hpb

Hudson de Lima, F. L. (2020). Hiperplasia Prostática Benigna. Urologia Fudamental.

Oncoguia. (25 de Junho de 2020). Acesso em Setembro de 24 de 2023, disponível em


CÂNCER DE PRÓSTATA: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/a-prostata/770/149/

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