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Fisioterapia
Fibrose Cística
Professor orientador:
Luiz Nali.
São Paulo
2023
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Dayane Ferreira Dos Santos - 4867181
Fibrose Cística
São Paulo
2023
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Sumário
1. Resumo..................................................................................................pag. 4.
2. Introdução...............................................................................................pag. 5.
3. Métodos e Resultados............................................................................pag. 6.
4. Desenvolvimento....................................................................................pag. 7.
1. Fibrose.........................................................................................pag. 7.
2. Origem da Fibrose Cística...........................................................pag. 8.
3. Etiologia e Fatores de Risco......................................................pag. 10.
4. Patogenia...................................................................................pag. 12.
5. Alterações Morfológicas.............................................................pag. 13.
6. Sinais e Sintomas......................................................................pag. 14.
7. Diagnóstico................................................................................pag. 15.
8. Tratamento.................................................................................pag. 16.
9. Abordagens Fisioterapêuticas...................................................pag. 19.
5. Conclusão.............................................................................................pag. 24.
6. Referências Bibliográficas....................................................................pag. 25.
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Resumo
A Fibrose Cística é uma doença genética que atinge homens e mulheres em proporção
parecidas, podendo induzir ao filho.
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Introdução
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Métodos e Resultados
Foi utilizado como método revisão bibliográfica de textos e artigos científicos retirados do
bando de dados da Scielo (“Scientific Eletronic Library Online”), Google Acadêmico (“Google
Scholar”), Revista JRG de Estudos Acadêmicos, Jornal De pediatria, Portal De Periódicos
Científicos UFRGS, Revista Hupe, Khan Academia (“Khan Academy”).
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Desenvolvimento
A FC foi identificada entre 1930 e 1940. Era considerada uma doença da infância,
com 80% dos afetados indo a óbito no 1º ano de vida. Atualmente, a sobrevida de 80% a
90% dos pacientes chega a ser superior aos 20 anos de idade, aumentando à medida que
o diagnóstico é precoce.
Na Idade Média, o antigo folclore nórdico dizia: “amaldiçoada seria a criança que
quando beijada na fonte tivesse gosto salgado, logo morreria vítima de feitiçaria". A FC foi
descrita pela primeira vez em 1936 pelo pediatra suíço Fanconi, que a denominou de
pâncreas fibroso. Dois anos depois, a FC tornou -se uma entidade reconhecida por meio de
um estudo realizado nos Estados Unidos em 1938 pela patologista Dorothy Andersen. Até
1940, o tempo de sobrevida dos pacientes era extremamente curto, menos de cinco anos,
por isso era chamado de doença da infância. (Matos, 2020).
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clonado pela primeira vez em 1989. Tsui, Riordan e Collins descobriram que, na maioria dos
pacientes, o gene estava ausente em três nucleotídeos, uma anormalidade da fenilalanina
na posição 508 da proteína 22,25. A proteína, batizada de "regulador de condutância
transmembrana da fibrose cística" (CFTR), tem a função de regular os canais iônicos.
A doença atinge cerca de 5,4 mil pessoas no Brasil e estima-se que 70 mil em todo o
mundo, sendo considerada uma doença rara, é causada por uma mutação no braço longo
do cromossomo 7, na região 3, banda 1 (7q31) que transcreve uma proteína transmembrana,
reguladora de transporte iônico, chamada de reguladora de condutância transmembrana de
fibrose cística (CFTR).
A CFTR, como o próprio nome já diz, regula o transporte iônico no suor, nos sucos
digestivos e em secreções mucosas, inclusive nos pulmões. A fibrose cística é considerada
uma doença autossômica recessiva.
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Alguns dos comprometimentos típicas da Fibrose Cística são pneumonia de
repetição, sinusite frequente, tosse crônica, dificuldade de ganhar peso e estatura e cansaço
para realizar atividades simples.
Ainda não há nenhuma cura conhecida para a fibrose cística. Infecções pulmonares
são tratadas com antibióticos, que podem ser administrados por via intravenosa, inalatória
ou oral. Por vezes, o antibiótico azitromicina é utilizado a longo prazo. A inalação de soro
fisiológico e salbutamol também pode ser útil. O transplante de pulmão pode ser uma opção
se a função pulmonar continua a piorar. A substituição de enzimas pancreáticas e a
suplementação de vitaminas solúveis em gorduras é importante, principalmente nos jovens.
Técnicas de desobstrução das vias respiratórias, tais como fisioterapia para o peito tem
algum benefício de curto prazo, mas os efeitos a longo prazo ainda não são claros. A
expectativa de vida média está entre 42 e 50 anos nos países desenvolvidos. Os problemas
pulmonares são responsáveis pela morte de 80% das pessoas com fibrose cística.
A fibrose cística é uma doença autossômica recessiva, de âmbito pulmonar letal, afeta
mais comumente a população caucasoide, com incidência variada de um para cada 2000 ou
3000 nascidos em vários países; um em casa 25 nessas populações é portador
assintomático do gene. É menos recorrente em afrodescendentes e rara em asiáticos.
• Genética:
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portadores de FC em que pelo menos um Alelo está presente. Porém já foram encontradas
mais de 1900 mutações nessa proteína
As mutações do gene podem ser agrupadas em seis classes de acordo com: o efeito,
a produção da proteína, o tráfego para a membrana, função ou estabilidade.
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4.4 Patogenia
O gene defeituoso responsável pela fibrose cística acomete a CFTR que é uma
proteína para o transporte de íons, estando envolvida na regulação de cloro (Cl), sódio (Na)
e água (H2O).
A CFTR normal permite que o cloreto (Cl) passe pelas células produtoras de muco: a
água segue e o muco se torna fino.
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dessa proteína expressam essa disfunção de maneiras diversas, conforme a sensibilidade
de cada um deles ao déficit funcional.
Deste modo, a expressão clínica pode ser multivariada, numa visão geral pode
apresentar-se como um envolvimento multissistêmico podendo ser caracterizado por uma
doença pulmonar progressiva, disfunções gastrointestinais, doenças hepáticas, infertilidade
masculina (azoospermia obstrutiva) e desnutrição. Contudo a doença pulmonar é a principal
causa de morbilidade e mortalidade na Fibrose Cística.
Sinais e sintomas são alterações estruturais e funcionais que são manifestadas por
mudança de comportamento, sendo que o sinal é uma indicação clínica visível ao
profissional da saúde. Já o sintoma são as queixas verbalizadas e relatadas pelo paciente
A Fibrose Cística tem muitos tipos de se manifestar, por ter mais de mil tipos de
mutação para esse gene e pode aparecer no período neonatal ou ao longo da vida. E xistem
alguns pacientes que são assintomáticos.
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Os sintomas mais comuns são suor muito salgado, tosse crônica com catarro,
pneumonia, bronquite, chiado no peito, falta de folego, dificuldade de ganhar peso, diarreia,
pólipo nasal (tumor benigno que reveste as cavidades nasais); A fibrose cística. é uma
doença que acomete vários sistemas ou órgãos.
• Aparelho respiratório:
• Aparelho digestivo:
• Outros aparelhos:
É uma forma mais rara de aparecer, acontece mais no período neonatal, em todos
recém-nascidos com icterícia colestática - obstrutiva - prolongada, deve considerar a
possibilidade de FC, afastando a possibilidade de atresia das vias biliares.
4.7 Diagnóstico
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O diagnóstico da FC deve ser feito o mais antecipadamente possível. Em alguns
países como nos EUA, o diagnóstico da FC já consegue ser confirmado em 71% dos
pacientes fibrocisticos em seu primeiro ano de vida. O diagnóstico da FC apesar de ser
necessário realizá-lo o mais cedo possível, é bom atentar-se para executá-lo em um lugar
assertivo, com um grau elevado de assertividade, e para assim fornecer a assistente
necessária para o paciente fibrocístico. Por este motivo, os diagnósticos da FC são
predominantes na infância. Mas isto não revela que os casos são descobertos apenas na
infância, há muitos pacientes, que descobrem a mesma na fase da adolescência e adulta,
esses indivíduos geralmente apresentam a forma não-típica da doença
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mucoides de Pseudomonas, íleo meconial, insuficiência pancreática com prejuízo do
desenvolvimento, entre outras manifestações pulmonares e gastrintestinais menos
especificas.
4.8 Tratamento
Uma vez que esta doença é frequentemente subdiagnosticada, quando não são
realizados estudos de triagem neonatal, e tem caráter crônico com variados graus de
manifestações clínicas e requer continuamente o uso de medicamentos, assim como de
assistência multidisciplinar, o custo médio do tratamen to é elevado e difícil de ser
estimado. Por este motivo, independentemente da renda familiar, os fibrocísticos e suas
famílias têm garantido o direito de receber assistência do governo, via Sistema Único de
Saúde (SUS), ao qual compete o diagnóstico precoce, por meio do teste do pezinho, até o
fornecimento de suplementos alimentares, enzimas digestórias e medicamentos. Oque
torna o Brasil o 1º país da América Latina a ter o tratamento com medicamento ‘modulador
do gene CFTR’ disponível gratuitamente na rede pública.
A doença pulmonar é a causa mais comum de morte na FC, seja por insuficiência
respiratória ou por complicações inerentes à própria progressão da doença. O tratamento
visa prevenir e abordar oportunamente as complicações obstrutivas
• Agentes Mucolíticos
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Nas vias aéreas dos pacientes com FC, ocorrem alterações no líquido de superfície
promovendo desidratação das secreções mucosas e aumento da viscosidade. Estas
alterações favorecem a obstrução ductal, que é acompanhada de reação inflamatória e de
posterior processo de fibrose. A viscosidade anormal do escarro é causada pelo DNA
extracelular liberado pelos neutrófilos. A terapêutica com alfadornase, ou DNase
recombinante humana (rhDNase), foi aprovada em 1994 para o uso exclusivo na fibrose
cística. Esta droga, administrada pela via inalatória, diminui a viscosidade do escarro
devido à degradação do DNA extracelular em pequenos fragmentos.
• Broncodilatadores
• Agentes Anti-Inflamatórios
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colaterais colocam em questionamento o uso desta classe de medicamentos. Nas
exacerbações, faltam evidências que justifiquem sua utilização, exceto nos casos
selecionados de exacerbação grave em que coexista a hiper-reatividade brônquica
• Suporte Nutricional
Todo paciente com fibrose cística deve ser avaliado regularmente com objetivo de
monitorizar o estado nutricional e assegurar uma adequada ingesta calórica. A intervenção
nutricional deve ser precoce, pois desempenha um importante papel no curso clínico da
fibrose cística. Prejuízos no estado nutricional acarretam alterações na função pulmonar,
também interferindo na sobrevida do paciente. Devido à grande importância da nutrição no
tratamento e acompanhamento dos pacientes com fibrose cística, um capítulo foi dedicado
exclusivamente a este tema.
• Suplementação de Oxigênio
Dentre elas podemos citar a Pressão Expiratória Positiva (PEP), Oscilação Oral De
Alta Frequência ,Acapella, Pep Subaquática, Aumento do Fluxo Expiratório (AFE), Ciclo
Ativo Da Respiração, Técnica de Expiração Forçada, Drenagem Autógena (DA) e Drenagem
Autógena modificada (DAM).
A CFTR é uma proteína reguladora do canal de cloro presente nas células epiteliais.
O defeito dessa proteína causa desidratação da secreção tornando-a espessa, obstruindo
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os brônquios, bronquíolos e ductos. Secreções infectadas contêm citocinas e proteases que
destroem o tecido pulmonar contribuindo para a formação de bronquiectasias.
O PEP é composto pela máscara facial ou peça bucal, uma válvula unidirecional e o
resistor expiratório. Os principais objetivos de indicação para os pacientes é que promove
recrutamento alveolar e remove secreções traqueobrônquicas. O paciente é instruído a
realizar o padrão respiratório diafragmático, inspirando um volume maior que o volume
corrente e inferior à capacidade pulmonar total. A inspiração é ativa e a expiração é realizada
à capacidade residual funcional, e contra uma resistência, o que torna a pressão positiva ao
final.
É uma técnica alternativa de clearance das vias aéreas que combina PEP com a
oscilação das vias aéreas. Seu principal objetivo é reduzir a viscoelasticidade do muco
gerada através de bolhas de ar que penetram no mesmo, facilitando seu deslocamento.
Dentre as vantagens desse recurso está a possibilidade de associação com a terapia
inalatória, fácil aprendizado com melhora na adesão ao tratamento. De acordo com Alves et
al., a melhor efetividade do aparelho ocorre com a haste num ângulo de inclinação + 30°
otimizando melhor pressão expiratória positiva, frequência de oscilação e fluxo aéreo. É
recomendado utilizar o FLUTTER durante 15 minutos de forma intermitente. Alguns autores
sugerem que a inspiração deve ser profunda, seguida de uma pausa, e a expiração
prolongada.
• Acapella
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mecanismo para geração de PEEP e oscilações do fluxo utiliza força de atração magnética,
não sendo, portanto, dependente da gravidade.
A resistência ideal é aquela em que o paciente é capaz de manter a expi ração por
três segundos. O paciente deve ser instruído a inspiração lenta e profundamente, a
expiração deve ser realizada à capacidade residual funcional (CRF), nunca realizando
contração ativa da musculatura abdominal.
• PEP Subaquática
O resistor expiratório é representado por uma coluna d’água, graduada de acordo com
a PEEP que se deseja oferecer ao paciente. No final da expiração, quando a pressão do
circuito se iguala à pressão determinada na coluna d’água, a resistência expiratória desejada
é alcançada.
Esse sistema é indicado para pacientes com idade em torno de três anos com intuito
do aprendizado do controle inspiratório pelo nariz e expiratório pela boca. Assim que o
desempenho for satisfatório inicia a aquisição do sistema EPAP.
O aumento do fluxo expiratório (AFE) é definido por aumento ativo, ativo- assistido ou
passivo do volume expirado, em velocidade ou quantidade, sendo utilizado com frequência
em pediatria. A técnica é realizada por meio de preensão bimanual, com uma das mãos
envolvendo e comprimindo suavemente a parede antero lateral do tórax da criança durante
a expiração, enquanto a outra mão exerce apoio estático no abdômen.
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Como a higiene brônquica normal é uma explosão expiratória reflexa, o AFE é a
técnica de desobstrução mais próxima da expulsão fisiológica das secreções pulmonares,
ela pode ser variada de acordo com a colaboração do paciente. A técnica ativo-assistida é
utilizada para crianças em torno de dois ou três anos, onde se ensina à criança a expiração
com glote aberta e acompanha-se a expiração.
Pode ser usado em qualquer posição, inclusive em drenagem postural. É eficaz, tanto
com ou sem auxílio de controle respiratório (sequências de 3 a 4 ciclos) expansão torácica
(sequências de 3 a 4 ciclos) e técnica de expiração forçada (sequências de uma ou duas
vezes).
Alguns autores indicam a técnica para pacientes acima de 8 ou 9 anos com auxílio e
acima de 12 ou 13 anos com independência, porém a técnica pode ser introduzida de forma
lúdica a partir dos 2 anos, lembrando que o CAR nunca deve ser desconfortável ou causar
fadiga ao paciente.
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brônquica de pacientes com tendência ao colapso das vias aéreas durante a tosse normal,
como é o caso dos pacientes fibrocísticos.
A DAM é uma técnica que tem como base a DA, porém com modificações na
sequência das respirações feita por um grupo alemão, objetiva a remoção das secreções de
vias aéreas.
Consiste em uma inspiração pelo nariz seguida de uma apnéia (dois ou três
segundos) e posteriormente uma expiração pela boca, sendo a expiração realizada em dois
tempos: primeiro de forma passiva (fluxo aéreo inicial rápido sem o uso de musculatura
respiratória) e segundo de forma ativa (fluxo expiratório final lento com ajuda da musculatura
respiratória).
Sua efetividade se dá pela respiração profunda que causa uma variação no diâmetro
brônquico e desse modo desloca o muco. O efeito do recolhimento ocorre durante a
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expiração passiva onde a secreção é transportada em direção a boca, contra a força da
gravidade. A expiração ativa leva a secreção para vias aéreas de grande calibre, momento
em que a secreção atinge a traqueia para então ser expectorada através da tosse.
Esta técnica requer uma colaboração muito grande do paciente e por isso não é
possível aplicar a mesma em crianças. A principal característica desta técnica é a sua
flexibilidade, adaptando-se as necessidades individuais do paciente.
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Conclusão
Uma das primeiras formas para diagnosticar a doença, é através do teste do pezinho.
Caso o exame de positivo, deve ser repetido e confirmado pelo Teste Genético ou pelo Teste
do Suor.
O tratamento precoce é o mais indicado para pacientes com fibrose cística, e tem
como meta adiar as infecções pulmonares, bem como controlar as deficiências enzimáticas.
A utilização adequada dessas terapias resulta em mais pacientes com fibrose cística
sobrevivendo na vida adulta com uma aceitável qualidade de vida.
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Referência
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