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A ASSISTÊNCIA AO TRATAMENTO ONCOLÓGICO NA ERA COVID-19

Anderson Ferreira Pinheiro 1


Alana Cristina Canceglieri Stuhr 2
Gabriela Pizano Purificati 3
Waleska Vitória de Oliveira Tostes Peixoto 4
Renan Tomazini Leite 5
Afrânio Simões Pessanha 6
1,2,3,4,5 
Acadêmico(a) de Medicina no Centro Universitário Redentor - UniRedentor.
Itaperuna, Rio de Janeiro.

Docente no Centro Universitário Redentor - UniRedentor. Itaperuna, Rio de Janeiro.

E-mail do 1° autor: andersonferreira.filho@gmail.com


Liga Acadêmica: Liga Acadêmica de Clínica Cirúrgica em Oncologia- LACCON.

Introdução: Levantamentos apontam que ocorreram 625 mil casos novos de câncer


no Brasil durante a era pandêmica, sendo os cânceres de mama e próstata os que
mais cresceram, seguido pelo de cólon e reto. Esses dados corroboram com a
magnitude do problema, estudos, ainda limitados abordam o risco de COVID-19
associada a pacientes com casos de recidiva, a associação dessas doenças e as
relações com nossa população são ainda pouco conhecidas. A discussão sobre o
adiamento do tratamento oncológico gera polêmica, uma vez que a definição de
gravidade é mutável de acordo com o tipo de câncer e estadiamento. No Brasil,
existem ainda implicações legais com risco de penalização dos gestores segundo a
lei nº 12.732/12, que estabeleceu que o primeiro tratamento oncológico no SUS
(Sistema de Saúde Pública Brasileiro) deve se iniciar no prazo máximo de 60 dias a
partir da assinatura do laudo patológico ou em prazo menor. Objetivos: Levantar
uma discussão quanto a escolha e atrasos no tratamento de pacientes oncológicos
durante a pandemia de COVID-19, a fim de elucidar a atuação dos médicos durante
estes casos. Métodos: O resumo foi baseado em uma revisão literária de dados em
plataformas digitais, a partir de um questionamento em campo prático da
LACCON. Com isso, a escrita do presente resume foi realizada a partir desse
levantamento de dados, bem como avaliação integral dos escassos artigos
relacionados a essa área. Resultados/Discussão: Sabe-se que pacientes com
câncer podem ter maior risco de manifestações da doença COVID-19 quando
comparados a indivíduos saudáveis, além de apresentarem piores resultados de
evolução clínica da COVID-19. O cuidado com pacientes oncológicos foi redobrado
durante a pandemia pelo aumento considerável dos riscos. Levando em
consideração a necessidade unânime de continuidade do tratamento dos pacientes
portadores de câncer e eminente exaustão de recursos humanos e de toda ordem,
além de lotação dos hospitais por doentes infectados com COVID-19. A Sociedade
Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) recomendou uso de Unidades Livres de
COVID-19, principalmente para assistência de pacientes portadores de cânceres
graves, que necessitavam de iniciar ou dar continuidade ao tratamento cirúrgico
oncológico independente do momento pandêmico em questão. Estudos em todo o
mundo apontavam descasos no atendimento destes até mesmo em situações onde
o risco de morte neste período de espera era superior a 50%. Outro problema
apontado foi na redução do número de doadores para possíveis cirurgias. Grande
desafio deste período, apesar da tentativa de preparo prévio, foi a escassez de
equipamentos de proteção individual (EPIs). Houve necessidade de algumas
adaptações, tais como: a reutilização de máscaras e equipamentos inicialmente
considerados descartáveis, além de montagem de comitês cirúrgicos, visando
decidir sobre as prioridades e indicações de tratamento cirúrgico. As evidências
científicas são incipientes, portanto, quaisquer conclusões generalizadas para esses
pacientes devem ser interpretadas com cautela, mas os efeitos prolongados
induzidos por quimioterapia, radioterapia e outros tratamentos oncológicos, que
podem levar a imunossupressão, não podem ser negligenciados. Conclusão:
Conclui-se que houve necessidade de maior cautela na escolha do tratamento do
paciente oncológico, que levou em consideração características individuais de cada
caso, bem como a característica de sobrecarga operacional de sistemas de saúde
no país, que tornou a situação ainda mais preocupante, principalmente em áreas de
recursos escassos. Entretanto, faltam dados para entender a dinâmica da doença e
a propagação em um país com características peculiares como o Brasil.

Palavras-chave: Assistência Oncológica; Atraso no Tratamento Oncológico;


COVID-19; Tratamento Oncológico Cirúrgico.

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