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2. TÍTULO DO TRABALHO
Avaliação da incidência de casos de lesões pré-malignas e malignas de colo de útero das pacientes
atendidas no Ambulatório de Ginecologia e Obstetrícia da Clínica Integrada do UNIVAG, antes e
durante a pandemia da COVID-19.
2.1 PALAVRAS-CHAVE
Exame Colpocitológico, Câncer de Colo Uterino, Pandemia por COVID-19.
2.4 VIGÊNCIA
2023/1-2023/2
2.6 INTRODUÇÃO.
O Câncer do Colo do Útero (CCU) é o quarto tipo de câncer que mais ocorre no mundo, e a quarta
causa mais frequente de morte por câncer entre as mulheres 1. No Brasil, as maiores incidências estão na região
Norte e Centro-Oeste (23,9/100 mil mulheres), e as menores na região Sudeste (11,3/100 mil mulheres) 1. Assim,
devido a seu grande impacto epidemiológico, ao longo dos anos foram criadas medidas governamentais para
reduzir a incidência deste tipo de câncer, sendo criado no Brasil, em 1968, o primeiro programa de controle do
câncer do colo do útero².
Outros marcos históricos importantes foram criados, tais como o Programa Nacional de Combate ao
Câncer de Colo do Útero (em 1998), e do sistema de informações para o monitoramento das ações (Siscolo) em
1999. Mais recentemente, em 2014, o Ministério da Saúde iniciou a campanha de vacinação de meninas
adolescentes contra o papilomavírus humano (HPV) por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) 2, haja
vista a importante correlação da infecção por este vírus com as lesões intraepiteliais escamosas e a frequência do
carcinoma cervical3,4,5. Atualmente, o calendário vacinal para adolescentes (meninas de 9 aos 14 anos e meninos
de 11 aos 14 anos7) inclui a proteção contra os subtipos de HPVs 6, 11, 16 e 18 (recombinante), sendo os subtipos
16 e 18 os mais oncogênicos6.
Tendo em vista que esta neoplasia possui evolução lenta, bom prognóstico quando detectada
precocemente e tratamento especializado¹, torna-se evidente que o rastreamento das lesões pré-malignas e
malignas é a chave principal para redução dos casos de CCU. Desse modo, uma das maneiras mais importantes de
rastreamento é a realização do exame citopatológico do colo do útero (CCO), o qual deve ser feito periodicamente
por mulheres sexualmente ativas, especialmente entre 25 e 64 anos². Esse exame surgiu no Brasil a partir da
década de 1940, onde os profissionais de saúde trouxeram para nosso meio a citologia e a colposcopia, sendo até
hoje ferramentas de suma importância na prática clínica e diagnostico inicial das lesões².
As lesões pré-cancerígenas do colo uterino revelam alterações epiteliais caracterizadas histologicamente
pelo aumento da taxa mitótica, atipia e organização citológica anormais 8. Sua gravidade está atrelada ao nível de
comprometimento da espessura do epitélio escamoso e invasão para o epitélio endocervical 8,9. O sistema
Bethesda, que regulamenta a terminologia internacionalmente, estabelece como anormalidades epiteliais
escamosas: a Lesão intraepitelial de baixo grau (L-SIL), a Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (H-SIL),
carcinoma escamoso invasor, adenocarcinoma in situ e adenocarcinoma invasor8. Essa classificação é necessária
para se estabelecer o manejo clínico preconizado em cada tipo de lesão².
No ano de 2020, o mundo inteiro entrou no cenário da pandemia da covid-19. No Brasil, os esforços da
saúde pública foram direcionados para a contenção do avanço do SARS-CoV-2. As demais medidas de saúde
acabaram tornando-se secundárias, como o sistema de rastreamento precoce do CCU, o qual foi impactado
maleficamente nesse período10. Estudos já demonstram uma redução média de 35% no diagnóstico de casos de
CCU no Brasil durante esse período, evidenciando uma possível subnotificação 10. Além disso, em 2020, houve
redução de 44,6% na realização dos exames citopatológicos comparando-se ao ano de 2019 11.
Diante disso, evidencia-se a importância do empenho em diagnosticar rápida e efetivamente o CCU,
detectando de maneira precoce a existência de células atípicas, visando melhor prognóstico.
2.7 JUSTIFICATIVA.
Nesse contexto, evidencia-se a necessidade de realização do CCO no rastreamento e diagnóstico
das lesões pré-malignas e malignas do colo do útero, como ferramenta essencial no prognóstico da
doença. No Centro Universitário de Várzea Grande (UNIVAG), no Ambulatório de Ginecologia e
Obstetrícia (AGO) da Clínica Integrada, são realizados os exames de CCO das pacientes atendidas nessa
especialidade, cumprindo o objetivo de rastreio e diagnóstico do CCU.
Diante do cenário pandêmico, que dificultou as políticas de saúde pública, e consequentemente o
rastreio do CCU, este projeto visa comparar a incidência de lesões pré-malignas e malignas das
pacientes atendidas no AGO antes (biênio 2018/2019) e durante o período da pandemia (biênio
2020/2021).
Nessa perspectiva, a relevância da pandemia em relação a um possível aumento do número de
casos de lesões do colo do útero, devido a um menor número de exames realizados nesse período, torna
necessário um estudo de dados comparativos, na tentativa de elucidar se haverá impacto desses números
nas redes de saúde pública e no contexto da saúde da mulher.
2.8 OBJETIVOS
Objetivo Geral
Comparar a incidência de lesões pré-malignas e malignas das pacientes atendidas no AGO do
UNIVAG antes (biênio 2018/2019) e durante o período da pandemia (biênio 2020/2021).
Objetivos Específicos
1. Analisar os dados coletados através dos laudos, a fim de se obter dados clínicos e epidemiológicos.
2. Desenvolver trabalhos científicos, tais como artigos, resumos, publicações em congressos da área.
3. Integração de dados epidemiológicos com outras Instituições, que realizam projetos semelhantes.
2.9 METODOLOGIA
A pesquisa será do tipo descritiva, de acordo com os objetivos, e quantitativa, quanto à sua
natureza.
Com relação às pesquisas quantitativas, para a coleta de dados é importante o uso de técnicas
fidedignas e que oportunizem informações precisas e sem duplicidade, destacando-se o uso de
questionários, a consulta de dados numéricos em documentos e a realização de experimentos
controlados13.
A respeito do campo de estudo, será realizada análise dos laudos de CCO das pacientes
atendidas no AGO. Tais exames são coletados pelos acadêmicos de graduação em Medicina, que
estão cursando o internato de GO, das mulheres atendidas no AGO da Clínica Integrada do Univag,
no período de 2018 a 2021. Suas identidades serão preservadas, sendo utilizadas informações quanto a
faixa etária, tipos de alterações citológicas encontradas, bem como a incidência destas no período pré
e durante a pandemia da COVID-19. O presente projeto foi submetido ao Comitê de Ética da
Plataforma Brasil, aguardando parecer final.
sistematizar as informações contidas nos laudos, bem como comparar e discutir os dados obtidos com
a literatura relacionada ao tema.
2.10 BIBLIOGRAFIA
3. Stofler MECW, Nunes RD, Rojas PFB, Trapani Junior A, Schneider IJC. Avaliação do
desempenho da citologia e colposcopia comparados com a histopatologia no rastreamento e
diagnóstico das lesões do colo uterino. ACM arq catarin med [Internet]. 2011 [cited 2022 Oct 26];
Available from: http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/876.pdf
4. Brasil., Ministério da Saúde., Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes Da Silva.
Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero [Internet]. 2a Edição. 2016
[cited 2022 Oct 26]. Available from: www.inca.gov.br
6. Shrestha AD, Neupane D, Vedsted P, Kallestrup P. Cervical Cancer Prevalence, Incidence and
Mortality in Low and Middle Income Countries: A Systematic Review. Asian Pacific Journal of
Cancer Prevention [Internet]. 2018 Feb 1 [cited 2022 Oct 26];19(2):319–24. Available from:
http://journal.waocp.org/article_56041.html
7. Brasil., Ministério da Saúde. Calendário Vacinal - Adolescentes [Internet]. 2022 [cited 2022
Oct 26]. Available from: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-
nacional-de-vacinacao/calendario-vacinal-2022/anexo-calendario-de-vacinacao-do-
adolescente_atualizado_-final-20-09-2022-copia.pdf
8. Brasil., Ministério da Saúde. Atlas de citopatologia ginecológica [Internet]. 2012 [cited 2022
Oct 26]. Available from: www.saude.gov.br/sgtes
9. Primo WQSP, Corrêa FJS, Barguil JP. Brasileiro. Manual de Ginecologia da Sociedade de
Ginecologia e Obstetrícia de Brasília. 2a Edição. 2017.
11. Ribeiro CM, de Miranda Correa F, Migowski A. Efeitos de curto prazo da pandemia de
COVID-19 na realização de procedimentos de rastreamento, investigação diagnóstica e tratamento do
câncer no Brasil: estudo descritivo, 2019-2020. Epidemiologia e Serviços de Saúde [Internet]. 2022
Mar 7 [cited 2022 Oct 26];31(1):2019–20. Available from:
http://www.scielo.br/j/ress/a/txZ8ZMpQ3FgcLdpLrh8LbbD/
Tabulação Dos
Resultados X X X
Relatório Parcial X X
Análise Estatística X X X
dos Resultados
(quando houver)
Conclusão da
Pesquisa X X
Elaboração Relatório
Final X
Elaboração de Artigo
Cientifico X X X
TOTAL R$
3 .PARECER
( ) – APROVADO ( ) - REPROVADO ( )- REFORMULAR
Data: / /
Assinatura: ______________________________________________________