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EXTENSIVO R1

CLÍNICA CIRÚRGICA
Gastroenterologia
v. 2
Antônio Rocco Imperiale
José Américo Bacchi Hora
Lúcia Cláudia Pereira Barcellos
SOBRE OS AUTORES

Allan Garms Marson Hélio A. Carneiro


Residência médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo e em Residência médica em Cirurgia Oncológica pela Fundação
Cirurgia Geral pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Antônio Prudente (A.C.Camargo Cancer Center). Graduado
Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Gra- em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
duado em Medicina pela FMUSP. Ex-preceptor em Cirurgia Cirurgião geral e oncológico dos Hospitais Adventista, Pau-
do Aparelho Digestivo e Coloproctologia do HC-FMUSP. listano e PREVENT.

Antônio Rocco Imperiale José Américo Bacchi Hora


Mestre em Medicina pela Faculdade de Medicina da Univer- Residência médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo e
sidade de São Paulo (FMUSP). Título de especialista pelo em Cirurgia Geral pelo Hospital das Clínicas da Faculdade
Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) e pela So- de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
ciedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP). Residência Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Uni-
médica em Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Digestivo versidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ex-preceptor da
pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP). Gradua- disciplina de Coloproctologia na FMUSP.
do em Medicina pela FMUSP. Lúcia Cláudia Pereira Barcellos
Durval Alex Gomes e Costa Mestra em Ciências em Gastroenterologia pela Faculdade
Doutor em Doenças Infecciosas pela Universidade Federal de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Título
de São Paulo (Unifesp). Residência médica em Infectologia de especialista em Endoscopia pela Sociedade B ­ rasileira
pelo Hospital Heliópolis. Graduado em Medicina pela Uni- de Endoscopia (SOBED). Título de especialista em Gas-
versidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Infecto- troenterologia pela Federação Brasileira de Gastroente-
logista do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do rologia (FBG). Residência médica em Gastroenterologia
Hospital Heliópolis. Coordenador da Preceptoria Médica da e em ­Endoscopia pelo Hospital do Servidor Público Esta-
Residência de Infectologia do Hospital do Servidor Público dual de São Paulo (HSPE-SP). Graduada em Medicina pela
Estadual de São Paulo (HSPE-SP). ­Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas
(UFPel).
Eduardo Bertolli
Doutor e mestre em Oncologia pela Fundação Antonio Pru- Rafael Izar Domingues da Costa
dente (A.C.Camargo Cancer Center). Título de especialista Especialista no Programa Avançado de Cirurgia Geral pelo
em Cancerologia Cirúrgica pela Sociedade Brasileira de Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Univer-
Cancerologia. Título de especialista em Cirurgia Geral pelo sidade de São Paulo (HC-FMUSP). Graduado em Medicina
Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC). Residência médica pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE).
em Cirurgia Oncológica pelo A.C.Camargo Cancer Center. Rodrigo Biscuola Garcia
Residência médica em Cirurgia Geral pela Pontifícia Univer- Residência médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo e em
sidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Graduado em Medi- Cirurgia Geral pelo Hospital do Servidor Público Municipal
cina pela Faculdade de Medicina da PUC-SP. Membro titular de São Paulo (HSPM-SP). Médico dos Hospitais São José
do CBC e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e Sírio-Libanês. Graduado em Medicina pela Faculdade de
(SBCO). Instrutor de ATLS® pelos Núcleos da Irmandade Ciências Médicas de Santos (FCMS).
da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP) e do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Univer-
Yeda Mayumi Kuboki
sidade de São Paulo (HC-FMUSP). Membro da Diretoria do Residência médica em Endoscopia Digestiva pela Santa
Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM) – Gestão 2017-2019. Casa de Misericórdia de São Paulo (SCMSP) e em Cirurgia
Médico titular do Núcleo de Câncer de Pele do A.C.Camargo Geral pela Universidade de Santo Amaro (Unisa). Graduada
Cancer Center. em Medicina pela Faculdade de Medicina de São José do
Rio Preto (FAMERP). Médica da Emergência do A.C.Camar-
Fábio Carvalheiro go Cancer Center.
Residência médica em Cirurgia Oncológica pelo Instituto
do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho (IAVC) e em Ci- Atualização 2020
rurgia Geral pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Antônio Rocco Imperiale
(SCMSP). Graduado em Medicina pela Faculdade de Me-
dicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo José Américo Bacchi Hora
(PUC-SP).
APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

É com grande satisfação que apresentamos o livro Gastroenterologia v. 2, do curso


Extensivo R1 2020.

Nós da Medcel queremos oferecer a você uma experiência única para o seu
desenvolvimento ao longo do processo de preparação para as provas de
Residência Médica, e esse livro é um dos formatos de conteúdo que apoiarão
você nesse caminho.

Por meio dos temas médicos explorados ao longo dos capítulos, você poderá
refletir sobre os conteúdos que mais caem nas provas, aprofundando seus
conhecimentos. Ao final da leitura, você estará preparado para resolver os casos
apresentados nos exercícios dos livros de questões e nos simulados presentes
na plataforma Medcel, com o objetivo de fixar os temas e entender como eles
são abordados em prova.

Bons estudos!
SUMÁRIO
1. Anatomia e fisiologia do 6. Anatomia e fisiologia do intestino
pâncreas..................................................10 delgado.................................................. 70
1.1 Anatomia............................................................................................ 11 6.1 Anatomia...........................................................................................71
1.2 Anatomia microscópica.......................................................... 15 6.2 Fisiologia..........................................................................................76
1.3 Anomalias pancreáticas......................................................... 16
1.4 Fisiologia exócrina.......................................................................17 7. Constipação intestinal..................... 81
1.5 Fisiologia endócrina.................................................................. 18 7.1 Introdução....................................................................................... 82
7.2 Definição......................................................................................... 82
2. Pancreatite aguda...........................20
7.3 Etiologia e fisiopatologia...................................................... 83
2.1 Introdução.........................................................................................21 7.4 Diagnóstico................................................................................... 84
2.2 Etiologia.............................................................................................21 7.5 Tratamento.................................................................................... 86
2.3 Quadro clínico e diagnóstico..............................................23
2.4 Complicações ..............................................................................25 8. Diarreia aguda..................................90
2.5 Fatores de prognóstico .........................................................26 8.1 Má absorção intestinal............................................................ 91
2.6 Tratamento.....................................................................................27 8.2 Diarreia aguda........................................................................... 102

3. Pancreatite crônica......................... 32 9. Diarreia crônica.............................. 108


3.1 Definições....................................................................................... 33 9.1 Introdução....................................................................................109
3.2 Etiologia........................................................................................... 33 9.2 Classificação .............................................................................109
3.3 Patogenia....................................................................................... 34 9.3 Diagnóstico..................................................................................110
3.4 Quadro clínico e diagnóstico............................................. 34 9.4 Tratamento ..................................................................................111
3.5 Complicações.............................................................................. 36
3.6 Tratamento.................................................................................... 38 10. Anatomia e fisiologia do cólon........114
3.7 Pancreatite autoimune.......................................................... 40
10.1 Anatomia......................................................................................115
3.8 Pancreatite hereditária......................................................... 40
10.2 Fisiologia..................................................................................... 124

4. Tumores pancreáticos e 11. Doenças inflamatórias


periampulares....................................... 43
intestinais..............................................127
4.1 Introdução...................................................................................... 44
11.1 Introdução................................................................................... 128
4.2 Tumor de pâncreas – cabeça, corpo, cauda e
outros periampulares, como papila....................................... 44 11.2 Fisiopatologia........................................................................... 128

4.3 Lesões císticas e neoplasia papilar intraductal 11.3 Doença de Crohn................................................................... 129
mucinosa.................................................................................................. 51 11.4 Retocolite ulcerativa............................................................ 133
4.4 Tumores neuroendócrinos do pâncreas.................... 56 11.5 Diferenças entre a doença de Crohn e a
retocolite ulcerativa ......................................................................138
5. Afecções do baço............................ 62
12. Doença diverticular dos cólons........141
5.1 Introdução...................................................................................... 63
5.2 Abscesso esplênico................................................................. 63 12.1 Conceitos.................................................................................... 142
5.3 Cistos esplênicos...................................................................... 64 12.2 Fisiopatologia........................................................................... 142
5.4 Trauma esplênico...................................................................... 66 12.3 Epidemiologia.......................................................................... 144
5.5 Esplenectomia ........................................................................... 66 12.4 Etiologia ..................................................................................... 144
12.5 Diagnóstico............................................................................... 144 18.4 Rastreamento........................................................................ 206
12.6 Tratamento................................................................................145 18.5 Diagnóstico.............................................................................. 207
12.7 Complicações..........................................................................145 18.6 Estadiamento.........................................................................208
18.7 Tratamento............................................................................... 210
13. Megacólon......................................152 18.8 Seguimento.............................................................................. 213
13.1 Introdução..................................................................................153 18.9 Prognóstico.............................................................................. 214
13.2 Quadro clínico e diagnóstico.........................................154
19. Câncer de canal anal....................217
13.3 Tratamento...............................................................................154
13.4 Complicações..........................................................................156 19.1 Introdução.................................................................................. 218
19.2 Tumores de margem anal................................................ 219
14. Doenças orificiais.........................159 19.3 Tumores de canal anal........................................................221
14.1 Hemorroidas.............................................................................160
Referências.......................................... 228
14.2 Prolapso retal..........................................................................163
14.3 Fissura anal...............................................................................164
14.4 Abscesso anorretal.............................................................165
14.5 Fístula perianal.......................................................................165
14.6 Doença e abscesso pilonidal......................................... 167
14.7 Infecções sexualmente transmissíveis .................168

15. Gangrena de Fournier...................171


15.1 Introdução...................................................................................172
15.2 Etiologia........................................................................................172
15.3 Agentes mais prevalentes.............................................. 173
15.4 Fisiopatologia ......................................................................... 174
15.5 Quadro clínico......................................................................... 174
15.6 Diagnóstico............................................................................... 175
15.7 Tratamento .............................................................................. 175

16. Doença polipoide.........................179


16.1 Introdução..................................................................................180
16.2 Pólipo hiperplásico .............................................................. 182
16.3 Hamartoma...............................................................................183
16.4 Pólipo serrilhado....................................................................185
16.5 Adenoma....................................................................................185

17. Neoplasias do intestino


delgado.................................................192
17.1 Introdução..................................................................................193
17.2 Neoplasias benignas do intestino delgado..........193
17.3 Neoplasias malignas do intestino delgado...........195

18. Câncer de cólon e reto............... 201


18.1 Considerações gerais........................................................ 202
18.2 Etiopatogenia......................................................................... 202
18.3 Fatores de risco..................................................................... 204
GASTROENTEROLOGIA
V. 2
10 | CAPÍTULO 1 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO PÂNCREAS

ANATOMIA E
FISIOLOGIA DO
PÂNCREAS
Fábio Carvalheiro
Eduardo Bertolli
Allan Garms Marson
Yeda Mayumi Kuboki
Rodrigo Biscuola Garcia
Rafael Izar Domingues da Costa
Lúcia Cláudia Pereira Barcellos
Hélio A. Carneiro
Antônio Rocco Imperiale

1
Quais as porções pancreáticas e
como é feita sua drenagem para
o tubo digestivo?

1.1 ANATOMIA

1.1.1 Introdução
O pâncreas é um órgão retroperitoneal localizado atrás do estômago e tem a
forma do “J”, em posição horizontal. Mede cerca de 10 a 20 cm em seu maior
eixo, conta com diversos lóbulos e pesa em torno de 70 a 110 g no adulto.
É coberto por fino tecido conectivo, mas não tem cápsula verdadeira. Divide-se
em pâncreas endócrino, representado pelas ilhotas de Langerhans, que apre-
senta as células beta (produtoras de insulina e peptídio C), alfa (produtoras
de glucagon), delta (produtoras de somatostatinas) e PP (produtoras de Poli-
peptídio Pancreático – PP), e em pâncreas exócrino, produtor de bicarbonato
e enzimas digestivas.

Figura 1.1 - Divisão pancreática e relações anatômicas

Fonte: ilustração Claudio Van Erven Ripinskas.


12 | CAPÍTULO 1 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO PÂNCREAS

Figura 1.2 - Anatomia pancreática


A região é relativamente móvel próxima ao hilo
esplênico, que, junto com a veia e artéria esplênica,
Cauda
está contida entre as 2 camadas do ligamento
esplenorrenal

Figura 1.4 - Divisão do pâncreas

Fonte: ilustração Claudio Van Erven Ripinskas.

Fonte: acervo Medcel.


Figura 1.3 - Pâncreas retroperitoneal

1.1.2 Irrigação e drenagem


pancreáticas

A irrigação arterial do pâncreas é proveniente


do tronco celíaco e da artéria mesentérica
superior.

Na maior parte da população (80%), o tronco celíaco


divide-se em artérias gástrica esquerda, esplênica e
hepática comum; desta terceira surge a artéria gastro-
duodenal, que passa posteriormente à 1ª porção do
duodeno e divide-se em artéria gastroepiploica direita
e artéria pancreatoduodenal anterossuperior. O ramo
Fonte: ilustração Claudio Van Erven Ripinskas.
posterossuperior da artéria pancreatoduodenal origina-se
da gastroduodenal à esquerda do ducto biliar comum,
Quadro 1.1 - Divisão do pâncreas passando entre o duodeno e o pâncreas e fazendo a
principal irrigação da via biliar distal.
Está firmemente aderida à alça em “C” do duodeno,
à direita do colo. Posteriormente, relaciona-se com A artéria pancreatoduodenal inferior, que se divide nos
o hilo renal direito, a veia cava inferior, o pilar direito ramos posterior e anterior, é ramo direto da artéria
do diafragma, a arcada pancreatoduodenal poste- mesentérica superior ou de seus primeiros ramos jeju-
Cabeça rior, a veia gonadal direita e o ducto biliar comum nais. Complementando a irrigação do pâncreas, temos a
(colédoco). Inclui o processo uncinado, variável artéria pancreática dorsal, que pode ser ramo da artéria
extensão posterolateral da cabeça, que passa atrás esplênica (37%), do tronco celíaco (33%), da artéria
dos vasos retropancreáticos e anteriormente à veia mesentérica superior (21%) e até da artéria hepática
cava inferior e à aorta (8%), passando posteriormente ao pâncreas e unindo-se
O segmento está localizado na glândula sobre os com a pancreatoduodenal anterossuperior, formando a
Colo
vasos mesentéricos superiores arcada pré-pancreática em 95% dos casos; nos outros
À esquerda do colo, relaciona-se com a 4ª porção 5%, continua como artéria cólica média.
duodenal. Superiormente, relaciona-se com o tronco
Ao longo do trajeto, a artéria esplênica emite ramos arte-
celíaco, a artéria hepática e os vasos esplênicos. Ante-
riais que irrigam o pâncreas, sendo a pancreática magna
riormente, é coberto pela camada de dobra peritoneal
seu ramo mais calibroso, que se ramifica ao longo do
da parede posterior da bolsa omental, que separa o
ducto principal e se anastomosa com as pancreáticas
Corpo pâncreas do estômago e que, quando seccionada,
confere acesso rápido e fácil ao pâncreas em cirurgias
dorsal e caudal, ramo terminal da artéria esplênica.
de trauma, para inspeção e palpação do órgão. Poste- As veias do pâncreas são paralelas às artérias e estão
riormente, estão a aorta (origem da artéria mesenté- superficiais a elas. A drenagem se faz para a veia porta,
rica superior), o pilar esquerdo diafragmático, a veia veia esplênica e veias mesentéricas superior e inferior.
esplênica e o hilo renal
A veia portal hepática forma-se por trás do colo do
GASTROENTEROLOGIA | 13

pâncreas pela união das veias mesentérica superior e esplênica (Figura 1.6).
Os linfonodos pancreatoduodenais drenam para as cadeias subpilórica, portal,
mesocólica, mesentérica e aortocava, enquanto os linfonodos do corpo e da
cauda pancreáticos drenam para as cadeias linfáticas retroperitoneais, do hilo
esplênico, celíacas, aortocava e mesentérica (Figura 1.7).

Figura 1.5 - Visão geral do pâncreas e órgãos adjacentes

Fonte: ilustração Claudio Van Erven Ripinskas.

Figura 1.6 - Irrigação arterial e drenagem venosa do pâncreas

Fonte: ilustração Claudio Van Erven Ripinskas.


18 | CAPÍTULO 1 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO PÂNCREAS

aminoácidos, ácidos graxos, hormônio do crescimento,


Hormônios Funções
peptídio inibidor gástrico, potássio, acetilcolina e obesi-
Gastrina Semelhante à colecistocinina dade. Já a diminuição dos níveis de glicose, o jejum, os
exercícios e a somatostatina são fatores que inibem sua
Peptídio intestinal Similar à secretina; secreção de grande produção. Sua ação é diminuir a concentração sanguínea
vasoativo volume
de glicose, ácidos graxos e aminoácidos. O peptídio C é
secretado de forma equimolar à insulina; dessa forma,
1.5 FISIOLOGIA ENDÓCRINA pode ser usado para diferenciar estados de hiperinsu-
linemia exógena e endógena (insulinoma), em que as
As ilhotas de Langerhans (aglomerado de células dosagens de insulina e peptídio C estão paralelamente
especiais) são responsáveis pela função endócrina do aumentadas.
pâncreas, formada por células beta, alfa e delta. O glucagon é um “inibidor da secreção pancreática” e
tem, como fatores estimuladores, jejum, concentração
A célula beta é responsável pela produção de diminuída de glicose e concentração aumentada de
aminoácido. A insulina e a somatostatina são fatores
insulina e peptídio C, a alfa produz o glucagon,
que inibem sua produção. Sua ação visa manter “energia”
e a célula delta é responsável pela somatosta- para a célula por meio do aumento da glicogenólise, glico-
tina e pelo polipeptídio pancreático. neogênese e lipólise.
Nitidamente, o pâncreas está envolvido com o controle
A insulina é um dos produtos pancreáticos, cuja secreção e a regulação da glicose, única fonte de energia para
é estimulada pelo aumento da concentração de glicose, células de órgãos vitais como o cérebro.

Quais as porções pancreáticas e como é feita


sua drenagem para o tubo digestivo?
O pâncreas é dividido em cabeça (sua porção envolvida pelas porções iniciais do
duodeno), colo (porção próxima dos vasos mesentéricos), corpo (porção mais alongada),
cauda (porção distal, próxima ao hilo esplênico), e processo uncinado (projeção inferior
da cabeça pancreática).

A porção exócrina do pâncreas é composta por ácinos, as subunidades do lóbulo. O lúmen


dos ácinos desemboca nos ductos intralobulares, revestidos por epitélio colunar. Esses
ductos se anastomosam para formar os ductos interlobulares, e a anastomose dos ductos
interlobulares origina o ducto pancreático principal. Este drena para o duodeno através
da papila de Water, ou papila duodenal.
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO PÂNCREAS

PÂNCREAS

Divisão Irrigação Drenagem Histologia e


linfática fisiologia

Cabeça Artéria pancreatoduodenal


Colo superior: ramo da Linfonodos pancreatoduodenais:
Corpo gastroduodenal/tronco celíaco drenam para cadeias subpilórica, portal, Exócrino Endócrino
Cauda Artéria pancreatoduodenal mesocólica, mesentérica e aortocava
Processo inferior: ramo da mesentérica superior Linfonodos de corpo e cauda: drenam
uncinado Drenagem venosa: acompanha a para as cadeias linfáticas Células acinares: Ilhotas de Langerhans:
irrigação arterial. Drenagem para retroperitoneais, tripsina, Células alfa: glucagon
veia porta e mesentéricas do hilo esplênico, celíacas, quimotripsina, Células beta:
aortocava e mesentérica elastase, insulina, peptídeo C
calicreína, Células delta:
fosfolipase, somatostatina,
amilase e polipeptídeo
lipase pancreático

Anomalias anatômicas

Pâncreas heterotópico:
tecido pancreático funcionante
em outros órgãos/locais
Pâncreas divisum: não fusão
dos sistemas ductais
Pâncreas anelar: banda
de tecido pancreático
que envolve o duodeno
parcial ou totalmente
GASTROENTEROLOGIA | 19

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