MANUAL DE

HABILIDADES
MÉDICAS

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CIRURGIA
Antonio Rocco Imperiale
Mestre em Medicina pela Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP). Título de espe-
cialista pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva
(CBCD) e pela Sociedade Brasileira de Coloprocto-
logia (SBCP), sendo membro titular das duas socie-
dades. Residência Médica em Cirurgia do Aparelho
Digestivo e em Cirurgia Geral pelo Hospital das Clí-
nicas da FMUSP (HC-FMUSP). Graduado em Medi-
cina pela FMUSP.
José Américo Bacchi Hora
Residência Médica em Cirurgia do Aparelho Diges-
tivo e em Cirurgia Geral pelo Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (HC-FMUSP). Membro titular do Colégio Bra-
sileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) e associado à
Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP).
Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina
da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Médico do Hospital Israelita Albert Einstein, Hospi-
tal 9 de Julho e HC-FMUSP.
CLÍNICA MÉDICA
Iuri Lützoff Bevilacqua
Especialista em Reumatologia pela Irmandade da
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP)
e em Clínica Médica pela Beneficência Portuguesa
de São Paulo. Graduado em Medicina pela Universi-
dade de Mogi das Cruzes (UMC). Professor das dis-
ciplinas de Clínica Médica e de Urgência e Emergên-
cia da Universidade Anhembi Morumbi. Instrutor
em Simulação Realística.
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Simone Vidotti
Mestra em Ensino em Ciências da Saúde pela Esco-
la Paulista de Medicina/Universidade Federal de
São Paulo (EPM/Unifesp). Título de Especialista
pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrí-
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SOBRE OS AUTORES
cia (FEBRASGO). Residência Médica em Ginecolo-
gia e Obstetrícia no Hospital Municipal e Maternida-
de Escola Vila Nova Cachoeirinha (HMEC). Graduada
em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes
(UMC). Professora de Medicina na Universidade
Anhembi Morumbi. Preceptora de Uroginecologia
na Residência Médica de Ginecologia e Obstetrícia
no HMEC.
PEDIATRIA
Lygia de Souza Lima Lauand
Especialista em Gastroenterologia e Hepatologia
Pediátrica e em Pediatria e Puericultura pela Santa
Casa de Misericórdia de São Paulo (SCMSP). Gra-
duada em Medicina pela Faculdade de Ciências Mé-
dicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP).
Membro do Departamento Científico de Gastroen-
terologia Pediátrica da Sociedade de Pediatria de
São Paulo (SPSP). Médica assistente e preceptora
dos departamentos de Pediatria e Puericultura e de
Gastroenterologia e Hepatologia Pediátrica da
SCMSP. Médica e preceptora da Residência Médica
de Pediatria do Hospital Infantil Sabará.
SAÚDE COLETIVA
Caroline Thomaz Panico
Mestra em Tecnologias e Atenção à Saúde pela Es-
cola Paulista de Medicina/Universidade Federal de
São Paulo (EPM/Unifesp). MBA Executivo em Admi-
nistração: Gestão de Saúde na Fundação Getúlio
Vargas (FGV). Fellowship em Infecções Osteoarticu-
lares pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do
Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo
(IOT-HCFMUSP). Residência Médica em Infectologia
pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER). Re-
sidência Médica em Medicina de Família e Comuni-
dade pela EPM/Unifesp. Graduada em Medicina pela
Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Professora
da disciplina de Gestão em Saúde na Universidade
de Santo Amaro (Unisa) e da disciplina de Saúde Co-
letiva na UMC. Médica do IIER, do ambulatório
do IOT-HCFMUSP e da Comissão de Controle de In-
fecção Hospitalar do Hospital Municipal Bela Vista.
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 APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

Apresentamos a você o Manual de Habilidades Médicas 2021, um guia ilus-

trado dos principais procedimentos para as provas práticas, divididos entre
as cinco cadeiras: Cirurgia, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Pedia-
tria e Saúde Coletiva.

O livro traz instruções passo a passo com imagens informativas para ajudar
você a rever os procedimentos básicos da Medicina, com vistas ao contexto
sanitário atual, e reúne os temas de maior incidência nas provas práticas —
que podem ter peso de até 50% do exame.

Nas avaliações práticas, é preciso demonstrar acurácia, segurança e domínio

na execução, e o Manual de Habilidades Médicas 2021 prepara você para
o momento decisivo de aplicar seu conhecimento teórico, demonstrar suas
aptidões e conquistar a pontuação máxima.

Bons estudos!

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 SUMÁRIO

HABILIDADES EM CIRURGIA 14. Assistência pré-natal............................... 51

1. Avaliação primária segundo o 15. Parto vaginal.................................................55

ATLS® – ABCDE do trauma................................ 9
HABILIDADES EM PEDIATRIA
2. Lavagem e escovação das mãos........ 18
16. Atendimento ao recém-nascido
3. Montagem da mesa cirúrgica.............. 20 na sala de parto.................................................. 59

4. Suturas................................................................21 17. Reanimação neonatal............................. 60

5. Toracocentese e paracentese..............25 18. Reanimação pediátrica.......................... 65

6. Passagem de sonda vesical e 19. Aleitamento materno............................. 70

nasoenteral...........................................................27
HABILIDADES EM SAÚDE COLETIVA
7. Acesso venoso central............................. 30
20. Colocação e retirada de
HABILIDADES EM CLÍNICA MÉDICA equipamentos de proteção individual...72

21. Higienização das mãos........................... 74

8. Aferição de pressão arterial..................37
22. Exame dermatoneurológico.............. 76
9. Ventilação com bolsa-valva-
-máscara (AMBU)............................................. 38 23. Interpretação do genograma............ 78

10. Colocação de máscara 24. Interpretação do ecomapa................. 79

laríngea....................................................................39 25. Preenchimento do Registro de
11. Ressuscitação cardiopulmonar.......... 40 Saúde Orientado Por Problemas............. 80

26. Preenchimento da Ficha

HABILIDADES EM GINECOLOGIA Individual de Notificação............................... 81
E OBSTETRÍCIA
27. Preenchimento da Declaração
12. Exame das mamas.................................... 45 de Óbito.................................................................. 82

13. Exame ginecológico................................ 46 REFERÊNCIAS................................................. 85

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 8 • MANUAL DE HABILIDADES MÉDICAS

HABILIDADES EM
CIRURGIA

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 1 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA Atenção: as fotos a seguir aparecem sem o
colar cervical para melhor visualização dos
SEGUNDO O ATLS® – procedimentos, porém ele deve permanecer

ABCDE DO TRAUMA durante todo o processo, até uma possível

lesão cervical ser descartada.
Esta sequência foi estabelecida a fim de padro-
nizar o atendimento de pacientes traumatiza-
• Remova corpos estranhos, caso existam,
com dispositivos adequados, como a pinça
dos, com base nas lesões potencialmente mais
de Magyl (apenas com visualização direta).
graves, e consiste nos seguintes itens:

A Airway: Via aérea com proteção da coluna

cervical. 1.1.1 Técnicas de manutenção de
via aérea
B Breathing: Ventilação e respiração.

C Circulation: Circulação com controle da 1.1.1.1 Elevação do queixo (chin lift)

hemorragia.
A manobra é realizada colocando os dedos
D Disability: Avaliação do estado neurológico. de uma mão sob a mandíbula do paciente e
elevando-a suavemente, a fim de tracionar o
E Exposure: Exposição/controle do ambiente.
mento para trás (Figura 1.2). Com o polegar
da mesma mão, pressione o lábio inferior para
1.1 A – Via aérea com proteção abrir a boca. O polegar também pode ser colo-
da coluna cervical cado atrás dos incisivos inferiores ao mesmo
• Faça o reconhecimento de problemas; tempo que levanta o mento suavemente. Evite
hiperestender o pescoço durante a realização
• Verifique sinais objetivos da obstrução das
da manobra.
vias aéreas;
• Evite a movimentação excessiva da coluna Figura 1.2
cervical;
• Mantenha-a em posição neutra durante
procedimentos necessários;
• Instale dispositivos de imobilização adequa-
dos (colar cervical e head blocks laterais)
após a avaliação da via aérea.

Figura 1.1

Fonte: acervo Medcel.

1.1.1.2 Anteriorização da mandíbula

(jaw thrust)
Para realizar a manobra, segure os ângulos da
mandíbula com uma mão em cada lado e de-
pois desloque a mandíbula para a frente (Figura
Fonte: acervo Medcel. 1.3). Assim como em chin lift, evite estender o
pescoço do paciente.

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 10 • MANUAL DE HABILIDADES MÉDICAS

Figura 1.3 para cima, até tocar no palato mole. O dispositivo

é então girado em 180°, fazendo com que a cur-
vatura se encaixe para baixo, deslizando sobre a
língua. Não deve ser utilizada em crianças.

Figura 1.5

Fonte: Plo.

• Insira a cânula com a extremidade para cima

(Figura 1.6):

Figura 1.6
Fonte: acervo Medcel.

1.1.1.3 Cânula nasofaríngea

A cânula nasofaríngea é inserida em uma nari-
na, progredindo lentamente para a orofaringe
posterior. Deve estar bem lubrificada e ser in-
serida na narina que parece estar desobstruí-
da. Se houver obstrução durante a introdução
da cânula, deve-se tentar a outra narina. Não
realize esse procedimento em pacientes com
Fonte: acervo Medcel.
suspeita de fratura de placa cribriforme.

Figura 1.4 • Gire-a 180° com a curvatura encaixada

sobre a língua (Figura 1.7):

Figura 1.7

Fonte: Michael Pervak.

1.1.1.4 Cânula orofaríngea

As cânulas orofaríngeas são inseridas na boca
por trás da língua. A técnica preferida é inserir a
cânula de cabeça para baixo, com a parte curvada
Fonte: acervo Medcel.

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 HABILIDADES EM CIRURGIA • 11

Figura 1.8 • Cânulas traqueais de diversos tamanhos;

• Estetoscópio.

1.1.2.1 Intubação
• Monitorize, pré-oxigene e administre as
medicações necessárias;
• Introduza o laringoscópio (Figura 1.9):
Figura 1.9

Fonte: acervo Medcel.

1.1.2 Via aérea definitiva

A via aérea definitiva requer um tubo coloca-
do na traqueia com o cuff insuflado abaixo das
cordas vocais. Existem três tipos de vias aéreas
definitivas: tubo orotraqueal, nasotraqueal e a
via aérea cirúrgica (cricotireoidostomia e tra-
queostomia).

Os critérios para indicação de via aérea definitiva

são baseados em achados clínicos e incluem:
• Inabilidade em manter uma via aérea
patente por outros meios ou possibilidade
de comprometimento iminente;
• Inabilidade de manter oxigenação adequada
por suplementação de oxigênio ou presença
de dispneia;
Fonte: acervo Medcel.
• Visualize a epiglote e as cordas vocais;
• Passe a cânula simultaneamente com a
realização da manobra de Sellick (caso haja
outro socorrista). Insufle o cuff (Figura 1.10):
Figura 1.10

• Embotamento ou comportamento combati-

vo resultante de hipoperfusão cerebral;
• Embotamento indicando a presença de uma
lesão em crânio e requerendo ventilação
assistida (Glasgow Coma Scale — GCS —
de 8 ou menos), convulsão sustentada e
necessidade de proteção da via aérea inferior
contra aspiração de sangue ou vômito.

Os materiais utilizados para intubação são:

• AMBU® com máscara e reservatório;
• Cabo de laringoscópio e lâminas curvas de
intubação; Fonte: acervo Medcel.

• Fio-guia para intubação;

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 HABILIDADES EM CIRURGIA • 35

• Retire a agulha (Figuras 7.19 e 7.20):
Figura 7.19
• Com o fio-guia em posição, faça uma
pequena incisão (cerca de 3 mm), com uma
lâmina de bisturi, junto à entrada da pele,
para facilitar a passagem do dilatador
venoso (Figura 7.21):

Figura 7.21

Fonte: acervo Medcel.

Figura 7.20
Fonte: acervo Medcel.

• Vista o fio-guia com o dilatador e empurre-o

para dentro da veia. Depois, remova o
dilatador, mantendo o fio-guia em posição, e
comprima o orifício de entrada na pele, para
evitar sangramentos;
• Cubra o fio-guia com o cateter e progrida o
cateter pelo fio-guia para dentro do vaso.
Em seguida, retire o fio-guia;
• Finalmente, realize o teste do refluxo de
sangue por meio dos lúmens do cateter, que
deve ser livre e fácil. Fixe-o à pele e aplique o
curativo apropriado.
Fonte: acervo Medcel.

Observação: nos melhores serviços, o procedi-

mento é realizado guiado por ultrassonografia.

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