Você está na página 1de 10

SEÇÃO I

Envelhecimento individual,
iatrogenias e prevenção
Avaliação geriátrica ampla e 1
peculiaridades da consulta geriátrica

Paulo de Oliveira Duarte


José Renato G. Amaral

“Não se gerencia o que não se mede, não se O cuidado em saúde de um idoso estende-se
mede o que não se define, não se define o que não para além do tratamento médico tradicional da
se entende, e não há sucesso no que não se ge- doença. Requer a avaliação de vários problemas,
rencia.” incluindo componentes físicos, cognitivos, afeti-
Willian Edwards Deming (1900-1993) vos, sociais, financeiros, ambientais e espirituais
que influenciam a saúde do idoso.
INTRODUÇÃO E CONCEITOS Condições geriátricas como fragilidade, com-
prometimento funcional e demência são comuns,
A avaliação geriátrica ampla (AGA) – também mas frequentemente não são reconhecidas ou
conhecida como avaliação geriátrica multidimen- sequer tratadas de maneira adequada. A identi-
sional (AGM) ou avaliação geriátrica global ficação de condições geriátricas através da reali-
(AGG) – é definida como um processo diagnós- zação de uma avaliação geriátrica pode ajudar os
tico multidimensional, preferencialmente inter- serviços de saúde a gerenciar essas condições e
disciplinar, que complementa o exame clínico prevenir ou retardar suas complicações.
tradicional. Ela serve de base para a determinação “Síndrome geriátrica” é​​ um termo usado para
das deficiências, incapacidades e desvantagens se referir a condições de saúde comuns em idosos
do indivíduo idoso, possibilitando o estabeleci- que não se encaixam em categorias de doenças
mento de um plano de cuidado individualizado “órgão-específicas” e que frequentemente têm
tanto do ponto de vista médico como psicossocial causas multifatoriais. A lista inclui condições
e funcional, visando restaurar ou mesmo preser- como comprometimento cognitivo, alterações do
var a saúde do paciente. humor, delirium, incontinências, desnutrição,
Marjory Warren (1897-1960), considerada a fragilidade, quedas, tonturas, distúrbios da mar-
“mãe da geriatria”, foi quem estabeleceu os con- cha, lesões por pressão, distúrbios do sono, iatro-
ceitos iniciais da AGA. Seus artigos chamam a genias, déficits sensoriais e até mesmo insuficiên-
atenção pela relevância dada aos aspectos mais cia do suporte familiar e social. Essas condições
amplos em relação à saúde do idoso, com atenção repercutem de forma importante na funcionali-
a diversas questões: médica, social e funcional, dade e qualidade de vida dos idosos. Através da
com o envolvimento de equipes multidisciplina- AGA, essas síndromes geriátricas podem ser
res e a importância do ambiente físico e da rea- melhor identificadas, permitindo o desenvolvi-
bilitação no processo de saúde. Desde então, mento de um plano global de tratamento e acom-
diversos autores vêm contribuindo para o apri- panhamento a médio e longo prazos. Convém
moramento da AGA. ressaltar que a AGA detecta as deficiências, in-
capacidades e desvantagens, mas é imprecisa
4  GERIATRIA: PRÁTICA CLÍNICA

quando realizada isolada do exame clínico tradi- COMPONENTES DA AVALIAÇÃO


cional para diagnosticar o dano ou lesão respon- GERIÁTRICA AMPLA
sável por elas. Portanto, a avaliação médica se
torna imprescindível. Os principais componentes da AGA são: ca-
pacidade funcional; instabilidade postural, da
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS marcha e quedas; cognição; humor; polifarmácia;
suporte financeiro e social; metas de cuidado;
Metanálises de estudos randomizados envol- preferências do paciente e de familiares.
vendo a AGA demonstraram diminuição do nú- Os componentes adicionais que também de-
mero de admissões hospitalares e em instituições vem estar presentes são: avaliação nutricional e
de longa permanência (ILP), melhora da capaci- alterações do peso; incontinências; aspectos se-
dade funcional, cognitiva e diminuição da mor- xuais; alterações da visão e audição; saúde oral;
talidade geral. Esses benefícios são demonstrados condições de moradia e atividades sociais; espi-
principalmente em unidades de pacientes hospi- ritualidade.
talizados. Em condições ambulatoriais é mais Ao longo desta obra, o leitor terá contato com
difícil demonstrar tais benefícios, tendo em vista cada um desses componentes de maneira deta-
o maior desafio de selecionar os pacientes com lhada dentro de cada capítulo, além de escalas de
maior risco de declínio funcional, instituciona- avaliação e triagem selecionadas no Apêndice do
lização ou morte nesses estudos. Portanto, as livro. Chama-se a atenção, entretanto, para o pri-
evidências apontam a importância de se identi- meiro e principal componente da AGA: a capa-
ficar os pacientes apropriados. Em geral os pa- cidade funcional.
cientes que mais se beneficiarão da AGA são
aqueles idosos com: CAPACIDADE FUNCIONAL

ƒ Idade acima de 80 anos; Pode ser definida pela capacidade do indiví-


ƒ Comorbidades médicas crônicas, como insu- duo de executar tarefas cotidianas (básicas ou
ficiência cardíaca (IC), doença pulmonar obs- mais complexas) necessárias para a vida inde-
trutiva crônica (DPOC) e câncer; pendente na comunidade. Ela é bastante hetero-
ƒ Transtornos psicossociais, como depressão gênea nos idosos tendo em vista que depende,
ou isolamento social; além de suas condições clínicas, de suas condições
ƒ Condições geriátricas já conhecidas, como de- sociais, psicológicas, cognitivas, ambientais e até
mência, fragilidade, incapacidade ou quedas; espirituais (Figura 1).
ƒ Elevada utilização dos serviços de saúde;
ƒ Mudança na situação de vida (perda de inde-
pendência, necessidade de supervisão ou ins-
titucionalização). Cognitivo Médico Afetivo

A AGA deve envolver a avaliação sistemática


dos domínios relevantes em pacientes idosos,
Estado
usando sempre que possível métodos já validados Ambiental
funcional
Social
em nossa população. Seu tempo de aplicação será
tão maior quanto maior for o número de com-
ponentes avaliados. Deve abranger também a
Econômico Espiritual
criação de planos de gerenciamento para os pro-
blemas detectados após a avaliação. Por isso, é
importante a presença de uma equipe multipro- FIGURA 1  Determinantes do estado funcional.
fissional treinada na avaliação, tratamento e acom-
panhamento dos pacientes e familiares.
1  AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA E PECULIARIDADES DA CONSULTA GERIÁTRICA  5

INTERAÇÕES DAS DIVERSAS sobretudo nos casos de pacientes que sofrem de


DIMENSÕES DA AVALIAÇÃO problemas cognitivos.
GERIÁTRICA × CAPACIDADE Uma das críticas ao uso da AGA diz respeito
FUNCIONAL ao tempo exigido para sua aplicação. De fato,
trata-se de avaliação detalhada e, como já foi
Avaliar a capacidade funcional de um pacien- dito, idealmente realizada por equipe multipro-
te é extremamente importante para a definição fissional. Por ser instrumento que exige tempo
do nível de recursos, sejam propedêuticos, diag- e disponibilidade profissional, a seleção de quais
nósticos ou terapêuticos, mais apropriados para pacientes se beneficiam mais dele é importante
serem dispensados àquele indivíduo em ambien- para a adequada alocação de recursos. Em nos-
te ambulatorial, domiciliar ou hospitalar. so meio, têm sido tentados modelos mais enxu-
A avaliação das atividades básicas da vida tos de AGA, com resultados iniciais animadores
diária (ABVD) e das atividades instrumentais da quanto à validade e capacidade de estratificação.
vida diária (AIVD) é o padrão ouro da avaliação A AGC-10 constitui um instrumento de aplica-
funcional. Elas foram descritas pela primeira vez ção rápida e fácil, que foi validado no Serviço de
há mais de 50 anos. Trata-se de medições de de- Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade
sempenho de várias tarefas de autocuidados, de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-
sendo que as principais escalas de ABVD são: -FMUSP), composto por dez itens: 1) suporte
índice de Barthel, que mede a independência social; 2) uso do sistema de saúde; 3) quedas; 4)
funcional nos domínios cuidado pessoal, mobi- medicações; 5) funcionalidade; 6) cognição; 7)
lidade, locomoção e eliminações (validado para autopercepção de saúde; 8) sintomas depressivos;
aplicação em idosos brasileiros desde 2010), e 9) nutrição; e 10) velocidade de marcha. Esse
escala de Katz, desenvolvida para a avaliação de instrumento exprime o risco de desfechos ad-
idosos e para predizer o prognóstico nos doentes versos como dependência, institucionalização
crônicos. Consta de seis itens que medem o de- ou morte. Ele também estará disponível no apên-
sempenho do indivíduo nas atividades de auto- dice deste livro.
cuidado e obedecem a uma hierarquia de com-
plexidade, da seguinte forma: alimentação, CONCLUSÕES
controle de esfíncteres, transferência, higiene
pessoal, capacidade para se vestir e tomar banho. Ainda é necessária a demonstração mais
Tem a limitação de não avaliar o item deambu- robusta de que toda essa gama de informações
lação. Sua adaptação transcultural foi publicada trazida pela AGA, bem como sua capacidade
em 2008. Já as AIVD (fazer compras, cozinhar, de estimar prognóstico, reflete-se em cuidado
limpar, usar meios de transportes ou dirigir, usar mais adequado no seguimento de longo prazo
medicamentos, cuidar das finanças, usar o tele- de pacientes em nível de cuidado mais básico.
fone) envolvem tarefas mais complexas. Portan- Mas já está bem demonstrado que a aplicação
to, serão as primeiras a serem perdidas, já que da AGA em situações críticas ou específicas,
requerem a preservação dos diversos domínios como avaliação pré-operatória e no cuidado
da AGA. agudo do paciente internado, tem um impacto
Os provedores de serviços médicos devem maior na tomada de decisões e nos desfechos
perguntar aos pacientes se eles conseguem com- do que no seguimento ambulatorial. Não obs-
pletar essas tarefas de forma independente, se tante, a AGA pode ser bastante útil na tomada
precisam de ajuda ou se são totalmente depen- de decisões mais corriqueiras na prática clínica
dentes de outras pessoas. Durante o processo de diária, como na avaliação da pertinência de se
obtenção de históricos funcionais, é fundamental efetuar rastreio de neoplasias, objetivos e metas
buscar ajuda em consentimentos informados com terapêuticas, iniciar ou não medicamentos com
os membros da família ou de outros cuidadores, fins profiláticos.
6  GERIATRIA: PRÁTICA CLÍNICA

Modelo de Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) proposto pela Sociedade Brasileira de


Geriatria e Gerontologia (SBGG) modificado

Nome: _____________________________________ Idade: ______ Sexo: Fem. [ ] Masc. [ ]

Escolaridade: Situação conjugal Ocupação Renda


Analfabeto [ ] Casado/ Aposentado com outra Aposentadoria [ ]
1-4 anos [ ] união consensual [ ] ocupação [ ] Pensão [ ]
5-8 anos [ ] Desquitado [ ] Aposentado sem outra Mesada dos filhos [ ]
Divorciado [ ] ocupação [ ]
> 8 anos [ ] Aluguel [ ]
Viúvo [ ] Trabalhos domésticos [ ]
Trabalho [ ]
Solteiro [ ] Trabalho fora do
domicílio [ ] Outras _____________
Separado [ ]
Local de residência Residência Religião Atividades sociais
Casa térrea [ ] Sozinho [ ] Católica [ ] Sim [ ]
Casa duplex [ ] Filhos [ ] Evangélica [ ] Não [ ]
Apartamento [ ] Outros familiares [ ] Espírita [ ] Quais? ________________
ILP [ ] Empregada doméstica [ ] Budista [ ]
Outros [ ] Cuidadores [ ] Outra [ ]
Outros [ ]
ILP: instituição de longa permanência.

INVENTÁRIO DE DOENÇAS PRÉVIAS E MEDICAMENTOS REFERENCIAIS

Doença(s) Medicamento(s) Como usa? Tempo de uso


1  AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA E PECULIARIDADES DA CONSULTA GERIÁTRICA  7

DIMENSÃO CLÍNICA
Visão normal [ ] Audição normal [ ] Continência fecal [ ] Sono normal [ ]
Déficit visual [ ] Déficit auditivo [ ] Incontinência fecal [ ] Distúrbio do sono [ ]
Usa corretores [ ] Usa corretores [ ] Tempo: _____________ Qual? ________________
Continência urinária [ ]
Incontinência urinária [ ]
Tempo: _____________

Doenças cardiovasculares: Sim [ ] Não [ ] Uso de órteses: _____________________________


___________________________________ Uso de próteses: _____________________________
Doenças osteoarticulares: Sim [ ] Não [ ]
____________________________________

Situação vacinal: Data da última vacina para: Quedas nos últimos 12 meses?
Influenza [ ] Influenza: __________________ Sim [ ] Não [ ]
Pneumococo Tétano: ___________________ Quantas? __________________
13/23 [ ] [ ] Pneumococo:______________ Como ? ___________________
Tétano [ ] __________________________
Varicela-zóster [ ]
Hepatite B [ ]
Febre amarela [ ]

Polifarmácia Fumante [ ] Uso seguro de álcool [ ] Não faz atividade física [ ]


Sim [ ] Não [ ] Carga tabágica ______ Uso nocivo de álcool [ ] Caminhadas [ ]
Não fumante [ ] Dependência de álcool [ ] Musculação [ ]
Ex-fumante [ ] Não bebe [ ] Hidroginástica [ ]
Parou há quanto tempo? Se parou, há quanto Outras _____________________
_________ tempo? _________ Quantas vezes/semana?______
___________________________

DIMENSÃO FUNCIONAL
Dimensão avaliada Escores do paciente Interpretação
ESTADO FUNCIONAL
Equilíbrio e mobilidade Risco baixo de quedas [ ]
Risco alto de quedas [ ]
“Teste do levantar e andar” (GUG) Normal [ ]
Anormalidade leve [ ]
Anormalidade média [ ]
Anormalidade moderada [ ]
Anormalidade grave [ ]
Atividades básicas de vida diária Independente [ ]
(ABVD) Dependente [ ]
Escala de Barthel para avaliação < 20: dependência total [ ]
funcional 20-35: dependência grave [ ]
40-55: dependência moderada [ ]
60-95: dependência leve [ ]
100: independente [ ]
Atividades instrumentais de vida Independente [ ]
diária (AIVD) Dependente [ ]
Questionário de Pfeffer para < 6 pontos: normal [ ]
atividades funcionais ≥ 6 pontos: comprometido [ ]
(continua)
8  GERIATRIA: PRÁTICA CLÍNICA

Continuação

COGNIÇÃO Normal [ ]
Déficit [ ]
Miniexame do estado mental (MEEM) Pontuação normal para escolaridade [ ]
Pontuação alterada para escolaridade [ ]
Fluência verbal (categoria semântica) Pontuação normal para escolaridade [ ]
Pontuação diminuída para escolaridade [ ]
Teste do desenho do relógio Pontuação normal [ ]
Comprometido [ ]
HUMOR Normal [ ]
Alterado [ ]
Escala de depressão geriátrica de ≤ 5 pontos: normal [ ]
Yesavage (versão 15 itens) ≥ 7 pontos: depressão [ ]
≥ 11 pontos: depressão moderada a grave [ ]
ESTADO NUTRICIONAL Ausência de risco nutricional [ ]
Presença de risco nutricional [ ]
Miniavaliação nutricional de Guigóz < 17 pontos: desnutrido [ ]
(MAN) 17-23,5 pontos: risco de desnutrição [ ]
≥ 24 pontos: nutrido [ ]
SUPORTE SOCIAL Adequado [ ]
Não adequado [ ]
Apgar da família e dos amigos < 3 pontos: disfunção acentuada [ ]
4-6 pontos: disfunção moderada [ ]
> 6 pontos: difunção leve [ ]
Cuidador Formal [ ]
Informal (familiar) [ ]
Informal (amigos/outros) [ ]
OUTRAS AVALIAÇÕES

OBSERVAÇÕES: ___________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
1  AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA E PECULIARIDADES DA CONSULTA GERIÁTRICA  9

EXEMPLO DE AVALIAÇÃO FINAL

Exemplo: N.L.S., 102 anos, paciente real avaliada pelo autor (autorizada a divulgação).
[X] Independente [X] Baixo risco de quedas [X] Sem risco nutricional
[ ] Dependente [ ] Alto risco de quedas [ ] Risco nutricional
[ ] Idoso frágil [ ] Déficit cognitivo [X] Suporte social adequado
[X] Idoso não frágil [X] Sem déficit cognitivo [ ] Suporte social inadequado

BIBLIOGRAFIA Craen KV, Braes T, Wellens N, Denhaerynck K, Flamaing J,


Moons P, et al. The effectiveness of inpatient geriatric
Aliberti MJR, Apolinario D, Suemoto CK, Melo JA, Fortes- evaluation and management units: a systematic review
-Filho SQ, Saraiva MD, et al. Targeted geriatric asses- and meta-analysis. J Am Geriatr Soc. 2010;58(1):83-92.
sment for fast-paced healthcare settings: develop­ment, https://doi.org/10.1111/j.1532-5415.2009.02621.x.
validity, and reliability. J Am Geriatr S o c. Jones DM, Song X, Rockwood K. Operationalizing a frailty
2018;66(4):748-54. https://doi.org/10.1111/jgs.15303 index from a standardized comprehensive geriatric
Aliberti MJR, Covinsky KE, Apolinario D, Lee SJ, Fortes- assessment. J Am Geriatr Soc. 2004;52(11):1929-33.
-Filho SQ, Melo JA, et al. A 10-min targeted geriatric https://doi.org/10.1111/j.1532-5415.2004.52521.x.
assessment predicts mortality in fast-paced acute care Katz S, Downs TD, Cash HR, Grotz RC. Progress in deve-
settings: a prospective cohort study. J Nutr Health Aging. lopment of the index of ADL. Gerontologist.
2019;23(3):286-90. https://doi.org/10.1007/s12603-018- 1970;10(1):20-30. https://doi.org/10.1093/geront/10.1_
-1152-z. part_1.20.
Beswick AD, Rees K, Dieppe P, Ayis S, Gooberman-Hill R, Kuo H, Scandrett KG, Dave J, Mitchell SL. The influence of
Horwood J, et al. Complex interventions to improve outpatient comprehensive geriatric assessment on survi-
physical function and maintain independent living in val: a meta-analysis. Arch Gerontol Geriatr. 2004;39(3):245-
elderly people: a systematic review and meta-analysis. 54. https://doi.org/10.1016/j.archger.2004.03.009.
Lancet. 2008;371(9614):725-35. https://doi.org/10.1016/ Lawton MP, Brody EM. Assessment of older people: self-
S0140-6736(08)60342-6. -maintaining and instrumental activities of daily living.
Costa EFA, Monego ET. Avaliação geriátrica ampla. Revis- Gerontologist. 1969;9(3):179-86.
ta da UFG. 2003;5(2):11-5 [citado em 2019 Nov 26]. Luk JK, Or KH, Woo J. Using the comprehensive geriatric
Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/revistaufg/ assessment technique to assess elderly patients. Hong
article/view/49768. Kong Med J. 2000;6(1):93-8.
10  GERIATRIA: PRÁTICA CLÍNICA

Pilotto A, Cella A, Pilotto A, Daragjati J, Veronese N, Mu- Medicine and Gerontology. 6th ed. New York: McGra-
sacchio C, et al. Three decades of comprehensive ge- w-Hill; 2009.
riatric assessment: evidence coming from different St John PD, Hogan DB. The relevance of Marjory Warren’s
healthcare settings and specific clinical conditions. J writings today. Gerontologist. 2014;54(1):21-9. https://
Am Med Dir Assoc. 2017;18(2):192.e1-192.e11. https:// doi.org/10.1093/geront/gnt053.
doi.org/10.1016/j.jamda.2016.11.004. Stuck AE, Siu AL, Wieland GD, Adams J, Rubenstein LZ.
Reuben DB, Rosen S. Principles of geriatric assessment. In: Comprehensive geriatric assessment: a meta-analysis
Halter JB, Ouslander JG, Tinetti ME, Studenski S, High of controlled trials. Lancet. 1993;342(8878):1032-6.
KP, Asthana S, editors. Hazzard’s Principles of Geriatric https://doi.org/10.1016/0140-6736(93)92884-v.

Você também pode gostar