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SAÚDE COLETIVA
volume 2 Lucas Primo de Carvalho Alves
SOBRE OS AUTORES
Caro aluno,
É com muito orgulho que apresentamos a você o livro de Saúde Coletiva volume 2
do Extensivo R1 | 2021, para que você inaugure uma nova etapa no seu desenvol-
vimento acadêmico e profissional.
Aqui, seu aprendizado se torna ainda mais imersivo com recursos audiovisuais
como Demonstração, Caso da Série e Outro Olhar, que, por meio de QR codes,
permitem que você acesse vídeos na plataforma Medcel e vivencie os temas
abordados de modo interativo.
Assim, você aprofunda e reforça o que você aprendeu com videoaulas, podcasts,
simulados e livros de questões, validando seus conhecimentos.
Bons estudos!
OUTRO Um tema, muitos enfoques.
OLHAR Aborde o assunto com outro olhar.
DO LIVRO, DIRETO
PARA A PLATAFORMA!
Sempre que você encontrar um QR code aqui ou no
livro de questões, ele o levará a um conteúdo complementar
relacionado ao tema na plataforma Medcel.
1.1 Introdução......................................................................................... 11
5. Dinâmica de transmissão e
1.2 Definições, conceitos básicos e usos.............................12
distribuição de doenças.................... 83
1.3 Relação entre Medicina Preventiva e
Epidemiologia....................................................................................... 15 5.1 Introdução...................................................................................... 84
CONCEITOS BÁSICOS
E DEFINIÇÕES EM
EPIDEMIOLOGIA
Lucas Primo de Carvalho Alves
Alex Jones F. Cassenote
Marília Louvison
Marina Gemma
Thaís Minett
1
Por que algumas doenças se
desenvolvem em determinadas
pessoas e em outras não?
1.1 INTRODUÇÃO
A Epidemiologia agrega variadas linhas de conhecimento, discutidas a seguir,
que emergiram fortemente a partir do século 17. Naomar de Almeida Filho,
epidemiologista brasileiro de destaque internacional, explica que o século
em questão foi inovador nos sentidos político e social, pois a necessidade
de “calcular” a população passa a ser fundamental para o Estado, por questões
políticas e militares. Nesse contexto, surgem linhas como a “aritmética polí-
tica”, de William Petty (1623-1697), e a “estatística médica”, de John Graunt
(1620-1674) (Bases históricas da epidemiologia, 1986).
Este trabalho marcou não somente o início formal da Até meados do século 20, a Epidemiologia e a Medicina
Epidemiologia, como também uma das mais espetaculares estiveram impulsionadas pelo crescente aperfeiçoa-
conquistas: a descoberta, por John Snow, de que o risco mento dos métodos diagnósticos, terapêuticos e esta-
de contrair cólera estava relacionado ao consumo de água tísticos que proporcionaram a compreensão dos modos
de uma fonte específica (Epidemiologia Básica, 2010). de transmissão e possibilitaram intervenções que contri-
Snow marcou a moradia de cada pessoa que morreu de buíram para o controle de grande parte das doenças
cólera em Londres entre 1848 e 1849, e 1853 e 1854, transmissíveis, ao menos nos países desenvolvidos.
analisando a relação entre a distância das fontes de água
A partir da Segunda Guerra Mundial, estabeleceram-se
e a ocorrência de óbitos (Figura 1.1). Foi com base nessa
regras básicas da análise epidemiológica, o aperfeiçoa-
investigação que o médico construiu uma teoria sobre a
mento dos desenhos de pesquisa e a delimitação do
transmissão das doenças infecciosas, sugerindo que a
conceito de risco em associação ao desenvolvimento
cólera fosse disseminada por meio da água contaminada,
das técnicas de diagnóstico, à evolução da Estatística e
fato que antecede a descoberta do Vibrio cholerae e
à introdução dos computadores. A Epidemiologia sedi-
evidencia que, desde 1850, os estudos epidemiológicos
mentou-se como disciplina autônoma na década de 1960.
têm indicado as medidas apropriadas de saúde pública a
serem adotadas. A aplicação da Epidemiologia passou a cobrir um largo
espectro de agravos à saúde. Estudos como os de Doll
Figura 1.1 - Mapa de John Snow, que demarca as residên- e Hill, que estabeleceram associação entre o tabagismo
cias com óbitos por cólera em Londres, no ano de 1854
e o câncer de pulmão, e os famosos estudos de doenças
cardiovasculares desenvolvidos na população da cidade
de Framingham (Estados Unidos) são exemplos da apli-
cação do método epidemiológico em doenças crônicas.
epi, que significa “em cima de” ou “sobre”; radical demós, que significa “popu-
lação”; e o sufixo logos, que significa “discurso”, “estudo”.
Histórico
• Marco inicial com John Snow • A transmissão da cólera estava associada ao consumo de água (as doenças
apresentam múltiplos componentes causais)