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OBSTETRÍCIA VOL. 3
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O conteúdo deste livro é específico para provas, visando, principalmente, informar o leitor sobre as
tendências das avaliações e prepará-lo para elas. Além disso, não é recomendado para a prática médica
ou para a formação acadêmica. Acrescente-se que há a probabilidade de discordâncias entre conceitos das
diferentes instituições, e que as informações contidas neste material estão de acordo com o regime vigente
no momento da publicação, a serem complementadas conforme surgirem novos conhecimentos.
Julho, 2017
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Autoria e colaboração
Atualização 2017
Fábio Roberto Cabar
Revisão técnica
Um excelente estudo!
Índice
2
Neste capítulo, serão abordadas as causas de sangra-
mento gestacionais a partir da 20ª semana, eventos de
alta morbimortalidade perinatal devido à prematuridade
associada a esses quadros, que envolve principalmente
Descolamento Prematuro de Placenta (DPP), Placenta
Prévia (PP) e rotura uterina, seguidos por rotura de vasa
prévia e rotura do seio marginal. O DPP compreende a
separação abrupta da placenta normalmente inserida
em gestação acima de 20 semanas e antes da expulsão
do feto. Geralmente sintomática, a gestante queixa-se Síndromes
hemorrágicas
de dor súbita e intensa no baixo-ventre, sangramento
vaginal e parada de movimentos fetais. O diagnóstico é
clínico, e a conduta é parto pela via mais rápida. A PP é
da 2ª metade da
aquela que se insere parcial ou totalmente no segmento
inferior do útero após a 28ª semana de gestação e apre-
senta-se como hemorragia genital sem causa aparente,
gestação
indolor, de coloração vermelho-viva, com início e cessar
súbitos em episódios que se repetem e se agravam. O
diagnóstico é confirmado pela ultrassonografia obs-
tétrica, e a conduta depende da idade gestacional e se
há ou não repercussão clínica para o feto. A rotura ute-
rina é uma grave complicação da gestação que pode
ocorrer durante a gravidez ou o trabalho de parto. O
quadro clínico na iminência da rotura uterina envolve
ansiedade e agitação, com contrações uterinas muito
fortes e dolorosas. No momento da rotura, a mulher
frequentemente relata dor súbita, de forte intensi-
dade, na região do baixo-ventre. O trabalho de parto
é imediatamente interrompido, e partes fetais podem
ser palpadas no abdome da mãe. Ao toque vaginal, a
subida da apresentação é o sinal mais importante. A
principal conduta é a profilaxia.
síndromes hemorrágicas da 2ª metade da gestação 43
C - Etiologia
As causas do DPP podem ser divididas em 2 grupos: traumáticas e não
traumáticas.
Os fatores traumáticos, embora raramente associados ao DPP (cerca
de 1% dos casos), podem decorrer de manobras e procedimentos obs-
tétricos (versão externa, por exemplo) ou de pressão exercida direta-
mente sobre o útero, como verificado em acidentes automobilísticos,
ou, ainda, de agressão física.
Sem dúvida, as causas não traumáticas são as maiores responsáveis Importante
pelo DPP. As síndromes hipertensivas (hipertensão arterial crônica e
doença hipertensiva específica da gestação) representam o fator etio- As não traumáticas são as
lógico mais importante, estando presentes em até 75% das vezes. principais causas de DPP,
Outros fatores que podem contribuir para a ocorrência de DPP são ta- especialmente as síndro-
bagismo, uso de drogas ilícitas (cocaína), miomas uterinos, idade avan- mes hipertensivas.
çada, multiparidade, polidrâmnio e gemelaridade.
D - Fisiopatologia
A hemorragia decidual inicia o DPP; um hematoma retroplacentário
começa a se formar e cria uma erosão na superfície placentária. Tal
processo aumenta a área de descolamento, provocando maior extra-
vasamento sanguíneo e aumentando o volume do coágulo, fechando
o círculo vicioso que caracteriza a progressão e a irreversibilidade do
DPP. Quanto maior a área placentária descolada, maior a mortalidade
fetal.
A hemorragia vaginal ocorre quando o sangue separa o espaço entre as
membranas e a decídua. Em alguns casos (20%), ocorre a formação de
coágulo restrito ao espaço retroplacentário, sem sangramento vaginal.
A hipertonia uterina acontece pela ação irritativa ocasionada pelo con-
tato do sangue com a fibra muscular uterina. Com a evolução do pro-
cesso, pode ser observada intensa infiltração sanguínea no miométrio,
que passa a apresentar desorganização de sua arquitetura histológica
e necrose isquêmica. Macroscopicamente, o útero apresenta-se ede-
maciado, arroxeado e com sufusões hemorrágicas (útero de Couvelaire
– Figura 1). O útero torna-se hipotônico, predispondo a maiores perdas Figura 1 - Útero de Couvelaire
sanguíneas.
Fábio Roberto Cabar
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A Organização Mundial da Saúde define prematuri-
dade como todo recém-nascido vivo com menos de 37
semanas completas de gestação. Trata-se daquela que
é considerada a principal causa de morbidade e mor-
talidade neonatal. Geralmente, ocorre a associação de
fatores de risco obstétricos, ginecológicos, epidemioló-
gicos, clínico-cirúrgicos, iatrogênicos e desconhecidos.
Na tentativa de prevenção, podem ser detectadas alte-
rações bioquímicas, da contratilidade uterina e das
características do colo uterino antes do trabalho de
parto. Em caso de insucesso, na condução do trabalho
Prematuridade
de parto devem ser tomadas as seguintes precauções:
parto vaginal se apresentação cefálica fletida e pélvica
e peso >2.500g ou <1.000g; parto cesárea quando de
apresentação cefálica defletida e pélvica e peso entre
1.000 e 2.499g; analgesia do parto sempre que possí-
vel; amniotomia tardia para proteção do polo cefálico;
e desprendimento lento do polo cefálico ao nascimento.
130 sic obstetrícia
2013 - HCPA
1. Uma paciente (G2P1), com 20
semanas de idade gestacional
e história de trabalho de parto
pré-termo (30 semanas) na ges-
tação anterior e longo período
de internação da criança em UTI
neonatal, veio à consulta pré-
-natal de rotina com resultados
de exames laboratoriais normais.
Apresentava-se com 60kg (ganho
adequado), PA = 120x70mmHg, FC
= 80bpm e Tax = 36,6°C. A medida
da altura uterina era de 17cm, e
o colo estava grosso, posterior,
com o orifício externo permeável
e o interno fechado. Os batimen-
tos cardiofetais eram de 142bpm.
Qual é a conduta mais adequada?
Figura 6 - Descrição dos resultados do teste
a) cerclagem do colo uterino
b) cerclagem do colo uterino e Recentemente, surgiram evidências de que o parto prematuro fosse
administração de progesterona precedido por alterações na concentração da proteína-1 fosforilada li-
vaginal gada ao fator de crescimento insulina-símile no conteúdo cervical. A
c) administração de progesterona phIGFBP-1 é uma proteína produzida pela decídua humana, cuja função
vaginal ainda não está totalmente esclarecida. Há estudos que sugerem sua
d) administração de corticoste- participação no processo de invasão das células do trofoblasto, além
roide antenatal parenteral de estimular a proliferação, a diferenciação e o metabolismo celular. A
e) administração de progesterona partir do 2º trimestre, com a fusão do cório e do âmnio, sua concentra-
vaginal e corticosteroide antena- ção no líquido amniótico se torna 100 a 1.000 vezes maior em relação
tal parenteral ao soro materno. A detecção da phIGFBP-1 no colo uterino, com mem-
Resposta no final do capítulo branas intactas, sugere comprometimento da decídua.
SIC OBSTETRÍCIA VOL. 3 - REVALIDA
QUESTÕES E COMENTÁRIOS
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