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E EPIDEMIOLOGIA
ENSINO A
DISTÂNCIA
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca do Centro Universitário Avantis - UNIAVAN
Maria Helena Mafioletti Sampaio CRB 14 – 276
Sties, Sabrina.
S855b Bioestatística e epidemiologia. /EAD/ [Caderno pedagógico].
Sabrina Sties. Balneário Camboriú: Faculdade Avantis, 2020.
94 p. il.
Inclui Índice
ISBN: 978-65-87252-04-9
ISBNe: 978-65-87252-03-2
EMENTA DA DISCIPLINA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
APRESENTAÇÃO DO AUTOR
SABRINA STIES
E-mail: sabrina.sties@uniavan.edu.br
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/1247690965577240
SUMÁRIO
UNIDADE 4 - VIGILÂNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
1 INTRODUÇÃO A UNIDADE IV...............................................................................................................................74
2 VIGILÂNCIA EM SAÚDE.........................................................................................................................................74
2.1 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA.......................................................................................................................77
2.1.1 Vigilância epidemiológica de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)............... 78
2.1.2 Vigilância epidemiológica de doenças transmissíveis (VEDT).................................................81
2.1.3 Notificação compulsória..........................................................................................................................................81
2.1.4 Vigilância sentinela.....................................................................................................................................................84
2.1.3 Laboratórios......................................................................................................................................................................85
2.1.4 Notificação de surtos e epidemias.................................................................................................................85
2.1.5 Sistema de Informação de Internação Hospitalar (SIHSUS) ....................................................85
2.1.6 Sistema de Informação de Mortalidade (SIM)......................................................................................86
2.1.7 Dados demográficos, ambientais e socioeconômicos..................................................................86
2.2 VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL (VSA)............................................................................................87
2.3 VIGILÂNCIA SANITÁRIA.................................................................................................................................... 88
2.4 VIGILÂNCIA DO TRABALHADOR.................................................................................................................. 88
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................................................90
EXERCÍCIOS DE REVISÃO DE CONTEÚDO......................................................................................................90
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................................92
1
unidade
INTRODUÇÃO A
BIOESTATÍSTICA
1 INTRODUÇÃO A UNIDADE I
Para realizar pesquisas são coletados dados de uma pequena parte de um determina-
do grupo para podermos verificar algo sobre um grupo maior.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
dados não são representados por números. Por exemplo, um indivíduo pode relatar que
sua qualidade de vida é ruim, boa ou excelente. Por outro lado, os dados quantitativos
representam o item ou característica assumindo valores numéricos. Os dados quantitati-
vos podem ainda ser divididos em discretos ou contínuos.
Os dados quantitativos discretos representam valores dentro de um conjunto com os
números. Por exemplo, em uma clínica de dermatologia, foi verificado o número de pa-
cientes que realizou aplicação de toxina botulínica em 100 mulheres que foram divididas
em 5 grupos conforme a faixa etária. Neste caso, temos os seguintes resultados: 1, 12, 24,
8, 3 e 2. Estes dados são apresentados na tabela 1.
Tabela 1. Número de mulheres que realizaram a aplicação de toxina botulínica, dividi-
das por grupos conforme a faixa etária.
Desta forma, a variável número de mulheres representa valores discretos, isto é, intei-
ros: 1, 12, 24, 8, 3 e 2.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Tabela 2. Altura dos indivíduos participantes da pesquisa.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Definições dos termos amostra e população:
Exemplo: Em um hospital, são atendidos 2000 pacientes, porém, não é possível en-
trevistar todos os indivíduos. Então, para realizar a pesquisa são selecionados aleatoria-
mente 500 pacientes para responder um questionário sobre o uso de álcool. Neste caso,
a população consiste em todos os 2000 indivíduos e a amostra consiste nos 500 indiví-
duos que serão entrevistados. O objetivo da pesquisa é utilizar o uso dos dados amostrais
como base para chegar a um resultado sobre a população de todos os indivíduos.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Figura 2: População: número total de pacientes (coleção). Amostra: uma parte dos pacientes (subcoleção).
Fonte: Shutterstock (2019).
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/pie-chart-people-on-white-background-705661267
2.1.1 Amostragem
Quando os indivíduos ou objetos de uma amostra são escolhidos para um estudo es-
tamos selecionando uma amostragem.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Figura 3: Amostragem: processo de colher amostra de uma população.
Fonte: Shutterstock (2019).
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/business-marketing-social-research-process-sam-
pling-555604561
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BIOESTATÍSTICA
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2.1.1.1.1 1 Aleatória
2.1.1.1.1.3 Sistemática
2.1.1.1.1.4 Estratificada
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BIOESTATÍSTICA
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as mesmas características, após, é escolhida uma amostra de cada subgrupo.
Exemplo: Uma comunidade universitária com 3000 acadêmicos da área da saúde está
estratificada da seguinte forma:
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Figura 4. Amostragem por conglomerado.
Adaptada: Shutterstock (2019).
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/polygonal-map-brazil-297067946
2.1.1.1.2.1 De conveniência
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
2.1.1.1.2.2 Por julgamento
Dentre as amostragens não probabilísticas, a amostragem por cotas tem maior rigor.
Inicialmente a população é classificada, é determinada a proporção da população para
cada grupo, são fixadas cotas conforme a proporção dos grupos considerados. Este tipo é
utilizado quando não há informações suficientes da população que possibilite o sorteio
para a amostragem aleatória, no entanto, apresenta informação mínima sobre o perfil da
população.
A fixação das cotas deve garantir que a amostra da população seja representativa.
Exemplo: Inicialmente você faz uma análise dos pacientes que são atendidos na sua
clínica: quantos indivíduos são do sexo masculino e quantos são de sexo feminino. Após,
você seleciona o número de pessoas que corresponde a proporcionalidade de cada um
desses grupos. Desta forma, terá uma amostragem representativa de cada um dos grupos.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Figura 5. Amostragem em múltiplos estágios.
Adaptada: Shutterstock (2019).
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/school-education-isometric-3d-set-pupils-760078453
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
rença entre o resultado amostral e o resultado real da população. Os erros amostrais são
decorrentes das oscilações amostrais derivadas do acaso.
Exemplo: 200 pacientes são selecionados aleatoriamente, são questionados quanto a
ingestão de alimentos gordurosos, a porcentagem amostral de respostas “sim” é anotada.
Caso seja escolhida aleatoriamente outra amostra de 200 pacientes, é possível que haja
uma porcentagem amostral diferente de respostas “sim”.
SAIBA MAIS
Sobre determinação do tamanho da amostra em pesquisas experimentais na
área de saúde, acesse:
https://nepas.emnuvens.com.br/amabc/article/view/301/282
Para que seja possível compreender um fenômeno que temos interesse precisamos
contextualizá-lo. Os conceitos podem ser subjetivos como a qualidade de vida ou objeti-
vos como a medida da pressão arterial ou da glicemia.
Quando este conceito pode ser mensurado, ele é chamado de variável, porque varia,
ou seja, pode assumir valores diferentes, dependendo da pessoa ou paciente (idade, sexo,
doença que apresenta), do tipo de intervenção ou tratamento, do tempo, entre outros.
Também, pode ser verificado como um conceito tem relação com outro conceito. Por
exemplo: como o número de cigarros consumidos ao longo dos anos está relacionado
com o câncer de pulmão.
As variáveis podem ser classificadas em qualitativas ou quantitativas.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Variáveis qualitativas nominais - não há ordem entre as categorias.
Exemplos: cor dos cabelos, etilista/não estilista, pele seca/pele normal.
Variáveis qualitativas ordinais – apresentam uma ordem entre as categorias.
Exemplos: fase do curso (1ª fase, 2ª fase, 3ª fase....), nível de risco (1,2,3,4...).
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
4. TIPOS DE ESTUDOS
Os métodos estatísticos são utilizados conforme os dados são coletados, para isto, são
frequentemente utilizados estudos observacionais ou experimentais.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
mais resistente ao ataque de pragas e, irá observar as varáveis que podem influenciar esta
planta e comparar com as plantas que não foram alteradas geneticamente, é considerado
um estudo experimental.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
4.4 ESTUDOS DE CASO
Neste tipo de estudo, os dados de grupos (chamados coortes) que compartilham fato-
res em comum são coletados no futuro.
SAIBA MAIS
Sobre o documento: Epidemiologia: conceitos e aplicabilidade no Sistema Úni-
co de Saúde, o item 2, Epidemiologia no âmbito do SUS. Nesse item são abordados
os modelos de atenção à saúde no Brasil e a transição epidemiológica no Brasil.
REIS, R. S. Epidemiologia: conceitos e aplicabilidade no Sistema Único de Saúde. São Luís:
EDUFMA, 2017. Disponível em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/9070.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
SUGESTÃO DE LIVRO
A melhor forma de se obter uma amostra representa-
tiva é realizar um procedimento aleatório para a seleção
dos indivíduos. Faça a leitura do livro, Bioestatística: princípios e
aplicações, de autoria de CALLEGARI-JACQUES, capítulo 16, intitulado:
Principais procedimentos de amostragem.
CALLEGARI-JACQUES, S. M. Bioestatística: princípios e aplicações.
Porto Alegre: Artmed, 2007.
FÓRUM
Acesse o unimestre e participe do fórum desta unidade. Verifique o texto
abaixo e descreva qual o tipo de amostragem foi utilizado, e quais são as caracte-
rísticas deste tipo de amostragem.
Em sua clínica há 10.000 prontuários de pacientes. Você quer uma amostra de 500 pacientes,
ou seja, 5% ou um a cada 20 indivíduos da população. O ponto de partida será um prontuário
selecionado aleatoriamente dentre os primeiros 20, por exemplo o de número 9. O próximo que
será retirado é o 29º, o seguinte o 49º, etc.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade você pode verificar como é relevante escolher o método correto para
realizar a coleta de dados e assim como realizar a adequada seleção dos indivíduos con-
forme os objetivos de cada pesquisa.
Compreender os diferentes tipos de amostragem e suas características é essencial
para os profissionais da área saúde tanto para obter informações no dia a dia como para
realizar novas descobertas no âmbito da saúde.
Lembre-se que para realizar uma pesquisa ou ao consultar resultados de uma pesqui-
sa, devemos levar em consideração o tamanho da amostra, pois as conclusões sobre uma
população não devem ser baseadas em amostras muito pequenas.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Agora, teste seus conhecimentos, responda aos exercícios de revisão e até a próxima
Unidade!
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
IV. A amostragem não probabilística é utilizada quando os elementos estão ordena-
dos de forma organizada, em fila, lista e aleatória. Neste tipo, é escolhido algum
ponto inicial e, após, seleciona-se cada k-ésimo, por exemplo, 50º elemento da
população. Os elementos são escolhidos a partir de um fator que se repete.
3. Você irá realizar uma pesquisa com os pacientes que frequentam a sua clínica. Você
sabe que pacientes de ambos os sexos são atendidos em seu estabelecimento. Para reali-
zar esta pesquisa você opta por selecionar apenas os indivíduos do sexo feminino. Este
tipo de amostragem é chamado de:
A. Amostragem por conglomerado
B. Amostragem estratificada
C. Amostragem por julgamento
D. Amostragem por cotas
E. Amostragem por conveniência
REFERÊNCIAS
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
2
unidade
MEDIDAS DE TENDÊNCIA
CENTRAL E MEDIDAS
DE DISPERSÃO.
PROBABILIDADE, RAZÃO
E PROPORÇÃO. TESTES
PARAMÉTRICOS E NÃO
PARAMÉTRICOS.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
1. INTRODUÇÃO A UNIDADE II
2.1. MÉDIA
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BIOESTATÍSTICA
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Por exemplo:
Em uma pesquisa você tem 5 pacientes, cada criança apresenta uma idade diferente
(conforme o quadro a seguir), para obter a média de idade das crianças você precisa somar
todas as idades (soma = 34) e dividir pelo número de crianças (número de crianças = 5).
Paciente Idade
João 5
Maria 7
José 8
Pedro 10
Letícia 4
Quadro 2: Idade das crianças.
Fonte: Própria autora.
Figura 9: Crianças.
Fonte: Shutterstock (2019).
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/childhood-motion-happiness-concept-happy-litt-
le-1573291411
Portanto:
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BIOESTATÍSTICA
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Sendo que, representa a soma dos números, e o total de valores somados.
No quadro a seguir, estão representados os índices de massa corporal (IMC) dos indi-
víduos participantes de uma pesquisa:
Para obter a média do IMC dos participantes da pesquisa você precisa somar todos os va-
lores e dividir pelo número de indivíduos. Então, qual é a média do IMC destes indivíduos?
2.2 MEDIANA
A mediana é utilizada para verificar o valor central da distribuição dos dados. Para
isso, é necessário colocar os valores em ordem crescente ou decrescente, pois o valor cen-
tral (mediana) divide a distribuição ao meio, portanto, a metade dos valores será menor
ou igual a mediana e a outra metade terá valores maiores ou iguais a mediana.
Vamos utilizar o seguinte exemplo: em uma pesquisa os indivíduos adultos apresen-
tam idade conforme o quadro a seguir:
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Indivíduos Idade
Indivíduo 1 21
Indivíduo 2 32
Indivíduo 3 44
Indivíduo 4 25
Indivíduo 5 33
Indivíduo 6 42
Indivíduo 7 50
Indivíduo 8 56
Indivíduo 9 20
Quadro 4: Idade dos indivíduos.
Fonte: Própria autora
Desta forma, a mediana é igual a 33, e é possível perceber que a metade dos valores é
menor ou igual a mediana e a outra metade apresenta valor maior ou igual a mediana.
A mediana, quando a amostra apresenta número ímpar, é calculada pela fórmula:
Portanto, quando possuímos número ímpar, é fácil determinar a mediana, basta iden-
tificar o valor central. Porém, quando o número da amostra é par, torna-se necessário
somar os dois valores centrais e calcular destes dois valores centrais.
Vamos utilizar o seguinte exemplo: em uma pesquisa os indivíduos apresentam dife-
rentes níveis de glicemia conforme o quadro a seguir:
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Indivíduos Nível de glicemia
Indivíduo 1 65
Indivíduo 2 70
Indivíduo 3 104
Indivíduo 4 220
Indivíduo 5 110
Indivíduo 6 80
Indivíduo 7 99
Indivíduo 8 100
Quadro 5: Nível de glicemia dos indivíduos.
Fonte: Própria autora.
Os números 100 e 99 são os valores centrais, que devem ser somados e divididos por 2.
100+99 / 2 99,5
Vamos a mais um exemplo, em uma pesquisa após realizar um teste, foi verificada a
distância percorrida de 5 sujeitos.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Qual é a mediana da distância percorrida?
2.3 MODA
Para verificar a moda, não é necessário utilizar fórmulas pois basta identificar qual é o
valor/número que aparece com maior frequência.
Por exemplo, após fazer a correção das provas dos alunos o professor tem o seguinte
conjunto de números: 6,0; 5,0; 7,5; 8,0; 7,5; 9,0. Assim, analisando os valores, a moda é
7,5, visto que foi o número que apareceu com maior frequência.
Você deve estar pensando, e como identificamos a moda quando há mais de um nú-
mero repetido que aparece com a mesma frequência. Bom, se tivermos 2 valores que se
repetem com a mesma frequência, teremos duas modas, ou seja, será bimodal. Se tiver-
mos 3 valores com a mesma frequência será trimodal, se tivermos diversas modas será
multimodal.
Exemplo: 6,0; 5,0; 7,5; 8,0; 7,5; 9,0, 5,0; 4,5; 45 3 modas = trimodal, percebemos
que tanto a nota 5,0 quanto a 7,5 e a 4,5 se repetem o mesmo número de vezes.
No entanto, se tivermos as seguintes notas: 6,0; 5,0; 7,5; 8,0; 9,0, não há valores re-
petidos, ou seja, não há nenhum valor mais frequente, desta forma, não possui moda, a
distribuição é amodal.
SAIBA MAIS
Saiba mais, faça a leitura do artigo: Medidas de tendência central: onde a
maior parte dos indivíduos se encontra?
Os autores abordam as medidas de tendência central (MTC) e trazem exemplos fáceis de
compreender.
3. MEDIDAS DE DISPERSÃO
As medidas de dispersão são utilizadas para verificar o grau de variação dos números
de um conjunto com relação à sua média, mediana ou moda. Essas medidas possibilitam
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
observar a homogeneidade ou heterogeneidade dos dados. Podemos dizer que as medi-
das de dispersão servem para analisar a distância dos números de um conjunto.
3.1 AMPLITUDE
3.2 VARIÂNCIA
+ 1,08
Caso você queira verificar a variância amostral, deve fazer a divisão pela quantidade
de elementos subtraída de um (– 1).
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
3.3 DESVIO
d2 = 5,0 – 5,0 = 0
d3 = 5,0 – 5,0 = 0
O desvio padrão (dp) é verificado junto à média aritmética, demonstra o quanto o con-
junto de dados é uniforme. O desvio padrão é identificado pela raiz quadrada da variância
dp = √var
Se o dp é baixo demonstra que os dados do conjunto estão mais próximos da média.
Para calcular o desvio padrão utiliza-se a seguinte fórmula:
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Por exemplo, antes de uma corrida é verificada a frequência cardíaca de 3 corredores.
Então:
4. PROBABILIDADE
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
4.2 ESPAÇO AMOSTRAL (S)
4.3 EVENTO
SAIBA MAIS
Acesse o artigo “Probabilidade risco ou chance?” das autoras Luciana Neves
Nunes, Suzi Alves Camey e entenda os aspectos relacionados a probabilidade,
risco relativo, chance e razão de chances. É frequente a procura dos profissionais da saúde
por informações provenientes de análises de dados, porém, nem sempre essas são claras e de
fáceis de interpretar. Este artigo aborda os conceitos e termos estatísticos comumente presen-
tes em artigos científicos. Clique aqui: http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/1508-EC_
v7n4p175-6.pdf
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
5. RAZÃO E PROPORÇÃO
Para que você possa entender a teoria das probabilidades, que possibilita verificar a
frequência de ocorrer um fenômeno específico, é importante você compreender as gran-
dezas, razão e proporção para calcular essa frequência.
5.1 RAZÃO
A razão é utilizada para podermos fazer a comparação relativa entre duas grandezas.
Quando dividimos uma grandeza por outra, estamos fazendo a comparação da primeira
com a segunda. Por exemplo, se a área de uma região do corpo mede 50 cm² e a área de
outra região do corpo mede 100 cm², ao calcularmos a razão das áreas, teremos:
Podemos dizer então que estamos calculando o quanto a área menor representa da
área maior, ou seja, a área menor representa 0,5, ou 50%, da área maior.
Se tivermos dois números reais representados por a e b, sendo b diferente de zero,
denominados de razão entre a e b ao quociente a/b = К
Verifique que К é um número real, a (numerador) chamamos de antecedente, e b (de-
nominador) de consequente dessa razão (então, “a está para b”). A razão К se refere ao
valor do número a quando comparado ao número b.
Exemplo: Uma clínica apresenta 800 m² de área construída e 1000 m² de área livre. A
razão da área construída para a área livre é:
A) 80/10
B) 8/5
C) 10/5
D) 8/10
E) 2/5
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
5.2 PROPORÇÃO
a1/b1 = a2/b2 = К
Sendo a1, a2, b1, b2 números reais, b1 e b2 números diferentes de zero, e К é a constante
da proporção. Assim, a1 está para b1 da mesma forma que a2 está para b2.
Então, o antecedente de a1 (primeira razão) e o consequente de b2 (segunda razão) são
os extremos. O consequente de b1 (primeira razão) e o antecedente de a2 (segunda razão)
são os meios.
Exemplo:
Para realizar a desinfecção de materiais você precisa utilizar apenas 5 litros de um
produto novo que tem maior concentração, em vez de 10 litros de outro produto que
apresenta capacidade inferior.
Qual será a economia diária de produto, se você substituir o produto antigo que gasta
cerca de 30 litros por dia pelo produto novo?
Esses testes são utilizados quando a amostra apresenta distribuição normal (gaussia-
na) e a distribuição de probabilidades é conhecida. São testes superiores (‘mais fortes”)
que os não paramétricos e podem ser utilizados apenas para análise de dados numéricos.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
A distribuição normal é uma das distribuições contínuas de probabilidade, na qual
muitos fenômenos aleatórios comportam-se próximos a essa distribuição. A distribuição
normal serve para calcular, de forma aproximada, as probabilidades para outras distri-
buições. Apresenta como características probabilidade igual a 1 e curva simétrica em tor-
no da média. Uma curva normal padrão na distribuição, normalmente apresenta média
igual a zero e desvio padrão igual a 1.
Testes paramétricos servem para testar hipóteses sobre parâmetros específicos da po-
pulação como, média, proporção ou desvio padrão.
Como exemplos desses testes podemos citar: o teste t, teste t pareado e análise de va-
riância – ANOVA, os quais dependem, conforme citado acima, da condição de a amostra
ser extraída de uma população com distribuição normal (de Gauss), além disso, ser con-
tínua a escala de medida da variável aleatória e o tamanho da amostra ser superior a 30
observações.
Esses testes são utilizados quando a amostra não é normal, quando a distribuição de
probabilidades não é conhecida, assim, não são tão “fortes” quanto os testes paramé-
tricos. Podem ser utilizados para análise de dados não numéricos, ou seja, qualitativos
como variáveis categóricas não ordenáveis.
Testes não paramétricos servem para testar hipóteses sobre os parâmetros da popula-
ção e permite verificar o tipo de distribuição ou relacionamentos entre amostras.
Os testes estatísticos não paramétricos possibilitam as análises com pequenas amostras,
e permitem poucas hipóteses relacionadas a distribuição de probabilidade da população.
Como exemplos desses testes podemos citar: Mann-Whitney, Wilcoxon e Kruskal-
-Wallis.
Agora você deve estar pensando qual teste utilizar na sua pesquisa, de maneira geral,
é necessário analisar o seu modelo experimental verificando se há ou não vinculação
entre dois ou mais fatores de variação e o número de elementos da amostra, que serão
comparados.
Alguns testes servem para amostras em que existe independência entre os fatores de
variação, e outros testes são utilizados para amostras apresentam vinculação ou depen-
dência entre eles.
Verifique também que existem testes específicos para duas amostras, ou para várias com-
parações. Na tabela a seguir são demonstradas as subdivisões de alguns testes estatísticos.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Tabela 3: Subdivisões dos testes estatísticos.
É importante analisar o valor numérico calculado pelo teste pois esse va-
lor precisa levar em consideração valores críticos, que são encontrados em tabe-
las apropriadas a cada teste. As tabelas frequentemente associam dois parâme-
tros, que possibilitam verificar o nível de probabilidades (usualmente 5 % [a =
0,05], ou 1 % [a = 0,01]), e o número de graus de liberdade das amostras comparadas.
Valores menores que esses demonstram que não-significância estatística, ou de nulidade
(H0). No entanto, se o valor for igual ou maior, há significância estatística (H1), ou hipóte-
se alternativa (H1) (CAMPOS, 2000).
SAIBA MAIS
Saiba mais, leia o artigo: Importância do uso adequado da estatística básica nas
pesquisas clínicas. Os autores relatam que o uso inadequado da estatística básica
é o grande responsável pelo erro de interpretação dos artigos científicos por isso a necessidade
do conhecimento dos tópicos básicos de estatística. O artigo também auxiliará você na escolha
dos testes estatísticos por meio de um guia geral que traz as indicações dos testes de hipóteses.
Acesse: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0034709417300673
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
SUGESTÃO DE LIVRO
Faça a leitura do livro Estatística, verifique os ca-
pítulos 3 - média, mediana e moda, capítulo 4- desvio
padrão e outras medidas de dispersão e o capítulo 6 – teoria elemen-
tar da probabilidade.
SPIEGEL, M.R; STEPHENS, L.J. Estatística. São Paulo: Artmed, 2009.
FÓRUM
Participe do fórum dessa unidade e descreva quais são os testes paramétricos e não
paramétricos que você encontrou descritos neste caderno e nos materiais de apoio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa unidade você pode verificar a importância da estatística descritiva e como pode
ser dividida. Foram descritas as principais medidas de tendência central como a média,
a moda e a mediana, que utilizam um valor que demonstra o que é mais comum e que
pode ser utilizado para representar os valores coletados numa pesquisa. Também foram
relatadas as medidas de dispersão a como a variância, o desvio padrão e a amplitude que
utilizam valor que demonstra como os dados variam em torno desse valor que é mais
comum.
Além disso, foi possível verificar como a probabilidade pode nos auxiliar a determinar
as chances de ocorrência de um evento e como a compreensão das grandezas, razão e
proporção podem nos ajudar no cálculo da frequência.
Quanto aos testes de hipóteses, foram abordadas as diferenças entre os paramétricos
e não paramétricos, alguns dos testes mais utilizados e o seu poder estatístico.
Cada pesquisa tem características peculiares e a determinação do teste estatístico
deve levar em consideração a vinculação entre os fatores de variação, o número de ele-
mentos da amostra, que serão comparados, a dependência entre os fatores de variação.
Agora, teste seus conhecimentos, responda aos exercícios de revisão e até a próxima Unidade!
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
EXERCÍCIOS DE REVISÃO DE CONTEÚDO
2. As medidas de dispersão são utilizadas para verificar o grau de variação dos núme-
ros de um conjunto com relação à sua média, mediana ou moda. Sobre essas medidas é
correto afirmar que:
I. Possibilitam observar a homogeneidade dos dados.
II. Possibilitam observar a heterogeneidade dos dados.
III. Configuram-se como uma maneira de representar um conjunto de dados utilizan-
do somente um número.
IV. Podemos dizer que as medidas de dispersão servem para analisar a distância dos
números de um conjunto.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
lizada para determinar as chances de ocorrência de um evento. Verifique as asserções e
assinale a alternativa correta.
I. Por meio das frequências é possível calcular medidas como mediana e média.
II. A distribuição de frequências é uma ferramenta que permite avaliar a variabilida-
de de um fenômeno aleatório.
III. Por meio das frequências é possível calcular medidas como o desvio padrão.
IV. A distribuição de frequências é uma ferramenta muito importante, porém, não
permite avaliar a variabilidade de um fenômeno aleatório.
REFERÊNCIAS
CALLEGARI-JACQUES, S. M. Bioestatística: princípios e aplicações. Porto Alegre: Art-
med, 2007.
CAMPOS, G. M. Estatística prática para docentes e pós-graduandos. 2000. Disponível em: http://
www.forp.usp.br/restauradora/gmc/gmc_livro/gmc_livro_cap14.html. Acesso em: 04 mai 2019.
48
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
3
unidade
EPIDEMIOLOGIA E
PROCESSO SAÚDE-
DOENÇA
49
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
1. INTRODUÇÃO A UNIDADE III
50
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
fatores que causam as doenças ou os agravos podem ter origem genética, ser decorrentes
da exposição a determinados agentes ambientais, determinadas atividades cotidianas ou
de trabalho.
Desta forma, o homem, atua na transformação da sociedade, e ao observar os fatos,
analisa os problemas, observa, compara e formula hipóteses e inferências para verificar
os fenômenos e desenvolver teorias. Assim, aspectos relevantes promovem o surgimento
de pesquisas que permitem descobertas e transformações dos conhecimentos no meio
social, cirando novos fatos.
O estudo das relações entre os fatores sociais e as doenças nas populações é definido
como epidemiologia social. Os aspectos para distinção social são: raça/etnia, gênero e
classe/posição socioeconômica. Na epidemiologia clínica, também são considerados os
eventos em grupos de pessoas que compartilham uma determinada característica, são
realizadas comparações de taxas dos eventos entre grupos e inferências. Na epidemio-
logia clínica, a característica que determina o grupo pode ser um sinal ou sintoma, uma
doença ou o tratamento desses.
A epidemiologia é uma ciência abrangente e apresenta diversas possibilidades de
uso na saúde pública, principalmente, para o desenvolvimento de estratégias e ações de
promoção e proteção à saúde, sendo essencial na formulação de políticas de saúde. Esta
área é caracterizada por gerar o desenvolvimento metodológico para todas as ciências
da saúde. Desse modo, a ciência epidemiológica amplia o seu papel na consolidação do
saber científico sobre a saúde humana, contribuindo significativamente para as práticas
de saúde.
Segundo Almeida Filho (2011), a epidemiologia contempla três pontos fundamentais:
1) o estudo dos determinantes de saúde-doença; 2) a análise das situações de saúde e 3) a
avaliação de tecnologias e processos no campo da saúde (quadro 8).
51
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Você percebeu como a epidemiologia procura respostas para os fatores relacionados a
saúde e a doença? E para a associação de fatores com determinadas doenças ou agravos
que acometem as populações?
Então, descreva abaixo como a epidemiologia pode auxiliar no contexto da sua futura
profissão:
52
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
a Tábua de Vida, após foi desenvolvida a teoria das probabilidades, fórmulas para estimar
anos de vida, para verificar os efeitos da vacinação contra as doenças, para analisar os
procedimentos clínicos e taxas de mortalidade.
Desta forma, a história da epidemiologia contempla uma trilogia representada pela
clínica, estatística e pela medicina social. Assim, a partir da associação desses, foi insti-
tucionalizada a ciência epidemiológica no século XX.
53
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
2.4 O QUE É DOENÇA
Planos
Corresponde ao nível biológico e orgânico, fisiológico ou fisiopatológico. O processo
saúde-adoecimento depende do equilíbrio dinâmico entre a normalidade – anormali-
Subindividual dade. A enfermidade seria a situação percebida ou o sintoma relatado pelo indivíduo.
A doença seria a condição verificada pelo profissional de saúde, por meio de quadro
clínico definido e classificada como uma entidade ou classificação nosológica.
As disfunções e anormalidades acometem indivíduos que são seres biológicos e
sociais. Assim, as alterações no processo saúde-doença são decorrentes de aspec-
Individual
tos biológicos e também de condições gerais da existência das pessoas, grupos e
classes sociais, com dimensões individuais e coletivas.
O processo saúde-doença, que é visto além da soma das condições orgânicas e
sociais de cada pessoa, mas a expressão de um processo social abrangente, que é
decorrente da articulação de fatores e relações, representados por determinantes do
Coletivo
fenômeno nos vários níveis de análise: domicílio, família, microárea, bairro, município,
região, país, continente etc.
sobre saúde: “fenômeno clínico e sociológico vivido culturalmente.
Quadro 9. Condição de saúde, considerando três planos: subindividual, individual e coletivo.
Adaptado: Narvai et al., (2008); Vianna (2012).
Segundo Vianna (2012), esses três planos, auxiliam a compreender porque apenas em
situações muito específicas a saúde pode resultar somente da disponibilidade e do acesso
aos serviços de saúde.
Para o entendimento das doenças, pode haver diferentes níveis explicativos, que com-
prometem desde as alterações biológicas intracelulares, até os relacionados à sociedade
como um todo (figura 12).
54
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Figura 12. Níveis explicativos da doença.
Adaptado: Franco; Passos (2011).
O processo saúde-doença pode ser definido como o conjunto de fatores que produ-
zem e condicionam o estado de saúde e de doença da população. Este conceito sofre a
influência do processo histórico e do desenvolvimento científico.
Portanto, as teorias que interpretam o processo saúde-doença representam as di-
ferentes formas de pensar do ser humano ao longo da história em relação aos fatos
sociais. As diferentes teorias foram desenvolvidas e sintetizadas nos séculos passados,
nas vertentes ontológica: na qual a doença tem o caráter místico/religioso ou sobre-
natural, que se manifesta ao invadir o corpo, e na vertente dinâmica na qual a doença
é considerada como o resultado do desequilíbrio entre forças vitais. Posteriormente,
foram desenvolvidas as teorias unicausal, multicausal e da determinação social do pro-
cesso saúde-doença.
55
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
2.6 MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
A história das explicações das doenças vai desde a teoria mística/religiosa até os con-
ceitos criados por Jaime Breilh e a Epidemiologia Social.
Durante a Idade Média, Hipócrates descrevia o processo saúde-doença pela teoria dos
miasmas, a qual explicava que as doenças eram causadas pelo ar, gases, águas, resíduos,
solo e outros locais insalubres. Acreditava-se que estes fatores nocivos eram transmiti-
dos de um indivíduo doente para outro. Desta forma, pela primeira vez foi criada uma
explicação racional para as causas das doenças.
56
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
A partir da descoberta das bactérias, vírus, fungos, entre outros, esses foram conside-
rados como fatores causais únicos do adoecimento, sendo que o indivíduo é interpretado
apenas como ser biológico.
Os problemas sociais foram mascarados por conta da estrutura capitalista, a qual ob-
tinha vantagens em culpar o próprio indivíduo pela sua condição de saúde, em vez de
diminuir as jornadas de trabalho, oferecer condições melhores de saúde e moradia.
Na segunda metade do século 20, a teoria unicausal não servia mais para explicar as
causas de algumas doenças. Além disso, melhorar as condições de saúde da população
era necessário para que os indivíduos mantivessem o ritmo nas jornadas de trabalho. As
evidências indicavam outras causas para as doenças e que essas ocorriam devido a uma
somatória de causas.
Desta forma, surgiu a teoria multicausal, na qual as doenças são causadas por vários
fatores que se relacionam. Esta teoria leva em consideração no surgimento de uma do-
ença, os fatores de risco, as características individuais e comportamentais, os hábitos de
vida, entre outros.
O modelo multicausal, no entanto, não preocupa-se com a organização social e as de-
sigualdades sociais.
57
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
SAIBA MAIS
Saiba mais sobre a historicidade das teorias interpretativas do processo
saúde-doença. Neste artigo os autores relatam que ao longo da história, foram
criadas diferentes teorias para interpretar o processo saúde-doença, em decorrência da ativi-
dade racional humana na procura de inferências causais para as doenças. Essas teorias são
expressões de maneiras de pensar o mundo e representam diversos projetos filosóficos, quando
não antagônicos. Acesse: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v34n1/v34n1a02.pdf.
3 INDICADORES DE SAÚDE
58
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
3.1 MORBIDADE
3.2 INCIDÊNCIA
O cálculo é realizado pela divisão do número de casos novos de uma doença em uma
população (durante um período de tempo específico), pelo número de indivíduos expos-
tos ao risco de adquirir a doença e multiplicado pelo total da população. Lembre-se que,
não deve ser utilizado no numerador os casos notificados anteriormente.
O resultado deste coeficiente de incidência possibilita a comparação com outros lo-
cais. A incidência é uma medida de eventos, e representa que a doença se desenvolve em
pessoas que não estavam doentes, ou seja, são casos novos.
59
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
3.3 PREVALÊNCIA
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
SAIBA MAIS
Saiba mais, existem outros diversos indicadores de saúde, acesse na íntegra o
documento: Indicadores básicos para a saúde no brasil: conceitos e aplicações,
acesse: http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/livroidb/2ed/indicadores.pdf
A taxa bruta de mortalidade representa o número total de óbitos, por mil habitantes,
em uma população que reside em determinado local, no ano considerado. Essa medida
avalia a intensidade que a mortalidade ocorre sobre uma determinada população e sofre
influência das características da população (idade, sexo).
Adicionalmente, altas taxas de mortalidade podem ser decorrentes más condições so-
cioeconômicas ou de grande número de idosos.
A taxa bruta de mortalidade é fundamental para verificar as alterações geográficas e
temporais da mortalidade e estimar o componente migratório. A seguir segue o método
de cálculo:
61
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
3.4.2 Taxa de mortalidade infantil
Para essa classificação são realizadas revisões periódicas devidas as mudanças no per-
fil epidemiológico.
Para calcular a taxa de mortalidade infantil utiliza-se o cálculo:
Essa medida é importante para desenvolver o planejamento, gestão e análise das polí-
ticas e ações de saúde para a assistência pré-natal, ao parto, e para a saúde infantil.
Razão de mortalidade materna
A razão de mortalidade materna busca identificar o número de mortes maternas, por
100 mil nascidos vivos de mães residentes em uma área específica, no ano considerado.
Essa medida analisa os óbitos maternos, que ocorreram até 42 dias após o término da
gravidez, os quais podem ser decorrentes tanto de fatores que estavam presentes durante
à gravidez, quanto aos que ocorreram no parto ou no puerpério.
Esses dados são essenciais para planejar estratégias voltadas para à saúde da mulher.
A seguir segue o cálculo da razão de mortalidade materna:
62
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Figura 17. Razão de mortalidade materna.
Fonte: RIPSA, (2008).
Essa medida é utilizada para verificar a distribuição percentual de óbitos por grupos
de causas definidas, em uma população que reside em determinado local geográfico, no
ano considerado.
O índice de mortalidade proporcional por grupos de causas sofre influência de fa-
tores que proporcionam aumento ou redução de determinadas causas, e desta forma,
modificam a distribuição proporcional das demais causas como: as condições socioeco-
nômicas, infraestrutura de serviços públicos, perfil demográfico, acesso e qualidade dos
serviços de saúde.
Verifique o cálculo para mortalidade proporcional por grupos de causas:
63
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
• Taxa de mortalidade em menores de cinco anos
• Mortalidade proporcional por causas mal definidas
• Mortalidade proporcional por doença diarreica aguda em menores de 5 anos de
idade
• Mortalidade proporcional por infecção respiratória aguda em menores de 5 anos
de idade
• Taxa de mortalidade específica por doenças do aparelho circulatório
• Taxa de mortalidade específica por causas externas
• Taxa de mortalidade específica por neoplasias malignas
• Taxa de mortalidade específica por acidentes do trabalho
• Taxa de mortalidade específica por diabete melito
• Taxa de mortalidade específica por aids
• Taxa de mortalidade específica por afecções originadas no período perinatal
• Taxa de mortalidade específica por doenças transmissíveis
Esse indicador serve para verificar o percentual das internações hospitalares reali-
zadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por grupos de causas selecionadas, em uma
população residente em um local, em determinado ano.
Essa medida representa a demanda hospitalar que é condicionada pela oferta de ser-
viços no SUS.
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
3.4.5 Incidência de sarampo
Essa taxa contempla os casos de diabete do tipo 1 e tipo 2 e serve para o desenvolvi-
mento de políticas e ações preventivas do diabete melito assim como para as doenças
associadas.
Há outros diversos indicadores de morbidade e fatores de risco, verifique no quadro
a seguir:
65
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Figura 21. Indicadores de morbidade e fatores de risco.
Adaptado: RIPSA, (2008).
O número médio de anos que se pode esperar que um recém-nascido viva, manten-
do-se o padrão de mortalidade existente na população residente, em espaço geográfico
específico, no ano considerado, é chamado de esperança ou expectativa de vida.
Quando ocorre um aumento da esperança de vida, pode significar que ocorreram me-
lhoras das condições de vida e saúde da população.
Por meio da utilização de tábuas de vida desenvolvidas para cada área geográfica, con-
sidera-se o número de uma geração inicial de nascimentos (l0) e é determinado o tempo
cumulativo vivido por essa mesma geração (T0) até a idade limite.
Desta forma, a expectativa de vida ao nascer é determinada pelo quociente da divisão
de T0 por l0.
SAIBA MAIS
Saiba mais sobre os indicadores de desempenho no Sistema Único de Saúde
seus avanços e lacunas.
Acesse: https://www.scielosp.org/pdf/sdeb/2017.v41nspe/118-137
66
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
SUGESTÃO DE LEITURA
Faça a leitura do capítulo 2 Epidemiologia: conceitos
e usos do livro Fundamentos de epidemiologia.
FRANCO, L. J.; PASSOS, A. D. C. Fundamentos de epidemiologia. 2.
ed. Barueri: Manole, 2011.
FÓRUM
Participe do fórum da disciplina e descreva quais indicadores de saúde você
poderia utilizar em pesquisas epidemiológicas relacionadas ao seu curso de
graduação.
67
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
E. III e IV
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Seção II. Art. 196. Dis-
ponível em: http://conselho.saude.gov.br/web_sus20anos/20anossus/legislacao/consti-
tuicaofederal.pdf. Acesso em: 10 set 2019.
EVANS, R. G.; STODDART, G. L. Producing health, consuming health care. Soc Sci Med,
v. 31, n. 12, p. 1347- 1363, 1990.
NARVAI, P. C. et al. Práticas de saúde pública. In: Saúde pública: bases conceituais. São
Paulo: Atheneu, 2008, p. 269-297.
70
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
h t t p s : / / w w w. p a h o . o r g / h q / i n d e x . p h p ? o p t i o n = c o m _ c o n t e n t & -
v i e w = a r t i c l e & i d = 1 4 4 0 1 : h e a l t h - i n d i c a t o r s - c o n c e p t u a l - a n d - o p e ra t i o -
nal-considerations-section-1&Itemid=0&limitstart=1&lang=pt. Acesso em: 10 set 2019.
71
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
4
unidade
VIGILÂNCIA
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
1 INTRODUÇÃO A UNIDADE IV
2 VIGILÂNCIA EM SAÚDE
A Vigilância em Saúde tem como objetivo realizar ações de vigilância, para promo-
ver a prevenção e controlar os riscos, as doenças e agravos. Contempla a vigilância de
doenças agudas e crônicas, transmissíveis e não transmissíveis, de fatores de risco para
doenças crônicas, vigilância da saúde ambiental e do trabalhador.
O termo vigilância se refere ao processo utilizado para realizar coleta de dados, ge-
renciar, fazer a análise, interpretar e oferecer as informações sobre as demandas e os
problemas de saúde. Assim, a vigilância é um conjunto integrado e articulado de ações
específicas que é desenvolvido conforme a situação de saúde da população em determi-
nado território.
As ações de saúde pública são incluídas em diferentes estratégias e tecnologias, desse
modo, a vigilância em saúde é compreendida como um processo sistemático e contínuo
de coleta, consolidação e disseminação de dados e informações sobre eventos relaciona-
dos à saúde (BRASIL, 2017a).
Portanto, a vigilância em saúde permite o planejamento e a implementação de medi-
das de saúde pública para a proteção da saúde da população.
A coordenação dos programas de prevenção e controle de doenças no âmbito nacio-
74
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
nal é realizada pelo Ministério da Saúde, através da Secretaria de Vigilância em Saúde
(SVS). A SVC tem como funções:
• analisar surtos de doenças;
• gerir a rede nacional de laboratórios de saúde pública;
• administrar sistemas de informação de mortalidade;
• fazer a gestão dos agravos de notificação obrigatória;
• gerir os índices de nascidos vivos;
• gerir e desenvolver inquéritos de fatores de risco de doenças;
• gerir as doenças e agravos transmissíveis e não-transmissíveis;
• analisar as situações de saúde.
75
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Agora analise o mapa referente a gripe H1N1, abaixo e responda as perguntas:
Você sabia que, após a constituição de 1988, o sistema de saúde brasileiro tem busca-
do desenvolver modelos de atenção que permitam resultados eficazes e efetivos às reais
necessidades da população brasileira?
Pois, os modelos médico-assistencial e sanitarista, não possibilitam dar respaldo à
diversidade e complexidade das questões relacionadas ao processo de saúde e doença.
O desenvolvimento de modelos alternativos que, adicionem as ações existentes a outras
formas de assistência como as que levam em consideração a qualidade de vida, inse-
rindo indivíduos sociais que anteriormente eram excluídos desse processo, é estratégia
essencial para o sistema de saúde (TEIXEIRA; PAIM; VILASBOAS,1998; MONKEN, BA-
TISTELLA, 2009).
A União, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, determina todos os anos, as
76
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
metas e ações que precisam ser desenvolvidas pelos estados e municípios, baseadas na
análise epidemiológica de cada doença. As ações prioritárias de vigilância em saúde vi-
sam atividades e metas para fortalecer o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica
e Ambiental em Saúde, para aumentar as atividades de notificação através dos estados e
municípios, imunização, investigação, confirmação laboratorial, sistemas de informação
e vigilância ambiental em saúde (GALLEGUILLOS, 2014).
Conforme as agências de saúde pública ampliam seus domínios para permitir uma
abrangência maior dos problemas de saúde, o estabelecimento da vigilância é frequente-
mente a conduta inicial para informações que determinem a prioridade de novos progra-
mas (ROTHMAN; GREENLAND; LASH; 2011).
A vigilância em saúde está associada atividades de atenção e promoção da saúde dos
indivíduos e aos mecanismos usados para prevenção de doenças. Adicionalmente, inte-
gra várias áreas de conhecimento e contempla diferentes temas, como política e plane-
jamento, epidemiologia, territorialização, processo saúde-doença, situação de saúde e
condições de vida da população, ambiente e saúde e processo de trabalho. Desta forma, a
vigilância é distribuída em: epidemiológica, ambiental, sanitária e saúde do trabalhador
(BRASIL, s/d.a).
77
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
• contribuir para o conhecimento científico e para as novas tecnologias do Sistema
Único de Saúde (SUS);
• contribuir para o desenvolvimento de ações de vigilância, prevenção e controle de
doenças e agravos da saúde pública.
(BRASIL, 2019).
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Figura 24. Fatores de risco em comum das principais DCNT.
Adaptada: BRASIL, (2018a).
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
de apenas 23,8% na área urbana e 13,8% na área rural. Além disso, foi relatado que 14%
dos adultos praticavam 150 minutos de atividade física por semana no trabalho e 12,1%
quando durante atividades domésticas, sendo que os insuficientemente ativos represen-
taram 46,0% (BRASIL, 2014).
Outro fator importante é a alimentação não saudável, que contribui com as DCNT de-
vido ao consumo excessivo de gorduras saturadas, sódio e açúcares livres.
Por outro lado, um padrão alimentar saudável contempla o consumo de frutas e hor-
taliças. Desta forma, a Organização Mundial de Saúde recomenda a que sejam ingeridas
diariamente, no mínimo 400 gramas (cinco porções) de frutas e hortaliças. No entanto,
foi verificado em 26 capitais e Distrito Federal, em 2016, que 80,4% dos adultos não apre-
sentaram consumo recomendado desses alimentos (BRASIL, 2018a).
Logo, é extremamente relevante o desenvolvimento de ações para prevenção desses
fatores de risco assim como os demais que contribuem para o aparecimento e agravo das
DCNT.
Neste contexto, o instrumento que orienta a Vigilância de DCNT é o Plano de Ações
Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no
Brasil, 2011-2022.
Os objetivos da área técnica de vigilância das DCNT, além de realizar a vigilância, são:
• Coordenar a realização de diretrizes nacionais e atividades para a prevenir as
DCNT;
• Coordenar o desenvolvimento de diretrizes nacionais e atividades para monitorar
e avaliar os fatores de risco para as DCNT, como: uso de tabaco, uso nocivo do ál-
cool, alimentação e atividade física inadequadas;
• Coordenar o desenvolvimento de pesquisas e inquéritos populacionais relaciona-
dos aos fatores de risco para DCNT e promoção da saúde, como: PNS, Vigitel e
PeNSE;
• Coordenar a normatização, planejamento e implantação, monitorar dos indicado-
res nacionais e internacionais relevantes para a vigilância e prevenção de DCNT;
• Realizar o planejamento, elaboração, coordenação e publicação da análise de situ-
ações de saúde para vigilância e para prevenir as DCNT;
• Apresentar estudos de avaliação da efetividade e eficácia das condutas adotadas
para vigilância e prevenção de DCNT;
• Apresentar linhas prioritárias para desenvolver pesquisas, análises e demais ativi-
dades técnico-científicas para vigilância de DCNT;
• Realizar a capacitação de profissionais para vigilância da saúde das Secretarias Es-
taduais de Saúde e do Distrito Federal, estimulando a propagação para as Secreta-
80
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
rias Municipais de Saúde;
• Oferecer subsídio, apoiando e fazendo o e acompanhamento da comunicação
social e disseminação de informações relacionadas à vigilância e prevenção de
DCNT.
(BRASIL, 2018a).
81
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
(SINAN) foi desenvolvido pelo Centro Nacional de Epidemiologia, com respaldo do Da-
tasus para ser operado nas Unidades de Saúde. É recomendado pelo Ministério da Saúde
um fluxo padrão para indepentende do tipo de caso notificado e as fichas de notificação
precisam ser preenchidas nas unidades assistenciais. Essas unidades retêm uma cópia
e encaminham a outra para os serviços de vigilância epidemiológica. Além disso, uma
ficha de investigação, deve ser digitada na mesma unidade ou em Secretarias, devem ser
enviados por meio magnético os dados para os níveis estadual e federal (FRANCO; PAS-
SOS, 2011).
As doenças de notificação compulsória, geralmente, são as muito graves ou que apre-
sentam problema para a saúde pública.
A portaria número 204, de 17 de fevereiro de 2016, define a Lista Nacional de Notifica-
ção Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde
públicos e privados.
82
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Esquistossomose
Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde pública
Eventos adversos graves ou óbitos pós vacinação
Febre Amarela
Febre de Chikungunya
Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão
Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya
Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em saúde pública
Febre Maculosa e outras Riquetisioses
Febre Tifoide
Hanseníase
Hantavirose
Hepatites virais
HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e Criança exposta ao risco de transmissão vertical
do HIV
Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)
Influenza humana produzida por novo subtipo viral
Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases
tóxicos e metais pesados)
Leishmaniose Tegumentar Americana
Leishmaniose Visceral
Leptospirose
Malária na região amazônica
Malária na região extra Amazônica
Óbito: a. Infantil b. Materno
Poliomielite por poliovirus selvagem X X X
Peste
Raiva humana
Síndrome da Rubéola Congênita
Doenças Exantemáticas: a. Sarampo b.Rubéola
Sífilis: a. Adquirida b. Congênita c. Em gestante
Síndrome da Paralisia Flácida Aguda
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BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírus a. SARS-CoV b.
MERS- CoV
Tétano: a. Acidental b. Neonatal
Toxoplasmose gestacional e congênita
Tuberculose
Varicela - caso grave internado ou óbito
a. Violência doméstica e/ou outras violências; b. Violência sexual e tentativa de suicídio
Quadro 11. Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública.
Adaptada: Brasil, (2016a).
SAIBA MAIS
Saiba mais sobre vigilância em saúde. Faça a leitura do Guia de Vigilância em
Saúde. Acesse:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_3ed.pdf
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de De-
senvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume único. 3. ed.
Brasília: Ministério da Saúde, 2019.
84
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
2.1.3 Laboratórios
Devido ao fato de poderem identificar casos que não foram conhecidos através da no-
tificação compulsória, laboratórios de bacteriologia, imunologia, virologia, parasitolo-
gia, biologia molecular, micologia e anatomopatológicos configuram-se também como
importantes fontes de informação (ALMEIDA; BARRETO, 2011).
Os dados relacionados aos surtos podem ser obtidos através de várias maneiras, como
a notificação compulsória de doenças, busca ativa em uma investigação, inquéritos ou
detecção laboratorial. A identificação de surtos necessita de medidas para o seu contro-
le e para prevenir novos casos. Grande parte dos surtos apresenta etiologia infecciosa e
transmissível (BRASIL, 2018c).
85
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
realizar os pagamentos dos estabelecimentos de saúde. Adicionalmente, o nível Federal
obtém mensalmente uma base de dados relacionada a todas as internações autorizadas
para repasse dos valores de Produção de Média e Alta complexidade às Secretarias de
Saúde, assim como, dos valores de outros tipos de contrato de gestão (BRASIL, s.d.c).
O Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) foi desenvolvido pelo DATASUS com
intuito de obter de forma regular dados relacionados a mortalidade no país. Com a criação
do SIM houve a possibilidade de obter dados sobre mortalidade, de maneira abrangente,
para auxiliar na gestão da saúde pública. Esses dados possibilitam análises de planejamen-
to, situação e avaliação das ações e programas na área da saúde (BRASIL, s.d.d).
SAIBA MAIS
Saiba mais sobre o Sistema de Vigilância em Saúde no Brasil avanços e desa-
fios de OLIVEIRA, Cátia Martins de; CRUZ, Marly Marques.
Os autores fazem uma reflexão sobre o percurso político e organizacional do Sistema
de Vigilância em Saúde no Brasil apresentando a trajetória das vigilâncias epidemiológica,
86
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
ambiental e sanitária. Acesse: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0103-11042015000100255&lng=en&nrm=iso>.
87
BIOESTATÍSTICA
E EPIDEMIOLOGIA
de origem natural e tecnológica. Dentre esses estão as inundações, estiagem, seca,
deslizamentos, emergência radiológica e nuclear, os acidentes com produtos quí-
micos.
• Vigilância em saúde ambiental relacionada aos fatores físicos (Vigifis): contempla
ações para proteção da saúde relacionada a exposição a radiações não ionizantes
(RNI) e ionizantes (RI) que se caracterizam pela fonte de exposição, e não pela na-
tureza da radiação. (BRASIL, 2017b).
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BIOESTATÍSTICA
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dução da morbidade e mortalidade dos trabalhadores, através da integração de ações que
atuem nos agravos e seus determinantes. Atua na relação do ambiente e da saúde com os
processos de trabalho, por meio de práticas sanitárias com a participação dos trabalha-
dores (RENAST, s.d).
O perfil de morbimortalidade dos trabalhadores, é influenciado pelo trabalho que
contribui de forma direta para os acidentes de trabalho e doenças profissionais, e, de
maneira indireta, para as doenças relacionadas com o trabalho (GALLEGUILLOS, 2014).
Portanto, a VISAT é fundamental para o modelo de Atenção Integral em Saúde do
Trabalhador, pois contempla atividades contínuas e sistemáticas, para pesquisar, iden-
tificar, conhecer e analisar os fatores relacionados aos agravos à saúde relacionados aos
processos e ambientes de trabalho, no âmbito social, organizacional, tecnológico e epi-
demiológico, para realizar o planejamento, execução e prevenir intervenções sobre esses
aspectos (RENAST, s.d).
SAIBA MAIS
Saiba mais sobre saúde do trabalhador: aspectos históricos, avanços e desa-
fios no Sistema Único de Saúde.
Acesse https://www.scielosp.org/article/csc/2018.v23n6/1963-1970/
SUGESTÃO DE LEITURA
Verifique o capítulo 17, Vigilância em saúde, do
livro Epidemiologia: indicadores de saúde e análise
de dados.
GALLEGUILLOS, T. G.B. Epidemiologia:
indicadores de saúde e análise de
dados. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.
Leia também a parte 7 Epidemiologia
aplicada a sistemas de saúde, no livro
Epidemiologia & saúde: fundamentos, métodos, aplicações.
ALMEIDA N.; BARRETO, M.L. Epidemiologia & saúde: fundamentos,
métodos, aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
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E EPIDEMIOLOGIA
FÓRUM
Participe do fórum dessa unidade, descreva quais são os desafios atuais rela-
cionados à vigilância em saúde no Brasil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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seminada, podendo atingir não apenas países, mas continentes ou todo o mundo.
Exemplo: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
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A. I e II
B. II e III
C. I
D. II
E. III
REFERÊNCIAS
ALMEIDA N.; BARRETO, M.L. Epidemiologia & saúde: fundamentos, métodos, aplica-
ções. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil, 2017:
vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico.
Brasília: Ministério da Saúde, 2018b.
BRASIL. Ministério da Saúde. Sobre a Vigilância de DCNT. 2018a. Disponível em: http://
www.saude.gov.br/noticias/43036-sobre-a-vigilancia-de-dcnt. Acesso em: 02 set 2019.
ROTHMAN, K. J.; GREENLAND, S.; LASH, T. Epidemiologia moderna. 3. ed. Porto Ale-
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E EPIDEMIOLOGIA
gre: Artmed, 2011.
REHM, J, et al. The relation between different dimensions of alcohol consumption and
burden of disease: as overview. Addiction, [S.l.], v.105, n.5, p. 817-843, May 2010
WHO. World Health Organization. Report on the global tobacco epidemic. Geneva:
WHO, 2011.
WHO. World Health Organization. Pandemic (H1N1) 2009:update 60. Disponível em:
https://www.who.int/csr/don/2009_08_04/en/. Acesso em: 10 set 2019.
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uniavan.edu.br
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