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CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

www.posgraduacao.ufrn.br/ppgscol ppgscol@dod.ufrn.br 55-84-3342-2338

JONATAS PEREIRA DE LIMA

A EFICÁCIA DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO


EM SAÚDE EM ESCOLARES

NATAL/RN
2018
JONATAS PEREIRA DE LIMA

A EFICÁCIA DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO


EM SAÚDE EM ESCOLARES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Saúde Coletiva, Centro de Ciências
da Saúde da UFRN, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva.

Orientadora: Dra. Grasiela Piuvezam

Natal/RN
2018
AGRADECIMENTOS

A Deus, que sempre me guiou e iluminou durante toda essa trajetória.


À minha mãe, Maria da Penha, meu exemplo de persistência, coragem e dedicação. Eu
melhor que ninguém reconheço seu valor e todos os sacrifícios feitos até hoje e tudo isso só faz
com que a ame e admire ainda mais. Ao meu pai, Severino Cirino (in memoriam), pelo apoio,
disciplina, ensinamentos e fundamental contribuição para minha educação. Aos meus irmãos
Danilo Angelus e Vinícius Angelus, por toda paciência ao longo dessa jornada e por serem
essenciais em minha vida.
À minha melhor amiga Rayane Delfino, por sempre estar ao meu lado em todos os
momentos da minha vida, obrigado por ser minha irmã de coração.
À minha orientadora Dra. Grasiela Piuvezam uma exemplo professora ao qual tenho
orgulho de ter tido a oportunidade de ser aluno e por ter me orientado na construção desse
trabalho. Tenho enorme admiração pelo exemplo de ética e profissionalismo.
A todos os professores do programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e em especial
aqueles que de alguma maneira contribuíram para minha jornada: Íris do Céu, Clélia de
Oliveira, Elizabethe Cristina, Maria Ângela e Severina Alice.
À Lannuzya uma das mais belas e gratas surpresas do PPGSCol. Muito obrigado pelo
carinho, atenção, simpatia e humildade.
À direção, funcionários e alunos do CEEEA Sesquicentenário pela oportunidade de
desenvolver essa pesquisa, local esse que sou extremamente grato, onde fui muito feliz e pude
ter certeza que podem existir escolas públicas de qualidade nesse país. Muito obrigado a todos
pela cooperação de cada um. Vocês foram fundamentais para o sucesso desse trabalho! Muito
obrigado a todos!
Seguiu a sua jornada sem usar ninguém como escada.
E assim, brilhou.

O Pequeno Mestre
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Etapas do Estudo. Natal, 2018................................................................................ 28


Figura 2- Recursos didáticos utilizados na intervenção pedagógica sobre a
Ascaridíase............................................................................................................................... 30
Figura 3- Recursos didáticos utilizados na intervenção pedagógica sobre a
Enterobiase............................................................................................................................... 32
Figura 4- Recursos didáticos utilizados na intervenção pedagógica sobre
Esquistossomose...................................................................................................................... 34
Figura 5- Recursos didáticos utilizados na intervenção pedagógica sobre a
Ancilostomiase..........................................................................................................................35
Figura 6- Recursos didáticos utilizados na intervenção pedagógica sobre a
Enterobiose............................................................................................................................... 36
LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1. Caracterização sociodemográfica dos grupos de intervenção e controle. Etapas do


Estudo. Natal, 2018.................................................................................................................. 39
Tabela 2. Frequência de acertos nas respostas do questionário em relação a Transmissão das
doenças aplicado no grupo intervenção antes, durante e após a intervenção
realizada................................................................................................................................... 42
Tabela 3. Frequência de acertos nas respostas do questionário em relação a Sintomas das
doenças aplicado no grupo intervenção antes, durante e após a intervenção
realizada................................................................................................................................... 44
Tabela 4. Frequência de acertos nas respostas do questionário em relação a Profilaxia das
doenças aplicado no grupo intervenção antes, durante e após a intervenção
realizada................................................................................................................................... 46
Tabela 5. Frequência de acertos nas respostas do questionário aplicado nos grupos intervenção
e controle, após a intervenção realizada. Natal,
2018.......................................................................................................................................... 47
Tabela 6. Frequência de acertos nas respostas do questionário aplicado nos grupos intervenção
e controle, após a intervenção realizada. Natal,
2018.......................................................................................................................................... 47
Tabela 7. Frequência de acertos nas respostas do questionário aplicado nos grupos intervenção
e controle, após a intervenção realizada. Natal,
2018.......................................................................................................................................... 48

Quadro 1 Classificação das variáveis do estudo. Natal, 2018


................................................................................................................................................. 26
RESUMO
As helmintíases são doenças que tem como principais alvos as crianças em idade escolar. Esse
fato justifica-se devido à falta de informação relacionada às medidas de higiene pessoal e o
maior contato desses sujeitos com ambientes de risco e nas idades mais baixas, a imaturidade
do sistema imune. O processo de educação em saúde é considerado uma importante ferramenta
para controlar e prevenir essas. O objetivo do trabalho foi avaliar a eficácia de um programa de
educação em saúde em escolares direcionado a prevenção de doenças helmínticas em dois
momentos, um mês e um ano após as práticas de educação em saúde implementadas. Trata-se
de uma pesquisa com delineamento epidemiológico de intervenção do tipo ensaio clínico
profilático. O estudo foi realizado no Centro Estadual Experimental de Ensino-Aprendizagem
Sesquicentenário (CEEEA Sesqui.), sendo incluídas na coleta de dados crianças com idade
entre 10 e 14 anos, matriculadas nos 6º e 7º ano do Ensino Fundamental II. Os procedimentos
metodológicos desenvolvidos no projeto constam das seguintes etapas: Baseline, Intervenção
educativa para ensino e sensibilização sobre as helmintíases, Pós-teste T1 realizado um mês
após a intervenção e Pós-teste T2 realizado um ano após a finalização do projeto e aplicação do
Teste com Grupo Controle. O resultado aponta que após aplicação da intervenção o número de
acertos relacionados a transmissão das doenças foram: Ascaridíase (86,7%), Enterobiose
(86,7%), Esquistossomose (89,6%), Ancilostomíase (87,4%) e Teníase (84,4%). Um ano após
a intervenção educativa os resultados se mantiveram positivos Ascaridíase (77,8%),
Enterobiose (72,7%), Esquistossomose (80,7%), Ancilostomíase (74,1%) e Teníase (83%).
Assim, os resultados apontam que o modelo de intervenção proposto se mostrou efetivo um
mês após e manteve-se um ano após a intervenção, dessa forma a metodologia utilizada pode
ser recomendada para intervenções em educação em saúde para escolares nessa faixa etária.

Palavras-chave: Educação em saúde. Helmintíases. Parasitologia.


Abstract
The helminthiases are diseases that have as main targets the children of school age, especially
in the age group between 3 and 12 years. This fact is justified by the lack of information related
to personal hygiene measures and the greater contact of these subjects with risk environments.
The process of health education is considered an important tool to control and prevent these.
The objective of this study was to evaluate the effectiveness of a school health education
program aimed at the prevention of helminth diseases at two moments, one month and one year
after the implemented health education practices. This is a research with epidemiological design
of intervention of the type prophylactic clinical trial. The study was carried out at the
Sesquicentennial Teaching-Learning Experimental State Center (CEEEA Sesqui.), And
included in the data collection children aged 10 to 14 years, enrolled in the 6th and 7th year of
Elementary School II. The methodological procedures developed in the project include the
following steps: Baseline, Educational intervention for teaching and sensitization of
helminthiases, Post-test T1 performed one month after the intervention and Post-test T2
performed one year after project completion and Test application with Group control.
Preliminary results indicate that after the application of the intervention the number of hits
related to the transmission of the diseases were: Ascaridiasis (86.7%), Enterobiosis (86.7%),
Schistosomiasis (89.6%), Ancylostomiasis) and teniasis (84.4%). One year after the educational
intervention, the results remained positive Ascaridiasis (77.8%), Enterobiosis (72.7%),
Schistosomiasis (80.7%), Ancylostomiasis (74.1%) and Teniasis (83%). Thus, the results
indicate that the proposed intervention model was effective one month later and remained one
year after the intervention, so that the methodology used can be recommended for interventions
in health education for schoolchildren in this age group.

Key words: Health education. Helminthiases. Parasitology.


SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................... 11
1 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................................................... 15
1.1 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE .............................................................................................................. 15
1.2 HELMINTÍASES ................................................................................................................................ 17
1.2.1 ASCARIDÍASE ................................................................................................................................... 17
1.2.2 ANCILOSTOMÍASE ........................................................................................................................ 18
1.2.3 ENTEROBIOSE .................................................................................................................................. 19
1.2.4 ESQUISTOSSOMOSE ........................................................................................................................ 20
1.2.5 TENÍASE .............................................................................................................................................. 22
2 OBJETIVOS ................................................................................................................................................. 23
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................................ 23
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................................... 23
3 METODOLOGIA ......................................................................................................................................... 24
3.1 TIPO DA PESQUISA .......................................................................................................................... 24
3.2 CENÁRIO DA PESQUISA ................................................................................................................. 25
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ............................................................................................................. 25
3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA .............................................................................................................. 25
3.5 VARIÁVEIS ........................................................................................................................................ 26
3.6 ASPECTOS ÉTICOS........................................................................................................................... 27
3.7 ETAPAS DO ESTUDO ....................................................................................................................... 27
3.7.1 ETAPA 1 - Pré-teste Tempo 1 - T1 (Baseline) .................................................................................... 29
3.7.2 ETAPA 2 – Intervenção educativa ....................................................................................................... 29
3.7.2.1 ASCARIDÍASE ................................................................................................................................... 29
3.7.2.2 ENTEROBIOSE .................................................................................................................................. 31
3.7.2.3 ESQUISTOSSOMOSE ........................................................................................................................ 32
3.7.2.4 ANCILOSTOMÍASE .......................................................................................................................... 34
3.7.2.5 TENÍASE ............................................................................................................................................. 35
3.7.3 ETAPA 3 - PÓS TESTE TEMPO 1 ..................................................................................................... 36
3.7.4 ETAPA 4 - PÓS-TESTE TEMPO 2 .................................................................................................... 36
3.7.5 ETAPA 5 - GRUPO CONTROLE ....................................................................................................... 36
3.8 ANÁLISE DOS DADOS ..................................................................................................................... 37
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................................. 38
4.1 CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DOS GRUPOS DE INTERVENÇÃO E
CONTROLE.......................................................................................................................................................... 38
4.2 FREQUÊNCIA ACERTOS NAS RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO APLICADO NO GRUPO
INTERVENÇÃO ANTES, DURANTE E APÓS A INTERVENÇÃO REALIZADA. ....................................... 41
5 CONCLUSÃO DO TRABALHO ................................................................................................................ 51
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................... 50
ANEXOS ............................................................................................................................................................... 62
APÊNDICES ......................................................................................................................................................... 68
INTRODUÇÃO

A educação em saúde é uma ferramenta importante na promoção do autocuidado com a


saúde, pois através dela ocorre uma sensibilização e habilitação em relação aos temas do
processo saúde-doença em seus mais diversificados aspectos: biológicos, psicossociais e
históricos (GONÇALVES et al., 2018).
Anteriormente, era chamada de educação sanitária o que hoje é a educação em saúde,
onde o princípio era o indivíduo aprender a cuidar da sua própria saúde. Nessa época a educação
apresentava um ensino tradicional, onde a transferência de conhecimento era bastante comum.
Após décadas veio mudanças na educação e com elas houve a necessidade de uma nova
nomenclatura surgindo assim o termo educação em saúde, buscando meios para educar,
respeitar os saberes e a autonomia do sujeito (VASCONCELLOS et al., 2017; POLL, et al.,
2014).
A educação em saúde hoje é vista além de uma simples transmissão de informação, pois
é através dela que se oferecem meios para a construção do conhecimento crítico da realidade
do indivíduo. No Brasil, Ministério da Educação (MEC) defende a exercício de orientação e
intervenção na escola desde os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) como eixo transversal
ao currículo do aluno. Neste documento é descrito que a escola é uma parte fundamental na
parceria entre a família e sociedade na promoção da saúde das crianças e dos adolescentes.
Portanto, é uma recomendação do MEC que as escolas correspondam e se responsabilizem com
a orientação das crianças desde o pré-escolar ao Ensino Médio (BRASIL, 1998).
Partindo desse propósito, a educação em saúde acolhe diversos benefícios por ser um
instrumento apropriado que auxilia na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, tal como
a implantação de ações que dispor-se à promoção e prevenção dos envolvidos no processo
educacional (CABRAL, 2017; DUIJSTER et al., 2017; PIANTINO et al., 2016).
Nesse sentido, temas como o processo saúde-doença (PSD) estão presentes nos
conteúdos curriculares das escolas, especialmente em disciplinas como Ciências Naturais do 6º
ao 9º ano do ensino fundamental e Biologia no 1º ao 3º ano do ensino médio. Destaca-se que
um dos conteúdos presentes nos livros didáticos trata acerca das doenças ocasionadas por
parasitos e que são divididas em dois grandes grupos: protozoologia e helmintologia. A
protozoologia é o ramo da zoologia que estuda os protozoários e a helmintologia estuda os
helmintos.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 11


As helmintíases apresentam uma vasta distribuição mundial e de acordo com as
pesquisas, cerca um bilhão de indivíduos estão contaminados com alguma enfermidade
associada aos parasitos (PEREIRA et al., 2017) confirma que essa transmissão ocorre
especialmente por alimentos provavelmente contaminados ou contato com solos contaminados.
No Brasil, estudos apontam a prevalência que varia de 2% a 36% e são encontrados nos
demais estados brasileiros com grandes índices em ambientes rurais e periféricos (NEVES, et
al. 2016; SCHOLTE et al., 2015; BIERI et al., 2013).
De acordo com Bragagnollo et al. (2018), as helmintíases acometem crianças em idade
escolar, especialmente aquelas entre 3 a 12 anos de idade. Como principais causas tem a
fragilidade do sistema imunológico, o contato com ambientes de risco e a falta de instruções a
cerca da higiene pessoal. Em relação às regiões Norte e Nordeste do Brasil, a dominância dessas
doenças é elevada a 70% da população acometida e sendo mais elevada principalmente no
ambiente escolar (SILVA; FONTES, 2017).
A Organização Mundial da Saúde sugere que a melhor forma de combater e conter essas
enfermidades são promover a expansão de informações a partir de programas e projetos
voltados para a educação em saúde. Exatamente por oportunizar a promoção da saúde e o
incentivo a práticas de vida saudáveis por meio dessas informações e conhecimento vaariáveis
(NOBRE et al., 2017).
Apesar dos temas relacionados à saúde e doença integrarem os conteúdos curriculares
de disciplinas como Ciências Naturais no ensino fundamental e Biologia no ensino médio
observa-se que ainda persistem nas escolhas pedagógicas docentes metodologias tradicionais
que não favorecem o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Para Pereira (2009), quando
não há vínculo entre os conteúdos tratados no ambiente escolar com a realidade do aluno, as
aulas de ciências ficam improdutivas em relação ao que é necessário para uma aprendizagem
significativa.
O presente trabalho nasceu a partir da elaboração do Programa de Educação em Saúde
na Escola promovido na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) subsidiado pela Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) através de bolsa de pesquisa do
Programa de Iniciação à Docência (PIBID), denominado “O Mundo dos Parasitas”. O intento
foi averiguar a potencialidade da educação em saúde e observar se as ações alcançariam
resultados adequados na aquisição de conhecimento para as mudanças e melhorias de atitudes
na qualidade devida de escolares.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 12


O objetivo principal do projeto “O Mundo dos Parasitas” era o ensino, a sensibilização
e a prevenção de doenças associadas aos helmintos. Assim, foram abordadas cinco helmintíases
que estavam presente no conteúdo curricular dos livros didáticos adotados pela escola como:
ascaridíase, ancilostomíase, enterobiase, esquistossomíase e teníase.
O programa foi desenvolvido no período de fevereiro a dezembro de 2015 em uma
escola da rede pública de João Pessoa – PB, o Centro Estadual Experimental de Ensino-
Aprendizagem Sesquicentenário (CEEEA Sesqui). O público alvo foi composto por 264 alunos
pertencentes aos 6º e 7º anos do Ensino Fundamental II perfazendo oito turmas.
Em relação a execução do projeto as ações programadas envolveram a abordagem de
uma doença helmíntica a cada mês através de múltiplas estratégias pedagógicas. Assim,
inicialmente, cada aluno recebia um questionário denominado pré-teste contendo questões
relacionadas às doenças como agente etiológico, nome popular da doença, morfologia,
transmissão, habitat, epidemiologia, patogenia e profilaxia.
As ações educativas foram organizadas em aulas dialogadas, oficinas pedagógicas,
atividades educativas de leitura, interpretação textual e escrita e jogos didáticos e ao final do
programa os sujeitos respondiam a um questionário, denominado pós-teste com o intuito de
obter um feedback referente à intervenção.
Assim, os dados obtidos através dos questionários aplicados previamente e
posteriormente às ações de educação em saúde, resultaram no trabalho acadêmico de conclusão
de curso intitulado “A educação em saúde no ensino de ciências como estratégia de
sensibilização e prevenção das parasitoses intestinais” para obtenção do título de graduado em
Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Paraíba (UFPB) no ano de 2016.
A proposta para este trabalho surgiu a partir do interesse em investigar a eficácia das
ações de educação em saúde realizadas no programa de educação em saúde na escola “O Mundo
do Parasitas” após um ano de sua realização, além de realizar comparações dos resultados
obtidos nos questionários nos momentos pré-intervenção e pós-intervenção com um mês. Essa
proposta de trabalho continuada contou com a autorização da orientadora do trabalho de
Conclusão de Curso, conforme o ANEXO 1. Para tanto, retornou-se a escola de rede pública
CEEEA Sesqui e no ano de 2016 foram aplicados aos mesmos sujeitos os questionários.
Diante do que foi exposto, o presente estudo tem como questão norteadora: Qual a
eficácia das ações de educação em saúde de um programa de educação em saúde na escola nos
momentos um mês após a intervenção e um ano após a intervenção?

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 13


O presente trabalho apresenta uma breve introdução com a contextualização do tema,
seguido pelo referencial teórico que aborda diferentes visões de autores com relação ao tema,
metodologia, que reflete sobre o tipo de pesquisa, os sujeitos e campo de estudo, instrumentos
de coleta de dados e os procedimentos metodológicos utilizados para execução e os resultados
com a discussão. A última parte é composta pela conclusão, referências, apêndices e anexos.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 14


1 REVISÃO DA LITERATURA

1.1 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Para promoção e prevenção de doenças, a educação em saúde utiliza estratégias e


práticas socioeducativas onde promove a explanação dos principais problemas do cotidiano de
grupos a partir da realidade do meio no qual eles estão inseridos.
De acordo com Falkenberg et al., (2014)
O termo educação e saúde, utilizado ainda hoje como sinônimo de
educação em saúde, pode ter se originado dessa prática, indicando um
paralelismo entre as duas áreas, com separação explícita dos seus
instrumentos de trabalho: a educação ocupando-se dos métodos
pedagógicos para transformar comportamentos e a saúde dos
conhecimentos científicos capazes de intervir sobre as doenças.

A educação em saúde tem como principal objetivo fornecer à população as informações


necessárias sobre temas que não tenham conhecimento amplo. Para a literatura, quando o
individuo recebe tais informações, ele realizará mudanças comportamentais relacionadas à sua
saúde e a partir disso, contribuir com outras pessoas disseminando esse conhecimento e assim
cada vez mais barreiras são rompidas, fazendo com que essas informações cheguem ao maior
número de indivíduos possíveis (RIBEIRO et al., 2017).
Câmara et al. (2012) e Salci et al. (2013) apoiam essa questão ao descrever que a
educação em saúde incita o cidadão a desenvolver o seu senso de responsabilidade pela própria
saúde e por aproximá-lo dos estudos científicos e a aplicação dessas práticas no cotidiano da
população.
À vista disso, espera-se que a educação em saúde seja desenvolvida a partir de um
modelo mais moderno que leve em consideração o meio em que aquele indivíduo está inserido.
Por isso é importante sempre que aceitável adaptar a proposta de trabalho de acordo com os
grupos ou indivíduos no qual irá trabalhar (BLANCO et al., 2016; SALCI et al. (2013).
Correa, Rios e Berrío (2017) apontam que uma das principais dificuldades é a falta de
conexão entre a teoria e a prática, fazendo com o que muitos profissionais apenas utilizem o
método tradicional, onde o indivíduo é apenas um receptor de informações tornando mais difícil
a sensibilização e aquisição de conhecimento que ocasione as mudanças comportamentais
necessárias.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 15


Para que bons resultados sejam alcançados, é primordial que a realização de três ações
básicas: provocar, dispor e interagir. Essas ações fazem o indivíduo vivenciar situações
inovadoras e assim pode surgir a vontade de participar, elaborando assim um conhecimento
crítico Citelli (2013) e Vasconcellos (2007).
Para isso, uma das melhores formas de compartilhar o conhecimento é trabalhar a
informação no ambiente escolar. Muitos são os temas que podem ser abordados, dentre os quais:
as helmintíases intestinais, visto que elas acometem um elevado número de escolares todos os
anos. É importante destacar através de materiais de baixo custo é possível alcançar bons
resultados (SILVA et al., 2017).
Vale destacar que por serem doenças parasitárias, acabam causando uma série de
prejuízos à saúde da criança, pois a sintomatologia (diarreia, vômito e fraqueza) pode acarretar
o comprometimento das atividades físicas e intelectuais da criança, o que acaba refletindo na
falta de atenção e aprendizado e consequentemente no seu desempenho na sala de aula (SILVA
et al., 2017).
Ribeiro et al. (2013) em uma pesquisa assegura que as helmintíases intestinais são um
tema importante de trabalhar a educação em saúde e por meio das intervenções pedagógicas no
ambiente escolar, é possível romper modelos educacionais tradicionais por trazer um
diferencial para sala de aula. Pelicioni e Mialhe, (2012) declaram que a admissão de temáticas
relacionadas à saúde e os fatores de risco devem ser priorizadas no ambiente escolar por meio
do conteúdo presente no currículo pedagógico ou a partir de situações que fazem parte do
cotidiano do indivíduo.

1.2 HELMINTÍASES

Um dos graves problemas da saúde pública são as helmintíases, pois tem com ampla
distribuição geográfica. Essas doenças são negligenciadas, mas acarretam muitos prejuízos ao
ser humano. Cálculos recentes realizadas pela OMS apontam que aproximadamente ¼ da
população mundial é afetada por algum agente etiológico independentemente da idade, sexo,
gênero e classe social (TURKI et al., 2017; SCHOLTE et al., 2015).

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 16


De acordo a OMS, os fatores sociais, econômicos, culturais e comportamentais podem
estar associados a essas doenças. No entanto, uma maior prevalência é observada em crianças
devido aos aspectos que envolvem pouca escolaridade, ausência de higiene pessoal, carência
nutricional, falta dos serviços de atenção à saúde e o sistema imunológico muitas vezes
debilitado devido a faixa etária. Além disso, existem outros aspectos, como a falta de
saneamento básico que é essencial para uma melhor qualidade de vida da população (BIOLCHI,
et al., 2015; WEKESA et al., 2014; TEDESCO, et al., 2012).
As helmintíases mais corriqueiras são: ascaridíase, ancilostomíase, esquistossomose,
enterobíase, tricuríase e o complexo teníase-cisticercose. A OMS por meio de estimativas
assegura que aproximadamente 24% da população mundial está contaminada por algum agente
etiológico (Ancylostoma sp., Ascaris sp. e Trichuris sp.), correspondendo a 2 bilhões, onde 870
milhões de crianças em idade escolar estão infectados (JOURDAN et al., 2017; MELO; PINTO,
et al., 2016).
O último levantamento multicêntrico apontou que aproximadamente 55% da população
estava contaminada com um ou mais agentes etiológicos, confirmando assim um elevado
número de pessoas infectadas (BARBOSA, et al., 2016). Por outro lado, Maia e Hassum (2016)
asseguram que os estudos de prevalência são essenciais para fornecer informações úteis às
políticas públicas que podem servir para o controle e erradicação dessas patologias.

1.2.1 ASCARIDÍASE

O Ascaris lumbricoides é considerado um dos helmintos mais populares e frequentes


em países pobres, exatamente por fatores socioeconômicos, climáticos e ambientais. Os dados
referentes à prevalência da ascaridíase são antigos e muitas das vezes são fundamentadas em
estimativas. Estudos mais recentes apontam que cerca de 30% da população mundial,
equivalente a 1,5 bilhão de pessoas estão infectadas e a maior parte das infecções está localizada
na Ásia (BRAZ et al., 2015).
No Brasil, o número de indivíduos parasitados diminuiu principalmente em crianças
menores de 12 anos das regiões Sul e Sudeste, graças as melhorias das condições do saneamento
ambiental e a presença das Unidades Básicas de Saúde. Em contra partida, foi constatado que
nas regiões Norte e Nordeste, os números de infecções não diminuíram, isso se deve em partes
pelas condições precárias de saneamento e a falta de políticas públicas de saúde (SILVA et al.,
2014).

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 17


É encontrado na literatura estudos afirmando que os agentes naturais, como ventos,
chuvas, poeira e pequenos insetos (formigas, moscas e baratas) são capazes de conduzir os ovos
de A. lumbricoides. As fêmeas desde helminto, quando fecundadas, chegam a liberar
aproximadamente 200.000 ovos por dia, além disso, muitos apresentam alta taxa de
sobrevivência de 10 a 12 meses no ambiente, e devido a isso apresentam capacidade de adesão
nas superfícies facilitando sua transmissão (PORTO et al., 2016).
São bastante comuns os casos de ascaridíase principalmente em crianças, devido a
exposição a ambientes com a presença da helmintíase, como também a ingestão de água e
alimentos contaminados pela presença de ovos de A. lumbricoides. Quando encontrados no
corpo do hospedeiro, em muitas das vezes podem ser assintomáticos, no entanto, quando
apresentam uma elevada carga parasitária podem surgir sintomas que vão de subnutrição,
oscilando a síndrome de Löeffler, vômito, diarreia e dores na região abdominal. A profilaxia
dessa helmintíase é feita a partir de quatro medidas eficazes: tratamento dos doentes,
saneamento básico de qualidade, higiene pessoal e alimentícia e a educação para a saúde
(OLIVEIRA, et al., 2015).

1.2.2 ANCILOSTOMÍASE

Muitas são as espécies de helmintos que causam a Ancilostomíase, dentre elas três são
responsáveis por infectar o ser humano: Ancylostoma duodenale, Ancylostoma ceylanicum e
Necator americanus.
A ancilostomíase é uma das helmintíases mais perigosas, levando a óbito cerca de 3,2
milhões de pessoas, atingindo principalmente crianças e gestantes. Considerada uma doença
tropical negligenciada, por estar associada a áreas de pobreza e precárias condições
socioeconômicas, infecta aproximadamente 450 milhões de pessoas, sendo 50 milhões apenas
na América Latina (ZEIBIG, 2014).
No Brasil durante o século XX, a doença ganhou destaque, quando o escritor Monteiro
Lobato, criou o famoso personagem Jeca Tatu. Personagem que retratava bem a situação
brasileira naquela época. O personagem tinha características de preguiçoso, bobo e desanimado,
até ser diagnosticado com a ancilostomíase, onde foi submetido ao tratamento, ficou curado e
tornou-se um rico fazendeiro (NEVES, 2016).
Muitas campanhas de saneamento básico e tratamento de crianças enfermas foram
realizados no país após a repercussão da história do Jeca Tatu de Monteiro Lobato. Apesar dos

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 18


avanços para combater essa helmintíase, ela bastante presente em ambientes rurais, sendo uma
das causas a falta de ação de políticas públicas em saúde voltadas para a população rural. Esses
helmintos são transmitidos principalmente através do contato da pele humana com solos
contaminados com a larva infectante de A. duodenale e N. americanus (MORAES et al., 2013).
A patogenia da ancilostomíase pode ser assintomática ou sintomática, o principal e mais
graves sintoma é a anemia. Devido à alta carga parasitária, os helmintos se localizam e fixam-
se na parede do intestino, causando uma intensa perda de sangue intestinal. Outras
manifestações clínicas podem ser observadas, entre elas: falta de apetite, cólicas abdominais,
náuseas e flatulência.
O uso de anti-helmínticos é eficaz e pode ser utilizados por pessoas de diferentes faixas
etárias. Para Rey (2014) a prevenção das diversas helmintíases ocorre por meio do saneamento
básico, tratamento dos doentes infectados e uma medida simples e eficaz que é o uso de
calçados.

1.2.3 ENTEROBÍASE

O Enterobius vermicularis, é o agente etiológico de uma das helmintíases mais


prevalentes e com vasta distribuição geográfica em diversos países, climas e populações. Ao
contrário de outras patologias helmínticas que acometem principalmente países
subdesenvolvidos, a enterobíase é facilmente encontrada em países de primeiro mundo como:
Estados Unidos, Bélgica, Inglaterra e Austrália. Nesses países, estudos realizados com crianças
em idade escolar comprovaram uma alta taxa de infecção que varia de 11,4% a 89% (NEVES,
2016)
O gênero, etnia e a classe social não estão associados à enterobíase, no entanto, a idade
do hospedeiro é um importante fator que influencia na infecção. Estudos realizados apontam
que em crianças de até 10 anos de idade são as mais acometidas pela infecção, onde se mostrou
quatro vezes maior do que as observadas em jovens de 11 a 16 anos (FERNANDES, 2013;
LÓPEZ-OLMOS; GASULL, 2011).
Um fator importante que auxilia na prevalência da enterobíase é o clima. É comprovado
cientificamente que em climas temperados há um maior número de pessoas infectadas em
relação as que vivem no clima tropical, isso em parte acontece pela alta frequência de banhos
tomados nos trópicos (ZEIBIG, 2014).

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 19


São variados os mecanismos de transmissão por E. vermicularis, um deles se dá pela
ingestão após coçar a região perianal levando os ovos presentes na região até a cavidade oral.
Vale ressaltar que essa helmintíase, em muitos casos, acaba por infectar mais de um membro
familiar. Após o contágio, geralmente apresenta uma baixa ou ausência de sintomas, no entanto
apresente o sintoma de prurido anal, sendo mais frequente durante a noite, causando
irritabilidade e desconforto (FERREIRA, 2012).
O prurido anal em torno do ânus pode ocasionar inflamações hemorrágicas. Em
meninas, devido à aproximação da região anal e vaginal, em muitos casos pode acontecer
migrações das fêmeas gravídicas do ânus para a vagina, provocando a vulvovaginites. As
medidas profiláticas se dão por meio do tratamento da pessoa infectada ou até mesmo um
tratamento coletivo de membros da família, além da orientação à população a respeito dos
hábitos de higienes saudáveis, como lavar as mãos antes de se alimentar, uso do sanitário e
manipulação de alimentos (REZENDE-NETO, et al, 2009).

1.2.4 ESQUISTOSSOMÍASE

A esquistossomíase é uma patologia que acarreta o ser humano há milhares de anos,


estudos realizados afirmam existir registros em múmias do Antigo Egito com lesões da doença.
No Brasil, a introdução do helminto Schistoma mansoni ocorreu através dos escravos advindos
da África que já estavam infectados. Já os hospedeiros intermediários (caramujos
Biomphalaria) era encontrado inicialmente no Nordeste, mas devido aos vários ciclos
econômicos do Brasil, como o ciclo do ouro e diamante, ciclo do café, ciclo da borracha e
industrialização, a helmintíase acabou se alastrando em outras regiões brasileiras (GUELMES-
DOMINGUEZ, et al., 2015)
Essa helmintíase está inserida no extenso grupo das doenças negligenciadas
mundialmente, além de ser uma das principais associadas à veiculação hídrica e saneamento,
atingindo mais de 78 países, onde 80% são encontrados apenas no continente africano.
Estimativas recentes apontam que cerca de 200 milhões de pessoas estão infectadas por algum
tipo de espécie do gênero Schistosoma, além disso, 745 milhões de pessoas vivem em áreas de
risco (GARCIA-ACOSTA; DELGADO-RODRIGUEZ, 2014).
O Brasil é um país propício à Esquistossomíase, devido ao clima tropical que favorecem
o hospedeiro intermediário. Outro fato corriqueiro que acontece em nosso país é a prática de
construir esgotos domésticos que desembocam diretamente em rios, lagos e lagoas, ou seja,
diretamente nos criadouros, facilitando a multiplicação do caramujo. Dados da Secretaria de

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 20


Vigilância Sanitária (SVS) do Ministério da Saúde mostram a prevalência principalmente às
regiões do Nordeste e Sudeste, com 63.693 e 57.000 casos, respectivamente (BARRETO;
GOMES; BARBOSA, 2016).
A transmissão da esquistossomose ocorre por meio da penetração ativa das cercárias na
pele e mucosa, atingindo a região das pernas e pés. Nos locais como rios, lagoas, riachos e
açudes a transmissão ocorre com maior frequência nos horários entre 10 e 16 horas, devido à
luz solar e o calor intenso. Estudos apontam que as faixas etárias mais jovens acabam
apresentando uma maior prevalência e alta carga parasitária, seguido por aqueles que
desempenham atividades recreativas e profissionais que se veem obrigados a ter um contato
mais prologando nesses locais, como lavadeiras, trabalhadores de canaviais, entre outros
(ARANTES, et al., 2015).
Por ser uma helmintíase com alto grau de gravidade, normalmente apresenta algumas
fases, entre elas: a fase cutânea, ocorrendo após a penetração da cercaria na pele do ser humano,
o que vai provocar uma dermatite; fase intestinal, representada por granulomas formados nas
paredes do reto e sigmoide provocando fortes dores e diarreia sanguinolenta no início da fase
aguda e por fim a fase hepática, ocorrendo à formação de granulomas no tecido hepático,
provocando uma fibrose hepática, gerando dificuldade circulatória, resultando dessa forma na
hipertensão portal e na esplenomegalia (SAUCHA et al., 2015).
O diagnóstico é realizado através do exame de fezes, onde serão encontrados os ovos
do S. mansoni. A profilaxia é se dá através da identificação e tratamento dos doentes, incluindo
o saneamento ambiental e a educação em saúde que é uma ferramenta essencial no combate e
controle dos hospedeiros intermediários. Um importante passo foi dado no final do século
passado, quando a OMS deu início ao desenvolvimento de uma vacina com o intuito de
combater a esquistossomose humana, infelizmente os resultados não foram satisfatórios
atingindo apenas o nível de proteção de 40%, mas novos estudos estão sendo feitos na área da
imunização contra a helmintíase (MONTANE - CESPEDES, 2014).

1.2.5 TENÍASE

A Teníase é considerada como um grave problema de saúde pública em países que se


encontram em péssimas condições socioeconômicas e culturais, pois essas acabam sendo
fundamentais para a transmissão de ambas as helmintíases. Apesar de serem patologias

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 21


completamente diferentes, essas apresenta em comum a mesma espécie de parasito, porém em
fases do ciclo biológico distintas.
A teníase é provocada pela presença do helminto adulto (Taenia solium ou Taenia
saginata) no intestino delgado dos hospedeiros definitivos, que é o ser humano, já a cisticercose
é a alteração provocada pela presença da larva nos tecidos do hospedeiro intermediários (boi e
porco) ou intermediário acidental, no caso o ser humano (NEVES et al., 2016).
Aproximadamente 80 milhões de pessoas estão infectadas por algum tipo de Taenia sp.
no mundo, dos quais 32 milhões são encontrados na África, 11 milhões na Ásia e 3 milhões na
América. Com vista nos dados da OMS, estima-se que a cada ano aproximadamente 50 mil
mortes decorrem da neurocisticercose, porém existe uma quantidade maior de pacientes que
podem sobreviver, mas apresentando uma série de lesões provenientes da helmintíase
(RIBEIRO et al., 2014).
A alta prevalência dessas doenças se deve em parte ao hábito de comer carne bovina ou
suína, já que a transmissão da teníase ocorre por meio da ingestão de carne crua ou malcozida
(boi ou porco) contendo o cisticerco de T. saginata ou T. solium respectivamente. A cisticercose
humana tem a transmissão por meio da ingestão de forma acidental por ovos de T. solium (REY,
2014).
A teníase apesar de ser conhecida popularmente como solitária, seu hospedeiro
definitivo pode conter mais de uma Taenia sp. em seu intestino, podendo ser assintomática ou
apresentar sintomas como: tontura, falta de apetite, alargamento e dores abdominais, perda de
peso e obstrução intestinal. Por outro lado, a cisticercose apresenta graves alterações nos tecidos
com manifestações que vão desde cegueira, perda de movimentos, palpitações cardíacas
(quando o cisticerco se instala no coração), crises epiléticas provocadas pela neurocisticercose
e por fim pode acabar provocando transtornos psiquiátricos e comprometimento intelectual
(SOUZA et al., 2013).
Existem medidas profiláticas que podem evitar o agravo dessa doença e podem ser
realizadas tanto pelas políticas públicas como pelo homem, como por exemplo: melhoramento
do saneamento ambiental, tratamento dos doentes, orientar a população a não consumir carne
bovina ou suína crua ou mal cozida e uma inspeção mais rigorosa sobre a procedência da carne
de boi e porco (NEVES, 2016).

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 22


2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a eficácia de um programa de educação em saúde em escolares direcionado à


prevenção de doenças helmínticas, sob a perspectiva da aquisição de conhecimentos e
habilidades que favoreceram as mudanças e melhorias da qualidade de vida, em dois momentos,
um mês e um ano após as práticas de educação em saúde implementadas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

2.2.1 Identificar os conhecimentos das crianças participantes da pesquisa (grupo de


intervenção) a respeito das helmintíases no momento anterior a implantação do
programa;
2.2.2 Averiguar as concepções prévias das crianças com a mesma faixa etária e que não
participaram da pesquisa (grupo controle);
2.2.3 Constatar a eficácia do programa de educação em saúde no grupo de intervenção
em dois momentos: um mês e um ano após as práticas de educação em saúde
implementadas;
2.2.4 Comparar o grupo de intervenção com o grupo controle.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 23


3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DA METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa com delineamento epidemiológico de intervenção do tipo


ensaio clínico profilático.

3.2 CENÁRIO DA PESQUISA

A pesquisa foi desenvolvida no Centro Estadual Experimental de Ensino-Aprendizagem


Sesquicentenário (CEEEA Sesqui.), localizado no Bairro Pedro Gondim, João Pessoa – PB.
Foram incluídas na pesquisa crianças matriculadas que apresentaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido devidamente assinado pelos pais ou responsável.

3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Foram incluídas na pesquisa crianças matriculadas no Centro Estadual Experimental de


Ensino-Aprendizagem Sesquicentenário (CEEEA Sesqui.) nos anos de 2015 e 2017, e que
apresentaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido devidamente assinado pelos pais
ou responsáveis.

3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA

No grupo de intervenção, a pesquisa teve como público alvo o universo das crianças
matriculadas nas turmas do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental II no Centro Estadual
Experimental de Ensino-Aprendizagem Sesquicentenário (CEEEA Sesqui.) no ano de 2015,
totalizando 157 sujeitos na faixa etária de 10 a 13 anos. Esse grupo participou das atividades de
educação em saúde do projeto: “O Mundo dos Parasitas” durante o ano de 2015.

No grupo controle a pesquisa teve como público alvo o universo das crianças matriculadas
nas turmas do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental II no Centro Estadual Experimental de Ensino-
Aprendizagem Sesquicentenário (CEEEA Sesqui.) no ano de 2017, totalizando 135 sujeitos na
faixa etária de 10 à 13 anos. Esse grupo não participou de nenhuma atividade relativa ao
programa de educação em saúde.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 24


3.5 VARIÁVEIS

As variáveis coletadas no estudo encontram-se elencadas e classificadas no quadro


abaixo. Os dados foram coletados através de dois questionários, um questionário direcionado
às questões socioeconômicas (APÊNDICE A) e o outro questionário referente ao
conhecimento relacionado às doenças helmínticas (APÊNDICE B).

Quadro1. Classificação das variáveis do estudo. Natal, 2018


Variável Categorias Classificação
Sexo Masculino – 0 Qualitativa nominal
Feminino – 1
Idade Acima de 10 Quantitativa contínua
Série 6ª ano – 1 Qualitativa ordinal
7º ano – 2
Coleta de Lixo Sim – 1 Qualitativa nominal
Não – 2
Não sei – 7777
Lixo Sim – 1 Qualitativa nominal
Não – 2
Não sei – 7777
Esgoto Sim – 1 Qualitativa nominal
Não – 2
Não sei – 7777
Banho Sempre – 1 Qualitativa nominal
Às vezes – 2
Raramente – 3
Nunca – 4
Lavar as mãos Sempre – 1 Qualitativa nominal
Às vezes – 2
Raramente – 3
Nunca – 4
Roer as unhas Sempre – 1 Qualitativa nominal
Às vezes – 2
Raramente – 3
Nunca – 4
Andar descalço Sempre – 1 Qualitativa nominal
Às vezes – 2
Raramente – 3
Nunca – 4
Alimento higienizado Sempre – 1 Qualitativa nominal
Às vezes – 2
Raramente – 3
Nunca – 4
Consumo bovino Sempre – 1 Qualitativa nominal

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 25


Às vezes – 2
Raramente – 3
Nunca – 4
Consumo suíno Sempre – 1 Qualitativa nominal
Às vezes – 2
Raramente – 3
Nunca – 4
Animal doméstico Sim – 1 Qualitativa nominal
Não – 2
Fonte: Dados da pesquisa, 2018

3.6 ASPECTOS ÉTICOS

Devido ao envolvimento com seres humanos na pesquisa, os princípios bioéticos da


autonomia, da não maleficência e da beneficência foram preservados. Dessa forma, a pesquisa
seguiu as normas previstas na Resolução 466/12 do Ministério da Saúde, a qual disciplina as
pesquisas científicas envolvendo seres humanos. O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisas do Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFPB) nº 1.159.388, conforme
anexo B.

3.7 ETAPAS DO ESTUDO

As etapas e desenvolvimento temporal do estudo de ensaio clínico profilático


encontram-se descritas na figura 1.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 26


Figura 1. Etapas do Estudo. Natal, 2018.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 27


3.7.1 ETAPA 1 - Pré-teste Tempo 1 - T1 (baseline)
Nessa etapa foi aplicado um teste para sondar as concepções prévias dos alunos sobre
as doenças helmínticas. Esse questionário foi aplicado em março de 2015 e o objetivo foi
identificar o conhecimento prévio dos alunos a respeito das cinco doenças helmínticas
escolhidas: ascaridíase, enterobíase, esquistossomíase, ancilostomíase e teníase.
Os alunos do grupo intervenção receberam dois questionários, um questionário
direcionado às questões socioeconômicas (Apêndice A) e o outro questionário referente ao
conhecimento relacionado às helmintíases (Apêndice B). No questionário sobre as doenças
helmínticas os alunos foram orientados a assinalar uma única resposta para as perguntas. Essas
perguntas envolviam questões sobre: agente etiológico, nomenclatura popular, morfologia,
transmissão, habitat, epidemiologia, sintomas e as medidas de prevenção.

3.7.2 ETAPA 2 – Intervenção educativa


O desenvolvimento dessa etapa se deu durante os meses de março a dezembro de 2015. Foi
realizado o levantamento bibliográfico, em livros, artigos de periódicos, teses e dissertações.
Foram escolhidas cinco doenças: Ascaridíase, Enterobíase, Esquistossomose, Ancilostomíase
e Teníase. A escolha dessas doenças se deu pelo fato das mesmas estarem presentes nos livros
de Ciências dos 6º e 7º anos do ensino fundamental II. Foi entregue aos alunos uma cartilha
educativa (Apêndice C) referente à doença a ser estuda. A cartilha apresentava imagens
ilustrativas e linguagem adequada à faixa etária dos envolvidos no programa. Para facilitar a
explicação, em cada doença foram detalhadas as metodologias utilizadas. As cinco doenças
helmínticas abordadas na intervenção que compõe o programa de educação em saúde foram
trabalhadas com diversas abordagens pedagógicas e metodológicas e seguem descritas abaixo:

3.7.2 .1 ASCARIDÍASE
A ação educativa foi desenvolvida nos meses de abril e maio de 2015, tendo início com
a aplicação do questionário pré-teste sobre a Ascaridíase. A intervenção foi dividida em três
momentos: aula dialogada com recursos didáticos, oficinas pedagógicas e jogo didático. No
primeiro momento foram ministradas duas aulas de 45 minutos. Antes de iniciar a aula, foi feito
uma dinâmica intitulada “A Dinâmica das Jujubas”, em seguida foi iniciado o conteúdo sobre
a Ascaridíase com informações a respeito do agente etiológico, nome popular, morfologia,
epidemiologia, principais alvos, transmissão, ciclo biológico, sintomas, profilaxia e ao final

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 28


algumas curiosidades acerca da helmintíase. Na mesma utilizou-se como recursos didáticos
pedagógicos: vídeos educativos (Super-Sabão: Lavar frutas, verduras e legumes), modelos
didáticos em porcelana fria e material biológico de Ascaris lumbricoides (macho e fêmea)
adquirido do Laboratório de Parasitologia CCS/UFPB.
Posteriormente foram realizadas duas oficinas pedagógicas. Na primeira os alunos
receberam uma notícia jornalística denominada “Rei Ricardo III era infestado por parasitas” e
por meio de sua utilização deveriam responder alguns questionamentos a respeito do texto, para
em seguida elaborarem o desenho referente ao ciclo biológico. Na segunda oficina pedagógica,
as crianças foram divididas em equipes para elaborar cartazes preventivos relacionados à
Ascaridíase que ficariam expostos na escola.
A última etapa foi o “O Jogo das Lombrigas”, as perguntas foram impressas e coladas
sobre a cartolina guache colorida para serem depositadas em uma espécie de “caixa envelope”.
As crianças foram divididas em duas equipes e em seguida foi colocada uma música, à
medida que a música tocava os alunos de uma das equipes deveriam passar o balão de mão em
mão, quando a música parasse, quem estivesse segurando o balão deveria escolher uma das
perguntas, caso o participante da equipe acertasse o grupo ganharia uma pontuação. Venceria
quem tivesse o maior número de acertos.

Figura 2- Recursos didáticos utilizados na intervenção pedagógica sobre a Ascaridíase. A-


Cartilha educativa; B – Modelos didáticos em porcelana fria; C – Material biológico Ascaris
lumbricoides;

Fonte: LIMA, 2018.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 29


3.7.2 .2 ENTEROBÍASE
A segunda intervenção educativa foi desenvolvida durante os meses de maio e junho de
2015. Seguindo a mesma proposta anterior, a intervenção pedagógica foi dividida em três
etapas: aula dialogada com recursos didáticos, oficinas pedagógicas e um jogo didático.
A primeira etapa foi iniciada com duas aulas dialogadas de 45 minutos. Durante a aula
foram utilizados recursos didáticos para abordar aspectos relacionados à doença como: agente
etiológico, nome popular, morfologia, epidemiologia, principais alvos, transmissão, ciclo
biológico, sintomas, profilaxia e ao final foram informadas algumas curiosidades sobre a
Enterobíase.
Foram realizadas três dinâmicas com o uso de glitter, que fazia analogia aos ovos de E.
vermicularis para que os alunos observassem as formas de transmissão. Na primeira dinâmica
utilizaram-se modelos didáticos em porcelana fria no formato de frutas: laranja, maça, uva,
banana, para observar a possível contaminação, onde foi acrescentado glitter sobre os
alimentos.
A segunda dinâmica contou com a participação dos alunos, onde foram selecionados
alguns alunos e em seguida foi acrescentado glitter sobre a mão de um dos alunos para que o
mesmo fosse apertando a mão de outra criança e consequentemente os demais também
apertariam e observar como é a propagação da doença por meio de mãos contaminadas. Na
última dinâmica pediu-se que dois alunos segurassem um lençol com glitter e solicitado que os
alunos sacudissem para observação da propagação no ambiente.
Dando sequência a intervenção, deu-se início a duas oficinas pedagógicas. Na primeira,
os estudantes receberam uma história chamada “Coça, coça sem parar!”. Em seguida, teriam
que responder alguns questionamentos presentes no texto. Para a segunda oficina pedagógica,
os alunos receberam materiais como lápis de cor, caneta hidrográfica, papeis A4 colorido,
barbante e outros materiais para elaborar um cartão com uma mensagem referente à prevenção
ou transmissão, para ser exposto na escola.
A última etapa foi à realização de um jogo educativo de perguntas e respostas elaboradas
a partir da cartilha educativa sobre Enterobíase. As perguntas foram impressas em papel cartão
colorido e em seguida coladas em cartolina guache colorida. Esse jogo foi realizado na sala de
aula, em seguida foram colocadas em uma espécie de “caixa envelope” para que as crianças
pudessem escolher uma das perguntas.
Os alunos receberam uma carta indicando um número, em uma “caixa envelope” era
sorteado um número e em seguida o aluno escolhia uma pergunta para que pudesse responder.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 30


Caso não soubesse a resposta ele poderia escolher um novo número para que outra
criança fosse sorteada e pudesse responder. Cada aluno que acertasse ganhava uma pontuação
e um prêmio. O jogo funcionou como forma de realizar uma revisão sobre o conteúdo abordado
em sala de aula.

Figura 3- Recursos didáticos utilizados na intervenção pedagógica sobre a Enterobíase. A-


Cartilha educativa; B – Modelos didáticos em porcelana fria ; C – Jogo didático

Fonte: LIMA, 2018.

3.7.2 .3 ESQUISTOSSOMÍASE

A terceira intervenção educativa sobre a doença Esquistossomose foi desenvolvida


durante os meses de junho e julho de 2015. Por ser uma helmintíase com bastante detalhes
optou-se pelo uso de mais estratégias metodológicas e por esse motivo a execução da mesma
foi dividida em cinco momentos: aula dialogada auxiliada por diferentes recursos didáticos,
aula prática no laboratório de ciências, oficinas pedagógicas, desenho animado e jogo didático.
Inicialmente, ocorreram as aulas dialogadas (duas aulas de 45 minutos) com auxílio de
recursos pedagógicos como modelo tridimensional representando o ciclo biológico e modelos
didáticos em porcelana fria sobre a morfologia do verme Schistosoma mansoni, ovo, miracídio,
cercária e o caramujo Biomphalaria.
Durante a aula foram abordados: agente etiológico, nome popular, morfologia,
epidemiologia, casos da doença Esquistossomose no Nordeste, além de um enfoque especial ao
estado da Paraíba, principais alvos, transmissão, ciclo biológico, sintomas, profilaxia e ao final
foram informadas algumas curiosidades sobre a doença. Outro momento importante foi a
introdução de uma reportagem de um jornal da cidade de João Pessoa, PB sobre casos da
Esquistossomose.
O segundo momento referente à Esquistossomose foi a aula prática no laboratório de
Ciências do CEEEEA – Sesqui., para que os alunos pudessem observar os materiais biológicos
que foram disponibilizados pelo Laboratório de Parasitologia CCS/UFPB: ovo de S. mansoni,

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 31


cercária, os vermes adultos de S. mansoni separados, casal de S. mansoni unidos pelo canal
ginecóforo, vermes de S. mansoni em tubo de ensaio, granuloma no fígado do ser humano e
caramujos do gênero Biomphalaria.
Após a aula prática, foram realizadas duas oficinas pedagógicas: a primeira delas os
alunos recebeu uma notícia jornalística informando sobre os casos da Esquistossomose em
bairros da cidade de João Pessoa-PB, em seguida deveriam realizar a leitura e responder alguns
questionamentos da notícia e posteriormente desenhar o ciclo biológico da doença.
A segunda oficina pedagógica foi realizada para a produção de modelos didático feitos
com massa de modelar, para isso os alunos foram divididos em oito grupos, onde receberam
diferentes materiais para posterior elaboração do ciclo biológico do Schistosoma mansoni , com
ajuda das cartilhas didáticas.
Após a realização das oficinas pedagógicas, os estudantes das oito turmas foram levados
à sala de vídeo para assistir ao desenho animado “O Xis na Xistose” material cedido pelo Centro
de Pesquisas René Rachou/Fiocruz que abordava uma história sobre a Esquistossomose.
Ao final foi realizado um jogo de perguntas e respostas denominado “O Jogo da
Xistose” com questões sobre a Esquistossomose, elaboradas a partir das cartilhas educativas,
aulas dialogadas e práticas. As perguntas foram impressas em papel A4, coladas em cartolina
guache colorida.
Em seguida foram colocadas em uma “caixa envelope” para que os estudantes
escolhessem as questões. Os alunos foram divididos em seis equipes, cada equipe escolhia um
representante, em seguida cada grupo sorteava uma pergunta, caso acertasse ganhava uma
pontuação, se o grupo errasse a pergunta, teria a oportunidade de escolher outro grupo para que
o mesmo pudesse responder a questão. Ao final o grupo que acertasse mais perguntas ganharia
um prêmio.

Figura 4: Recursos didáticos utilizados na intervenção pedagógica sobre a Esquistossomose.


A- Cartilha educativa; B – Modelos didáticos em porcelana fria; C – Jogo didático

Fonte: LIMA, 2018.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 32


3.7.2 .4 ANCILOSTOMÍASE
A ação educativa foi desenvolvida nos meses de agosto e setembro de 2015. Para coleta
de dados, foi aplicado um questionário pré-teste sobre a Ancilostomíase. Assim como as ações
educativas sobre a Ascaridíase e Enterobíase, essa também foi dividida em três momentos: aula
dialogada auxiliada por diferentes recursos didáticos, oficinas pedagógicas e jogo didático.
No primeiro momento, utilizaram-se duas aulas de 45 minutos. A aula foi iniciada com
imagens de possíveis locais de contaminação por A. duodenale e N. americanus, como praças,
campos de futebol e praias da cidade de João Pessoa. Após o uso das ilustrações, foi abordado
o conteúdo da Ancilostomíase com informações referentes a diversos aspectos da doença.
Durante a aula dialogada foram utilizados recursos didáticos os modelos didáticos em
porcelana fria para retratar a morfologia dos helmintos e o ciclo biológico dos mesmos. A
segunda etapa contou com oficinas pedagógicas, onde foi utilizado um texto adaptado sobre a
história do personagem Jeca Tatu. Após a leitura do texto, os mesmos deveriam responder
alguns questionamentos referentes à doença e posteriormente que fossem elaborados desenhos
do ciclo biológico da Ancilostomíase.
Na última etapa foi realizado “O Jogo do Amarelão”, com perguntas e respostas
elaboradas a partir da cartilha educativa sobre a Ancilostomíase. As perguntas seguiram o
mesmo procedimento das intervenções da Ascaridíase e Enterobíase. Os alunos foram divididos
em cinco equipes, cada equipe recebia um “pezinho descalço” de cor diferente (azul, roxo,
verde, laranja e rosa) feito com massa de porcelana fria que representaria cada grupo
participante. O grupo vencedor ganharia um tênis para o pezinho não ficar descalço.

Figura 5: Recursos didáticos utilizados na intervenção pedagógica sobre a Ancilostomíase. A-


Cartilha educativa; B – Modelos didáticos em porcelana fria; C - Modelo didático ciclo
biológico.

Fonte: LIMA, 2018.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 33


3.7.2 .5 TENÍASE
A última ação educativa foi desenvolvida nos meses de setembro e outubro de 2015.
Para coleta de dados, foi aplicado um questionário pré-teste sobre a Teníase. Seguindo a mesma
divisão da intervenção anterior, foi dividida em: aula dialogada auxiliada por diferentes
recursos didáticos, oficinas pedagógicas e jogo didático.
No primeiro momento, utilizaram-se três aulas de 45 minutos. A aula dialogada abordou
informações a respeito do agente etiológico, nome popular, morfologia, epidemiologia,
principais alvos, transmissão, ciclo biológico, sintomas, profilaxia e ao final algumas
curiosidades sobre a doença. Foram utilizados modelos didáticos em porcelana fria
representando a morfologia de Taenia sp. e material biológico de Taenia sp. cedida pelo do
Laboratório de Parasitologia CCS/UFPB.
Posteriormente foram realizadas oficinas pedagógicas, utilizou-se uma notícia
jornalística: “Dieta da Solitária?” e uma história adaptada denominada: “Tânia, a Tênia
solitária” caça-palavras e cruzadinhas. Os alunos receberam ambos os gêneros textuais e em
seguida deveriam responder alguns questionamentos. Posteriormente foi pedido que
elaborassem desenhos do ciclo biológico da doença trabalhada. Para concluir a intervenção
referente à Teníase foi aplicado um jogo educativo, seguindo os mesmos procedimentos do jogo
didático da Ancilostomíase, a diferença é que cada jogador recebeu um modelo didático em
porcelana fria em formato de proglote com cores diferentes (azul, roxo, verde, laranja e rosa).
O grupo vencedor ganhava um prêmio.

Figura 6: Recursos didáticos utilizados na intervenção pedagógica sobre a Teníase; A- Cartilha


educativa; B – Modelos didáticos em porcelana fria; C- Jogo didático.

Fonte: LIMA, 2018.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 34


3.7.3 ETAPA 3 - Pós teste Tempo 1:
Nessa etapa, os alunos do grupo intervenção responderam ao questionário referente ao
conhecimento relacionado às doenças helmintíases (APÊNDICE B), mensalmente no período
de abril a setembro de 2015. Ao finalizar a intervenção educativa, aguardava-se 30 dias e
aplicava-se o mesmo questionário contendo as mesmas perguntas e alternativas.

3.7.4 Etapa 4 - Pós-teste Tempo 2


Nessa etapa, os alunos do grupo intervenção responderam ao questionário referente ao
conhecimento relacionado às doenças helmínticas (APÊNDICE B) no mês de dezembro de
2016, ou seja, após o período de um ano da finalização da intervenção educativa.
Torna-se oportuno salientar que os questionários foram aplicados com os mesmos
alunos que participaram do projeto durante o ano letivo de 2015 e que estavam devidamente
matriculadas em 2016.

3.7.5 Etapa 5 - Grupo controle


Nessa etapa, foi selecionado o grupo controle, e foram aplicados em junho de 2017 dois
questionários, um questionário direcionado às questões socioeconômicas (Apêndice A) e o
outro questionário referente ao conhecimento relacionado às doenças helmínticas (Apêndice
B).
Esse grupo foi composto por estudantes que não tiveram nenhum contato com as ações
de educação em saúde e a coleta foi realizada com o objetivo de estabelecer uma comparação
em relação à eficácia das ações de educação em saúde.

3.8 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram processados a partir do software SPSS 22.0 versão em português, a


partir deste foram calculadas as frequências absolutas e relativas. Para a comparação de
proporções do percentual de acertos nas respostas aos questionários antes e após a intervenção
realizada para a verificação das diferenças entre a frequência de acertos e erros para as respostas
do questionário, utilizou-se o teste do Qui-quadrado (χ²) de Pearson, com nível de significância
de 5%.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 35


4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DOS GRUPOS CONTROLE E


INTERVENÇÃO

Participaram da pesquisa 292 alunos matriculados em turmas do 6º e 7º ano, CEEEA


Sesqui, sendo divididos em dois grupos (Tabela 1). O Grupo Intervenção (GI) e o Grupo
Controle (GC). Por meio dos resultados podem-se perceber algumas similaridades entre ambos
os grupos com pequenas diferenças. Ambas as crianças apresentavam faixa etária entre 10 a 14
anos, sendo o Grupo Intervenção composto por 60,5% meninos e 39,5% meninas, enquanto que
no Grupo Controle as meninas possuíam um maior número de participantes (54,8%) e os
meninos 45,2%.
Ao serem questionados sobre o tipo de água existente em suas residências, ambos os
grupos apresentaram resultados bem semelhantes: 85,2% do GC apresentavam água tratada e
86% do GI dos alunos afirmaram existir água encanada ou tratada. No que diz respeito ao
tratamento de esgotos 10,6% dos alunos do GC afirmaram que no bairro onde residiam
apresentava esgoto a céu aberto, enquanto que 31,2% dos alunos do G1 possuíam esgoto a céu
aberto. Dessa forma percebe-se uma pequena diferença entre ambos os grupos.
Sobre o hábito de roer as unhas 31,9% dos alunos do GC afirmaram não ter o hábito de
roer as unhas, por outro lado os demais 68,1% possuem o hábito de roer as unhas, existindo
variância quanto à frequência, porém o costume está presente. No GI os resultados foram
bastante semelhantes, onde 29,3% não tinha o hábito de roer as unhas e 70,7% costumavam
roer as unhas. Analisando os dados, constata-se que os alunos envolvidos na pesquisa fazem
parte do grupo de risco de parasitoses, como a Enterobiose, visto que essa está associada à falta
de higiene pessoal de mãos e unhas (NEVES et al., 2016).
Sobre o costume de andar descalço, percebeu-se que está prática é realizada por uma
quantidade significativa de alunos: 37% do GC e 30,6% do GI. Entre essas crianças observou-
se que 81,5%(GC) e 65,6%(GI) possuem algum animal de estimação. Por meio dos resultados
aqui apresentado, confirma-se que os alunos envolvidos na pesquisa fazem parte do grupo de
risco de parasitoses intestinais que podem ser transmitidas por meio de solos possivelmente
contaminados.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 36


Tabela 1. Caracterização sociodemográfica dos grupos de intervenção e controle.

Controle (n=135) Intervenção (n=157)


n (%) n (%)
Sexo
Masculino 61 (45,2) 95 (60,5)
Feminino 74 (54,8) 62 (39,5)
Série
6º Ano 68 (50,4) 97 (61,7)
7º Ano 67 (49,6) 60 (38,3)
Água tratada
Sim 115 (85,2) 135 (86,0)
Não 7 (5,2) 5 (3,2)
Não sei 13 (9,6) 17 (10,8)
Coleta de lixo
Sim 96 (71,1) 92 (58,6)
Não 22 (16,3) 48 (30,6)
Não sei 17 (12,6) 17 (10,8)
Lixo
Sim 12 (8,9) 19 (12,1)
Não 113 (83,7) 115 (73,2)
Não sei 10 (7,4) 23 (14,7)
Esgoto
Sim 31 (10,6) 49 (31,2)
Não 101 (34,6) 88 (56,1)
Não sei 3 (1,0) 20 (12,7)
Banho*
Sempre 7 (5,2) 4 (2,5)
Às vezes 14 (10,4) 20 (12,7)
Raramente 65 (48,1) 54 (34,4)
Nunca 49 (36,3) 76 (48,4)
Lavar as mãos*
Sempre 106 (78,5) 103 (65,6)
Às vezes 25 (18,5) 43 (27,4)
Raramente 4 (3,0) 4 (2,5)
Nunca 0 (0,0) 4 (2,5)
Roer unhas*
Sempre 37 (27,4) 35 (22,3)
Às vezes 44 (32,6) 57 (36,3)
Raramente 11 (8,1) 16 (10,2)
Nunca 43 (31,9) 46 (29,3)
Descalço*
Sempre 50 (37,0) 48 (30,6)
Às vezes 58 (43,0) 59 (37,6)
Raramente 11 (8,1) 23 (14,6)
Nunca 16 (11,9) 24 (15,3)
*variáveis que apresentaram valores ausentes.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 37


Cont. tabela 1. Caracterização sociodemográfica dos grupos de intervenção e controle.
Controle (n=135) Intervenção (n=157)
n (%) n (%)
Alimento higienizado*
Sempre 97 (71,9) 144 (91,7)
Às vezes 35 (25,9) 10 (6,4)
Raramente 2 (1,5) 0 (0,0)
Nunca 1 (0,7) 1 (0,7)
Consumo bovino*
Cozida 37 (27,4) 31 (19,7)
Carne bem passada 76 (56,3) 101 (64,3)
Carne mal passada 7 (5,2) 3 (1,9)
Não consome 8 (5,9) 8 (5,1)
Outra opção 3 (2,2) 7 (4,5)
Consumo suíno*
Cozida 18 (13,3) 12 (7,6)
Carne bem passada 50 (37,0) 74 (47,1)
Carne mal passada 8 (5,9) 2 (1,3)
Não consome 54 (40,0) 57 (36,3)
Outra opção 3 (2,2) 12 (7,6)
Animal doméstico
Sim 110 (81,5) 103 (65,6)
Não 25 (18,5) 54 (34,4)
*variáveis que apresentaram valores ausentes.

Fonte: Natal, 2018

Um estudo semelhante realizado por Pilati et al., (2013) sobre a qualidade de água
presente nas casas de crianças em idade escolar, mostrou que ao questionar confirmou-se que
96,25 % apresentavam água tratada, encanada e boa para o consumo. No entanto 6,25% apesar
da qualidade da água, ainda era necessário ferver para o consumo. Em relação ao esgoto céu
aberto, um estudo elaborado por Visser et al., (2011) afirmou que apenas 4,7% dos entrevistados
não tinham esgoto a céu aberto, enquanto que 22,7% possuíam esgoto a céu aberto em seus
domicílios.
Batista; Trevisol e Trevisol (2009) em seu estudo com crianças de uma creche constatou
que cerca de 62,7% eram expostos a ambientes com areia ou terra e 66,7% possuíam animais
domésticos em suas residências. Já no estudo de Costa et al. (2015) pode-se identificar que
73,9% dos pais afirmaram que permitem que as crianças tenham contato com areia ou terra das
praças. Por outro lado, os 80% dos professores e funcionários da escola no qual o estudo foi

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 38


realizado permitem que sejam desenvolvidas atividades em contato com o solo, o que pode
indicar ser uma fonte de infecção para helmintíases como a Ancilostomíase.
Uma pesquisa realizada com crianças de escolas públicas de Campos dos Goytacazes
(RJ) Lima et al., (2013) constataram que 32% tinham o hábito de roer as unhas e que 11% não
tinham o hábito de lavar as mãos com frequência após a utilização do banheiro. No estudo feito
por Machado et al., (2015) com crianças de um centro educacional, na cidade de Águas Lindas
de Goiás (GO) observou-se que 42% apresentavam o hábito de roer unhas, por sua vez 25,4%
tinham o hábito de esquecer de lavar as mãos após utilizar o banheiro, também foi observado
11% dos alunos apresentavam o hábito de consumir alimentos como frutas e legumes não
higienizados.

4.2 FREQUÊNCIA DE ACERTOS DOS GRUPOS CONTROLE E INTERVENÇÃO

Os resultados obtidos no Pré-teste Tempo 1 - baseline encontram-se na tabela 2, e pôde-


se observar que em relação a transmissão da Ascaridíase, 13,3% dos alunos conheciam a
respeito da transmissão da doença. Um mês após a intervenção pedagógica, ocorreu um
aumento significativo nos resultados onde 86,7% das crianças responderam de maneira correta.
Dessa forma é possível confirmar que as ações educativas surtiram o efeito desejado. Após um
ano, voltou-se aplicar o mesmo questionário e 77,8% dos alunos responderam de maneira
correta.

Apesar da pequena queda nas percentagens, é notável que o aumento nos resultados do
pós-teste em comparação com baseline ocorreu devido à utilização de diferentes estratégias que
favoreceram o processo de ensino-aprendizagem dos alunos em relação ao conteúdo da
Ascaridíase, um exemplo disso foi a aula dialogada e o jogo didático que contribui para o
alcance desses resultados.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 39


Tabela 2. Frequência de acertos nas respostas do questionário em relação à Transmissão das
doenças aplicado no grupo intervenção antes, durante e após a intervenção realizada. Natal,
2018.
Transmissão Baseline Post (1 mês) Post (1 ano)
n (%) n (%) n (%)
Ascaridíase
Errado 117 (86,7) 18 (13,3) 30 (22,2)
Certo 18 (13,3) 117 (86,7)a 105 (77,8) a
Enterobiose
Errado 127 (94,1) 18 (13,3) 39 (27,3)
Certo 8 (5,9) 117 (86,7)a 96 (72,7)a,b
Esquistossomose
Errado 122 (90,4) 14 (10,4) 26 (19,3)
Certo 13 (9,6) 121 (89,6)a 109 (80,7)a,b
Ancilostomíase
Errado 127 (94,1) 17 (12,6) 35 (25,9)
Certo 8 (5,9) 118 (87,4)a 100 (74,1)a,b
Teníase
Errado 122 (90,4) 21 (15,6) 23 (17,0)
Certo 13 (9,6) 114 (84,4)a 112 (83,0)a
a
valor de (p>0,05) (Baseline versus Post (1 mês) e Post (1 ano); bvalor de (p>0,005) (Post (1 mês) versus Post (1 ano). (Teste Qui-quadrado).

Fonte: Natal, 2018

Em relação à Teníase 9,6 % dos alunos conheciam as formas de transmissão da


helmintíase. Com a realização da intervenção educativa esses resultados obtiveram um elevado
aumento (84,4%). Um ano após a realização da intervenção os resultados continuaram
satisfatórios visto que 83% dos alunos ainda lembravam as formas de transmissão da doença
(Tabela 2).
Nos resultados apresentados sobre a sintomatologia pelas turmas do ensino fundamental
II (Tabela 3), observou-se um baixo número de acertos no que diz respeito às doenças:
Esquistossomose (13,3%) e Ancilostomíase (8,1%). No entanto, após a realização das
intervenções educativas quando comparados com o Baseline, elevaram-se para 82,2% e 88,9%
respectivamente. Após um da finalização da intervenção os resultados continuaram
apresentando excelentes percentagens: Esquistossomose (69,6%) e Ancilostomíase (70,4%).

Um estudo semelhante a esse realizado por Lima et al. (2017) revelou que ao aplicar o
questionário pré-teste sobre a Ascaridíase observou-se que 3,35% (média ± DP) dos escolares
apresentavam conhecimento prévio a respeito da helmintíase. Após aplicação dos
questionários, foram feitas atividades lúdicas e com o intervalo de algumas semanas voltou-se
aplicar os questionários onde ocorreu um elevado aumento nas respostas (6,96%).

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 40


Em comparação com o presente trabalho tanto os questionários pós-teste (tempo 1) e
pós-teste obtiveram resultados positivos em comparação com o pré-teste inicial. A partir dos
resultados apresentados é importante destacar que ocorreu um aumento nos resultados do pós-
teste em comparação com pré-teste e após um ano os resultados ainda são considerados
positivos. Dessa forma é evidente que as estratégicas metodológicas favoreceram o processo de
ensino-aprendizagem dos escolares em relação à helmintíase Ascaridíase, especialmente a aula
dialogada, o jogo didático e o uso dos vídeos que contribui para o alcance positivo desses
resultados.
Partindo desse pressuposto em um estudo similar desenvolvido por Nascimento et al,
(2013) e Silva et al., (2015) que após a aplicação do pós-teste foi notável uma elevação na
quantidade de acertos realizados em comparação ao pré-teste, demonstrando assim que
atividades lúdicas são uma boa ferramenta para a promoção da saúde, ensino e sensibilização.
Rinaldi et al. (2017) ressalva a importância do uso de vídeos no ambiente escolar, visto
que o mesmo explora cenários, cores e som envolvente que permite uma melhor assimilação.
Outra ferramenta utilizada que corroborou para o sucesso dos resultados foi o uso de modelos
didáticos e segundo Nicola e Paniz (2017) devido ao sucateamento das escolas públicas, a falta
de interesse e matérias adequados, esse ambiente acaba não sendo propício para a execução de
atividades didáticas. Diante disso, existem os modelos didáticos que trazem uma visão
aproximada dos seres microscópicos, possibilitando ao estudante uma maior manipulação e
visualização das estruturas presentes.
Grimes, Ronchi e Hirano (2013) ressaltam a importância de utilizar os vídeos educativos
no ensino de Parasitologia por ser algo mais simples, eficaz e educativo. Santos (2016) e Ramos
et al., (2015), afirmam que o uso dos vídeos pode proporcionar a transmissão de informações,
curiosidades, atenção e desse modo contribui para o processo de ensino-aprendizagem.
Alves et al. (2015) nos resultados de seu trabalho voltado para área de Parasitologia e
educação afirma que a realização de atividades educativas possibilita questionamentos e
esclarecimentos a comunidade escolar e o uso diferentes recursos audiovisuais permite
desenvolver o raciocínio e aptidões dos alunos, influenciando desse modo na promoção da
saúde.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 41


Tabela 3. Frequência de acertos nas respostas do questionário em relação aos sintomas das
doenças aplicado no grupo intervenção antes, durante e após a intervenção realizada. Natal,
2018.
Sintomas Baseline Post (1 mês) Post (1 ano)
n (%) n (%) n (%)
Ascaridíase
Errado 107 (79,3) 12 (8,9) 26 (19,3)
Certo 28 (20,7) 123 (91,1)a 109 (80,7)a,b
Enterobiose
Errado 92 (68,1) 15 (11,1) 26 (19,3)
Certo 43 (31,9) 120 (88,9)a 109 (80,7)a
Esquistossomose
Errado 117 (86,7) 24 (17,8) 41 (30,4)
Certo 18 (13,3) 111 (82,2)a 94 (69,6)a,b
Ancilostomíase
Errado 124 (91,9) 15 (11,1) 40 (29,6)
Certo 11 (8,1) 120 (88,9)a 95 (70,4)a,b
Teníase
Errado 123 (90,1) 14 (10,4) 30 (22,2)
Certo 12 (8,9) 121 (89,6)a 105 (77,8)a,b
a
valor de (p>0,05) (Baseline versus Post (1 mês) e Post (1 ano); bvalor de (p>0,005) (Post (1 mês) versus Post (1 ano). (Teste Qui-quadrado).

Fonte: Natal, 2018

Os resultados obtidos referentes à Profilaxia (Tabela 4) mostram que no baseline o


maior número de acertos ocorreu em relação às doenças Ancilostomíase (10,4%) e Ascaridíase
(8,9%). Após a intervenção educativa os números elevaram-se para 84,4% e 88,9%,
confirmando assim que as metodologias foram essenciais para esse resultado. Um ano após a
finalização dessa etapa foi aplicado novamente os questionários e os resultados se mantiveram
satisfatórios: 77% (Ascaridíase) e 67,7% (Ancilostomíase).

Rodrigues e Santos (2015) em seu estudo semelhante a este afirma que a importância
da realização de atividades lúdicas, pois mostra que o mesmo possibilita e favorece a
aprendizagem dos alunos. Silva e Leda (2012) relata a utilização da ludicidade em Parasitologia
com ênfase nas helmintíases por meio de um jogo de tabuleiro, onde houve uma boa aceitação
e interesse por parte dos alunos.
Santos et al., (2015) por meio de um questionário pré-teste sobre a helmintíase
Enterobíase, apenas 2,86% do grupo de alunos entrevistados já ouviram ter falado da doença,
enquanto 25,71% conheciam o principal sintoma da doença. Outro estudo semelhante realizado
por Alves et al., (2015) reafirmou-se o potencial das atividades lúdicas no ensino de saúde com
ênfase na prevenção das parasitoses intestinais, pois as mesmas permitem que o aluno atue
como sujeito ativo através da aprendizagem para o combate e prevenção dessas doenças.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 42


Atividades lúdicas como as oficinas pedagógicas, estimula a aprendizagem de forma
prazerosa e eficaz. Desse modo, estas atividades propiciam ao aluno a formação de conceitos,
percepções e o desenvolvimento mental. No trabalho realizado por Balsan e Souza (2015) e
França Silva (2015) observou-se que ao oferecer aos alunos a prática de leitura e escrita, surge
a possibilidade de desenvolver uma prática educativa diferenciada e positiva, influenciando os
envolvidos na formação do pensamento crítico.
Sobrinha e Santos (2016) apontam que atividades lúdicas como os jogos didáticos,
devem ser inseridos nas salas de aula, visto que a contribuição vai além do processo de ensino-
aprendizagem. Em um estudo semelhante realizado por Lacerda et al., (2013) sobre a utilização
de um jogo didático sobre as parasitoses intestinais, observou-se que essa estratégia possibilitou
aos alunos interesse e socialização.
É notável a partir dos resultados aqui apresentados que o uso de diferentes estratégias
no ensino de ciências e na educação em saúde, permite alcançar resultados satisfatórios.
Destacando a importância de oferecer no ambiente escolar práticas pedagógicas onde o aluno
tem a oportunidade receber e difundir as informações adquiridas para amigos e familiares.
Em um trabalho similar realizado por Garcia et al., (2015) observou-se que a aplicação
do pré-teste e pós teste comprovaram o sucesso da intervenção educativa, onde foi possível
constatar através dos resultados a compreensão das informações sobre a prevenção da
Esquistossomose. Sousa et al, (2013) destaca a indispensável contribuição que a educação em
saúde tem para o ensino de ciências e que atividades dinâmicas e interessantes podem surtir
bons resultados no ensino e sensibilização da Esquistossomose.
Tabela 4. Frequência de acertos nas respostas do questionário em relação à Profilaxia das
doenças aplicado no grupo intervenção antes, durante e após a intervenção realizada. Natal,
2018.
Profilaxia Baseline Post (1 mês) Post (1 ano)
n (%) n (%) n (%)
Ascaridíase
Errado 123 (91,1) 15 (11,1) 31 (23,0)
Certo 12 (8,9) 120 (88,9)a 104 (77,0)a,b
Enterobiose
Errado 128 (94,8) 36 (26,7) 41 (30,4)
Certo 7 (5,2) 99 (73,3)a 94 (69,6)a
Esquistossomose
Errado 125 (92,6) 22 (16,3) 35 (25,9)
Certo 10 (7,4) 113 (83,7)a 100 (74,1)a
Ancilostomíase
Errado 121 (89,6) 21 (15,6) 44 (32,6)
Certo 14 (10,4) 114 (84,4)a 91 (67,4)a,b
Teníase

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 43


Errado 123 (90,1) 13 (9,6) 34 (25,2)
Certo 12 (8,9) 122 (90,4)a 101 (74,8)a,b
a
valor de (p>0,05) (Baseline versus Post (1 mês) e Post (1 ano); bvalor de (p>0,005) (Post (1 mês) versus Post (1 ano). (Teste Qui-quadrado).

Fonte: Natal, 2018

As tabelas 5, 6, 7 referem-se aos resultados comparativos entre o grupo controle e o


grupo intervenção nos dois momentos de análise, um mês e um ano após a intervenção. Quando
questionados a respeito das formas de transmissão das helmintíases, foi possível notar uma
grande diferença entre o Grupo Controle e o Grupo Intervenção. O Grupo Controle apresentou
um maior número de acertos sobre as doenças: Ascaridíase (27,4%) e Esquistossomose
(26,8%). Por outro lado, o Grupo Intervenção, um mês após a realização da intervenção
apresentou 86,7% (Ascaridíase) e 89,6% (Esquistossomose). Um ano após a finalização do
estudo, voltou-se a aplicar os mesmos questionários e apesar de uma pequena queda nas
percentagens os resultados continuaram satisfatórios: Ascaridíase (77,8%) e Esquistossomose
(80,7%)

Tabela 5. Frequência de acertos nas respostas do questionário aplicado nos grupos intervenção
e controle, após a intervenção realizada. Natal, 2018.
Grupo Controle Post (1 mês) Post (1 ano)
Transmissão (n=157) (n=135) (n=135)
n (%) n (%) n (%)
Ascaridíase
Errado 114 (72,6) 18 (13,3) 30 (22,2)
Certo 43 (27,4) 117 (86,7)a 105 (77,8)a
Enterobiose
Errado 143 (91,1) 18 (13,3) 39 (27,3)
Certo 14 (8,9) 117 (86,7)a 96 (72,7)a
Esquistossomose
Errado 115 (73,2) 14 (10,4) 26 (19,3)
Certo 42 (26,8) 121 (89,6)a 109 (80,7)a
Ancilostomíase
Errado 147 (93,6) 17 (12,6) 35 (25,9)
Certo 10 (6,4) 118 (87,4)a 100 (74,1)a
Teníase
Errado 154 (98,1) 21 (15,6) 23 (17,0)
Certo 3 (1,9) 114 (84,4)a 112 (83,0)a
a
valor de (p>0,05) (Baseline versus Post (1 mês) e Post (1 ano); bvalor de (p>0,005) (Post (1 mês) versus Post (1 ano). (Teste Qui-quadrado).

Fonte: Natal, 2018

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 44


Quando questionados sobre os sintomas das doenças o Grupo Controle apresentou um
maior número de acertos sobre as doenças Ascaridíase (29,9%) e Teníase (21,7%). O Grupo
Intervenção alcançou um resultado superior ao Grupo Controle, após um mês apresentaram
9,1% (Ascaridíase) e 89,6% (Teníase). Após um ano da intervenção, os resultados continuaram
positivos apesar de uma queda nas percentagens: 80,7% (Ascaridíase) e 77,8% (Teníase).

Tabela 6. Frequência de acertos nas respostas do questionário aplicado nos grupos intervenção
e controle, após a intervenção realizada. Natal, 2018.
Grupo Controle Post (1 mês) Post (1 ano)
Sintomas (n=157) (n=135) (n=135)
n (%) n (%) n (%)
Ascaridíase
Errado 110 (70,1) 12 (8,9) 26 (19,3)
Certo 47 (29,9) 123 (91,1)a 109 (80,7)a
Enterobiose
Errado 132 (84,1) 15 (11,1) 26 (19,3)
Certo 25 (15,9) 120 (88,9)a 109 (80,7)a
Esquistossomose
Errado 131 (83,4) 24 (17,8) 41 (30,4)
Certo 26 (16,6) 111 (82,2)a 94 (69,6)a
Ancilostomíase
Errado 135 (86,0) 15 (11,1) 40 (29,6)
Certo 22 (14,0) 120 (88,9)a 95 (70,4)a
Teníase
Errado 122 (78,3) 14 (10,4) 30 (22,2)
Certo 34 (21,7) 121 (89,6)a 105 (77,8)a
a
valor de (p>0,05) (Controle versus Post (1 mês) e Post (1 ano). (Teste Qui-quadrado).

Fonte: Natal, 2018

O Grupo Controle ao ser questionado sobre a profilaxia das cinco helmintíases


apresentou um maior número de acertos nas doenças: Ascaridíase (28,7%), Teníase (19,1%) e
Esquistossomose (16,6%). Já o Grupo Intervenção apresentou um maior número de acertos nas
doenças: Teníase (90,4%), Ascaridíase (88,9%) e Enterobiose (88,9%) um mês após a
realização das ações educativas no ambiente escolar. Por outro lado, um ano após a finalização
dessas ações os resultados sofreram uma pequena queda, mas continuaram positivos: 74,8%
(Teníase), 77% (Ascaridíase) e 74,1% (Esquistossomose).

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 45


Tabela 7. Frequência de acertos nas respostas do questionário aplicado nos grupos intervenção
e controle, após a intervenção realizada. Natal, 2018.

Grupo Controle Post (1 mês) Post (1 ano)


Profilaxia (n=157) (n=135) (n=135)
n (%) n (%) n (%)
Ascaridíase
Errado 112 (71,3) 15 (11,1) 31 (23,0)
Certo 45 (28,7) 120 (88,9)a 104 (77,0)a
Enterobiose
Errado 132 (84,1) 15 (11,1) 26 (19,3)
Certo 25 (15,9) 120 (88,9)a 109 (80,7)a
Esquistossomose
Errado 131 (83,4) 22 (16,3) 35 (25,9)
Certo 26 (16,6) 113 (83,7)a 100 (74,1)a
Ancilostomíase
Errado 142 (90,4) 21 (15,6) 44 (32,6)
Certo 15 (9,6) 114 (84,4)a 91 (67,4)a
Teníase
Errado 127 (80,9) 13 (9,6) 34 (25,2)
Certo 30 (19,1) 122 (90,4)a 101 (74,8)a
a
valor de (p>0,05) (Controle versus Post (1 mês) e Post (1 ano). (Teste Qui-quadrado).

Fonte: Natal, 2018

Autores como Silva et al., (2015) afirmam que para ocorrer uma aprendizagem
significativa é necessário relacionar os conhecimentos abordados no ambiente escolar com os
conhecimentos do cotidiano do aluno. Pois dessa forma o conteúdo abordado fará sentido para
o aluno, caso contrário será transmitido e em seguida descartado. Assim como esse estudo,
Lima et al., (2014) também utilizaram as informações geradas pelas Tecnologia das Informação
e Comunicação (TIC) podem permitir ao aluno uma maior diversidade e conhecimento do
mundo ao seu redor, dentre essas tecnologias o vídeo é uma das melhores formas do aluno
compreender a dinâmica da informação.
No entanto muitos dos professores da educação básica não utilizam esses recursos,
apesar do interesse por boa parte dos alunos. Em um trabalho realizado por Dourado et al.,
(2015) constataram que as TIC podem ser usadas para dar ênfase ao um determinado conteúdo
e assim trará bons resultados no processo de ensino-aprendizagem. Além disso, podem ser
utilizados em conjunto com metodologias mais tradicionais como o quadro e giz.
Moro et al., (2015) relatam que atualmente é difícil encontrar formas de motivar o aluno
da educação básica, um dos locais propícios para auxiliar na aprendizagem e despertar o gosto
pela Ciência é o laboratório de Ciências, onde é possível o professor relacionar as informações

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 46


presentes nos conteúdos curriculares e o mundo real. Além disso, o laboratório de Ciências
permite a criança ou adolescente vivenciar o método científico, observar fenômenos, simular
hipóteses e em seguida formular conclusões.
Santana (2011) assegura que as aulas no laboratório de Ciências funcionam como uma
nova possibilidade de construir novos conhecimentos que vão além do que é aprendido durante
as aulas teóricas. Maknamara (2015), em um estudo referente aos desenhos animados no ensino
de Ciências, afirma que nos dias atuais vivemos em uma sociedade completamente ligada as
imagens e aos sons, os desenhos animados, por exemplo, oferecem raciocínio, valores e
comportamentos por meio de situações que permitem contribuir para a formação do ser
humano, desse modo pode auxiliar e possibilitar a criação de novas práticas pedagógicas no
ensino de Ciências.
Sartori e Souza (2012) afirmam que os alunos vivem em um mundo onde a linguagem
audiovisual é predominante e pelo fato de apresentarem estilos próprios de aprendizagem, os
desenhos animados tendem contribuir para ampliação da comunicação entres os alunos no
processo educativo. Assim sendo, autores como Pinheiro et al., (2016) destacam a importância
de desenvolver aulas cada vez mais dinamizadas e diferenciadas no ensino de ciências
promovendo assim uma maior interação e facilitando o processo de ensino-aprendizagem dos
sujeitos envolvidos.
Em um trabalho similar sobre uma intervenção educativa realizada em uma escola
pública de João Pessoa, Medeiros et al., (2015) observaram que após a realização da ação
educativa ao aplicarem o pós-teste obtiveram um maior número de acertos em relação a
transmissão (79,16%) e a morfologia do verme (91,66). Outro estudo realizado na cidade de
João Pessoa, por Ferreira et al., (2015) referente a Ancilostomíase no pré-teste as questões sobre
transmissão e profilaxia apresentaram 28,12% e 34,37% em seguida foram aplicados o pós-
teste apresentando assim um aumento considerável, transmissão (93,75%) e profilaxia (100%).
Trindade et al., (2015) afirmaram em seu trabalho que os conteúdos presentes no ensino
de ciências em conjuntos com a ludicidade permitem uma aprendizagem prazerosa e lúdica,
atraindo a atenção e curiosidade pelos alunos. Silva (2015) em sua pesquisa afirma que a escola
continua sendo o local propício para a aprendizagem, devido a isso é essencial à inserção da
leitura de textos atrativos e dinâmicos para o aluno, de modo que o mesmo possa refletir a
respeito de suas condições de vida.
Nesse trabalho a leitura era realizada em conjunto com os alunos e tinha como objetivo
melhorar o desempenho e promover o hábito pela leitura, trazendo assim benefícios ao aluno.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 47


De acordo com Silva e Vallim (2015) a escola é o local ideal para inserir diferentes gêneros
textuais, como contos, fábulas, novelas e biografias que possibilitem ao aluno conhecer
características dos textos escolhidos para auxiliar na leitura e produção da escrita.
Fuzzi et al. (2015) em um trabalho educativo realizaram diversas oficinas pedagógicas
e constatou-se a participação efetiva e interesse durante a realização do trabalho É evidente que
as realizações de oficinas pedagógicas ajudam a superar o ensino tradicional, diante disso
Dominguini et al., (2012) afirmam que cabe ao professor desenvolver e inserir métodos e
técnicas que instiguem os alunos a apropriar-se de um conhecimento e vê que aquele
determinado conteúdo faz parte do dia a dia e com isso possibilitando a transformação de
melhorias de qualidade de vida.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 48


5. CONCLUSÃO

A partir dos resultados apresentados conclui-se que a educação em saúde realizada com
metodologias inovadoras, é uma excelente prática que favorece a aquisição de conhecimento.
Assim, por meio das ferramentas metodológicas foi possível constatar a eficácia do programa
de educação em saúde implantado. Ademais, observou-se também que a informação é uma das
formas importantes de prevenção e controle das parasitoses intestinais, por meio das ações e
práticas vivenciadas no ambiente escolar e os resultados apontaram que os alunos obtiveram
informações essenciais para se proteger e, sobretudo compartilhar com os outros as informações
recebidas. Destaca-se também que o emprego e a utilização de materiais de simples e de baixo
custo podem ser utilizados nas ações de educação em saúde de forma eficaz.

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 49


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ANEXOS

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 60


ANEXO A

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 61


ANEXO B

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 62


A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 63
A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 64
A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 65
APÊNDICES

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 66


Apêndice A

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 67


Apêndice B

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 68


Apêndice C

A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 69


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A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 71
A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 72
A eficácia de um programa de educação em saúde em escolares 73
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