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NATAL/RN
2018
JONATAS PEREIRA DE LIMA
Natal/RN
2018
AGRADECIMENTOS
O Pequeno Mestre
LISTA DE FIGURAS
1.2 HELMINTÍASES
Um dos graves problemas da saúde pública são as helmintíases, pois tem com ampla
distribuição geográfica. Essas doenças são negligenciadas, mas acarretam muitos prejuízos ao
ser humano. Cálculos recentes realizadas pela OMS apontam que aproximadamente ¼ da
população mundial é afetada por algum agente etiológico independentemente da idade, sexo,
gênero e classe social (TURKI et al., 2017; SCHOLTE et al., 2015).
1.2.1 ASCARIDÍASE
1.2.2 ANCILOSTOMÍASE
Muitas são as espécies de helmintos que causam a Ancilostomíase, dentre elas três são
responsáveis por infectar o ser humano: Ancylostoma duodenale, Ancylostoma ceylanicum e
Necator americanus.
A ancilostomíase é uma das helmintíases mais perigosas, levando a óbito cerca de 3,2
milhões de pessoas, atingindo principalmente crianças e gestantes. Considerada uma doença
tropical negligenciada, por estar associada a áreas de pobreza e precárias condições
socioeconômicas, infecta aproximadamente 450 milhões de pessoas, sendo 50 milhões apenas
na América Latina (ZEIBIG, 2014).
No Brasil durante o século XX, a doença ganhou destaque, quando o escritor Monteiro
Lobato, criou o famoso personagem Jeca Tatu. Personagem que retratava bem a situação
brasileira naquela época. O personagem tinha características de preguiçoso, bobo e desanimado,
até ser diagnosticado com a ancilostomíase, onde foi submetido ao tratamento, ficou curado e
tornou-se um rico fazendeiro (NEVES, 2016).
Muitas campanhas de saneamento básico e tratamento de crianças enfermas foram
realizados no país após a repercussão da história do Jeca Tatu de Monteiro Lobato. Apesar dos
1.2.3 ENTEROBÍASE
1.2.4 ESQUISTOSSOMÍASE
1.2.5 TENÍASE
No grupo de intervenção, a pesquisa teve como público alvo o universo das crianças
matriculadas nas turmas do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental II no Centro Estadual
Experimental de Ensino-Aprendizagem Sesquicentenário (CEEEA Sesqui.) no ano de 2015,
totalizando 157 sujeitos na faixa etária de 10 a 13 anos. Esse grupo participou das atividades de
educação em saúde do projeto: “O Mundo dos Parasitas” durante o ano de 2015.
No grupo controle a pesquisa teve como público alvo o universo das crianças matriculadas
nas turmas do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental II no Centro Estadual Experimental de Ensino-
Aprendizagem Sesquicentenário (CEEEA Sesqui.) no ano de 2017, totalizando 135 sujeitos na
faixa etária de 10 à 13 anos. Esse grupo não participou de nenhuma atividade relativa ao
programa de educação em saúde.
3.7.2 .1 ASCARIDÍASE
A ação educativa foi desenvolvida nos meses de abril e maio de 2015, tendo início com
a aplicação do questionário pré-teste sobre a Ascaridíase. A intervenção foi dividida em três
momentos: aula dialogada com recursos didáticos, oficinas pedagógicas e jogo didático. No
primeiro momento foram ministradas duas aulas de 45 minutos. Antes de iniciar a aula, foi feito
uma dinâmica intitulada “A Dinâmica das Jujubas”, em seguida foi iniciado o conteúdo sobre
a Ascaridíase com informações a respeito do agente etiológico, nome popular, morfologia,
epidemiologia, principais alvos, transmissão, ciclo biológico, sintomas, profilaxia e ao final
3.7.2 .3 ESQUISTOSSOMÍASE
Um estudo semelhante realizado por Pilati et al., (2013) sobre a qualidade de água
presente nas casas de crianças em idade escolar, mostrou que ao questionar confirmou-se que
96,25 % apresentavam água tratada, encanada e boa para o consumo. No entanto 6,25% apesar
da qualidade da água, ainda era necessário ferver para o consumo. Em relação ao esgoto céu
aberto, um estudo elaborado por Visser et al., (2011) afirmou que apenas 4,7% dos entrevistados
não tinham esgoto a céu aberto, enquanto que 22,7% possuíam esgoto a céu aberto em seus
domicílios.
Batista; Trevisol e Trevisol (2009) em seu estudo com crianças de uma creche constatou
que cerca de 62,7% eram expostos a ambientes com areia ou terra e 66,7% possuíam animais
domésticos em suas residências. Já no estudo de Costa et al. (2015) pode-se identificar que
73,9% dos pais afirmaram que permitem que as crianças tenham contato com areia ou terra das
praças. Por outro lado, os 80% dos professores e funcionários da escola no qual o estudo foi
Apesar da pequena queda nas percentagens, é notável que o aumento nos resultados do
pós-teste em comparação com baseline ocorreu devido à utilização de diferentes estratégias que
favoreceram o processo de ensino-aprendizagem dos alunos em relação ao conteúdo da
Ascaridíase, um exemplo disso foi a aula dialogada e o jogo didático que contribui para o
alcance desses resultados.
Um estudo semelhante a esse realizado por Lima et al. (2017) revelou que ao aplicar o
questionário pré-teste sobre a Ascaridíase observou-se que 3,35% (média ± DP) dos escolares
apresentavam conhecimento prévio a respeito da helmintíase. Após aplicação dos
questionários, foram feitas atividades lúdicas e com o intervalo de algumas semanas voltou-se
aplicar os questionários onde ocorreu um elevado aumento nas respostas (6,96%).
Rodrigues e Santos (2015) em seu estudo semelhante a este afirma que a importância
da realização de atividades lúdicas, pois mostra que o mesmo possibilita e favorece a
aprendizagem dos alunos. Silva e Leda (2012) relata a utilização da ludicidade em Parasitologia
com ênfase nas helmintíases por meio de um jogo de tabuleiro, onde houve uma boa aceitação
e interesse por parte dos alunos.
Santos et al., (2015) por meio de um questionário pré-teste sobre a helmintíase
Enterobíase, apenas 2,86% do grupo de alunos entrevistados já ouviram ter falado da doença,
enquanto 25,71% conheciam o principal sintoma da doença. Outro estudo semelhante realizado
por Alves et al., (2015) reafirmou-se o potencial das atividades lúdicas no ensino de saúde com
ênfase na prevenção das parasitoses intestinais, pois as mesmas permitem que o aluno atue
como sujeito ativo através da aprendizagem para o combate e prevenção dessas doenças.
Tabela 5. Frequência de acertos nas respostas do questionário aplicado nos grupos intervenção
e controle, após a intervenção realizada. Natal, 2018.
Grupo Controle Post (1 mês) Post (1 ano)
Transmissão (n=157) (n=135) (n=135)
n (%) n (%) n (%)
Ascaridíase
Errado 114 (72,6) 18 (13,3) 30 (22,2)
Certo 43 (27,4) 117 (86,7)a 105 (77,8)a
Enterobiose
Errado 143 (91,1) 18 (13,3) 39 (27,3)
Certo 14 (8,9) 117 (86,7)a 96 (72,7)a
Esquistossomose
Errado 115 (73,2) 14 (10,4) 26 (19,3)
Certo 42 (26,8) 121 (89,6)a 109 (80,7)a
Ancilostomíase
Errado 147 (93,6) 17 (12,6) 35 (25,9)
Certo 10 (6,4) 118 (87,4)a 100 (74,1)a
Teníase
Errado 154 (98,1) 21 (15,6) 23 (17,0)
Certo 3 (1,9) 114 (84,4)a 112 (83,0)a
a
valor de (p>0,05) (Baseline versus Post (1 mês) e Post (1 ano); bvalor de (p>0,005) (Post (1 mês) versus Post (1 ano). (Teste Qui-quadrado).
Tabela 6. Frequência de acertos nas respostas do questionário aplicado nos grupos intervenção
e controle, após a intervenção realizada. Natal, 2018.
Grupo Controle Post (1 mês) Post (1 ano)
Sintomas (n=157) (n=135) (n=135)
n (%) n (%) n (%)
Ascaridíase
Errado 110 (70,1) 12 (8,9) 26 (19,3)
Certo 47 (29,9) 123 (91,1)a 109 (80,7)a
Enterobiose
Errado 132 (84,1) 15 (11,1) 26 (19,3)
Certo 25 (15,9) 120 (88,9)a 109 (80,7)a
Esquistossomose
Errado 131 (83,4) 24 (17,8) 41 (30,4)
Certo 26 (16,6) 111 (82,2)a 94 (69,6)a
Ancilostomíase
Errado 135 (86,0) 15 (11,1) 40 (29,6)
Certo 22 (14,0) 120 (88,9)a 95 (70,4)a
Teníase
Errado 122 (78,3) 14 (10,4) 30 (22,2)
Certo 34 (21,7) 121 (89,6)a 105 (77,8)a
a
valor de (p>0,05) (Controle versus Post (1 mês) e Post (1 ano). (Teste Qui-quadrado).
Autores como Silva et al., (2015) afirmam que para ocorrer uma aprendizagem
significativa é necessário relacionar os conhecimentos abordados no ambiente escolar com os
conhecimentos do cotidiano do aluno. Pois dessa forma o conteúdo abordado fará sentido para
o aluno, caso contrário será transmitido e em seguida descartado. Assim como esse estudo,
Lima et al., (2014) também utilizaram as informações geradas pelas Tecnologia das Informação
e Comunicação (TIC) podem permitir ao aluno uma maior diversidade e conhecimento do
mundo ao seu redor, dentre essas tecnologias o vídeo é uma das melhores formas do aluno
compreender a dinâmica da informação.
No entanto muitos dos professores da educação básica não utilizam esses recursos,
apesar do interesse por boa parte dos alunos. Em um trabalho realizado por Dourado et al.,
(2015) constataram que as TIC podem ser usadas para dar ênfase ao um determinado conteúdo
e assim trará bons resultados no processo de ensino-aprendizagem. Além disso, podem ser
utilizados em conjunto com metodologias mais tradicionais como o quadro e giz.
Moro et al., (2015) relatam que atualmente é difícil encontrar formas de motivar o aluno
da educação básica, um dos locais propícios para auxiliar na aprendizagem e despertar o gosto
pela Ciência é o laboratório de Ciências, onde é possível o professor relacionar as informações
A partir dos resultados apresentados conclui-se que a educação em saúde realizada com
metodologias inovadoras, é uma excelente prática que favorece a aquisição de conhecimento.
Assim, por meio das ferramentas metodológicas foi possível constatar a eficácia do programa
de educação em saúde implantado. Ademais, observou-se também que a informação é uma das
formas importantes de prevenção e controle das parasitoses intestinais, por meio das ações e
práticas vivenciadas no ambiente escolar e os resultados apontaram que os alunos obtiveram
informações essenciais para se proteger e, sobretudo compartilhar com os outros as informações
recebidas. Destaca-se também que o emprego e a utilização de materiais de simples e de baixo
custo podem ser utilizados nas ações de educação em saúde de forma eficaz.
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