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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM

INSTITUTO DE SAÚDE E BIOTECNOLOGIA – ISB


BACHARELADO EM ENFERMAGEM

PLANO DE AÇÃO: INTERVENÇÃO PARA O ENFRENTAMENTO DA BAIXA


ADESÃO NAS CONSULTAS DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

COARI – AM
2022
ALEXANDRE PAES DE OLIVEIRA
JANAINA OLIVEIRA DE FREITAS
KAROLINDA RIBEIRO DE ANDRADE
MARIA TOMAZ FERREIRA

PLANO DE AÇÃO: INTERVENÇÃO PARA O ENFRENTAMENTO DA BAIXA


ADESÃO NAS CONSULTAS DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

Plano de Ação, apresentado ao curso de


Bacharelado em Enfermagem do Instituto de
Saúde e Biotecnologia da Universidade
Federal do Amazonas – ISB/UFAM, como
requisito para a obtenção de nota parcial da
disciplina Estágio Curricular Supervisionado
II, coordenado pelo Prof.º Enf. Maxwell
Arouca da Silva e supervisionado pela Prof.º
Enf.º Camila Antunes Savi.

COARI – AM
2022
LISTA DE SIGLAS
ACS – Agentes Comunitários de Saúde
2
CD – Crescimento e Desenvolvimento
CP – Consulta de Enfermagem
CSC – Caderneta de Saúde da Criança
ESF – Estratégia Saúde da Família
ISB – Instituto de Saúde e Biotecnologia
OMS – Organização Mundial da Saúde
PAISC – Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança
PE – Processo de Enfermagem
PEC – Prontuário Eletrônico do Cidadão
SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem
UBS – Unidade Básica de Saúde
UFAM – Universidade Federal do Amazonas

LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Resultado do questionário da ação.........................................................................14

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LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Atribuições da equipe da UBS..............................................................................20
Figura 02: Panfleto sobre as principais atribuições dos profissionais da unidade..................22
Figura 03: Convite para os pais ou responsáveis....................................................................22
Figura 04: Protocolo da 1ª consulta e das subsequente de puericultura de 0 a 2 anos............23
Figura 05: Folder informativo sobre as fases do crescimento e desenvolvimento (CD).........24
Figura 06: Escala dos dias de consulta de puericultura...........................................................25
Figura 07: Questionário...........................................................................................................25
Figura 08: Fotos dos acadêmicos realizando o plano de ação.................................................26
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................7
2 JUSTIFICATIVA...............................................................................................................8
3 OBJETIVOS.......................................................................................................................8
3.1 Objetivo geral:...................................................................................................................8
3.2 Objetivo específico:...........................................................................................................8
4 METODOLOGIA..............................................................................................................9
4.1 Área de abrangência..........................................................................................................9
4.2 Equipe executora...............................................................................................................9
4.3 Público-alvo....................................................................................................................10
4.4 Abordagem da Ação........................................................................................................10
4.5 Procedimentos metodológicos.........................................................................................10

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4.6 Método de Avaliação......................................................................................................12
4.7 Cronograma de Tempo....................................................................................................12
5 RESULTADO E DISCUSSÃO.......................................................................................13
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................16
7 REFERÊNCIA.................................................................................................................17
ANEXO................................................................................................................................19
APÊNDICES........................................................................................................................20

1. INTRODUÇÃO
A trajetória das políticas sociais e públicas de promoção da saúde infantil está
diretamente relacionada à história social da criança. A morte de uma criança previamente
naturalizada tornou-se um fenômeno de inquietação social à medida que a criança ganhava
relevância na sociedade (FREITAS et al, 2020).
Dessa forma, na década de 1980, com o avanço da política de saúde pública, foi criado
o Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança (PAISC) para melhorar a qualidade da
assistência à saúde e reduzir a mortalidade infantil. Em 2005, ganhou destaque a
implementação de outra estratégia de promoção da saúde infantil: a Caderneta de Saúde da
Criança (CSC) (SOUZA et al., 2018).

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A Caderneta de Saúde da Criança é uma ferramenta essencial para o registro de dados
sobre o crescimento e desenvolvimento infantil. Essa fase representa o início da vida e requer
maior atenção dos profissionais de saúde e familiares, com o objetivo de detectar eventuais
anormalidades, a fim de solucionar e minimizar os problemas encontrados (LOPES et al.,
2016).
De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado em
2000, 49% das mortes de crianças menores de 5 anos nos países em desenvolvimento estavam
relacionadas à desnutrição. No Brasil, houve um declínio significativo da mortalidade infantil
nas últimas décadas nos índices de desnutrição infantil, passando de 47,1 para 14,6 óbitos por
mil nascidos vivos entre 1990 e 2012, chegando a 13,3 em 2019 (CALDAS et al., 2017;
BRASIL, 2021).
Sendo assim, o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento (CD) infantil na
consulta de puericultura (CP) possibilita uma análise abrangente da saúde da criança,
permitindo que os profissionais de enfermagem desenvolvam ações voltadas à redução da
morbimortalidade infantil e à promoção da saúde (PEDRAZA; SANTOS, 2017; ALVES,
GAÍVA, 2019).
Além disso, na implantação da Consulta de Enfermagem (CP) na puericultura, o
enfermeiro tem papel fundamental na criação do vínculo e na prestação de um cuidado
humanizado e qualificado, tendo como instrumento de trabalho a Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) instituída pela Resolução 358/2009 do Conselho Federal
de Enfermagem (COFEN).
Dessa forma, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma
metodologia científica onde a enfermagem deve transmitir seu conhecimento técnico-
científico e humano na assistência ao paciente, garantindo qualidade e segurança aos
auxiliares, e subsidiar conscientemente a prática de enfermagem para tomar decisões e
contribuir para a credibilidade profissional (SOUZA; SOUZA; LEÃO, 2021).
Em suma, podemos destacar a importância do Enfermeiro como educador, onde
estabelece medidas para orientar as mães no âmbito dos cuidados e melhoria da saúde da
criança, dando respaldo de cada assistência e aproximando as mães das consultas. Isso
permite enfatizar a importância de inserir a criança na UBS para o acompanhamento
sistemático do crescimento e desenvolvimento por meio de programas existentes na Atenção
Primária à Saúde (TOMAZI; GONZAGA, 2018).

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2. JUSTIFICATIVA
Dentre as situações propostas para a melhoria da assistência, escolhemos essa temática
como forma de envolver as mães para aderir as consultas, dessa forma elas poderiam
acompanhar como realmente é o passo a passo de uma consulta de crescimento e
desenvolvimento na prática, proporcionando assim um momento para que as genitoras
possam fazer perguntas, buscar por informações pertinente as fases do crescimento e
desenvolvimento e até mesmo tirar dúvidas ou sanar curiosidades, uma vez que cada criança
tem suas peculiaridades.
Portanto, ressalta- se a necessidade de desenvolver novas estratégias, para que ocorra o
acompanhamento da criança, destacando o momento da vacinação como um espaço
facilitador e a presença de uma equipe multiprofissional na execução das atividades.
 
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo geral:
Reduzir a baixa adesão de crianças de 0 a 2 anos nas consultas de puericultura do
programa de crescimento e desenvolvimento (CD), na Unidade básica de saúde Alvelos
Dantas, localizado na zona urbana do município de Coari-AM.
3.2. Objetivo específico:
 Elaborar um questionário para obter os resultados através do conhecimento geral das
mães sobre o programa de puericultura.
 Realizar uma busca ativa juntamente com a equipe de saúde, de crianças de 0 a 2
anos que são cadastradas na unidade.
 Capacitar a equipe de saúde sobre o programa de puericultura e criação de novas
estratégias de abordagem.
 Desenvolver folder sobre os principais cuidados com as crianças de 0 a 2 anos no
domicílio.
 Elaborar um convite direcionado as mães para participação de uma palestra na UBS.
 Realizar uma palestra com as mães de crianças de 0 a 2 anos cadastradas na UBS.
 Elaborar um instrumento SAE, para complementar as consultas de enfermagem na
puericultura.
 Realizar visitas nas residências e aplicar o plano de ação com as mães e
responsáveis.

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4. METODOLOGIA
4.1. Área de abrangência
O Bairro Tauá- Mirim, está localizado no município de Coari-AM, onde consta com
3.580 habitantes cadastrados na UBS Alvelos Dantas, com ruas asfaltadas, iluminação pública
e coleta de lixo. Também contém duas áreas que todos os anos são atingidos pela subida das
águas, o que causa bastante transtornos à população, conta com água tratada e encanada
oriunda da CAESC, e em algumas residências são abastecidos por poços artesianos. Possui
em suas dependências, uma unidade básica de saúde, a Farma Coari, a feira alternativa, duas
escolas estaduais: Inez de Nazaré Vieira, Instituto Bereano de Coari, a igreja São Francisco, a
Praça da Bandeira para recreação, clínica Guadalupe, conta com um ginásio poliesportivo
Geraldo Granjeiro, drogaria Farma Norte, Supermercado Casa Pará, supermercado CP,
Pizzaria Torres, igreja Adventista do Sétimo Dia, além de possuir inúmeros estabelecimentos
comerciais de pequeno porte.
4.2. Equipe executora
Este projeto trata-se de um relato de experiência de um plano de ação, tipo descritivo,
realizado por cinco acadêmicos em estágio supervisionado, do curso de Enfermagem, todos
do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas. Contou também
com a participação de uma equipe de estratégia de saúde da família, a saber: nove agentes
comunitários de saúde (ACS), dois auxiliares administrativos, duas técnicas de enfermagem e
dois enfermeiros; todos pertencentes ao quadro de funcionários da Secretária Municipal de
Saúde, da Prefeitura do Município de Coari, Amazonas.

4.3. Público-alvo
O público-alvo foi composto pela equipe de estratégia saúde da família, pais e
responsáveis de crianças de 0 a 2 anos de idade, cadastradas na Unidades Básica de Saúde.
4.4. Abordagem da Ação
O plano de ação foi realizado por etapas na Unidade Básica de Saúde (UBS), com a
busca ativa do público-alvo em domicílio, como também a capacitação da equipe da estratégia
de saúde da família. Seguindo as etapas que foram instrumentos para intervir e implementar
no programa de CD com a equipe multiprofissional e pais e responsáveis pelas crianças:
 Panfletos com as atribuições de cada profissional que compõe a equipe;

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 Protocolo de atendimento da consulta de puericultura de 0 a 2 anos: 1ª consulta e das
consultas subsequentes;
 Folder explicativo sobre o Crescimento e Desenvolvimento;
 Protocolo de Assistência à Saúde da Criança (NOVA LIMA, 2014).
 Convite formal chamando os pais ou responsáveis para participar da ação;
 Questionário para os pais ou responsáveis;
 Escala informativa com os dias e horários que são dedicados as consultas de
puericultura. 
4.5. Procedimentos metodológicos
Durante as práticas de estágio supervisionado, foi observado e identificado que o
programa de Crescimento e Desenvolvimento estava com uma deficiência na demanda.
Conforme informações repassadas pelos ACS no mês de fevereiro de 2022, a equipe que é
responsável pelo acompanhamento de 84 crianças de 0 a 2 anos de idade. A grande maioria
destas não realiza consultas em Puericultura e, em geral, vêm à unidade para realizar
imunização ou consulta médica e de enfermagem quando adoecem, e dessa forma o
profissional enfermeiro, realiza a consulta para tratar a enfermidade e fazer a consulta de
puericultura para alcançar meta e aumentar os indicadores.
Visando o nível de conhecimento sobre o programa de puericultura foi elaborado um
questionário com perguntas voltadas ao tema abordado, direcionado as mães de crianças de 0
a 2 anos cadastradas na UBS.
Com base nisso os acadêmicos foram a campo, ouvir o relato dessas mães, a fim de
saber quais os motivos que levam as mesmas a não aderir ao programa de puericultura.
 Segundo relato das mães:
 “O programa é inútil devido ao péssimo atendimento que tive, pois o médico me
questionou o porquê de levar a criança saudável para consulta”.
“Levei minha filha a UBS, passei muito tempo esperando até que mim informaram
que não era dia de atendimento de crianças já que ela não estava doente”.
“Não tenho tempo para levar ele na UBS, pois trabalho o dia todo”.
“Eu trabalho o dia todo e acho que isso não faz diferença, já que minha criança
quase nunca fica doente”.
“Nunca soube desse programa, só levo quando está doente, e prefiro levar para o
hospital”.

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Depois dos relatos das mães, percebemos a necessidade de capacitar os agentes
comunitário de saúde (ACS). Para isso foi desenvolvido um panfleto contendo as atribuições
de cada profissional que compõem a assistência à criança, justamente para que todos tomem
conhecimento de seu papel no programa, foi realizado uma dramatização pelos acadêmicos,
abordando a forma como os ACSs são recebidos por algumas pessoas e também como realizar
uma abordagem diferenciada com essas mães, sendo assim de fundamental importância para o
bom funcionamento do programa, já que eles tem um contato direto com esse público, e assim
possam, conscientiza-las sobre a importância desse acompanhamento para suas crianças.
Para complementar essa abordagem dos ACS, os acadêmicos elaboraram um material
informativo (folder) sobre o conceito e importância do acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento, o passo a passo de uma alimentação saudável, bem como o que a criança
deve apresentar em cada mês e suplementação de vitaminas. O folder foi disponibilizado aos
ACS para serem distribuídos as mães, visando uma forma de levar até elas orientações para o
cuidado com seus filhos de forma saudável.
Com objetivo de atrair o público até a UBS, os acadêmicos elaboraram um convite
atrativo para as mães, sobre a realização de uma palestra na UBS Alvelos Dantas, com o tema
crescimento e desenvolvimento. Juntamente com os ACS, realizamos a busca ativa de pais ou
responsáveis, além da entrega dos convites.
A palestra foi realizada para as mães e equipe da estratégia de Saúde da família,
enfatizando a importância do programa Crescimento e Desenvolvimento. Foi abordado o
programa de puericultura e dentro dele o que é crescimento, desenvolvimento, a importância
da vacinação, suplementação, teste do pezinho, amamentação entre outros. Em seguida foi
aplicado um questionário com perguntas relacionadas a importância desta ação para elas. Ao
final foi ofertado um coffee break para todos os participantes.
Para somar com o atendimento de enfermagem e nas consultas de puericultura os
acadêmicos elaboraram uma Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) voltada
para esse atendimento, visando uma melhor organização do profissional enfermeiro com
embasamento teórico e filosófico, possibilitando a otimização do Processo de Enfermagem
(PE). O uso da SAE é fundamental para garantir um atendimento da enfermagem mais seguro,
por proporcionar aos enfermeiros um método técnico, científico e humano, melhora a
qualidade no atendimento, o serviço prestado ao cliente e possibilita o reconhecimento e
valorização da enfermagem perante a sociedade, melhorando assim a qualidade da assistência
de enfermagem. A SAE pode contribuir para o pensamento e desempenho crítico do

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enfermeiro, e o sistema de comunicação entre toda a equipe de enfermagem e os demais
envolvidos no cuidado. Pois a SAE não é só um mero instrumento de coleta de dado, vai
muito além de uma atividade burocrática, nem mesmo um simples formulário, mais sim uma
atividade de registro, entre tantas realizadas pelos enfermeiros. Dessa forma, sistematizar todo
o cuidado e, consequentemente, viabilizar o PE, que é uma meta da enfermagem moderna.
4.6. Método de Avaliação
O método de avaliação da eficácia do plano de ação, se deu através de um questionário
contendo cinco perguntas relacionadas sobre a temática abordada, onde foi disponibilizado
aos pais ou responsáveis participantes no término da ação, contendo perguntas sobre o
programa de CD. Foram utilizadas perguntas simples e diretas para um bom entendimento e
facilitação de respostas, para assim obter um feedback.
4.7. Cronograma de Tempo
O plano de ação foi executado com a equipe de profissionais da UBS, através de
capacitação sobre a importância do programa CD e pondo em prática a ação com os pais e
profissionais da unidade.
Dia 04.03.22 (Manhã – Início: 08:00; Término: 11:00 horas) – Realizamos a busca
ativa a essas famílias e coletamos as informações que justificam a ausência nas consultas de
puericultura.
Dia 07.03.22 (Tarde – Início: 15:00; Término: 16:00 horas) – Foi realizado com o
grupo de ACS e técnica de enfermagem uma capacitação sobre as estratégias ao abordar as
famílias sobre a temática, já que eles têm contato direto com a comunidade através das visitas
domiciliares e controle da quantidade e das necessidades de cada uma das famílias.
Dia 08.03.22 (Tarde – Início: 16:00; Término: 17:00 horas) – Foi realizado com os
enfermeiros a capacitação sobre a implementação da SAE, pondo em prática o protocolo com
mais informações sobre o exame físico, diagnóstico e intervenções de enfermagem para
consulta de CD e em casos de encaminhamentos para outros profissionais.
Dia 10.03.22 (Manhã – 08:00 horas) – Disponibilizado para os ACS os convites a ser
entregues para aos pais ou responsáveis de crianças de 0 a 2 anos.
Dia 16.03.22 (Tarde – Início: 15:00; Término: 17:00 horas) – Executado o plano de
ação com os pais e profissionais da unidade (Enfermeiros, ACS, técnica de enfermagem e
vacinador), abordando todo conteúdo programado sobre as consultas de CD, enfatizando a
importância do acompanhamento do programa: amamentação, testes de prevenção de doenças
(pezinho, orelhinha, olhinho), alimentação, suplementação de vitamina A e ferro.

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Dia 23.03.22 (Tarde – Início: 14:00; Término: 17:00 horas) – Realizado visitas as
famílias e aplicação do plano de ação com os pais e responsáveis que não compareceram na
unidade no dia planejado, enfatizando tudo que é abordado no programa.
Dia 24.03.22 (Manhã – Início: 08:00; Término: 11:00 horas) – Concluímos a ação com
as demais famílias que fazem parte do território da UBS através das visitas domiciliares.
 
5. RESULTADO E DISCUSSÃO
O processo para intervir na implementação da estratégia de saúde da família, foram
mediantes a capacitação dos ACS e técnico de enfermagem, onde foi abordado sobre os
métodos que utilizam para promover o acompanhamento de CD e foi discutido sobre as
atribuições de cada um desses profissionais.
Com os enfermeiros, a capacitação foi realizada sobre os atendimentos e cuidados por
meio da SAE, que foi desenvolvida pelos acadêmicos para contribuir nas consultas das
crianças das faixas etárias de 0 a 2 anos, considerando a avaliação do exame físico,
diagnósticos e intervenções que sejam relevantes durante as consultas de puericultura,
servindo como facilitador, para que esse instrumento trabalhe em conjunto com o sistema
existente, o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) do sistema e-SUS, que é um software
onde são armazenados todas as informações dos pacientes cadastrados na UBS (BRASIL,
2017). Após isso, experienciamos a SAE com dois pacientes, e tivemos êxito na aplicação
durante as consultas.
A ação com os pais ou responsáveis, foi realizada a princípio na UBS, porém, a
quantidade de participantes foi insatisfatória. Dando seguimento ao plano para alcançar o
maior número de famílias foram efetuadas 53 visitas domiciliares, onde foram aplicados os
questionários, com 4 mães na UBS e 26 pais ou responsáveis nas residências. O tempo de
aplicação do estudo foi no decorrer de uma semana, com a apresentação na unidade com
duração de trinta minutos e com visitas domiciliares que duraram em torno de quinze a vinte
minutos.
Além disso, não foram contabilizadas 27 famílias e nem tampouco avaliadas, devidos
os seguintes fatores: residência a venda ou abandonada, ausência de pais ou responsáveis para
responder aos questionamentos, residência fechada, mudança para outros endereços e famílias
que se recusaram a participar do projeto.

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Os resultados obtidos foram descritos em uma tabela, referente aos dias 16 a 24 de
março de 2022. Nesses dias, o questionário foi aplicado com as mães/responsáveis com as
seguintes perguntas e respostas:

Tabela 01: Resultado do questionário da ação.


Resultados Obtidos
Total de mães/Responsáveis participantes 30
Total de respostas referentes às perguntas do questionário
O que você acha sobre o programa de Ótimo Bom Regular Ruim Muito
crescimento e desenvolvimento (CD)? (11) (17) (02) (00) ruim
(00)

Como você ficou sabendo do programa de ACS Enfermeiro (a) Amigos/ Outros
CD? (07) (10) familiares (02)
(12)
Você leva sua criança para as consultas de Sim Não
CD? (19) (11)

A palestra foi apresentada de forma clara para Sim Não


o seu entendimento? (30) (00)

Com relação à equipe da UBS, você se sente Sim Não


acolhido em relação aos atendimentos sobre o (24) (06)

programa de CD?
Fonte: Grupo 440.

A cada visita, foi realizada uma educação em saúde sobre o programa de Crescimento
e Desenvolvimento, com base em tudo o que mesmo engloba, o que acontece durante a
consulta, acompanhamento do crescimento, se a criança está dentro dos parâmetros normais e
do desenvolvimento, o que apresenta em cada fase, informações sobre amamentação, os testes
de triagem que são oferecidos e suplementação, e entre outros.
A primeira consulta do recém-nascido deve ocorrer em sua primeira semana de vida,
que consiste em incentivar e atender as famílias com dificuldades no aleitamento materno
exclusivo, além de orientar sobre a imunização, verificar a eficácia dos exames de triagem
neonatal e estabelecer ou fortalecer o apoio familiar na rede de tempo favorável. Para primeira
semana completa, é preconizada pela “Agenda de Compromissos para a Saúde Integral da
Criança e Redução da Mortalidade Infantil”, enfatiza-se a importância de consultar a
Caderneta de Saúde da Criança, identificar riscos e vulnerabilidades ao nascer, avaliar a saúde
materna durante o período puerperal. (BRASIL, 2012).

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As consultas mensais são distribuídas com enfermeiro e médico para melhor
acompanhamento das crianças, principalmente aquelas de alto risco, os casos especiais que
são acompanhados pela atenção básica e pela média e alta complexidade (SOUSA et al.,
2020). Conforme o funcionamento da UBS Alvelos Dantas, as consultas de CD são ofertadas
pelos enfermeiros e médico, porém foi observado que somente os enfermeiros fazem esse
acompanhamento, sendo uma vez na semana para cada enfermeiro. Os atendimentos são
realizados de acordo com a demanda, que são de competência dos mesmos.
Em seguida foi disponibilizado o folder com informações, a fim de contribuir sobre o
conhecimento que lhes foram repassados, juntamente com a escala com os dias e horários de
atendimentos das consultas de puericultura. Após isto, foi aplicado um questionário com os
mesmos, para avaliar o conhecimento sobre o acompanhamento, o grau de satisfação com o
programa e a UBS e se o estudo estava sendo relevante para eles.
Finalizando o questionário, com a pergunta referente a palestra apresentada, se havia
sido clara ao entendimento dos mesmos, todos responderam que sim. Dessa forma, obtendo os
resultados que esperávamos, pois, além de agregar informações, as mães/responsáveis que
não tiveram uma boa experiência a princípio, ou não tinha conhecimento, afirmaram que vão
aderir ao programa, inclusive irão agendar a consulta o quanto antes. Vale ressaltar que desde
o primeiro dia de intervenção com os pais ou responsáveis sobre o programa, tivemos logo em
seguida o retorno de duas mães, que agendaram e compareceram para consulta de CD.
Entre os desafios encontrados estão as condições de trabalho devido aos recursos
materiais e de infraestrutura dessa unidade, que não contava com grandes unidades de
atendimento especializado e carecia de recursos didáticos para avaliar a atenção básica à
saúde. No entanto, estratégias de comunicação mais próxima entre as comunidades e os
profissionais podem, de fato, ajudar a superar esses estigmas sociais que fortalecem a
disseminação de doenças como um impedimento à prevenção da saúde (SOUSA et al., 2020).
Portanto, são de relevância o diagnóstico e o acompanhamento do desenvolvimento
das crianças, sendo que os principais protocolos preconizam a avaliação objetiva de
habilidades motoras, de comunicação, de interação social e cognitivas nas consultas de
supervisão de saúde.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste trabalho conclui-se que as regularidades das consultas mensais de
puericultura são fundamentais na prestação de assistência da criança, pois permite um melhor

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acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, e também serve como estratégia para
controle do calendário vacinal, principalmente nos dois primeiros anos de vida,
consequentemente, reduzir morbimortalidade e melhorar os indicadores de saúde infantil da
área de atuação.
 Dessa forma, através das consultas de puericultura pode-se promover educação em
saúde, sendo uma oportunidade para que os enfermeiros orientem os pais ou responsáveis de
acordo com a sua faixa etária. Além disso, permitem também identificar sinais e sintomas
precocemente relacionados ao crescimento, desenvolvimento cognitivo e comportamental,
prevenindo doenças e incentivando um estilo de vida saudável.
Sabe-se que o esforço depende de todos os profissionais de saúde para que possa
realmente modificar o processo de trabalho em equipe. Adequando as necessidades do sistema
para atingir metas e objetivos nesse plano de ação. O fortalecimento de laços para apoiar mães
e familiares das crianças assistidas, também são essenciais para o sucesso da assistência
infantil.
O método de sistematização de acolhimento de crianças incluído neste plano de ação,
poderá servir como uma experiência que pode ser disseminada para outras estratégias de
saúde da família do munícipio. Esta é uma sugestão para que os programas de saúde da
criança avaliem a viabilidade de inserção nos protocolos da cidade. Sendo assim, a utilização
da SAE é uma necessidade atual, sendo uma ferramenta útil, para a organização e qualificação
da assistência de enfermagem.
 Portanto, a Atenção Primária à Saúde, é a porta de entrada do SUS, que atua na
prestação de cuidados primários às crianças, com base nos princípios de atenção verticalizada,
articulada e integrada, visando à manutenção da saúde de modo que durante o seu
desenvolvimento até a idade adulta não apresente agravamentos na saúde.
 

7. REFERÊNCIA

ALVES, M.D.S.M., GAÍVA, M.A.M. Health promotion actions on nursing consultation to


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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Mortalidade infantil


no Brasil. Boletim Epidemiológico, v. 52, n. 37, out. 2021.
16
BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Saúde da criança:
crescimento e desenvolvimento. [internet]. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2012. [acesso
em 2022 mar 13]. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/%20saude_crianca_%20crescimento_%20de
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DF: Ministério da Saúde; 2017. Disponível em: https://aps.saude.gov.br.

CALDAS, A. ET AL. Mortalidade infantil segundo cor ou raça com base no Censo
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FREITAS, E.S.M.; OLIVEIRA, T.J.A.; BUBADUÉ, R.M., Conhecimentos de enfermeiros


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HANZEN, INGRID PUJOL; ZANOTELLI, SILVANA DOS SANTOS; ZANATTA,


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LOPES, A. C; NOBRE, C. S; LOPES, A. C. M. U; ROLIM, K. M. C; ALBUQUERQUE, C.


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NOVA LIMA. Secretaria Municipal de Saúde. Protocolo de assistência à saúde da criança.


Nova Lima, 2014.

PEDRAZA, D.F., SANTOS, I.S. Avaliação da vigilância do crescimento nas consultas de


puericultura na estratégia saúde da família em dois municípios do estado da Paraíba,
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17
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9, p.69443-69453, sep. 2020. ISSN 2525-8761.

TOMAZI, B. C; GONZAGA, M.F.N. Importância do conhecimento das mães sobre a


consulta de puericultura e a atuação do enfermeiro. Revista Saúde em Foco – Edição nº 10
– Ano: 2018

18
ANEXO

19
Figura 01: Atribuições da equipe da UBS

Fonte: Protocolo de assistência à saúde da criança. Nova Lima, 2014

20
APÊNDICES

Figura 02: Panfleto sobre as principais atribuições dos profissionais da unidade

21
Fonte: Grupo 440

Figura 03: Convite para os pais ou responsáveis

Fonte: Grupo 440

Figura 04: Protocolo da 1ª consulta e das subsequente de puericultura de 0 a 2 anos

22
Fonte: Grupo 440
Figura 05: Folder informativo sobre as fases do crescimento e desenvolvimento (CD)

23
Fonte: Grupo 440

Figura 06: Escala dos dias de consulta de puericultura

24
Fonte: Grupo 440

Figura 07: Questionário

Fonte: Grupo 440

Figura 06: Questionário

Fonte: Grupo 440

Figura 08: Fotos dos acadêmicos realizando o plano de ação

25
Fonte: Arquivo pessoal

26

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