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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO

UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO


CURSO DE PSICOLOGIA

NATIELY DIAS SOUSA ARAÚJO

A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO PSICOLÓGICA A GESTANTES E


PUÉRPERAS

Imperatriz
2022
NATIELY DIAS SOUSA ARAÚJO

A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO PSICOLÓGICA A GESTANTES E


PUÉRPERAS

Projeto de pesquisa apresentado à disciplina


de Trabalho de Conclusão de Curso I, do
Curso de Psicologia do Instituto de Ensino
Superior do Sul do Maranhão/Unidade de
Ensino Superior do Sul do Maranhão, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Psicologia.

Imperatriz
2022
SUMÁRIO

1.PROBLEMA.....................................................................................................4
2.HIPÓTESES.....................................................................................................5
3. OBJETIVO 6
3.1. Objetivo Geral 6
3.2. Objetivos Específicos 6
4. JUSTIFICATIVA 7
5.METODOLOGIA...............................................................................................9
7. REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................1
6.CRONOGRAMA.............................................................................................18
REFERÊNCIAS.................................................................................................19
1. PROBLEMA
Apesar das políticas públicas voltadas ao amparo a gestantes e
puérperas, a nível biológico, psicológico e social, a atenção básica consegue
assistir às demandas de âmbito psicológico de tal público?
2. HIPÓTESES
A atenção básica tem uma proposta efetiva na assistência em saúde, no
entanto, alguns fatores podem prejudicar a qualidade da aplicabilidade de tais
propostas, uma vez que tal efetividade depende de uma articulação complexa,
organizada e resolutiva.
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Elucidar a respeito do atual cenário relacionado à atenção psicológica a
gestantes e puérperas, identificando benefícios e entraves a fim de favorecer
um melhor prognóstico para essa população.

3.2. Objetivos Específicos


• Pontuar a incidência das psicopatologias em gestantes e puérperas.
• Analisar possíveis fatores que prejudiquem uma assistência efetiva.
• Identificar os impactos de uma assistência psicológica para as gestantes e
puérperas.
4. JUSTIFICATIVA
A maioria da população brasileira é composta por mulheres (50,77%), as
quais são as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). No Brasil,
a saúde da mulher foi inserida nas políticas nacionais de saúde apenas nas
primeiras décadas do século XX, sendo delimitada, nessa época, ao âmbito de
gravidez e parto (Ministério da Saúde, 2004).
A luta das mulheres pelos seus direitos e por melhor qualidade de vida,
estimulou a realização das primeiras medidas oficiais do Ministério da Saúde
voltadas para a assistência integral à saúde da mulher. Posteriormente, foram
sendo instituídos gradativamente ações visando a amplificar os direitos e
assistência ao público feminino, como na Constituição Federal de 1988 ou
mesmo na criação da Programa de Saúde Integral à Saúde da Mulher
(Ministério da Saúde, 2004).
Dessa forma, a gravidez requer um acompanhamento substancial, como
afirma o Ministério da Saúde, as consultas realizadas de maneira assertiva
corroboram para um bom desenvolvimento fetal, para a realização de exames
laboratoriais necessários para acompanhar o estado de saúde da gestante,
além do tratamento de doenças e complementação do calendário vacinal.
Logo, o acompanhamento por meio da Equipe de Estratégia da Saúde da
Família se faz indispensável no acompanhamento do pré-natal tradicional,
sendo a porta de entrada das Unidades Básicas de Saúde.
Nesse panorama, de acordo com Monteiro et al. (2020), o pré-natal
psicológico surge como um novo conceito de atendimento perinatal, visando a
corroborar com uma maior humanização no processo gestacional do parto,
buscando preservar a integridade psicológica das gestantes. Logo é evidente
que o pré-natal tradicional carece de um apoio emocional adequado, cabendo
ao psicólogo, em parceria com a Unidade Básica, por meio do Núcleo de Apoio
á Saúde da Família (NASF), a tarefa de atender a tais demandas.
Outrossim, a gravidez e o puerpério são épocas marcadas por inúmeras
mudanças de natureza hormonal, social e psicológicas, impactando
diretamente no bem estar de inúmeras mulheres. Prova disso, são os dados
divulgados por Monteiro et al., (2020) relatarem que cerca de 10 a 20% das
mulheres nos seis primeiros meses após o parto são acometidas por
depressão pós parto (patologia mais incidente em puérperas), podendo afetar
diretamente a mãe e indiretamente os filhos e outros parentes.
Diante dessa mazela de proporções tão elevadas, faz-se necessário
uma elucidação efetiva a respeito do cenário vivenciado por tais mulheres. Há
uma desinformação substancial acerca dos serviços disponibilizados pelo
Sistema Único de Saúde. A presente pesquisa, visa a levantar possíveis
fatores que vão de encontro a um prognóstico positivo, bem como a
importância da educação em saúde para a apreensão do conhecimento por
parte das gestantes e puérperas.
5. METODOLOGIA
5.1. TIPO DE PESQUISA
A presente pesquisa terá um caráter metodológico bibliográfico. É um
dos pontos que mais impulsionam nosso aprendizado e amadurecimento na
área de estudo (TRAINA, 2009). Utilizando-se das fontes bibliográficas
adequadas o pesquisador localiza trabalhos pertinentes ao tema de sua
pesquisa (POLKE, 1972).
Para nortear a pesquisa de forma minuciosa o presente estudo conta
com uma revisão integrativa de caráter qualitativo. A pesquisa integrativa
bibliográfica é um método que fornece fontes de conhecimento e a
incorporação de resultados de pesquisa significativos na para o dia a dia
(SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010, p. 102).
O presente trabalho teve como pergunta norteadora: Apesar das políticas
públicas voltadas ao amparo a gestantes e puérperas, a nível biológico,
psicológico e social, a atenção básica consegue assistir às demandas de
âmbito psicológico de tal público?
5.2 PLATAFORMA DE BUSCA
Nessa perspectiva, o trabalho atual passará pelas seguintes etapas:
elaboração da questão central; estabelecimento de critérios para inclusão e
exclusão de estudos amostragem na literatura; categorização dos estudos;
avaliação de estudos; interpretação dos resultados apresentação de revisão e
síntese de conhecimento (ERCOLE; MELO; ALCOFORADO, 2014).
Com o intuito de obter artigos serão utilizados os seguintes descritores:
“Pré natal”, “atenção básica”, “gravidez”, “puerpério”, “psicológico”
“maternidade”, nas bases de dados eletrônicos Scielo (Scientific Eletronic
Library Online), Periódico capes e Portal Regional BVS.
Os seguintes critérios serão estabelecidos para a inclusão de
publicações na biblioteca de referência teórica: pesquisa empírica (qualitativa,
análise ou métodos mistos) artigos de revistas científicas e capítulos de livros
publicados em português e inglês, , o período escolhido se compreende entre
2012 e 2022.
5.2.1. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Quanto aos critérios de inclusão, serão utilizadas pesquisas de ação,
estudos qualitativos, relatos de experiência, estudos descritivos transversais
exploratórios, pesquisas bibliográficas de caráter descritivo, analítico e
transversal. O processo de escolha dos artigos se constituirá de maneira
estruturada, visando a abranger trabalhos que contemplem o tema proposto.
5.2.2. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Serão excluídos artigos duplicados nas bases de dados (duplicatas),
estudos que não se enfoquem no puerpério e o período gravídico, estudos
de revisão, editoriais, artigos de opinião, dissertações e pesquisas com
temática não relevante a questão norteadora da pesquisa.
5.2.4. TABULAÇÃO.
Os dados referentes às pesquisas de artigos científicos serão tabulados
utilizando a plataforma de software Excel, para organização e evidenciação de
pontos cruciais relacionadas ao tema.
6. REFERENCIAL TEÓRICO

6.1. GESTAÇÃO E PUERPÉRIO


Ser mãe é um marco do desenvolvimento psicológico da mulher. Desse
modo, a partir da confirmação da gravidez, há a necessidade de uma
reestruturação e reajustamento de sua vida, com o intuito de tornar a
experiência mais segura para a mãe e o filho. A maternidade provoca uma
transformação significativa na vida da mulher, por esse motivo é importante
assistir a mãe, pois essa experiência pode estar atrelada à insegurança,
conflitos e inexperiências (DEMARCHI, 2017).
A gestação e o puerpério são períodos da vida da mulher que
necessitam de uma atenção redobrada, pois de acordo com Fagundes (2019),
são etapas que envolvem inúmeras alterações físicas, hormonais, psíquicas e
de inserção social que podem impactar diretamente na saúde mental e
qualidade de vida dessas pacientes. Muitos estudos tentam elencar fatores de
risco associados aos transtornos psiquiátricos envolvidos nessas fases da vida,
com o visando a realizar diagnóstico e tratamento de maneira mais precoce
possível.
Características individuais e condições sociodemográficas, história
reprodutiva prévia, condições clínicas preexistentes e transtornos psiquiátricos
são os principais fatores de risco presentes antes da gravidez. As condições
que podem surgir em decorrência da gravidez, colocando-a em alto risco, são
as seguintes: exposição inadvertida ou acidental a fatores teratogênicos,
doença obstétrica na gravidez atual, intercorrências clínicas e transtornos
psiquiátricos (BRASIL, 2012).
Assim, na gestação, conforme Da Silva (2021) os níveis de estrogênio e
progesterona são superiores aos valores de referência comuns às mulheres
fora do período de gestação, tais fatores podem estar envolvidos na alteração
do humor que ocorrem nessa fase da vida das mulheres. Outro ponto crucial de
salientar, é que a queda brusca do estrogênio e progesterona no pós parto,
também pode estar envolvida na etiologia da depressão puerperal.
A DPP ou depressão puerperal (DP) acontece nas quatro primeiras
semanas posterior ao parto, apesar dos sintomas serem diversificados, é
comum que sintomas de ansiedade possam estar associados a essa patologia.
Esse quadro pode ser de duração temporária ou também pode perdurar por um
período maior de tempo (BRASIL, 2012).
6.2. INCIDÊNCIA
A depressão pós parto é um problema gravíssimo e frequente no ciclo
gestacional e pós gestacional de muitas mulheres, de acordo com Monteiro, et.
al., (2020) atinge cerca de 10 a 20% das mulheres nos seis primeiros meses
após o parto, podendo afetar a mãe, a criança e outros membros da família.
Seu diagnóstico é difícil devido à similaridade com muitos sintomas típicos do
puerpério, como alterações no sono, apetite, fadiga, entre outros.
Os principais sintomas observados na depressão pós parto são a
tristeza, sonolência, insônia acima do normal, sentimento de culpa, prejuízos
na amamentação do bebê, fadiga, ideias suicidas, temor de machucar o filho,
minimização do apetite e da libido, e outros fatores. (SCHIAVO, 2020).
O estudo incluiu cerca de 300.000 puérperas, com prevalência de DPP
de 4,3%. Eventos de vida estressantes , histórico familiar de doença mental ,
más condições econômicas , baixo índice de Apgar e problemas de lactação ,
bem como viver com pais pobres após o parto, foram todos associados a um
risco moderado .Maior gravidez e paridade, idade gestacional , educação
pré-natal e morar com os pais da mãe foram todos associados a um menor
risco (WU, JIANG, ZHAO, 2022).
Vale ressaltar, que o impacto negativo que a depressão pós-parto
acarreta sobre o recém-nascido é considerável, pois a DPP limita as
habilidades da mãe relacionadas às demandas que o filho necessita, além de
prejudicar o envolvimento emocional positivo e o contato afetivo com o
recém-nascido (DA SILVA, 2020)
A gestação e o puerpério são períodos marcantes para as mulheres
devido às diversas modificações em vários âmbitos de suas vidas, a partir
disso, surge a humanização da assistência de enfermagem para viabilizar uma
escuta sensível e acolhedora, visando a valorização da mulher a fim de evitar
complicações, possibilitar conforto físico e emocional. Nesse período elas
podem ficar desconfortáveis, tristes, chorosas e frustradas (VASCONCELOS,
2020).

6.3. ATENÇÃO BÁSICA


No ano de 1984, o Ministério da Saúde, elaborou um documento para
melhorar a assistência destinada a saúde das mulheres a Política Nacional de
Atenção Integral a Saúde da Mulher Princípios e Diretrizes (PAISM), visando a
melhorar a qualidade de vida e saúde das mulheres do Brasil, certificando e
ampliando os serviços de promoção, prevenção, assistência, recuperação da
saúde, assim como reduzir a morbimortalidade da mulher no Brasil. Ademais,
de acordo com BRASIL (1943), a gestante tem seus direitos assegurados na
Consolidação das Leis do Trabalho, bem como na Constituição
Federal(BRASIL. Constituição Federal, 1988).
Gozando de tais direitos, a Atenção Básica é a porta de entrada para as
gestantes e puérperas, pois assistem esse público de maneira acolhedora e
complexa. De acordo com De Lima Sales (2019), o pré-natal é o
acompanhamento mensal a gestantes, realizado pela Unidade Básica de
Saúde (UBS), a fim de viabilizar um desenvolvimento materno e fetal de
maneira mais legítima e assistida, considerando as queixas da gestante com o
intuito de promover uma gestação saudável sem nenhum dano. O atendimento
realizado à gestante, na UBS, conta com uma equipe multiprofissional, a fim de
proporcionar um suporte adequado à situação da gestante. Vale lembrar que o
Sistema Único de Saúde também conta com um sistema de transferência e
contratransferência que visa a transferir o paciente para um setor mais
complexo da atenção em saúde, conforme a necessidade.
A consulta em saúde realizada pelo enfermeiro é um ponto substancial
na assistência para com as gestantes e puérperas. De acordo com De Lima
Sales (2019), ela tem o propósito de iniciar o acolhimento a gestante no
atendimento humanizado. Criando um vínculo entre o profissional e o paciente,
de acordo com o conhecimento técnico e cientifico, voltado para o
esclarecimento de dúvidas, promoção de atividades educativas, garantindo
uma gestação sem complicações visando a continuidade do cuidado pós parto.
É importante pontuar que segundo Gomes (2020), a Equipe de
Estratégia de Saúde da Família (ESF) é composta por membros que tem sua
função estabelecida, sendo obrigatório a presença de no mínimo os seguintes
membros: o médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou
médico de Família e Comunidade, além de enfermeiro e técnico em
enfermagem, e agente comunitário de saúde. O agente comunitário de saúde
tem a função de ser o elo entre a Equipe de Estratégia de Saúde da Família e a
população.
Com o intuito de apoiar e solidificar a resolutividade e abrangência da
ESF, em 2008 foram criados e implantados pelo Ministério da Saúde os
Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). De acordo com o Ministério da
Saúde (BRASIL, 2010), o NASF trabalha em parceria com a ESF, sendo
constituídos por profissionais de ensino superior oriundos de diferentes áreas
do conhecimento, englobando o profissional de psicologia. O campo da
psicologia no NASF é um processo de educação permanente, não restrito ao
tratamento de doenças mentais, mas possibilita que o psicólogo atue na
prevenção e promoção em saúde mental, corroborando com a qualidade de
vida das pessoas.
A Atenção Básica é responsável pelo suporte às gestantes e puérperas,
pois trata-se de uma parcela da população que requer cuidado especial.
Segundo ARRAIS (2014), a gravidez pode ser marcada por muitos transtornos
do humor, sobretudo a depressão. Com relação às gestantes e puérperas, é
evidenciado por muitos estudos que a maioria das mulheres de classe média
ou baixa, perpassam por algum nível de sofrimento psíquico, físico ou social no
período pré e pós parto.
Observa-se, nessas fases, uma prevalência na diminuição da
capacidade de sentir prazer, no entanto, geralmente tal característica ocorre
em um período transitório, mas se não for devidamente assistida, pode adquirir
um caráter crônico. Esse conhecimento, desconstrói a crença popular de que a
gravidez é um período marcado por alegria para todas as mulheres. (ARRAIS,
2014).
O acompanhamento das consultas pré-natais pode ter dois seguimentos
diferentes, o pré-natal de baixo risco, atualmente conhecido como pré-natal de
risco habitual, ou o pré-natal de alto risco para a mulher que já tem o
diagnóstico prévio de algum transtorno de humor. A gestação, a princípio
considerada de baixo risco pode evoluir para de alto risco a qualquer momento
do período gravídico. (BRASIL, 2012).
6.4. PRÉ NATAL
O pré-natal de risco habitual é realizado pelo enfermeiro e tem como
principal finalidade acompanhar e dar assistência à gestante, além de
identificar de forma apropriada qualquer alteração física, psicológica ou social,
por meio da entrevista, exame físico, exames obstétricos e outros recursos. Em
caso de agravamento na gestação para alto risco, a paciente pode ser
encaminhada para o médico adequado, como por exemplo o obstetra
(MONTEIRO, et. al., 2020).
Nesse contexto, segundo Hartmann; Sassi; Cesar (2018), o pré-natal
psicológico é um novo conceito de atendimento perinatal, com o intuito de
proporcionar maior humanização no processo gestacional do parto, tendo como
finalidade manter a integridade psicológica das gestantes, auxiliando a tornar o
pré-natal tradicional mais completo, elucidando a respeito de dúvidas
relacionadas ao período gestacional, como risco de perda do bebê, má
formação fetal, medos, ansiedade excessiva, entre outros.
Logo, é evidente que o pré-natal tradicional não oferta o apoio emocional
adequado, e se torna falho quanto a percepção e angústias da mãe. Quando a
abordagem psicológica não é feita efetivamente, há um aumento na
probabilidade da gestante desenvolver depressão pós parto (SANTOS; ASSIS,
2019).
O pré-natal psicológico tem por finalidade, também, de viabilizar às
gestantes uma relação positiva com outras mulheres, a fim de facilitar a troca
de experiencias, sentimentos e emoções vivenciados nessa fase de suas vidas,
para contribuir com o mecanismo de identificação. Logo, tem o intuito de
informar, orientar e preparar as mães para que o processo seja o mais bem
sucedido possível (OLIVEIRA, et. Al., 2019).
A troca de experiencias em grupo com gestantes é algo benéfico por
compartilharem sentimentos e vivências, proporcionando um aprendizado
substancial para as participantes. A similaridade nas vivências, aumenta a
tranquilidade em relação aos acontecimentos, reforçando a sensação de
segurança, bem estar e tranquilidade em relação ao período gestacional.
(TEIXEIRA, et al., 2016)
A etiologia da depressão pós parto não é determinada por fatores
isolados, mas por uma junção de causas de caráter psicológico, sociais,
obstétricos e biológico, sendo necessário o apoio de uma equipe
multidisciplinar para avaliar o paciente de maneira mais integral e assertiva.
(DA SILVA, 2020)
Dessa forma, os benefícios de uma atuação terapêutica precoce e
preventiva, é imprescindível não apenas para o bem estar das mães, mas
também para as crianças. Os psicoterapeutas interpessoais e cognitivo
comportamentais têm tido grande êxito no combate, por meio da prevenção e
tratamento de depressão pós parto. (RUA, et. al., 2021).
6.5. DESCONSTRUÇÃO DE IDEIAS ERRÔNEAS
Próximo ao momento do parto, a mãe é destinada à maternidade, onde
trabalho da psicologia relacionado à construção da demanda é árduo. Pois de
acordo com Arrais & Mourão (2013), complexo fazer com que a mulher
perceba que o contexto no qual ela está inserida, necessita de auxílio no
âmbito psicológico. É construída, erroneamente, a ideia de que a maternidade
é um local onde as pessoas não estão doentes, atrelado à ideia empregada
culturalmente de que o ciclo gravídico é um período de absoluta alegria. No
entanto, tal época é marcada por alterações em aspectos sociais, biológicos,
conjugais e psicológicos.
É crucial salientar, a importância de mostrar às gestantes e puérperas
que possuem o direito de sentirem-se tristes, independentemente do fato de
estarem realizando o sonho de boa parte das mulheres “o sonho de ser mãe”.
Logo, é importante uma escuta atenciosa, a respeito de como a mãe se sente,
além de desmistificar essa ideia; evidenciando que esse processo ocorre com
muitas mulheres, com o intuito de diminuir o sentimento de estranhamento e
inadequação, viabilizando o espaço para a mulher conseguir exteriorizar esse
sentimento (BENINCASA, 2019).
Assim, sempre que a mulher expressa qualquer sentimento negativo,
seja com a gestação, seja com a chegada do bebê, é dito que a mulher está
rejeitando o filho. De acordo com Carlesso (2020), tal associação é bastante
recorrente, mas apresenta o caráter superficial, excludente e pejorativo,
favorecendo, para muitas mulheres, o sentimento de “aberração da natureza”,
aumentando substancialmente o sofrimento.
Assim, a função do profissional psicólogo na maternidade, de acordo
com Baltazar; Gomes e Cardoso (2010), se relaciona a: sensibilização da
equipe a respeito da perspectiva subjetiva da mãe, família e bebê para além da
dimensão física e história clínica. Além disso, viabilizar a comunicação efetiva
entre a equipe obstétrica com os pais, além de proporcionar um ambiente para
que o pai, a mãe e bebê consolidem a afetividade familiar.
Os impactos positivos de um acompanhamento por meio de
profissionais psicólogos se mostrou crucial até para com gestantes com risco
de parto prematuro. Durante o decorrer do atendimento psicológico, o
bem-estar psicológico melhorou. Esses achados apoiam o uso contínuo e o
desenvolvimento de clínicas de atendimento à gestante (DAWES, 2022).
A prevenção precoce da DPP deve ser efetuada por meio de ações e
intervenções concomitantemente durante a gravidez, visando a minimizar os
riscos da DPP com o intuito de prevenir agravos pessoais e familiares que
possam ser oriundos dessa doença. A aplicação de medidas efetivas para a
prevenção da DPP é de crucial importância, pois se trata de um problema de
saúde pública, visando a diminuir a incidência da doença. (DA SILVA, 2020).
Logo, para Da Silva (2020), os profissionais ligados à obstetrícia
(médicos, psicólogos e enfermeiros), são os mais capacitados a prevenir a
DPP, pois possuem o conhecimento necessário para criar programas
preventivos na rede pública, voltados não somente para a saúde da grávida,
mas para a saúde sexual e reprodutiva de toda população.
Logo, é importante salientar que um método de educação em saúde que
pode ser utilizado nesse panorama seria o Círculo de Cultura, de Paulo Freire,
onde o início do processo educacional se solidifica por meio do vínculo do
conhecimento à vivência dos sujeitos, seus contextos, seus problemas e
angústias. O conhecimento é construído de maneira coletiva, viabilizado pelo
diálogo e articulado com a experiência de vida (FREIRE, 2011, citado por
BRANDÃO, 2018).
6.CRONOGRAMA
As atividades no período de Julho de (2022) a Maio de (2023)
ATIVIDADE JU AG SET OU NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAIO
S L O T
Pesquisa dos
dados X
bibliográficos
Leituras e
fichamentos X X
Introdução X X
Análise de X X
dados
Tabulação X
de dados
Discussão X X
dos
resultados
Metodologia X
Resultado e X
Formatação
Entrega X
Defesa do X
TCC
7. REFERÊNCIAS
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Bárbara. O pré-natal psicológico como programa de prevenção à depressão
pós-parto. Saúde e Sociedade, v. 23, p. 251-264, 2014.
ARRAIS, A. R. As Configurações Subjetivas da Depressão Pós-Parto: Para
Além da Padronização Patologizante. Dissertação (Doutorado em Psicologia)
- Universidade de Brasília, DF. 2005.
ARRAIS, A.R; MOURÃO, M.A. Proposta de atuação do psicólogo hospitalar em
maternidade e UTI neonatal baseada em uma experiência de estágio. Rev.
Psicol. Saúde. v.5, n.2 Campo Grande. 2013.
BALTAZAR, D. V. S.; GOMES, R. F. S.; CARDOSO, T. B. D. Atuação
do psicólogo em unidade neonatal: rotinas e protocolos para uma prática
humanizada 1. Rev. SBPH, v.13, n.1, 02-18, 2010.
BENINCASA, Miria et al. O pré-natal psicológico como um modelo de
assistência durante a gestação. Revista da SBPH, v. 22, n. 1, p. 238-257,
2019.
BRANDÃO, Maria Girlane Sousa Albuquerque. Práticas educativas com
gestantes no contexto da Atenção Primária à Saúde. RAÍZES E RUMOS, v. 6,
n. 1, p. 97-103, 2018.
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Constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988. Diário Oficial da
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https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/
id/.../CF88_Livro_EC91_2016.pdf
Brasil. Decreto-Lei nº 5452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das
Leis do Trabalho. Diário Oficial da União[Internet]. Brasília, DF; 1943 .Available
from: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm
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MS; 2012. (Caderno de Atenção Básica nº 32).

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