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Escola Superior de 

Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa do Alto


Tâmega
Curso de Pós-Licenciatura de Especialização em Enfermagem Comunitária
Unidade Curricular de Ensino Clínico I: Planeamento em Saúde e Intervenção Comunitária

DISSERTAÇÃO DE ESTÁGIO

Anabela Teixeira
Estela Fernandes

Diagnóstico de Situação de Saúde aos alunos do 7º ano da Escola, do Agrupamento de


Escolas Infias

Coordenação: Professora Doutora Cristina Moura

Orientação: Enfermeira Bárbara Ferreira

Janeiro, 2022
RESUMO

No âmbito da Unidade Curricular de Ensino Clínico I: Planeamento em Saúde e


Intervenção Comunitária, do Curso de Pós-Licenciatura de Especialização em Enfermagem
Comunitária da Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa do Alto
Tâmega, no Ano Letivo de 2020/2022, coordenado pela Docente Professora Dra. Cristina
Moura e sob a orientação da Enfermeira Bárbara Ferreira, foi-nos proposto a elaboração
de um Diagnóstico de Situação de Saúde aos alunos do 7º ano da Escola, do Agrupamento
de Escolas Infias , de acordo com a metodologia de Planeamento em Saúde e,
posteriormente a determinação de Prioridades.

Neste Ensino Clínico delineamos os seguintes objetivos a cumprir: aplicar metodologia de


Planeamento em Saúde, proceder à elaboração do Diagnóstico de Situação de Saúde de
uma Comunidade, estabelecer Prioridades de Saúde na Comunidade e estabelecer os
objetivos e as estratégias face a priorização em saúde.

Para a concretização do Diagnóstico de Situação de Saúde foi enviado um questionário aos


encarregados de educação dos alunos do 6º ano da Escola S. Rosendo do Agrupamento de
Tomaz Pelayo, composto por questões relacionadas com as principais áreas de intervenção
abrangidas pelo Programa Nacional de Saúde Escolar|2015.
Após a análise dos formulários preenchidos, identificamos dez principais problemas e após
a aplicação do método de Comparação por Pares, constatamos a necessidade de
intervenção prioritária na dimensão da Educação Postural, tendo sido identificado o
problema: alunos adotam uma postura incorreta na posição de sentado.

Palavras-chave: Enfermagem de Saúde Comunitária; Planeamento em Saúde; Diagnóstico


de Situação de Saúde; Priorização.

2
ÍNDICE

1. Introdução.................................................................................................................................8

2. Caracterização.........................................................................................................................11

2.1 Indicadores de Saúde do ACESS Alto Ave...............................................................................14

2.2 Caraterização da UCC VIZELA.................................................................................................15

2.3 Agrupamento de Escolas de Infias.........................................................................................20

3. Enquadramento Teórico...........................................................................................................22

3.1 Programa Nacional de Saúde Escolar 2015............................................................................25

3.2 O Papel do Enfermeiro na Saúde Escolar...............................................................................27

3.3 Estilos de Vida.......................................................................................................................29

3.4 O instrumento ‘FANTÁSTICO’.................................................................................................32

4. MAIEC......................................................................................................................................39

5. Metodologia............................................................................................................................39

5.1. Planeamento em saúde................................................................................................39

5.2. Diagnóstico de situação................................................................................................39

5.3. Pertinência do estudo..................................................................................................39

5.4. Finalidade do estudo....................................................................................................39

5.5. Seleção do público-alvo................................................................................................39

5.6. Instrumentos de recolha de dado.................................................................................39

5.6.1. Descrição da recolha de dados..............................................................................39

5.6.2. Variáveis...............................................................................................................39

6. Análise dos resultados.............................................................................................................39

7. Conclusão................................................................................................................................39

Bibliografia..................................................................................................................................39

Anexos........................................................................................................................................39

3
ÍNDICE DE FIGURAS

ÍNDICE DE TABELAS

ÍNDICE DE GRÁFICOS

4
LISTA DE ABREVIATURAS

ACES - Agrupamento de Centro de Saúde

BICSP - Bilhete de Identidade Cuidados de Saúde Primários

ECCI - Equipa de Cuidados Continuados Integrados

ECL - Equipa Coordenadora Local

EEEC – Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária

EPS - Educação Para a Saúde

DGS – Direção Geral de Saúde

IST - Infeções Sexualmente Transmissíveis

MAIEC - Modelo de Avaliação, Intervenção e Empoderamento Comunitário


OMS – Organização Mundial de Saúde
PNS – Plano Nacional de Saúde
PNSE – Plano Nacional Saúde Escolar
RNCCI - Rede Nacional Cuidados Continuados Integrados
SE - Saúde Escolar
UC - Unidade Curricular

UCC - Unidade de Cuidados na Comunidade

UCSP - Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados

USF - Unidades de Saúde Familiar

5
1. Introdução
No âmbito da Unidade Curricular de Ensino Clínico I: Planeamento em Saúde e
Intervenção Comunitária, do Curso de Pós-Licenciatura de Especialização em Enfermagem
Comunitária da Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa do Alto
Tâmega, no Ano Letivo de 2020/2022, foi desenvolvido um estágio no Agrupamento de
Centros de Saúde (ACES) do Alto Ave, na Unidade de Cuidados na Comunidade de Vizela
(UCC Vizela). 

A Unidade Curricular (UC) Ensino Clínico I: Planeamento em Saúde e Intervenção


Comunitária visa proporcionar aos estudantes a possibilidade de adquirirem e
desenvolverem competências para a prestação de cuidados especializados em
Enfermagem Comunitária desenvolvendo um diagnóstico de saúde da população residente
na área de influência do Centro De Saúde e definição de estratégias de intervenção face ao
diagnóstico de necessidades detetadas no planeamento em saúde1.

É igualmente referido no descritor da UC, que esta unidade curricular tem como
objetivos educacionais: aplicar a metodologia do planeamento em saúde; fazer o
diagnóstico de saúde da população residente da área de influência do centro de saúde;
identificar necessidades do utente, da família, do grupo específico e da comunidade em
cuidados de enfermagem especializados; delinear as estratégias de intervenção
em cuidados de enfermagem especializados em enfermagem comunitária à pessoa e – ou
família dentro e fora da instituição; proceder à execução dos cuidados planeados; planear,
executar e avaliar atividades no âmbito dos Programas Nacionais de Saúde; conceber,
planear, implementar e avaliar projetos de intervenção com vista à capacitação e
autonomia das comunidades na consecução dos seus projetos de saúde2. 

1
Curso de Pós-Licenciatura de Especialização em Enfermagem Comunitária. Disponível em:
https://esecvpaltotamega.pt/pt/cursos/curso.php?idcurso=14. Consultado em: 09.09.2021.
2
Ibidem.
6
Com base no Regulamento das Competências Específicas “o enfermeiro especialista em
Enfermagem Comunitária assume um entendimento profundo sobre as respostas
humanas aos processos de vida e aos problemas de saúde e uma elevada capacidade para
responder de forma adequada às necessidades dos diferentes clientes (pessoas, grupos ou
comunidade) proporcionando efetivos ganhos em saúde” (Regulamento nº 128/2011). 

No Decreto-Lei nº 118/2014 “As competências específicas do Enfermeiro Especialista em


Enfermagem Comunitária, na área de Enfermagem de Saúde Comunitária e de Saúde
Pública são: 
a) Estabelece, com base na metodologia do Planeamento em Saúde, a avaliação do
estado de saúde de uma comunidade; 
b) Contribui para o processo de capacitação de grupos e comunidades; 
c) Integra a coordenação dos Programas de Saúde de âmbito comunitário e na
consecução dos objetivos do Plano Nacional de Saúde. 
d) Realiza e coopera na vigilância epidemiológica de âmbito geodemográfico 3”. 

O enfermeiro é um elemento essencial de ligação entre o indivíduo, a família e a


comunidade. Este assume um papel relevante na promoção da saúde, da autonomia e do
autocuidado do indivíduo, ao enfatizar as suas capacidades e potencialidades. Segundo o
Código Deontológico do Enfermeiro, o mesmo deverá salvaguardar os direitos da pessoa,
promovendo a sua independência física, psíquica e social com o objetivo de melhorar a
sua qualidade de vida (Artº. 81º). Além de que, também é um elo fundamental na
educação para a saúde, contribuindo para a mudança de comportamentos, com vista à
aquisição de estilos de vida mais saudáveis (Código Deontológico do Enfermeiro) 4. 

Neste enquadramento, foi então, o Ensaio Clínico desenvolvido na UCC VIZELA, integrada
no ACES ALTO AVE tendo como populações alvo os alunos do 7º ano de escolaridade do
3
Decreto-Lei nº 118/2014. Disponível em:
https://www.ordemenfermeiros.pt/noticias/conteudos/enfermeiro-de-fam%C3%ADlia-publicado-em-di
%C3%A1rio-da-rep%C3%BAblica/. Consultado em 12.09.2021.
4
Idem.
7
Agrupamento de Escolas de Infias, tendo sido integrado no projeto MAIEC já iniciado pela
equipa da UCC.

Este trabalho seguiu as normas do Plano Local de Saúde do ACES de acordo com as
prioridades estabelecidas na Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PNSE 5) de 2015 e de
acordo com as disponibilidades de recursos humanos existentes na UCC Vizela,
nomeadamente as relacionadas com a saúde escolar.

O objetivo principal deste estudo é


xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Espera-se no final
do ensaio compreender… xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Do
nosso ponto de vista, os principais contributos desta investigação serão:
i) em termos pessoais, xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx;
ii) em termos de saúde escolar xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx;
iii) ao nível do ACES xxxxxxxxxxxxxxx;
iv) ao nível da Saúde Comunitária xxxxxxxxxxxxxxx.

A metodologia seguida neste Ensino Clínico foi a do Planeamento em Saúde, tendo por
suporte o modelo teórico MAIEC (Modelo de Avaliação, Intervenção e Empoderamento
Comunitário).
 
O referido Ensaio Clínico foi conduzido segundo a metodologia de investigação
quantitativa, através da técnica exploratória descritiva realizada com adolescentes da
escola supra identificada. Em termos de procedimentos, os docentes procederam ao envio
de correio eletrónico do respetivo questionário, o qual contemplou o acesso ao conteúdo
do mesmo por parte dos encarregados de educação garantindo-se a confidencialidade e o
anonimato; procedeu-se a aplicação do instrumento de recolha dos dados. Como

5
PNSE | 2015. Disponível em: http://www.arsnorte.min-saude.pt/promocao-da-saude/programa-nacional-
de-saude-escolar/. Consultado em: 12.09.2021.
8
ferramenta de recolha de dados foi utilizado o instrumento designado por FANTASTICO6,
que será descrito no capítulo próprio. De forma sintética, trata-se de um questionário de
autopreenchimento e permite a avaliação e compreensão dos hábitos e dos
comportamentos dos adolescentes em relação ao seu estilo de vida.
O instrumento foi aplicado entre 12 de julho e 18 de dezembro de 2021, sob a orientação
da Enfermeira Especialista em Enfermagem Comunitária Bárbara Ferreira e sob a
coordenação da Docente Professora Doutora Cristina Moura. 

No que diz respeito ao nosso trabalho de investigação, ele foi estruturado da seguinte
forma: Introdução, seguida de uma breve caraterização do ACES Alto Ave, incluindo
indicadores de saúde e o plano local de saúde. No segundo capítulo realiza-se a
caracterização da UCC Vizela e da Escola a cujos alunos foi aplicado o questionário. O
terceiro capítulo diz respeito ao enquadramento teórico; No quarto capítulo, descreve-se o
MAEIC, seguindo-se a metodologia no capítulo quinto e da apresentação e análise dos
resultados, terminando com as principais conclusões no capítulo sexto. 

Este é um trabalho original, desenvolvido pelas autoras junto dos organismos descritos,
em colaboração com os alunos participantes, inscrito na escola mencionada.

 2. Caraterização do ACES ALTO AVE


O ACES Alto Ave tem como área de influência os concelhos de Guimarães, Vizela, Fafe,
Cabeceiras de Basto e Mondim de Basto, que se localizam no distrito de Braga, à exceção
de Mondim de Basto que se localiza no distrito de Vila Real.

6
FANTÁSTICO. Aplicação do questionário. Disponível em: https://www.rcaap.pt/detail.jsp?
locale=pt&id=oai:repositorio.esenfc.pt:5295. Consultado em: 12.09.2021.
9
Figura 1. - Mapa de influência do ACES Alto Ave
Fonte: Google Imagem- área influencia Aces alto ave

De acordo com a informação disponibilizada pelo Bilhete de Identidade Cuidados de Saúde


Primários (BICSP) a população residente na área de abrangência do ACES é de 251.401
habitantes, representando 7% da população da região Norte em 2015. Relativamente à
proporção de população residente em 2011 nos concelhos do ACES do Alto Ave, o
concelho de Guimarães contribuiu com 61,6 % de habitantes do total do ACES.

No ACES do Alto Ave, o grupo etário dos 0 aos 14 anos, apresentou uma proporção da
população residente superior (15,7%) à do grupo dos 65 e mais anos (14,63%),
apresentando maior percentagem de indivíduos jovens e menor percentagem de idosos
do que o Continente e a região Norte.

A faixa etária dos 10 aos 14 anos tem 12.079 utentes inscritos, 6.275 sexo masculino e
5.804 sexo feminino. O ACES Alto Ave é constituído por 31 unidades funcionais, com
273.011 utentes inscritos, integra 725 profissionais, dos quais, 235 enfermeiros, 167
médicos, 46 internos, 164 secretários clínicos e 113 outros profissionais 7.

7
Plano Local de Saúde – ACES ALTO AVE. Disponível em:
http://www.arsnorte.min-saude.pt/wp-content/uploads/sites/3/2019/12/PeLS2018_A4_AltoAve.pdf.
Consultado em 30.09.2021.
10
O ACES Alto Ave é constituído por 6 Centros de Saúde (CS), CS Professor Arnaldo Sampaio
– Guimarães, CS Taipas, CS Vizela, CS Fafe, CS Cabeceiras de Basto, CS Mondim de Basto.
Com a constituição das novas unidades funcionais designadas por Unidades de Saúde
Familiar (USF), Unidade de Saúde Pública (USP), Unidades de Cuidados na Comunidade
(UCC), Unidade de Cuidados Saúde Personalizados (UCSP), Unidade de Recursos
Assistenciais Partilhados (URAP) e Centro de Diagnóstico Pneumológico, o ACES tem
formadas as seguintes unidades8:

Figura 2 - Mapa de concelhos de influência do ACES Alto Ave


Fonte: BICCSP, Ministério da Saúde

8
Concelhos de influência do ACES Alto Ave. Disponível em:
https://bicsp.minaude.pt/pt/biufs/1/10028/QUEM%20SERVIMOS/PeLS2016_A4_AltoAve.pdf. Consultado
em 30.09.2021.

11
Em relação ao Hospital de referência, o ACES tem o Hospital Senhora da Oliveira de
Guimarães9.

2.1 Indicadores de Saúde do ACESS Alto Ave

Os fatores sociais e de saúde influenciam a pessoa enquanto agente intencional no seu


percurso saúde-doença. Estes podem influenciar a nossa condição de saúde-doença. Nesta
ótica, descrevem-se alguns indicadores de saúde do ACES Alto Ave considerados
pertinentes atendendo ao diagnóstico que se pretende apresentar (Melo, 2020). Segundo
o Plano Local de Saúde do ACES Alto Ave 2011-2016:
 A evolução do índice de envelhecimento no ACES do Alto Ave, apesar de ter um
aumento progressivo, apresentou valores inferiores aos encontrados no Continente
e região Norte.
 O valor da taxa bruta de natalidade nos concelhos da área da abrangência do ACES
do Alto Ave tem vindo a diminuir progressivamente, sendo a partir de 2005 inferior
ao do Continente.
 O índice de dependência de jovens diminuiu de 28,2% em 2001, para 22,6% em
2011, traduzindo um decréscimo progressivo do número de jovens em relação aos
indivíduos em idade ativa. O decréscimo deste índice verifica-se também em todos
os concelhos da área de abrangência deste ACES, com maior expressão nos
concelhos de Vizela e Guimarães, com um decréscimo 7,5% e 5,8%,
respetivamente, na sub-região do Vale do Ave, região Norte e Continente desde
2001 a 2011.
 A análise por triénios da taxa de mortalidade infantil deste ACES mostrou uma
evolução favorável, desde o triénio 2001-2003 até ao triénio 2009-2011, no
entanto verificaram-se variações nomeadamente, nos triénios 2004-2006, 2005-
2007 e 2009-2011 em que apresentaram valores superiores aos triénios anteriores
de mais 0,4/1000, 0,5/1000 e 0,7/1000 óbitos, respetivamente. Nos triénios 2007-

9
Idem.
12
2009, 2008-2010 e 2009-2011, os valores desta taxa no ACES foram inferiores aos
observados no Continente e na região Norte.
 A análise efetuada da mortalidade proporcional por fases do ciclo da vida, ambos
os sexos, no triénio 2008-2010, no ex-ACES Guimarães/Vizela, as causas externas
de mortalidade contribuíram com um terço das mortes na faixa etária dos 5-24
anos (25%). O ex-ACES Terras de Basto, as causas externas de mortalidade
ocasionaram cerca de um terço das mortes na etária dos 5-24 anos (34%).
 Da análise da taxa de internamento bruta por grupo etário, por todas as causas, no
ex-ACES Guimarães/Vizela e no ex-ACES Terras de Basto, nas faixas etárias
compreendidas entre as idades de 5 a 24 anos e de 25 a 44 anos, excluindo os
internamentos por gravidez parto e puerpério, predominaram as doenças do
aparelho digestivo. No ex-ACES Terras de Basto nas causas externas, os acidentes
de transporte foram responsáveis pelas maiores taxas brutas de internamento nos
grupos etários dos 65-74 anos e dos 5-24 anos.
 O índice de envelhecimento (118,7 em 2015) é inferior ao da região norte (139,3) e
ao do Continente (149,6). A esperança de vida à nascença (81,4 anos no triénio
2013- 2015) tem aumentado em ambos os sexos e é inferior à da região norte (81,5
anos) e superior à do Continente (81,3 anos). A taxa de natalidade (7,5 nados vivos
por 1000 habitantes, em 2015) tem diminuído de forma mais acentuada do que na
região norte e no Continente, apresentando valores ligeiramente inferiores.
 O nível de escolaridade da população melhorou entre 2001 e 2011, aproximando-
se da região norte e do Continente. A taxa de analfabetismo (5,4%) diminuiu em
todos os concelhos, sendo que em Guimarães e Vizela os valores são menores do
que na região norte (5,0%) e no Continente (5,2%)10.

10
Plano Local de Saúde do ACES Alto Ave 2014-2016. Disponível em: https://1nj5ms2lli5hdggbe3mm7ms5-
wpengine.netdna-ssl.com/files/2017/09/PLS-ACES-ALTO-AVE_2014_2016.pdf. Consultado em 05.10.2021.
13
2.2 Caraterização da UCC VIZELA
A UCC Vizela tem como missão contribuir para a melhoria do estado de saúde da
população da sua área geográfica de intervenção, visando a obtenção de ganhos em
saúde.

Trata-se de uma Unidade de referência, no que diz respeito à satisfação dos utentes que
integram a nossa comunidade, bem como dos profissionais de saúde, adequando os
cuidados de saúde às necessidades da nossa comunidade. Atua sempre com o foco no
cidadão, a sua família e comunidade em que está integrado. 

UCC Vizela é constituída por:

― 10 Enfermeiros;
― 2 secretários clínicos;
― 1 Assistente Social;
― 1 psicólogo.

Os utentes da UCC são acompanhados pelo respetivo médico de família.

Gráfico 1 - Ilustração da pirâmide etária dos utentes abrangidos pela UCC Vizela,
Fonte: BI-CSP

14
A UCC Vizela, é uma unidade elementar de prestação de cuidados de saúde, apoio
psicológico e social, de âmbito domiciliário e comunitário, especialmente às pessoas,
famílias e grupos vulneráveis, em situação de maior risco ou dependência física e funcional
ou doença que requeira acompanhamento próximo. A atividade da UCC Vizela desenvolve-
se com autonomia organizativa e técnica, em intercooperação com as demais unidades
funcionais do ACES Alto Ave, sem prejuízo da necessária articulação interinstitucional,
indispensável ao cumprimento da sua missão11.

Área Geográfica de Intervenção da UCC Vizela:

A UCC Vizela disponibiliza a sua carteira de serviços aos residentes, ainda que
temporariamente, na área geográfica dos Concelhos de Vizela e Guimarães que inclui as
seguintes freguesias:
1. Concelho de Vizela: União de Freguesias de Caldas de Vizela (S. João e S. Miguel),
Junta de Freguesia de Santa Eulália, Junta de Freguesia de Infias, União de Freguesias
de Tagilde e Vizela (S. Paio), Junta de Freguesia de Vizela (Santo Adrião).
2. Concelho de Guimarães: Moreira de Cónegos, Lordelo, Conde, S. Faustino, Nespereira,
Serzedelo, Gandarela, Guardizela, Gémeos.

A área geográfica de abrangência da UCC Vizela, é de:

― Vizela 24,7 Km2 , com uma população de 23.736 residentes3 e uma densidade
populacional de 960,7 hab/ Km2 .
― Guimarães 29,38 Km2 , com uma população de 11.516 residentes4 e uma
densidade populacional de 860,53 hab/ Km2 . · Com a reconfiguração da ECCI,
desde janeiro de 2017 a UCC Vizela passa a ter uma cobertura assistencial com uma
área total de 54.5 Km2 com uma população de 45.500 residentes.
― As freguesias de Nespereira, Serzedelo, Guardizela, Gandarela e Gémeos, a
cobertura assistencial da UCC só inclui o projeto da ECCI.
― A freguesia de S. Faustino está coberta por todos os programas da carteira de
serviços da UCC, exceto o projeto da Saúde Escolar.

11
Informação sobre a UCC Vizela. Disponível em:
https://bicsp.min-saude.pt/pt/biufs/1/10028/1031855/Pages/default.aspx. Consultado em: 05.10.2021.

15
Neste momento esta a decorrer reuniões para redistribuição da área geográfica a nível da
Saúde Escolar (SE) , Saúde Materna e Equipa de Cuidados Continuados Integrados (ECCI).

Instrumentos da UCC

― Regulamento Interno e seus anexos;


― Carta da Qualidade;
― Manual de Articulação;
― Plano de Ação;
― Manual de Procedimentos Clínico e Organizativo;
― Manual de acolhimento e carta de compromisso.

Carteira de Serviços:

Os programas e projetos da carteira de serviços integram-se no Plano de Ação do ACES


Alto Ave, em estreita articulação com as Unidades de Saúde Familiar (USF), as Unidades de
Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP), a Unidade de Saúde Pública (USP) e com a
Equipa Coordenadora Local (ECL), no âmbito da Rede Nacional Cuidados Continuados
Integrados (RNCCI), e em consonância com as orientações técnicas definidas pelo conselho
clínico. 242324 4. As atividades da carteira de serviços da UCC Vizela são as que constam
no seu plano de ação

Horário de Funcionamento:

― A UCC Vizela funciona das 8:00h às 20:00H - Dias Úteis


― Sábados e Domingos das 09: 00h às 17:00H

A UCC de Vizela tem compromisso assistencial assente em diferentes equipas:

― A Equipa de Cuidados Continuados Integrados (ECCI) presta cuidados domiciliários


médicos e de enfermagem, de natureza preventiva, curativa, reabilitadora e ações
paliativas, com visitas programadas e regulares; Cuidados de enfermagem de
reabilitação; Apoio psicológico, social e ocupacional envolvendo os familiares e

16
outros prestadores de cuidados; Educação para a saúde aos doentes, familiares e
cuidadores; Coordenação e gestão de casos com outros recursos de saúde e
sociais.

― Na Reabilitação são prestados cuidados de enfermagem, visando a autonomia dos

utentes, no domicílio, na sede da UCC ou outras instituições, a utentes que não


cumpram os critérios de integração na ECCI; Consultoria/aconselhamento a outros
profissionais em matérias relacionadas com cuidados de reabilitação

― Na Intervenção Comunitária foram criados projetos atendendo às necessidades

identificadas, pretende-se promover conhecimentos, adequar estratégias e criar


competências para os grupos identificados.

― A Saúde Escolar (SE) trabalha para a melhoria da saúde das crianças e dos jovens e
da restante comunidade educativa. As propostas das atividades estão assentes em
dois principais eixos definidos no PNSE|2015: vigilância e proteção da saúde e
aquisição de conhecimentos, capacidades e competências em promoção da saúde.
Na saúde escolar existem projetos de promoção da alimentação saudável (PASSE) e
atividade física, projeto na promoção da saúde Oral ( SOBE e Pasta nos Dentes),
projeto educação postural, projeto no âmbito dos afetos e sexualidade (PRESSE),
prevenções de acidentes (primeiros socorros), programa + Contigo proposto aos
alunos do 7º ano de um agrupamento de escolas.

 O PASSE (PROGRAMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL EM SAÚDE ESCOLAR)


possibilita a promoção de comportamentos saudáveis e a criação
de ambientes promotores da saúde, capacitando em alimentação saudável
toda a comunidade escolar.  
 O PRESSE é o PROGRAMA REGIONAL DE EDUCAÇÃO SEXUAL EM SAÚDE
ESCOLAR promovido pela ARS Norte,I.P., inserido na área funcional de
Promoção e Proteção da Saúde. Apoia a implementação da educação sexual
nas escolas de uma forma estruturada e sustentada, envolvendo um
trabalho conjunto entre profissionais de saúde escolar e professores. Tem
como população alvo alunos e professores do 1º, 2º, 3º ciclos do ensino
básico e ensino secundário, envolvendo também pais, encarregados de
17
educação, pessoal não docente e restante comunidade possuindo todos
estes atores um papel ativo no desenvolvimento deste programa. SABER + 
 No âmbito do PRESSE inclui-se o GIA (gabinete de informação ao aluno).
 Os profissionais de saude integram tambem a CPCJ, ELI Vizela; EPVA e
NACJAR (Núcleo de Apoio à \ Criança e Jovem em Risco) a tempo parcial.

― A Saúde Materna assegura a Preparação para o parto e para a Parentalidade;

consulta da grávida; consulta do aleitamento materno ; Recuperação pós parto e


massagem infantil12.

2.3 Agrupamento de Escolas de Infias


Homologado em três de maio de 2006, por Despacho do Diretor Regional Adjunto de Educação do
Norte, o Agrupamento de Escolas de Infias, Vizela (código 100377)13, integra uma comunidade
educativa que abrange a Educação Pré-escolar, os 1.º, 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e o Ensino
Secundário. Deste agrupamento fazem parte os seguintes estabelecimentos:

― Escola Básica e Secundária de Infias, Vizela (Escola Sede);


― Escola Básica de S. Miguel;
― Escola Básica de Tagilde;
― Escola Básica de S. Paio;
― Escola Básica de Infias.

O Agrupamento de Escolas de Infias, Vizela localiza- se no Concelho de Vizela, Distrito de


Braga, na região Norte e integra a NUT III Ave – Unidade Territorial do Vale do Ave –
definida pelo Decreto-Lei n.º 68/2008, de 14 de abril. Encontra-se na convergência do
Minho com o Douro Litoral e tem como limites a Norte, o concelho de Guimarães, a
Sudoeste, o de Santo Tirso, a Sul, o de Lousada e a Este, o de Felgueiras14.

12
Idem.
13
Despacho do Diretor Regional Adjunto de Educação do Norte, o Agrupamento de Escolas de Infias, Vizela
(código 100377). Disponível em: https://aeinfias.wixsite.com/aeinfias/sobre. Consultado em 25.10.2021.
14
Agrupamento de Escolas de Infias. Disponível em: https://aeinfias.wixsite.com/aeinfias/giae. Consultado
em 25.10.2021.
18
A missão do agrupamento tem subjacente uma visão clara do que se pretende para o
agrupamento:
― Promover uma educação focada nos valores de cidadania de forma a conduzir a
cidadãos responsáveis, com capacidade crítica e reflexiva, capazes de assumir, na
sua liberdade individual, o respeito pelos outros;
― Criar um clima de escola baseado num ambiente de humanismo e
responsabilidade, pautada por padrões de exigência, promotores de qualidade,
felicidade e bem-estar aos alunos;
― Promover uma Escola Inclusiva, criar condições que permitam, aos alunos, o
prosseguimento de estudos e integração no mundo do trabalho;
― Dotar os alunos de competências e conhecimentos que lhes permitam explorar
capacidades, tornando-os cidadãos autónomos;
― Promover ações que conduzam ao sucesso escolar e pessoal;
― Combater o abandono escolar15.

3.

15
Idem.
19
4. Enquadramento Teórico

Na década de 70, com a crise nos sistemas de saúde, foi reforçada a ideia de intervir não
só na cura, mas também na causa da doença. A Organização Mundial de Saúde (OMS), na
mesma década, realizou a primeira Conferência Mundial de Saúde, em Alma-Ata, onde foi
objetivada a meta "Saúde para todos no ano 2000” que pretendia a saúde como um
direito humano fundamental, isto é, que os indivíduos atinjam um nível de saúde que lhes
permita uma vida saudável e economicamente produtiva (OMS, 1978).

No final desta conferência foi sugerida a adoção de oito elementos fundamentais para a
saúde: educação, problemas prevalecentes de saúde e aos métodos para a sua prevenção
e controlo, promoção da distribuição de alimentos e da nutrição apropriada, previsão
adequada de água de boa qualidade e saneamento básico, cuidados de saúde materno-
infantil e planeamento familiar, imunização contra as principais doenças infeciosas,
prevenção e controle de doenças localmente endêmicas, tratamento apropriado de
doenças e lesões comuns e fornecimento de medicamentos essenciais (OMS, 1978).

A OMS identifica as cinco principais áreas de intervenção na promoção da saúde: o livre e


equitativo acesso à saúde, o melhoramento dos ambientes familiares e laborais em que a
pessoa está inserida, a consolidação das redes de apoio e sociais, o desenvolvimento de
estilos de vida saudáveis com a aprendizagem de novos comportamentos e o crescimento
dos conhecimentos e informação acerca da saúde.

Nesse sentido, os enfermeiros escolares estão posicionados de forma única na


comunidade para abordar as necessidades de saúde dos estudantes relacionadas com a
gestão de doenças crónicas, saúde mental, bem-estar e prevenção, a frequência escolar e
o desempenho académico (Maughan, 2017). Os enfermeiros escolares fornecem uma
ligação crucial entre saúde e educação para os milhares de estudantes do país que
frequentam as escolas primárias e secundárias, contribuindo de forma rentável para uma
saúde e educação positivas nos estudantes e comunidades escolares.

20
O seu trabalho insere-se nos serviços da saúde escolar, criados pela reforma de 1933;
estes são herdeiros, por um lado, de um quadro legal moderno, em resultado da primeira
institucionalização dos serviços de inspeção médica nas escolas (1901-31) e, por outro, de
um campo médico-pedagógico que decorre da aplicação do discurso médico à escola de
massas do século XIX e à criança em espaço escolar. A saúde escolar de 1933 representa a
primeira reforma de conjunto promovida pela política educativa do Estado Novo,
integrando as suas três ideias-forças: a redução das aprendizagens, o primado da ação
educativa e fortes enquadramentos morais e religiosos (Maughan, 2017).

Em 1989, com a Circular Normativa n.º 23/SEO, de 14 de setembro surgem os Princípios


Orientadores de Saúde Escolar. De acordo com esta circular (pp. 1-2), a saúde escolar (…) é
entendida como um conjunto de atividades no âmbito dos cuidados de saúde primários;
propõe-se melhorar o nível de saúde do grupo específico de crianças e jovens
escolarizados – especificidade que lhe advém do ambiente escolar a que estão sujeitos.
Deve para tal atuar sobre o conjunto ambiente escolar/população, escolar (alunos,
professores e empregados) e ter presente as influências que sobre este conjunto exercem
a família e o meio.

De acordo com a supracitada Circular Normativa, os Princípios Orientadores de Saúde


Escolar, abrangiam a população dos diversos níveis de ensino, desde o pré-escolar ao
ensino secundário, que frequentassem instituições do Ministério da Educação, da
Secretaria de Estado da Segurança Social e de Instituições Privadas de Solidariedade Social.
Além dos alunos deveriam considerar-se os educadores/professores e restantes
funcionários, pais e encarregados de educação. Tinham como finalidade contribuir para o
sucesso educativo e para a melhoria do nível de saúde da população escolar. Os seus
principais objetivos consistiam em atuar sobre o ambiente onde o aluno se inseria,
desenvolver atividades dirigidas à comunidade escolar e promover a articulação dos
serviços de saúde. Entretanto foram acontecendo mudanças significativas que ocorreram

21
nos sistemas de saúde e de educação: novas estratégias, novas formas de gestão, novas
orgânicas em ambos os Ministérios.

Ao nível internacional, a Rede Europeia de Escolas Promotoras de Saúde foi criada em


1991 pela Organização Mundial de Saúde, juntamente com a Comissão das Comunidades
Europeias e o Conselho da Europa, à qual se puderam associar os países europeus que
souberam cumprir os requisitos políticos e administrativos necessários para o efeito
(Rocha & al., 2012).

Em Portugal, o setor da educação - através do «Programa de Promoção e Educação para a


Saúde» - e o setor da saúde, através da Direção-Geral da Saúde, acordaram os objetivos e
estratégias para a implementação de escolas promotoras de saúde no país (Faria H. A.,
2004).

A filosofia subjacente ao conceito de Educação Para a Saúde (EPS) implica a participação


dos serviços de saúde, mais concretamente dos centros de saúde, através da criação de
parcerias com as escolas, no sentido de facilitarem a criação de condições para que os
alunos e a comunidade educativa em geral desenvolvam plenamente as suas
potencialidades e adquiram competências que lhes permitam fazer escolhas saudáveis
(Faria H. A., 2004).

Ainda de acordo com Faria & Carvalho (2004), o percurso da saúde escolar ao longo dos
anos em Portugal tem sofrido alterações significativas, sob a tutela de vários ministérios,
com predominância para os ministérios da educação e da saúde. A incorporação de
programas de educação em saúde em contexto escolar é cada vez mais comum nos países
europeus, uma vez que a ação preventiva tem vindo a ganhar muita importância para a
saúde pública. Assim, as escolas são os locais de maior acesso aos grupos de risco, neste
caso os jovens. É nas escolas que os profissionais de saúde conseguem encontrar soluções
simples e acessíveis, sem necessidade de grandes investimentos e recursos adicionais,

22
para estar mais perto destes jovens. No contexto escolar é possível ter uma abordagem
pouco dispendiosa, mais realista e viável.

Para os referidos autores, as alterações dos paradigmas da saúde e da educação suscitam


a otimização do tempo e espaço escolares. Para tal, são necessárias intervenções
dinamizadas por profissionais de áreas diversas, com formação específica e atuando na
sua esfera de competências, num trabalho multidisciplinar e multissetorial, orientado
pelos princípios da escola promotora de saúde. Os enfermeiros têm um papel
fundamental, na manutenção de um desenvolvimento saudável e no apoio às famílias
através do incentivo, promoção e prestação de cuidados, sobretudo porque a escola, em
particular a escola promotora de saúde, passou a constituir um local por excelência para
trabalhar com os alunos, professores, pais e comunidade envolvente no sentido de os
capacitar para opções saudáveis.

3.1 Programa Nacional de Saúde Escolar 2015


A Direção Geral de Saúde (DGS) refere que o PNSE|2015 “é o instrumento orientador das
políticas nacionais relacionadas com a promoção da saúde em meio escolar, e resulta da
necessidade de adequar o anterior PNSE aos novos desafios inerentes à saúde da
população portuguesa atual, especialmente das crianças e jovens, e à reorganização dos
Serviços de Saúde” (DGS, 2015, p. 18). O PNSE “foi concebido tendo em conta o Plano
Nacional de Saúde 2012-2016 e a sua revisão e extensão a 2020, os objetivos e estratégias
da OMS para a Região Europeia, Health 2020, e os princípios das EPS, School for Health in
Europe (SHE)” (DGS, 2015, p. 18).

As estratégias do PNSE estão relacionadas com a melhoria da saúde das crianças e dos
jovens e da restante comunidade educativa, com propostas de atividades assentes em dois
pressupostos: a vigilância e proteção da saúde e a aquisição de conhecimentos,
capacidades e competências em promoção da saúde. No desenvolvimento destas
atividades, as equipas de SE assumem um papel chave na gestão dos determinantes da

23
saúde da comunidade educativa, contribuindo para a obtenção de ganhos em saúde, a
médio e longo prazo, da população portuguesa.

Segundo a DGS, o PNSE destina-se a toda a comunidade educativa (educadores de


infância, professores, auxiliares de ação educativa, alunos, pais e encarregados de
educação e outros profissionais) dos Jardins de-infância, das Escolas do Ensino Básico e do
Ensino Secundário e instituições com intervenção na população escolar e desenvolve-se
nos estabelecimentos de educação e ensino do Ministério da Educação, nas Instituições
Particulares de Solidariedade Social, e noutros estabelecimentos cuja população seja
considerada mais vulnerável ou de risco acrescido (DGS, 2015).

As intervenções em ambiente escolar requerem envolvimento de toda a comunidade


educativa e exigem compromissos dos Sistemas de Saúde, Educação, Segurança Social,
Autarquias, entre outros, visando a promoção da saúde, a prevenção da doença, a redução
das desigualdades, a continuidade dos programas e a sustentabilidade das ações de
capacitação da comunidade educativa.

No âmbito do PNSE, todos os fatores que influenciam a saúde, a nível individual e coletivo,
relacionam-se e articulam-se nos seguintes eixos:
Eixo 1. Capacitação;
Eixo 2. Ambiente escolar e saúde;
Eixo 3. Condições de saúde;
Eixo 4. Qualidade e Inovação;
Eixo 5. Formação e investigação em Saúde Escolar;
Eixo 6. Parcerias.

Em cada eixo desenvolvem-se as áreas de intervenção e os objetivos operacionais, a que


correspondem estratégias de intervenção da SE para o quinquénio 2015-2020. “Pretende-
se, neles, uma abordagem holística da Saúde na Escola ou da Escola como um Todo, que
reconheça a importância do processo educativo e da promoção da saúde na adoção de
estilos de vida saudável e uma aproximação ao modelo de intervenção das EPS nas suas
seis componentes: políticas escolares saudáveis; ambiente físico; ambiente social;

24
competências individuais e capacidades para a ação; parcerias; participação ativa da SE”
(DGS, 2015, p. 21).

3.2 O Papel do Enfermeiro na Saúde Escolar


Com a reforma dos Cuidados de Saúde Primários, publicada pelo Decreto-Lei nº 28/2008,
surgem as Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC), unidades que prestam cuidados
de saúde, apoio psicológico e social de âmbito domiciliário e comunitário. As UCC
integram programas e projetos, como o PNSE, e encontram-se em estreita articulação com
a unidade de saúde pública e restantes unidades funcionais dos agrupamentos de centros
de saúde.

O PNSE assume um papel de excelência na gestão dos determinantes de saúde de toda a


comunidade educativa, com ganhos em saúde a médio e longo prazo (OE, 2013). Assim, e
para que se possam alcançar ganhos em saúde e alterações de comportamento, a
intervenção do enfermeiro é fundamental e deve trabalhar em cooperação com toda a
população envolvida (docentes, não-docentes e encarregados de educação), assegurando
supervisão e educação para a Saúde de forma contínua (DGS, Programa Nacional de Saúde
Escolar 2015 - PNSE, 2015).

A equipa nuclear de saúde escolar é constituída por profissionais de saúde


multidisciplinares do agrupamento de centros de saúde, maioritariamente especialistas de
Saúde Comunitária; de saúde infantil e Enfermeiros generalistas a exercer cuidados de
saúde primários, assumindo os enfermeiros na maioria dos casos o papel de interlocutores
da saúde nas escolas. Tomar medidas para eliminar as disparidades na saúde começa por
compreender os determinantes sociais da saúde dentro de uma comunidade e identificar
estratégias que possam promover intervenções a montante. A presença do enfermeiro nas
escolas, constitui assim vantagem para o estabelecimento de ensino, permitindo o
planeamento e execução de cuidados de enfermagem adaptados à comunidade escolar,
indo ao encontro das necessidades reais identificadas (NASN, 2016).

25
Os enfermeiros enquanto profissionais de saúde possuem conhecimentos e competências
para intervir a nível da Saúde Escolar, otimizando capacidades de comunicação e
cooperação, tendo um papel determinante na operacionalização do PNSE. Os padrões de
qualidade dos cuidados de enfermagem, definidos pela Ordem dos Enfermeiros em 2001,
orientam para a importância da intervenção do enfermeiro enquanto agente de educação
para a saúde, ao referir que, na procura constante pela excelência no exercício
profissional, o enfermeiro ajuda os utentes a obterem o máximo potencial de saúde,
através da identificação da situação de saúde da população e dos recursos da pessoa,
família e comunidade (DGS, Programa Nacional de Saúde Escolar 2015 - PNSE, 2015).

Existem diferentes áreas de atuação do enfermeiro em ambiente escolar: promoção do


desenvolvimento integral da criança e do adolescente em contexto escolar; liderança nos
processos de PS e segurança, incluindo um ambiente escolar saudável; prestação de
cuidados de saúde de qualidade e intervenção nos problemas reais e potenciais de saúde;
avaliação clínica de enfermagem na prestação e gestão de situações de saúde; colaboração
ativa com outros profissionais, de modo a estabelecer processos de adaptação,
autogestão, autodefesa e aprendizagem, com as crianças, os adolescentes e as suas
famílias (DGS, Programa Nacional de Saúde Escolar 2015 - PNSE, 2015).

Como agentes de mudança, os enfermeiros escolares desenvolvem e implementam


programas adequados de promoção da saúde em benefício da comunidade, na esperança
de influenciar a política e fazer o movimento a montante. Os enfermeiros escolares vêm
em primeira mão como a ação pode impulsionar a mudança e prevenir acontecimentos
adversos graves (DGS, Programa Nacional de Saúde Escolar 2015 - PNSE, 2015).

O enfermeiro possui um contacto próximo e privilegiado com as pessoas na comunidade e


é responsável pela satisfação das necessidades individuais e coletivas, identificando
problemas e intervindo de forma adequada. Na saúde escolar ele é um elemento fulcral na
EpS, nomeadamente na promoção de estilos de vida saudáveis (NASN, 2016; (DGS,
Programa Nacional de Saúde Escolar 2015 - PNSE, 2015).

26
Neste sentido, é da responsabilidade do enfermeiro responsável pela SE, a realização de
ações de Educação para a Saúde (EpS) que promovam o desenvolvimento de
competências das crianças e adolescentes, de forma a trabalhar e preparar a tomada de
decisão no âmbito da saúde. Relativamente a EpS, em idade escolar, destaca-se a
importância de dar a conhecer hábitos de vida, atitudes e condutas relacionadas com a
saúde, assim como fatores que influenciam a mesma (Hockenberry & Wilson, 2014).

Assim, para ser efetivo, um programa de EpS deve centrar-se em conceitos de saúde que
vão ao encontro às necessidades específicas de uma determinada população e deve
promover o envolvimento dos encarregados de educação, de forma a garantir que os
ensinos veiculados sejam reforçados em casa (Hockenberry & Wilson, 2014).

Na EpS, a relação que o profissional estabelece com o grupo é primordial, para garantir a
sua motivação. A capacidade de comunicar é fundamental para o estabelecimento dessa
relação, que deve ser empática, baseada no respeito pela individualidade, na privacidade,
na confidencialidade e na autonomia dos adolescentes. Além da motivação, o
envolvimento é um fator importante para a adoção de comportamentos saudáveis que
melhorem o estado de saúde, uma vez que havendo uma partilha ativa entre os
participantes há uma maior adesão (Antunes, 2008). Com o propósito de desenvolver
uma intervenção assertiva na promoção do desenvolvimento da criança e do adolescente,
o enfermeiro deve associar ao seu conhecimento o perfil de desenvolvimento do
indivíduo, uma vez que precisa de melhorar o nível de saúde, através de estratégias de EpS
mais eficazes (Ordem dos Enfermeiros, 2010).

3.3 Estilos de Vida


Partindo da importância do estilo de vida e do bem-estar como conceitos determinantes e
condicionantes para a saúde dos adolescentes e a sua influência futura, a identidade e a
autonomia são consideradas a base fundamental na promoção da saúde enquanto
processo de habilitar as pessoas para melhorar e aumentar o controlo sobre a sua saúde e
aquisição de comportamentos protetores da saúde (Franco, Beja, Candeias, & Santos,
27
2017).

O estilo de vida, pode ser entendido como o “conjunto de hábitos e comportamentos de


resposta às situações do dia-a-dia, aprendidos através do processo de socialização e
constantemente reinterpretados e testados ao longo do ciclo de vida e em diferentes
situações sociais”16; o estilo de vida é o reflexo de atitudes, valores, oportunidades e
formas de agir de cada pessoa perante o seu capital de saúde ao longo da vida pelas
opções individuais que faz (Marques Silva, Brito, & Amado, 2014).

Segundo Castiel e Vasconcellos-Silva citado in (Júnior & al, 2013, p. 73 ), o estilo de vida
pode ser entendido como um “conjunto integrado de práticas individuais orientadas para
necessidades utilitárias do agir e do ser, aparentemente automáticas, relativas à
alimentação, vestuário, formas de morar e modos de deslocar-se em espaços e ambiente
diversos”. O conceito de estilo de vida abrange todos os domínios de ação e pensamento
humano (educação, recreio/lazer, nutrição, paz, justiça, trabalho, família, habitação,
higiene, segurança, alimentação, recursos económicos/ambientais, tabagismo, alcoolismo,
comportamentos de risco em relação às drogas ilícitas e às infeções sexualmente
transmissíveis) como o modo típico de viver que carateriza um indivíduo ou grupo (Brito,
Gordia, & Quadros, 2014).

A literatura documenta a importância que os hábitos pessoais e o estilo de vida têm na


saúde das pessoas. Aumentam as evidências de que o modo de viver a vida representa
diferencial para a saúde e qualidade de vida na atualidade. Um estilo de vida saudável é
necessário para manter a saúde física, mental, social e espiritual da pessoa (Brito, Gordia,
& Quadros, 2014).

Salienta-se o contributo de Nahas (2000) no processo evolutivo do conceito ideal de estilo


de vida, determinado por múltiplos fatores, individuais e socioambientais, modificáveis ou
não, mas que sugerem a capacidade do indivíduo, inserido numa determinada população,
permitindo avaliar e sintetizar todos os elementos principais que definem e determinam a
16
Estilos de vida. Disponível em https://www.dgs.pt/paginas-de-sistema/saude-de-a-a-z/saude-escolar/
estilos-de-vida.aspx. 30.11.2021.
28
qualidade de vida e bem-estar ideal num dado momento cronológico (Júnior & al, 2013).

Atualmente, o conceito de saúde influencia de forma direta o estado de saúde e a


qualidade de vida das populações, grupos sociais ou indivíduos. Sendo o estilo de vida um
fator determinante para a condição de vida satisfatória ou não, é considerado fundamental
na promoção da saúde e redução da mortalidade por todas as causas que a provocam
(Nahas & Garcia, 2011).

Vários autores, incluindo Nahas, destacam que os maiores riscos à saúde e ao bem estar
das populações dependem do comportamento individual às informações disponíveis, das
28 barreiras sociais e particularidades de cada grupo social (Júnior & al, 2013).

Os comportamentos relacionados com a saúde sofrem influência direta nos contextos


interpessoais em que os adolescentes vivem, proporcionando fatores positivos e
negativos. Os fatores positivos promovem a saúde e bem-estar dos indivíduos
representados por Nahas como o “Pentáculo do Bem-estar” e incluem as dimensões
Nutrição, Atividade Física, Comportamento Preventivo, Relacionamentos, Stress (Nahas,
Barros, & Francalacci, 2015).

As alterações ao estilo de vida ou aquisições de comportamentos e atitudes negativas


(fumar e consumir álcool) segundo Pimentel (2013) citado in (Júnior & al, 2013) fazem
parte integrante de um processo de aprendizagem exploratório, construtivo e são
manifestação das primeiras decisões independentes como adolescentes quando não
sujeitas a controle parental ou são promovidas como rituais de integração no meio
envolvente. Estes fatores negativos (fumo, álcool, drogas, stress, isolamento social,
sedentarismo, esforços intensos ou repetitivos) podem ser controlados e modificáveis e
estão associados à influência que o meio exerce sobre as pessoas.

Os contextos que fornecem recursos positivos são menos propensos à aquisição de


comportamentos de risco e mais propensos ao desenvolvimento de comportamentos
protetores de saúde (Vieira, Alves, Dias, S., & Fonseca, 2015). Assim, um ambiente mais
saudável proporcionará um estilo de vida com melhor qualidade de saúde (Langoni, Aerts,
29
Alves, & Câmara, 2012).

3.4 O instrumento ‘FANTÁSTICO’


Conforme já descrito, o Ensaio Clínico foi realizado no âmbito da Saúde Escolar, campo de
ação onde o enfermeiro é elemento fulcral, nomeadamente na promoção de estilos de
vida saudáveis. A população-alvo de intervenção foram os alunos do 7º ano, através do
diagnóstico de intervenção aos ‘Estilos de Vida’ nas seguintes dimensões do instrumento
designado por FANTASTICO. O acrónimo diz respeito às seguintes dimensões:

F – Família e Amigos;
A – Atividade física / Associativismo;
N – Nutrição;
T – Tabaco;
Á – Álcool e outras drogas ;
S – Sono / Stress ;
T – Tipo de personalidade / Escola;
I – Introspeção;
C – Comportamentos de Saúde;
O – Outros comportamentos.

Logo, para enquadrar teoricamente este trabalho de investigação, importa compreender


como o instrumento contextualiza cada um dos tópicos:

Família e Amigos
A família e os amigos fazem parte do suporte social informal do indivíduo. O apoio social
tem sido visto como fundamental no processo de controlo de doenças, existindo dois tipos
ou fontes: a informal e a formal . A informal inclui familiares, amigos, vizinhos, grupos sociais
(e.g., clubes, igreja), entre outros, que são passíveis de fornecer apoio nas atividades diárias
em resposta a determinados acontecimentos. As redes de suporte social formais dizem
respeito a hospitais, serviços de saúde, profissionais de saúde, entre outros que se encontram

30
organizadas para conceder uma assistência ou ajuda aos indivíduos que delas necessitam
(Pais-Ribeiro, 2011).

Atividade Física e Associativismo


É cada vez mais aceite que a atividade física e a saúde se encontram interligadas. Segundo
dados mundiais da OMS (2010), cerca de 2 milhões de mortes ocorrem associadas à
inatividade física. Entre 10 a 16% das mortes relacionadas com casos de cancro de mama,
cancro de cólon e diabetes, bem como aproximadamente 22% da doença isquémica
cardíaca têm como principal causa a falta de atividade física.

Um estilo de vida sedentário tem vindo a enraizar-se nas sociedades desenvolvidas, com
efeito negativo ao nível da saúde, refletindo-se na taxa de mortalidade e de morbilidade
cardiovascular, bem como no risco acrescido de obesidade (Leite de Pinho, 2017).

A atividade física previne variadas doenças, nomeadamente cardiovasculares, metabólicas


e músculo-esqueléticas, tendo um papel crucial na prevenção da osteoporose, obesidade,
alguns tipos de cancro e depressão (Coelho & Burini, 2009).

Os benefícios da atividade física na saúde estão para além dos físicos, pois compreende-se
que outros domínios acabam por ser beneficiados, nomeadamente o afetivo, o social e o
cognitivo (Bailey, 2006), reforçando-se, aqui, a importância do associativismo enquanto
fator que promove maior interação, envolvimento e participação. O CDC sugere que o
exercício físico associado a uma alimentação saudável potencia a esperança de vida, a QdV
e reduz o risco de variadas doenças crónicas, com especial impacto ao nível económico, na
medida em que reduz os custos para a saúde17.

Nutrição

17
Center for Desease Control. Disponível em: https://www.cdc.gov/. Consultado em 01.12.2021.
31
Comer uma dieta saudável e equilibrada acompanhada de exercício físico regular é
essencial para manter a saúde física e mental e o bem-estar. Não só são eficazes na
prevenção do ganho excessivo de peso ou na manutenção da perda de peso, como estilos
de vida mais saudáveis estão também associados à melhoria do sono e do humor. A
atividade física melhora particularmente a função e os resultados relacionados com o
sistema nervoso. A obesidade infantil é um problema de saúde pública a nível mundial
preocupante, sendo um dos mais sérios desafios do século XXI.

O comportamento alimentar é influenciado por vários fatores, internos e externos,


nomeadamente as necessidades nutricionais e energéticas, os hábitos alimentares da
família, o contexto social, os pares, a imagem corporal, entre outros. De uma forma
particular, a influência dos pares e a imagem corporal podem levar o adolescente a um
padrão alimentar desequilibrado, caracterizado por omissão de refeições, consumo de
lanches tipo snack e “fast-food” e ingestão excessiva de refrigerantes. (Bull,1992).

O consumo de lanches e snacks, energéticos, mas pobres em alguns nutrientes essenciais


ao crescimento, têm vindo a definir o padrão alimentar atual dos adolescentes, que
seguem um regime alimentar incorreto, prejudicial para um correto crescimento,
originado por uma ingestão deficiente de frutas, produtos hortícolas, leguminosas e
laticínios, ricos em ferro, cálcio, vitamina A, fibras, entre outros. Os hábitos alimentares
inadequados podem constituir fatores de risco para a obesidade e outras doenças
crónicas, nomeadamente a aterosclerose, a diabetes, as doenças cardiovasculares e
cancro.

A Direção Geral de Saúde refere que mais de 50% da população mundial será obesa em
2025, se a intervenção não for feita, já que ela é considerada uma epidemia do século XXI,
devido a estilos de vida sedentários18.

18
“Mais de 50% da população mundial será obesa em 2025”. Disponível em:
https://lifestyle.sapo.pt/saude/peso-e-nutricao/artigos/mais-de-50-da-populacao-mundial-sera-obesa-em-
2025. Consultado em: 08.12.2021
32
A obesidade é evitável e é o resultado de uma integração complexa e multifatorial de
fatores ambientais e sociais que influenciam os nossos padrões alimentares e de atividade
física. A falta de políticas de apoio levou à criação de um ambiente obesogénico que
simplesmente não permite que o público faça escolhas saudáveis facilmente.
Perante esta realidade, é importante recorrer a estratégias de prevenção que provoquem
mudanças nos hábitos alimentares, sendo os programas de Educação Alimentar (EA) uma
dessas estratégias. As intervenções neste âmbito devem integrar diferentes saberes e
incentivar decisões de consumo alimentar saudável e práticas de atividade física regular
desde idades precoces.

Tabaco
O consumo de tabaco é a primeira causa evitável de doença, incapacidade e morte
prematura nos países mais desenvolvidos, contribuindo para seis das oito primeiras causas
de morte a nível mundial19.
A nicotina é o principal constituinte do tabaco, sendo responsável pela dependência criada
nos consumidores, assumida como uma substância psicoativa que cria dependência física
e psicológica. Para além do seu impacto na mortalidade, fumar contribui para a
incapacidade e retira anos de vida saudável20.

Álcool e Drogas
O consumo de bebidas alcoólicas, é uma componente da região do Mediterrâneo,
consumido tradicionalmente, em quantidade moderada e integrada no momento da
refeição. A ingestão moderada de vinho tinto parece encontrar-se associada, em certas
situações, à redução do risco de doenças cardiovasculares, particularmente devido a seu
teor em compostos bioativos, responsáveis por uma ação antioxidante no organismo
humano (Anderson & Baumberg, 2006).

19
Tobbaco. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/tobacco. Consultado em:
20.12.2021.
20
Idem.
33
Todavia, a par dos benefícios de consumo moderado de vinho tinto em certos grupos da
população, o consumo de álcool possui efeitos nefastos para a saúde, quando ingerido em
quantidades excessivas (Pinho, Rodrigues, Franchini, & Graça, 2016).

Neste sentido, o consumo excessivo de álcool é identificado como fator responsável por
diversas doenças de foro neuropsiquiátrico (e.g., perturbações depressivas, perturbações
da ansiedade e esquizofrenia), gastrointestinal (e.g., cirrose hepática e pancreatite),
cardiovascular (e.g., hipertensão, doença isquémica do coração), bem como diversas
doenças oncológicas21.

Os comportamentos aditivos, entendidos como “processos de adição”, são


comportamentos com características impulsivas-compulsivas em relação a diferentes
atividades ou condutas, como por exemplo: substâncias psicoativas, drogas, jogos, entre
outros, envolvendo também um potencial de prazer. (Plano Nacional para a Redução dos
Comportamentos Aditivos, 2013). A continuidade e a persistência deste tipo de
comportamento, coexistindo com outros fatores neurobiológicos, psicológicos, genéticos e
ambientais, poderá evoluir para dependência.

A prevenção destes consumos, em meio escolar, é mais efetiva, quanto maior for a
abordagem global, devendo envolver toda a comunidade educativa, e deve promover
relações positivas e um clima de escola favorável. Os fatores de risco e de proteção, de
natureza biológica, psicológica e social, internos ou externos aos indivíduos, atravessam os
vários domínios da vida e aumentam ou reduzem o potencial de consumo de substâncias
psicoativas e de comportamentos aditivos. Por isso, é fundamental priorizar intervenções
com caráter de continuidade, pedagogicamente adequadas ao nível de ensino e baseadas
na evidência científica

21
Alcohol use and your Health. CDC. Disponível em: https://www.cdc.gov/alcohol/fact-sheets/alcohol-
use.htm. Consultado em 20.12.2021.
34
Sono e Stress
O sono é tido como um processo dinâmico e reversível, traduzido num estado
comportamental de desligamento percetual e de não responsividade para com o
ambiente. Ele integra uma complexa amálgama de processos fisiológicos e
comportamentais (Carskadon & Dement, 2011).

As principais caraterísticas que marcam o sono são a modificação do estado de


consciência, as alterações posturais e a diminuição da sensibilidade aos estímulos externos
(Gomes, Quinhones, & Engelhardt, 2010).

O sono faz parte do ritmo biológico e cobre cerca de um terço da vida dos seres humanos,
sendo responsável pela restauração do corpo e da mente, pelo que é importante (ao nível
da quantidade e qualidade) para que as diversas atividades diárias possam ser realizadas
(Hill, Hogan, & Karmiloff-Smith, 2007).

Todos os indivíduos possuem uma duração de sono pessoal, estando esta associada a
fatores genéticos e podendo variar entre um mínimo de três a um máximo de dezasseis
horas. Sabe-se que um indivíduo dormiu o suficiente se acordar descansado e não tiver
vontade de dormir durante o dia, permanecendo em alerta (Júnior & al, 2013).

Assim, embora seja adequado dormir, para a maioria das pessoas, entre 7 a 8 horas por
noite, é comum encontrar necessidades que variam entre 4 a 10 horas (Ambrósio & Geib,
2008). Por outro lado, há indivíduos que necessitam de dormir entre 4 a 5 horas para se
manterem produtivos e ativos, designados de short-sleepers, enquanto outros necessitam
de dormir pelo menos 9 horas para fazerem a sua vida normal, designados de long-
sleepers (Rente & Pimentel, 2004).

35
Os fatores ambientais, como a temperatura, o ruído e a luz são igualmente tidos como
influenciadores do sono (Okamoto-Mizuno & Mizuno, 2012).

As perturbações diversas são as causas presentes na perturbação do sono, nomeadamente


a má higiene do sono, doenças psicológicas, fatores comportamentais, isolamento social,
alterações na personalidade e estados de saúde (Chen, et al., 2012; Drabovicz & al., 2012).

Estima-se que os diversos problemas de sono afetem um terço da população adulta


mundial, havendo uma prevalência prevista entre 15% a 27%, assinalando que cerca de 70
milhões de pessoas sofre algum tipo de problema de sono só nos Estados Unidos
(Cardoso, Borges, & Veech, 2009).

Tipo de Personalidade / Escola

O trabalho é visto como um fator protetor para a saúde, todavia, poderá ser um fator de
risco, nomeadamente quando se encontra associado a condições precárias (Haisch &
Meyers, 2004). Neste sentido, se há indivíduos que pensam em deixar o seu trabalho,
outros permanecem no mesmo, sendo que a sua produtividade pode ficar aquém do real
potencial que têm para dar, ocasionando problemas ao nível da qualidade do trabalho que
desenvolvem (Cumbe, 2010).

A Saúde mental e competências socio emocionais ocupam um lugar de destaque, para a


obtenção de mais ganhos em saúde no processo de capacitação e são a base comum da
promoção de estilo de vida saudável e prevenção de comportamentos de risco. A
Aprendizagem Socio emocional consiste no desenvolvimento de competências sociais e
emocionais pelas crianças, jovens e adultos, e corresponde aos conhecimentos, atitudes e
competências que cada um/a precisa consolidar para fazer escolhas coerentes consigo
próprio/a, ter relações interpessoais gratificantes e um comportamento socialmente
responsável e ético

36
Várias são as experiências vivenciadas na escola que têm repercussões na saúde de
crianças, jovens e adultos envolvidos, e que necessitam da compreensão e intervenção de
outras áreas de saber. A saúde mental, à luz da evidência científica atual, surge como área
prioritária de intervenção em meio escolar e traduzir-se-á em mais qualidade quanto
maior for a interação entre a criança ou jovem, a família, a escola e o meio sociocultural
em que se encontram inseridas/os. Em Portugal, o PNSE, considera prioritária, a promoção
da saúde mental, através do desenvolvimento de competências pessoais e sociais,
aumento da resiliência, promoção da autoestima e autonomia, com vista à prevenção de
comportamentos de risco. “A efetividade das intervenções de promoção da saúde mental
na escola revela-se na melhoria da ligação entre esta, a família e a comunidade, na
redução do abandono, do insucesso e dos comportamentos violentos em meio escolar,
com repercussões nos resultados académicos e nos ganhos em saúde da comunidade
educativa.” (DGS, 2016, pg. 13)

Introspeção
A introspeção é um outro aspeto associado à saúde e aos estilos de vida, na medida em
que se refere ao ato, através do qual, o indivíduo observa os conteúdos dos seus próprios
estados mentais, estando por isso associado à sua saúde física e mental e não deve ser
considerado um conceito meramente fisiológico, mas sim associado à consciência imediata
(Dishman, Heath, & Washburn, 2004).

Os problemas associados aos afetos negativos (como a falta de otimismo, depressão,


tristeza, desapontamento, apreensão, cansaço físico e emocional) encontram-se inseridos
nos processos de introspeção (Anez, Silva, Paris Jr., & Bedregal, 2008).

Comportamento Saúde

37
Os comportamentos saúde , são um outro aspeto da saúde e dos estilos de vida, uma vez
que a estes se encontram associados determinados comportamentos de risco que podem
perigar a saúde (Silva, 2008).

Por comportamentos aditivos sem substância (jogo, internet e outros) entende-se toda a
conduta repetitiva que produz prazer e alívio tensional, sobretudo nas suas primeiras
etapas, e que leva a uma perda de controlo da mesma, perturbando severamente a vida
quotidiana, a nível familiar, laboral ou social, que pode acentuar-se no tempo e conduzir a
uma dependência.” (Pereira, Cunha, 2017). A boa utilização das Tecnologias de Informação
e Comunicação (TIC) em contexto escolar pode ser uma oportunidade para inovar e
capacitar a comunidade educativa, mas o inverso torna-os mais expostos a adições,
provocações (cyber-bullying), intimidações e assédio e eventuais consequências,
imprevisíveis, de um ‘marco digital’ que pode ser explorado indevidamente.

Numa estratégia de prevenção em meio escolar, o significado do consumo deve ser


debatido com os alunos, em sessões de sensibilização mais global, acompanhadas de
pesquisa orientada pelo professor/equipa de saúde escolar e sempre associadas ao
trabalho de grupo.

A promoção da saúde é, assim, tarefa dos agentes nos diversos contextos de relação e de
crescimento que o indivíduo «habita», de que se podem destacar a Família e a Escola, mas
que implica necessariamente toda a comunidade onde se destaca a SE.

Outros Comportamentos (Segurança e Proteção Rodoviária)


Outros comportamentos que se associam aos estilos de vida saudáveis passam pela
segurança e proteção. Os acidentes rodoviários são um dos problemas de saúde pública
mais preocupantes nos países ocidentais devido à magnitude do problema e ao facto de
afetar uma grande proporção de pessoas em todas as idades, nomeadamente as mais
jovens (Sáenz González & Mirón-Canelo, 2008).

38
Estima-se que, no mundo, todos os anos existam mais de 750 000 mortes e mais de 20
milhões de feridos devido a acidentes rodoviários, sendo que 10 milhões padecem de
incapacidades permanentes. Reconhece-se uma importância crescente conferida às
medidas de prevenção de acidentes, bem como de promoção da educação para a saúde,
na modificação de comportamentos que possam reforçar a segurança e a prevenção de
acidentes. Estas medidas estão igualmente alinhadas com as competências específicas do
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária (EEEC) e dos seus diversos níveis de
ação na promoção da saúde ao indivíduo, grupos e comunidade.

Assim, em Portugal, no ano de 2015, houve uma aposta na prevenção e fiscalização


seletiva de comportamentos de risco em matéria de segurança, nomeadamente consumo
de álcool, substâncias psicotrópicas, excesso de velocidade, uso de telemóvel e outros
aparelhos eletrónicos, uso de cinto de segurança e fadiga, enquanto eixos prioritários das
forças policiais e de todas as entidades com responsabilidade direta ou indireta neste
âmbito22.

5. MAIEC
6. Metodologia
6.1. Planeamento em saúde
6.2. Diagnóstico de situação
6.3. Pertinência do estudo
6.4. Finalidade do estudo
6.5. Seleção do público-alvo
6.6. Instrumentos de recolha de dado
6.6.1. Descrição da recolha de dados
6.6.2. Variáveis
6.6.3. Análise dos resultados
7. Conclusão

22
Prevenção Rodoviária. Disponível em: https://www.psp.pt/Pages/atividades/TransitoPrev.aspx.Consultado
em 21.12.2021
39
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Anexos

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