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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

GWAZA MUTHINI

CURSO DE LICENCIATURA EM SAÚDE PÚBLICA

Protocolo de Pesquisa

ADÉSSIO BERNARDO CAETANO

NÍVEL PERCEPÇÃO DAS PUÉRPERAS SOBRE O BAIXO PESO


À NASCENÇA, CASO DO CENTRO DE SAÚDE DE ALBAZINE –
II SEMESTRE DE 2022

Marracuene, Abril de 2023


ADÉSSIO BERNARDO CAETANO

NÍVEL DE PERCEPÇÃO DAS PUÉRPERAS SOBRE O BAIXO PESO À


NASCENÇA, CASO DO CENTRO DE SAÚDE DE ALBAZINE –
II SEMESTRE DE 2022

Projecto a ser apresentado ao Instituto Superior de


Gestão e Empreendedorismo Gwaza Muthini
(ISGEGM), como requisito parcial para a obtenção do
Grau de Licenciatura em Saúde Pública sob orientação
do Supervisor Dr. Alexandre Mulhanga

Marracuene, Abril de 2023

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LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS

BPN – Baixo Peso à Nascença


CI – Crescimento Insuficiente
CISM – Centro de Investigação em Saúde de Manhiça
CPN – Consulta Pré-Natal
CS – Centro de Saúde
CSP – Cuidados de Saúde Primários
ESMI – Enfermeira de Saúde Materno-Infantil
g. - gramas
IMC – Índice de Massa Corporal
INS - Instituto Nacional de Saúde
ISGEGM – Instituto Superior de Gestão e Empreendedorismo Gwaza Muthini
MC – Mau Crescimento
MISAU – Ministério da Saúde
MTA – Medicina Tradicional e Alternativa
ODS – Objectivos do Desenvolvimento Sustentável
OMS – Organização Mundial da Saúde
ONU – Organização das Nações Unidas
PT – Parteira Tradicional
QI – Quociente de Inteligência
RCIU – Restrição de Crescimento Intra-Uterino
RN – Recém-nascido
SISMA – Sistema de Informação de Saúde para Monitoria e Avaliação
SMI – Saúde Materno-Infantil
SNI - Saúde Neonatal e Infantil
TBPN – Taxa de Baixo Peso à Nascença
TMC – Taxa de Mau Crescimento
UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância
US – Unidade Sanitária
WHO – World Helath Organization

ii
Índice
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS ........................................................ ii

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

Contextualização ......................................................................................................................... 1

Delimitação do Tema................................................................................................................... 2

Definição do Problema e Justificativa ......................................................................................... 3

Definição do Problema ................................................................................................................ 3

Justificativa.................................................................................................................................. 4

Objectivos.................................................................................................................................... 5

Objectivos Geral .......................................................................................................................... 5

Objectivos Específicos ................................................................................................................ 5

Hipóteses de Pesquisa ................................................................................................................. 5

REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................................... 6

Conceitos chave........................................................................................................................... 6

Factores de risco .......................................................................................................................... 7

1.1. Importância da Consulta Pré-Natal (CPN) ....................................................................... 9

Estudos sobre a temática ........................................................................................................... 10

Outras contribuições .................................................................................................................. 12

METODOLOGIA ..................................................................................................................... 13

Conceito .................................................................................................................................... 13

Local do estudo ......................................................................................................................... 13

Tipo de estudo quanto à/ao:....................................................................................................... 14

Instrumentos e técnicas e para recolha de dados ....................................................................... 15

Variáveis .................................................................................................................................... 15

População de estudo e tamanho amostra ................................................................................... 16

iii
Critérios de inclusão e exclusão ................................................................................................ 16

Procedimentos para recolha de dados ....................................................................................... 17

Análise e interpretação dos dados ............................................................................................. 17

Considerações éticas ................................................................................................................. 17

Resultados Esperados ................................................................................................................ 18

CRONOGRAMA DE ACTIIVDADES E ORCAMENTAÇÃO .............................................. 18

Cronograma de actividades ....................................................................................................... 18

Orçamentação ............................................................................................................................ 19

REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS ...................................................................................... 20

APÊNDICES E ANEXOS ........................................................................................................ 21

iv
1. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização

A gravidez é uma fase extremamente importante para a vida da maior parte das mulheres,
contudo não deixa de ser um período em que são múltiplos os factores que podem interferir de
forma directa ou indirecta no seu desfecho e por consequência influenciar no peso ao nascer da
criança. Dentro desses factores destacam-se os maternos, socioeconómicos, genéticos,
placentários, nutricionais, hormonais ou ambientais (MISAU, 2006).

O Baixo Peso ao Nascer (BPN), é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como
recém-nascidos (RNs) vivos com peso inferior à 2500 gramas (g). De acordo com a OMS,
estima-se que 15 à 20% dos recém-nascidos em todo o mundo apresentam baixo peso ao nascer,
o que representaria mais de 20 milhões de nascimentos por ano. Além disso, existem variações
nas proporções de BPN entre as regiões, sendo de 28% no sul da Ásia, 13% na África
subsaariana e de 9% na América Latina (OMS, 2014).

O peso do recém-nascido é um indicador importante da saúde e nutrição materna e fetal, OMS et


al. (2019). Estudo similar realizado por Mitão et al. (2016), que pretendia determinar os factores
de risco associados ao BPN e resultados pré-natais adversos no Norte da Tanzânia, conclui que
BPN está associado a resultados pré-natais. Identificação precoce de factores de risco associados
ao BPN por meio da vigilância pré-natal, pode ajudar a prevenir o BPN. Defilipo et al. (2020),
destaca a necessidade de maior controlo nas consultas pré-natal e maior apoio das políticas
contra o tabagismo, em especial durante a gravidez.

Mundialmente, entre os anos 2000-2009, a taxa média de BPN foi de 14%, sendo que Portugal
apresentou um percentual de 8%. Contudo é nos países em desenvolvimento que essa taxa
apresenta valores mais elevados (24% na região sudeste), onde a Restrição do Crescimento
Intrauterino (RCIU) se torna o principal causador desse acontecimento, ao invés do nascimento
pré-termo que é o principal responsável nos países desenvolvidos (OMS, 2009).

Em Moçambique, a Taxa de Baixo Peso a Nascença (TBPN) foi de 2,5%, apesar de ter reduzido
a TBPN em relação ao ano anterior, a Cidade de Maputo ainda se mantém acima da meta
estabelecida com uma percentagem de 5,9% (MISAU, 2021).

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De acordo com a UNICEF (2019), recém-nascidos com BPN apresentam maior risco de morrer
nos primeiros 28 dias de vida (mortalidade neonatal). Os que sobrevivem têm maior
probabilidade de sofrer de crescimento atrofiado e Quociente de Inteligência (QI) mais baixo. As
consequências do BPN continuam na idade adulta, aumentando o risco de doenças crônicas que
surgem na idade adulta, como obesidade e diabetes (WHO, 2019).

É neste enquadramento, justificado pela importância da detecção dos factores associados ao BPN
para o indivíduo, família e sociedade e pela relevância do papel preponderante que a Enfermeira
de Saúde Materna-Infantil e Obstetra poderá ter na sua prevenção, que se decidiu enveredar no
presente estudo, para a temática: “Percepção das puérperas sobre o BPN”. O principal objectivo
do atendimento pré-natal é a monitorização da gravidez, de modo a reduzir os riscos que
contribuem para a morbi-mortalidade materna e perinatal. No atendimento ou assistência ao
parto, a qualidade do atendimento é essencial para a diminuição da mortalidade materna e
perinatal. Deste modo, uma das estratégias prioritárias é a realização dos partos nas Unidades
Sanitárias (US’s), priorizando os partos de Alto Risco Obstétrico (ARO) e a realização de partos
higiénicos em casa, através da capacitação das Parteiras Tradicionais (PT’s), existentes nas
comunidades.

Esta pesquisa tem em vista estudar o nível de percepção das puérperas em relação BPN e de que
forma pode ser influenciada por determinadas variáveis, concretamente, as socioeconómicas,
obstétricas e de assistência pré-natal.

1.1.1. Delimitação do Tema

A pesquisa está prevista a ser realizada no Centro de Saúde (CS) de Albazine, localizado no
Distrito Municipal de KaMavota, com enfoque para a área de Saúde Materno-Infantil, sendo que
irá abranger as puérperas daquela Unidade Sanitária (grupo alvo). O estudo será desenvolvido
entre os meses de Setembro e Outubro (última semana de Setembro à primeira quinzena de
Outubro), no período de 3 semanas.

O Centro de Saúde de Albazine é uma Unidade Sanitária que presta os serviços de Cuidados de
Saúde Primários (CSP), assegurando que as pessoas recebam cuidados completos, desde a
promoção e prevenção ao tratamento, reabilitação e cuidados paliativos, tão perto quanto
possível do seu ambiente diário.

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1.2. Definição do Problema e Justificativa
1.2.1. Definição do Problema

O BPN é uma questão de saúde pública com um impacto significativo individual, familiar e
social. Os recém-nascidos com esse peso apresentam alterações do vínculo, diminuição do
período de tempo de amamentação, maior risco de desenvolvimento de patologias crónicas
durante a sua vida adulta, uma maior propensão a atrasos de desenvolvimento e dificuldades de
aprendizagem, o que acarretará tanto para a família, como para a sociedade, onde estão inseridos
um custo elevado (Nogueira, 2010).

Mesmo com a promoção de políticas para expandir a capacidade de cobertura dos partos
institucionais e dos cuidados pré-natais, o BPN em Moçambique e suas complicações ainda é um
dos factores principais da morbimortalidade em recém-nascidos (MISAU. 2006).

A redução da prevalência do BPN não tem sido fácil, e apesar da extensiva pesquisa sobre a sua
etiologia, esta ainda permanece desconhecida em cerca de 30% dos casos clínicos (Nhatave,
2006).

Desta forma, o conhecimento das puérperas em relação aos factores de risco que contribuem para
baixo peso à nascença, é fundamental uma vez que poder-se tomar as medidas certas para evitar
o nascimento de recém-nascidos com baixo peso.

Segundo o relatório semestral do Sistema de Informação para Saúde Monitoria e Avaliação


(SISMA), do Centro de Saúde Albazine, registou-se um aumento na ordem de 55.6%, de casos
de Baixo peso à Nascença, passando de 36 casos em 556 nados vivos no ano de 2021, contra 56
casos em 633 nados vivos no ano 2022, correspondente à 6.5% e 8.8% de Taxa de Baixo Peso à
Nascença respectivamente, uma tendência crescente que constitui um problema à Saúde Pública.
É com base neste estudo que se pretende analisar o grau de conhecimento das puérperas em
relação aos factores de risco que contribuem para o baixo peso à nascença.

Com a pretensão de responder à algumas inquietações motivadas por esta temática, surge a
questão de investigação:

Qual é a o nível de percepção das puérperas atendidas no Centro de Saúde de Albazine em


relação aos factores de risco que contribuem para o Baixo Peso à Nascença?

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1.2.2. Justificativa

O BPN é um factor de risco para a morbi-mortalidade neonatal, e um indicador geral do nível de


saúde de uma população. Associa-se à baixos níveis de desenvolvimento socioeconómico,
características maternas e de assistência materno-infantil.

Uma das prioridades do MISAU em Moçambique, é a diminuição da mortalidade materna e


infanto-juvenil, tendo sido definidas para alcançar estes objectivos, as seguintes estratégias: o
atendimento na gravidez e no parto, o planeamento familiar, a imunização e o tratamento precoce
e correcto das doenças frequentes na infância.

A temática do BPN surge como de extrema importância, uma vez que entre ela e a mortalidade e
morbilidade infantil existem evidências de interligação. Efectivamente alguns estudos indicam
que a mortalidade neonatal é 20 vezes maior nos recém-nascidos de BPN e 200 vezes maior nos
que apresentam um muito baixo peso (≤1499g) quando comparados aos de peso normal.

No entanto, a escolha do local e da área de actuação, deveu-se ao facto de ser uma US que se
localiza na zona metropolitana da Cidade de Maputo (zona urbana), onde presume-se que a
comunidade residente (mães), tem mais acesso e com melhor qualidade os serviços de saúde,
comparativamente à da zona rural. Porém, segundo o SISMA, os casos de BPN mostram um
aumento recorrente de casos semestrais de baixo peso em 55.6% de 2021 para 2022, assim como
os dados anuais em 3.7%. Uma tendência crescente de casos que constitui um problema à Saúde
Pública, daí a necessidade de realizar-se o presente estudo nesta Unidade Sanitária por apresentar
taxas acima do padrão estimado pelo MISAU e o BPN está muitas vezes relacionado com
insuficiência de cuidados pré-natais e/ou espaçamento insuficiente entre uma gravidez e a
seguinte, alto grau de endemias, parasitoses intestinas ou a comunidade está desnutrida e
consequentemente tem um mau estado de saúde.

Nesta perspectiva, houve a necessidade de realizar-se o presente estudo, para avaliar o nível de
percepção das puérperas relativamente aos factores que favorecem o aparecimento do BPN, que
é fundamental para o planeamento e desenvolvimento de acções no âmbito da saúde materno-
infantil, visando melhorar a qualidade dos serviços de saúde prestados à população.

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1.3. Objectivos
1.3.1. Objectivos Geral
 Compreender o nível de percepção das puérperas em relação ao Baixo Peso à Nascença
no Centro de Saúde de Albazine.
1.3.2. Objectivos Específicos
 Descrever as características sociodemográficas, económicas, obstétricas e de
assistência pré-natal das puérperas;
 Identificar as fontes utilizadas pelas parturientes para obter informações sobre o de
Baixo Peso ao Nascer;
 Descrever o grau de conhecimento das puérperas sobre o Baixo Peso à Nascença;
 Descrever o nível de percepção das puérperas em relação aos cuidados a ter com
recém-nascido com baixo peso;
 Propor algumas práticas para evitar casos de baixo peso.

1.4. Hipóteses de Pesquisa

H0: As puérperas atendidas no Centro de Saúde de Albazine, demostram ter domínio do


conhecimento em relação ao Baixo Peso à Nascença e os cuidados a ter com recém-nascido com
baixo peso, que pode estar correlacionado com o acesso e qualidade dos serviços de saúde
prestados.

H1: As puérperas atendidas no Centro de Saúde de Albazine, desconheciam sobre o Baixo Peso à
Nascença e dos cuidados a ter com recém-nascido com baixo peso, o que pode estar a associado
à baixos níveis de desenvolvimento socioeconómico, características maternas, de assistência
materno-infantil e a falta de informação.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Para Prodanov & Freitas 2013, pontuam que a revisão da literatura irá contribuir para a obtenção
de informações sobre o real estado do objecto estudado; conhecer os aspectos que já foram
abordadas em outros estudos e discorrer sobre opiniões similares a diferentes e diferentes sobre o
problema de pesquisa.

De acordo com Bingre (2005), denomina-se a compilação, sistematização e apresentação dos


conceitos fundamentais para o desenvolvimento de uma investigação, quer na área científica
quer na área humanista.

2.1. Conceitos chave

Baixo Peso ao Nascer (BPN), corresponde a um peso ≤ 2499g do recém-nascido aquando do


nascimento, independentemente da sua idade gestacional (OMS, 2014).

Factor de risco, em se tratando de saúde, é qualquer situação que aumente a probabilidade de


ocorrência de uma doença ou agravo à saúde, a exemplo dos múltiplos factores causais
das doenças cardiovasculares (OMS, 2009).

Factores econômicos: estão principalmente relacionados com a pobreza uma vez que esta
contribui também para o fraco acesso aos serviços de saúde, à educação e a falta de capacidade
monetária para pagar os serviços e/ou medicamentos (MISAU, 2006).

Factores sócio-culturais: incluem a inequidade ao acesso dos serviços sociais, ao baixo nível de
educação das mães e as inadequadas práticas familiares no cuidado das crianças. Os factores
culturais principalmente ligados ao género têm uma grande influência na morbimortalidade
neonatal e infantil em Moçambique (MISAU, 2006).

Factores ligados ao gênero: devido as expectativas sociais à volta do género, práticas e


tradições culturais alguns pais e/ou tutores não consideram que a educação seja apropriada para
as crianças do sexo feminino. Outras razões frequentes para ausência das crianças do sexo
feminino nas escolas são os casamentos precoces e a gravidez. O fraco poder de decisão das
mães faz com que estas não procurem os serviços de saúde atempadamente (MISAU, 2006).

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Factores nutricionais: O estado nutricional das mães está relacionado com o estado de saúde da
criança e tem repercussão sobre o parto e o baixo peso ao nascer. concorrendo para a malnutrição
infantil. 8.6% das mulheres apresentavam um IMC < 18.5 (IDS 2003). Ciclos viciosos de ciclo
vicioso de malnutrição-infecção influenciam o bom crescimento e desenvolvimento cognitivo da
criança (MISAU, 2006).

Mortalidade materna, educação materna e pobreza: A mortalidade materna afecta


principalmente a sobrevivência das crianças. Por outro lado, em Moçambique, cerca de 68% das
mulheres adultas são analfabetas o que tem influência nos hábitos culturais concorrendo para
práticas nocivas e prejudiciais a saúde das crianças (MISAU, 2006).

Os factores sociais e económicos tendem a condicionar o BPN durante a gravidez, destacando-se


o emprego precário, que exige muitas vezes uma carga laboral elevada, o baixo nível de
escolaridade e o desemprego (Nogueira, 2010).

Factores de risco

Em 2018, investigadores da Fundação Owaldo Cruz e do Instituto Nacional de Saúde (INS)


identificaram os seguintes factores de risco para o BPN:

 O BPN é uma doença complexa, que se considera hereditária em um padrão familiar;


 Extremos de idade materna foram associados com o BPN; as mulheres com antecedentes
de baixo peso apresentaram o dobro do risco de ter recém-nascidos em situações
parecidas quando comparadas com as mulheres que pesavam 2500-2999g ao nascimento;
 O BPN é mais comum a primeira gravidez (primigesta) da mulher;
 O risco de BPN geralmente é menor quando há um espaçamento de pelo menos dois anos
entre gestações.

Segundo Febroso (2017), os principais factores de risco para o desenvolvimento do BPN são
primigestação, história prévia ou familiar de baixo peso, raça, género feminino, entre outros.
Nestas pacientes, deve-se ter atenção especial no pré-natal para realizar o diagnóstico do BPN o
mais cedo possível.

Resultados de Martis (2017), concluíram que, o histórico dos antecedentes familiares e pessoais,
as condições socioeconómicas desfavoráveis, como baixa escolaridade e baixa renda familiar,

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têm levado mulheres à gestação de alto risco, visto que essas situações estão associadas, em
geral, ao estresse e a piores condições nutricionais.

Gravidez na adolescência consiste na gravidez de uma adolescente. Apesar de a Organização


Mundial de Saúde considerar a adolescência como um período de dez a vinte anos na vida de um
indivíduo, cada país especifica a idade em que os seus cidadãos passam a ser considerados
adultos. Como factor fundamental para a ocorrência da gravidez, está a ocorrência da menarca, o
primeiro período menstrual, que ocorre próximo aos 12 à 15 anos, embora este valor varie de
acordo com a etnia e o peso. A média de idade da ocorrência da menarca tem diminuído com o
passar dos anos (Helena, 2009).

Gravidez ou gestação é o período de desenvolvimento durante o transporte de um embrião e,


posteriormente, de um feto, dentro de animais vivíparos (o embrião se desenvolve dentro do pai).
É típico para mamíferos, mas também ocorre para alguns não-mamíferos. Os mamíferos durante
a gravidez podem ter uma ou mais gestações ao mesmo tempo, por exemplo, em nascimentos
múltiplos (Gonzaga, et al., 2010).

Obstetrícia é a ciência da saúde e a profissão de saúde que lida com a gravidez, o parto e o
período pós-parto (incluindo os cuidados ao recém-nascido), além da saúde
sexual e reprodutiva das mulheres ao longo de suas vidas (MISAU, 2011).

Parto pós-termo, gestação prolongada, gestação pós-termo ou pós-datismo é a condição de


um bebê que ainda não nasceu após 42 semanas de gestação, ou seja, duas semanas além do
período normal (MISAU, 2011).

Parto pré-termo, também denominado parto prematuro, é o parto de um bebé antes das 37
semanas de idade gestacional. Estes bebés são denominados prematuros (MISAU, 2011).

Parto ou nascimento é o termo de uma gravidez, em que um ou mais bebés deixam o útero da
mulher (MISAU, 2011).

Puerpério, também chamado resguardo ou quarentena, é a fase pós-parto em que a mulher


experimenta modificações físicas e psíquicas. Este é o período de tempo que decorre desde a
dequitadura até que os órgãos reprodutores da mãe retornem ao seu estado pré-gravídico.
Nesta fase, a mulher é chamada de puerperal (MISAU, 2011).

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Recém-nascido, bebé (português europeu) ou bebê (português brasileiro), também designado
por lactente, é a denominação clínica usada em Pediatria dada à todas as crianças desde o 28º dia
após o nascimento até atingirem os 24 meses de idade. Até aos 28 dias de vida tem a designação
de recém-nascido e a partir dos 2 anos a designação é de criança (MISAU, 2011).

Saúde materna, refere-se ao “bem-estar físico de uma mulher que esteja grávida e inclui
cuidados pré-natais para a mulher e o bebé, cuidados durante o parto, e serviços pós-parto para a
mãe e o bebé” (UNICEF, 2009). A saúde materna são os cuidados médicos, nutrição e o bem
estar das mulheres antes, durante, e depois da gravidez

2.2.Importância da Consulta Pré-Natal (CPN) durante a Gestação

Consulta Pré-natal é a assistência na área da enfermagem e da medicina prestada à gestante


durante os nove meses de gravidez, visando melhorar e evitar problemas para a mãe e a
criança nesse período e no momento do parto. O principal objectivo da assistência pré-natal
é acolher a mulher desde o início de sua gravidez, período de mudanças físicas e emocionais,
que cada gestante vivencia de forma distinta (OMS, 2009).

A Consulta Pré-Natal revela-se como um momento adequado para desenvolver acções educativas
utilizando ferramentas como o diálogo, o vínculo e a escuta das gestantes e seus acompanhantes.
Essa estratégia de trabalho permite aproximação entre os profissionais de saúde e gestantes,
fortalecendo o conhecimento e o esclarecimento de dúvidas (Gomes, et al., 2019).

Para Ministério de Saúde Brasil (2015), a realização da CPN representa um papel fundamental
na prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, permitindo um
desenvolvimento saudável do bebé e reduzindo os factores de riscos da gestante e no momento
do parto.

Resultados de estudo feito em Malawi por Martins (2017), concluiu que, a consulta o pré-natal é
indicado pelas mulheres como sendo uma forma de esclarecer e informar as gestantes sobre o
risco do BPN, pois as formas tradicionais em relação a prevenção e tratamento da doença
entendem como factores de risco para a sua gravidade.

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Os conselhos nas CPN’s consistem em cuidados sobre a dieta alimentar; o conhecimento e
necessidade de evitar os diversos factores de risco que podem comprometer a gestação. Também
realizam análises que permitem diagnosticar doenças ou potenciais complicações; observar a
posição do feto; a campanha de imunização, entrega de rede mosquiteira para prevenir malária
durante o período prenatal e no puerpério, a disponibilização de fármacos e suplementação em
sal ferroso e ácido fólico entre outras actividades (Save the Children, 2011).

De salientar que a vigilância pré-natal está inevitavelmente vinculada à sua qualidade, facilidade
de acesso e, de extrema importância, ao cauteloso acompanhamento de cada grávida e não
unicamente ao total de consultas efectuadas.

Torna-se desta forma, extremamente importante a realização de uma assistência pré-natal


adequada, para que seja efectuada uma promoção de comportamentos saudáveis e
prevenção/tratamento/estabilização de doenças prévias ou da gravidez. Em suma, o principal
objectivo da vigilância pré-natal é o de assegurar o nascimento de uma criança saudável, sem
prejuízo nenhum para a saúde materna.

2.3. Estudos sobre a temática

De acordo com Every Preemie Scale, (OMS, 2019). Cerca de 17% de recém-nascidos nascem
com baixo peso em Moçambique, sendo um contributo para as mortes de recém-nascidos e
crianças, bem como no mau desenvolvimento.

Mundialmente, entre os anos 2000-2009, a taxa média de BPN foi de 14%, sendo que Portugal
apresentou um percentual de 8%. Contudo é nos países em desenvolvimento que essa taxa
apresenta valores mais elevados (24% na região sudeste), onde a Restrição do Crescimento
Intrauterino (RCIU) se torna o principal causador desse acontecimento, ao invés do nascimento
pré-termo que é o principal responsável nos países desenvolvidos.

Segundo o MISAU (2021) em Moçambique, a Taxa de Baixo Peso a Nascença (TBPN) foi de
2,5%, apesar de ter reduzido a TBPN em relação ao ano anterior, a Cidade de Maputo ainda se
mantém acima da meta estabelecida com uma percentagem de 5,9%.

De acordo com a UNICEF (2019), recém-nascidos com BPN apresentam maior risco de morrer
nos primeiros 28 dias de vida (mortalidade neonatal). Os que sobrevivem têm maior

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probabilidade de sofrer de crescimento atrofiado e Quociente de Inteligência (QI) mais baixo. As
consequências do BPN continuam na idade adulta, aumentando o risco de doenças crônicas que
surgem na idade adulta, como obesidade e diabetes (WHO, 2019).

Por conseguinte, o BPN pode ser atribuído aos dois fenómenos, ou combinação entre ambos: à
Restrição do Crescimento Intrauterino (RCIU) e ao parto pré-termo. Quando estes dois factores
se associam, tornam o BPN no mais importante indicador de mortalidade neonatal, perinatal e
infantil.

Vários estudos têm sido realizados na tentativa de identificar quais os factores desencadeantes
dos processos que levam ao aparecimento do baixo peso ao nascer. Das características mais
prevalentes surgem as: demográficas, socioeconómicas, maternas, obstétricas, de assistência pré-
natal e comportamentais. Estudos recentes têm referido a relação do BPN com as características
paternas, ambientais, nos casos de violência ou em situações de stress ou de depressão durante a
gravidez (Araújo, 2013).

Especificando, surgem-nos como factores associados, o estado civil, baixos níveis de


escolaridade, baixos rendimentos, emprego com exigência a trabalhos forçados, hábitos
alcoólicos, hábitos tabágicos, consumo de drogas, desejo e planeamento da gravidez, má
vigilância pré-natal, patologias prévias à gravidez e patologias durante a gravidez, extremos da
idade materna na vida reprodutiva, ganho ponderal inadequado, peso pré-gestacional baixo,
estatura materna, número de filhos, número de gestações, nascimentos múltiplos, intervalo
interparto, filhos anteriores com BPN, nascimento materno e paterno de BPN, características
paternas, factores genéticos, violência contra a mulher grávida, stress materno ou fetal,
depressão, o sexo da criança, infecções, a raça ou factores ambientais (Sass, 2011).

A determinação dos factores associados ao BPN tem sido controversa, o que explica a
dificuldade em encontrar os que realmente poderão estar associados a este evento. Dos factores
que, demonstradamente, se encontram ligados ao aparecimento do BPN, serão aprofundados
nesta pesquisa os socioeconómicos (idade materna, estado civil, escolaridade, rendimento mensal
e situação profissional), obstétricos (número de filhos e gestações, nascimentos múltiplos,
intervalo interparto, peso do 1º filho e idade gestacional) e de assistência pré-natal (desejo,
planeamento e vigilância da gravidez, patologias prévias e da gravidez, hábitos tabágicos e
alcoólicos e o ganho ponderal) (Sass, 2011).

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2.4. Outras contribuições

A Saúde Materna constitui um dos maiores bens, qualquer que seja a cultura ou localização
geográfica da mulher, que no seu potencial reprodutivo-sexual, através da gravidez, parto e
puerpério, promete a continuidade da família, no suceder das gerações. Reconhecendo este bem,
a Organização das Nações Unidas (ONU) tem vindo a desenvolver políticas, tal como consta no
5º Objectivo de Desenvolvimento o Milénio, apontando atingir até 2015, o acesso universal à
Saúde Reprodutiva e a redução da Mortalidade Materna. Por outro lado, a Organização Mundial
de Saúde, no desenho de estratégias para o bem-estar materno, reconhece como intervenientes,
não só os líderes governamentais, as organizações internacionais, as empresas, as associações de
profissionais de saúde, a sociedade civil, mas também a academia (ue, 2010.).

A implementação das actividades desta área, toma em consideração 3º Objectivo de


Desenvolvimento Sustentável (ODS), que define como prioridades até 2030 as seguintes: reduzir
a taxa de mortalidade materna, acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças
menores de 5 anos, com foco no período neonatal, e assegurar o acesso universal aos serviços de
saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planeamento familiar, informação e educação, bem como
a integração da saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais (CISM, 2023).

De acordo com o MISAU (2006), a Política Nacional de Saúde Neonatal e Infantil (SNI), tem
como finalidade assegurar o direito à saúde e alcançar pleno potencial para todas as Crianças
Moçambicanas. Esta política foi definida tendo como princípio o respeito e cometimento com os
Direitos da Criança, o direito à saúde, a continuidade dos cuidados de saúde a todos os níveis, a
garantia da equidade, a integralidade e a base nas actuais evidências científicas e no perfil
epidemiológico da população.

Moçambique continua a enfrentar dificuldades na redução da mortalidade neonatal e materna. A


taxa de mortalidade materna passou de 500.1 para 451.6 para cada 100.000 nascimentos vivos,
ao passo que a taxa de mortalidade infantil passou de 93.6 em 2007 para 67.3 em 2017 (INE,
2017).

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3. METODOLOGIA
3.1. Conceito
Existem várias definições para métodos, Lakatos & Marconi (1982), mencionam diversas
definições entre elas:
 Método e o “caminho pelo qual se chega a um determinado resultado…” (Hegemberg,
1976: II-115);
 Método é “um procedimento regular, explícito e passível de ser repetido para
conseguirmos alguma coisa, seja material ou conceitual” (Bunge, 1980: 19).

Lakatos & Marconi (2007), afirmam que a utilização de métodos científicos não é exclusivo da
ciência, sendo possível usá-los para a resolução de problemas do quotidiano. Destacam que, por
outro lado, não há ciência sem o emprego de métodos científicos.

3.2. Local do estudo


O estudo vai ser realizado no Centro de Saúde de Albazine localizado no Distrito Municipal de
KaMavota, com enfoque para a área de Saúde Materno-Infantil. A escolha do local e da área de
actuação, deveu-se ao facto de ser uma US que se localiza na zona metropolitana da Cidade de
Maputo (zona urbana), onde presume-se que a comunidade residente (mães), tem mais acesso e
com melhor qualidade os serviços de saúde, comparativamente à da zona rural. Contudo, os
casos de baixo peso têm uma tendência crescente, quando comparados tanto para os dados
semestrais, quanto para os dados anuais dos anos de 2021 e 2022, daí que constitui um problema
à Saúde Pública, visto que o Centro de Saude de Albazine é um dos pontos mais movimentados
da cidade, ou seja, apresentam maior fluxo de utentes que desempenham diversas actividades.

Figure 1: Mapa do Centro de Saúde de Albazine.

Fonte: Google maps

13
3.3. Tipo de estudo quanto à/ao:
3.3.1. Natureza: Aplicada

Para o presente projecto vai usar-se a pesquisa aplicada, pois ela ajudará a responder a perguntas
dos objectivos específicos e a dar ênfase na resolução prática de problemas.

Gil (2019), pesquisa aplicada abrange estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas
identificados no âmbito das sociedades em que os pesquisadores vivem.

3.3.2. Método Científico: Hipotético-Dedutivo

Para Prodanov & Freitas (2013), defendem que com este método são formuladas hipóteses para
expressar as dificuldades do problema, de onde se deduzirão consequências que deverão ser
testadas ou falseadas.

3.3.3. Objectivo de Estudo: Exploratório

A pesquisa exploratória tem por objectivo aprimorar hipóteses, validar instrumentos e


proporcionar maior familiaridade com o campo de estudo ou problema, tornando-o explícito.
Constitui a primeira etapa de um estudo mais amplo, e é muito utilizada em pesquisas cujo tema
foi pouco explorado, podendo ser aplicada em estudos iniciais para se obter uma visão geral
acerca de determinados fatos (Lakatos & Marconi, 2011).

Para o presente trabalho vai usar-se a pesquisa exploratória, pois permitirá ter uma visão
generalizada no que tange percepcao das mulheres sobre o conhecimento e cuidados a ter com
recém-nascidos com BPN a nível do Centro de Saúde de Albazine.

3.3.4. Abordagem: Qualitativa

De acordo com Marconi & Lakatos (2011), a pesquisa qualitativa busca explicar o porquê das
coisas que são passadas por meio de relatos. Ela se preocupa em analisar e produzir aspectos
mais profundos e ilustrativos, fornecendo análise mais detalhada sobre o assunto.

Para o presente relatório usar-se-á a pesquisa qualitativa, pois vai ajudar a entender os fenómenos
de acordo com a perspectiva dos participantes do estudo e permitirá estudar as questões em
profundidade e mais detalhe.

14
3.3.5. Procedimento técnico: Pesquisa bibliográfica e documental

A pesquisa bibliográfica de acordo com Bornstein & Stotz (2008), geralmente é o primeiro passo
de qualquer pesquisa científica. Ela procura explicar um problema a partir de referências já
publicadas. O empregue da pesquisa bibliográfica é sustentada através do uso de materiais já
publicados, que ajudará a explicar o problema a partir de referências já publicadas.

A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico,
tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes,
fotografias, pinturas, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc. (Fonseca,
2002).

Para o relatório usar-se-á a pesquisa documental, pois, permitiu fazer o exame de documentos de
naturezas diversos.

3.4. Instrumentos e técnicas e para recolha de dados (vide em anexo I):


3.4.1. Questionário-semiestruturado
Para Gil (2009), é uma técnica de investigação com questões que possuem o propósito de obter
informações. No presente relatório usou-se o questionário pois possibilitou uma maior
sistematização dos resultados fornecidos, uma maior facilidade de análise e na redução de tempo
que seria necessário para recolher e analisar os dados.

3.4.2. Observação participativa


Prodanov & Freitas (2013), é uma técnica de colecta de dados para obter informações; utiliza os
sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. O importante dessa técnica não é
apenas ver e ouvir, mas também examinar factos ou fenómenos que se pretende estudar. As
formas de observação podem ser assim descritas. Para a pesquisa usou-se a observação por ser
um procedimento didáctico que relata todos os detalhes da experiência realizada.

3.5. Variáveis
3.5.1. Variáveis sociodemográficas:
 Idade;
 Estado civil;
 Nível de escolaridade.

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3.5.2. Variáveis do estudo:
 Conhecimento das puérperas sobre o Baixo Peso à Nascença;
 Conhecimento das puérperas sobre os cuidados a ter com recém-nascido com baixo peso.

3.6. População de estudo e tamanho amostra


3.6.1. População
O universo populacional é constituído por 633 nados vivos que normalmente corresponde ao
igual número de partos normais, registados no II Semestre de 2022 no Centro de Saúde de
Albazine. Este universo foi obtido a partir dos dados estatísticos gerados pelo relatório do
SISMA.

3.6.2. Amostra
A amostra vai ser de constituída por 293 parturientes. Este tamanho amostral foi calculado
considerando-se um nível de confiança de 95% e uma de margem de erro de 5%, tendo se
aplicado a seguinte fórmula:

Onde:
= Tamanho da amostra;
= Tamanho do universo;
= Percentagem com qual o fenómeno se verifica;
= Percentagem complementar;
= Valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado;
= Margem de erro ou erro máximo de estimativa.

Aplicar-se-á amostragem não probabilística por conveniência, onde participarão parturientes que
na altura de recolha de dados se farão presentes.

3.7. Critérios de inclusão e exclusão


Para a participação no estudo os critérios de inclusão foram: (1) ser parturiente que se
beneficia/ou de serviço de saúde materno-infantil; (2) ter idade compreendida entre 14-49 anos
de idade (Mulher em Idade Fértil). E foram considerados critérios de exclusão: (1) falha de
localização, recusa a responder, incapacidade de responder (doença, língua, analfabetismo, etc.).

16
3.8. Procedimentos para recolha de dados
A recolha de dados iniciará após a aprovação do protocolo. Na primeira fase serão solicitadas as
parturientes uma autorização prévia para o acesso às informações necessárias para a realização
do estudo, respeitando a sua rotina de modo não interferir no fluxo de utentes no sector de Saúde
Materno-Infantil (SMI). Na segunda fase, vai ser realizada uma explanação quanto ao propósito
do estudo, e depois se fará entrevistas individualizadas às parturientes que preenchem os critérios
de selecção para a participação.

3.9. Análise e interpretação dos dados

As técnicas de análise de dados são determinadas conforme a abordagem atribuída a pesquisa


(qualitativa), as técnicas buscarão apresentar os dados de modo codificado, estruturado e
analisado. (Vergara, 201).

As técnicas para análise de dados que serão aplicadas para o estudo são: SPSS (v.25), para avaliar
o grau de homogeneidade ou comparabilidade entre as variáveis, através dos teste X2 (Qui-
Quadrado) de Pearson e de Fisher, com nível de significância de 5% e Intervalo de Confiança
(IC) de 95% (p <0.05); e o Microsoft Office Excel 13, para elaboração de tabelas e gráficos.

Durante a recolha de dados os questionários serão codificados e a antes do seu processamento


far-se-á a limpeza dos mesmos através da análise de qualidade, com objectivo de detectar
inconsistências dos dados e dados atípicos (através de Boxplot), assim como identificar os
questionários que não foram devidamente preenchidos.

3.10. Considerações éticas

Antes da realização do estudo, o projecto será submetido ao Comité Cientifico do ISGEM para a
sua aprovação e realização. O pesquisador vai-se dirigir às parturientes onde explanará o
propósito do estudo. As parturientes que aceitarem fazer parte do estudo assinarão o
consentimento livre e informado (ver anexo III), que contem informações explícitas sobre o
estudo de forma a garantir que os envolvidos possam decidir em participar livremente e com
pleno conhecimento da causa. A participação no estudo vai ser de carácter voluntário. O
pesquisador preservará o sigilo, valores éticos e culturais dos envolvidos. Para garantir a
privacidade e o anonimato, se fará a codificação os questionários. Os resultados obtidos deste
estudo servirão exclusivamente para fins académicos.

17
3.11. Resultados Esperados

O interesse pelo estudo surgiu no contexto da Saúde Materna e Infantil. Ela constitui um dos
maiores bens, qualquer que seja a cultura ou localização geográfica da mulher, que no seu
potencial reprodutivo-sexual, através da gravidez, parto e puerpério, promete a continuidade da
família, no suceder das gerações, bem como na cobertura de cuidados para mulheres e recém-
nascidos, da gravidez, trabalho de parto, e o período pré-natal.

Por um lado, espera-se que sejam alcançados satisfatoriamente os objectivos traçados, visando
ser um trabalho de referência e contribua como um suporte às outras pesquisas na esfera
estimulando a busca do conhecimento.

Por outro lado, com o tema espera-se que desperte interesse em realizar estudos relacionados a
problemática de BPN e suas complicações utilizando estatísticas multivariadas. Com os
resultados deste trabalho irá de certa forma, criar auxílio em estudos que reflecte fenômenos da
nossa realidade, enriquecer o leque de técnicas e estratégias para disseminação de informação e
sensibilização sobre a saúde e a mobilização das comunidades.

4. CRONOGRAMA DE ACTIIVDADES E ORCAMENTAÇÃO


4.1. Cronograma de actividades

Período de execução
Etapas
Março Julho Agosto Setemb. Outubro Novemb.
Escolha do tema de pesquisa
Revisão de literatura (bibliográfica)
Definição dos capítulos (sumário
preliminar)
Justificativa, objetivos,
problematização, metodologia
Fundamentação teórica: redação dos
capítulos
Deslocação e apresentação no local de
pesquisa
Colecta e organização dos dados
Agregação, cruzamento e
processamento dos dados
Análise e interpretação de dados
Elaboração do relatório final
Publicação do relatório

18
4.2. Orçamentação

Material Permanente
Material Quantidade Preço Unitário Total
Computador (laptop) Disponível N/A N/A
Subtotal (1)
Material de Consumo
Papel A4 2 300 600
Esferográficas 2 15 30
Lápis de carvão 2 10 20
Borracha 2 10 20
Régua 1 50 50
Bloco de notas 2 50 100
Agrafador 1 500 500
Caixa de agrafos 1 100 100
Flash (Pen drive) 1 500 500
Marcador 3 50 150
Furador 1 500 500
Pasta de arquivo 1 250 250
Imprevisto 2 2500 5.000
Subtotal (2) 7.820
Serviços de Terceiros
Formatação 1 2500 2.500
Revisão textual 1 2500 2.500
Encadernação 10 100 1.000
Subtotal (3) 6.000
Custo Total 13.820

19
5. REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS

Araújo, L. M. C. R. S. (Janeiro de 2013). Factores associados com o Baixo Peso ao Nascer. São
Paulo, Brasil.

Centro de Investigação em Saúde de Manhiça. (2023). Saúde da Mulher e Criança. CISM.

Gonzaga, I. C. A., et al., (2010). Atenção pré-natal e fatores de risco associados à prematuridade e
Baixo Peso ao Nascer em capital do nordeste brasileiro, Brasil.

Helena, G., et al.; (2009). Gravidez na adolescência e fatores associados com baixo peso ao nascer.

Instituto Nacional de Estatística- INE/Moçambique. (2019). Resultados Definitivos Censo 2017.


INE. Maputo, Moçambique.

Lakatos, E. Maria. Marconi, M. A. (2007). Técnicas de pesquisa. 6 ed. São Paulo, Brasil: Atlas.

Lakatos, E. Maria. Marconi, M. A. (2011). Fundamentos de metodologia científica.

MISAU. (2006). Política Nacional de Saúde Neonatal e Infantil em Moçambique. MISAU.

MISAU. (2011). Saúde Materna em Moçambique. MISAU.

Nogueira, J.M.P. (2010). Factores Associados ao Baixo Peso a Nascença. Portugal: Porto.

Orlonski S, et al.. (2009). Estado nutricional e factores associados ao déficit de estatura em crianças
atendidas por uma unidade de ensino básico de tempo integral. Crescimento e
desenvolvimento humano. Rev. bras. 19(1): 54-62

Prodanov, C. C. & Freitas, E. C. (2013). Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da


Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. Novo Hamburgo – Feevale.

Sass, A. (2011). Resultados Perinatais nos Extremos da Vida Reprodutiva e Factores Associados ao
Baixo Peso ao Nascer. (Dissertação).

OMS (UNICEF). (2009). Situação Mundial da Infância. Saúde Materna e Neonatal.

Universidade Évora. (28, 29 e 30 de Outubro de 2010). I Jornadas Internacionais Saúde Materna. ue.

20
APÊNDICES E ANEXOS

Anexo I: Questionário semiestruturado.

Instituto Superior de Gestão e Empreendedorismo Gwaza Muthini


Curso de Licenciatura em Saúde Publica

Questionário dirigido às parturientes

Nível Percepção das Puérperas sobre o Baixo Peso à Nascença - Caso do Centro de Saúde de Albazine

Responda “sim ou não” as questões que se seguem e argumente aquelas que exigem respostas
abertas.
Código:_________ Data do preenchimento do questionário:______/_____/2023

Letras iniciais do entrevistado:______/_____/______

I. Identificação da parturiente
1. Faixa etária (anos): 10 à 14 ( ); 15 à 19 ( ); 20 à 34 ( ); 35 à 39 ( ); 40 à 49 ( )
2. Estado civil: Solteira ( ) Casada ( ) Outros ( )
3. Escolaridade (anos): Nenhum ( ); 1 à 3 ( ); 4 à 6 ( ); 7 à 9 ( ); 10 à 12 ( );
> 12 ( ); Ignorado ( )
4. Zona de residência: Rural ( ); Urbana ( ); Ignorado ( )
5. Raça: Branca ( ); Negra ( )
6. Ocupação: Trabalha ( ); Não trabalha ( )
7. Renda: ≤ 1 salário mínimo ( ); > 1 salário mínimo
8. Características maternas: Primípara ( ) Multípara ( )
9. Espaçamento interparto (anos): ≤ 1 ano ( ) De 2 à 3 ( ) De 4 à 6 ( )>6( )
10. Duração da gestação (semanas): De 22 à 31 ( ) De 32 à 36 ( ) De 37 à 41 ( ) > 42 ( )
11. Número de consultas pré-natais: Nenhuma ( ) 1à 3 ( ) 4 à 6 ( ) 7 e mais ( )
12. Patologia durante a gravidez, parto ou pós-parto: Sim ( ) Não ( )
13. Parto gemelar: Sim ( ) Não ( )

21
II. Noções que uma parturiente deve ter em relação ao Baixo Peso à Nascença
1. Já ouviu falar sobre o Baixo Peso à Nascença (Recém-nascido com baixo peso)?
Sim ( ) Não ( ), Se sim, com quem ouviu?
______________________________________________________________________

2. Sabia que doenças prévias à gravidez e durante à gravidez podem provocar casos de
Recém-nascidos com baixo peso? Sim ( ) Não ( ), Se sim, dê exemplos de algumas
doenças.
_________________________________________________________________________

3. Conhece alguns cuidados para evitar a ocorrência casos de Recém-nascidos com baixo
peso? ( ) Sim Não ( ), Se sim, que cuidados se devem ter?
_________________________________________________________________________

4. Qual é o local seguro para realizar as consultas pré-natais, dar o parto, ter consultas pós-
parto e consultas de planeamento familiar? No Hospital ( ); Em casa ( );
Na clínica ( ); Com a Parteira Tradicional ( ) No curandeiro ( ); Porquê?
_________________________________________________________________________

5. Já alguma vez recebeu rede mosquiteira quando este grávida? Sim ( ) Não ( ), Acha
que é importante receber?
________________________________________________________________________
6. Já alguma vez teve um recém-nascido com peso abaixo de 2500 gramas?
Sim ( ) Não ( ), Por quê acha?
_________________________________________________________________________

7. Possui a Caderneta de Saúde da Mulher? Sim ( ) Não ( )


a) Se sim, tem trazido em todas as consultas? Sim ( ) ou Não ( )
b) Qual é a importância de ter uma Caderneta de Saúde da Mulher?
_________________________________________________________________________

8. Qual é o motivo que lhe leva/ou a ter consultas ou a dar parto nesta Unidade Sanitária?
_________________________________________________________________________

22
9. Quais são os fatores sóciodemográficas estão associados ao baixo peso ao nascer:
a) Raça materna ( )
b) Estado civil ( )
c) Escolaridade ( )
d) Zona de residência ( )
e) Sexo do Recém-nascido ( )
f) Raça do Recém-nascido ( )
g) Violência contra a mulher grávida, stress materno ou fetal e depressão ( )

10. Quais dos fatores económicas têm a ver com baixo peso ao nascer:
a) Ocupação ( )
b) Renda ( )
c) Emprego com exigência a trabalhos forçados ( )
d) Mães sem ocupação fora do lar ( )

11. Quais são os fatores obstétricas e de assistência pré-natal contribuem para o baixo peso
ao nascer:
a) Idade materna na vida reprodutiva ( )
b) Prematuridade do Recém-nascido ( )
c) Planeamento da gravidez ( )
d) Má vigilância pré-natal ( )
e) Intervalo interparto ( )
f) Filhos anteriores com BPN ( )
g) Nascimento materno e paterno de BPN ( )
h) Hábitos alcoólicos, tabágicos e consumo de drogas ( )
i) Baixo peso da mulher antes de engravidar (menos de 50 quilos) ( )
j) Cuidados pré-natais insuficientes ( )

23
Anexo I: Consentimento livre e informado

Instituto Superior de Gestão e Empreendedorismo Gwaza Muthini

Declaração do consentimento livre e informado para participares no estudo sobre:

Nível de Percepção das Puérperas sobre o Baixo Peso à Nascença - Caso do Centro de Saúde de
Albazine.

As informações contidas nesta folha, fornecidas por Adéssio Bernardo Caetano têm por
objectivo firmar acordo escrito com o (a) voluntário (a) para participação da pesquisa acima
referida, autorizando sua participação com pleno conhecimento da natureza dos procedimentos a
que ele (a) será submetido (a).

1. Objectivo da pesquisa

A pesquisa tem como objectivo compreender o nível de percepção das puérperas sobre o Baixo
Peso à Nascença - Caso do Centro de Saúde de Albazine..

2. Em que consiste o seu envolvimento

Ao participar desta pesquisa você terá de responder um breve questionário, as perguntas do


questionário foram elaboradas em função dos objectivos da pesquisa, o questionário é
constituído por perguntas fechadas e abertas, dando lhe espaço para uma reflecção profunda
sobre o assunto. Você tem a liberdade de se recusar a participar e ainda de se recusar a continuar
participando em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer prejuízo para si. Sempre que quiser
obter mais informações pode ligar através do telefone: 848271234-875092936.

3. Riscos

A participação nesta pesquisa não traz complicações.

24
4. Confidencialidade

Todas as informações colhidas neste estudo são estritamente confidenciais. Somente o


pesquisador terá conhecimento dos dados. O seu nome será mantido em anonimato.

5. Benefícios

Ao participar nesta pesquisa o Sr(a) não terá nenhum benefício directo. Entretanto, esperamos
que esta pesquisa traga informações importantes sobre a percepção das mulheres sobre o Baixo
Peso ao Nascer e os cuidados a ter, de forma que o conhecimento que será construído a partir
desta pesquisa possa contribuir na melhoria dos cuidados de saude.

Após estes esclarecimentos, solicita-se o seu consentimento de forma livre para participar desta
pesquisa. Portanto preencha, por favor, os itens que se seguem.

6. Declaração concordando em participar nesta pesquisa

Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu
consentimento em participar da pesquisa. Declaro que recebi cópia, e autorizo a realização da
pesquisa.

Assinatura do investigador Assinatura participante

_______________________________ _______________________________

Data:______/ ______/ ______

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Anexo III: carta de autorização do supervisor

INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO E EMPREENDEDORISMO GWAZA MUTHINI


(ISGEGM)
CURSO DE LICENCIATURA EM SAÚDE PUBLICA

CARTA DE AUTORIZAÇÃO DO SUPERVISOR PARA A SUBMISSÃO DA PROJECTO


AO COMITÉ CIENTÍFICO

Ao:

Presidente do Comité Científico do ISGEGM

Eu, Alexandre Mulhanga, Mestre em Saúde Pública, supervisor do estudante Adéssio Bernardo
Caetano, do curso de Licenciatura em Saúde Publica com o tema “Nível de Percepção das
Puérperas sobre o Baixo Peso à Nascença - Caso do Centro de Saúde de Albazine”, declaro que
efectuei o acompanhamento e o mesmo está apto para a submissão ao Comité Científico do
Instituto Superior de Gestão e Empreendedorismo Gwaza Muthini (ISGEGM), para obtenção do
grau de Licenciatura.

O Tutor

_____________________________________
(Mestre em Saúde Pública)

Melhores saudações!

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