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Maputo, 2018
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PREFÁCIO
Do total das mortes maternas, as devidas a causas directas continuam a representar 75%,
sendo as principais causas (1) hemorragias obstétricas (principalmente a hemorragia pós-parto,
(2) a doença hipertensiva durante a gravidez, parto e pós-parto, (3) as infecções (na maioria
após o parto), e (4) o aborto inseguro. Das causas indirectas são mais frequentes a Malária e a
SIDA.
Outrossim, sabemos que a mortalidade neonatal (até aos 28 dias de vida), continua a ter uma
grande contribuição para a mortalidade infantil e na permanência da taxa elevada de morte
materna, devido ao aumento de frequência de gravidezes subsequentes à morte neonatal.
Estima-se que cerca de 2,7 milhões de recém-nascidos morreram em 2015, e outros 2,6
milhões continuam a morrer. É particularmente importante que todos os partos sejam atendidos
por profissionais de saúde qualificados, uma vez que o manejo e o tratamento atempados
podem fazer a diferença para a sobrevivência tanto para a mãe quanto para o bebê.
A Ministra da Saúde
3
INDICE
PREFÁCIO .................................................................................................................................................... 3
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 9
Cuidados Obstétricos E Neonatais De Emergência: Conceito E Treino ....................................... 9
Agenda para a Formação em Cuidados Obstétricos e Neonatais de Emergência Básicos ............. 13
UNIDADE 1 - Mortalidade Materna e Humanização dos serviços em Moçambique........................... 16
Mortalidade Materna ............................................................................................................................ 16
ECLÂMPSIA .......................................................................................................................................... 46
4
Trabalho De Parto Normal .................................................................................................................. 54
Partograma ...................................................................................................................................... 58
Episiotomia ............................................................................................................................................ 61
Contraindicações.................................................................................................................................. 83
5
UNIDADE 10 – HEMORRAGIA NO PÓS-PARTO IMEDIATO .................................................................. 87
Atonia Uterina ....................................................................................................................................... 87
Peritonite................................................................................................................................................ 95
Biossegurança ................................................................................................................................ 99
6
LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA USO DA VENTOSA ................................................................ 134
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INDICE DE TABELAS:
Tabela 1: Sinais funcionais dos Cuidados Obstétricos e Neonatais .............................................................. 9
Tabela 22: Indicadores de processo das NU e seus níveis recomendados ............................................... 104
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INTRODUÇÃO
Cuidados Obstétricos E Neonatais De Emergência: Conceito E Treino
Em Moçambique o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM) 5 - Reduzir a mortalidade
em ¾ não foi alcançado, essencialmente pela atenção inadequada ao parto, mas também
pelos cuidados prenatais e pós-natais aquém da qualidade desejada. Isto, devido por um lado
ao difícil acesso aos serviços de saúde, mas também, porque o provedor (médico, enfermeiro e
outros técnicos) não têm as habilidades e conhecimentos atualizados para prevenir, reconhecer
e manejar adequadamente complicações como a Hemorragia obstétrica, Pré-
eclâmpsia/Eclâmpsia, infecções/sépsis, parto obstruído, que constituem as principais causas
de morbi mortalidade materna.
O ODM 4 foi alcançado, mas, a mortalidade neonatal não teve a mesma redução que as
outras taxas de mortalidade infantil. A mortalidade neonatal está directamente ligada à saúde e
mortalidade materna, assim, os factores acima mencionados são essencialmente os mesmos
que contribuíram para a mortalidade neonatal.
Nos esforços para reduzir a mortalidade materna e neonatal, a OMS, UNICEF e UNFPA
estruturaram os cuidados no período em que ocorre a maior parte das mortes maternas e
neonatais (a volta do parto). Estes cuidados ou serviços chamaram de Cuidados Obstétricos de
Emergência e que estão constituídos por “Sinais Funcionais”.
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É necessário que os provedores de saúde materna e neonatal tenham habilidades para lidar
com as emergências obstétricas e neonatais, de forma a aumentar o acesso das mulheres
grávidas e recém-nascidos a estes serviços. Muitos treinos foram realizados neste sentido, mas
nem sempre o treino deste trabalhador significa automaticamente a melhoria dos cuidados
prestados às pacientes, ele precisa de seguimento e mentoria pós-formação.
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Aspetos obrigatórios nesta capacitação:
Foco no reforço de habilidades práticas,
Aquisição de competências específicas, certificada através da realização de um
número mínimo de procedimentos, pré-determinado para cada técnica.
Normatização das normas clínicas e habilidades padronizadas, resultantes da aquisição
de competências específicas.
Realizar várias avaliações durante o treino, sendo de destacar:
o Pré teste: Inicio do treino. Serve para avaliar os conhecimentos dos formandos,
e particularmente conhecer aquelas áreas de maior dificuldade para focalizar
mais durante a formação.
o Pós Teste: último dia do treino, para avaliar os conhecimentos adquiridos e
consolidados pelos formandos, assim como avaliar a realização do curso.
Acompanhamento obrigatório por parte do facilitador durante a prática clinica.
Na prática clinica (estágios), devem estar sempre presentes os princípios da
HUMANIZAÇÃO. Não devemos esquecer que a principal tarefa como profissionais
de saúde é prestar cuidados clínicos de excelente qualidade aos pacientes.
A atribuição da nota final: deve incluir resultado do pós-teste e a pontuação atribuída
na prática clinica.
Atribuição de Diploma de habilitação do participante como provedor de CONEm
básico: atribuir somente aquele participante que obtiver acima de 80 porcento no pós-
teste.
Para os participantes do curso de CONEmC, o diploma deverá ser atribuído após a
conclusão dos três (3) meses de prática e serão examinados para avaliar o grau de
habilidades adquiridas, avaliação a ser realizada no hospital principal da província por
Médico Gineco-obstetra alocado nesse hospital..
Seguimento pós treino: Dentro de 3 meses após o treino, para garantir que os
conhecimentos adquiridos na formação estejam a ser aplicados de forma correta.
Garantia escrita do Director da US, Distrital ou Provincial, em como o trabalhador está
afeto nessa US e prestará cuidados na maternidade por um período mínimo de 12
meses.
O Facilitador principal para o curso dee CONEmB deve ser um médico Gineco-
Obstetra convidado de outra província, que se dedicará a tempo inteiro aos formandos.
Subsídios:
Durante os 11 dias, de acordo com a tabela do Estado para participante e facilitador
Durante os 3 meses, 10.000,00 Mt (dez mil meticais por mês por hospital de treino) para
insumos para apoio ao facilitador e participantes, gerido por um dos participantes a
escolher entre eles.
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Sugestões para Participação Efetiva
O QUE FAZER NÃO FAZER
Ouvir Não criar problemas difíceis só para
Perguntar quando tiver dúvidas provar que o Formador não tem todas as
Sentir-se à vontade para compartilhar respostas (o Formador não tem)
Pedir exemplos se um ponto não ficar Não fechar a mente pensando que isso é
claro bom na teoria, mas não na prática
Encontrar maneiras de aplicar os Não achar que todos os assuntos
princípios e ideias do curso no seu abordados serão relevantes para as
trabalho suas necessidades
Pensar em como transmitir os Não perder tempo fazendo anotações:
conteúdos do curso para os colegas Ser há os materiais para os participantes
crítico – não aceitar automaticamente Não dormir durante as aulas
tudo o que ouve Não discutir problemas pessoais
Participar das discussões Não dominar as discussões
Respeitar as opiniões dos outros. Não interromper a fala dos outros
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Agenda para a Formação em Cuidados Obstétricos e Neonatais de Emergência Básicos
10:15 -13:00 Unidade 1: Mortalidade Unidade 3 – cont. Unidade 6: Assistência Unidade 8: Patologia Cont. Unidade 13:
Materna. Humanização de AMIU – técnica, ao Trabalho de Parto do Parto: Acreditação
serviços maternos e lavagem e Normal. Tamponamento das US em
neonatais conservação do Trabalho de parto uterino CONEm.
material. Kit de parto. Manejo do prolongado (TPP) e
Padrões da IMM terceiro período do Obstruído. Conduta e Critérios.
Prática no manequim. tabalho de parto. Parto Referência.
gemelar e pélvico. Fluxograma TPP. Avaliação das
Preenchimento de Fichas de
Partograma. Discussão de caso monitoria.
Fluxograma Exercícios
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14:00 -1600 Unidade 2: Avaliação inicial Unidade 4: Cont. Unidade 9: Uso da Unidade 11: Exercícios:
da paciente grave. Ventosa
Hipertensão Arterial Sépsis Revisão dos
na Gravidez - Pre- Técnica – prática em Puerperal. temas dados
eclâmpsia e manequim.
A mulher inconsciente: Eclâmpsia. Conduta e Organização da
abordagem estruturada: Referência. enfermaria para
Fluxograma PEE. acomodar
paciente séptica.
Sessão prática na sala de Manejo do
aula. Discussão de caso choque séptico
clínico PEE.
Fluxograma
Manejo da Malária grave na Ameaça de Exercícios práticos das técnicas de Exercícios práticos das técnicas de emergência
gravidez Parto Pretermo e emergência por grupos: por grupos:
8:00 -10:00 Cuidados ao RN
Discussão de caso clínico e pretermo. Continuação Continuação
fluxograma da Malária grave.
Referência Prevenção e
tratamento.
10:15 -13:00 Exercícios práticos das técnicas de emergência por grupos: Exercícios práticos das técnicas de emergência
por grupos:
Estação 1: Ventosa
Continuação
Estação 2: AMIU,
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13:00 -14:00 Almoço Almoço Almoço Almoço
Encerramento.
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UNIDADE 1 - Mortalidade Materna e Humanização dos serviços em
Moçambique
INTRODUÇÃO
Todos os dias, no mundo, morrem cerca de 830 mulheres por complicações devidas à gravidez
e ao parto, das quais 99% ocorrem nos países em desenvolvimento, entre os quais
Moçambique, que ainda tem uma das taxas mais elevadas da região, calculada em 408 mortes
maternas por cada 100,000 nados vivos (IDS, 2011).
Na área da saúde, torna-se muito importante a implementação de programas que concorram
para o aumento da acessibilidade das populações aos serviços e para a melhoria da qualidade
dos mesmos. Pelo que, compreender aspetos relacionados à saúde da mulher e à situação
específica da mortalidade materna, oferece aos trabalhadores da saúde a possibilidade de
contribuir mais efetivamente para o enfrentamento desta realidade.
OBJETIVOS DA UNIDADE
Ao final da unidade, o participante estará apto a:
1. Definir o termo Mortalidade Materna e listar as principais causas de mortalidade materna
em Moçambique
2. Conhecer as práticas de assistência humanizada e de qualidade no parto e nascimento
Mortalidade Materna
Algumas definições relevantes para o estudo da mortalidade materna são:
Morte Materna é a morte de uma mulher por complicações diretamente relacionadas com a
gravidez, parto ou ao longo dos 42 dias após o parto, independentemente da localização e
duração dessa gravidez, ou por qualquer outra doença/condição ou situação preexistente, que
tenha sido agravada ou precipitada pela gravidez ou parto.
Morte Materna directa: são resultantes de complicações obstétricas na gravidez, no parto e
no puerpério devidas a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou a uma cadeia de
eventos resultantes de quaisquer dessas causas mencionadas.
Morte Materna indirecta: são resultantes de doenças existentes antes da gravidez ou de
doenças que se desenvolveram durante a gravidez, não devidas a causas obstétricas diretas
mas que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez.
Morte Perinatal: morte do feto com mais de 28 semanas de gravidez e do recém-nascido até 7
dias após o nascimento.
Morte Neonatal: morte de um recém-nascido desde o nascimento até ao 28º dia de vida. A
morte neonatal precoce, inclui desde o nascimento até ao 7º dia de vida, e a neonatal tardia
desde o 7º dia até ao 28º dia de vida.
.Ter o Parto na África Subsariana, ainda constitui um elevado risco de mortalidade e
morbilidade. As mulheres morrem como resultado de complicações durante a gravidez, parto e
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pós-parto e a maioria dessas complicações são preveníveis ou tratáveis. As principais
complicações que representam quase 75% de todas as mortes maternas são:
hemorragia grave (principalmente após o parto)
infecções (geralmente após o parto)
tensão alta durante a gravidez (pré-eclâmpsia e eclâmpsia)
complicações do parto - rotura uterina
aborto inseguro.
Outras complicações podem existir antes da gravidez, mas são agravadas durante a gravidez,
especialmente se não forem manejadas como parte do cuidado à mulher. O restante das
mortes maternas é causada ou associada à doenças como a Malária e SIDA.
Em Moçambique o cenário é o mesmo. Segundo o relatório nacional do Comite de Auditoria
de Mortes Maternas, Perinatais e Neonatais, em 2016 foram reportadas 814 mortes durante a
gravidez, parto e puerpério. Destas, 809 foram mortes maternas; 77% por causas directas, 21%
por causas indirectas e 2% por causas não conhecidas ou indeterminadas. Entre as causas
directas, as hemorragias obstétricas contribuíram com 50% das mortes maternas, seguido de
Transtornos Hipertensivos (19%). infecções 14% e a Gravidez com resultados abortivos 10%.
Entre as causas indirectas, as principais contribuintes foram a Malária (18% e a SIDA (15%.)
No que respeita ao recém-nascido, a taxa de Mortalidade Neonatal estimada em 30/1000
nados vivos em 2011, apresenta um declínio lento. As principais causas de mortalidade
neonatal (MNN) são a prematuridade (50%), a asfixia (32%) e a sepsis (29%)i
As principais causas de mortalidade no período pós-neonatal em 2009ii,foram: Malária (33%),
seguida por infeção respiratória aguda (19%), HIV e SIDA (11%), doenças infeciosas
gastrointestinais (10%), meningite (3%) e outras doenças infeciosas (10%). A qualidade da
atenção ao recém-nascido doente, o tratamento das complicações da prematuridade constitui
ainda um grande desafio para o sistema de saúde.
3 Assegurar suporte contínuo, boa comunicação interpessoal e atendimento cordial à mulher e seu
acompanhante
4 Providenciar os melhores cuidados nestes periodos:
Perguntar a última vez que comeu e bebeu; último medicamento que tomou antes de ir à
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maternidade e a que horas; se tem uma posição em que gostaria de dar o parto. Se tem
dúvidas ou preocupações.
Orientar a mulher a: ir a casa-de-banho com frequência para esvaziar a bexiga; beber
líquidos e comer comida leve sempre que desejar (se não houver contra-indicação);
caminhar, e tomar banho se desejar.
Informar sobre: como aliviar os sintomas de cada fase, como está evoluir o trabalho de
parto e esclarecer possíveis dúvidas.
5 Dispobilizar sempre água para beber e copos. Oferecer chá com açucar suficiente, pão e
sopas/papas. Ter horário flexivel para entrega da alimentação.
9 Respeitar o tempo previsto e técnicas para cada período de trabalho de parto, evitando
assim parto precipitado e lacerações do períneo.
1 Secar bem o RN para evitar a hipotermia e certificar-se de que está a respirar normalmente.
Trocar o campo húmido por campo seco.
2 Fazer a laqueação do cordão umbilical
4 Colocar o bebé em contacto pele-a-pele no peito ou abdómen da mãe (se está a respirar bem)
e aconselhar a amamentação imediata.
4 Ensinar as boas práticas da amamentação (posição, pega e efectivação de uma boa
amamentação) e a frequência da amamentação ao RN
6 Controlar rigorosamente a mulher e o recém-nascido, nas primeiras 2 hrs depois do parto.
A respiração e temperatura do bebé
A Tensão Arterial da mãe
Contracção do útero através do controle do sangramento vaginal
7 Para uma mulher que tenha tido perda fetal, proporcionar quarto/local apropriado (sempre que for
possivel), permitindo a visita de familiares e amigos.
8 Dar orientações na alta:
Consulta pós-natal dentro da 1ª semana após o parto.
Retornar imediatamente caso houver sinais ou sintomas de alarme no puerpério ou no R.N:
Na mãe: sangramento vaginal, dificuldade respiratória, febre, dores de cabeça fortes,
distúrbios visuais, dores abdominais fortes e convulsões ou perda de consciência;
No recém-nascido: problemas na respiração, dificuldade para amamentar; choro
anormal ou persistente; fraqueza; convulsões; secreção nos olhos; vermelhidão
periumbilical e /ou cheiro fétido no coto umbilical; icterícia; cianose; dificuldade de
defecar ou urinar; fontanela abaulada; hipotermia/hipertermia.
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UNIDADE 2 - AVALIAÇÃO INICIAL DA PACIENTE GRAVE -
ABORDAGEM ESTRUTURADA
OBJETIVOS DA UNIDADE
Ao final da unidade, o participante estará apto a:
1. Saber como deve estar preparada a unidade sanitária/maternidade para receber uma
emergência obstétrica e neonatal
2. Conhecer os princípios e conduta da avaliação inicial da paciente grave.
Diante uma paciente grave, o provedor que está de serviço deve adotar uma abordagem
organizada para determinar as prioridades imediatas das relativas. A assitência deve ser
sequencial por ordem de prioridade:
Inspecção geral rápida: em busca de sinais de alarme em todo o corpo, da cabeça aos
pés, e prestar os primeiros socorros críticos, que podem salvar a paciente; verificação
do estado de consciência e convulsões: pesquisar traumatismos e lesões;
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Verificação e controlo das vias respiratórias e da respiração: procurar nas mucosas
a dificuldade respiratória (cianose). Examinar a pele (palidez), pulmões (presença de
sibilos ou fervores). Considerar Anemia grave, Insuficiência cardiaca, Pneumonia,
Asma;
Verificação e controlo da circulação: medir pulso, Tensão Arterial (TA) e temperatura.
Procurar sinais de choque (pele fria e húmida, pulso acelerado 110/min ou mais e fraco,
TA baixa com a sistólica<90 mmHg);
História da doença actual e pregressa: (perguntar a mulher se estiver consciente, se
não perguntar a familiares, através da guia de transferência ou outros documentos);
Conduta de acordo com os achados clínicos.
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Utero: atonia do parto e patologia do pós-
parto”
bexiga: cheia
útero atónico
Não faça exame vaginal nesta
fase. Observe a mulher primeiro Laceracao do colo do útero
com espéculo para ver conteúdo e da vagina
da vagina, dilatação do colo
retenção de placenta
uterino.
Se o colo estiver aberto, com útero invertido
conteúdo ovular ou placentar na Consulte o Fluxograma
vagina, então faz o toque “sangramento vaginal após o
bimanual. parto “
Inconsciente ou com PERGUNTE: Eclâmpsia
convulsões
gravidez? período de gestação Malária
Epilepsia
EXAMINE:
Tétano
Pressão Arterial: alta (diastólica
90 mmHg ou mais) Consulte Fluxograma
“Hipertensão Arterial na
temperatura: 38 ° C ou mais gravidez” cefaleia, visão
borrosa, convulsões ou
perda de consciência.
Febre alta PERGUNTE: infecção do trato urinário
astenia, letárgia malária.
urina freqüente e dolorosa Consulte” patologia do
puerpério” febre durante a
gravidez”
EXAMINE:
endometrite
temperatura: 38 ° C ou mais
inconsciente? abscesso pélvico
Pescoço: rigidez peritonite
Pulmões: respiração infecção da mama.
superficial, consolidação
Consulte “complicações do
abdomen: sensibilidade severa aborto, sangramento vaginal
após o parto e na gravidez”
vulva: descarga purulenta
Pneumonia - Ver dificuldade em
seios: doloroso respirar
Dor abdominal PERGUNTE: Quisto ovárico
gravidez? duração da Apendicite
gestação.
Gravidez ectópica.
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pressão sanguínea: baixa súbitas na gravidez,
(menos de 90mmHg sistólica)
Gravidez de termo provável
pulso: rápido (110 ou mais) ou parto pre-termo
temperatura: 38 ° C ou mais amnionite
útero: estado de gravidez desprendimento prematuro
da placenta • rotura do
útero
Ver a dor abdominal após-
aborto e após o parto,
Esta lista não inclui todos os problemas que uma mulher pode enfrentar durante a
gravidez ou o período puerperal. Identifica os problemas que colocam a mulher em maior
risco de morbidade e mortalidade materna.
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6. Deite a mulher do lado esquerdo com os pés elevados. Solte a roupa apertada.
7. Realize uma avaliação rápida do estado geral da mulher, nível de consciência, presença de
ansiedade e / ou confusão, perda de sangue, cor e temperatura da pele
8. Se a mulher está consciente, fale com ela e ajude-a a manter a calma. Pergunte-lhe o que
aconteceu, quais sintomas ela está sentindo e quando eles começaram,
9. Canalize duas veias com catéteres/ agulhas de grande calibre.
10. Colha amostras de sangue antes de iniciar fluidos EV.
11. Administre fluidos EV. Ajuste o gotejo com base na condição da mulher e riscos potenciais
de sobrecarga de liquidos (ex. Na pré-eclâmpsia deve ter gotejo lento e não muitos fluidos).
12. Realize uma história rápida e exame físico para ter o diagnóstico diferencial do problema.
13. Estabilize a mulher.
14. Algalie a mulher para monitorar o fluxo de urina ou para relaxar uma bexiga distendida.
15. Registe tudo - história e tratamentos feitos, propostas de condutas futuras (com base nos
achados) para o gerenciamento contínuo com base na causa da emergência.
Na insuficiência respiratória:
A insuficiência respiratória aguda vai desde dispneia à asfixia; quando ocorre uma paragem
respiratória a paciente fica inconsciente e o coração entra em assistolia por anóxia, resultando
em fibrilhação e paragem cardiaca.
Por outro lado, a falta de irrigação cerebral leva à morte em 4 a 6 minutos. Em alguns casos a
insuficiência respiratória evolui lentamente de forma progressiva, encontrando-se ansiedade,
agitação, sudação fria, angústia.
Normalmente há: PCO2 >49-50 mm Hg PO2 <60 mm Hg pH >7.36
Nestes casos deve-se começar a assistir a doente na maca, passando-a para uma cama dura:
1. Deitar a paciente de costas ou de lado se estiver inconsciente, posição de
Trendelemburg com hiperextensão da cabeça;
2. Pesquisar obstrução das vias respiratórias superiores;
3. Elevar a mandibula para evitar a queda da língua;
4. Aplicar Ambú, aspirar corpos estranhos e mûco, ventilar;
5. Aplicar tubo orofaringeo de Mayo;
6. Administrar oxigénio;
7. Chamar com urgência o Anestesista ou Cirurgião Toráxico;
8. Usar aerossois: mucolíticos, broncodilatadores, corticosteroides nos casos de asma; o
aerossol depende da patologia básica.
9. Antibióticos
10. Tratar a causa da doença.
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Na insuficiência cardiaca
A insuficiência cardiaca pode ser devida a anóxia ou hipóxia, reflexos víscero-cardiacos como
na embolia pulmonar, eletrocução, agentes quimicos ou físicos como sufocação. É urgente
restabelecer a respiração e a circulação, para manter a oxigenação cerebral e evitar anóxia e
morte cerebral. Deve-se:
1. Manter oxigenoterapia a 100% e respiração assistida;
2. Fazer massagem cardiaca externa ritmica se necessário;
3. Elevar os membros inferiores;
4. Administrar Dextrose
5. Tratar a causa da doença.
Nos casos de hemorragia, infecção ou trauma, e na presença dos seguintes sintomas e/ou
sinais - Suspeitar a presença de Choque:
Pulso fraco e rápido (110 pulsações ou mais)
TA baixa, sistólica <90 mmHg
Palidez das mucosas e da pele;
Transpiração ou pele húmida e fria
Respiração rápida 30 respirações ou mais por minuto
Ansiedade, confusão ou inconsciência
Oliguria, pouca excreção urinária (<30 ml por hora)
Muita sede (a paciente pede água)
O choque é um estado muito grave. Ele apresenta-se como um conjunto de sintomas e sinais
físicos, resultante da irrigação deficiente dos diferentes órgãos vitais. Perante qualquer tipo
de choque deve-se:
1. Pesquisar a História clinica ou informação da causa provável;
2. Verificar rapidamente os sinais vitais;
3. Restabelecer a respiração;
4. Estancar hemorragias externas e internas caso houver;
5. Cateterizar duas veias de grande calibre;
6. Colher amostra de sangue para todas análises, incluindo grupo sanguineo e RH;
7. Colocar uma algalia para medir a diurese;
8. Realizar eletrocardiograma (ECG) caso esteja disponivel;
9. Restabelecer o equilibrio hidroeletrolitico, colocar soro fisiológico;
10. Identificar o tipo de choque e tratar.
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Há 4 tipos de choque: Hipovolémico, Neurogénico, Cardiogénico e Séptico;
independentemente do tipo, o choque sempre é uma situação de emergência.
Estado de Coma
É um estado agudo de perda completa de consciência, sem reação a dor, nem verbal.
Perante um estado de Coma, deve-se:
1. Prestar os primeiros socorros – ressuscitação;
2. Investigar história pregressa junto ao acompanhante. Investigar antecedentes clinicos,
que poderão ser os factores concorrentes à situação;
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3. Exame físico cuidadoso mais a historia clinica, poderá orientar as causas e o
diagnóstico diferencial mais acertado, de forma a reverter urgentemente a situação.
4. Despir a doente e examinar minuciosamente todas as partes do corpo e nas roupas
buscando vestigios de: álcool, sangue, substâncias tóxicas, queimaduras, lesões;
5. Verificar hemorragias internas e externas;
6. Colher sangue para análises;
7. Administrar Dextrose a 5% e Soro Fisiológico em partes iguais;
8. Exame neurológico completo;
9. Algaliar a paciente para controlar a diurese;
10. Rx do cranio e tórax e onde houver suspeita de fraturas, e Electrocardiograma (ECG);
11. Intubação e lavagem do estômago se suspeita de envenenamento;
12. Tratar a causa do coma.
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UNIDADE 3 - HEMORRAGIA NO INÍCIO DA GRAVIDEZ
A hemorragia no início da gravidez é uma das principais causas de morte materna, as causas
principais são Aborto, Mola Hidatiforme, Gravidez Ectópica e lesões cervicais.
OBJETIVOS DA UNIDADE
Ao final da unidade, o participante estará apto a:
1. Diagnosticar e utilizar condutas adequadas em situações de aborto incluindo conhecer a
técnica de Aspiracao Manual Intra-uterina (AMIU).
2. Diagnosticar e utilizar conduta adequada nos casos de Mola Hidatiforme
3. Diagnosticar e tomar conduta adequada nos casos de gravidez ectópica
4. Conhecer outras causas de sangramento no inicio da gravidez (lesões cervicais)a
Aborto
Aborto é a expulsão do feto antes de ser viável (geralmente antes das 22 semanas de
gestação). Nos países em desenvolvimento, devido à limitação de equipamento, recursos
materiais e humanos, ainda é dificil a sobrevivência de um feto com idade gestacional inferior a
28 semanas, pelo que ainda se considera aborto até este período gestacional.
A conducta num o aborto, depende das diferentes condições clínicas, devendo-se em qualquer
das situações oferecer os cuidados imediatos e pedir análises de rotina para investigar as
possiveis causas e tratar segundo os resultados.
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Definição Sinais e sintomas Diagnóstico Conduta
mais frequentes
nas primeiras 28 lombalgias e dor descartar outras causas dias),
semanas de gravidez. abdominal ligeira no de sangramento.
. baixo ventre mas as Evitar relações sexuais
- Ao toque- o colo uterino
membranas
está formado e fechado Tocolíticos só nos casos de
permanecem ameaça de aborto com mais
e o corpo uterino
intactas. de 15 semanas
aumentado de volume
correspondente ao Evitar toques vaginais
Hemorragia discreta tempo de amenorreia.
a moderada de cor Hidratação oral
vermelha
Análises de rotina: urina II,
Plasmódio, Hemograma,
Bioquimica, HIV e RPR.
Aborto Inevitavel Sangramento mais É clínico (história clínica Internar
abundante e e observação
Significa que é Avaliar estado geral da mulher:
contínuo, de cor ginecológica. Há
impossível a
vermelho vivo, por dilatação do colo uterino Se tiver muita perda de sangue e
prossecução da
vezes com coágulos e hemorragia abundante, sinais de choque: Cateterizar
gravidez.
por vezes com coágulos) uma veia e colocar soro
Dores pélvicas
fisiológico, ringer ou dextrose a
intensas, tipo cólica
5% mais Oxitocina 10 UI até a
Contrações uterinas expulsão do feto.
rítmicas com
dilatação cervical Pedir sangue para transfusão e
Não há expulsão de chamar o médico para avaliar.
material ovular.
No primeiro trimestre:
Se o feto foi expulso, evacuar
os restos ovulares por AMIU.
Se não tiver sido expulsado o
feto, continuar com oxitocina
até expulsar e depois fazer
AMIU.
Após a evacuação uterina
administrar Oxitocina 10 UI
por via IM.
Prescrever:
Antibióticos: Amoxicilina
500mg 8/8h
Sal ferroso com ácido fólico-1
comp 12/12h por 30 dias
Contraceptivos:logo que a
paciente estiver melhor -
Microgynon ou Lo-feminal 3
ciclos e aconselhar para
contracepção.
Análises de rotina
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Definição Sinais e sintomas Diagnóstico Conduta
mais frequentes
Aborto Incompleto Hemorragia que Clínico (história clínica e Aspiração ou curetagem uterina o
pode ser severa, observação ginecológica mais cedo possível.
Significa que, apesar
com risco de em que o colo está
do embrião/feto ter Se houve história de manipulação
choque aberto e há presença de
sido expulso, parte ou uterina (aborto criminal) ou sinais
hipovolémico restos ovulares)
toda a placenta ficou de infecção, fazer aspiração
retida Expulsão parcial do somente 6 horas após inciar
material ovular antibioterapia EV; trate como se
fosse aborto séptico.
Dor que a doente
refere ter diminuído Administre Oxitocina 10 UI IM
depois que
começou a expulsar Sal ferroso e ácido fólico: 1
produtos de comp. 12/12 hs - mínimo 30
concepção dias
Transfudir sangue nos casos
em que há anemia grave
Se houver risco de choque,
cateterizar veia de grosso
calibre e perfundir soro
fisiológico ou L.Ringer com
40 UI de oxitocina.
Se sinais de infecção
Amoxicilina oral 500 mg 8/8
horas MAIS metronidazol,
500 mg 8/8 hr durante 7 dias
Aborto Completo Cessação da dor Diagnóstico só pode ser Se o produto de concepção
confirmado se o aborto estiver completo à observação,
Significa que todos os Diminuição do
ocorrer numa Unidade não é necessária aspiração
produtos da sangramento ou
Sanitária e a enfermeira
concepção (embrião/ hemorragia em Em caso de dúvida transfere para
ou médica verificar.
feto, placenta e gotejo (spotting) US de referência (se houver
membranas ) foram Exame ecográfico (onde condições) ou fazer aspiração
Colo fechado e
for possível) para
expulsos. útero de tamanho
confirmação
normal em relação
È mais provável que Ocitocina 10 UI IM imediatamente
ao tempo de
ocorra nas 1ras 8
gestação referido Antibióticos
semanas de gestação
29
Definição Sinais e sintomas Diagnóstico Conduta
mais frequentes
Aborto Séptico Sinais semelhantes Clínico (história clínica e Combate vigoroso da infeção
aos do aborto observação ginecológica
Aborto complicado Extração do material ovular por
incompleto dolorosa sobretudo à
por uma infeção aspiração, 6 horas após o início
mobilização do colo
uterina. da Antibióticoterapia IV
uterino).
Pode ocorrer a seguir Dor pélvica Hidratação com soro
a qualquer tipo de espontânea e à polielectrolítico ou Ringer
aborto mas é mais palpação, e por Leucocitose (exame
Antibioterapia:
comum a seguir ao vezes sinais de Laboratorial)
aborto ilegal e reação peritoneal Nas primeiras 24 - 48 horas:
ao incompleto.
Febre Penicilina Cristalina
Leucorreia fétida (3.000.000 UI) EV. de 6/6 hrs
com restos ovulares Gentamicina (80 mg) EV de
necróticos 8/8 horas ou Kanamicina
Hipotensão, (500 mg) IM de 12/12 hrs
taquicardia Metronidazol (500 mg) IV ou
oral de 8/8 hrs,
Se houver melhoria do quadro
passar para:
Amoxicilina oral 500mg de
8/8h ou. Penicilina Procaína
3.000.000 UI IM / dia
Gentamicina 80 mg IM de
12/12 hrs ou Kanamicina 500
mg IM de 12/12hrs
Metronidazol 500 mg Oral de
8/8 hrs, por 8 dias
Nos casos complicados, (febre
persistente, abdómen distendido
e doloroso)
Transferir para uma U.S com
capacidade cirúrgica.
Aborto Recorrente Pode estar Clínico, história clínica e Enviar a paciente para um
associado a um observação ginecológica unidade sanitária com
Quando uma mulher
colo do útero em que se palpa um colo capacidade cirúrgica onde será
tem duas ou mais
incompetente ou a curto e entreaberto no submetida a uma ciclorrafia no
gravidezes
uma doença geral início da gravidez. caso de incompetência cervical e
consecutivas que
ou relacionado a tratar a causa de base noutras
terminam em aborto.
aspectos circunstâncias.
anatómicos do útero
Aborto Induzido Dor pélvica Clínico, história clínica e Expectante; só se intervém
espontânea e à observação quando o colo está aberto e o
Ocorre como
palpação, ginecológica; colo conteúdo uterino foi expulso total
resultado de
sangramento uterino entreaberto com ou parcialmente ou com
interferência médica,
vaginal sangramento vaginal sangramento excessivo que
cirúrgica ou do uso
compromete a vida da paciente.
de medicamentos ou
30
Definição Sinais e sintomas Diagnóstico Conduta
mais frequentes
práticas tradicionais Repete a dose de Misoprostol se
que provocam a não obtiver efeito.
expulsão total ou
Tratar como aborto séptico se for
parcial do conteúdo
criminal.
do útero.
O aborto induzido
pode ser legal ou
criminal.
A tabela 7 inclui informação sobre a forma como as observações do exame pélvico devem ser
avaliadas, para determinar a fase e decidir o tratamento adequado do aborto.
Gravidez ectópica:
Definida quando o ovo fertilizado se implanta fora da cavidade uterina. É mais provavel (90%)
acontecer nas trompas uterinas, sendo as causas mais frequentes as lesões inflamatórias nas
trompas, as anomalias congénitas e o comprimento excessivo ou tortuosidade das trompas.
Em ordem de frequência de localização, a seguir à gravidez que se implanta nas Trompas
(gravidez tubárica – 90%), está a gravidez ectópica Ovárica, gravidez abdominal, cervical e
Heterotópica (extrauterina + intrauterina)
31
Tabela 8: Tipos de gravidez ectópica
Definição Sinais e Sintomas Diagnóstico Conduta
mais frequentes
A. Gravidez História de Clinico: Laparotomia para remoção
Ectópica Não amenorreia e da gravidez ectópica
Sinais e sintomas
Rota ou Não Sinais de gravidez,
referidos pela mulher:
Complicada
Utero que não amenorreia, náuseas,
Em caso de diagnóstico em
corresponde ao hiperemeses e dor pélvica
uma US sem capacidade
tempo de ligeira. Toque vaginal
cirúrgica – referir
amenorreia mostra tumoração anexial
imediatamente que se
referido, e útero ligeiramente
suspeite ou confirme o
aumentado de volume.
Dor pélvica diagnóstico de gravidez
geralmente Ecografia ginecológica ectopica
unilateral, ou se onde possível realizar
Canalize veia de grosso
difusa, com maior confirma massa anexial e
calibre e coloque soro
intensidade do lado presença de saco
fisiológico ou L.Ringer ou o
da trompa afetada. gestacional ou embrião na
que houver antes de
massa anexial.
Palpa-se uma transferir.
massa anexial Teste de gravidez positivo
dolorosa e dor à
mobilização uterina
B. Gravidez História de Ao exame clinico: Canalizar duas veias de
Ectópica Rota amenorreia e grande calibre com agulha
sinais de gravidez, Mucosas pálidas
grossa e colocar
Dor pélvica súbita Abdómen distendido e Expansores Plasmáticos
doloroso como: Hemacel,
e violenta numa
das fossas ilíacas Plasmagel, Dextrano 70,
Ao exame ginecológico:
se não houver, colocar
ou hipogastro com
irradiação para o dor à mobilização Lactato de Ringer para
ombro, uterina prevenção do choque
hipovolémico.
Defesa abdominal palpa-se massa anexial
(Blumberg positivo) dolorosa, Transferir para uma
unidade sanitária com
Anemia aguda e fundo de saco de capacidade cirúrgica
choque. Douglas abaulado e em todas as situações.
doloroso
Providenciar sangue
Punção do fundo de urgente, através do
saco de Douglas, banco de sangue ou
(culdocentese) aspira-se dador de sangue.
sangue que não coagula
C. Gravidez Irritação peritoneal Clinico: A conduta dependerá da
abdominal: podendo causar localização e tempo de
História clínica e
náuseas, vómitos, gestação
Gravidez localizada observação
diarreia e dor
na cavidade ginecológica
abdominal
abdominal. A
placenta prende-se
agravada pelos Perante uma mulher Caso seja suspeitada ou
em idade reprodutiva confirmada em uma U.S
32
Definição Sinais e Sintomas Diagnóstico Conduta
mais frequentes
a qualquer superfície movimentos fetais com amenorreia, dor periferica, Referir sempre
do peritoneo abdominal e anemia, para uma US de referencia,
deve-se suspeitar de com capacidade cirurgica.
Na gravidez
gravidez ectópica.
avançada as
partes fetais Ecografia: Identifica a
podem-se palpar localização da
facilmente, assim gravidez
como os
batimentos O feto encontra-se
cardíacos fetais. geralmente em
posição oblíqua ou
transversa.
Mola Hidatiforme
É uma doença caracterizada pela degeneração do córion, com proliferação descontrolada do
tecido viloso edemaciado, de causa desconhecida. É mais frequente em mulheres jovens e nas
que têm mais de 40 anos.
QUADRO CLÍNICO
Exacerbação de hiperémese gravídica
- Hemorragia irregular discreta a intensa
- Útero de consistência mole e tamanho
superior em relação a idade gestacional
- Ausência de foco fetal e sinais embrio-
fetais na ecografia
- Ao toque vaginal pode-se sentir ou palpar
quistos teca-luteínicos bilateralmente
- Eliminação de vesículas molares
semelhante a cacho de uvas, (sinal
patognomónico).
CONDUTA
Sempre fazer o Esvaziamento uterino (muito cuidadoso, pode perfurar)
Nos casos em que o colo esteja permeável e apagado deve-se:
Administar Oxitocina, 20 UI em 1000 ml de glicose 5%, 60 gotas por minuto para
promover ou aumentar a contractilidade uterina.
Aspiração da cavidade uterina após a expulsão completa ou incompleta.
Se o colo é desfavorável: (referir para uma unidade sanitária com capacidade cirúrgica).
Utilizar Prostaglandina intravaginal e aguardar a maturação do colo e início da dilatação.
33
Sempre que necessário, voltar a administrar oxitocina, como descrito anteriormente
Seguimento: Estas mulheres devem ser vigiadas no 1, 3, 6, e 12 meses após a interrupção
e deverão prevenir outra gravidez durante pelo menos 1 ano.
COMPLICAÇÕES
- Aborto precoce ou tardio; aborto molar retido
- Hiperemese gravídica
- Pré-eclampsia/eclampsia
- Deterioração do estado geral
A AMIU baseia-se numa fonte de sucção, aplicado ao útero através de uma cânula. Existem
vários tipos de aspiradores que incluem: seringas com diferentes tipos de controlo da sucção,
bombas de pedal e bombas eléctricas. Todos estes aparelhos são denominados de
aspiradores, pelo que, a palavra aspirador, neste manual, se refere a todos eles.
34
uma gravidez ectópica. Neste caso é necessária uma ecografia com bexiga cheia para
caracterização do útero, seu conteúdo e anexos.
Evacuação incompleta:
Usar uma cânula demasiado pequena ou a aspiração demasiado cedo, pode resultar em
tecidos retidos, hemorragia, infecção, dor contínua e contracções. A observação cuidada dos
sinais de evacuação completa do útero e o exame cuidadoso do tecido removido, é a melhor
forma de evitar a evacuação incompleta.
Instrumentos e Materiais básicos:
materiais
Soros e solução (lactato de sódio, glicose, solução salina normal);
Seringas e agulhas para administração de fármacos;
Luvas esterilizadas (pequenas, médias e grandes);
Compressas;
Solução desinfectante à base de água (não alcoólica);
Sabão ou detergente;
Água limpa;
Solução clorídrica, por exemplo CIDEX (Gluteraldeído);
Agente de alta desinfecção ou esterilização.
Instrumentos e equipamento:
Espéculo vaginal
Pinça de restos;
Pinças de esponja (anel) ou pinça para tamponamento uterino
Dilatadores de Pratt e Denniston tamanhos 13 a 27 French;Contentor
para solução anti-séptica;
Filtro (metal, vidro ou de gaze).
Medicação:
Medicação analgésica (ex, paracetamol, ibuprofeno ou petidina);
Medicação ansiolítica (por exemplo, diazepam);
Anestésico (1ml de lidocaína 0,5% ou alternativas existentes, sem
epinefrina)
Oxitocina 10 UI ou ergometrina 0,2 mg.
Instrumentos de AU:
Aspirador de vácuo (Figura 6.1), lubrificante para colocar nas seringas,
se necessário;
Cânulas flexíveis de diferentes tamanho
Adaptadores, se necessário.
Pontos a não A cânula a utilizar deve ajustar-se perfeitamente ao colo do útero, de
esquecer modo a que o vácuo da seringa seja transferido para o útero.
Adicionalmente, a cânula deve ser suficientemente larga para permitir a
passagem de tecidos do útero.
35
Os seguintes pontos devem ser contemplados na selecção de uma cânula:
Tamanho do útero determinado pelo exame bimanual;
Dilatação cervical presente.
Verifique se a válvula fecha, se usar uma Se usar uma seringa, puxe o êmbolo para trás, e
válvula de puxar, puxe o botão para baixo e verifique se ambos os braços do êmbolo estão
para a frente: deve ouvir e sentir a válvula a completamente estendidos e na parte superior do
fechar (Figura 6.2); canhão; nesta posição a seringa deve manter o vácuo
de uma forma sustentada (Figura 6.3):
Figura 6.2: Fechar a válvula Figura 6.3: Puxar o êmbolo para trás
Deixe a válvula trancada e o êmbolo na sua posição de”vácuo”, durante vários minutos e depois,
prima o botão para libertar a válvula; o som de ar a entrar na seringa indica que havia vácuo na seringa.
Preparação da doente:
É importante que o profissional de saúde se lembre que a mulher que procura cuidados por um
aborto incompleto, está sob um forte sofrimento emocional, para além de qualquer desconforto
físico que possa estar a sentir. Devem respeitar as necessidades da mulher e prestar os
cuidados necessários sem preconceitos de qualquer natureza.
36
A preparação da doente antes de proceder à AU envolve:
• Inicie por fazer uma história clinica cuidadosa, exame objectivo e o exame vaginal bimanual
para verificação do tamanho e posição do útero, abertura do colo uterino, massas anexiais,
produtos de concepção na vagina (ver exame bimanual em baixo). Só em caso de dúvida
realize ecografia onde for possivel ou transfira a paciente.
• Informar o diagnóstico e o procedimento à mulher;
• Pedir à mulher para fazer xi-xi (para esvaziar a bexiga);
• Administrar Oxitocina IM (10 UI) para que o endométrio fique firme e reduzir o risco de
perfuração;
• Colocar a mulher na posição de litotomia, numa mesa de exame equipada com estribos;
• Limpar o colo do útero e a vagina com uma solução antiséptica, de base aquosa, (não
alcoólica);
• Assegurar a privacidade da mulher, utilizando cortinas ou panos;
• Durante o procedimento outro membro da equipe médica, deve estar presente para dar
apoio à mulher;
• A medicação pré-operatória deve ser administrada a tempo de fazer efeito antes de se
iniciar a AU (ver controlo da dor em baixo);
Controlo da dor:
O objectivo de controlar a dor é assegurar que a mulher sofre o menor desconforto e ansiedade
possíveis. A dor pode ser profunda e intensa ao fazer-se a dilatação cervical e ao mexer no
orifício cervical interno; ou, pode ser uma dor ou contracções no baixo ventre, na altura da
raspagem da parede uterina e espasmos musculares relacionados com o esvaziamento da
cavidade uterina.
Se a mulher estiver tensa e ansiosa, usar ansiolíticos para induzir o relaxamento, reduzir o
medo e diminuir as recordações do procedimento: Usar Diazepam, 5-10 mg EV administrado
lentamente ou 10 mg oral 1 hora antes do procedimento.
Em primeiro lugar, fazer toque vaginal, depois de ter feito a história clinica para determinar a
forma e posição do útero. O risco de perfuração uterina é mais elevado, se o profissional que
executa a aspiração não souber o tamanho e a posição do útero.
37
1. Inserir o espéculo e manter o colo do útero fixo com uma pinça. Aplique uma tracção ligeira
para endireitar o canal cervical (Administre o bloqueio paracervical, se necessário).
2. Dilate o colo do útero (se necessário). Quando não permite a passagem da cânula
apropriada, a dilatação deve ser feita gentilmente, com dilatadores mecânicos ou com
cânulas de tamanhos gradualmente maiores, tendo o cuidado de não causar trauma ao
colo do útero ou rasgar os tecidos, criando um falso trajecto.
3. Insira a cânula suavemente através do colo do Figura 6.6: Inserção da cânula
útero na cavidade uterina, passando o orifício,
enquanto se mantém o colo do útero fixo
(Figura 6.6). A rotação da cânula por pressão
gentil, muitas vezes, ajuda a inserção
4. Empurre a cânula, lentamente, para dentro da Figura 6.7: Medição da profundidade do útero
cavidade uterina, até tocar no fundo. Verifique com a cânula
a profundidade uterina através das marcas
visíveis na cânula. A marca mais perto da
ponta da cânula está a 6 cm da ponta e as
outras marcas distam, entre si, de 1 cm
(Figura 6.7).
Após avaliar o tamanho do útero, retire
ligeiramente a cânula, isto irá ajudar a confirmar
as semanas e assegurará que há um ponto de
encaminhamento, no final do procedimento, para
assegurar que o útero foi totalmente evacuado).
5. Adapte o aspirador com o vácuo já Figura 6.8: Adaptação da seringa
estabelecido à cânula, segurando a
extremidade da cânula com uma mão e a
seringa com a outra (Figura 6.8).
38
7. Evacue os conteúdos do útero, movendo, Figura 6.10: Evacuação do útero
gentilmente, a cânula na cavidade uterina
para trás e para a frente, rodando a seringa à
medida que o faz (Figura 6.10).
Importante: não retirar abertura da cânula, para
além do orifício cervical, para evitar a perda do
vácuo. Se isto acontecer, ou se a seringa estiver
cheia, deve ser restabelecido o vácuo novamente
e reiniciar a aspiração.
Enquanto o vácuo é restabelecido, e a cânula
está no útero, tenha cuidado para evitar a entrada
acidental do êmbolo da seringa que pode
reintroduzir no útero os tecidos já aspirados,
dando origem a complicações.
8. Verifique os sinais de que o procedimento Figura 6.11: Desadaptação da seringa
está completo. Se visualiza espuma vermelha
ou rosa, sem tecidos na cânula. Quando o
útero esta limpo, sente-se uma sensação de
rugosidade, também o útero se contrai à volta,
ou agarra, a cânula.
Remoção da cânula e desadaptação da
seringa (Figura 6.11).
Nota: se a cânula penetra mais fundo, do que
o esperado, ou se observar gordura ou
intestino no tecido aspirado, é indicação de
que o útero foi perfurado. Proceda à
laparotomia ou transfira imediatamente para
um centro com capacidade cirurgica.
9. Descontamine todos os instrumentos (seringa, cânula, pinça e espéculo) com uma solução
clorídrica ou outra. Após retirar os instrumentos da doente, aspire a solução pela cânula até
à seringa e coloque os instrumentos contaminados, incluindo a cânula e a seringa,
directamente na solução.
11. Imerge ambas as mãos com as luvas numa solução de cloro a 0,5%; depois remover as
luvas virando-as ao contrário e coloca-as num recipiente estanque ou saco plástico se for
eliminá-las, ou descontamina-as em solução de cloro a 0,5% se for reutilizá-las.
12. Lava bem as mãos com água e sabão e seca ou esfrega em solução antisséptica.
39
Tabela 9: Técnicas de descontaminação de alto nível - DAN (recomendado):
Produto Apresentação Indicação Modo de Tempo de Tempo de
utilização desconta vida activa
minação do produto
Presept Granulos Superfícies: Espalhe sobre imediato -
chão matéria orgânica
SPG500
derramada no
(500 chão (fará uma
gramas) espuma).
Bactericida Limpe o local em
Fungicida seguida com a
vassoura de pano
Virucida (esfregona)
Presept Pastilhas Superfícies de Dilua num balde 7 8 horas 24 horas
trabalho, chão, pastilhas em 1 litro
SPR25
paredes, de água ou
2,5 gramas NOTA: utensílios, NOTA: As
70 pastilhas em 10
recipientes de soluções
Não utilizar litros de água
vidro, devem ser
juntamente
Bactericida equipamento Nas zonas com preparadas
com outros
Fungicida das produto orgânico diariamente
produtos, pode
maternidades, limpe primeiro com
Virucida e libertar gazes
enfermarias e o produto anterior
eficaz perigosos
desinfecção Presept SPG500
contra (cloro)
hospitalar geral granulos, e depois
esporos Evitar contacto limpe todas as
prolongado superficies com
com peças de este produto
aço inoxidável Presept SPR25
Usar óculos de pastilhas.
protecção Depois de retirar
os utensílios da
solução, passar
por água suficiente
para remover os
resíduos da
solução. logo em
seguida despeje
esta água. Seque
os objectos.
CIDEX.OPA Liquido não Kit de AMIU uso directo 8 minutos Reutilizado
para diluir Passe até 14 dias
Ref.20391
depois por ou até 44
40
3,78 litros soro imersões
fisiológico
Microbicida
41
Cuidados imediatos pós procedimento de AMIU:
Avalie os sinais vitais, enquanto a doente ainda está na mesa de tratamento;
Permita que a senhora descanse num local com uma temperatura confortável, onde a
recuperação possa ser vigiada;
Verifique a presença de hemorragia, pelo menos uma vez, antes da alta;
Verifique novamente os sinais vitais;
Verifique se as contracções diminuíram (contracções prolongadas não são
consideradas normais);
A senhora deve ser mantida sob vigilância, pelo menos 1 hora, após o procedimento,
dependendo do seu estado geral, quantidade e tipo de fármacos administrados;
Se se iniciou o tratamento de complicações (por exemplo, infecção) continuar a
terapêutica e/ou vigilância conforme necessário.
Deve ser dada à mulher a informação seguinte assim que estiver suficientemente bem para a
receber. Verificar se a mulher recebeu esta informação e se a percebeu, deve fazer parte dos
procedimentos de preparação da alta:
42
UNIDADE 4 - HIPERTENSÃO ARTERIAL NA GRAVIDEZ
OBJETIVOS DA UNIDADE
Ao final da unidade, o participante estará apto a:
1. Conhecer os transtornos hipertensivos durante a gravidez: Pré-eclâmpsia, Eclâmpsia
Iminente, Eclâmpsia e estado eclâmptico; e listar os fatores de risco para Pré-
eclâmpsia e Eclâmpsia. Saber controlar a Hipertensão Arterial crónica agravada pela
gravidez.
2. Descrever a classificação, quadro clínico e conduta nos casos de Pré-eclâmpsia e
Eclâmpsia indentificando as complicações maternas, fetais e condições de referência.
3. Conhecer em detalhe o Fluxograma para Pré-eclâmpsia e Eclâmpsia.
A classificação dos Trastornos Hipertensivos na gravidez mais difundida e aceite pelos serviços
obstétricos está a seguir:
Hipertensão Arterial Induzida pela Gravidez: Pré – Eclâmpsia e Eclâmpsia
Hipertensão Arterial Crônica
Pré-eclâmpsia ou Eclâmpsia Associada à Hipertensão Arterial Crônica
Pré – Eclâmpsia
É uma condição que aparece após as 20 semanas e dependendo da sua gravidade, classifica-
se em Pré-Eclâmpsia Leve e Pré-Eclâmpsia Grave ou Severa
43
A Pré – Eclâmpsia severa caracteriza-se por:
Uma pressão sistólica igual ou superior a 160 mmHg e uma pressão diastólica igual
ou superior a 110 mmHg.
Proteinúria, acompanhada de cefaleias, dor epigástrica, distúrbios visuais (visão
embaciada, centelhas de luz), hiper-reflexia rotuliana.
Estados da Eclâmpsia
Eminência de Eclâmpsia: Quando numa paciente com Pré-
Eclâmpsia severa, aparecem os seguintes sintomas:
cefaleias severas, dor epigástrica, distúrbios visuais (visão
embaciada, centelhas de luz), hiper-reflexia rotuliana,
Eclâmpsia:
Quando ao quadro clínico da pré-
eclâmpsia grave se associa
convulsões. É a forma mais severa de
Hipertensão Arterial induzida pela
gravidez.
Estado eclâmptico:
Presença de convulsões uma a seguir a outra. É um estado muito perigoso para a mãe e para o
feto.
COMPLICAÇÕES DA ECLÂMPSIA
Complicações maternas: Complicações fetais:
Distúrbios respiratórios: asfixia, aspiração de vómitos, Sofrimento Fetal
edema agudo do pulmão e broncopneumonia
Morte Fetal Intrauterina
Distúrbios cardíacos: paragem cardíaca
Atraso de crescimento intrauterino
Alterações cerebrais: Hemorragia cerebral, edema cerebral que origina um feto pequeno para
e acidente vascular cerebral idade gestacional (PIG)
Insuficiência renal aguda (IRA) Prematuridade
Complicações hepáticas: Rotura de fígado por distensão
da cápsula.
Alterações da Coagulação: Coagulação Intravascular
Disseminada (CID)
44
Alterações visuais: Cegueira temporária
Ferimentos e traumatismos devido às convulsões:
mordedura da língua, fraturas, etc.
45
Definição Sinais e sintomas Conduta
mais frequentes
centelhas de ciclos/respirações por minuto) ou redução dos reflexos,
luz), hiper- suspender Sulfato de Magnésio e dar antídoto, Gluconato de
reflexia Calcio solução a 10% dar 10 ml EV.
rotuliana.
ECLÂMPSIA
Definição Sinais e Sintomas Conducta
É a forma mais Os seguintes sintomas A. Medidas gerais:
grave da antecedem às
Hipertensão convulsões: Colocar a paciente num quarto sossegado e com
induzida pela pouca iluminação para não estimular mais convulsões
Cefaleias severas
gravidez Colocar a paciente em decúbito lateral esquerdo, para
Caracteriza-se Dor epigástrica evitar a aspiração de secreções e vómitos
por convulsões, Distúrbios visuais Aspirar as secreções
seguidas por (visão embaciada,
um coma mais centelhas de luz) Colocar um abaixador de língua, um rolo de gaze ou
ou menos um tubo de Mayo para evitar a mordedura da língua
prolongado e Hiper-reflexia-
rotuliana Canalizar duas veisas grossas
com TA
elevada. Neste caso, estamos Colher amostras de sangue para hemograma, grupo
na eminência da sanguíneo, função renal e hepática (onde for possível)
ocorrência de uma Algaliar e avaliar o volume de urina
É uma condição Eclâmpsia
própria da Sinais vitais de hora/hora
gravidez ou
após um parto As convulsões podem Não abandonar a paciente até controlar as convulsões.
recente ocorrer: Só nessa altura poderá transferir para US de
referência.
Antes do parto
Durante o parto B. Tratamento:
b)Tratamento anti-hipertensivo:
Dihidralazina (ampolas de 25 mg em 5 ml). Dar 5 mg (1ml)
46
ECLÂMPSIA
Definição Sinais e Sintomas Conducta
diluídos em 2 ml de água destilada EV. Pode ser repetida
se a TA diastólica se mantiver maior ou igual a 110 mmHg,
de 30 em 30 min OU
Dihidralazina 12,5 mg (1/2 ampola ou seja 2,5 ml) IM se
for numa US periférica; pode repetir após 30 min. OU
Nifedipina de acção rápida, comp 10 mg oral, dar 5 mg
sublingual de 30 em 30 minutos de Tad>=110 mmHg
Se TA diastólica mantiver-se igual ou superior a 110
mmHg Referir
ESTADO Presença de Aqui faz-se o tratamento de Eclâmpsia com:
ECLÂMPTICO convulsões uma a
Sulfato de Magnésio e se as convulsões não páram dar
seguir a outra.
Presença de adicional
convulsões
Diazepam (amp. 10 mg/2 ml) 10-20 mg IV lento (1
repetidas ou
ml/min), repete SOS após 30 a 60 min ou
frequentes.
Fenitoína (amp. 250 mg/5 ml) 125 mg IV muito lento de
É um estado
6/6 horas; após Fenitoína passar pelo mesmo catéter soro
muito perigoso
fisiológico para reduzir o risco de flebite local. O
tanto para a
extravasamento da Fenitoína pode provocar irritação e
mãe como para
necrose local dos tecidos. Dose máxima 1.500 mg/dia.
o feto
Caso houver falha do Sulfato de Magnésio, usar Diazepam
IV; a Fenitoína pode ser usada como alternativa em caso
de não resposta ao Diazepam ou para prolongar o efeito
anti-convulsivante do Diazepam, que é de curta duração –
20 a 60 min.
Se não houver resposta a estes fármacos chamar o
especialista anestesista para administrar Tiopental.
Interromper a gravidez de imediato.
Síndrome HELLP
É um quadro clínico caracterizado por hemólise (H = “hemolysis”), elevação de enzimas
hepáticas (EL = “elevated liver functions tests”) e baixa contagem de plaquetas (plaquetopenia)
47
(LP = low platelets count “)”. Embora acompanhe outras doenças, em Obstetrícia é considerada
como agravamento do quadro de pré-eclâmpsia.
A sindrome HELLP, uma doença progressiva que cursa com anemia hemolítica, ocorre em
10% a 20% das mulheres com pre-eclâmpsia grave e está associada a lesão endotelial
substancial e extensa. A Eclâmpsia e a sindrome HELLP são indicadores importantes de
disfunções orgânicas e maior probabilidade de morte da mulher e do feto.
Conduta
A conduta a seguir representa uma abordagem básica do manejo de gestantes com síndrome
HELLP.
Antecipação do diagnóstico
Na triagem laboratorial básica para as gestantes com suspeita de síndrome HELLP deve
ser solicitado: , urina (proteinúria), hemograma completo (plaquetas), ácido úrico, ureia e
creatinina sérica, DHL, bilirrubinas e transaminases. Os testes de tempo de protrombina,
tempo de tromboplastina parcial e fibrinogênio são reservados para aquelas mulheres com
uma contagem de plaquetas abaixo de 100.000/ml.
Outras avaliações como teste de Coombs para anemia hemolítica, lúpus eritematoso e
pancreatite podem ser necessários dependendo das circunstâncias. Gasometria, oximetria
de pulso, radiografia de tórax, cultura de urina e testes para hepatite poderão ser realizados
dependendo da indicação.
A avaliação seriada da contagem de plaquetas, DHL e enzimas hepáticas deve ser feita a
cada 12-24 horas ou mais frequentemente, se necessário.
O diagnóstico de Sindroma de Hellp indica interrupção imediata da gravidez, qualquer que
seja a idade gestacional.
48
UNIDADE 5 - HEMORRAGIA ANTES DO PARTO
A hemorragia durante a gravidez, parto ou puerpério está entre as três causas mais
importantes de morte materna.
A hemorragia numa gravidez avançada que aparece antes do parto pode resultar de Placenta
Prévia, Descolamento Prematuro da Placenta ou Rotura Uterina. A intervenção precoce e
efetiva nestas situações é imprescindível para preservação da vida da mãe e do bebé.
OBJETIVOS DA UNIDADE
1. Ao final da unidade, o participante estará apto a:
2. Diagnosticar e ter conduta adequada nos casos de Placenta Prévia
3. Diagnosticar e ter conduta adequada nos casos de Descolamento
4. Prematuro da Placenta
5. Diagnosticar e ter conduta adequada nos casos de Rotura Uterina
6. Saber usar os Fluxogramas respectivos
Placenta Prévia
A Placenta Prévia ocorre em cerca de 1 em cada 200 gestações e consiste na implantação e
desenvolvimento da placenta no segmento inferior do útero. Segundo a sua localização a
placenta prévia se classifica em:
49
gravidez, sem causa aparente. depende de:
É indolora, progressiva, de início e cessar - Quantidade de sangramento
súbito. Geralmente não é intensa mas por - Idade gestacional
vezes é abundante e de cor vermelho vivo.
- Localização da placenta
Em geral o útero não está contraído e não há
sofrimento fetal - Apresentação fetal
Com frequência há uma apresentação - Presença ou não de trabalho de parto.
anormal (situação transversa e pélvica). Se a Se a paciente tiver menos de 36 semanas
apresentação é cefálica está muito alta e de gestação - Adotar uma conduta
móvel. expectante:
O diagnóstico baseia-se fundamentalmente Hospitalizar a paciente numa unidade
no quadro clínico e ecografia, se possível sanitaria com capacidade cirúrgica.
Manter em repouso no leito até que a
hemorragia seja estabilizada.
Monitorar o foco fetal diariamente devido ao
risco de hipóxia fetal.
Realizar exames laboratoriais incluindo
hemograma completo, grupo sanguíneo e
exame de urina.
Realizar ecografia para confirmar o
diagnóstico e avaliar a idade gestacional.
Interroper a gravidez se sangramento
intenso e risco materno ou fetal,. A cesariana
é indicação na maioria dos casos.
Escolher o parto vaginal somente nos casos
de placenta lateral ou marginal.
O uso de transfusões precoces reduz a
mortalidade perinatal.
Se a hemorragia continuar: faz-se cesariana
seja qual for a idade gestacional.
Se a hemorragia cessar:
Com I.G superior ou igual a 36 semanas
fazer cesariana, se a placenta for prévia
central.
Com I.G inferior a 36 sem. manter a paciente
acamada numa US com capacidade
cirúrgica.
50
Descolamento Prematuro Da Placenta
É a separação da placenta da parede uterina
antes do parto. Essa separação pode ser
parcial ou total.
Frequentemente associado a Pré-Eclâmpsia e
Eclâmpsia, Descompressão súbita no
esvaziamento do polihidrâmnio ou parto do
segundo gémeo, multiparidade, desnutrição
materna, cordão umbilical curto, traumatismo
sobre o abdómen.
Pode desencadear-se um quadro de
coagulação intravascular disseminada.
Quadro Clínico e Diagnóstico: Conduta
Dor abdominal de intensidade variável O diagnóstico e a conduta precoce é a única
associado ou não a sangramento vaginal maneira de reduzir a gravidade das
complicações
Hipertonia uterina (útero duro)
Primeira medida: Cateterizar duas (2) veias
O sangramento no DPP pode se manifestar de calibre groso e administrar Hemacel ou
das seguintes maneiras: Ringer de forma rápida para reposição da
o Hemorragia exteriorizada; volemia e evitar o choque,
o Hemoâmnio;
o Sangramento retroplacentário. Colheita de sangue para o grupo sanguíneo
Até 20% dos sangramentos no DPP são e avaliação do estado geral e
ocultos, com formação de coágulo retro coagulabilidade do sangue,
placentário e infiltração sanguínea Algaliar para medir o volume de urina,
intramiometrial
Controlar os sinais vitais de 15/15 minutos.
Muitas vezes sinais de choque
Com hemorragia importante: administrar
Geralmente o foco é negativo. Quando o feto concentrado de glóbulos e plasma fresco
está vivo a auscultação pode mostrar uma congelado de forma rápida.
taquicardia e irregularidades da FCF.
Se o trabalho de parto estiver avançado (6
O Diagnóstico é feito pelo quadro clínico. cm ou mais de dilataçaõ) fazer amniotomia
para aliviar a tensão do útero e aguardar o
parto vaginal sob vigilância contínua.
Nas restantes situações a cesariana é o
melhor procedimento
51
Rotura Uterina:
É uma complicação muito grave sendo uma
importante causa de morbimortalidade materna.
A rotura uterina pode ser:
Completa: rotura total da parede uterina. É
uma urgência obstétrica, levando a risco de
vida tanto da mãe quanto do feto.
Incompleta: o peritoneo parietal permanece
intacto. Geralmente não é complicada,
podendo permanecer assintomática após um
parto vaginal.
Factores que facilitam as roturas uterinas:
O trabalho de parto prolongado, a
hiperestimulação uterina por administração
incorreta de uterotónicos para indução do
trabalho de parto, cesarianas anteriores ou
outras cirurgias ao miométrio (miomectomias),
grande multiparidade, gravidez gemelar,
polihidrâmnio, traumatismo abdominal.
A rotura uterina pode ocorrer no pré-parto,
intraparto e pós-parto.
Quadro Clínico e Diagnóstico: Conduta
Quando a rotura uterina ocorre intraparto, o Colocar a paciente com a cabeça mais
achado mais característico é a perda súbita dos baixa, elevando as pernas
batimentos cardíacos fetais. (trendelenburg inverso),
pode ou não haver sangramento vaginal, Apanhar 2 veias de calibre grosso e
pode haver sinais e sintomas de choque colocar Hemacel, Ringer ou soro
hipovolêmico, com taquicardia importante e fisiológico. Se não houver qualquer
hipotensão, destes soros, administrar o que tiver
há parada das contrações após dor forte. para compensar o volume de sangue
partes fetais são facilmente palpadas no perdido.
abdomen materno e, ao toque vaginal, há
Se houver laboratório e Banco de
subida da apresentação.
Sangue, deve-se administar sangue
total;
Antes de ocorrer a Rotura Uterina, aparece o
Anel de Bandle, que é um sinal característico da Algaliar a paciente,
ameaça de rotura, caracterizado pela dor no Administrar antibióticos profilaticamente:
segmento inferior, uma vez que o mesmo
encontra-se muito distendido e fino. Neste caso Ampicilina (1g) MAIS Metronidazol (500
estamos perante uma rotura uterina iminente e é mg) EV ou Penicilina cristalina
indicação para cesariana de emergência. (5.000.000UI) e Metronidazol (500mg)
EV
Quando ocorre a Rotura, a doente sente uma
dor repentina no baixo ventre e de seguida deixa Transferir a paciente o mais rápido possível
de sentir contrações. Na história clinica a mulher para uma unidade sanitária com recursos
52
refere que tinha muitas contracções e de repente cirúrgicos para laparotomia urgente.
sentiu uma dor mais forte no baixo ventre e não
sentiu mais dor ou a dor reduziu bastante.
Outros sintomas e sinais são: Devido à gravidade desta condição é
essencial, para sua prevenção ter em
Sinais de choque: extremidades frias, pulso conta questões como:
rápido às vezes impercetível, mucosas
pálidas, transpiração, TA baixa. Realizar uma história clinica
ginecológica e obstétrica exaustiva,
Hemorragia vaginal que pode ser ligeira,
Preenchimento e interpretação do
Dor à palpação abdominal e palpam-se partograma rotineiramente,
partes fetais no abdómen da mulher,
frequência cardiaca fetal audivel ou ausência Observação regular da parturiente.
de foco,
Evitar uso de oxitócicos sem indicação
Por vezes a urina é hemática médica, e/ou controle rigoroso da sua
administração,
Na US periférica hidratar a parturiente e
referir com urgência para US com
capacidade cirurgica, solicitar um
acompanhante que possa doar sangue.
Na US de referência hidratar e realizar
laparotomia de urgência. Se foco
cardiaco fetal positivo dar oxigénio.
Cumprir as normas de referência
obrigatória, mesmo que a paciente não
esteja em trabalho de parto (altura
uterina superior, grande multipara,
cesariana anterior, alteração de
desenvolvimento no partograma)
53
UNIDADE 6 - ASSISTENCIA AO PARTO NORMAL
Para compreender melhor como identificar as complicações que possam ocorrer durante o
trabalho de parto e parto é necessário conhecer como deve decorrer o trabalho de parto e
parto, que devem ser efetuadas sob assistência de pessoal bem treinado, independentemente
do lugar onde ocorra.
OBJETIVOS DA UNIDADE
Ao final da unidade, o participante estará apto a:
1. Definir trabalho de parto normal, e saber diferenciar o trabalho de parto verdadeiro do falso;
2. Identificar as fases do trabalho de parto, manejo do terceiro periodo do Trabalho de Parto e
descrever o feto em sua relação com a pelvis materna;
3. Assistir ao trabalho de parto e parto normal, preencher e interpretar o partograma, e
reconhecer as patologias no parto e sua referência.
4. Conhecer os objetivos, indicações da episiotomia e descrever a técnica para sua realização
e a técnica para episiorrafia.
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I. Apresentação cefálica: - a parte apresentada é a cabeça fetal. Segundo o grau de
flexão da cabeça esta pode ser:
a. Apresentação de vértice – Normal (ao toque vaginal palpa-se a fontanela
posterior).
b. Apresentação bregmática ou occipito posterior – ao toque vaginal palpa-se a
fontanela anterior.
c. Apresentação de fronte - a parte apresentada é a fronte.
d. Apresentação de face – toca-se o nariz e a boca.
e. Apresentação composta - a parte apresentada é a cabeça e a mão.
II. Apresentação pélvica: a parte apresentada é a pélvis fetal. Pode ser completa (pélvis e
pés), Pélvica franca – somente se apresenta a pelve do feto e Pélvica incompleta ,
apresentan-se os pés do feto.
As Manobras de Leopold devem ser feitas rotineiramente a todas as mulheres grávidas para
diagnóstico da apresentação e situação fetal, compreendem 4 manobras:
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Critérios para Diferenciar- Trabalho de Parto Verdadeiro do Falso
O trabalho de parto começa com contrações uterinas fracas, pouco frequentes (10 a 30
minutos entre cada contração). As contrações tornam-se cada vez mais frequentes e
dolorosas, até que o intervalo entre elas seja aproximadamente de 2 a 3 minutos.
Existe também o falso trabalho de parto, em que as contrações são irregulares, incómodas,
mas que sua frequência e intensidade não é suficiente para conduzir à dilatação do colo do
útero. Na tabela abaixo fazemos um resumo para conhecer melhor as diferenças.
O trabalho de parto tem quatro (4) períodos e cada um deles tem caracteristicas que
determinam sua especificidade no seguimento:
Fase latente de duração variável com apagamento e dilatação progressiva do colo uterino
até aos 4 cm de dilatação cervical. É variável de uma mulher para outra.
Fase ativa, inicia aos 4 cm e termina com a dilatação completa do colo (10 cm) que pode
durar até 12 horas na nulípara, e 9 horas na multípara. Esta fase está caracterizada pela
dilatação regular do colo do útero - dilata de 1 a 1,5 cm/hora; e pela intensidade das
contrações uterinas - são mais fortes - 2 a 3 contrações em 10 Min, com duração de 30 a
90 segundos e intensidade moderada a forte.
É normalmente neste período que se verifica a rotura das membranas.
56
Admissão Hospitalar
Na fase latente:
Avaliar os sinais vitais (4/4 horas) e o foco fetal de hora em hora. Neste período a mulher
deve receber todo o conforto, por parte da parteira que a assiste, dando especial atenção a
sua hidratação.
A parturiente deve beber bastante líquido, como chá açucarado e sumos. Pode até comer
refeições leves.
Caminhar. Deve andar e urinar frequentemente para evitar a retenção urinária.
Controlar a Dinamica Uterina de hora em hora e realizar toque vaginal quando houver
sinais de progressão do trabalho de parto (aumento da intensidade e frequência das
contrações )
Estar atento/a para identificar a existência de complicações ou necessidades e tomar as
medidas apropriadas em tempo oportuno.
Na fase activa:
A partir dos 4 cm de dilatação deverá ser aberto o partograma.
57
Partograma
O partograma é o registo gráfico que monitora a fase mais crítica do primeiro período (FASE
ACTIVA). A ESMI/provedor deve:
1. Avaliar o progresso do trabalho de parto através da dilatação e descida da apresentação.
2 Detetar um trabalho de parto prolongado.
3 Avaliar o bem-estar fetal através da frequência cardíaca fetal e aspecto do líquido amniótico.
4. Registar toda as medições e informações no partograma, para acesso fácil aos dados do
trabalho de parto pelos diferentes provedores.
58
Tabela 14: Notas essenciais no preenchimento e utilização do partograma
59
Se a mulher está em trabalho de parto, ausculte o foco sempre, durante e após a
contração. Para diagnosticar possíveis alterações.
O segundo périodo - Período expulsivo, inicia com a dilatação completa (10 centrimetros) e
termina com a expulsão do feto. Ele pode variar de minutos na multípara, a 1 hora na nulípara.
Durante a descida da apresentação, a mulher sente necessidade de “puxar” pois a
apresentação comprime os nervos sagrados.
Nesta fase a parturiente deverá estar sempre acompanhada pela enfermeira.
Preparação para o Preparar o material para assistir o parto: kit de parto, 2 pares de
parto luvas, 2 campos para a mãe, 2 campos para secar e agasalhar o
bebé, e 1 pinguim para aspiração do RN caso seja necessário.
Preparar oxitócicos para o Manejo activo do 3° período do parto,
aspirar para a seringa e reservar protegida
Realizar a assépsia com savlon ou outro anti-séptico nas coxas,
região perineal e vulva.
Lavar as mãos com sabão e água, secar e calçar luvas estéreis,
bata e óculos de protecção.
Posição da mulher Sempre que possível, a senhora deve estar em posição
durante parto verticalizada, com as coxas flectidas e abertas. A mulher deve
escolher a posição mais cómoda para ela, sempre aconselhando a
posição verticalizada.
A parturiente poderá continuar na mesma cama em que esteve
durante a dilatação.
Oferecer o máximo de privacidade, e sempre que possível, na
presença de um acompanhante da escolha da parturiente
Monitoramento do Auscultar o FF durante o intervalo das contracções para controlar
foco fetal durante qualquer alteração nesta fase.
o parto
Se houver sofrimento fetal realizar episiotomia e/ou parto assistido
com ventosa.
60
Acompanhamento Apoiar a cabeça com uma mão e, proteger o períneo com a outra
da expulsão fetal mão para evitar rasgadura.
Se houver circulares do cordão, liberta-las suavemente. Se não for
possível, pinçar o cordão e corta-lo.
Colocar SEMPRE anestesia antes de se fazer episiotomia ou ao
suturar uma laceração
Logo após a expulsão limpar o rosto do RN e secar. Descarte o
campo utilizado e cubra-o com outro campo seco
Aspire as secreções se necessário
Práticas não Evitar a Posição horizontal dorsal (DEITADA DE COSTAS)
recomendadas
Forçar a mulher a fazer força durante o parto (somente quando
tenha desejo de o fazer)
Pressão sobre o abdómen para apoiar a saída do bebé
Episiotomia de rotina
Episiotomia
A episiotomia não deve ser realizada como um procedimento de rotina, mas como um recurso
para prevenir lacerações em situações definidas ou para permitir um parto mais rápido quando
a mãe ou o feto estão em sofrimento. Episiotomias não suturadas podem levar a uma perda
sanguínea importante, infeção, dispareunia, e inclusive a morte materna. A realização correta
da episiotomia e a condução adequada das suas complicações são fatores importantes para a
redução da morbidade e mortalidade materna.
A Episiotomia
Objectivo da Episiotomia: Aumentar o diâmetro de saída do canal de parto e Prevenir as
lacerações perineais.
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Benefícios teóricos
- prevenção de lacerações perineais
- reparação e cicatrização mais fácil
- preservação do suporte muscular do pavimento pélvico
- redução do traumatismo neonatal e extração fetal mais rápida
Indicações:
- Trabalho de parto prolongado por obstrução do períneo.
- Baixo peso com vista a diminuir a compressão do crânio fetal.
- Sofrimento fetal para encurtar o período expulsivo.
- Parto pélvico para facilitar a saída da cabeça.
Técnica para sua realização
- Realizar quando durante uma contração a cabeça distende o períneo (vê-se a cabeça fetal.
- Efetuar anestesia local com 10 a 20 ml de lidocaína a 0,5%, fazendo-se uma infiltração
submucosa, subcutânea e profunda nos músculos perineais, três a cinco minutos antes da
incisão.
- Após a expulsão do feto e da placenta faz-se a sutura da ferida por planos com catgut
crómico 00 ou 000 ou o que estiver disponível. Como fazer:
o Aproximam-se o músculo perineal com pontos separados ou contínuos, evitando
espaços mortos onde se possam formar hematomas.
o Sutura-se a mucosa vaginal, com sutura contínua.
o Sutura-se a pele com pontos separados.
Importante:
- Não fazer uma episiotomia precoce para evitar hemorragia considerável da ferida
aberta.
- Não fazer a episiotomia tardia, porque a distensão excessiva do períneo causa também
a distensão excessiva dos músculos do períneo, prejudicando deste modo um dos
objetivos da episiotomia.
Complicações da Episiotomia
- Prolongamento da incisão através do esfíncter anal.
- Dor: é uma queixa frequente pós-episiotomia. Quando intensa deve ser cuidadosamente
avaliada, para excluir presença de hematomas e infeções.
- Hemorragia.
- Infeção
- Deiscência
Conduta perante uma complicação da Episiotomia:
Na dor e hematoma:
Analgésicos - Diclofenac ou paracetamol (1 a 2 comprimidos de 8/8 horas), aplicar gelo.
62
- Se tiver um hematoma grande faz-se a drenagem abrindo os pontos.
Sinais e sintomas mais frequentes são: febre, dor perineal intensa, eritema e edema da zona
operatória.
Conduta perante uma Deiscência e infecção
- Lavagem vaginal 2 a 3 vezes por dia com savlom e/ou soluto de dakin
- Administrar antibióticos:
- Amoxicilina oral 1 grama de 8/8horas + Metronidazol oral 500mg de 8/8horas, ou
- Penicilina com procaína IM 1.500.000UI+ Metronidazol oral 500mg de 8/8horas durante
7 a 8 dias no máximo.
- Raramente está indicada a re-sutura imediata
- Indicar Exames complementares (Se possível) - Hemograma com fórmula leucocitária
- Velocidade de sedimentação
Se a doente não melhora, transferir para o Hospital de cuidados mais diferenciados (H.
Rural, H. Provincial)
O terceiro período é a dequitadura , que começa após a expulsão fetal e termina com a
expulsão completa da placenta. Neste período a perda sanguínea normal é de 300/500 ml.
Após a saída da placenta, o útero se contrai fortemente e é chamado o Globo de segurança de
Pinard. A manutenção deste globo de segurança assegura a retração uterina e evita a
hemorragia.
Sinais de que houve descolamento da placenta são: o útero torna-se globoso e duro, há uma
perda de sangue visível e o cordão umbilical desce 5 a 10 cm na vagina.
63
PARÂMETRO PROCEDIMENTO/ CUIDADO
64
pinça de restos para tirar quaisquer restos de membrana que
estejam presentes (revisão manual). Se depois disso
continua a sangrar fazer AMIU com cânula n°12.
Mantenha a mulher abrigada e num lugar onde ela possa estar sob vigilância
constante neste período. Se a enfermeira estiver sozinha, DEIXE a puérpera na
sala de partos ou num lugar perto.
65
Cuidados com o Recém-Nascido (ver unidade sobre Cuidados imediatos com o RN
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UNIDADE 7 - CUIDADOS IMEDIATOS COM O RECÉM-NASCIDO
A avaliação rápida do R/N é fundamental para orientar nos cuidados a serem prestados. A
maioria dos R/Ns respiram ou começam a chorar espontaneamente dentro dos primeiros 30
segundos depois do nascimento.
OBJETIVOS DA UNIDADE
Ao final da unidade, o participante estará apto a:
1. Conhecer os cuidados essenciais ao Recém-nascido;
2. Identificar os recém-nascidos com necessidades especiais;
3. Reconhecer os recém-nascidos que precisam de reanimação e executar a reanimação
adequadamente.
67
abdómem da mãe.
Laqueação do Proteger o cordão com uma gaze (compressa) para evitar
cordão salpicos de sangue
umbilical
Cortar o cordão 3 -5 cm da sua inserção (coto ± 3 cm).
Deixar o coto umbilical descoberto sem penso
Aplicar clorexidina gel no coto umbilical
Cuidados com Fazer profilaxia ocular, nos dois olhos do RN, com pomada
os olhos oftálmica de tetraciclina.
Contacto pele a Se o RN está a respirar normalmente, coloca-lo em contacto
pele pele-a-pele no peito ou abdómen da mãe
Se não for possível colocar em contacto pele-a-pele, manter o
RN envolvido numa toalha ou lençol seco e limpo.
Aleitamento Logo que possível coloca-lo ao peito para que inicie a sucção
materno pois esta ajuda as contrações uterinas.
imediato
Estimular a amamentação dentro da 1ª hora após o nascimento,
se esta tiver sido a opção da mãe.
Ajude a mãe a colocar correctamente o bebé para amamentar
Administrar Vit.- Administrar vitamina K, 1mg/IM para RN >2500 gr (0,5 mg IM se
K ao RN para RN for prematuro ou de baixo peso)
prevenir
hemorragia
Outros Identificar o RN com uma pulseira ou etiqueta. Colocar o nome
cuidados de da mãe, sexo, peso, dia e hora de nascimento.
rotina
Pesar o RN, medir o comprimento e o perímetro cefálico.
Classificar o RN, para isto é preciso conhecer a idade
gestacional. (ver tabelas da idade gestacional no Caderno de
Mapas de AIDI neonatal).
Dar parabéns a mãe, tranquilizá-la, e dizer palavras de conforto.
Mostrar o sexo do bebé à mãe e informar sobre as condições de
saúde do seu bebé.
LEMBRAR QUE:
Não deve aspirar as secreções por rotina a todos R/N. Se o fizer, aspirar primeiro
delicadamente a boca e depois as narinas.
Manter sempre o RN aconchegado e aquecido para prevenir a hipotermia, controlar a
temperatura do RN e frequência respiratória de (15/15 minutos, na 1ª hora)
Orientar a mãe sobre os cuidados de higiene e alimentação do RN.
68
Se a mãe for seropositiva para HIV, certifique-se que ela e o bebé receberam ARV
adequados.
Todos os profissionais de saúde que cuidam do recém-nascido devem reconhecer e dar pelo
menos o atendimento inicial aos problemas. Problemas ou condições do recém-nascido que
requerem intervenções urgentes incluem:
Ofegar ou não respirar - respirar com dificuldade (menor que 30 ou maior que 60
respirações por minuto, forte retração do peito ou grunhidos);
Frequência cardíaca <100 batimentos por minutos
Cianose dos lábios e da pele (azul) ou Palidez
Sonolência ou inconsciência; - movimenta apenas quando estimulado ou sem
nenhum movimento
Hipotermia (temperatura axilar menor que 36,5 ° C) ou Hipertermia (temperatura
axilar maior que 37,5 ° C)
Exsudação ou sangramento do coto umbilical;
Não se alimenta bem, incapacidade de sugar;
Convulsões;
Icterícia grave (aparece na face durante o primeiro dia de vida ou se estende até as
palmas das mãos e plantas dos pés a qualquer momento).
69
o A mãe iniciou o tratamento para a Tuberculose há menos de dois meses antes do
nascimento.
Explicar a mãe e / ou ao seu acompanhante por que o bebê está sendo transferido,
Manter o bebé aquecido, colocando-o na posição de canguru. Se o bebé precisar de
oxigénio, transfira-o numa incubadora ou num berço, se disponivel.
Assegure-se de que o serviço que está a cuidar do RN recebe o registo do trabalho de
parto e parto e de quaisquer tratamentos dados ao mesmo.
Registe na guia de transferência a hora da decisão de transferência, e de partida. Assine
a guia de forma legível.
Reanimação do recém-nascido:
Ventilação do recém-nascido:
70
A ventilação pulmonar com pressão positiva (VPP) é o procedimento mais simples,
importante e efectivo na reanimação do RN na sala de partos!
Antes de iniciar a ventilação COM AMBÚ, é importante colocar uma sonda orogástrica ou
nasogástrica para descomprimir o estômago, devido a entrada de ar durante a ventilação.
Para tal deve-se medir a distância da base do nariz ao lóbulo da orelha e deste até a
metade da distância do apêndice xifóide ao coto umbilical (vide figuras abaixo)
71
4. Mantenha a taxa correcta (aproximadamente 40 respirações por minuto) e a pressão
durante a ventilação:
Se o peito do bebê estiver subindo, a pressão de ventilação provavelmente é
adequada;
Se o peito do bebê não está subindo:
o Verifique novamente e corrija, se necessário, a posição do bebê;
o Reposicione a máscara no rosto do bebê para melhorar o selo entre a máscara
e o rosto do bebê;
o Aperte o saco com mais força para aumentar a pressão de ventilação.
5. Ventile por um minuto e depois pare e reavalie rapidamente se o bebê está
respirando espontaneamente:
Se a FR estiver normal (30 a 60 respirações por minuto), páre de ventilar;
Se houver cianose central (língua e lábios azuis), ressaca no peito ou grunhido na
expiração, ou a frequência respiratória for de 20 a 30 ou mais de 60 respirações
por minuto, tratar como dificuldade respiratória.
Se o bebê estiver ofegando ou não respirando, ou se a freqüência respiratória for
menor que 20 respirações por minuto, continue ventilando
6. Se o bebê começar a chorar, páre de ventilar e observe a frequência respiratória (FR)
por 5 minutos depois que o choro parar:
Se a FR estiver normal (30 a 60 respirações/minuto), páre de ventilar;
Se houver cianose central (língua e lábios azuis), retração no peito ou roncos na
expiração, ou a frequência respiratória for de 20 a 30, ou mais de 60 respirações
por minuto, tratar como dificuldade respiratória;
Se o bebê estiver ofegando ou não respirando, ou se a freqüência respiratória for
menor que 20 respirações por minuto, continue ventilando.
7. Se o recém-nascido não estiver respirando regularmente após 20 minutos de
ventilação:
Continue a ventilação com oxigênio;
Canalize uma veia, caso ainda não o tenha feito, e aplique um soro de 10 ml/kg de
peso em 10 minutos e, de seguida, continue com o volume IV de manutenção de
acordo com a idade do recém-nascido;
Insira um tubo gástrico para esvaziar o estômago de ar e secreções;
Organize a transferência e encaminhe o bebê para um hospital terciário ou centro
especializado para avaliação adicional, se possível.
NB: O primeiro sinal de melhoria da ventilação é o aumento da frequência cardíaca , há
uma melhoria da côr e ouvem-se sons repiratórios dos dois lados.
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Em recém-nascidos sem frequência cardíaca detectável após 10 minutos de ventilação
efetiva, a ressuscitação deve ser interrompida.
Em recém-nascidos que continuam com frequência cardíaca abaixo de 60/minuto e sem
respiração espontânea após 20 minutos de ressuscitação, a ressuscitação deve ser
interrompida. Transferir para US com melhores recursos. Dar oxigénio 5-6 l / min
73
Tabela 19: Resumo dos cuidados essenciais ao recém-nascido
1. Parto limpo
2. Passos para os Passo 1: Secar e estimular o recém-nascido.
cuidados
Passo 2: Avaliar a respiração e a cor do recém-nascido.
imediatos ao
recém-nascido Passo 3: Decidir se o recém-nascido precisa de reanimação.
Passo 4: Amarrar e cortar o cordão umbilical.
Passo 5: Colocar o RN em contacto pele a pele com a mãe.
Passo 6: Fazer a mãe amamentar.
Passo 7: Cuidar dos olhos.
Passo 8: Dar vitamina K, imunizações e registos
3. Reanimação 1. Preparação para a reanimação
2. Equipamento e suprimentos para a reanimação prontos
3. Como decidir se o recém-nascido precisa de reanimação
a) Secar/estimular
b) Embulhe em pano quente
c) Olhe para o bebé
d) Se bebé não respira, respira mal ou arfando: fazer
reanimação
4. Como fazer a a) Posicionar o RN
reanimação do
b) Libertar as vias respiratórias
recém nascido:
c) Ventilar:
o Se o bebê não levantar o peito:
Aspirar
Reposicione a cabeça
Aumento da pressão
Selo da máscara
Monitorar
Limpeza e desinfecção de equipamentos
Registos
74
UNIDADE 8 - PATOLOGIA DO PARTO
Situações ou problemas relacionados com o canal do parto ou com o feto durante o trabalho de
parto e com o parto, que podem levar a um trabalho de parto prolongado, com exaustão da
gestante, desidratação e até mesmo à morte materna e ou sofrimiento e morte fetal. A
identificação desses problemas e a assistência efetiva é fundamental para salvar as vidas da
mãe e da criança.
OBJECTIVOS DA UNIDADE
Ao final da unidade, o participante estará apto a:
1. Identificar e tomar a conducta correcta no trabalho de parto prolongado
2. Identificar, tomar a conducta correcta e/ou referir o trabalho de parto obstruído
3. Identificar e utilizar condutas adequadas nos casos de apresentações viciosas
4. Realizar parto pélvico
É quando o parto não acontece até 12 horas depois do início da fase activa e/ou não houver
descida da apresentação. Neste caso constatam-se boas contrações (2-3/10 minutos), mas
frequentemente aparecem sinais de sofrimento fetal. As principais causas podem ser:
Do colo uterino: Não dilatação adequada do colo – Distocia do colo; Estenose do colo;
Incompatibilidade Céfalo-Pélvica: por pélvis estreita, deformidade da pélvis,
macrossomia fetal.
Dinâmica uterina: Ausência de boas contrações
Obstrução – falta de dilatação e descida, má posição – apresentações viciosas ou
compostas.
Exaustação da mulher (não come há muito tempo ou muitas horas com dores)
Outras Causas: Miomas do segmento inferior, Malformações fetais
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nulípara ou 1,5cm/h na multípara e ou se excluir uma desproporção feto pélvica
não se verificar a descida da
Hidratação intravenosa e glicose hipertónica 20
apresentação.
ml
Controlar o padrão de contrações
Falta de Progressão do TP no
partograma, quando este for bem Mandar a paciente urinar ou algaliar a doente
preenchido para controlar se a bexiga está vazia.
Proceder a amniorrexis se a cabeça estiver
encravada. Devendo ser efetuada somente em
situação de trabalho de parto prolongado ou
outras situações patológicas.
No Trabalho de parto obstruído as contrações uterinas são muito fortes, e o parto não pode
progredir devido a fatores mecânicos. É uma das causas de aumento da morbimortalidade
materna e perinatal.
As principais causas podem ser: Maternas: pélvis estreita, deformidade da pélvis, miomas
no segmento inferior, estenose do colo ou vagina, muitas vezes cicatricial por lesão ocorrida no
parto anterior ou lesões anteriores no colo uterino. Fetais: macrossomia fetal, apresentações
viciosas ou anormais, malformações fetais (hidrocefalia, gémeos siameses, distensão
abdominal fetal, etc.)
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Falta de Progressão do TP no
partograma 1. Colocar um soro Dextrose a 5% ou Ringer 1000
cc com 4 ampolas de salbutamol dentro do
Pode palpar-se a apresentação fetal balão e correr a 40 gotas /min para diminuir ou
acima da sínfisis púbica. parar as contrações.
Pode constatar-se moldagem no
caso de apresentação cefálica. 2. Algaliar a doente
As contrações uterinas são muito 3. Administrar: Ampicilina 1g ou Penicilina
fortes e frequentes podendo por Cristalina 5.000.000 UI EV MAIS Metronidazol
vezes o útero estar hipertónico. 500 mg EV MAIS Gentamicina 80 mg EV
Quando se atinge a exaustão uterina
as contrações podem estar ausentes. 4. Transferir a doente para uma US com
Sinais de ameaça de rotura uterina – capacidade cirúrgica, acompanhada de guia de
anel de Bandle. Pode evoluir para transferência detalhada com: procedimentos,
rotura uterina. medicação feita e horas de administração da
medicação ou dos procedimentos. Hora da
Sinais de Sofrimento Fetal: Foco decisão de transferir e hora da transferência.
irregular, bradicárdico ou
taquicardico e ou presença de
mecónio espesso.
Morte Fetal Intrauterina
Apresentações Viciosas
Pode suspeitar-se de apresentação viciosa sempre que houver prolongamento da fase ativa,
da dilatação ou da descida da parte que se apresenta, ou frequentemente ambas as situações.
As causas mais frequentes são: tamanho exagerado do feto, malformações do feto, pélvis
pequena ou mal formada, presença de Miomas.
77
efetuada, pois um maior Se houver DCP, realizar
diâmetro da cabeça, cesariana ou transferir
distende a vulva durante o para Hospital com
parto. Pode haver capacidade cirúrgica para
trabalho de parto cesariana
prolongado.
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possível, realizar
cesariana ou transferir
para uma US com
capacidade cirúrgica
(cesariana)
Apresentação pélvica
79
- Primigestas com apresentação circulação feto materna. Também possibilita o
pélvica controle do foco fetal pela palpação.
- Quando aparece a omoplata, o tronco deve ser
flectido para baixo sem tração de forma a libertar o
Todos os partos com apresentação
ombro anterior. Se necessário pode libertar-se
pélvica devem ser assistidos em
usando o dedo indicador.
Hospitais com capacidade
cirúrgica. - Faz-se a rotação do tronco no sentido oposto para
libertar o ombro posterior e levanta-se o tronco do
feto para cima libertando também deste modo o
ombro posterior.
- A seguir deixa-se o corpo do feto pendurado
permitindo a descida da cabeça em flexão até que
o occipital (raiz dos cabelos na nuca) apareça por
baixo da sínfise púbica.
- Por fim, segurar e elevar os membros superiores
do feto suspendendo o tronco verticalmente.
Quando aparece a face um assistente deverá
limpar e aspirar as vias aéreas.
- Quanto menor for a intervenção da enfermeira
melhor serão os resultados.
- Ainda no parto vaginal, deve-se evitar a tração do feto para baixo pois poderá provocar a
extensão dos membros superiores e da cabeça dificultando a saída do feto. Esta manobra
é uma causa importante da morte fetal e lesões maternas.
- Se tiver dúvidas, não se sentir seguro em fazer o parto pélvico ou se o parto não for
iminente transferir para US com cirurgia.
Caso houver uma paragem de descida ao longo do parto vaginal e o feto se encontra em
sofrimento realizar extração parcial.
Extracção parcial
Segurando a pélvis fetal com os dedos polegares sobre o
sacro e os dedos indicadores sobre a crista ilíaca fetal, faz-
se uma tração moderada ao longo do eixo do canal de
parto, sempre com um ajudante fazendo uma pressão no
fundo uterino. Depois de visualizar uma omoplata, procede-
se a (descrito na assistência ao parto pélvico vaginal).
80
Dificuldade da extração da cabeça
- É uma situação delicada em que há dificuldade na a Manobra de Mauriceau, é
saída da cabeça. É uma causa frequente de morte fetal utilizada quando o feto se
intrauterina e perinatal. apresenta com a face virada
para o cóccix materno.
- Surge devido à extensão da cabeça, de um ou ambos
os braços, em presença de dilatação cervical
incompleta, e por vezes na desproporção céfalo-
pélvica.
- Introduzindo-se a palma da mão esquerda debaixo do
tronco do feto, estende-se ligeiramente a cabeça fetal. O
feto cavalga sobre o antebraço da enfermeira que
introduz os dedos indicador e médio na boca e traciona
para baixo enquanto a outra mão atua sobre o occipital
do feto empurrando-o. Estes dois movimentos efetuados
ao mesmo tempo fletem a cabeça com ajuda do
assistente que aplica uma força moderada no fundo do
útero. Depois da flexão da cabeça com ambas as mãos
eleva-se o feto para cima e solta-se a cabeça.
- Se o feto se apresentar com o mento virado para a
sínfise púbica, aplica-se a manobra de Praga que
consiste em puxar o feto pelos ombros, colocando os 2
dedos no pescoço fetal , enquanto a outra mão eleva os
pés para cima do abdómen materno .
- Caso se apresente com um ou ambos os membros
superiores em extensão segura-se o feto pela pélvis
como já foi descrito na extração parcial, e faz-se a
tração do feto com rotação do tronco 90º com o dorso
para cima, e um dos ombros em posição anterior.
Depois, segurando pelos pés, eleva-se o tronco do feto
e liberta-se o braço posterior. Para libertar o braço
anterior faz-se o movimento para baixo
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Situação transversa
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UNIDADE 9 - USO DA VENTOSA
A ventosa é usada em muitas partes do mundo na assistência ao segundo período do parto e é
considerado um método mais seguro que o fórceps.
Algumas vezes a mãe necessita de ajuda para ter o seu bebé e a ventosa pode ser usada para
auxiliar a gestante nos seus esforços para a expulsão do feto, evitando o trabalho de parto
prolongado, com consequências prejudiciais para a mãe e para a criança.
A ventosa deve ser utilizada por pessoas treinadas, observando as indicações, condições e
técnica adequada para a sua utilização.
OBJETIVOS DA UNIDADE
Ao final da unidade, o participante estará apto a:
1. Listar as indicações para uso da ventosa, identificar situações em que essa técnica não
pode ser usada e descrever perigos potenciais para a mãe e o bebé quando se utiliza a
ventosa.
2. Demonstrar o procedimento para limpeza, cuidado e utilização da ventosa
Mecanismo de Ação
A partir de um vácuo criado dentro da campânula ou copo, a cabeça do bebé é fixada na
ventosa. O vácuo puxa o couro cabeludo para dentro da ventosa, formando um caput
sucedáneum, sem machucar a estrutura óssea.
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Condições para Uso da Ventosa
Gestação a termo (crescimento fetal completo)
Apresentação de Vértice (cefálica)
Membranas rotas
Ausência de desproporção céfalo-pélvica (ausência de moldagem ou caput succedaneum)
Bebé vivo ou com parada cardíaca durante o parto
Presença de contrações
Dilatação completa do colo uterino
O plano de apresentação no III e IV Planos.
USO DA VENTOSA
Aparelho de
aspiração
PROCEDIMENTO TÉCNICO
1. Observar as indicações para o uso da
ventosa
2. Explicar à mãe e à família o que vai ser
feito, a razão do procedimento e como
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isso irá ajuda-la
3. Preparar os instrumentos para o parto e
a ventosa
4. Testar a ventosa sobre a palma da mão
5. Certificar de que a gestante esvaziou a
bexiga
6. Deixar a mãe de costas sobre a marqueza/cama Fazer o exame vaginal para ter
certeza da posição do bebé
7. Limpar o couro cabeludo do bebé
8. Aplicar a campânula ou copo da ventosa: afastar os grandes e pequenos lábios
Empurrar o períneo para baixo
9. Segurar a campânula da ventosa
10. Inserir a campânula da ventosa após identificação da fontanela posterior
11. Pressionar a campânula da ventosa contra a cabeça do bebé
12. Passe o dedo gentilmente por volta do bordo do copo para ter a certeza que nenhum
tecido materno foi apanhado por baixo do copo.
13. Se julgar necessário faz-se a episiotomia
14. Pedir ao assistente para fazer o vácuo
até 0.2kg/cm3 de pressão negativa,
verificando novamente a inexistência de
tecido materno dentro da campânula ou
copo da ventosa
15. Aumentar a pressão do vácuo até
0.8kg/cm3. verificando novamente a
inexistência de tecido materno dentro do
copo da ventosa. Nunca exceder a
pressão máxima recomendada para o
tipo de ventosa que estiver a utilizar.
16. Puxar a cabeça do feto pela pélvis
durante a contração. Observar a direção
correta da tração, dependendo do nível
da cabeça:
17. Antes de a cabeça aparecer na sínfise púbica, puxar para baixo
18. Quando a cabeça estiver claramente na sínfise púbica, puxar para fora
19. Quando a cabeça coroar, puxa para cima
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20. Quando a contração parar:
Continuar com a pressão de 600
mmHg (Malmstrom)
Não puxar
Encorajar a mãe a respirar
suavemente e relaxar
Auscultar os batimentos cardio-fetais
Repetir os passos número 16, 17 e 18
acima, até a cabeça coroar
21. Retirar a cabeça do bebé, esvaziar a pressão, retirar a campânula e completar o parto
22. Cuidar da mãe e do bebé
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UNIDADE 10 – HEMORRAGIA NO PÓS-PARTO IMEDIATO
OBJECTIVOS DA UNIDADE
Ao final da unidade, o participante estará apto a:
1. Definir hemorragia do pós parto imediato, hemorragia do pós parto tardio e listar as
causas da hemorragia do pós parto imediato.
2. Desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para o atendimento de
casos de atonia uterina.
3. Desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para o atendimento de
casos de traumatismo do canal de parto.
4. Desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para o atendimento de
casos de inversão uterina.
5. Desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para suspeita de rotura
uterina e procedimentos subsequentes.
A Hemorragia pós-parto
A hemorragia no pós parto (HPP) pode aparecer imediatamente após o parto ou mais
tardiamente (depois das 24 horas de ter ocorrido o parto).
A hemorragia imediata é definida como a perda de 500ml ou mais de sangue, nas primeiras 24
horas após a dequitadura. A hemorragia pós parto tardia é quando ocorre após as 24 horas.
As causas de HPP imediata podem ser a Atonia Uterina (por útero muito distendido, restos
placentares, retenção da placenta), o traumatismo do canal do parto, a rotura uterina e a
inversão uterina.
Atonia Uterina
A atonia uterina é o termo obstétrico que se refere à perda do tônus da musculatura do útero
que tem como conseqüência um atraso na contracção do útero. Ou seja, o útero não contrai
depois que o bebê nasce e a placenta é expulsa.
87
Os principais sintomas são perda de sangue vaginal abundante, útero mole (não está
contraído). Podem haver sinais de choque, taquicardia, palidez marcada, hipotensão marcada.
Conduta
O tratamento vai depender do grau de atonia. O tratamento e cuidados para estas
parturientes necessitam de acção rápida e eficiente. Assim, chame outro técnico de
saúde para ajudar a resolver a situação.
Medidas gerais: Canalize 2 veias de grande calibre, numa administre 10 UI de
oxitocina diluídos em 10ml de S fisiológico EV direto na veia e
depois administre 40UI de oxitocina em 1,000ml de L-ringer ou
S fisiológico ou Dextrose5%.
Na outra veia coloque um expansor plasmático (Hemacel,
Plasmagel, Dextran 40) enquanto aguarda pelo sangue
(concentrado de glóbulos e plasma)
Colha o sangue para hemograma, teste de compatibilidade e
grupo sanguíneo.
Avalie a condição da paciente: pulso, Tensão Arterial,
mucosas, grau de consciência, tónus do útero (hipotónico) e
calcule a quantidade de sangue que foi perdida.
Algalie para esvaziar a bexiga e medir a urina
Se a paciente estiver em choque, faça seu manejo segundo as
condutas indicadas para tratamento de choque hipovolémico –
VER FLUXOGRAMA
Acções para reverter a Estimule uma contração, através da massagem e compressão
situação da atonia do útero, e remova qualquer coágulo intravaginal ou
uteria: intrauterino
Se houver suspeita de restos placentares, faça a revisão
manual da cavidade uterina
Se a hemorragia persistir e o útero estiver bem contraído,
examine a vagina e o colo para ver se há lacerações que
deverão ser suturadas. Se não tiver nem lacerações da vagina
nem do colo, administre comprimidos de Misoprostol (200µg),
4 comp (800µg) por via rectal
Se apesar destas medidas a hemorragia persistir, faça
88
compressão bimanual do útero, ou compressão manual da
aorta.
Se ainda persistir a hemorragia, fazer a inserção da sonda de
Bakri, ou Sengstaken-Blakemore ou Rusch ou Condom, ou
Luva estéril e instilação de 400-500 ml de soro fisiológico.
Remover 24 hrs depois e fazer antibioterapia profilática por 24
hrs.
Se a atonia uterina persistir apesar das medidas acima referidas proceder a
Histerectomia subtotal com conservação dos anexos.
Se a atonia uterina ocorrer após uma cesariana e apesar das medidas acima referidas
a hemorragia persistir, proceda as suturas de B-Lynch.
Se houver indicação de presença de infecção (febre, arrepios, sangue vaginal fétido),
inicie antibióticos de largo espectro:
Ampicilina 1g EV de 6/6 horas associado ao Metronidazol 500mg EV de 8/8 horas
durante 48 ou 72 horas, depois passa para Amoxicilina oral – 1g MAIS Metronidazol
500mg, de 8/8 horas num total de 7 dias
Registe todos os procedimentos e avaliações no diário de enfermagem ou clinico.
Se for necessário transferir tenha em conta todos os pontos referidos anteriormente
Estimule de novo uma contração, através da massagem e compressão do útero, e
remova qualquer coágulo intravaginal ou intrauterino.
Lacerações do períneo:
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intactos.
2º Grau: 1. Suturar a mucosa vaginal
(contínua, não cruzada;
iníciando acima do vértice da
Envolve além das lesão, terminando na fúrcula -
estruturas Vicryl Rapide 2/0)
descritas no 1º
2. Suturar o plano muscular (pontos
grau, os músculos
separados ou sutura contínua
perineais.
não cruzada, evitando tração
excessiva - Vicryl Rapide 0)
3. Suturar a pele (pontos
separados ou sutura contínua
intradérmica, em direção à
vagina - Vicryl Rapide 2/0)
3º Grau: A técnica de correção explicada a
seguir se aplica para os 3º e 4º
Se extende ao graus.
esfíncter anal, para mucosa rectal (sutura contínua não
além das cruzada ou pontos separados da
estruturas submucosa; Vicryl 3/0 ou 4/0)
referidas no 2º
grau. 1. EAI (sutura topo a topo, com
pontos em U; Vicryl 3/0)
Pode atingir o
esfíncter anal 2. EAE (sutura topo a topo ou
externo (EAE) ou o sobreposição de bordos; pontos
esfíncter anal separados em U - Vicryl 2/0 ou
interno (EAI) 3/0)
As lacerações da parede vaginal podem estender-se até ao fórnix posterior ou lateral. Quando
a laceração ocorre nos 2/3 superiores da vagina chama-se laceração vaginal alta e geralmente
está associada à lacerações cervicais ou perineais.
90
Conduta na Hemorragia Pós-Traumática
Nível 1- Centro de Saúde:
Colher sangue para teste de compatibilidade, hemograma, grupo sanguíneo e coloque um
sistema endovenoso com Ringer ou dextrose a 5%, 1000 ml e 20 unidades de oxitocina,
para manter o útero contraído.
Se a paciente estiver em choque coloque outro sistema endovenoso com expansores
plasmáticos (Hemacel, Plasmagel ou dextrano 70).
Coloque a paciente em posição ginecológica e utilize boa iluminação.
Observe cuidadosamente todo o canal do parto e suture as lacerações.
Calcule a perda de sangue.
Avalie os dados vitais da paciente (temperatura, pulso, Tensão Arterial, mucosas,
consciência).
Administre antibióticos de largo espectro.
Inicie antibióticos de largo espectro Ampicilina 1g EV de 6/6 horas e Metronidazol 500mg
EV de 8/8 horas durante 24/48 horas. Se melhorar, passar para Amoxicilina oral 500 mg
MAIS, Metronidazol 500mg de 8/8 horas num total de 7 dias
Registe os dados no diário de enfermagem ou clínico.
Se a paciente não melhora; transfira-a para Unidade Sanitária com capacidade cirúrgica.
Inversão uterina
É a invaginação do fundo uterino. Pode alcançar o segmento inferior do útero, ultrapassa-lo e
chegar à vagina (inversão uterina parcial), ou surgir fora da vulva (inversão total).
É uma situação rara e pode ocorrer devido a má assistência do terceiro período do parto (pela
aplicação de força excessiva durante a dequitadura, quer por pressão no fundo do útero ou por
tração do cordão umbilical, ou má conduta no terceiro estadio do trabalho de parto. É mais
frequente em situações do cordão umbilical curto e placenta acreta.
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largo espectro como acima referido
- Se houver hemorragia abundante tenha a mesma
conduta da hemorragia pós-parto.
- Nos casos em que a inversão é antiga (mais de
30 minutos), não tente a reposição, pode já ter
havido necrose dos tecidos.
- Administre Ampicilina 1g EV e Metronidazol 500
mg EV, e transfira a paciente para um hospital
com capacidade cirúrgica o mais depressa
possível para provável Histerectomia sub-total.
COMPLICAÇÕES: Hemorragia pós parto e choque principalmente se a inversão é incompleta
e não é diagnosticada imediatamente.
- Infeção uterina e Sépsis
- Necrose uterina pode ocorrer se o útero não for recolocado rapidamente. O anel de
retração impede a circulação e assim há necrose que em situações raras pode chegar a
amputação do útero e choque hemorrágico fatal.
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UNIDADE 11 – SEPSIS PUERPERAL
Nos países em desenvolvimento, a sépsis é uma das causas mais frequentes de morte
materna, a 3ª em Moçambique.
Pode levar ao choque, insuficiência renal e morte. Pode também causar infeção pélvica
crónica, gravidez ectópica e infertilidade. A morte fetal e a morte da criança ao nascer, ou na
primeira semana após o nascimento, podem ser consequência da corioamniotite instalada.
OBJECTIVOS DA UNIDADE
1. Ao final da unidade o participante estará apto a: definir sépsis puerperal, conhecer sua
gravidade para a sobrevivência materna e neonatal, os factores predisponentes e o
modo de evitar a sua ocorrência.
2. Prestar atendimento adequado a casos de sépsis puerperal e febre puerperal.
Sépsis Puerperal
93
Definição Sinais e sintomas mais Diagnóstico
frequentes
É uma infeção do tracto Outros sinais e sintomas que Mulher com febre (≥38°C) 24 hrs
genital, que pode podem estar presentes: após o parto (pelo menos em
ocorrer a qualquer duas leituras, uma vez que o
Hipertermia, igual ou
altura do puerpério. trabalho de parto em si pode
superior a 38ºC
ocasionar a febre)
Pode ser provocado por
vários agentes isolados Prostração A palpação superficial e
ou em simultâneo por: Desidratação ligeira profunda do abdómen muito
dolorosas
Estreptococo beta Dor no baixo-ventre,
hemolítico Útero doloroso, podendo
Lóquios purulento, estar mal involuído
Bacterióides e Gram malcheiroso,
negativos Lóquios Fétidos
Útero sensível e doloroso.
Neisseria gonorreia É importante descartar sempre a
Malária. Pedir análises ao
Clamídia laboratório: Hematozoário e
trachomatis Hemograma.
Conducta e Tratamento
Medidas gerais:
Isolamento da mulher para a prevenção da disseminação da infeção às outras
mulheres e ao recém-nascido.
Manter a mulher com Sépsis Puerperal num quarto separado ou num canto afastado
da enfermaria.
Usar avental, luvas, mascaras, material e utensílios separados para a mulher
Lavar cuidadosamente as mãos antes e depois de observar a doente
Assegurar o cumprimento rigoroso dos cuidados de assépsia preconizados para
prevenção das infeções (PCI)
Hidratar corretamente a paciente fazendo inicialmente lactato de ringer 1000 ml
alternado com dextrose a 5% 1000 ml de 8/8 horas (total de 3 litros por dia). Depois
encorajar a tomar abundantes líquidos orais.
Antibioticoterapia:
Usar antibióticos de largo espectro em doses elevadas. É importante seguir algumas
regras no uso e escolha dos antibióticos:
Tratamento endovenoso (EV) nos primeiros dias até a febre desaparecer (pelo menos
48 hora sem hipertermia)
Duração do tratamento é mais prolongada, devendo ser de pelo menos 10 dias
Geralmente faz-se uma associação de 3 antibióticos como se segue:
o Ampicilina 2g (EV) de imediato e continuar com 1g de 6/6 hrs OU Penicilina
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Cristalina: 5 milhões de UI (EV) de imediato e depois continuar com 2 milhões
de UI de 6/6 horas
Associado a:
o Metronidazol 500 mg (EV ou intrarrectal) de 8/8 horas
Associado a:
o Cloranfenicol EV, 500 mg de 6/6 horas OU Gentamicina 80 mg EV de 8/8 horas
Quando a paciente melhorar e não tiver febre, passa a fazer antibióticos orais durante
cerca de 7 dias:
o Amoxicilina- 1g de 8/8h MAIS Metronidazol-500mg 8/8h.
o Continuar com a gentamicina (EV/IM) para completar no mínimo 5 dias
Toxoide Antitetânico: Administrar se a mulher não foi vacinada
Se a mulher tiver restos placentares fazer aspiração / AMIU do conteúdo após 12
horas de uma boa cobertura antibiótica. Onde não seja possível, transferir para um
nível com capacidade para efetuar uma aspiração / AMIU.
Cuidados de Enfermagem:
Avaliar dados vitais e diurese.
Fazer a mobilização dos membros para evitar tromboflebites.
Avaliar as quantidades de líquidos administrados e saídas (urina e fezes).
Prevenir a infeção cruzada
Manter bem organizados e com precisão todos registos
Peritonite
A peritonite é uma das complicações mais graves da Sepsis Puerperal, e que quando não
diagnosticada e tratada a tempo pode provocar morte materna.
95
cavidade abdominal abdominais intestinais haja capacidade cirúrgica
(redução do peristaltismo
- Preparar para laparotomia
abdominal)
urgente, que deverá ser realizada
Diarreia 6 a 12 horas após o diagnóstico,
ou melhor logo que tenha sido
Lóquios purulentos feita a correção da desidratação.
O diagnostico é feito com - É aconselhável que a cirurgia seja
base nos sinais e sintomas feita por pessoal com experiência
referidos e/ou constatados na e competente; e se possível
mulher. A punção do Fundo durante o dia, poderá precisar dos
de Saco de Douglas, mostra serviços de outras especialidades
saída de liquido purulento / cirurgicas.
Pús
- Na laparotomia o fundamental é
drenar todo liquido purulento,
efectuando lavagem abdominal
com soro fisiológico aquecido e
com temperatura morna, até à
saída de soro relativamente
límpido.
- Quanto à realização da
histerectomia, dependerá de uma
conjugação de diferentes fatores
como:
- Grau de envolvimento do útero
- Multiparidade
- Idade da paciente
- Gravidade da doença
Grande parte das infecções que ocorrem durante o pós-parto afectam o trato genital,
devido ao parto e às mudanças que ocorreram durante a gravidez. Na maioria dos
casos o problema está no útero e vagina. Mas, outras infecções também podem
ocorrer como a infecção do trato urinário (ITU), infeção da ferida operatória, Mastite ou
Abcesso Mamário.
Outras causas de febre são consideradas não infeciosas: ingurgitamento das mamas,
desidratação, o traumatismo dos tecidos, as alterações tromboembólicas, incluindo a
tromboflebite superficial e a trombose das veias profundas, que algumas vezes
originam febre e taquicardia.
96
Causas de febre não associadas ao parto
Há outras patologias que podem aparecer no puerpério, e que se não forem tratadas
podem provocar complicações graves até chegar à morte materna; neste grupo se
encontra: a Malária (causa principal), as infeções pulmonares (como a Pneumonia,
Bronquite, Tuberculose Pulmonar), a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), a
Febre Tifoide, a Disenteria, a Hepatite e a Meningite.
A Malária é um problema obstétrico pelos efeitos que tem sobre o feto e a mulher
grávida. Ela constitui a primeira causa de morte materna indirecta (27%) e uma das
causas de parto pre-termo, aborto, baixo peso ao nascer e morte peri e neonatal.
Febre ligeira, moderada ou alta e astenia, que pode evoluir para formas graves com
hipoglicémia, anemia grave, edema pulmonar, insuficiência renal, malária placentária,
malária cerebral, coma e morte. O diagnóstico é Clínico e Laboratorial (Microscopia ou
TDR – teste diagnóstico rápido).
Conducta e Tratamento
Malária não complicada Malária grave
Não há sinais de gravidade ou A doente apresenta-se com prostração,
evidência de disfunção de órgão vital. alteração da consciência, coma, dificuldade
Pode cursar com cefaleias, cansaço, respiratória, convulsões, choque, icterícia e
dores articulares, mialgias, sinais de disfunção de orgão vital, edema
desconforto abdominal, febre, pulmonar, oliguria.
arrepios de frio, vómitos e/ou diarreia,
mal-estar. São frequentes febres, Sem tratamento a mortalidade é próximo a
cefaleias e mialgias, geralmente mais 100%, mas com tratamento reduz para 15-20%.
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acentuada numa parte do dia.
Primeiro trimestre da gravidez – Primeiro trimestre da gravidez
Quinino oral, comp de 300 mg. Toma 2
Quinino IV - 10 mg/kg de peso corporal,
comp de 8 em 8 horas durante 7 dias.
diluidos em 10 ml/kg de Dextrose a 5%, a
correr lento durante 4 hrs.
Depois de 4 hrs, repete a dose de 8/8 hrs.
calculas a partir do inicio da infusão anterior,
até que a doente possa tomar o medicamento
por via oral.
Devido ao risco de hipoglicémia, deve ser
administrado 30 ml de Dextose a 30% IV
lentamente de 8/8hrs.
Segundo e terceiro trimestre – Segundo e terceiro trimestre – Artesunato,
Artemeter (20 mg) e Lumefantrina (120 ampolas de 60 mg de ácido artesúnico anidro (pó)
mg) (AL). Toma 4 comp de 12 em 12 e 1 ampola separada com bicarbonato de sódio.
horas durante 3 dias
Modo de preparar:
Dissolver o Artesunato com a ampola de
bicarbonato de sódio. Diluir esta mistura
com 5 ml de Dextrose a 5%; esta solução
deve ser utilizada de imediato.
Administrar 2,4 mg/kg de peso corporal IV
à entrada e repetir de 12 em 12 horas num
total de 3 doses. Nos dias subsequentes
está indicada uma dose diária.
O tratamento parenteral deve ser
administrado por um período mínimo de 24
horas, e passar para AL ou quinino se a
doente consegue usar a via oral para
continuação do tratamento.
98
UNIDADE 12 - BIOSSEGURANÇA E PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO
VERTICAL DO HIV DURANTE O PARTO
Os profissionais de saúde devem estar preparados para utilizar práticas seguras e para ensinar
as mulheres como reduzir o risco da infecção. Há um número de práticas de rotina que devem
ser adotadas por todas as mulheres e trabalhadores da saúde para reduzir o risco de infecção
por HIV em mães e crianças durante o trabalho de parto e parto.
OBJETIVOS DA UNIDADE:
1. Referir as práticas que deverão ser adaptadas durante a assistência ao parto para reduzir o
risco de infeção por HIV e sua transmissão às crianças .
2. Ter noções sobre a Biossegurança e a Prevenção da Transmissão Vertical do HIV (PTV).
Biossegurança
Em relação ao HIV, todas grávidas devem ser consideradas como potencialmente infectadas.
Assim, deve-se tomar precauções para minimizar as infecções do pessoal e as infecções
cruzadas devido à exposição ao sangue e fluídos das parturientes. Deve-se encorajar o uso de
medidas protetoras.
Precauções a serem tomadas com todo o material utilizado no parto (descartável e
reutilizável), segundo as normas do PCI
Assegurar a esterilização de todo o material reutilizável
Proceder à desinfeção de todas as superfícies com hipoclorito de sódio ou produto
recomendado e utilizado pelo Departamento Nacional de Enfermagem
Utilização de protecção (máscaras, batas, lençóis e outros) por todos os profissionais que
intervêm em manobras invasivas, partos por cesariana, aspirações e outras para proteger a
pele e as membranas mucosas.
Seguir as normas de eliminação dos resíduos sólidos.
Práticas médicas para reduzir a transmissão do HIV devem ser encorajadas, nomeadamente:
Evitar procedimentos obstétricos invasivos (rotura artificial de membranas, episiotomia,
partos instrumentais que possam expor a criança ao sangue materno).
Assegurar o parto com boas condições de assépsia e higiene.
99
Reduzir a necessidade de transfusão de sangue intra-parto, pudendo ser evitada com a
monitorização correcta do 3º período do parto, evitando a episiotomia, reparando as
lacerações atempadamente e realizando o manejo activo do 3º estadio do trabalho de
parto.
Aconselhar sobre os cuidados a serem tomados com as fissuras mamilares durante a
amamentação.
Especial atenção deve ser dada às mulheres grávidas HIV positivas. Todos os cuidados
gerais mais:
Assegurar a profilaxia/terapia antirretroviral para mãe e bebé, o importante é seguir
cuidadosamente as normas atuais do PTV.
A cesariana eletiva, como principio, deve ser feita por indicação obstétrica, no entanto ela é
aconselhada nas grávidas com uma carga viral elevada ou por não ser possível testar a
Carga Viral (CV) se tiver um CD4 muito baixo ou que testem positividade à entrada da sala
de parto e não estejam a fazer TARV.
O cordão deve ser cortado envolvido por uma compressa, para evitar os salpicos de
sangue.
Todos os bebés devem ser segurados com luvas até que o sangue materno e secreções
sejam limpos.
Imediatamente após o parto deve-se secar o bebé, remover este campo húmido e envolvê-
lo por um novo campo seco de preferência estéril para remover o sangue materno e fluidos
corporais.
Todos os bebés devem ser mantidos aquecidos após o parto.
Não deve haver aspiração do recém-nascido com sonda nasogástrica a não ser que seja
líquido meconial. Quando for necessário efetuar a aspiração é melhor usar uma pêra de
sucção.
Administração usual de Vitamina K.
Administração da pomada oftálmica de Tetraciclina.
Juntar o bebé ao peito da mãe e promover a amamentação precoce
O bebé deve ser colocado sobre o corpo da mãe para o contacto pele-a-pele
imediatamente após o parto, sempre que possivel
A vacina de BCG deve ser administrado como rotina.
100
UNIDADE 13 – ACREDITAÇÃO EM CUIDADOS OBSTETRICOS E
NEONATAIS DE EMERGÊNCIA
Introdução
Para tratar as complicações, que causam a maioria das mortes maternas, perinatais e
neonatais, é imperativo prover os Cuidados Obstétricos e Neonatas de Emergência
(CONEm). As Unidades Sanitárias devem oferecer estas funções, para estarem
habilitadas como acreditadas para os CONEm, que deverão estar disponíveis 24 horas.
OBJETIVOS DA UNIDADE
Ao final da unidade, o participante estará apto a:
1. Conhecer os requisitos para acreditação de US em CONEm
2. Descrever as acções para manter as US acreditadas para os CONEm;
3. Conhecer os indicadores dos CONEm, e sua frequência de reporte.
Para decidir se uma unidade sanitária poderá prestar Cuidados Obstétricos e Neonatais de
Emergência devem ser observadas as seguintes questões:
1
Se uma US não tem o numero suficiente de partos, isto poder representar que terá poucas complicações e a possibilidade de
oferecer os CONEm num período determinado (em 3 meses) estará em risco
101
de dilatação e parto, uma (1) enfemaria de puerpério, e urgência de ginecologia.
o Para CONEmC: US com serviços maternos e neonatais com pelo menos (1) sala de
dilatação e parto, (1) enfermaria de puerpério, serviços de ginecologia, bloco
operatório; berçário e unidades de terapia intensiva para as mulheres e para RN.
Disponibilidade de sistema de água e energia, pelo menos na maternidade e no bloco
operatório
3. Existência de um laboratório de apoio e banco de sangue 24 horas para assistir as
Emergências obstétricas (Obrigatório para os CONEm2)
4. Disponibilidade de Equipamentos, medicamentos e materiais essenciais3:
Medicamentos essenciais para as emergências obstétricas garantindo sua disponibilidade
24horas e 7dias por semana
Equipamento e consumíveis essenciais para oferecer os CONEm
Disponibilidade de medicamentos, equipamentos e consumíveis essenciais para tratar o
recém-nascido com distress respiratório.
5. Sistema de referência 4
A US/ área deve ter um sistema de referência funcional:
o Uma ambulância com rádio de comunicação e ou rádios na sede distrital
funcionais ou telefone que permita à U.S uma comunicação e referência rápida
6. Serviços de saúde de apoio:
O distrito deve ter US que oferece CONEmC. Se não, a US a ser acreditada deve
garantir a referência atempada das emergências, pelo menos para o CS da sede
distrital
7. Recursos humanos:
Ter provedores habilitados para tratar mulheres grávidas e recém-nascidos,
o Para os CONEm básicos: ESMI de nível básico ou médio.
o Para CONEm completos: Técnico/Licenciado de cirurgia, Enfermeira de Saúde
Materna, um anestesista, um instrumentista, um médico generalista com
habilidades cirúrgicas, cirurgião ou ginecologista-obstetra.
8. Normas/fluxograma:
Ter fichas de recolha das complicações obstétricas
Ter normas, orientações para monitorar a disponibilidade e utilização dos CONEm.
Livro de parto com espaço para registo das complicações obstétricas
9. Outras questões a ter em conta:
Sistema de gestão de informação, que permita monitorar os indicadores dos
2Embora a transfusão sanguínea seja uma função vital dos CONEm Completos é realizada em muitas US classificadas para os
Cuidados Obstétricos e Neonatais de Emergência Básicos.
3
Para mais informação ver a Lista de equipamento, medicamentos e outro material essencial para os CONEm em anexo.
4
Uma das questões que contribui para a demora em receber o tratamento atempado é a falta de transporte. Sendo assim, a US a
ser acreditada deve garantir o sistema de referencia para prevenir atrasos que podem levar à uma complicação mais grave, ou
mesmo à uma morte materna.
102
CONEm;
Como garantir que os serviços de COEm serão usados: Existem práticas
culturais/ tabus que impedem as mulheres de ter parto na US?
Visita de acreditação inicial pela supervisora provincial e a supervisora e/ou medico chefe
distrital para certificar-se de que a US reúne todas as condições requeridas para iniciar a
prestação dos COEm.
Para que uma U.S continue “acreditada para os CONEm”, deve realizar cada uma das funções
especificadas para os CONEm básicos, ou para os CONEm completos dentro de um período
de 3 meses. Isto implica que a US ofereça CONEm básicos ou completos de acordo com os
padrões definidos:
Disponibilidade de pessoal habilitado ou treinado para oferecer CONEm.
Disponibilidade de equipamento específico para os CONEm.
Medicamentos essenciais para o tratamento das complicações obstétricas.
Um sistema de referência funcional que permita referir atempadamente as mulheres
com complicações obstétricas.
103
deverá usar a Ficha de monitoria da provisão de Cuidados Obstétricos de Emergência
para a Unidade Sanitária (FICHA I em anexo).
Do distrito para a US: a responsável distrital e o responsável clínico (se disponível) devem
visitar trimestralmente, cada US acreditada. Para o efeito usará também a FICHA I para
monitorar a provisão dos Cuidados Obstétricos e Neonatais de Emergência. No fim será
registado no livro da acreditação a condição final e recomendações para melhoria.
Contudo, para facilitar a monitoria pela DPS e pelo nível central (MISAU), a DDSMAS
deve compilar a informação obtida nas diferentes USs com CONEm na Ficha de resumo
trimestral de monitoria dos Cuidados Obstétricos de Emergência para o Distrito
(FICHA II).
Da província aos distritos: a responsável provincial nas suas visitas de supervisão deve
discutir com as responsáveis distritais a provisão dos CONEm, identificar as necessidades,
e conjuntamente definir um plano de melhoria da qualidade para oferecer os CONEm.
Também deverá avaliar SEMPRE os CONEm na US de referência do distrito, usando para
tal a FICHA I. Sempre que possível solicitar o apoio do profissional mais qualificado no
distrito: Gineco-Obstetra, Pediatra, Médico generalista, técnico de medicina.
Contudo, para facilitar a monitoria pelo nível central (MISAU), a DPS deve compilar a
informação sobre os CONEm na Ficha resumo trimestral de monitoria dos Cuidados
Obstétricos e Neonatais de Emergência para a Província (FICHA III).
A avaliação mensal periódica permite acompanhar a implementação dos CONEm tanto básicos
como completos e detectar situações que possam ser corrigidas para evitar a perda da
condição de “ acreditada para os COEm”.
Se uma Unidade Sanitária não oferece todas as funções vitais que consta da lista
correspondente nos três meses anteriores à avaliação, perde a acreditação.
Indicadores de Processo
As Nações Unidas definiram indicadores de processo que irão indicar se os serviços para
prevenir as mortes maternas, perinatais e neonatais estão disponíveis em quantidade
suficiente, e se as mulheres que mais necessitam - aquelas que sofrem uma emergência
obstétrica, que põe em perigo a sua vida - realmente usam.
Também dir-lhe-ão um pouco acerca da qualidade da atenção, se bem que outras ferramentas
seriam necessárias para avaliar com profundidade a qualidade dos cuidados prestados.
104
Das Nações Unidas
1. Quantidade de US que Número de US que Mínimo:
oferecem cuidados fornecem CONem 1 US com CONem completo por
obstétricos e neonatais de 500.000 habitantes
emergência (CONem). Mínimo:
4 US com CONem básicos por
500.000 habitantes
2. Distribuição geográfica US que oferecem Mínimo:
das US com serviços de CONem bem 100% das áreas distritais têm
CONem distribuídos em nível um número mínimo aceitável de
distrital / provincial US com CONem Básico e
Completo
3. Proporção de todos os Proporção de todos os Mínimo: 15%
Nascimentos ocorridos nascimentos entre a
nas US com CONem. população ocorridos
nas US com CONem
4. Necessidade Satisfeita de Percentagem de Pelo menos 100%
serviços com CONem mulheres com (estimado em 15% dos
complicações nascimentos esperados).
obstétricas tratadas
nas US com CONem
5. Proporção de Cesarianas Proporção de Mínimo: 5%
pelo total de nascimentos mulheres que tiveram Máximo: 15%
esperados na população parto por cesariana
geral nas US com CONem /
pelo total de
nascimentos
esperados na
população
6. Taxa de letalidade por Proporção de Máximo: 1%
complicações obstétricas mulheres com
diretas complicações
obstétricas diretas
admitidas em US com
CONem que
morreram
Os indicadores de processo das NU, acima referidos, dão resposta a algumas das perguntas
que os gestores necessitam saber, assim:
Disponibilidade de CONem:
o Indicadores 1 e 2 (cobertura destes serviços), respondem a pergunta - “Existem
serviços /Unidades sanitárias que oferecem CONem suficientes para servir a
população duma área determinada (distrito ou província)?”.
Utilização dos CONem
o Indicador 3, responde a pergunta - “As mulheres grávidas utilizam ou frequentam as
US com CONem?”.
105
o Indicadores 4 e 5, focaliza mais nas complicações admitidas e tratadas, respondem
a pergunta “ As mulheres grávidas que utilizam as US com CONem são as que mais
necessitam ou seja mulheres com complicações obstétricas?”
Qualidade dos cuidados:
o Indicador 6, responde à pergunta - “será que as unidades sanitárias (US) salvam a
vida das mulheres?”
No nosso Pais foram identificados e acrescentados aos indicadores acima citados, mais dois,
nomeadamente:
Taxa de mortalidade fetal intraparto (Foco Perdido) e neonatal dentro das primeiras 12
horas em todas US com CONem;
Proporção de mortes maternas por causa indireta em todas US com CONem.
106
LISTAS DE VERIFICAÇÃO
107
LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA ATENDIMENTO DE CASOS DE
HIPERTENSÃO ARTERIAL NA GRAVIDEZ
ÍTENS GERAIS
Recebe e cumprimenta a paciente cordialmente
Apresente-se, se necessário
Assegure confidencialidade e privacidade
Explique o que vai fazer
Escute activamente
Responde respeitosamente às perguntas da paciente
REALIZA ANAMNESE DIRIGIDA PARA O DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO
Identifique a Queixa Principal
Obtenha informações sobre a História Actual:
Sintomas gerais: cefaleias, vómitos, mal estar, dor epigástrica, distúrbios
visuais, (visão embaciada, centelhas de luz), edema (da face e membros)
Data da última menstruação (UPM)-cálculo da idade gestacional (IG) e
da data provável do parto (DPP)
Movimentos fetais activos (MFA)
Uso de medicação
Última alimentação(tipo,quantidade e duração)
Obtenha informações sobre existência prévia de problemas de saúde:
hipertensão, convulsões, cardiopatia, diabetes e outros
Questione sobre acompanhamento prévio no pré-natal e investigue sobre:
108
Gravidezes anteriores, tipo de parto e complicações
Exames laboratoriais e Ecografia (onde for possível)
Complicações durante a gravidez
Registe as informações da anamnese
REALIZA O EXAME CLÍNICO-OBSTÉTRICO
Explique resumidamente à paciente as etapas do exame
Lave as mãos com água , sabão e seque
Observe a aparência geral: consciente e alerta, nutrição, expressão
facial, presença de edema ( facial e membros)
Verifique pulso (P), pressão arterial (TA) e temperatura (T)
Inspeccione pele e mucosas
Examine membros, verificando presença de edemas ou varizes
Verifique reflexos (rotulianos)
Realize auscultação cárdio respiratória se pertinente
Posicione a paciente em decúbito dorsal e cubra-a com lençol.
Realiza o exame abdominal
Inspeccione abdómen observando forma, tamanho e cicatrizes
Avalie altura uterina (AU)
Realize os quatro tempos da Manobra de Leopold-Zweifel
Ausculte os batimentos cardíaco fetais (FCF)
Avalie dinâmica uterina ( contrações)
Realize o exame genital se pertinente (se contrações ou risco materno-fetal)
Realize toque vaginal (TV) isolado e combinado observando:
consistência, posição, apagamento, permeabilidade do colo uterino ou
dilatacão, condilomas
Lave as mãos com água, sabão e seque
Registe os dados no diário de enfermagem ou ficha pré natal ( FPN) ou
Caderneta de Saúde da Mulher
CONDUTAS E PROCEDIMENTOS
Explique de forma adequada os achados da anamnese e exame clínico-
obstétrico para a paciente, ou o acompanhante
Solicite exame de urina, se possivel ( despiste de proteinúria 3+)
Baseando-se no exame clínico e nos exames complementares
disponíveis, formule o diagnóstico da situação
Comunique sua impressão diagnóstica à paciente e ou o acompanhante e
a conduta a ser tomada
CONDUTA NA PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE
109
(TA diastólica entre 90 e 100mmHg, proteinúria: 300mg ou (++) em 24h e
edemas)
Se a doença se manifesta depois das 37 semanas interrompa a gravidez por
indução do trabalho de parto se o colo for favorável ( índice de Bishop) ou por
cesariana se houver indicação
Se a doença se manifesta antes das 36 semanas:
Interne a paciente e prescreva repouso absoluto em decúbito lateral
esquerdo
Vigie diariamente a tensão arterial ( TA), peso (P) e proteinúria
Se melhora:
Aguarda na casa de espera até as 37 semanas, com controle diário
Controle o estado do feto diariamente: pela Frequência Cardiaca Fetal
(FCF) através do Pinard ou pela cardiotocografia ( CTG) se disponível
Informe à paciente que deve controlar os movimentos do feto, (MFA)
caso ela note uma diminuição dos movimentos fetais ou tenha cefaleias,
tonturas, epigastralgias ela deve avisar a Enfermeira.
Se não melhorar:
Trate o caso como Pré-Eclâmpsia grave
CONDUTA NA PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE
Confirme o diagnostico antes da decisão do momento do parto: medir a
TA com 4 horas de intervalo, proteinuria e verificar alteração laboratorial
de órgãos vitais: transaminases, ureia, creatinina, acido úrico e plaquetas.
Medique e controle:
(TA diastólica igual ou superior a 110mmHg, proteinúria (++ ou mais),
edemas, cefaleias severas 3 horas antes da admissão, perturbações
visuais 2 horas depois do início das cefaleias, dor epigástrica, vómitos,
hiperreflexia)
Interrompa a gravidez por indução do trabalho de parto se o colo for favorável (
índice de Bishop) ou cesariana se indicada, seja qual for a idade gestacional
Tratamento anti-hipertensivo com :
Dihidralazina 5 mg diluídos em 2 ml de soro fisilógico EV que pode ser
repetido de 30/30 min(minutos) sempre que a TA diastólica se mantiver
≥ 110 mmHg.
Hidralazina, comprimidos de 25 mg(miligramas), 2 comps de 6/6 horas
via oral(VO) e Metildopa, comprimidos de 250mg(miligramas), 2 comps
de 8/8 horas.
Tratamento anti-conulsivante com:
Sulfato de Magnésio dose de manutencão 8 g (gramas) em 1000 ml de
L. Ringer endovenoso (EV) de 8/8 horas a 42 gotas/min num total de 3
doses
Vigie TA, diurese e reflexos rotulianos (de hora a hora se possivel)
Alternativa a Dihidralazina: Nifedipina de acção rápida 10 mg sublingual
6/6 h SOS
110
CONDUTA ESPECÍFICA NA ECLÂMPSIA
(quadro clínico da Pré-Eclâmpsia grave associado a convulsões)
Medidas gerais:
Coloque a paciente em quarto sossegado e se possivel com pouca
iluminação para não estimular mais convulsões
Coloque a paciente em decúbito lateral esquerdo (DLE), para evitar a
aspiração de secreções e vómitos
Aspire as secreções
Algalie para medir e controlar a diurese
Canalize uma veia grossa para administração de sôros
Colha amostras de sangue para hemograma, grupo sanguíneo e factor
Rh, função renal e hepática (onde é possível)
Coloque Oxigénio 6 l por minuto ( onde é possível)
Verifique sinais vitais de hora/hora
Não abandone a paciente até controlar as convulsões e só nessa altura
poderá transferi-la. Se for Eclampsia anteparto e estiver numa US de
referência interrompa a gravidez por cesariana de urgência.
Tratamento anticonvulsivo
Combata as Convulsões com a droga de eleição:
Sulfato de Magnésio (MgSo4), dose de ataque, 4 g (gramas) diluído
em 20 ml de Dextrose a 5% ou Água Destilada, EV lento, a ser repetida
sempre que a paciente tiver convulsões
Em seguida – Dose de manutencao: Coloque em 1000 ml de soro L.
Ringer ou Fisiológico ou Dextrose a 5%, 8 g (gramas) de Sulfato de
magnésio, que deve correr em 8 horas, a 42 gotas por minuto EV de
8/8 horas, num total de 3 doses e continua até 24 horas após pararem
as convulsões.
Precauções com o Sulfato de Magnésio
Suspenda a administração do Sulfato de Magnésio:
Se houver depressão respiratória severa ou paragem, manifesta por:
Frequência respiratória inferior a 14 ciclos /min .
Reflexos rotulianos ausentes
Diurese inferior a 30ml/hora
Administre Gluconato de cálcio 1 a 2 g ( 10 a 20 ml de solução a 10%)
EV lentamente durante 3 minutos
Alternativas para onde não há SULFATO DE MAGNÉSIO
DIAZEPAM 20 mg (miligramas), dose de ataque, EV lento, a ser
repetida sempre que a paciente tiver convulsoes,
De referir que a dose de ataque neste caso pode ser administrada
também por via rectal (introduzir o líquido sem agulha).
Em seguida - dose de manutenção,40 mg ( miligramas) de diazepam
111
diluídos em 1000 ml de Ringer ou soro fisiológico ou Dextrose a 5% que
deve correr em 8 horas, a 42 gotas por minuto EV de 8/8 horas, num
total de 3 doses e continua até 24 horas após pararem as
convulsões.
Tratamento Anti-hipertensivo
Dihidralazina 5 mg diluídos em 2 ml de soro fisilógico EV a ser repetido
de 30 em 30 min (minutos) sempre que a TA diast. fôr ≥ 110 mmHg,
Hidralazina, comprimidos de 25 mg(miligramas), 2 comps de 6/6 horas
via oral(VO) associado a Metildopa, comprimidos de 250mg(miligramas),
2 comps de 8/8 horas.
Vigie TA, diurese e reflexos rotulianos de 1/1 hora se possivel
Comentários:
112
LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA ATENDIMENTO DE CASOS DE
HEMORRRAGIA ANTES DO PARTO
PASSO/TAREFA DATAS
ÍTENS GERAIS
Recebe a paciente cordialmente
Apresente-se, se necessário
Assegure confidencialidade e privacidade
Explique o que vai fazer
Escute activamente
Responda respeitosamente às perguntas da paciente
REALIZA ANAMNESE DIRIGIDA PARA O DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO
Identifique a Queixa Principal
Obtenha informações sobre a História Actual:
Data da última menstruação (UPM): (cálculo da idade gestacional (IG) e
da data provável do parto (DPP)
Presença de sangramento vaginal: Tipo, início, duração, quantidade,
presença ou não de coágulos
Presença ou não de dor abdominal: Tipo, início, duração, intensidade,
localização, irradiação
Presença ou não de contracções uterinas (DU) e presença ou não de
movimentos fetais activos (MFA)
História de traumatismo sobre o abdómen
Última alimentação: tipo, quantidade e duração
Sintomas urinários: disúria, polaquiúria e hematúria
Obtenha informações sobre existência de problemas de saúde:
hipertensão, cardiopatia, diabetes, outros
Questione sobre acompanhamento no pré-natal e investige sobre:
113
Gravidezes, partos anteriores e suas complicações
Factores predisponentes para hemorragia antes do parto( cesarianas
anteriores, miomectomias, curetagens)
Complicações durante a gravidez actual
Exames laboratoriais (urina II, VDRL, glicemia, HIV 1 e 2 e Funções
renal e hepática ), e ecografia onde houver condições
Registe as informações da anamnese
REALIZA O EXAME CLÍNICO-OBSTÉTRICO
Explique resumidamente à paciente as etapas do exame
Lave as mãos com água, sabão e seque
Observe a aparência geral: consciente e alerta, nutrição, expressão
facial, presença de edema
Verifique pulso,(P) pressão arterial ( TA ) e temperatura (T )
Inspecione pele e mucosas ( coradas/pálidas)
Realize auscultação cárdio-respiratória (ACR ) se pertinente
Posicione a paciente em decúbito dorsal e cubra-a com lençol.
Realiza o exame abdominal
Inspecione o abdómen observando: forma, tamanho e cicatrizes
Avalie a altura uterina (AU)
Realize os quatro tempos da Manobra de Leopold-Zweifel
Ausculte os batimentos cárdio- fetais(FCF), com Pinard
Avalie dinâmica uterina (DU)
Realiza o exame genital
Realize inicialmente exame com espéculo e apenas depois de observar
que não existe risco de sangramento intenso (placenta prévia total)
proceda ao toque vaginal cuidadosamente, observando:
Colo uterino: consistência, posição, apagamento, permeabilidade,
dilatação ( índice de Bishop)
Características da bolsa de águas: (intacta ou rota com ou sem
mecónio, e com ou sem sangue)
Apresentação fetal: tipo,(cefálica, pélvica), situação
(transversa/oblíqua) grau de descida da apresentação (planos)
Útero: tamanho, consistência (mole,ou hipertónico) posição
Sangramento vaginal: Tipo, início, duração, quantidade, presença ou
não de coágulos
Registe os dados no diário de enfermagem ou diário clínico
CONDUTAS E PROCEDIMENTOS
Explique de forma adequada os achados da anamnese e exame clínico-
114
obstétrico para a paciente ou o acompanhante
Solicite Ecografia, onde é possível ou outros exames complementares
(hemograma e hematozoário, grupo sanguíneo, glicémia e urina II), se
necessário e possível
Baseie-se no exame clínico e nos exames complementares
disponíveis, e formule o diagnóstico da situação
Comunique sua impressão diagnóstica à paciente ou ao acompanhante,
e a conduta a ser tomada
CONDUTA GERAL PARA PREVENÇÃO OU TRATAMENTO DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Avalie o estado geral: Consciente e alerta, sem sinais de palidez da pele
e mucosas
Avalie a temperatura,(T) pulso,(P) pressão arterial,(TA) e frequência
respiratória (FR)
115
3. Se o sangramento continuar e com risco materno ou fetal,
é mandatória a interrupção da gravidez seja qual fôr a idade
gestacional
A cesariana é preferível na maioria dos casos. O parto vaginal poderá
ser escolhido somente nos casos de placenta lateral ou marginal.
Realize a transfusão sanguínea, se possível e necessário
4. Se a hemorragia cessar:
Com idade gestacional superior ou igual a 36 semanas, faça cesariana
nos casos de placenta prévia total
Com idade gestacional inferior a 36 semanas, mantenha a paciente em
repouso no hospital com capacidade cirúrgica, senão transfira para um
hospital com capacidade cirúrgica
116
500mg (miligramas) EV
Se a unidade sanitária tem capacidade cirúrgica e banco de sangue:
prepare para cirurgia- Avaliando cada caso- Histerorrafia / Histerectomia
Obstétrica. Não fazer histerorrafia em rotura uterina fora da US.
Se a unidade sanitária não tem capacidade cirúrgica:
Transfira a paciente o mais rápido possível para uma unidade sanitária
com recursos cirúrgicos .
Comentários:
117
LISTA DE VERIFICAÇÃO NA CONDUÇÃO DO PARTO
118
2. Usou a outra mão para proterger o períneo com uma compressa.
3. A medida que o períneo se distende decidiu se seria ou não
necessária uma episiotomia (e.g., se o períneo é muito rijo). Se
necessário fazer a episiotomia, fez a infiltração perineal com
lidocaína e em seguida fez a episotomia.
4. Manteve uma pressão suave para forçar a flexão da cabeça.
5. Pediu a mulher para respirar fundo para evitar puxar quando não
tem contracções.
6. Depois da saida da cabeça deixou que esta se fizesse a extensão
gradualmente.
7. Usou um pano limpo para limpar o muco (e membranas se
necessário) da boca e narinas do bebé.
8. Passou suavemente a mão a volta do pescoço do bebé para
verificar o cordão:
Se encontrado cordão não apertado a volta do pescoço
passou-o por cima da cabeça do bebé.
Se o cordão não estiver apertado mas não chega a cabeça,
deslisou-o para trás e passou pelo ombro à medida que o
ombro saía.
Se cordão muito apertado, clampou-o com duas pinças
separadas e cortou.
9. Deixou que a cabeça fizesse a rotação externa espontaneamente.
Saída dos ombros
1. Colocou as mãos de cada lado da cabeça, a nível das orelhas do
bebé
2. Aplicou uma ligeira tração para baixo por forma a libertar a parte
anterior do ombro.
3. Curvou para cima o tronco e cabeça do bebé (quando se viu a
axila), para facilitar a saída do outro ombro.
4. Segurou o peito do bebé para completar a saída e levantou-o em
direção do abdómen da mãe.
5. Registou a hora do parto.
Cuidados imediatos ao recém-nascido
1. Limpou o bebé imediatamente pós-parto, com um campo limpo e
seco.
2. Limpou os olhos do bebé com uma bola de algodão.
3. Colocou o bebé no peito da mãe e cobriu-o.
4. Observou a respiração do recém-nascido enquanto completava as
etapas 1 e 2:
119
Se o bebé não respira, iniciou as manobras de ressuscitação.
Se o bebé respira bem, continuou com os cuidados
PASSO E PROCEDIMENTO CASOS
1 2 3 4 5
Clampe e corte do cordão
1. Colocou duas pinças no cordão e deixou espaço entre elas.
2. Cortou o cordão usando uma tesoura estéril colocando por cima
uma compressa para evitar salpicos de sangue.
3. Laqueou o cordão firmemente a 2.5cm do abdómen do bebé.
4. Secou o RN, descartou esse campo húmido, cobriu-o com um
campo seco e limpo e colocou-o em contacto direto com o peito da
mãe.
5. Palpou o abdómen da mãe para descartar presença de outro
bebé.
MANEJO ACTIVO DO TERCEIRO ESTADIO
6. Injectou a Oxitocina 10UI por via intramuscular.
7. Se não havia oxitocina, deu uma dose única oral de misoprostol
600mcg (3 comprimidos)
A preparação para o manejo activo
1. Explicou a mulher (e acompanhante) o que ia acontecer, ouviu e
respondeu as suas preocupações e perguntas.
2. Ofereceu apoio emocional de forma continua.
3. Pediu assistência a outro colega para colocar um recipiente
(arrastadeira) contra o períneo da mulher.
Dequitadura e exame da placenta
1. Clampou o cordão com a pinça o mais próximo do períneo.
2. Esperou que o útero contraisse.
3. Usou uma das mãos para segurar a pinça com o cordão.
4. Colocou a outra mão acima da pubis com a palma virada para o
umbigo da mãe para fazer a contra-tração para cima.
5. Aplicou ao mesmo tempo tração firme e constante no cordão para
baixo. Se a manobra não surtiu efeito em 30-40 segundos parou de
puxar e esperou pela próxima contação para repetir o movimento.
6. Usou um movimento para cima e para baixo e rodou as membranas
para tirá-las.
7. Massageou suavemente o útero por cima do abdómen da mãe até
que estivesse bem contraído.
120
8. Verificou se todos os lóbulos estão presentes.
9. Inspeccionou as membranas par ver se estão completas.
10. Inspeccionou o coto do cordão para verificar as duas arterias e a
veia.
11. Mostrou a mãe com massagear o seu útero para manter a
contracção.
Exame do canal de parto
1. Pediu assitência para iluminar o períneo.
2. Separou suavemente os labios para inspeccionar a vagina e
presença de lacerações/rasgaduras.
3. Inspeccionou o períneo e o colo uterino para descartar lacerações
4. Fez a episiorrafia se aplicável.
5. Colocou um penso limpo no períneo da mulher
6. Tirou os lençóis molhados e colocou a mulher numa posição
confortável.
7. Colocou os lençóis molhados numa solução de cloro a 0.5%
durante 10 minutos para descontaminação.
TAREFAS PÓS-PARTO
1. Antes de descalçar as luvas, colocou todo o material descartável
numa caixa incineradora e a placenta num saco plástico para
incineração, depois de ter perguntado a mulher sobre práticas
culturais em relação a placenta.
2. Colocou todos os instrumentos em solução de cloro a 0.5% durante
10 minutos para descontaminação.
3. Lavou cuidadosamente as mãos com água e sabão e secou-as com
um pano seco.
4. Registou todos os achados do parto.
Comentários:
121
LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA ASSISTÊNCIA BÁSICA E IMEDIATA AO RN
1. Ser utilizada pelo participante para desenvolver e avaliar suas próprias habilidades
2. Ser utilizada pelo treinador para avaliar a performance dos participantes
Após utilização, escrever no espaço correspondente: S = Satisfatório, ou NM = Necessito/a
Melhorar.
O espaço final está reservado para comentários adicionais
PASSO/TAREFA DATAS
ITENS GERAIS
122
Controla a temperatura do RN e frequência respiratória de (15/15
minutos, na 1ª hora)
Faz a profilaxia ocular com pomada oftálmica de tetraciclina
Administra vitamina K, 1 mg/IM
Orienta a mãe sobre os cuidados de higiene e alimentação do
RN.
Se a mãe for seropositiva para HIV, certifica-se que tenha
recebido aconselhamento e tomado decisão sobre o aleitamento
materno.
Recém nascidos com problemas
Certifica-se que o RN apresenta uma das situações
seguintes que requerem intervenção e acção imediata:
o Sinais de hipoglicemia, infeção e convulsões.
o Apneia ou dispneia (ausência ou dificuldade em respirar)
o Frequência respiratória <30 ou >60 respirações por
minuto.
o Frequência cardíaca <100 batimentos por minutos
o Cianose dos lábios e da pele
o Letargia ou hipotonia
o Hipotermia (temp <36.5oC)
o Baixo peso à nascença (< 2500 g).
Reanimação do recém-nascido:
As ações de reanimação do RN devem iniciar imediatamente
nas seguintes situações:
o Ausência de respiração
o Cianose
o Frequência cardíaca < 100 bm
Ventilação do recém nascido:
Com bebé de costas e com a cabeça em ligeira extensão coloca
a máscara em posição e verifica se está bem ajustada a face,
cobrindo o nariz, a boca e o queixo.
Aperta o saco do AMBÚ com a mão por 2 vezes e observa a
elevação do tórax, mantendo um ritmo de 40 respirações por min
Se o tórax não se elevar aspira as secreções e retoma a
ventilação com AMBÚ.
Entre 60 a 90 segundos depois, reavalia: se o RN está
respirando espontaneamente, se for normal (30 a 60
ciclos/minuto) pára a ventilação assistida; se for fraca (< 30) ou
não respirar, continua com a ventilação até ter respiração
espontaneamente.
Se o RN começa a chorar pára de ventilar e continua
observando por 5 minutos depois do choro parar. Se FR for
normal, torna-se desnecessária a reanimação, mas se FR for
123
<30 c/m, continua com a ventilação
Se o RN não respirar regularmente depois de 20 minutos,
transfere para US com melhores recursos
Nos casos em que há presença de Cianose ou dificuldade
respiratória:
Comentários:
124
LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA ASSISTÊNCIA A CASOS DE
HEMORRRAGIA DO PÓS-PARTO
PASSO/TAREFA DATAS
ÍTENS GERAIS
Recebe a paciente cordialmente
Apresente-se, se necessário
Assegure a confidencialidade e privacidade
Escute activamente
Responda respeitosamente às perguntas da paciente
REALIZA ANAMNESE DIRIGIDA PARA O DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO
Identifica a Queixa Principal
Obtenha informações sobre a História Actual:
Sintomas gerais: Consciente, alerta, mal estar, tontura, fraqueza,
febre (T > 38ºC)
Condições do parto ( vaginal com ou sem instrumentalização-
Ventosa), Cesariana
Condições do RN ( prematuridade, com ou sem asfixia),
Presença de sangramento vaginal: tipo, inicio, duração,
quantidade, com ou sem coágulos
Presença de dôr: tipo, inicio, duração, intensidade, irradiação,
com ou sem hipotonia uterina
Última alimentação : hora, tipo, quantidade,duração
Sintomas urinários: ( disúria, polaquiúria, hematúria)
Obtenha informações sobre existência de:
Problemas de saúde: Hipertensão Arterial, Cardiopatia, Diabetes e
125
outros
Gestações e partos anteriores: ( vaginal, com ou sem
instrumentalização, cesariana), curetagens, miomectomia
Factores predisponentes para Hemorragia pós-parto: ( cesarianas
anteriores, miomectomias anteriores, gemelariedade,
polihidrâmnios, Pré eclâmpsia/Eclâmpsia, Diabetes)
Complicações durante a gravidez atual.(Pre eclâmpsia/eclâmpsia,
hemorragia ante parto, Diabetes)
Exames laboratoriais: urina II, VDRL, hemograma, grupo
sanguíneo e factor Rh, glicémia, HIV1e2, funcão renal e hepática
e ecografia se possível
Registe as informações da anamnese
REALIZA O EXAME CLÍNICO-OBSTÉTRICO
Explique resumidamente à paciente as etapas do exame
Lave as mãos com água e sabão e seque
Observe a aparência geral: Consciente e alerta, nutrição,
expressão facial, estado geral e edema
Verifica pulso, (P) pressão arterial (TA) e temperatura (T)
Inspeccione pele e mucosas (cicatrizes, anemia, edema)
Realize auscultação cárdio-respiratória (FCR) se pertinente
Posicione a paciente em decúbito dorsal e cubra-a com lençol.
Realiza o exame abdominal
Inspecione o abdómen observando forma, tamanho (AU) e
cicatrizes ( cesarianas, miomectomias)
Avalie a altura e tónus uterino (normotonico ou hipotónico)
Investigue a presença de massa ( útero, ovário ou bexiga cheia)
ou distensão abdominal (líquido ascítico)
Realiza o exame genital
Faz o exame com válvula observando: Períneo ( lacerações ),
vagina (com ou sem lacerações ) e colo ( com ou sem
lacerações)
Realiza toque vaginal bimanual (TV)
Útero: tamanho,(contraído ou hipotónico) consistência ( mole ),
presença de placenta (retenção placentar), restos placentares ou
soluções de continuidade (lacerações)
Sangramento vaginal: tipo, inicio, duração , intensidade ,
localização e quantidade com ou sem coágulos
126
Lave as mãos com água e sabão e seque
Registe os dados no diário de enfermagem( TA, P, T)
CONDUTAS E PROCEDIMENTOS
Explique de forma adequada os achados da anamnese e exame
para a paciente, e ao acompanhante
Baseando-se no exame realizado, formule o diagnóstico da
situação
Colha amostra de sangue para hemograma e teste de
compatibilidade sanguínea e grupo sanguíneo
Comunique a sua impressão diagnóstica à paciente ou ao
acompanhante e a conduta a ser tomada
CONDUTA GERAL PARA PREVENÇÃO OU TRATAMENTO DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Chame outro técnico de saúde para ajudar a resolver a situação.
Identifique sinais de choque: inconsciência, face pálida, respiração
rápida e superficial, hipotensão, pulso rápido e fraco, pele e
extremidades frias, sudorese
Mantenha as vias aéreas desobstruídas e instale oxigenioterapia
(6 L por min) se necessário e possível por máscara ou sonda
nasal
Mantenha a paciente aquecida
Algalie para controle da diurese ( medir de 1/1 hora)
Mantenha as pernas e pés elevados (10cm acima da cabeça)
Cateterize uma veia e transfunda soro fisiológico ou L Ringer ou
Dextrose a 5%- 1000 ml (mililitros)
Avalie necessidade de transfusão sanguínea , (concentrado de
globulos e plasma)
Monitore pulso (P) e pressão arterial (TA) a cada 10 min(minutos)
Transfira a paciente para unidade sanitária com serviço de
referência o mais rápido possível.
CONDUTA NA HEMORRAGIA DO PÓST-PARTO COM PLACENTA RETIDA
Chame outro técnico de saúde para ajudar a resolver a situação.
Avalie a condição da doente ( Consciente, alerta, Pulso ,TA ,
mucosas- coradas/palidas, Tónus do útero- hipotónico,
normotónico )
Estime a quantidade de sangue que foi perdido (500 a 1500ml)
Se a paciente estiver em choque realize as condutas abaixo para
tratamento do choque hipovolémico.
Canalize 2 veias de grande calibre
127
Tire o sangue para hemograma e teste de compatibilidade e
grupo sanguíneo
Administre 10UI de oxitocina diluídos em 20 ml de sôro
fisiologigico EV directo na veia
Coloque, mais 40 UI de oxitocina, em 1000 ml de sôro L.Ringer
ou Dextrose 5% - deixando correr a 40 gotas* min.
Algalie para esvaziar a bexiga e tente a tracção controlada do
cordão. Se fôr bem sucedida , examine a placenta para assegurar
que está completa, mantenha o útero contraído massageando o
fundo
Se a tracção controlada do cordão não for bem sucedida , volte a
repetir, se a placenta sair verifique se o útero está contraído e o
sangramento é normal.
Se o útero está mole, repetir a medicação e continuar a
massagear
Se o útero estiver bem contraído mas continuar a sangrar
excessivamente, verifique se há laceraçoes e depois suture
Se o útero estiver mole apesar das medidas anteriores e a
hemorragia persistir, faça compressão bimanual do útero, com
uma mão na vagina e a outra mão apoia o útero através da parede
abdominal, ou compressão manual da aorta abdominal
Se a placenta não fôr expulsa, faça remoção manual , e depois
administre oxitocina 20UI em 1000 ml de L Ringer ou S.
Fisiológico ou Dextrose a 5%, e administre expansores
plasmáticos ou sangue, se necessário.
Mantenha a paciente aquecida
Inicie antibióticos: (Ampicilina 1G EV de 6/6 hrs associado ao
Metronidazol 500mg EV de 8/8 hrs durante 48 ou 72 hrs
depois passe para Amoxicilina oral 1g de 8/8 horas e
Metronidazol 500mg, de 8/8 horas, num total de 7 dias
Registe todos os procedimentos e avaliações no diário de
enfermagem ou diário clinico.
Se está num centro sem condições e necessita transferir a
paciente com a placenta retida, tenha em conta todos os
pontos referidos anteriormente assim como a cobertura
antibiótica com Ampicilina, 1g EV e Metronidazol 500mg EV.
CONDUTA NA ATONIA UTERINA
Chame outro técnico de saúde para ajudar a resolver a situação.
O tratamento vai depender do grau de atonia
Estimule uma contração , através da massagem e compressão
do útero, e remova qualquer coágulo intravaginal ou intra-uterino
128
Canalize 2 veias de grande calibre:
o numa administre 10UI de oxitocina diluídos em 10ml de
S fisiológico EV directo na veia e depois administre 40UI
de oxitocina em 1000ml de L ringer ou S fisiológico ou
Dextrose5%.
o Noutra veia coloque um expansor plasmático (Hemacel
, Plasmagel , Dextran 40) enquanto aguarda pelo
sangue ( concentrado de glóbulos e plasma)
Colha o sangue para hemograma e teste de compatibilidade e
grupo sanguíneo.
Avalie a condição da paciente (pulso ,TA, mucosas , consciência
(consciente/inconsciente) , Tónus do útero, hipotónico) e calcule
a quantidade de sangue que foi perdida .
Se a paciente estiver em choque, realize as condutas acima para
tratamento de choque hipovolémico.
Algalie para esvaziar a bexiga
Se houver suspeita de restos placentares, faça a revisão
manual da cavidade uterina.
Se a hemorragia persistir e o útero estiver bem contraído,
examine a vagina e o colo para ver se há lacerações que
deverão ser suturadas .
Se a hemorragia persistir e o útero estiver bem contraído,
examine a vagina e o colo para ver se há lacerações, se não
tiver nem lacerações da vagina nem do colo, administre
misoprostol (200µg), 4 comp (800µg) por via rectal
Se apesar destas medidas a hemorragia persistir, faça
compressão bimanual do útero, ou compressão manual da
aorta.
Se apesar das medidas acima referidas e a hemorragia persistir,
fazer a inserçcão da sonda de Bakri, ou sengstaken-Blakemore
ou Rusch ou Condom, ou Luva estéril e instilação de 400-
500ml(mililitros de soro fisiológico) a serem removidos 24 horas
depois e fazer antibioterapia profilática por 24 horas
Se a atonia uterina ocorrer após uma cesariana e apesar das
medidas acima referidas a hemorragia persistir, proceda as
suturas de B-Lynch.
Se a atonia uterina persistir apesar das medidas acima referidas
proceder a Histerectomia subtotal com conservação dos anexos
Se houver indicação de presença de infeção ( febre , arrepios,
sangue fétido ), inicie antibióticos de largo espectro (Ampicilina
1g EV de 6 em 6 horas associado ao Metronidazol 500mg EV
de 8/8 horas durante 48 ou 72 horas, depois passa para
Amoxicilina 500mg de 8/8 horas e Metronidazol 250mg, de 8/8
129
horas num total de 7 dias
Registe todos os procedimentos e avaliações no diario de
enfermagem ou clinico.
Se for necessário transferir tenha em conta todos os pontos
referidos anteriormente
CONDUTA NO TRAUMATISMO DO CANAL DE PARTO
Chame outro técnico de saúde para ajudar a resolver a situação.
O tratamento vai depender do grau de lacerações
Avalie os sinais vitais da paciente (pulso,(P) pressão arterial,(TA)
cor,(corada/palida) consciência (consciente/inconsciente).
Se a paciente estiver em choque realize as condutas acima para
tratamento do choque hipovolémico
Colha sangue para teste de compatibilidade, hemoglobina,
grupo sanguíneo e coloque um sistema endovenoso com
L.Ringer ou Dextrose a 5%, 1000 ml e 20 UI de oxitocina, para
manter o útero contraído.
Coloque a paciente na marqueza e em posição ginecológica e
utilize uma boa fonte de luz.
Observe cuidadosamente todo o canal do parto e suture as
lacerações.
Calcule a perda de sangue
Inicie antibióticos de largo espectro Ampicilina 1g EV de 6/6
horas e Metronidazol 500 mg EV de 8/8 hrs durante 48 ou 72
horas, depois passa para Amoxicilina 500mg de 8/8 horas e
Metronidazol -500mg, de 8/8 horas, num total de 7 dias
Registe todos os procedimentos e avaliações no diário de
enfermagem ou clinico.
Se a paciente não melhora transfira-a, tendo em conta todos os
pontos referidos anteriormente
CONDUTA NA INVERSÃO UTERINA
Chame outro técnico de saúde para ajudar a resolver a
situação.
O tratamento vai depender do grau e tipo de inversão
Se a inversão for identicada nos primeiros 5-10 minutos,
desinfecte as mãos, calce luvas estéreis, desinfecte a parte
invertida. Coloque a mão enluvada na vagina empurando o útero
prolapsado, para a posicão anatómica. Segure o fundo do útero
através do abdomen enquanto faz a tentativa de reposição.
Canalize uma veia de grande calibre para administrar 10UI
(unidades internacionais) de oxitocina diluídos em 10ml de S
130
fisiológico EV directo na veia e depois transfunde, 40UI
(unidades internacionais) de oxitocina em 1000 ml de L ringer ou
S fisiológico ou Dextrose5%.
Colha o sangue para hemograma, teste de compatibilidade e
grupo sanguíneo
Inicie antibióticos de largo espectro Ampicilina 1g (grama) EV
de 6 em 6 horas e Metronidazol 500mg EV de 8/8 horas
durante 48 ou 72 horas, depois passa para Amoxicilina 500mg
(2 cmps) de 8/8 horas e Metronidazol 250mg (2 comps) de 8/8
horas, num total de 7 dias
Nos casos em que a inversão é antiga (mais de 30 minutos), não
tente a reposição, se fôr uma unidade sanitária sem condições
cirúrgicas transfira a paciente com urgência.
Administre antes Ampicilina 1G EV e Metronidazol 500mg EV
e transfira a paciente para um hospital com capacidade cirúrgica
o mais depressa possível
Pontos importantes para o caso de transferência da paciente:
Utilize o meio de transporte mais rápido
Pessoal de saúde qualificado para acompanhar a paciente
Com uma veia canalizada, e soros em curso
Algália permanente para esvaziar a bexiga
Mantenha a volémia, com a segunda veia para expansores
plasmáticos ou sangue (concentrado de glóbulos e plasma)
Controle os sinais vitais (pulso, TA, Respiração, mucosas
(coradas/palidas), grau de consciência,(consciente/inconsciente)
e hemorragia
Mantenha a paciente aquecida
Registe todos os procedimentos e avaliações no diário de
enfermagem ou clinico
Os Familiares ou o acompanhantes em condições para doar
sangue devem acompanhar a paciente
Comentários:
131
LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA EPISIOTOMIA E
CONDUÇÃO DE SUAS COMPLICAÇÕES
132
- com tesoura em mão contra-lateral corta o períneo no sentido
médio lateral + 3 cm, iniciando na fúrcula
10. Após a expulsão do feto e da placenta faz uma revisão
cuidadosa do colo e vagina observando presença de laceração
ou de prolongamento da incisão
EPISIORRAFIA
Comentários:
133
LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA USO DA VENTOSA
Ser utilizada pelo participante para desenvolver e avaliar suas próprias habilidades
Ser utilizada pelo treinador para avaliar a performance dos participantes
Após utilização, escrever no espaço correspondente: S = Satisfatório, ou NM = Necessito/a
Melhorar.
O espaço final está reservado para comentários adicionais
LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA USO DA VENTOSA
PASSO/TAREFA DATAS
USO DA VENTOSA
1. Observa as condições necessárias para o uso da ventosa
Bebé a termo
Bebé vivo ou com paragem cardíaca durante o trabalho de parto
Dilatação completa
Apresentação de vértice
Membranas rotas
Ausência de desproporção céfalo pélvica, moldagem ou caput,
descida da apresentação 1/5 ou 0/5
Contracções presentes
2. Explica para a mãe e família o que vai fazer, a razão do
procedimento e como isso irá ajuda-la
3. Prepara os materiais para o parto e ventosa
Testa a ventosa sobre a palma de sua mão
4. Certifica-se de que a gestante esvaziou a bexiga
5. Posiciona a mãe de costas sobre a mesa/cama
6. Faz o exame vaginal para ter certeza da posição do bebé
7. Limpa o couro cabeludo do bebé
8. Aplica a campânula da ventosa
Afasta os grandes e pequenos lábios
Empurra o períneo para baixo
Segura a campânula da ventosa
Insere a campânula da ventosa para baixo e para dentro
134
Pressiona a campânula da ventosa contra a cabeça do bebé
Certifica-se que não há tecidos maternos em volta da campânula
da ventosa
9.Aumenta a pressão
Verifica novamente a inexistência de tecido materno dentro da
campânula da ventosa
Nunca exceda a pressão máxima recomendada para o seu tipo
de ventosa
10. Puxa a cabeça do feto durante a contracção. Observa a direcção
correcta de puxar, dependendo do nível da cabeça:
Antes da cabeça aparecer na sínfise púbica, puxa para baixo
Quando a cabeça estiver claramente na sínfise púbica, puxa
para fora
Quando a cabeça coroar, puxa para cima
11. Quando a contracção parar:
Reduz a pressão (a menos que esteja usando a ventosa
Malmstrom)
Não puxa
Encoraja a mãe a respirar suavemente e relaxar
Observa os batimentos cárdio-fetais
1. Repete os passos número 10 e 11 acima, até a cabeça coroar
2. Retira a cabeça do bebé
3. Libera a pressão
4. Completa o parto
5. Cuida da mãe e do bebé
6. Cuidados com a ventosa:
Limpa a ventosa, com tecido suave, limpo e embebido em
solução descontaminante
Se há sujeira na bomba, limpa bombando água morna através
da bomba. Limpa a bomba imediatamente após o parto de modo
que o sangue não seque na bomba. Use os passos para
prevenção de infeção
Seca a bomba bombando o ar até o equipamento ficar seco
Se a campânula da ventosa e tubos são reutilizáveis,
descontamine, lave com água e sabão, seque e esterilize
Guarde a ventosa em um lugar fresco, limpo e coberto
Comentários:
135
LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA ASSISTÊNCIA A CASOS DE PATOLOGIA DO PUERPÉRIO
PASSO/TAREFA DATAS
ÍTENS GERAIS
Recebe a cliente cordialmente
Apresenta-se, se necessário
Assegura confidencialidade e privacidade
Escuta activamente
REALIZA ANAMNESE DIRIGIDA PARA O DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO
Identifica a Queixa Principal
Obtém informações sobre a História Atual.
Sintomas gerais: mal-estar, tontura, fraqueza, febre, vómitos
Condições do parto
Condições do RN
Presença de perdas vaginais: características, tipo, volume
Presença de sangramento vaginal: tipo, duração, quantidade
Presença de dor: localização, início, duração, tipo, intensidade,
Sintomas urinários
Obtém informações sobre existência de:
Problemas de saúde: hipertensão, cardiopatia, diabete, infeções
pulmonares, sintomas gastrointestinais, outros
Infecções prévias, doenças sexualmente transmissíveis, SIDA
Factores predisponentes para patologias do puerpério
Complicações durante a última gravidez
Exames laboratoriais
136
Registra as informações da anamnese
REALIZA O EXAME CLÍNICO-OBSTÉTRICO
Explica resumidamente à cliente as etapas do exame
Lava as mãos com água e sabão e seca
Observa aparência geral: nutrição, expressão facial, estado geral
Verifica pulso, pressão arterial e temperatura
Inspeciona pele e mucosas
Realiza auscultação cárdiorrespiratória se pertinente
Posiciona a cliente em decúbito dorsal e cobre-a com lençol.
Realiza o exame abdominal
Inspeciona abdómen observando forma, tamanho e cicatrizes
Avalia altura e tónus uterino
Investiga presença de massas, distensão abdominal ou
hipersensibilidade à descompressão do abdómen
Realiza o exame genital
Realiza toque vaginal isolado e combinado, e exame
especular se necessário, observando:
Períneo, colo e vagina - observando presença ou não de
infeção em local de episiotomia ou lacerações
Útero: tamanho, consistência, posição, presença de placenta
ou restos ovulares, dor à mobilização.
Secreções vaginais: tipo, quantidade, odor
Lava as mãos com água e sabão e seca
Registra os dados no diário clinico ou de enfermagem
CONDUTAS E PROCEDIMENTOS
Explica de forma adequada os achados da anamnese e exame
para a mulher e a família
Basea-se no exame realizado, formula o diagnóstico da situação
Solicita exames complementares (hemograma, velocidade de
sedimentação), se possível
Comunica sua impressão diagnóstica à cliente e à família, e a
conduta a ser tomada
CONDUTA PARA TRATAMENTO DA INFEÇÃO PUERPERAL
Isola a mulher e o recém- nascido num quarto separado ou em um
canto afastado da enfermaria.
137
Usa avental, luvas, material e utensílios separados para a mulher.
Lava cuidadosamente as mãos antes e depois de observar a
doente.
Monitora os dados vitais e a diurese
o Usa antibióticos de largo espectro em doses elevadas:
o Tratamento endovenoso (EV) nos primeiros dias até a febre
desaparecer (pelo menos 48 horas sem hipertermia) e a
duração é mais prolongada, devendo ser de pelo menos 10 dias
Geralmente faz-se uma associação de 3 antibióticos como se segue:
o Ampicilina 2g (EV) de imediato e continuar com 1g de 6/6 horas
MAIS Metronidazol 500 mg (EV ou intrarrectal) de 8/8 horas)
MAIS Cloranfenicol (EV, 500 mg de 6/6 horas)
Quando a paciente melhorar, não tiver febre, passar a fazer
antibióticos orais durante cerca de 7 dias:
Amoxicilina- 1g de 8/8h + Metronidazol-500mg 8/8h.
Outra associação é:
o Penicilina Cristalina: 5 milhões de unidades (EV) de imediato e
depois 2 milhões de UI de 6/6 horas MAIS Metronidazol 500
mg (EV ou intrarrectal de 8/8 horas) MAIS Cloranfenicol (EV,
500 mg de 6/6 horas)
Quando a paciente melhorar, não tiver febre, passar a fazer
antibióticos orais durante cerca de 7 dias:
o Amoxicilina- 1g de 8/8h + Metronidazol-500mg 8/8h.
Outra associação é:
o Ampicilina 2g (EV) de imediato e continuar com 1g de 6/6 horas
MAIS - Metronidazol 500 mg (EV ou intrarrectal) de 8/8 horas)
MAIS gentamicina 80 mg EV de 8/8 horas
Quando a paciente melhorar, não tiver febre, passar a fazer
antibióticos orais durante cerca de 7 dias:
o Amoxicilina- 1g de 8/8h + Metronidazol-500mg 8/8h
o Continuar com a gentamicina (EV/IM) até pelo menos 5 dias
o Penicilina Cristalina: 5 milhões de unidades (EV) de imediato e
depois 2 milhões de UI de 6/6 horas
o Associado a Metronidazol 500 mg (EV ou intrarrectal de 8/8 hrs)
o Associado a gentamicina 80 mg EV de 8/8 horas
o Quando a paciente melhorar, não tiver febre, passar a fazer
antibióticos orais durante cerca de 7 dias:
o Amoxicilina- 1g de 8/8h + Metronidazol-500mg 8/8h
o Continuar com gentamicina (EV/IM)- completar no minimo 5 dias
138
o Se a mulher não foi vacinada (VAT), usa Toxóide Antitetânico
o Hidrata correctamente a paciente fazendo inicialmente Lactato
de Ringer 1000 ml alternado com dextrose a 5% 1000 ml de 8/8
horas (total de 3 litros)
o Depois encorajar a tomar abundantes liquidos orais
o Se a mulher tiver restos placentares, fazer aspiração - AMIU
após 12 horas de uma boa cobertura antibiótica (onde não seja
possível, transferir para uma unidade sanitária de referência)
o Faz a mobilização dos membros para evitar tromboflebites.
o mantém registos bem organizados e precisos
Em caso de peritonite:
o Iniciar o tratamento como se tratasse de uma sépsis
puerperal grave.
o Corrigir a desidratação com reposição EV de liquidos com
recurso ao Lactato de Ringer ou Soro fisilogico
o Transferir a doente o mais rápido possível para um hospital
onde haja capacidade cirúrgica
No hospital de referência com capacidade cirurgica:
o Preparar para laparotomia urgente, que deverá ser realizada
6 a 12 horas após o diagnóstico, ou melhor logo que tenha
sido feita a correcção da desidratação.
o Na laparotomia o fundamental é drenar todo pús / liquido
purulento, efectuando lavagens abdominais com Soro
fisiológico até a saida de soro relativamente limpido.
o Quanto a realização da histerectomia o mesmo dependerá
de uma conjugação de diferentes factores como:
- Grau de envolvimento do útero (se necrosado é
mandatório a histerectomia)
- Multiparidade
- Idade da paciente
- Gravidade da puérpera
É aconselhável que a cirurgia seja feita por pessoal com experiencia
e competente e preferencialmente no período diurno, para no caso
de ser necessária a intervenção intra-operatória de outras
especialidades como cirurgia ou urologia.
Comentários:
139
LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO
VERTICAL DO HIV/SIDA E SÍFILIS
PASSO/TAREFA DATAS
140
Segue as normas de eliminação dos lixos sólidos
Medidas gerais
Evita procedimentos obstétricos invasivos que não estejam
indicados, tais como: Rotura artificial de membranas,
Episiotomia, Partos com manipulações que possam expor a
criança ao sangue materno.
Assegura o parto em boas condições higiénicas com
utilização de todo material necessário e com garantia de
estarem esterilizados.
Reduz a necessidade de transfusão de sangue intra- parto.
Evita a episiotomia quanto for possível e protege o períneo
para evitar lacerações.
Sutura atempadamente as lacerações da vagina e períneo
para evitar a necessidade de transfusões.
Aconselha sobre os cuidados a serem tomados com as
fissuras mamilares durante a amamentação
Nas mulheres grávidas HIV positivas realizar todos os cuidados
gerais e mais:
Continuar ou iniciar o tratamento antiretroviral (TARV) de
acordo com a norma nacional (opção B+ ou opção A)
Realiza a cesariana por indicação obstétrica
Indica cesariana eletiva nos casos em que tem uma carga
viral muito alta ou CD4 muito baixo
2. Cuidados imediatamente após o parto
Cuidados com o bebé para todos os partos a todos os níveis:
A avaliação rápida do R/N é fundamental para orientar os cuidados
a serem prestados. A maioria dos R/Ns respiram ou começam a
chorar espontaneamente dentro dos primeiros 30 segundos depois
do nascimento.
Receber e secar o R/N rápida e cuidadosamente com um pano
limpo e seco, assegurar que limpou o sangue, mecónio, sem
retirar o vernix caseoso.
Laquear o cordão de forma asséptica protegendo com
compressa dos salpicos de sangue. Deixar o coto descoberto
sem penso
Segurar os bebés com luvas até que o sangue materno e
secreções sejam limpos
Envolver o bebé com um campo seco para remover o sangue
materno e fluidos corporais
141
Manter o bebé bem aquecido após o parto
Ter em atenção que não deve aspirar as secreções por rotina a
todos R/N.
Usar uma pera de aspiração quando houver mecónio e se o R/N
não estiver a respirar bem
Aspirar primeiro delicadamente a boca e depois as narinas
Administrar vitamina K, 1 mg/IM. Ter cuidado com injecções e
assegurar que o lugar da aplicação seja desinfectado e usar uma
agulha descartável, estéril
Fazer a profilaxia ocular nos bebés com pomada oftálmica de
tetraciclina ou outra disponível, como profilaxia contra oftalmia
neonatal
Colocar o bebé ao peito da mãe somente se esta tomou antes a
decisão de amamentar.
Se a mãe decidiu não amamentar, o bebé deve ser colocado
sobre o corpo da mãe para o contacto pele-a-pele
A mãe deve preferencialmente usar um copo para alimentar o
bebé
Administrar a vacina BCG de rotina
Cuidados maternos
Presta cuidados com qualidade previsto na assistência ao parto
normal
Oferece suporte, aconselhamento e disponibilidade para prestar
informação adicional antes da alta a respeito de possíveis
complicações
Algumas mulheres têm um período de abstinência depois do
parto, e podem não querer recomeçar o uso de anticonceptivo
antes deste. Elas devem ser informados sobre como e onde
obter contracepção quando desejarem
As mães HIV positivas estão mais propensas a ter complicações,
assim ter atenção para observar sinais de infeção e para educar
as mães a reconhecer atempadamente os sinais de perigo
como:
- Febre ou temperatura elevada
- Pulso elevado
- Dor sobre a ferida ou local da Episiotomia
- Lóquios com cheiro
- Dor permanente e intensa no baixo ventre
- Dor e endurecimento de mamas
142
- Convulsões
7. Cuidados pós-aborto
Lembrar que as mulheres HIV positivas estão mais propensas a
ter abortos espontâneos
Nas mulheres HIV positivas, usar antibióticos depois da
evacuação uterina e aconselhar para contracepção
Orienta o uso e assegura a provisão de um método
contraceptivo de acordo com a solicitação e recomenda
preferencialmente o preservativo para a dupla proteção
Orienta as mulheres HIV positivas a respeito de possíveis
problemas, como infeções ou sangramento, que possam ocorrer
durante e depois do aborto
O facto de ser HIV positivo, não é uma contraindicação para a
utilização de qualquer método contraceptivo.
Comentários:
143
FICHA DE MONITORIA DA PROVISÃO DE CUIDADOS OBSTÉTRICOS E
NEONATAIS DE EMERGÊNCIA na US
Nome da US:__________________________ Data da colheita dos dados
Distrito:_______________________
Tipo de US:
Para obter a informação abaixo referida sobre a provisão de CONEm nos últimos três meses (a)
Revise o livro da maternidade; (b) Observe; e se necessário, (c) entreviste ao pessoal que
trabalha na maternidade.
Função vital Foi feita nos Se não foi feita nos últimos três meses, por
últimos três quê?
meses?
□ 1. Não tem pessoal treinado
144
(4) Remoção manual da □ 0.Não □ 1. Não tem pessoal treinado
placenta
□ 1. Sim □ 2. Rotura de stock de medicamentos
145
□ 5. Não houve indicação
Legenda:
□ 1. Não tem pessoal treinado: Nesta US há recursos humanos adequados para realizar os
CONEm mas não foram treinados, ou, foram transferidos para outra US.
□ 4. Dificuldade em realizar a função vital: os/as provedoras não têm a suficiente confiança para
desempenhar as funções vitais por razões relacionadas ou não com os treinos
□5 Não houve indicação: não houve nenhuma grávida que precisou esse procedimento neste
período.
Faça um relatório, incluindo possíveis acções caso tenha sido identificada, que alguma
função vital não está sendo oferecida.
146
FLUXOGRAMAS
147
148
149
150
151
152
153
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158
159
160
161
162
163
164
165
166
167
168
169
170
171
172
173
Normas de Referência Obrigatória:
Mesmo que a paciente não esteja em trabalho de parto, as pacientes que apresentem algumas
das seguintes condições devem ser sempre referidas:
1. Uma, duas ou mais cesarianas anteriores
4. Gravidez gemelar
8. Infertilidade prolongada
10. Partograma com alteração no registo gráfico, Trabalho de Parto Arrastado ou Obstruido
19. Eclâmpsia
20. RN com Gastrosquisis dentro das primeiras 3 horas pós-parto. Veja considerações
174
Normas para cesariana obrigatória:
1. Duas ou mais cesarianas anteriores (programar cesariana electiva de preferência)
4. Situação transversa
6. Partograma com alteração no registo gráfico e sinais de SFA qualquer que seja a
10. RPM com mais de 12h em GRAV DE TERMO sem Trabalho de Parto em parturiente
175
APÊNDICES
176
Formação em Cuidados Obstétricos e Neonatais de Emergência - Pré-Teste
O seguinte pré-teste inclui perguntas de todas as unidades que fazem parte da Formaçao em
Cuidados Obstetricos e Neonatais de Emergência. Para cada questão são colocadas varias
afirmações que deverá ler atentamente antes de responder.
Instruções: Assinale com um ( X ) todas as respostas certas. Algumas questões podem ter
mais de uma resposta correcta.
Pergunta Resposta
1. Sobre a Mortalidade Materna e Humanização dos serviços podemos afirmar que:
a) Morte Materna é a morte de uma mulher por complicações que ocorrem
exclusivamente durante a gravidez e o parto.
b) O último rácio reportado da mortalidade materna em Moçambique é de
Mortes Maternas por cada 100,000 nascidos vivos.
c) As principais causas de morte materna directa em Moçambique são:
Hemorragias, Infarto, Sépsis, Trombose e Eclâmpsia
d) Serviços humanizados no parto e nascimento são aqueles que para além da
atenção que vêm dando, também admitem presença de acompanhante na
sala de partos.
2. Com relação a avaliação inicial da paciente grave e a abordagem estruturada:
a) A sobrevivência de uma mulher que experimenta uma emergência obstétrica
é determinada pelo tempo que leva para que os cuidados apropriados lhe
sejam oferecidos
b) Os medicamentos importantes para emergência devem estar guardados em
armário fechado e as chaves ficam com chefe dos serviços para não serem
disperdiçados.
c) Na paciente grave o importante é oferecer os cuidados, dependendo do que
estiver disponível, não precisa sequência dos cuidados a oferecer
d) Na avaliação da doente grave, o primeiro passo a dar é controlar a
circulação: medir pulso, TA e temperatura. Procurar sinais de choque (pele
fria e húmida, pulso acelerado 110/min ou mais e fraco, TA baixa com a
sistólica<90 mmHg)
3. Com relação às hemorragias no início da gestação é correcto afirmar que:
a) Considerando a realidade dos países em desenvolvimento, a OMS define
o aborto como a expulsão de um feto com peso inferior a 1000 gramas, ou
com idade inferior a 28 semanas.
b) A maior parte dos abortos do primeiro trimestre são devidos a causas
hormonais.
177
Pergunta Resposta
c) Sangramento contínuo com coágulos, dor pélvica tipo cólica, dilatação
cervical, sem expulsão de material ovular, caracterizam um quadro de
aborto inevitável.
d) A conduta adequada nos casos de Mola Hidatiforme envolve esvaziamento
uterino e seguimento das mulheres após 1, 3, 6 e 12 meses.
b) Gravidez Ectópica
c) Rotura Uterina
d) Placenta Prévia
d) Em geral, quando ocorre rotura uterina a mulher sente uma dor repentina e
depois deixa de sentir contracções uterinas.
178
Pergunta Resposta
b) Rotura da bolsas das águas.
a) A mulher só deve ser levada para a sala de partos com dilatação completa
d) As secreções da boca e nariz devem ser aspiradas logo que a cabeça sair
179
Pergunta Resposta
b) Tónus muscular
d) Reflexos
e) Peso ao nascer
180
Pergunta Resposta
a) Se utilizado correctamente a ventosa é mais segura do que o fórceps.
b) Hipertensão arterial
c) Mal nutrição
181
Pergunta Resposta
b) Nas mulheres HIV positivo, realizar de rotina a sucção do RN com sonda
nasogástrica para garantir a permeabilidade das vias aéreas.
c) Na sala de partos não precisa lavar as mãos entre a observação de uma
parturiente para outra porque consideramos todas potencialmente
infectadas.
d) Numa mesma parturiente, desde que calçamos as luvas não precisa de
trocar as luvas entre cada procedimento
182
Formação em Cuidados Obstétricos e Neonatais de Emergência
Pós-Teste
O seguinte pré-teste inclui perguntas de todas as unidades que fazem parte da Formaçao em
Cuidados Obstetricos e Neonatais de Emergência. Para cada questão são colocadas varias
afirmações que deverá ler atentamente antes de responder.
Instruções: Assinale com um ( X ) todas as respostas certas. Algumas questões podem
ter mais de uma resposta correcta.
Pergunta Resposta
183
Pergunta Resposta
hormonais.
c) Sangramento contínuo com coágulos, dor pélvica tipo cólica, dilatação
cervical, sem expulsão de material ovular, caracterizam um quadro de
aborto inevitável.
d) A conduta adequada nos casos de Mola Hidatiforme envolve esvaziamento
uterino e seguimento das mulheres após 1, 3, 6 e 12 meses.
4.Com respeito a Pré-Eclâmpsia e Eclâmpsia podemos afirmar que:
a) Gravidez Ectópica
b) Rotura Uterina
c) Placenta Prévia
d) Em geral, quando ocorre rotura uterina a mulher sente uma dor repentina e
depois deixa de sentir contracções uterinas.
184
Pergunta Resposta
d) As secreções da boca e nariz devem ser aspiradas logo que a cabeça sair
e) O cordão umbilical deve ser cortado 20 a 40 segundos após o nascimento
185
Pergunta Resposta
d) Reflexos
e) Peso ao nascer
12. Em relação a Reanimação do Recém-nascido:
186
Pergunta Resposta
b) Hipertensão arterial
c) Mal nutrição
187
Pergunta Resposta
188
Formação em Cuidados Obstétricos e Neonatais de Emergência
Pré-Teste e Pós-Teste (com respostas)
O pré-teste e pós-teste incluiu perguntas de todas as unidades que fazem parte da Formaçao
em Cuidados Obstetricos e Neonatais de Emergência. Para cada questão foram colocadas
varias afirmações para responder assinalando com um ( X ) as respostas certas. Algumas
questões podem ter mais de uma resposta correcta.
Pergunta Resposta
189
Pergunta Resposta
b) Gravidez Ectópica
c) Rotura Uterina
d) Placenta Prévia X
d) Em geral, quando ocorre rotura uterina a mulher sente uma dor repentina e X
depois deixa de sentir contracções uterinas.
190
Pergunta Resposta
d) O toque vaginal deve ser realizado a cada hora na fase activa (a cada 4
horas)
e) Quando a linha de registo da dilatação cervical se move para a direita da X
linha de alerta do partograma, a gestante deve ser transferida para um
hospital diferenciado.
9.Com relação ao segundo período do trabalho de parto é correcto afirmar:
a) A mulher só deve ser levada para a sala de partos com dilatação completa
191
Pergunta Resposta
d) Reflexos X
e) Peso ao nascer
192
Pergunta Resposta
cardíaco.
b) Hipertensão arterial
c) Mal nutrição X
193
Pergunta Resposta
194
Referências bibliográficas
i
MISAU/UNFPA. Avaliação de Necessidades em Saúde Materna e Neo-Natal em Moçambique. Maputo,
2009.
ii
Segundo o estudo Nacional sobre a Mortalidade Infantil 2009
iii
Recomendações da OMS para a assistência humanizada ao parto (http://www.who.int/reproductive-
health/publications).
195