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Texto de apoio

Tema: Introdução aos Meios Auxiliares de Diagnóstico

1. Meios Auxiliares de Diagnóstico:

Os meios auxiliares de diagnóstico são todos os testes que fornecem resultados


que ajudam a estabelecer, confirmar ou excluir um diagnóstico. Estes testes são
executados num laboratório clínico ou no gabinete de uma consulta médica, desde que
exista equipamento adequado.

Para que o resultado seja alcançado satisfatoriamente, é necessário que o clínico


primeiro com o doente, faça uma história clínica cuidadosa e um exame objectivo
detalhado para que possa ter elementos suficientes para prestar uma orientação
diagnóstica.

Para que estes exames sejam realizados, é preciso que hajam amostras, que são
pequenas quantidades de líquidos, de tecidos, que são colhidos no corpo humano. Duas
técnicas são utilizadas para a colheita das mesmas: a técnica invasiva e a não invasiva.

1.1. Técnica Invasiva:

Como o próprio nome indica, é um meio em que é aplicada uma manobra ou técnica em
que se “invade” o corpo do paciente, que causa um certo desconforto ao paciente,
chegando, às vezes, a causar dor. Nesta técnica também poderá injectar-se no corpo
alguma substância não prejudicial a saúde, que ajude a facilitar a extração de
informações de algum órgão.

A realização (desta técnica) exige capacitação do técnico. Deve-se existir um lugar


apropriado, isto é, uma sala limpa que ofereça privacidade ao paciente.

1.2. Ténica Não-Invasiva:

Um meio de diagnóstico não invasivo é a manobra ou técnica na qual “não se invade” o


corpo do paciente e não se produz nenhuma dor; às vezes poderá causar um certo grau
de desconforto ao paciente. O paciente poderá executar algumas destas técnicas
sozinho, sem necessitar da ajuda do técnico.

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Produzido por: Nélio Ubisse
1.3. Espécimes/Amostras Biológicos:

Espécime biológico (ou amostra biológica) – é todo produto biológico (sangue, urina,
fezes, líquido pleural, líquido ascítico, expectoração, tecidos, entre outros) que é
colectado, em pequenas quantidades, de pacientes e usado para o diagnóstico ou
seguimento do curso de uma doença.

Estas amostras podem ser obtidas através dum procedimento invasivo ou não invasivo.

1.4. Amostras biológicas colhidos por procedimento invasivo:

Sangue (através da punção de uma veia periférica ou central)

Líquido céfalo-raquideo (LCR) (através de uma punção lombar)

Suco gástrico (através da introdução de uma sonda naso-gástrica)

Secreções brônquicas (através de uma aspiração brônquica)

Biopsia do tecido gástrico/intestinal (através de uma endoscopia alta ou baixa)

Biopsia do tecido hepático (através duma punção hepática)

Urina (através de uma punção supra-púbica)

Líquido pleural (através de uma toracocentese)

Líquido ascítico (através de paracentese)

Líquido sinovial (através de punção do joelho)

Aspiração do material de um gânglio línfatico periférico

1.5. Amostras colhidas por procedimentos não invasivos:

Urina (colhida através do jacto médio urinário);

Expectoração;

Fezes;

Esfregaço de uma lesão cutânea na pele;

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Secreções vaginais, do ouvido, do olho;

Secreções orais (faringe, amígdalas, entre outras).

1.6. Meio de Diagnóstico por Imagem

É um conjunto de métodos que utiliza a “fotografia” do corpo humano como meio de


diagnóstico. Várias técnicas são aplicadas para este fim.

Principais meios de diagnóstico por imagem:

Radiologia Convencional:

É o vulgarmente conhecido raio X. É um exame que gera uma “fotografia” mostrando


ossos ou outras partes do corpo humano. Existem duas técnicas de raio X:

I. O Raio X (RX) simples (neste técnica, não é necessário injectar no paciente


fluidos que contenham substâncias que estabeleçam contraste);
II. O Raio X (RX) com contraste (neste tipo de RX é necessário introduzir no
paciente fluidos ou substâncias que ajudam a tornar mais nítido um órgão, ou
uma parte do mesmo).

Ecografia ou ultrasonografia:

Ecografia ou ultrasonografia é um meio que estuda o corpo humano através da


“fotografia”.

A ecografia ou ultrasonografia é um método de diagnóstico que aproveita o eco produzido


pelo som para ver em tempo real as sombras produzidas pelo eco nas estruturas e
órgãos do organismo. É portanto, uma modalidade de diagnóstico por imagem
(fotografia).

Exemplos: ultrasonografia na gravidez, para detecção de anomalias fetais, para


avaliação do crescimento fetal; ecografia cardíaca para confirmação de patologia
cardíaca.

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Tomografia computarizada:

A tomografia computarizada é método que permite examinar o corpo em cortes ou


fatias transversais, um método que permite examinar qualquer parte do interior do corpo
através de imagens captadas e emitidas para um computador, etc., sendo a “fotografia”
obtida através do raio X e auxílio de computadores.

Ressonância magnética:

A ressonância magnética é um método de diagnóstico que utiliza o campo magnético e


as ondas de radiofrequência para obtenção da “fotografia”. Para a realização do
exame de ressonância magnética, é necessário tomar algumas precauções, pois o
método trabalha com um campo magnético. É proibido o uso de jóias, maquilhagem, etc.

Medicina nuclear:

A medicina nuclear é um método que envolve o uso de materiais radioactivos (isótopos


ou radioisótopos ou radiofármacos) para diagnosticar e tratar doenças. São usadas
quantidades muito pequenas de materiais radioactivos (inofensivos para a saúde nestas
quantidades) que permitem fazer fotos da área do corpo que se pretende examinar.
Enquanto a radiologia faz imagens da estrutura/forma, a medicina nuclear faz
imagens da função. Portanto eles complementam-se , o que torna o diagnóstico mais
exacto.

1.7. Testes Rápidos

São testes laboratoriais de triagem, geralmente em formato de fita, para um diagnóstico


rápido, que permitem realizar o exame em curto espaço de tempo e com resultado
imediato (15 a 30 minutos), dependendo do agente a ser pesquisado.

Para além disso, aplicam-se também com a finalidade de tomar uma decisão terapêutica
em situações de emergência. São testes de simples execução. Para a sua realização
não é necessária uma estrutura laboratorial e pessoal especializado.

Testes rápidos mais usados na prática clínica:

Para complementar o diagnóstico clínico da infecção pelo HIV – Determine/Unigold;

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Em casos de acidente, com exposição ocupacional de risco para o HIV;

Para complementar o diagnóstico clínico da malária – teste rápido de malária (TDR);

Para confirmar ou excluir uma gravidez – teste imuno-gravídico (TIG);

Para realizar um teste de glicemia;

Para suspeitar de uma sífilis – teste rápido de sífilis;

Para suspeitar de uma hepatite B – teste rápido de hepatite B (AgHBs).

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