Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MINISTÉRIO DA SAÚDE
DIRECÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO
Módulo Vocacional 1:
PROCEDIMENTOS PRÉ E PÓS
ANALÍTICOS
Moçambique
________________
2017
NOTA INTRODUTÓRIA
O presente manual faz parte do currículo de formação inicial do curso de Técnico Médio de
Laboratório (TML) baseado em competências, o qual consiste em 4 semestres lectivos, sendo os
três primeiros de carácter teórico-prático em sala de aula e laboratórios humanístico e
multidisciplinar, com uma componente de estágios parciais, sendo o último referente ao estágio
integral.
O conteúdo desta publicação é da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não representa
necessariamente a opinião do CDC.
É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte.
FICHA TÉCNICA
Coordenação:
Joaquim Wate
Serene Myers
Flávio Faife
Leonel Monteiro
Este módulo é um recurso de apoio aos Professores, na planificação e implementação das aulas
que se destinam à formação de Técnicos Médios de Laboratório e visa desenvolver nestes futuros
profissionais de saúde, conhecimentos, habilidades e atitudes com relação as práticas de prestação
de cuidados de saúde com elevada qualidade e em conformidade com o perfil profissional
estabelecido. Por outro lado, o módulo é resultado da revisão do currículo de técnicos médios de
laboratório para a nova abordagem baseada em competências.
Esperamos, por um lado, que este módulo constitua um verdadeiro suporte para o desenvolvimento
e alcance dos objectivos das diferentes temáticas de formação dos profissionais de laboratório e
por outro, como uma base sólida onde o Professor possa buscar o fortalecimento de
conhecimentos, garantia de uma dinâmica uniformizada tanto na mediação como na assimilação
das matérias de ensino.
O módulo apresenta uma linguagem simples, acessível e clara de modo que permita a fácil
compreensão dos estudantes das Instituições de Formação de Saúde a nível nacional.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 1
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
UC3: Realizar análises hematológicas de amostras biológicas humanas para fins de diagnóstico
e seguimento de tratamento
UC4: Realizar exames de bioquímica para auxiliar o prognóstico e diagnóstico clínicos, bem
como no seguimento do tratamento
UC5: Realizar testes laboratoriais microbiológicos para auxiliar no diagnóstico clínico e
seguimento do tratamento das infecções
UC6: Processar o material biológico para observação e emissão do resultado histocitológico
que auxilie o diagnóstico clínico
UC7: Realizar testes imunológicos e moleculares para auxiliar no diagnóstico, tratamento e
monitoria clínica das enfermidades
UC8: Processar amostras biológicas para a pesquisa de parasitas e/ou materiais associados, no
sangue, no tracto gastrointestinal e urinário para auxiliar no diagnóstico clínico e
monitoria de tratamento de infecções
UC9: Gerir recursos humanos, aprovisionamento, qualidade, segurança, e actividades
administrativas do laboratório
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 2
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 3
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Estágio Parcial
Estágio Rural e Integrado
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 4
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 5
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 6
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 7
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 8
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 9
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 10
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
4. UNIDADES DIDÁCTICAS
4.1. Critério de Organização das Unidades Didácticas
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 11
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
UNIDADE DIDÁCTICA 1
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 12
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
ÍNDICE
1. LABORATÓRIO ____________________________________________________________________ 15
1.1 Tipos de laboratório ___________________________________________________ 16
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 13
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
OBJECTIVO GERAL
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 14
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
INTRODUÇÃO
O laboratório clínico desempenha um papel importante no suporte das decisões clínicas. Este
laboratório é organizado segundo o nível de unidade sanitária onde se encontra inserido e da
complexidade dos exames realizados.
- Para o quarto capítulo a atenção estará voltada para o estudo da organização hierárquica
do laboratório clínico.
- E por fim, teremos o sexto capítulo que vai dedicar a sua atenção no estudo sobre os
cuidados a observar com o material do laboratório com relação à sua lavagem.
1. LABORATÓRIO
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 15
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
- Fase Pré-Analítica
- Fase Analítica
- Fase Pós-Analítica.
A fase analítica inicia com a validação do sistema analítico através do controlo da qualidade
interno e termina quando a determinação analítica gera um resultado.
A fase pós-analítica inicia após a geração do resultado analítico, sendo finalizada, após a emissão
e entrega do mesmo ao solicitante.
Os laboratórios privados são aqueles que funcionam sob a gestão de entidades privadas.
EXEMPLO
Laboratório do Hospital Privado de Maputo, entre vários.
Laboratório Clínico: é um lugar no qual são testados, analisados ou avaliados amostras biológicas
ou de origem biológicas tais como: sangue, líquidos corpóreos (Líquido ascítico, líquido pleural,
líquido cefalo-raquidiano), entre outros.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 16
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Os laboratórios clínicos podem ser colocados em dois grandes grupos: laboratórios hospitalares e
laboratórios não hospitalares.
Os laboratórios clínicos hospitalares são aqueles que se encontram inseridos em hospitais públicos
ou privados. Estes laboratórios variam de acordo com o tamanho podendo ser: pequenos, médios
e grandes.
- Os Laboratórios Clínicos Pequenos são aqueles que estão inseridos em hospitais com
capacidade de 100 camas. Estes laboratórios realizam exames de rotina, tais como
plasmódio e parasitas.
- Os Laboratórios Clínicos Médios são aqueles que estão inseridos em hospitais com
capacidade de 300 camas. Estes laboratórios realizam exames mais complexos.
- Os Laboratórios Clínicos Grandes são aqueles que estão inseridos em hospitais com
capacidade acima de 300 camas. Estes laboratórios realizam exames mais complexos com
auxílio de técnicas modernas e manuseiam grande volume de trabalho. Em Moçambique
estes grupos de laboratórios estão inseridos na Classificação por níveis de atenção em
Saúde. Os detalhes desta classificação estam descritos abaixo.
Os laboratórios clínicos não hospitalares são aqueles que se encontram fora dos hospitais. Neste
grupo de laboratórios enquadram-se os laboratórios de consultório médico, laboratórios de
referência e laboratórios de saúde pública.
São pequenos laboratórios localizados nos consultórios dos médicos que são especialistas, tais
como hematologístas e Urologístas. Os Médicos generalistas também podem ter laboratórios nos
quais aplicam técnicas de rotina, tais como: hematócrito e urinálise são executados/realizados.
Laboratórios de Referência
São de escala regional, nacional ou internacional, podem ser públicos ou privados, realizam um
grande volume e variedade de exames. Realizam testes sofisticados/especializados por solicitação
de outros laboratórios.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 17
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
EXEMPLO
Laboratório Nacional de Higiene, Àgua e Alimentos, o Laboratório Nacional de
Referência da Tuberculose, entre outros.
É o sector onde as amostras são recebidas, registadas e rotuladas, antes de serem encaminhadas
para cada sector do exame. Nos laboratórios grandes, as amostras são colhidas em uma central de
colheita onde as mesmas são registadas e rotuladas antes de serem encaminhadas para cada sector
do exame. Estes laboratórios possuem também um sector separado responsável pela recepção,
registo e rotulagem das amostras para o exame laboratorial.
Em pequenos laboratórios, as amostras são colhidas directamente pelo sector responsável pelo
exame a ser feito. As pessoas que colhem o sangue são chamadas de flebotomistas. Os
procedimentos realizados neste sector fazem parte da fase pré analíticae estes são de extrema
importância para a obtenção de um resultado do exame laboratorial fiável.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 18
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Caso seja evidenciada qualquer anormalidade na recepção da amostra, o procedimento deve prever
acção correctiva imediata, consultando o cliente para obter informações adicionais, com base nos
critérios de aceitação e rejeição de amostras. Devem existir registos que comprovem a avaliação
da amostra durante a recepção e as acções realizadas quando evidenciada qualquer anormalidade.
Após a avaliação da qualidade das amostras durante a recepção, uma vez aceites, estas devem ser
identificadas imediatamente através de um procedimento capaz de assegurar que não sejam
confundidas fisicamente, nem quando citadas em algum registo do laboratório. A identificação da
amostra deve ser mantida durante toda a permanência da amostra no laboratório. Portanto, o código
de identificação da amostra deve ser colocado no corpo do recipiente da amostra, assim como na
requisição do paciente que acompanha a amostra e no livro de registos/programa informático em
uso no laboratório.
Sector de Bioquímica
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 19
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Sector de Microbiologia
A parasitologia, que estuda os parasitas, a virologia, que estuda os vírus e micologia, que estuda
os fungos são geralmente uma parte do sector de microbiologia.
Sector de Hematologia
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 20
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Os procedimentos quantitativos incluem contagens dos vários componentes do sangue, como por
exemplo, o número de leucócitos (células
brancas), eritrócitos (células vermelhas),
hemostasia e plaquetas, que podem ser
detreminados numa amostra. As contagens
podem ser feitas manualmente ou em
aparelhos automatizados.
Este sector pode ser chamado, também, de serviço de transfusão ou imuno-hematologia. Aqui
se a transfusão é necessária, os grupos sanguíneos A, B, O e o factor Rhesus (Rh), entre outros do
paciente são determinados pelos técnicos de banco de sangue. Podem também ser determinados
outros grupos sanguíneos (figura 4).
Os técnicos de banco de sangue testam ainda as unidades de sangue que estão estocadas para
determinar quais são compatíveis para
transfusão nos pacientes. Com enfeito, para
tal, são realizados procedimentos de
serologia, usando métodos antígeno-
anticorpo para a testagem de doenças
transmitidas pelo sangue como, por exemplo,
o HIV, Sífilis, Hepatites B e C.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 21
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Os laboratórios para atender as pessoas organizam-se segundo os níveis de atenção. Assim, estes
podem ser: laboratório de nível primário, secundário, terciário e quaternário.
Oferece os serviços básicos tais como: os testes rápidos (HIV,malária, sífilis) e microscopia clínica
sem, ou com equipamento mais simples disponível (Microscópio e centrifuga), monitorização
simples de hemoglobina (Hgb) e hematócrito (Hct) e encaminhamento para um nível superior.
Trabalham neste nível entre 1 e 2 técnicos básicos de laboratório e/ou outro pessoal treinado afecto
ao laboratório. Temos como exemplos os laboratórios dos postos e centros de saúde.
Constitui a referência para os doentes que não encontram soluções ao nível dos Hospitais
Provinciais, Distritais, Rurais e Gerais bem como dos doentes provenientes de Hospitais Distritais
e Centros de Saúde que se situam nas imediações do Hospital e que não têm Hospital Geral para
onde possam ser transferidos. Neste nível situam-se os laboratórios dos Hospitais Centrais que
concentram os equipamentos com alta incorporação tecnológica para a realização de exames de
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 22
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
alta complexidade. O pessoal que trabalha nestes laboratórios necessita de formação especializada
mais intensiva.
Os esquemas organizacionais dos laboratórios variam de acordo com o tamanho dos mesmos (ver
no módulo de gestão). Em uma linha geral, o esquema organizacional pode ser estruturado da
seguinte forma: o Director de Laboratório, Supervisor Técnico ou Gerente de laboratório,
Supervisor Geral ou Chefe de Sector e Pessoal técnico ou tecnologistas de bancada (fig 5).
O Director de Laboratório
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 23
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
É o responsável pela quantidade e qualidade do trabalho realizado em seu setor (cada sector, tem
o seu supervisor geral). Responsabiliza-se, também, pelo treinamento dos funcionários e por
avaliar o desempenho dos mesmos. O supervisor geral reporta ao supervisor técnico.
Um laboratório pequeno (de nível primário) pode ter somente um microscópio, uma centrífuga
e um refrigerador.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 24
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Laboratórios maiores (de níveis secundário, terceário e quaternário) podem ter equipamentos de
qualidades diferentes, várias cores e com custos diversificado e, inclui instrumentos como as
centrifugas, pHmetros, autoclaves, balanças, Microscópio, estufas, Banho-Maria,
aglutinoscópio, pipetas, analisadores, etc.
Para obter resultados de confiança, o equipamento usado no processo dos exames deve ser
manipulado correctamente; é imperativo a consulta dos manuais fornecidos pelos fabricantes dos
equipamentos para determinar qual o uso apropriado de cada peça do equipamento.
a) A Centrífuga
São instrumentos que giram (centrifugam) amostras a altas velocidades, forçando as partículas
mais pesadas ao fundo do recipiente, através da força centripeda (figura 6). O objectivo de
centrigugar amostras no laboratório, sobretudo em Bioquímica, Banco de Sangue e Microbiologia
é de separar os componentes celulares do líquido, ou seja, separar as partículas insolúveis que
numa amostra se sedimentam no fundo do tubo de centrífuga, restando o chamado sobrenadante
(fase líquida) por cima do sedimento. O sobrenadante é então pipetado ou decantado e o sedimento
retirado do tubo.
podem interferir nos resultados laboratoriais, como é o caso do aumento dos valores de potássio.
A centrifugação inadequada também pode resultar em uma separação incompleta da amostra
(presença de fibrina) no soro, o que levaria à contaminação do analisador e a resultados errados.
As centrífugas podem variar de tamanho, capacidade e velocidade. As centrífugas clínicas têm
uma velocidade variada de 0 a 3000 RPM (rotação por minuto), e podem suportar tubos variados,
de tamanho de 5 a 50ml dependendo de adaptadores. Uma centrífuga pequena, usando tubo de
sorologia de 2 a 3ml de capacidade é usada em Bancos de sangue e sorologia. Assim como outros
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 25
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
3. Se vai ser centrifugado somente um tubo, um outro tubo idêntico, com o mesmo conteúdo
de líquido (água) deve ser colocado no rotor em posição oposta ao tubo do material. O
Rotor é a parte da centrifuga que suporta, recebe os tubos a serem centrifugados e que gira
durante a operação da centrifuga. Para cada amostra colocada no rotor, deve haver um
outro tubo, directamente oposto, para equilíbrio da centrífuga;
A relação velocidade/tempo pode variar de um fornecedor para outro; por exemplo, alguns tubos
com gel separador podem ser centrifugados em tempos reduzidos, aproximadamente 4 a 5 minutos,
aumentando a produtividade e optimizando a rotina laboratorial.
ATENÇÃO Em relação as regras gerais sobre o uso das centrífugas podemos encontrar mais
detalhes nos modulos de Testes Bioquímicos, Exames Hematologicos e Banco de
Sangue.
b) O ph-metro
São equipamentos indicados para medir o pH das soluções em laboratórios químicos de controlo
de qualidade (figura 7).
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 26
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
ATENÇÃO
Mais detalhes sobre Phmetros encontraremos no módulo de Exames
Bioquímicos.
c) As Balanças
São equipamentos usados para a pesagem de substâncias no laboratório (fig.8). Existem vários
tipos de balanças que se diferem pelas quantidades que podem ser pesadas e na sensibilidade das
medidas, como ésão os casos de balanças analílticas e electrónicas.
As Balanças analíticas são usadas na obtenção (pesagens) da massa de sólidos e líquidos não
voláteis. Possuem menor precisão quando comparadas com as balanças electónicas.
As Balanças electónicas são usadas na obtenção (pesagens) da massa de sólidos e líquidos não
voláteis com grande precisão, algumas chegando a 5 casas decimais. As balanças electónicas
possuem grande sensibilidade a qualquer perturbação externa, por exemplo: corrente de ar e
movimentação extrema no perímetro que alteram a precisão da medida durante seu uso.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 27
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Em uma autoclave, os mateiais são aquecidos sob uma pressão de 15 libras/polegada quadrada
(correspondente a 1 atmosfera) a 1210C por 15 a 20 minutos. Estas condições mostraram serem
suficientes para matar os contaminantes e agentes infecciosos, tais como: esporos de fungos,
bactérias e vírus.
A maioria das autoclaves é programada para operar automaticamente, usando um ciclo de tempo.
atmosfera de pressão). Após a temperatura alcançar 1210C, os materiais serão aquecidos por 15 a
20 minutos. O vapor é então liberado lentamente, até que a pressão decresça e volte a pressão
atmosférica externa. Quando isso acontecer, a câmara será ventilada e pode-se abrir a porta,
tomando cuidado com algum vapor que eventualmente ainda possa escapar. Os materiais
esterilizados podem ser retirados usando pinça ou luvas termo-isolantes.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 28
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Quando esterilizar líquidos, deve-se usar frascos resistentes ao calor, frouxamente tapados e cheios
até, no máximo, da metade a capacidade total. Esses frascos devem ser colocados em uma estante
ou cesto para evitar derramamentos.
A pressão da câmara deve ser liberada lentamente, para evitar o derramamento do líquido por
excesso de ebulição. Os materiais não esterilizados em uso no laboratório pode ser fonte de
transmissão das infecções.
ATENÇÃO
Podemos encontrar mais detalhes nos Módulo de Exames Microbiológicos e
Parasitológicos.
e) O Microscópio
Este tipo de microscópio, é constituido por uma parte mecânica e uma parte óptica. Cada parte
engloba uma série de componentes constituintes do microscópio.
A parte mecânica serve para dar a estabilidade e suportar a parte óptica. Esta parte é constituida
por:
- O Braço ou coluna: é uma peça fixa a base, na qual estão aplicadas todas as outras partes
constituintes do microscópio.
- A Platina: é uma peça circular, quadrada ou rectangular, paralela à base, onde se coloca a
preparação a ser observada, possui no centro um orifício circular ou alongado que
possibilita a passagem dos raios luminosos concentrados pelo condensador.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 29
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
- O Revólver: é um disco adaptado na zona inferior do tubo que suporta duas a quatro
objectivas de diferentes ampliações. Facilita a substituição de uma objectiva por outras
colocando-as por rotação em posição de observação.
- As Lentes das oculares: são um conjunto de lentes sobre as quais se coloca o olho.
Fornecem imagem virtual, ampliada e directa. O tamanho de aumento está gravado na sua
extremidade superior. Para o cálculo da ampliação total, multiplica-se a ampliação da
ocular pela da objetiva. Exemplo: ocular (10x) x objetiva (40x) = ampliação total de 400x.
- O parafuso de Charriot: serve para locomover a lâmina para a direita ou esquerda e para
cima ou para baixo.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 30
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
4. Olhando pelo lado externo, gire o parafuso macrométrico de forma a aproximar a objectiva
de 10x o mais perto possível da preparação.
5. Olhando pela ocular, deve-se gire o mesmo parafuso no sentido inverso até obter uma
imagem nítida da preparação.
6. A seguir fazer o foco com a objetiva de 40x: gire o revólver colocando a objetiva de 40x
na direcção da preparação e focalizar com o auxílio do parafuso micrométrico.
7. Para uma ampliação maior, (objetiva de 100x), gire o revólver apenas o suficiente para
afastar a objetiva de 40x da preparação. Colocar uma gota de óleo de imersão sobre a
preparação.
8. Em seguida, gire o revólver de forma que a objetiva de 100x fique posicionada sobre a
preparação. Novamente, gire o parafuso micrométrico até obter o melhor foco do material.
Evitar o contacto do óleo de imersão com as objetivas de 10 e 40x, pois este pode danificá-
las.
O microscópio deve estar em uma posição permanente, em uma mesa sólida e uma área livre de
vibrações. Se precisar de ser movimentado, o microscópio deve ser transportado cuidadosamente
com as duas mãos, pelo braço e pela base. Ele deve ser colocado suavemente nas bancadas ou
mesas para evitar vibrações. Após o uso, o microscópio deve ser guardado livre de poeira ou óleo
de emersão. Sempre com a menor objetiva e a platina totalmente levantada. Para limpar as lentes
e outros componentes de vidro, remova a sujidade por meio de sopro e depois passe suavemente
uma gaze limpa. Se a lente estiver suja com manchas de óleo, limpe suavemente com um pedaço
de gaze ligeiramente embebido em uma solução de limpeza (50% éter sulfúrico, 50% clorifórmio,
ou álcool a 70%).
ATENÇÃO
Mais detalhes sobre os cuidados podemos encontrar nos módulos de
Exames Parasitologicos e Hematológicos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 31
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Estufa bacteriológica
São utilizadas nos laboratórios de investigação microbiológica e outros, para incubar a temperatura
constante (geralmente 36,5°C) por tempo variável, permitindo deste modo o crescimento e a
multiplicação dos microorganismos (figura 11).
f) O Banho-maria
g) Aglutinoscópio
É empregue em análises onde o fenômeno de aglutinação esteja envolvido (figura 13). Este
dispositivo auxilia na visualização da aglutinação em lâminas, por exemplo. Este equipamento
possui aquecimento que atinge a temperatura de 37 °C, que é ideal para promover as pontes entre
os anticorpos IgG e os respectivos sítios antigênicos durante as análises de exames clínicos.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 32
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
A luz emitida por este aparelho possibilita a integração e homogeneização dos eritrócitos com soro
anti-Rh (D) na determinação de factor Rh (D). Além disto, este equipamento oferece uma
visualização prática da aglutinação na lâmina devido ao calor e da uz incidida.
ATENÇÃO
Mais detalhes sobre Aglutinoscópio encontraremos no Módulo de
Banco de Sangue
Também chamadas de capelas de fluxo laminar são equipamentos que têm como função principal
reter partículas contaminantes de dimenções
microscópicas; portanto, servem para proteger a
amostra, o profissional e o ambiente laboratorial dos
aerossóis potencialmente infectantes que podem se
espalhar durante a manipulação de amostras (figura
14).
i) As Pipetas
São usadas para medir e transferir líquidos rigorosamente e, as mais comuns são: as volumétricas,
graduadas, automáticas e de Pauster.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 33
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
A pipeta graduada é um tubo longo e estreito, aberto nas duas extremidades, marcado
com linhas horizontais que
constituem uma escala graduada.
Utilizam-se para medição e
transferência de volumes variáveis de
líquidos e apresentam uma precisão
inferior a pipeta volumétrica.
Figura 15˸ A Pipeta automática ou micropipeta
Fonte: Cortesia do laboratório do ICSM
A pipeta volumétrica é um tubo
com uma ponta superior mais larga, um bulbo oval ou redondo no meio e a outra ponta
afunilada. Elas são usadas sempre que a exatidão da transferência de um volume é
necessária.
A Pipeta automática e micropipeta são feitas de plástico e são usados para transferir
volumes prefixados por premer e pressinonar um botão na pipeta (figura 15).
2. Aspirar o líquido até uma altura superior a marca de aferição ou ao “Zero”, quer para pipeta
volumétrica, assim como para a pipeta graduada.
3. Vedar a parte superior da pipeta volumétrica com o dedo indicador impedindo a liberação
do líquido. Certificar que não há bolhas no líquido e nem espuma em sua superfície. Retirá-
la do líquido, e inclinar um pouco enxugando a parede externa com papel absorvente.
4. Tocar a ponta da pipeta volumétrica no recipiente para ajustar o nível do líquido ao traço
de referência superior ,deixando o líquido escoar vagarosamente dando uma ligeira folga
na pressão exercida pelo seu dedo indicador, deixando-a na posição vertical.
5. Então, coloque a ponta da pipeta dentro do frasco receptor (onde se deseja transferir o
líquido) e deixe o líquido escorrer vagarosamente como descrito acima, até o volume
desejado. A seguir vede novamente a parte superior com o indicador e retire a pipeta do
frasco receptor.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 34
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
j) O Espetofotómetro
É um instrumento usado na medição quantitativa da absorção da luz pelas soluções (figura 16).
A água da torneira não é adequada para o preparo dos reagentes a ser usados no laboratório porque
contém impurezas ou bactérias. As impurezas podem alterar os resultados laboratoriais,
diminuindo ou aumentado os seus valores. As bactérias podem inativar reagentes, contribuir para
a contaminação orgânica total, ou alterar as propriedades ópticas das soluções de ensaio.
O laboratório deve definir o tipo de água necessária para cada um dos seus procedimentos, e deve
ter um fornecimento adequado da mesma.
1. Água Reagente para Laboratório Clínico (CLRW), adequada para a maioria dos
procedimentos de laboratório;
2. Água Especial Reagente (SRW), definida para um laboratório com procedimentos que
precisam de especificações diferentes do que CLRW;
3. Água Purificada Engarrafada Comercialmente que pode ser adequada para alguns
procedimentos laboratoriais.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 35
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Em Moçambique, a água destilada é a mais usada para a preparação dos reagentes e na realização
dos procedimentos laboratoriais.
A vidraria são materias de rotina na maioria dos laboratórios e vem em vários tamanhos e forma.
A vidraria do laboratório tem duas composições básicas: o Cristal e borossilicatos. O Cristal tem
baixa resistência ao calor e produtos químicos, mas é barato. É usado muitas vezes para fazer
recipientes descartáveis do laboratório. O vidro de borossilicato é de alta resistência térmica e não
reage com a maioria dos produtos químicos. Pyrex e Kimax são marcas de vidro borossilicato
usualmente empregue no fabrico de béquer, frascos e outros artigos. Existem alguns recepientes
que são escurecidos/âmbar a fim de armazenar compostos que reagem com a luz.
A vidraria mais comum em laboratórios inclui as garafas, Béqueres, Balão de Erlenmeyer, Balão
volumétrico, Provetas (cilindros graduado), tubos de ensaio, Termómetro, vidro de relógio, funil
e vareta.
Garrafas
São recipientes usados para o armazenamento de regentes (figura 17). Existem garrafas de vários
tamanhos e tipos. O tamanho da garrafa não deve ser muito maior que a capacidade de volume
para o reagente. Garrafas escuras/âmbar são para o armazenamento de reagentes fotossensíveis
(figura 18). Os reagentes fotossensíveis se não forem armazenados em recipientes apropriados
podem perder as suas propriedades químicas.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 36
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
São recipientes cilíndricos de boca larga e um bico para derramar líquidos (figura 19). Cada
Béquer é rotulado para indicar a sua capacidade máxima em mililítros. São usados para o
aquecimento de líquidos e para efectuar reacções de precipitação. Também podem ser utilizados
para medições de rotina e mistura. Possuem apenas 10% de exactidão.
O Balão de Erlenmeyer
Possui um fundo chato e lados inclinados que gradualmente se aproximam no diâmetro, de modo
que a abertura do topo é semelhante a uma garrafa (figura 20). A abertura pode ser lisa, e a tampa
pode ser uma rolha ou rosca. Este balão pode ter a capacidade de 10ml á 4.000ml. São usados para
conter soluções ou para medir volumes não críticos. Podem ser usados na preparação, mistura e
armazenamento de soluções por curto período de tempo.
O Balão Volumétrico
É um frasco em forma de pêra usado para fazer medidas críticas, isto é, medidas que requerem
exactidão (figura 21). Estes balões são produzidos de acordo com os padrões rígidos e garantidos
para conter um certo volume a uma particular temperatura. A capacidade é marcada no frasco,
junto a temperatura de calibração. Uma linha é colocada no gargalo do frasco para marcar o nível
correcto de enchimento.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 37
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Proveta
Tubos de Ensaio
São obtidos em uma variedade de tamanhos e formas, são usados em muitas técnicas do laboratório
(figura 23). A maioria das análises são realizadas no
tubo de ensaio, podem também ser empregues para
fazer reacções em pequena escala, principalmente nos
testes de reacção em geral. As vezes, um método de
teste exige que seja aquecido o tubo e para este caso, o
ensaio deve ser realizado sempre em tubos de vidro
termoresistente.
O Termómetro
É um instrumento conhecido mesmo fora do âmbito laboratorial, que é utilizado para medir a
temperatura em diversas situações (figura 24).
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 38
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Vidro de Relógio
É um prato côncavo que pode ser utilizado para dissolver materiais tais como cristais. Pode
também ser utilizado na pesagem de alguns produtos com características especiais (figura 25).
Funil
É um utensílio conhecido mesmo fora do âmbito dos laboratórios (figura 26). É utilizado para
introduzir alguns pós e líquidos dentro de recipientes de colo estreito ou para filtrar líquidos através
de papel de filtro. Pode ser fabricado com outros materiais.
Material de Porcelana
O mais comum no laboratóro clínico é o cadinho e o almofariz com pistilo. O almofariz com
pistilo, pode ser fabricado com outros materiais. São recipientes destinados á trituração de
materiais sólidos, (figura 27).
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 39
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Cadinho
Cadinho é um pequeno recipente com forma de pote, utilizado para aquecer sólidos a temperaturas
bastante elevadas (Figura 28). Estes podem ser feitos de metal ou de cerâmica mas nos
laboratórios é mais comum encontrarem-se cadinhos de carâmica, especialmente de porcelana. Os
cadinhos são, habictualmente, reutilizáveis.
No entanto, certas reações químicas podem
danificar o cadinho, pelo que, nestes casos,
deve ser descartado.
Habitualmente, a melhor solução é o uso de tripé e, o que confere ao cadinho mais estabilidade e
menores alterações bruscas de temperatura.
c) Material de Metal
O material de metal usado no laboratório pode ser classificado como material de suporte e para
manuseamento. No grupo de material de suporte destacam-se materiais como, suporte de tubos
de ensaio, rede metálica, tripé e pinça metálica.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 40
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
É utilizado para manter os tubos de ensaio na posição vertical, (figura 29). Os tubos deverão ser
mantidos de boca para baixo, quando não estão a ser utilizados.
Rede Metálica
Apresenta um formato quadrado de malhas finas que trazem na parte central um disco de amianto
preso nas próprias malhas da rede, que concentra o calor e não arde (figura 30). Constitui a rede
onde assenta o recipiente a ser aquecido, e sob a qual é colocada a fonte de aquecimento a gás.
Tripé
É feito de ferro, cujo anel superior suporta uma rede metálica ou uma placa de “ceran” (figura
31).
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 41
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Pinça Metálica
Destina-se a sustentar o tubo enquanto se aquece para evitar que o experimentador se queima
(figura 32). No grupo de Material de manuseamento destaca-se o Bico de Bunsen e a espátula.
Bico de Bunsen
É um queimador de gás que tem particular vantagem de permitir modificar o poder calorífico da
sua chama com o simples manuseamento de uma anilha (figura 33).
Esta anilha é móvel na base da chaminé do queimandor e possui dois orifícios que se podem fazer
acertar, ou não, com os outros dois abertos na dita base da chaminé. Quando se acerta a anilha
torna-se fácil o acesso do ar para a combustão do gás que entra no bico de Bunsen próximo desse
nível. A chama obtida é obscura e muito quente. Se os orifícios não se acertam, o acesso do ar é
insuficiente, o combustível arde mal e a chama torna-se luminosa e pouco quente.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 42
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Nos trabalhos do laboratório, os estudantes deverão empregar a chama obscura por ser a mais
quente, mas deverão ter o cuidado de rodar a
anilha e tornar a chama luminosa sempre que
tiverem o bico aceso, mas que não estejam a
utiliza-lo.
Espátula
É uma pequena pá de metal (ou de outro material) que serve, por exemplo, para retirar substâncias
sólidas do interior dos frascos, e para outros efeitos semelhantes (figura 34).
Agulhas hipodérmicas
São tubos cilíndricos ocos, utilizados como componentes de equipamentos ou como um meio
através do qual passam fluidos (figura 35). Geralmente são feitas da tubulação de aço inoxidável.
O uso de agulha hipodérmica e seringa é o meio mais comum de colher amostras de sangue. Ela é
composta em partes denominadas de canhão, protector e cânula, este que termina pela ponta
afiada bísel. O Canhão é fabricado em cores diversas que seguem padrão universal e identificam
os calibres das agulhas. Permite acoplamento fácil e seguro ao bico das seringas, proporcionando
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 43
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
A Cânula é um tubo fabricado a partir de uma fita de aço inoxidável, que vem colado no canhão.
A extremidade externa deste tudo é cortada de acordo com a finalidade de uso da agulha. Elas são
classificadas pelo seu diâmetro externo e espessura da parede, também conhecido como o tamanho
do calibre.
A colheita do sangue para transfusão requer um calibre maior do que o usado para colheita de
sangue .Para a colheita de sangue, se o flebotomista utilizar uma agulha de comprimento menor
do que o adequado para o perfil corpóreo do utente/paciente, a colheita pode ficar comprometida.
Nesta situação, principalmente, quando se trata de pessoas obesas que possuem uma camada de
tecido de gordura mais espessa, a agulha pode não ter comprimento suficiente para alcançar as
veias e a aplicação acaba sendo feita no tecido subcutâneo.
Uma seringa é um equipamento de bombeamento, usado por profissionais da área da saúde para
inserir substâncias líquidas por via intravenosa, intramuscular, intracardíaca, subcutânea,
intradérmica, intra-articular; retirar sangue; ou, ainda, realizar uma punção aspirativa em um
paciente ﴾Figura 36﴿.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 44
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
d) O Material de Plástico
Os recipientes de plástico são úteis no laboratório porque são resistentes a impactos e corrosão. O
plástico não liberta iões como certos tipos de vidros, mas pode fixar e passar por lixivia e solutos.
Os plásticos não são afectados pela maioria de soluções aquosas. Muitos recipientes usados
actualmente em laboratório têm como matéria-prima o plástico, por ser um material mais barato e
durável. As soluções alcalinas devem ser armazenadas em recipientes plásticos.
A desvantagem destes recipientes é de não ter uma grande estabilidade química e é pouco
permeável ao vapor de água e a corantes. Os exemplos mais comuns de materiais de plástico
udados no laboratório incluem a
garrafa de esguicho e as placas
de Petri.
Garrafa de Esguicho
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 45
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Placa de Petri
A Placas de Petri, podem ser fabricadas com outros materiais (figura 38). Servem para fazer
cultura de bactérias e de fungos, ou actuam como pequenos ambientes fechados para insectos ou
germinação de sementes, ou até como recipientes para amostras.
A vidraria não deve ser descartada para o lixo comum, mas em uma caixa de cartão rígido ou
recipientes especialmente feitos para esse fim. A vidraria limpa e seca deve ser guardada em um
lugar que ofereça protecção contra poeira, quebra acidental e humidade.
Sempre que possível os frascos de vidro devem ser substituídos por materiais plásticos. As pipetas
com pontas rachadas ou partidas não são precisas e devem ser descartadas.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 46
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
O material do laboratório descartável foi idealizado para ser usado uma só vez e descartado
imediatamente após o uso. A outra parte do material deve ser lavada antes de ser usada. Para ter
resultados precisos e de qualidade, somente o material do laboratório isento de detergentes ou
soluções contaminantes deve ser usado. Os resíduos de detergentes ou produtos químicos são
nocivos aos resultados dos testes.
O Material do laboratório usado para amostras biológicas ou substâncias deve ser descontaminado
antes da lavagem, colocando-os de molho em um desinfectante adequado. A vidraria do
laboratório deve ser lavada com um bom detergente, usando uma escova, se necessário e enxaguar
com bastante água, seguidas de duas ou três lavagens com água destilada. A lavagem pode ser
feita à mão, usando luvas de limpeza.
RESUMO
O laboratório clínico é um lugar no qual são testados, analisados ou avaliados amostras biológicas
ou de origem biológicas tais como: sangue, líquidos corpóreos (Líquido ascítico, líquido pleural,
líquido cefalo-raquidiano), etc.
Os laboratórios organizam-se para atender as pessoas segundo os níveis de atenção em: primário,
secundário, terciário e quaternário.
O tipo de equipamento e o material usado no laboratório clínico é determinado pelo seu tamanho,
o número e variedade de exames efectuados.
As instruções de uso do equipamento e materiais fornecidos pelo fabricante devem ser seguidas.
O fluxograma das actividades do laboratório inicia após a entrega da requisição por parte do clínico
ao doente. Uma vez recebido do doente o pedido de exame no sector de recepção, a amostra
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 47
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
adequada será colhida, registada e identificada através de um código que é usado durante o
processamento da mesma.
A água da torneira não é adequada para o preparo dos reagentes para o uso no laboratório porque
contém impurezas ou bactérias, devendo o laboratório, definir o tipo de água necessária para cada
um dos seus procedimentos, e deve ter um fornecimento adequado da mesma.
ACTIVIDADES DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Actividades de ensino-aprendizagem
ACTIVIDADE nº 1 Listagem e descrição do funcionamento dos departamentos do
laboratório clínico
Duração 30 minutos
Objectivos:
- Listar os departamentos do laboratório clínico
- Descrever o funcionamento dos departamentos do laboratório clínico
Conteúdos de referência
Os Departamentos do laboratório clínico
O Funcionamento dos departamentos do laboratório clínico
Desenvolvimento da actividade por parte do aluno
Os alunos organizam-se em grupos e fazem a discussão. Alguns grupos listam os
departamentos clínicos.
No final da discussão, os grupos apresentam os trabalhos no quadro.
Papel do docente no desenvolvimento da actividade
- Elogiar o aluno e faz a sintese das apresentações dos alunos.
Espaço/Meios didácticos e tecnológicos
- Sala de aulas usando marcadores e papel gigante
Critérios de avaliação
- Acções e comportamentos do aluno durante a aula. Avalia a assimilação dos
conteúdos por parte dos alunos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 48
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Actividades de ensino-aprendizagem
ACTIVIDADE nº 2 Realização da focagem e desfocagem com a objectiva de 40x do
microscópio para visualizar as células patentes na lâmina.
Duração 2h
Objectivos:
- Realizar a focagem e desfocagem do microscópio
Conteúdos de referência
- Instrumentos e materiais do laboratório
- Funciomento do microscópio óptico
Desenvolvimento da actividade por parte do aluno
- O aluno liga o microscópio, e coloca a lâmina com a preparação sobre a platina.
- Com o auxílio do condensador e do diafragma, o aluno obtem uma boa iluminação.
- O aluno gira o parafuso macrométrico e apróxima a objetiva de 10x o mais perto da
lâmina.
- Olhando pela ocular, o aluno gira o mesmo parafuso no sentido inverso até obter uma
imagem nítida da preparação.
- A seguir, o aluno gira o revólver colocando a objetiva de 40x na direcção da preparação
e focaliza com o auxílio do parafuso micrométrico.
Papel do docente no desenvolvimento da actividade
- Elogia o aluno e faz o resumo da colheita do sangue capilar
Espaço/Meios didácticos e tecnológicos
- Laboratório multidisciplinar
- Lâminas microcópicas e Lancetas
- Esguicho com álcool a 70% e algodão
- Microscópio óptico
- Pops de colheita, cloração e observação de sangue capilar
Critérios de avaliação
- Acções e comportamentos do aluno durante a actividade
- Habilidades durante o manuseio do microscópio
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 49
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
3. Walters, N. J.; Estridge, B. H.; Reynolds, A. P.; (1998); Laboratório Clínico: Técnicas
Básicas; 3a edição; Porto Alegre; Artmed,.
4. Xavier, R; Dora, J. De Sousa, C. Barros, E.; (2010); Laboratório Clínico na prática Clínica:
Consulta rápida, 2ª edição. Editora ABDR.
SITES CONSULTADOS:
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 50
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
UNIDADE DIDÁCTICA 2
A BIOSSEGURANÇA LABORATORIAL
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 51
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
ÍNDICE
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 52
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
OBJECTIVO GERAL
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 53
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
INTRODUÇÃO
Os laboratorios clínicos expõe as pessoas que trabalham nele á riscos de diversas origens. Para
minimizar as consequências destes riscos é necessário tomar um conjunto de medidas ou acções.
Nesta unidade, o estudante irá discutir os factores-chaves que determinam a virulência, os
principais potenciais de risco no laboratório, equipamentos de protecção individual e colectiva,
normas de biossegurança laboratorial, classificar os laboratórios consoante o nível de
biossegurança. Também terá oportunidade de desenhar o fluxograma de reporte de incidentes
resultantes da exposição ocupacional.
De forma geral, a presente unidade didáctica apresenta onze capítulos, onde:
- O primeiro capítulo aborda a temática de biossegurança laboratorial, onde falaremos dos
riscos físicos, químicos, biológicos e também os equipamentos de protecção usados em
laboratórios.
- O segundo destaca as sinalizações usadas, dentre elas, as sinalizações de alerta, de produtos
inflamável, etc.
- O terceiro capítulo descreve as normas de biossegurança em laboratório.
- O quarto capítulo teremos o tema sobre a classificação dos laboratórios segundo o nível de
biossegurança.
- No quinto capítulo a abordagem será feita em volta da infeção e as vias de transmissão e
dose de infeção.
- No sexto capítulo, iremos desenvolver a temática sobre procedimentos de emergência para
incidentes por exposição.
- No sétimo capítulo iremos descrever o fluxograma de reporte de acidentes resultantes da
exposição ocupacional.
- No oitavo capítulo aborda as precauções universais para prevenção de contaminação dos
trabalhadores de saúde.
- N nono capítulo da unidade faz a abordagem dos dois grandes conceitos, a Biossegurança
versus Bioproteção.
- No décimo capítulo a abordagem será focalizada nos sistemas de controlo de segurança
com vista a garantia da integridade da amostra.
- E por fim, temos o último capítulo, décimo primeiro, sobre o controlo e responsabilidade
pelo material biológico.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 54
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
1. A BIOSSEGURANÇA LABORATORIAL
DEFINIÇÃO A Biossegurança é o conjunto de medidas ou acções voltadas para a prevenção,
controlo, minimização ou eliminação dos ríscos presentes nas actividades de
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de
serviços que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, a
preservação do meio ambiente e/ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
Os profissionais e outros usuários do laboratórios estão expostos a vários riscos, ou seja, estão
expostos a ameaça ou perigo de determinada ocorrência. Estes riscos, no ambiente laboratorial,
pode ser classificado em físicos, químicos, ergonómicos e biológicos.
O risco físico é aquele que é causado após a exposição aos agentes de risco físico. Consideram-se
agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores,
tais como: ruído, calor, frio, pressão, humidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibração,
entre outros.
O risco químico é aquele que é causado após a exposição aos agentes de risco químicos.
Consideram-se agentes de risco químico as substâncias que possam penetrar no organismo do
trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, gases, vapores, ou que seja, pela
natureza de actividade, de exposição, possam ter contacto ou ser absorvidos pelo organismo
através da pele ou por ingestão.
A maioria dos reagentes usados em laboratorio clinico, encontram – se neste grupo de risco.
O risco biológico é aquele que é causado após a exposição aos agentes de risco biológico.
Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitas, entre outros.
Os Ríscos Ergonómicos é aquele que é causado após a exposição aos agentes de risco ergonómico.
ATENÇÃO
Mais detalhes relacionados a riscos ergonomicos na Unidade Didática 05
deste módulo
Uma das principais normas de biossegurança em laboratórios diz respeito ao uso de equipamentos
de proteção individual (EPI) e equipamentos de proteção colectiva (EPC).
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 55
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Os EPIs funcionam como barreira contra a transmissão de microrganismos devendo ser utilizados
de acordo com o tipo de actividade realizada e o risco de exposição aos patógenos. Os
equipamentos de proteção individual (EPI) são aqueles que conferem proteção individual ao
trabalhador ou manipulador. Nesta situação a proteção é específica para um determinado
indivíduo. São considerados EPI: as luvas, máscaras, óculos de proteção, toucas, batas e
sapatos.
Luvas
Protegem as mãos contra os materiais infecciosos e protegem os pacientes do contacto com
microrganismos presentes nas mãos do profissional de saúde. O profissional de saúde que não
calça as luvas para a realização de procedimento pode estar exposto a risco á infeccções pelos
microrganismos que o paciente ou a amostra transporta. As luvas mais comuns no laboratório
incluem as luvas de procedimentos, luvas cirúrgicas e luvas de borracha.
Luvas de Procedimentos
Que são de látex (borracha natural) ou de material sintético (vinil), servem para manipulação de
materiais potencialmente infectantes (figura 1). As
luvas de procedimentos devem ser usadas em todos
os procedimentos, desde colheita, transporte,
manipulação até o descarte das amostras biológicas,
pois elas são uma barreira de protecção contra os
agentes infecciosos. São vendidas em caixinhas
contendo 100 pares, que podem ser de diferentes tamanhos (S, M, L e XL).
Luvas Cirúrgicas
São luvas estéreis, ou seja, totalmente livres de
microorganismos, que são vendidas embaladas em
pares, havendo uma técnica correta de colocação das
mesmas. (figura 2). Usadas muito mais nas
cirurgias ou em outros procedimentos invasivos.
As luvas de borracha são grossas e antiderrapantes,
servem para manipulação de resíduos ou lavagem de
materiais ou procedimentos de limpeza em geral (figura 3). Estas luvas podem ser usadas para a
manipulação de materiais submetidos a aquecimento ou congelamento, como procedimentos que
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 56
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
utilizem estufas para secagem de materiais, banho-maria, câmaras frias, freezer para conservação
de amostras, além de outros. As luvas de borracha são resistentes à temperatura e podem ser
reutilizadas. A escolha de luvas para o
uso laboratorial depende dos
procedimentos técnicos que o
profissional pretende realizar. Por
exemplo, para realizar a colheita venosa
de sangue, aconselha-se o uso de luvas
de procedimentos e para fazer limpeza
nos sectores do laboratório, aconselha-
se o uso de luvas de borracha.
ATENÇÃO
Seguir os procedimentos de Calçar e Remover as Luvas.
Bata
Protege a roupa e a pele do profissional, da contaminação por sangue, fluidos corpóreos, salpicos
e derramamentos de material infectados, que pode ocorrer desde colheita, transporte, manipulação
e descarte de amostras clínicas. É importante que a bata seja colocada assim que o profissional
entre no laboratório, e permaneça com ele o tempo todo, porém ao ir a cantinas, refeitórios, bancos,
bibliotecas, auditórios, outros, ele deve ser retirado, pois são áreas não contaminadas e a bata pode
levar agentes biológicos para estes locais.
A bata deve ser confeccionada em tecido resistente (feito de algodão) à penetração de líquidos,
com comprimento abaixo do joelho e mangas longas, pode ser descartável ou não. Caso não seja,
deve ser resistente à descontaminação e autoclavação. A limpeza da bata deve ser feita na própria
lavanderia do hospital, caso esse serviço não esteja disponível para o profissional da saúde, o ideal
é que primeiramente a bata seja autoclavado e depois levada para casa, esse procedimento não gera
riscos de contaminação.
Máscara
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 57
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Deve ser utilizada em todas as actividades que envolvam a formação de aerossóis ou suspensão de
partículas como pipetagem, centrifugação,
execução de raspados epidérmicos, semeadura
de material clínico, entre outros.
Óculos de Protecção
Servem para proteger os olhos dos salpicos das amostras durante o manuseamento. Estes óculos
devem ser de material rígido e leve, com cobertura completa da área dos olhos (figura 5).
Touca ou Barrete
Figura 5˸ Óculos de Protecção.
Serve para manter preso o cabelo para evitar Fonte˸ Cortesia de Laboratório do ICSM.
contacto com materiais biológicos ou químicos(figura 6). Em alguns sectores o uso da touca é
obrigatório.
Os usuários do laboratório para além do EPI, devem incluir os vestuários como, os sapatos e
calcas. Os sapatos devem ser fechados, confortáveis, de material sintético impermeável, não
poroso e resistente, para impedir lesões, no caso de acidentes com materiais perfuro-cortantes,
substâncias químicas e materiais biológicos.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 58
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Os EPCs são dispositivos, sistemas ou meios fixos ou móveis de abrangência colectiva, destinado
a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores usuários e terceiros. Os Equipamentos
de Proteção Colectiva adoptados serão específicos ao tipo de risco encontrado no ambiente de
trabalho, podendo ser implementado praticamente em toda actividade produtiva. Exemplos: A
cabine de segurança biológica, Chuveiro de emergência, Lava-olhos, Extintores de incêndio,
Sinalização, entre outros.
Também chamadas de capelas de fluxo laminar são equipamentos utilizados para proteger o
profissional e o ambiente laboratorial dos aerossóis potencialmente infectantes que podem se
espalhar durante a manipulação. Os detalhes sobre a cabine de segurança biológica estão
descritos na unidade didática I deste módulo. Normalmente, este equipamento encontra-se em
microbiologia e deve ser utilizado de acordo com
as orientações do Pop.
Chuveiro de Emergência
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 59
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Lava-Olhos
É um equipamento utilizado para acidentes na mucosa ocular, o jato de água também deve ser
forte e dirigido aos olhos (figura 8). Quando ocorrer acidente com derrame de material nos olhos,
estes devem ser lavados por, no mínimo 15 minutos, para remoção da substância, reduzindo danos
ao indivíduo. Em geral o lava-olhos é instalado junto dos chuveiros ou junto das pias do
laboratório, porém a proteção com óculos pode evitar esses tipos de acidentes, que às vezes pode
levar a danos irreversíveis. Os chuveiros e os lava-olhos devem ser limpos semanalmente.
Extintores de Incêndio
Usados em laboratórios. Estes podem ser: extintor de água (mangueira) para fogo em papel e
madeira; extintor de dióxido de carbono (pó químico ou espuma) para fogo em líquidos ou gases
inflamáveis; extintor de dióxido de carbono (pó químico seco) para fogo em equipamentos
elétricos. A manta ou cobertor serve para abafar ou envolver a vítima de incêndio, é confeccionado
em lã ou algodão grosso, não pode ter fibras sintéticas.
O balde com areia ou absorvente granulado, é derramado sobre substâncias químicas perigosas
como álcalis para neutralizá-lo. Este deve estar localizado em locais de fácil acesso para todos os
funcionários (corredores, salas aberta, entre outros).
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 60
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
A sinalização é dividida de acordo com suas funções e podem ser: sinalização de alerta,
sinalização de proibição, Sinalização dos equipamentos de combate, sinalização de condições
de orientação e salvamento, entre outras.
Símbolo indicativo de Produtos Químicos Radioativos são perigosos em contacto com a pele,
para manuseá-los é preciso um intenso cuidado (luvas e macacão de segurança) (figura 10).
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 61
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
3. AS NORMAS DE BIOSSEGURANÇA
LABORATORIAL
As recomendações gerais de biossegurança que devem ser seguidas por todos os usuários de um
laboratório clínico são:
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 62
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
O risco individual e para comunidade é baixo, são agentes biológicos que têm probabilidade nula
ou baixa de provocar infecções ao homem ou aos animais sadios, e de risco potencial mínimo
para o profissional do laboratório e para o ambiente.
EXEMPLO
Lactobacillus.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 63
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
O risco individual é moderado e para comunidade é limitado. Aplica-se a agentes biológicos que
provocam infecções ao homem ou aos animais, cujo risco de propagação na comunidade e de
disseminação no meio ambiente é limitado, não constituindo em sério risco a quem os manipula
em condições de contenção, pois existem medidas terapêuticas e profiláticas eficientes.
EXEMPLO
Toxoplasma spp.
O risco individual é alto e para comunidade é limitado. Aplica-se a agentes biológicos que
provocam infecções, graves ou letais, ao homem e aos animais e representam um sério risco a
quem os manipulam. É um risco se disseminado à comunidade e ao meio ambiente, podendo se
propagar de indivíduo para indivíduo, mas existem medidas de tratamento e prevenção.
EXEMPLO
Bacillus anthracis.
O risco individual e para a comunidade é elevados. Aplica-se aos agentes biológicos de fácil
propagação, altamente patogênicos para o homem, animais e meio ambiente, representando grande
risco a quem os manipula, com grande poder de transmissibilidade por via de aerossóis ou com
riscos de transmissão desconhecido, não existindo medidas profiláticas ou terapêuticas.
EXEMPLO
Vírus Ebola.
Para manipulação dos microrganismos pertencentes a cada uma das quatro classes de risco devem
ser atendidos alguns requisitos de segurança, conforme o nível de contenção necessário. Estes
níveis de contenção são denominados de níveis de Biossegurança. Os níveis de biosseguraça são
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 64
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
É adequado ao trabalho que envolva agentes bem caracterizados e conhecidos por não provocarem
doença em seres humanos e que possuam o mínimo risco ao pessoal do laboratório e ao meio
ambiente. É o nível de contenção laboratorial que se aplica aos laboratórios de ensino básico, onde
são manipulados os microrganismos pertencentes ao grupo de risco 1. Não é requerida nenhuma
característica de desenho, além de uma boa planificação espacial e funcional e a adopção de boas
práticas laboratoriais.
É adequado ao trabalho que envolva agentes de risco moderado para as pessoas e para o meio
ambiente. Diz respeito aos laboratórios em contenção, onde são manipulados microrganismos da
classe de risco 2. Se aplica aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de
diagnóstico, sendo necessário, além da adopção das boas práticas, o uso de barreiras físicas
primárias (cabine de segurança biológica e equipamentos de proteção individual).
É indicado para o trabalho que envolve agentes exóticos e perigosos que exponham o indivíduo a
um alto risco de contaminação de infecções que podem ser fatais, além de apresentarem um
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 65
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
potencial relevado de transmissão por aerossóis. Estes laboratórios são de contenção máxima,
destinam-se a manipulação de microrganismos da classe de risco 4, onde há o mais alto nível de
contenção, além de representar uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras
áreas. Os laboratórios de NB-4 requerem, para além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis
de contenção 1, 2 e 3, barreiras de contenção (instalações, desenho e equipamentos de proteção) e
procedimentos especiais de segurança.
Os elementos básicos na cadeia de transmissão das infecções são: o hospedeiro, o agente infeccioso
e o meio ambiente (a triade ecológica).
O hospedeiro pode ser o homem ou um animal, sempre exposto ao agente infeccioso ou ao vetor
transmissor.
O agente infeccioso é um ser vivo capaz de reconhecer o seu hospedeiro, penetrar, desenvolver-
se, multiplicar-se neste ser vivo e, mais tarde, sair para alcançar novos hospedeiros.
EXEMPLO
Bactérias, Vírus, Fungos E Parasitas.
O meio ambiente é o espaço constituído pelos factores físicos, químicos e biológicos, cujo
intermédio influenciam o agente infeccioso e o hospedeiro.
As vias de transmissão das infecções pelos diversos microrganismos variam de acordo com o tipo
de organismo, e alguns agentes infecciosos podem ser transmitidos por mais de uma via. As
principais vias de transmissão das infecções são: via aérea ou respiratória, via oral, via contacto e
via congénita (placentária).
A transmissão das infecções por via aérea ocorre pela passagem dos microrganismos através das
partículas liberadas durante a tosse, espirro ou fala. Essas gotículas podem-se depositar nos olhos,
na boca ou nariz. Por exemplo: o virus da gripe e Mycobacterium tuberculosis ( o agente causador
da tuberculose).
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 66
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
A transmissão das infecções por via oral ocorre pela passagem dos microrganismos através da
boca (água e alimentos contaminados). Por exemplo: cistos da giardia lãmblia (um dos principais
causador de diarreias em crianças).
A transmissão das infecções por contacto é a forma mais comum de transmissão, podendo ser
subdividida em contacto directo e contacto indirecto.
A via de transmissão por contacto directo ocorre quando os microrganismos são transferidos de
uma pessoa contaminada a outra, sem a participação de um objecto ou uma pessoa intermediária
contaminada. Por exemplo, quando o sangue ou fluídos corpóreos de um paciente são inoculados
directamente em um profissional de saúde por via mucosa ou lesões cutâneas.
A dose de infecção é a quantidade mínima do agente causador da infecção necessária para iniciar
uma infecção. Varia com a virulência do agente e com a resistência do hospedeiro. Quanto maior
o número de microorganismos inoculados no hospedeiro, tanto maior será a probabilidade de
infecta-lo.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 67
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 68
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
No gabinete de prevenção e controlo das infecções (PCI) estão desponíveis os Kits de profilaxia
pós exposição para caso em que o profissional de saúde tenha entrado em contacto com material
ou paciente com HIV. De seguida o profissional acidentado é encaminhado para a consulta do
trabalhador. Em cada sector deve estar disponível e com acesso de todos, o fluxograma de reporte
de acidentes resultantes da exposição ocupacional.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 69
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 70
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Os compostos fenólicos são corrosivos e tóxicos, irritam a pele, olhos e sistema respiratório,
devendo ser usado conforme as recomendações dos fabricantes. Seus compostos fazem parte das
formulações de desinfetantes, podendo ser usados em substituição ao hipoclorito de sódio quando
este não for possível. O iodo é tóxico e irritante das vias aéreas, pele e olhos, de natureza corrosiva
e utilizado para desinfecção de superfícies de trabalho, vidrarias e descontaminação de superfícies
de equipamentos.
ATENÇÃO
Mais detalhes no módulo de exames microbiológicos.
A maioria das autoclaves é programada para operar automaticamente, usando um ciclo de tempo.
Os materiais a serem esterilizados são colocados na câmara da autoclave, que é rodeada por um
cesto metálico que contém o vapor. A porta, com um vedante para previnir a fuga do vapor, deve
ser bem fechada antes que o processo de esterização seja iniciado.
Quando a autoclave é ligada, a câmara enche-se de vapor, que expulsa o ar contido. Uma válvula
se fecha e a pressão sobe até o ponto desejado, normalmente 15 libras/polegada quadrada (1
atmosfera de pressão). Após a temperatura alcansar 1210C, os materiais serão aquecidos por 15 a
20 minutos. O vapor é então liberado lentamente, até que a pressão decresça e volte a pressão
atmosférica externa. Quando isso acontecer, a câmara é ventilada e pode-se abrir a porta, tomando
cuidado com algum vapor que eventualmente ainda possa escapar. Os materiais esterilizados
podem ser retirados usando pinça ou luvas termo-isolantes.
Quando esterilizar líquidos, deve-se usar frascos resistentes ao calor, frouxamente tampados e
cheios até, no máximo, da metade a capacidade total. Esses frascos devem ser colocados em uma
estante ou cesto para evitar derramamentos.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 71
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
A pressão da câmara deve ser liberada lentamente, para evitar o derramamento do líquido por
excesso de ebulição. Os materiais não esterilizados em uso no laboratório pode ser fonte de
transmissão das infecções.
ATENÇÃO
Mais detalhes nos módulos de Exames Microbiológicos e
Parasitológicos.
A esterilização pelo calor seco pode ser alcançada pelos métodos de flambagem, incineração, raios
infravermelhos e estufa de ar quente. A estufa bacteriológica de ar quente é a mais utilizada na
esterilização por calor seco no laboratório clínico. As estufas são utilizadas frequentemente no
sector de microbiológia, para incubar os meios de cultura à temperatura constante (geralmente
36,5°C) por tempo variável, permitindo deste modo o crescimento e a multiplicação dos
microorganismos.
O Raios infravermelho utiliza-se de lâmpadas que emitem radiação infravermelha, essa radiação
aquece a superfície exposta a uma temperatura de cerca de 180O C.
O uso do calor seco, por não ser penetrante como o calor húmido, requer o uso de temperaturas
muito elevadas e tempo de exposição muito prolongado, por isso este método de esterilização só
deve ser utilizado quando o contacto com vapor é inadequado.
Os materiais de borracha, de aço e tecidos não devem ser esterilizados pelo calor seco, pois, a
temperatura empregada é altamente destrutiva, ou seja, o calor seco, interferir na estabilidade
destes materiais. Os materiais indicados para serem esterilizados por este método são instrumentos
de ponta ou de corte, que podem ser oxidados pelo vapor.
A esterilização química é obtida com aldeídos como glutaraldeído e formaldeído, ou com ácido
peracético. A esterilização finaliza a limpeza dos materiais do laboratório de maneira eficaz, isto
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 72
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
A higiene das mãos apesar de ser um acto simples e altamente eficaz na prevenção das infecções,
continua sendo muito pouco praticada entre os profissionais de saúde em geral. A higiene das mãos
em profissionais do laboratório é importante porque para além de reduzir a taxa de infecções
hospitalares, remove os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele e a
oleosidade, o suor e células mortas, retira a sujidade propícia para a permanência e multiplicação
de microrganismos. Este acto, impede que as mãos sejam uma fonte de transmissão da infecção.
A higiene das mãos deve ser realizado antes de ter contacto com o utente, antes de realizar o
procedimento asséptico, depois de ter contacto com o utente, depois de ter contacto com fluidos
corporais, objectos, pele não intacta ou pessoas e depois de contacto com áreas próximas ao
paciente. A higiene das mãos deve ser realizada logo ao chegar no local de trabalho e depois de
terminar ou ao sair do local de trabalho.
Nota: As mãos devem ser lavadas após a remoção das luvas porque estas podem ter pequenos
furos e permitir a entrada de microrganismos. As bactérias por exemplo, podem multiplicar-se
rapidamente dentro das luvas por causa do ambiente húmido e quente.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 73
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
recebam a vacinação contra as doenças infecciosas mais comum, como é o caso da tuberculose e
hepatites. Os detalhes deste assunto no módulo de exames imunológicos.
8. A BIO-PROTECÇÃO
A Bioproteção é um conjunto de medidas de segurança institucional, pessoal e procedimentos para
evitar a perda, roubo, uso indevido, desvio ou libertação intencional de patógenos ou partes deles,
organismos produtores de toxinas, bem como toxinas, que são mantidas, transferidas ou fornecidas
por coleções microbiológicas ou Centros de Recursos Biológicos (CRBs).
Por exemplo, a Varíola foi erradicada há 32 anos, mas o vírus é mantido em centros colaboradores
da OMS sob máximo controlo. A reintrodução acidental ou deliberada do vírus ao ambiente
ameaça não apenas a saúde pública, mas também a estabilidade econômica e política do mundo
todo. Por isso, os estoques do vírus usados em pesquisa estão sob controlo restrito da OMS, que
avalia a biossegurança e bioproteção dos laboratórios com muito rigor. Apesar destes
procedimentos internacionais, houve a necessidade de estabelecer o Guia de Bioproteção para
Laboratório pela OMS (2006), que oferece maiores garantias quanto às condições de trabalho e
de manutenção de agentes infecciosos, como este vírus.
As Bioproteção são medidas para evitar o uso indevido de patógenos, partes deles, organismos
produtores de toxinas, bem como toxinas, em acções directas ou indirectas contra humanos,
rebanhos ou cultivos agrícolas. A Biossegurança e bioproteção mitigam diferentes riscos, portanto,
têm um objectivo comum, manter os agentes biológicos em segurança e protegidos nas áreas onde
são manipulados e mantidos.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 74
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
acesso restrito, separação física das áreas de circulação, janelas anti-choque e plano de resposta à
emergência podem ser comuns tanto para a biossegurança quanto bioproteção.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 75
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
RESUMO
Os profissionais e outros usuários do laboratório estão expostos a vários riscos, ou seja, estão
expostos a ameaça ou perigo de determinada ocorrência. Para a prevenção, controle, minimização
ou eliminação destes ríscos é fundamental a observância das normas de Biossegurança.
As normas de biossegurança em laboratórios dizem respeito ao uso de equipamentos de proteção
individual (EPI) e equipamentos de proteção colectiva (EPC).
São considerados EPI: as luvas, máscaras, óculos de proteção, toucas, batas e sapatos e fazem parte
dos EPCs, a cabine de segurança biológica, Chuveiro de emergência, Lava-olhos, Extintores de
incêndio, Sinalização, entre outros. Caso ocorra um acidente do trabalho, deve ser seguido o
fluxograma de reporte dos acidentes, em uso em cada laboratório.
Actividades de ensino-aprendizagem
Actividades de ensino-aprendizagem
ACTIVIDADE 1 Higiene das Mãos
Duração 90 minutos
Objectivos
Praticar os passos a serem seguidos no procedimento da higiene das mãos
Conteúdos de referência
Higienie das mãos
Desenvolvimento da actividade por parte do aluno
- O estudante abre a torneira e molha as mãos;
- - O estudante fricciona a palma, o dorso das mãos com movimentos circulares, espaços
interdigitais, articulações, polegar e extremidades dos dedos. Lava os antebraços
cuidadosamente, por 15 segundos.
- Por fim, o aluno seca as mãos com uma toalha de papel e fecha a torneira acionando o
pedal, com o cotovelo.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 76
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Actividades de ensino-aprendizagem
Actividades de ensino-aprendizagem
ACTIVIDADE Simulação do fluxograma de reporte de acidentes originados pela
2 exposição pela amostra de sague do paciente nas mucosas feridas.
Duração 50 minutos
Objectivos:
- Descrever o fluxograma de reporte de incidentes resultantes da exposição ocupacional.
Conteúdos de referência
- Biossegurança
- Fluxograma de reporte de acidentes resultantes da exposição ocupacional
Desenvolvimento da actividade por parte do aluno
- Os alunos dividem-se em grupos, e nos grupos os alunos subdivide-se em 1 chefe de
sector, um responsáveis do sector de PCI e outros simulam o acidente.
- Um aluno simula o acidente, e de seguida dirige-se a torneira lavando a parte afectada
com água e sabão antisséptico, por 15 minutos.
- O aluno reporta o incidente ao chefe do sector;
- O chefe do sector reporta o caso ao sector do PCI.
Papel do docente no desenvolvimento da actividade
- Demonstra os procedimentos de primeiros socorros e de reporte a incidentes
laboratoriais.
- Elogia os alunos após a execução
Espaço/Meios didácticos e tecnológicos
- Laboratório multidisciplinar
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 77
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
3. Walters, N. J.; Estridge, B. H.; Reynolds, A. P.; (1998); Laboratório Clínico: Técnicas
Básicas; 3a edição; Porto Alegre; Artmed.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 78
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 79
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
UNIDADE DIDÁCTICA 3
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 80
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
ÍNDICE
INTRODUÇÃO __________________________________________________________________________ 84
1. A ERGONOMIA ____________________________________________________________________ 84
1.1. Iluminação __________________________________________________________ 85
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 81
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 82
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
OBJECTIVO GERAL
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 83
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
INTRODUÇÃO
1. A ERGONOMIA
DEFINIÇÃO A ergonomia é o estudo do trabalho e da sua relação com o ambiente no qual
é desempenhado (o local de trabalho) e com aqueles que o desempenham, ou
seja, os trabalhadores.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 84
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
A ergonomia é utilizada com o objectivo de determinar a forma como o local de trabalho deve ser
concebido ou adaptado ao trabalhador, de modo a prevenir diversos problemas de saúde,
aumentando a sua eficácia, por outras palavras, tem como objectivo a adequação e a adaptação da
tarefa ao trabalhador, em vez de forçar o trabalhador a adaptar-se à tarefa. Um exemplo simples
consiste em aumentar a altura das bancadas de trabalho, de modo a que o trabalhador não tenha de
se curvar desnecessariamente para poder realizar o seu trabalho.A vantagem mais evidente da
ergonomia consiste no aumento da produtividade laboral. A ergonomia engloba uma grande
variedade das condições de trabalho que podem afectar o conforto e a saúde do trabalhador,
incluindo factores como a iluminação, o ruído, a temperatura, as vibrações, a concepção do
posto de trabalho, equipamentos, assim como a concepção da tarefa, incluindo factores como
o trabalho por turnos, os respectivos intervalos e os horários de almoço.
Iluminação
Temperatura
O calor excessivo ou muito frio gera certo desconforto ao trabalhador, ou seja, pode causar
acidentes de trabalho e até danos a saúde (figura 2). Se a exposição for essencial para o
cumprimento de suas tarefas, a empresa deverá fornecer mecanismos de prevenção e de proteção,
como roupas especiais, ar condicionado, aquecedores, entre outros.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 85
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Ruído
Já na definição operacional, ele é um estímulo que não contém informações úteis à tarefa em
execução. O ruído no laboratório clínico pode destrair o profissional de saúde nas tarefas em que
este esteja a executar.
Vibração
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 86
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
É importante que um posto de trabalho esteja bem desenhado, para o que deverá obedecer a regras
decorrentes da aplicação dos princípios da fisiologia e da biomecânica, criando condições para a
definição de esforços aceitáveis, pois evitará as doenças relacionadas com condições laborais
deficientes, designadamente, a fadiga excessiva ou desgastante do organismo, para além de
assegurar maior produtividade do trabalho (figura 6). O posto de trabalho deve ser desenhado
tendo em conta o trabalho e a tarefa que vai realizar, a fim de que esta seja executada de modo
confortável e eficiente. Portanto, há que considerar que os movimentos exigidos pelo trabalho
como, as posturas e o esforço intelectual. Se o posto de trabalho for adequadamente desenhado, o
trabalhador poderá manter uma postura de trabalho correcta e cómoda, sendo certo que se assim
não fôr, poderão decorrer várias consequências para a saúde.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 87
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
As normas de concepção a ter em conta na disposição dos postos de trabalho deverão atender às
características humanas essenciais (capacidades sensoriais, dimensões do corpo, resistência
muscular, aptidões intelectuais, entre outras), para além de abordar a conduta do trabalhador
enquanto transformador da energia (fisiologia do trabalho), e como sistema de tratamento de
informação (psicologia do trabalho). No desenho do posto de trabalho importa definir critérios
como o nível de dimensionamento, disposição do equipamento, espaço de trabalho e ambiente de
trabalho. Os critérios inerentes ao espaço de trabalho referem-se, entre outros, às dimensões,
paredes e tectos, coberturas, janelas, portas e saídas de emergência, vias de circulação e escadas,
pavimentos, instalações eléctricas, locais sociais, áreas administrativas, à iluminação, ventilação e
qualidade do ar, ambiente térmico e ao modo como são utilizadas quer em condições normais de
operação, quer em condições extraordinárias.
A carga de trabalho é um dos factores referidos aos esforços físico e mental, ao que se vê submetido
o trabalhador no desempenho de sua tarefa. O risco é a possibilidade de que o trabalhador sofra
um determinado dano derivado do trabalho. Os riscos derivados da carga física de trabalho
incluem: esforços físicos de todo tipo (manipulação de cargas, posturas de trabalho, esfórços
físicos, etc).
Esforços Físicos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 88
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
- Portanto, quanto mais difícil é a tarefa, maior é o consumo de energia exigido (medido em
quilocalorias).
A Postura
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 89
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Manipulação de Cargas
- Um levantamento de peso mal executado pode causar sérios danos à coluna vertebral e
outras partes de corpo humano, por isso é preciso respeitar as regras básicas no
levantamento de peso.
- Antes de carregar um peso, verifique com antecedência, o caminho que será utilizado.
- Elimine todos os obstáculos de seu caminho. E não se esqueça daqueles, cuja remoção não
for possível fazer.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 90
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 91
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
tóxicas, inflamáveis e até radioactivas. Os resíduos hospitalares são classificados em: Resíduos
Do Grupo A, B, C, D e E.
Resíduos do Grupo A
- São os que contêm presença de agentes biológicos que apresentem risco de infecção.
Por exemplo das bolsas de sangue contaminado.
Resíduos do Grupo B
- São os que contêm substâncias químicas capazes de causar risco à saúde ou ao meio
ambiente, independente de suas características inflamáveis, de corrosividade,
reactividade e toxicidade.
EXEMPLO
Medicamentos para tratamento de cancer e reagentes para laboratório.
Resíduos do Grupo C
- São materiais que contêm radioactividade em carga acima do padrão e que não possam
ser reutilizados, como exames de medicina nuclear.
- É qualquer lixo que não tenha sido contaminado ou possa provocar acidentes. Por
exemplo de papéis não contaminados.
- São objectos e instrumentos que possam furar ou cortar, como lâminas, bisturis,
agulhas e ampolas de vidro.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 92
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. As etapas do gerenciamento dos
resíduos hospitalares são: Identificação, Separação, Acondicionamento, Transporte Interno,
Armazenamento Temporário Ou Armazenamento Externo, Transporte Externo, E
Tratamento Final.
Identificação
O Grupo D
O Grupo C
O Grupo B
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 93
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
O Lixo Do Grupo E
Separação
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 94
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Os recipientes que acondicionam os PCs devem ser descartados quando o preenchimento atingir
2/3 da sua capacidade ou o nível de preenchimento ficar a 5cm da distância da boca do recipiente.
Os PCs gerados pelos serviços de assistência domiciar, devem ser acondicionados e recolhidos
pelos próprios agentes de atendimento ou por pessoa treinada para a actividade, recolhidos pelo
serviço de assistência domiciar responsável pelo gerenciamento desse resíduo. Para a sua
destruição numa iceneradora.
Lixo Infeccioso
Este lixo deve ser acondicionado em sacos plásticos autoclavavéis, grossos e resistentes com o
símbolo biológico de substância infectante. O destino desses é a autoclavação e incineração ou o
aterro sanitário através do sistema de colheita especial.
Lixo Comum
Qualquer lixo que não tenha sido contaminado ou possa
provocar acidentes é considerado como sendo lixo
comum (figura 12﴿. Neste grupo encontram-se os
papéis, resíduos alimentares, gases não contaminados e
jardins entre outros.
Os restos alimentares sem processamento industrial não poderão ser encaminhados para a
alimentação de animais.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 95
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Para o transporte interno, o pessoal responsável pelo transporte deve estar com os equipamentos
de protecção individual adequados, como luva,
máscara, avental e botas. O horário do transporte deve
ser padrão e não pode coincidir com o horário de
visitas, distribuição de roupas limpas, alimentos ou
medicamentos.
Os recipientes para transporte interno devem ser
constituídos de material rígido, lavável, impermeável,
provido de tampa articulada ao próprio corpo do
equipamento, cantos e bordas arredondados, e serem
identificados com o símbolo correspondente ao risco
do resíduo neles contidos, de acordo com este regulamento técnico. Devem ser providos de rodas
revestidas de material que reduza o ruído.
Armazenamento Temporário
O local do armazenamento deve ser de fácil acesso para recolhimento externo, ter uso exclusivo
para armazenar os resíduos e oferecer segurança aos mesmos até que seja realizada a colheita para
a destinação final.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 96
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Transporte Externo
Incineração
A incineração é uma das técnicas térmicas existentes para o tratamento de resíduos (figura 15﴿.
Consiste na queima de materiais em alta temperatura (geralmente acima de 900 oC), em mistura
com uma quantidade apropriada de ar e durante um
tempo pré-determinado. O processo de
autoclavagem consiste no tratamento dos resíduos
com vapor saturado, onde estes são expostos à
temperatura de 121 oC a 132 oC durante 15 a 30
minutos para a destruição das bactérias, que ocorre
pela termocoagulação das proteínas
citoplasmáticas, numa autoclave. É o considerado
um método seguro de esterilização que pode ser
usado para o lixo potencionalmente infectante.
O processo de microondas consiste na prévia trituração e aspersão de água nos resíduos que são
submetidos na área de processamento a acção de vapor e radiação de microondas que dessa
maneira alcançam temperatura e pressão máxima de esterilização. A disposição final do lixo
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 97
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
RESUMO
A ergonomia engloba condições de trabalho que podem afectar o conforto e a saúde do trabalhador,
incluindo factores como a iluminação, o ruído, a temperatura, as vibrações, a concepção do posto
de trabalho, equipamentos, assim como a concepção da tarefa, incluindo factores como o trabalho
por turnos, os respectivos intervalos e os horários de almoço.
Actividades de ensino-aprendizagem
Actividades de ensino-aprendizagem
ACTIVIDADE Liste em separado alguns exemplos dos resíduos resultantes da actividade
1 sanitária em infeccioso, comum e especial.
Duração 30 minutos
Objectivos:
Saber destingir os principais resíduos resultantes da actividade sanitária.
Conteúdos de referência
- Gestão do Lixo e residuos laboratoriais
- Classificação geral de resíduos e lixo resultantes da actividade sanitária
Desenvolvimento da actividade por parte do aluno
Os alunos organizam-se em grupos e listam o seguinte:
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 98
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Actividades de ensino-aprendizagem
Actividades de ensino-aprendizagem
ACTIVIDADE 2 Mencione as etapas do gerenciamento dos resíduos hospitalares.
Duração 30 minutos
Objectivos
Reconhecer as etapas de gerenciamento dos resíduos hospitalares.
Conteúdos de referência
- Normas de gestão de resíduos hospitalares
Desenvolvimento da actividade por parte do aluno
Em grupos, os estudantes fazem o levantamento e descrevem as etapas da gestão dos resíduos
hospitalares.
Papel do docente no desenvolvimento da actividade
- Organizar os alunos em grupo e orienta os alunos no desenvolvimento das actividades
- Fazer breve resumo da aula
Espaço/Meios didácticos e tecnológicos
-Sala de aulas
-Papel gigante
-Marcador e quadro branco
Critérios de avaliação
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017 99
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8. Pinto, A. (2009) Análise ergonómica dos postos de trabalho com equipamentos dotados
de visor em centros de saúde da administração regional de saúde do centro; Coimbra.
10. Xavier, R; Dora, J (2010) De sousa, C.; Barros, E.; Laboratório Clínico na prática Clínica:
Consulta rápida, 2ª ed.;Editora ABDR.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
100
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
UNIDADE DIDÁCTICA 4
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
101
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
ÍNDICE
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
102
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
OBJECTIVO GERAL
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
103
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
INTRODUÇÃO
A colheita correcta de amostra biológica para o exame laboratorial constitui uma das actividades
importântes para a obtenção de um resultado do exame laboratorial fiável.
Nesta unidade, o estudante terá a oportunidade de aprender, as principais amostras biológicas
usadas na rotina laboratorial, também terá oportunidade de aprender os procedimentos de colheita,
conservação e transporte das mesmas, antes da realização do exame laboratorial.
Em suma, a presente unidade apresenta três grandes capítulos:
- No primeiro capítulo sobre a amostra biológica, abordaremos a colheita de amostras
biológicas, a colheita de sangue venoso, colheita de sangue a vácuo, a colheita de sangue
capilar, a colheita de amostra de urina, o exame de rotina de fezes e ainda a colheita de
amostras de expectoração.
- No segundo capítulo será abordada a temática sobre o transporte de amostras biológicas.
- No terceiro capítulo será a apresentado e discutido o tema sobre a conservação de amostras
biológicas.
1. AMOSTRA BIOLÓGICA
DEFINIÇÃO
A Amostra Biológica é a parte do material biológico do paciente que é utilizada
para análises laboratoriais.
Faz parte de amostra biológica, a pequena parte do material como a do sangue, urina, fezes,
líquidos corporais (cefalo-raquidiano-LCR, pleural, amniótico, etc.), tecidos (biópsia,
raspagem,etc.) e secreções corporais (expectoração, esperma, vaginal, uretral, entre outros).
A colheita da amostra biológica para o exame laboratorial são procedimentos que fazem parte
da fase pré analítica e são, também, actividades de estrema importância para a obtenção de um
resultado do exame laboratorial fiável. A colheita da amostra biológica para o exame laboratorial
pode ser realizada no laboratório (pelo profissional de laboratório), na enfermaria (pelo
profissional de enfermagem e outros profissionais de saude) ou em casa, pelo próprio paciente,
após ter recebido do laboratório orientações claras sobre a colheita de modo a previnir ocorências
de enganos ou a introdução de variáveis não controladas que poderão comprometer com a
exactidão dos resultados nas fases subsequentes.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
104
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
No acto de colheita, o técnico do laboratório deve assegurar de que a amostra será colhida do
paciente especificado na requisição dos exames. Para isto, recomenda-se:
DEFINIÇÃO
A colheita de sangue venoso é o procedimento de obtenção de amostras de
sangue para análises laboratoriais a partir de punção venosa.
A punção venosa consiste na introdução de uma agulha numa veia para injectar medicamentos
ou para extrair sangue, de acordo com a figura-1, que apresenta Localização das veias humanas
mais utilizadas na punção venosa. As veias mais utilizadas são a basílica mediana e a cefálica,
ambas localizadas na parte anterior do braço, próximo à dobra do cotovelo. A punção na veia
basílica mediana costuma ser a melhor opção, pois na punção da veia cefálica existe maior risco
de formação de hematomas. As veias do dorso da mão também podem ser puncionadas. Nessa
região, recomenda-se a veia do arco venoso dorsal, por possuir maior calibre.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
105
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
A outra é a veia dorsal do metacarpo que também poderá ser puncionada, porém a colheita será
mais dolorosa.
As áreas a serem evitadas na punção venosa são:
Garrote
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
106
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
da aplicação de uma pressão local (figura 2). Esta pressão ao ser aplicada sobre a pele é transferida
à parede dos vasos causando uma oclusão venosa transitória.
No laboratório clínico, a oclusão venosa gerada pela aplicação do garrote induz um aumento da
pressão de filtração através das paredes dos capilares. O aumento na turgidez dos vasos
sanguíneos, pelo acúmulo de sangue, facilita a sua identificação e punção subseqüente.
Em condições fisiológicas normais, as concentrações dos elementos que compõem o sangue são
homogéneas em toda a extensão do vaso. A estase venosa criada pelo garrote, gera um aumento
da pressão intravascular, a água e compostos de baixo peso molecular se movem do espaço
intravascular para o intersticial, diminuido as suas concetrações. Constituintes do sangue de massa
molecular alta, como os lípidos, as proteínas e substâncias ligadas às proteínas, aumentam suas
concentrações devido à impossibilidade de difusão para o interstício.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
107
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
ATENÇÃO
O garrote deve ser trocado ou desinfetado sempre que a condição higiénica for
necessária, assim evitará a contaminação.
Para evidenciar as vias As técnicas para evidenciar as veias estão listados abaixo:
1. Pedir o paciente para baixar o braço e fazer movimentos suaves de abrir e fechar a mão;
2. Massagear delicadamente o braço do paciente (do punho para o cotovelo);
3. Fixar as veias com os dedos nos casos de flacidez.
Os tubos para a colheita de sangue devem ser seleccionados de acordo com o exame solicitado,
sendo de extrema importância conhecê-los para a realização de uma boa colheita de material
biológico (figura 3). A troca de tubos na colheita de amostras para o exame laboratorial, influencia
significativamente nos resultados de exames laboratorias.
Quando o paciente possui mais de um exame solicitado e estes exames necessitam de amostras
que devem ser colhidos em tubos diferentes, a sequência de colheita para tubos de colheita de ser
feito baseando ao método a que está sendo usado na colheita, para evitar a contaminação e possível
coagulação das mesmas.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
108
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
EXEMPLO Pelo sistema aberto, a sequência deve ser: tubos com anticoagulante, tubo com
heparina (tampa verde), tubo com EDTA (tampa roxa) e tubo com fluoreto de
sódio (tampa cinza), seguido pelo tubo sem anticoagulante (tampa vermelha ou
tampa amarela).
Pelo sistema fechado, a sequência deve ser: tubo sem anticoagulante (tampa
vermelha ou tampa amarela), seguido pelos tubos com anticoagulante tubo
com heparina (tampa verde), tubo com EDTA (tampa roxa) e tubo com
fluoreto de sódio (tampa cinza).
O material colhido em recipiente inadequado deve ser rejeitado e descartado pelo laboratório pois
não terá validade para a realização da análise.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
109
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
A colheita de sangue venoso pode ser realizada pelo sistema aberto, como também pelo sistema
fechado.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
110
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
11. Orientar o paciente a pressionar com algodão a parte puncionada, mantendo o braço
estendido, sem dobra-lo;
12. Transferir o sangue para um tubo de ensaio, escorrer delicadamente o sangue pela parede
do tubo. Este procedimento evita a hemólise da amostra. Descartar a seringa no mesmo
recipiente de descarte da agulha.
As precauções que devem ser tomadas na colheita do sangue venoso em sistema aberto são: não
reencapar as agulhas, descartar em recipiente próprio a seringa e a agulha (caixa para material
perfuro-cortante); Ao transferir o sangue para os tubos, retirar a agulha e transferir o sangue pelas
paredes dos tubos, tapar e misturar por inversão; Evitar a formação de espuma.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
111
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
9. O sistema agulha-adaptador deve ser apoiado na palma da mão e seguro firmemente entre o
indicador e polegar;
10. No acto de punção, com o indicador ou polegar de uma das mãos, esticar a pele do paciente
firmando a veia escolhida e com sistema agulha-adaptador na outra mão, puncionar a veia com
precisão e rapidez (movimento único);
11. O sistema agulha-adaptador deve estar em um ângulo de colheita de 15º em relação ao braço
do paciente;
12. Segurando firmemente o sistema agulha-adaptador com uma das mãos, com a outra pegar o
tubo de colheita a ser utilizado e conectá-lo ao adaptador;
13. Com o tubo de colheita dentro do adaptador, pressione-o com o polegar até que a tampa tenha
sido penetrada;
ATENÇÃO
Deve: sempre manter o tubo pressionado pelo polegar assegurando um
óptimo preenchimento.
14. Tão logo que o sangue flua para dentro do tubo de colheita, o garrote deve ser retirado. Se a
veia for muito fina poderá manter o garrote;
15. Quando o tubo estiver cheio e o fluxo sanguíneo cessar, remova-o do adaptador trocando-o
pelo seguinte; Sempre seguindo a sequência correcta de colheita;
16. A medida que forem preenchidos os tubos, homogeneizá-los gentilmente por inversão (5 a 8
vezes);
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
112
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
ATENÇÃO
Descartar a agulha imediatamente após a remoção do braço do paciente,
em recipiente adequado (não desconectar a agulha – não reencapar).
21. Enviar as amostras para os sectores na posição vertical em maletas de transportes apropriados
ou em suportes;
22. Perguntar ao paciente “como se sente”.
- Em caso de positivo, agradeça a sua colaboração e dispensa-o.
- Em caso negativo por:
Hematoma (sinais de inchaço e dor)
Acção:
- Remover o Garrote
- Remover a Agulha
- Aplicar a Pressão Quanto Tempo.
LEMBRA-TE
Mais detalhes nos módulos de Exames Hematológicos e Parasitológicos
1. Organizar o material (lanceta, bola de algodão, álcool a 70%, lâmina ou a placa do teste
rápido a ser realizado)
2. Pedir ao paciente os dados de idade, nome e sexo e logo anotar na requisição e lâmina ou
a placa do teste rápido a ser realizado o respectivo código.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
113
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
3. Com a mão esquerda do paciente, palmas para cima, seleccionar o terceiro ou quarto dedo
﴾contado a partir do polegar﴿. Para as crianças pode ser usado o dedão do pé ou no
calcanhar.
4. Usar uma bola de algodão levemente humedecido com álcool a 70% para limpar o dedo
usando movimentos firmes para remover a sujidade e a gordura da ponta do mesmo;
5. Utilizar outra bola de algodão para secar o dedo, usando movimentos firmes para estimular
a circulação sanguínea.
ATENÇÃO Com a lanceta estéril, puncionar a ponta do dedo rodando a lanceta rapidamente
aplicando uma leve pressão no dedo.
6. Exprimir a primeira gota de sangue e limpar com algodão seco; certificar de que nenhum
fio de algodão permaneceu no dedo.
7. Asegurar a lâmina limpa apenas nas bordas e colher o sangue.
8. Limpe o sangue restante do dedo com algodão.
A amostra de urina deve ser examinada após uma hora de emissão. Quando isso não for possível,
a urina deve ser refrigerada entre 4 – 6 oC por até oito horas.
Na colheita de urina para o exame geral devem ser obedecidos os seguintes cuidados:
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
114
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
- Em mulheres menstruadas, usar tampão vaginal depois da lavagem, para não contaminar a
urina com sangue.
ATENÇÃO Se a colheita for realizada no laboratório ou em pacientes acamados é necessário
que se evite no preparo do paciente a presença de elementos que poderiam
confundir os achados do exame microscópico do sedimento, como fibras de
algodão ou talco (usado nas luvas cirúrgicas).
Em geral são colhidos de 50 a 100ml de urina mas, em casos especiais, como em crianças pequenas
ou de pacientes com problemas de micção, volumes bem menores podem ser suficientes.
No caso de crianças pequenas, após a lavagem externa dos órgãos genitais, deve-se colocar
colectores plásticos e aguardar a micção. É necessário que a recepção do laboratório seja orientada
para julgar caso por caso.
Se a colheita for em casa, é necessário que a recepção do laboratório oriente o paciente como a
colheita deve ser feita e o paciente leve para casa instruções escritas para colheita de urina de 12
horas e de 24 horas. Alguns pacientes hospitalizados poderão necessitar de punção suprapúbica
para colher amostra de urina para o exame laboratorial, esta será praticada pelo médico.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
115
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
No dia de exame colher pelo menos 50g de fezes e encaminhar no laboratório. Esta amostra deve
ser colhida em recipiente de boca larga e limpa, sem necessidade de esterilização. Colher o material
correspondente a parte intermediária da evacuação, que é, em geral, de maior uniformidade. É
fundamental que se evite a contaminação com urina, água ou outro elemento.
- A pesquisa de sangue oculto é uma técnica usada para detectar precocemente o sangramento
intestinal provocado por tumores malígnos do cólon, na parte inferior do intestino. A colheita
de fezes para este teste deve ser bem-feita para que os resultados obtidos, tanto positivos como
negativos, tenham significado clínico. É necessário que a pesquisa de sangue oculto seja
precedida de dieta rigorosa por 4 dias, sem ingestão de carnes, vegetais verdes (devido a
clorofila) e medicamentos a base de ferro ou aspirina. Recomeda-se ainda que nos 4 dias o
paciente não escove os dentes, para evitar sangramentos gengivais. A pesquisa deve ser feita
em fezes recentemente emitidas.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
116
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
perfeitamente essas instruções para explicar ao paciente. É importante informar ao paciente que a
melhor amostra é a proveniente da árvore brônquica (pulmões); a saliva ou secreções nasais são
inadequadas para o exame, e são necessárias duas amostras de expectoração para um diagnóstico
ideal.
Os procedimentos para a colheita da 1ª amostra estão alistados a seguir:
1. Lavar a boca ou buchechar com água corrente para retirar partículas alimentares;
2. Inspirar o ar profundamente pelo nariz, reter o ar por alguns segundos no pulmão, e expirar
lentamente pela boca (realizar este procedimento duas vezes);
3. Na terceira vez, inspirar o ar profundamente pelo nariz, reter o ar por alguns segundos no
pulmão, e expirar forçando a tosse;
4. Colher a expectoração directamente para o escarrador;
5. Se necessário repetir estes procedimentos até atingir um volume de 5 a 10ml de
expectoração;
6. Fechar bem o escarrador e entregar ao profissional de saúde.
ATENÇÃO A 1ª amostra deve ser colhida de imediato, isto é, no local da consulta; num sítio
arejado e distante das pessoas, pois, se esta for positivo, o paciente iniciará o
tratamento logo que este retorne a unidade sanitária para a entrega da segunda
amostra. Se não for possível realizar a colheita no local da consulta, o paciente
deve colher a noite, antes do jantar. O profissional de saúde deve entregar os
escarradores já identificados e simular a técnica de colheita durante as orientações
de colheita.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
117
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
118
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
RESUMO
A Amostra biológica é a parte do material biológico do paciente que é utilizada para análises
laboratoriais. Faz parte de amostra biológica, a pequena parte do material como a do sangue, urina,
fezes, líquidos corporais (cefalo-raquidiano-LCR, pleural, amniótico, etc.), tecidos (biópsia,
raspagem, etc.) e secreções corporais (expectoração, esperma, vaginal, uretral, entre outros). A
colheita de cada tipo de amostra deve seguir os Pops existentes em cada laboratório.
O transporte Inter institucional de material biológico deverá ser realizado em embalagem tripla,
com as descrições acima apresentadas. Se o transporte das amostras para o laboratório ocorrer
dentro de 24 horas, ou seja no mesmo dia de colheita, elas poderão estar a temperatura ambiente
protegidas da luz solar (18 a 22oC). Se a demora no envio ao laboratório for no máximo de 5 dias,
as amostras deverão ser mantidas refrigeradas, em temperaturas que variam de acordo com o tipo
da amostra.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
119
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
ACTIVIDADES DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Actividades de ensino-aprendizagem
ACTIVIDADE
nº 1 A Colheita De Sangue Capilar Para Observação Microscópica
Duração 30 minutos
Objectivos:
- Identificar os materiais usados na colheita do sangue capilar
- Descrever os procedimentos de colheita de sangue capilar
- Realizar a punção capilar para colher a amostra
Conteúdos de referência
- Material para a colheita de sangue
- Tipos de amostras laboratoriais
- Técnicas de colheita de sangue
Desenvolvimento da actividade por parte do aluno
O aluno organiza o material (álcool 70%, bola de algodão, lancetas, lâminas)
Descrição: Acomoda o utente, sauda, seleciona o dedo medio, desinfecta, realiza a colheita.
Papel do docente no desenvolvimento da actividade
- Elogia o aluno e faz o resumo da colheita do sangue capilar
Espaço/Meios didácticos e tecnológicos
- Laboratório multidisciplinar
- Manual de colheita de sangue ou POP
Critérios de avaliação
- Acções e comportamentos do aluno durante a actividade
- Capacidade de relacionamento com o utente
- Execução da colheita de sangue capilar
Actividades de ensino-aprendizagem
Actividades de ensino-aprendizagem
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
120
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
121
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
122
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
UNIDADE DIDÁCTICA 5
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
123
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
ÍNDICE
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
124
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
OBJECTIVO GERAL
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
125
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
INTRODUÇÃO
No laboratório clínico, a maioria dos exames realizados, requer o preparo das soluções ou
reagentes. Por isso, é fundamental, conhecer os diversos modos de expressar a concentração das
soluções, saber pesar correctamente com a balança analítica e fazer os cálculos necessários para o
seu preparo.
Na presente unidade, o estudante terá a opurtunidade de aprender a efectuar os cálculos
estequiométricos das reacções químicas comuns em laboratórios, determinar o grau de pureza dos
reagentes, pesagem e preparar as soluções usadas com frequencia nos laboratórios clínicos.
Portanto, a unidade em estudo apresenta cinco grandes capítulos a destacar:
- O primeiro capítulo faz menção as funções químicas, onde abordaremos os ácidos, as
bases, os sais, os óxidos, os hidrocarbonetos, os álcoois e os aldeídos.
- Para o segundo capítulo a abordagem será feita em volta da estequiometria e pureza dos
reagentes.
- No terceiro capítulo faremos a abordagem da concentração de soluções.
- No quarto capítulo da unidade teremos a oportunidade de abordar o processo de preparação
do soro fisiológico.
- O quinto e o último capítulo será sobre o processo de conservação segura de produtos
químicos (reagentes).
1. AS FUNÇÕES QUÍMICAS
a. Os ácidos
Segundo Arrehnius, os ácidos são compostos neutros que em meio aquoso que se dissociam,
libertando o catião hidrogénio (H+) e o anião correspondente. Por exemplo, o Cloreto de
Hidrogénio é um ácido porque quando dissolvido em água se ioniza para dar origem ao catião
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
126
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Hidrogenio (H+) e anião cloreto (Cl-), segundo a equação: HCl ͢ H+ + Cl- . Os ácidos
(g) (aq) (aq)
EXEMPLO
Ácido clorídrico (HCl).
EXEMPLO
Ácido nítrico (HNO3) e o ácido sulfúrico (H2SO4).
A nomenclatura dos Hidrácidos é feita da seguinte maneira: nome Ácido + (prefixo do nome do
elemento) + ídrico.
EXEMPLO
HCl – ácido clorídrico; HI – ácido iodídrico; HF – ácido fluorídrico; HCN
–ácido cianídrico.
A nomenclatura dos Oxiácidos será realizada da seguinte maneira: nome Ácido + (nome do
elemento) + ico.
EXEMPLO
HClO3 – Ácido clórico; H2SO4 – Ácido sulfúrico; HNO3 – Ácido nítrico; H3PO4
– Ácido fosfórico e H2CO3 – Ácido carbônico.
b. As Bases
- As bases, são compostos neutros que se ionizam quando se dissolvem em água para formar
iões (OH-) e o correspondente ião positivo.
- O hidróxido de Sódio (NaOH) é uma base porque quando dissolvido em água se ioniza
para dar origem ao anião hidroxila (OH-) e o catião Sódio (Na+), de acordo com a equação:
NaOH (g) ͢ Na+(aq) + OH-(aq). As bases incluem compostos tais como NaOH, KOH, Ca
(OH)2, entre outros.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
127
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
c. Os Sais
- Os sais são todos compostos que em água se dissociam liberando um catião diferente de
H+ e um anião diferente de OH-. A reação de um ácido com uma base recebe o nome de
neutralização ou salificação.
Ídrico eto
Ico ato
Oso ito
Os Sais Ácidos e Sais Básicos são obtidos por neutralização parcial (H+ioniz ≠ OH-):
Os sais são classificados quanto a presença ou não do oxigénio; quanto a presença ou não da
água na sua estrutura; e quanto a natureza de formação.
Quanto à Presença de Oxigênio os sais são classificados em:
- Oxissais: possuem oxigênio. Por exemplo, o sulfato de cálcio (CaSO4), o carbonato de
cálcio (CaCO3) e nitrato de potássio (KNO3).
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
128
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
- Halóides: não possuem oxigénio. Por exemplo, o cloreto de sódio (NaCl), o cloreto de
cálcio (CaCl2) e cloreto de potassio (KCl).
Quanto à Presença ou não de Água os sais são classificados em:
- Hidratados: nas estruturas moleculares desse sal são encontradas uma certa quantidade de
água, e são elas que definem a nomenclatura do sal. Por exemplo, o CuSO4.5 H2O (sulfato
de cobre II penta hidratado e o CaSO4.2 H2O (sulfato de cálcio di hidratado).
- Anidro: em suas estruturas moleculares não contém água. Por exemplo, KCl; NaCl;
CaSO4.
Quanto à Natureza os sais são classificados em:
- Neutros ou normais:são produtos da neutralização total de um ácido ou de uma base.
EXEMPLO
O NaBr (Brometo de Sódio) e o CaCO3 (Carbonatode Cálcio).
- Básicos ou Hidroxissais: apresenta um catião e dois aniões, sendo um dos aniões o (OH).
EXEMPLO
O Ca (OH)Br (hidroxi brometo de cálcio).
- Duplos ou mistos:composto por dois catiões diferentes (excepto H+) ou dois aniões
diferentes (excepto OH-).
EXEMPLO
O NaKSO4 (sulfato de sódio e potássio) e o CaClBr (Cloreto Brometo de
cálcio).
Os Óxidos
DEFINIÇÃO
Os óxidos são compostos químicos binários formados por átomos de oxigênio
com outro elemento em que o oxigênio é o mais eletronegativo.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
129
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
EXEMPLO
Óxido de ferroIII e óxido de carbono IV (CO2).
As funções orgânicas são aquelas que possuem cadeias carbônicas. Neste grupo, fazem parte
muitas funções, sendo as mais comuns: Hidrocarbonetos, Álcool, Aldeído, Cetona, Ácido
carboxílico Éter, Aminas e Amidas.
d. Os hidrocarbonetos
Os radicais livres são os produtos de roptura de uma ligação, como exemplo de uma ligação
covalente entre carbono e hidrogênio; se houver uma ruptura homolítica dessa ligação, tem-se a
formação de um radical livre:
Os radicais são nomeados usando-se o prefixo do número de carbonos seguido do sufixo IL(a) ou
IL (o).
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
130
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
CH3-CH2- etil
Os Alcanos ou Parafinas são os hidrocarbonetos de cadeia aberta com apenas ligações covalentes
simples (saturados) entre seus átomos de carbono.Fórmula geral: CnH2n+2.
Propriedades
- Os alcanos são pouco reactivos. Para fazer reagir um alcano é preciso fornecer grande
quantidade de energia, pois a sua estrutura é muito estável e muito difícil de ser quebrada.
São insolúveis em água e solúveis em solventes apolares como é o caso de benzeno.
Aplicação
Os álcoois
Os álcoois são compostos orgânicos que contêm uma ou mais hidroxilas (OH) ligadas diretamente
a átomos de carbono saturados
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
131
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
EXEMPLO
Propriedades
- O grupo OH dos álcoois é a sua parte mais reactiva e os álcoois mais simples são soúvel
em água.
Aplicações
- Os álcoois mais simples são muito usados no laboratório, dentre outras coisas, como:
Solventes.
Os aldeídos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
132
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
EXEMPLO
Propriedades
Os ácidos carboxílicos
Os ácidos carboxílicos são caracterizados pelo grupo carboxila (-COOH), ligado à um carbono
da cadeia principal. Praticamente todos os ácidos carboxílicos possuem nomes vulgares. A
Nomenclatura IUPAC dos ácidos carboxílicos é feita de seguinte forma:
EXEMPLO
Nome vulgɑr Fórmula molecular Nome IUPAC
Fórmico HCOOH Ácido metɑnóico
Acético CH3COOH Ácido etɑnóico
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
133
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Os Éteres
EXEMPLO
Propriedades
- Os éteres são pouco reativos em virtude da grande estabilidade das ligações C-O-C e a
solubilidade dos éteres em água é comparável à dos álcoois correspondentes, já que com
as moléculas de água os éteres podem formar ligações de hidrogênio.
Aplicações:
As Aminas
- As aminas são compostos orgânicos derivados da amônia (NH3), onde os hidrogênios são
substituídos por radicais orgânicos.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
134
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
EXEMPLO
Propriedades
- As aminas têm caráter básico semelhante ao da amônia, e por isso as aminas são
consideradas bases orgânicas. As aminas mais baixas são perfeitamente solúveis em água,
a partir das aminas com seis átomos de carbono a solubilidade decresce, e as aminas passam
a ser solúveis em solventes menos polares (éter, álcool, benzeno).
Aplicações
As amidas
EXEMPLO
Aplicações
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
135
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
DEFINIÇÃO
A estequiometria é a parte da química que trata dos cálculos da massa, volume
e número de moles nas reacções químicas.
Para efectuar os cálculos estequiométricos deve-se considerar algumas leis ponderais ﴾leis que
relacionam as massas das substâncias participantes em uma reacção química﴿, como é o caso
de lei de conservação de massas ﴾Lei de Lavoisier﴿ e a lei de proporções Constantes ﴾Lei de Joseph
Louis Proust﴿. A lei de conservação de massas enuncia que, numa reação química em um sistema
fechado, a soma das massas dos reagentes é igual à soma das massas dos produtos, ou seja, “Nada
se cria, nada se perde, tudo se transforma”. A Lei de Proust enuncia que em uma reação química
as massas dos reagentes e as massas dos produtos estabelecem sempre uma proporção constante.
Estas leis recordam a necessidade de realizar acertos de equações químicas dos compostos
químicos envolvidos na reacção antes de efectuar os pretendidos cálculos.
Por exemplo:
Qual é a massa de água necessária, para preparar 24g de Hidróxido de Cálcio, segundo a
equação: Ca + H2O Ca﴾OH﴿2 + H2?
- Acertar o Oxigénio
4. Estabelecer Proporção.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
136
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
24𝑔 𝑥 36𝑔
Xg de H20 = = 11.68g
74𝑔
Resposta:
Nos cálculos estequiométricos também se deve ter em conta as leis volumétricas ﴾leis que dizem
respeito aos volumes dos gases que participam de uma reacção química e complementam as leis
ponderais.﴿ A mais importante lei volumétrica foi a criada por Joseph Gay-Lussac. Esta lei enuncia
que, nas condições normais de temperatura e pressão ﴾C.N.T.P﴿, os volumes dos gases dos
reagentes e dos produtos de uma reação química têm sempre entre si uma relação de números
inteiros e pequenos, ou seja, o volume de qualquer gás nas C.N.T.P é de 22,4l. Por exemplo:
Determine a massa de CO2 que se obtém quando se utilizam 5,6l de CH4 nas C.N.T.P conforme
a equação: CH4 + O2→ CO2 + H2O.
o Acertar o Oxigénio
4. Estabelecer Proporção
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
137
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
5,6l x 44g
X= = 11𝑔
22,4𝑙
Resposta:
DEFINIÇÃO
O grau de pureza dos reagentes descreve a pureza que a substância apresenta
para ser utilizada em diferentes aplicações laboratoriais.
Na maioria das vezes, as substâncias (reagentes) laboratoriais colocadas para reagirem não são
totalmente puros. Por exemplo do álcool concentrado que se encontra disponível a 95% ou 96% é
utilizado para a preparação da solução desinfectante de álcool a 70%.
Se dissermos que uma dada substância tem 80% de pureza significa que em cada 100g dela, apenas
80g será do reagente puro e, as outras 20g será de impurezas. Nestes casos, para efectuar
os cálculos estequiométricos deve-se levar em conta apenas as substâncias puras.
Resolvendo:
- 200g é 100%, como temos apenas 180g de calcário puro, basta fazermos
uma regra de três para sabermos qual a porcentagem de pureza desta
substância.
- 180g ________ x
- X = 180/2 = 90%
DEFINIÇÃO As soluções são misturas homogêneas constituida por duas ou mais substâncias
uniformemente distribuidas umas nas outras. As soluções incluem diversas
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
138
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Solvente: O Solvente é a substância presente em maior quantidade em uma solução, por meio da
qual as partículas do soluto são preferencialmente dispersas. É muito comum a utilização da água
como solvente, originando soluções aquosas.
Soluto: O Soluto é a substância presente em menor quantidade em uma solução. As soluções são
classificadas de acordo com o seu estado fisico em líquidas, sólidas e gasosas.
Soluções Líquidas: As soluções líquidas são importantes para o laboratório e para a vida. Estas
soluções, apesar de apresentar o aspecto final totalmente líquido, nem todos os seus componentes
estão inicialmente nesse estado físico. Existem três tipos básicos de soluções líquidas:
EXEMPLO
O álcool etílico é uma mistura de álcool etílico e água.
- Líquido + sólido: essa é a solução mais comum de todas, pois é produzida quando se
dissolve um sólido em um solvente que, normalmente, é a água.
EXEMPLO
O Soro fisiológico (solução formada por água e cloreto de sódio – NaCl);
Álcool iodado (iodo dissolvido em álcool).
- Líquido + gás: esse tipo de solução necessita de alguns aspectos importantes para
solubilizar o gás no líquido.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
139
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
- As soluções não eletrolíticas ou moleculare sao as soluções aquosas do açúcar que não
conduzem energia, por exemplo, solução de açúcar, álcool, éter, entre outras.
As soluções líquidas podem ser obtidas por adição de soluto, concentrando-á, ou por adição de
solvente, diluíndo -á.
- As soluções que contêm a quantidade de soluto dissolvido em uma determinada quantidade
de solvente, considerando-se constante a temperatura e a pressão exactamente igual ao
coeficiente de solubilidade denominam-se de saturadas.
- As soluções nas quais a quantidade de soluto dissolvido é menor que a quantidade máxima
que o solvente consegue dissolver, considerando-se constante a temperatura e a pressão
menor que o coeficiente de solubilidade denominam-se de Insaturadas.
- As soluções nas quais a quantidade de soluto dissolvido supera o coeficiente de
solubilidade (na mesma temperatura) denominam-se de Supersaturadas.
A concentração de uma solução constitui uma das principais características e muitas das
propriedades das soluções depende exclusivamente da concentração.
DEFINIÇÃO A concentração é definida como sendo a quantidade de soluto dissolvida em
uma quantidade de solvente. A concentração (C) de uma solução é tanto maior
quanto mais soluto estiver dissolvido em uma mesma quantidade de solvente.
Quando duas soluções têm a mesma concentração, elas são chamadas isotônicas ou
isosmóticas (iso= igual).
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
140
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
- Utilizar papel absorvente e enxugar o líquido excedente da ponta de pipeta, antes de esvaziá-
la;
- As pipetas volumétricas deverão tocar suas pontas na superfície do líquido pipetado;
- Observar a posição da pipeta. Ela deverá estar na posição vertical e o menisco deverá coincidir
com a linha graduada, ao nível dos olhos;
- Observar se a solução do frasco estoque exige homogeneização antes da sua retirada;
- Evitar toda contaminação proveniente de tampas de frascos colocadas em lugares indevidos.
Voltar a tampa assim que puder;
- Retirar somente a quantidade de solução necessária;
- Observar, minunciosamente, se o material utilizado está completamente limpo;
- Ao utilizar pipetas para medir sangue, ácidos concentrados, álcalis ou suspensões, lavar
imediatamente todo o material;
- Utilizar avental de cor clara para detecção e protecção de possíveis acidentes de trabalho;
A concentração das soluções pode ser expressa em concentração comum, concentração molar,
concentração nornal e entre outras.
Concentração Comum
solução [litro];
volume da solução.
Resposta: São necessárias 80gpara preparar 2 litro de solução de NaOH
a 2g/L.
Para as concentrações molares, mol por litro (mol/L) é a expressão usada para substituir o termo
molaridade (M).
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
141
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
EXEMPLO Determine a concentração molar de uma solução de NaOH sabendo que a sua
massa é de 60g.
- Dados: m = 60g; Mr = 40g; C =?
m 60g
- Fórmulas: n= M ; n= 40g/mol; n= 1,5𝑚𝑜𝑙
C𝑀 = Vn; C𝑀 = 1,5mol
1litro
; C= 1,5 M; onde, CM= concentração molar [mol/l];
n=número de moles de soluto [mol]; V= volume da solução [litro]; Mr= massa
molar do soluto [g/mol]
70ml exigidos
- 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒𝑑𝑒𝑢𝑚𝑎𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒 (𝑉) = 2 Partes de A+5 Partes de B
70ml
- 10𝑚𝑙 (𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒𝑑𝑒𝑢𝑚𝑎𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒) (𝑉) = 7
A proporção também pode ser usada para determinar quanto de uma solução concentrada é
necessário para preparar uma solução diluída.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
142
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
EXEMPLO Prepare 100ml de uma solução de HCl a 0,1N a partir da solução concentrada de
HCl a 1N.
- Fórmula: C1 x V1 = C2 x V2
C2 x V2 0,1N x 100ml
- 𝑉1 = ; 𝑉1 = ; V1 =10ml
C1 1N
Materiais:
Procedimentos:
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
143
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
LEMBRA-TE
A solução de hipoclorito é usada para desinfectar superfícies.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
144
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
EXEMPLO
1:100 de soro (lê-se, “um para cem”) significa uma parte de soro para cem partes
da solução.
Muitas vezes, o trabalhador do laboratório deve fazer diluições seriadas de uma amostra de soro
para achar a mais alta diluição que contenha um determinado componente, ou que produza uma
reacção positiva a um teste. Quanto maior a diluição, menor é a quantidade de amostra original e
maior é a quantidade de diluente. O resultado de um teste quantitativo de gravidez ou artrite
reumatóide é expresso em termos da maior diluição na qual a reacção pode ser detectada.Por
exemplo, prepare uma diluição seriada de soro a 1:512.
1. Colocar 2ml do soro a ser diluído em um tubo de ensaio;
2. Colocar 9 tubos de ensaio limpos, numerados de “1 a 9” em um supore. Adicione 1ml de
soro fisiológico a 0,9% a cada um dos tubos.
3. Pipetar 1ml do soro (dos 2ml) para o tubo número 1;
4. Misturar bem o soro com o diluente, por aspirar e dispensar com a pipete 3 a 4 vezes. Esse
tubo agora contém uma diluição 1:2 (uma parte do sora para duas partes da solução);
5. Transferir 1ml da mistura do tubo 1 para o tubo 2 e misture. Continuar a transferir 1ml e
misturando de tubo para tubo, até chegar no tubo 9. Descartar o último 1ml pipetado. Todos
os tubos têm agora um volume de 1ml.
Este tipo de diluição seriada cria “diluições duplas” do soro. O soro no tubo 1 está diluído 1:2; no
tubo 2 diluído 1:4;no tubo 3 diluído 1:8; no tubo 4 diluído 1:16; no tubo 5 diluído 1:32; no tubo 6
diluído 1:64;no tubo 7 diluído 1:128; no tubo 8 diluído 1:256 e no tubo 9 diluído 1:512. Diluições
seriadas podem ser feitas para qualquer diluíção que seja necessária para uma determinada técnica.
Para o cálculo da concentraçao de uma solução diluida, multiplica-se a diluição pela concentração
inicial. Por exemplo, uma solução a 25% foi diluída em 1:5, determine a concentração da solução
diluída.
25 x 1
𝐶= 𝐶 = 5%
5
Uma solução a 20% foi diluída em 1:5, e esta por sua vez, foi diluida em 3:10, determine a
concentração da solução diluída.
20𝑥1𝑥3
𝐶= 𝐶 = 1,2%
5x10
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
145
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
RESUMO
As funções químicas são grupos de substâncias compostas que se apresentam com propriedades
químicas e comportamentos semelhantes devido a presença de um ou mais átomos comuns em sua
fórmula. As funções químicas são classificadas como inorgânicas e orgânicas. As funções
inorgânicas são aquelas que não possuem cadeias carbônicas. Estas substâncias são divididas em
ácidos, bases, sais e óxidos. As funções orgânicas são aquelas que possuem cadeias carbônicas.
Neste grupo, fazem parte muitas funções, sendo as mais comuns: Hidrocarbonetos, Álcool,
Aldeído, Cetona, Ácido carboxílico, Éter, Aminas e Amidas. Algumas destas funções são
utilizadas na preparação de soluções ou reagentes do laboratório e que, devem ser armazenados de
acordo com as exigências químicas de cada solução.
Actividades de ensino-aprendizagem
Actividades de ensino-aprendizagem
ACTIVIDADE no 1 Preparação de 50ml de uma solução de etanol a 70% a partir da solução
concentrada (100%).
Duração 60 minutos
Objectivos
- Identificar os materiais usados na preparacao de solucoes
- Descrever as regras básicas de preparacao de solucoes
- Efectuar a medição de volumes
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
146
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
147
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Actividades de ensino-aprendizagem
Duração 60 minutos
Objectivos
- Identificar os materiais usados na preparação de soluções
- Descrever as regras básicas de preparação de soluções
- Efectuar a medição de volumes e massas
- Preparar uma solução salina (soro fisiológico) a 0,9%.
Conteúdos de referência
- Material e equipamento do laboratório
- Regras básicas de preparação de soluções
- Tipo de soluções (Percentagem Peso/Volume)
Desenvolvimento da actividade por parte do aluno
Os alunos organizam o material e reagentes necessarios
- Balança, espatula, copo de precipitação, balão volumetrico de 500ml, papel de filtro,
Frasco de NaCl, vareta, agua destilada.
- Efectuam as seguintes proporções: 0,9g de NaCl --------100ml de água destilada
Xg de NaCl ---------- 500ml de água destilada
X = 4,5g de NaCl
- De seguida, os alunos ligam a balanca e com o auxílio da espatula, balanca e papel de
filtro, efectuam a pesagem de 4,5g de NaCl.
- Os alunos transferem o NaCl pesado para o copo de precipitação e dissolvem
suavemente em 250ml de água destilada com auxílio da vareta.
- De seguida, os alunos depositam a solução no balão volumétrico com auxílio do funil,
perfazem o volume desejado ate ao minisco e agitam suavemente.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
148
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
- Laboratório multidisciplinar
- Manual de preparação de soluções ou POP
Critérios de avaliação
- Acções e comportamentos do aluno durante a actividade
- Execução de cálculos
- Avaliação do cumprimento das regras de medicao de massas e volumes,
- Avaliação dos procedimentos relacionados ao preparo de soluções.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5. Moura, R; Wada, C.; Purchio, A.; De Almeida, T.; (2006); Técnicas de Laboratório; 3ª
ed.; Atheneu; São Paulo.
6. Nelson, D & Cox, M.; (2006); Princípios de Bioquímica, 4ª ed.; Sarvier Editora de Livros
Médicos Ltda.
8. Ucko, D.; (1992); Química para as ciências da Saúde; Editora Manole LTDA; 2ª ed.
9. Walters, N. J.; Estridge, B. H.; Reynolds, A. P.; (1998); Laboratório Clínico: Técnicas
Básicas; 3a edição; Porto Alegre; Artmed.
10. Xavier, R; Dora, J.; De sousa, C.; Barros, E.; (2010); Laboratório Clínico na prática
Clínica: Consulta rápida, 2ª ed.;Editora ABDR.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
149
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
UNIDADE DIDÁCTICA 6
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
150
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
ÍNDICE
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
151
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
OBJECTIVO GERAL
Validar os resultados dos exames laboratoriais para garantir a emissão dos mesmos em tempo útil
Resultados de aprendizagem
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
152
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
INTRODUÇÃO
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
153
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Sempre que se obter resultados duvidosos (suspeita de resultado fora da especificação) estes
deverão ser investigados e, deve ser realizado uma revisão dos procedimentos aplicados durante o
processo de ensaio pelo supervisor com o analista ou técnico antes de permitir a repetição da
análise. A identificação de um erro que tenha causado um resultado discrepante invalidará o
resultado e será necessário a repetição da análise da amostra.
Para os resultados da análise não conclusivos (analises com resultados não claros), a confirmação
deve ser realizada por outro analista que deve ser ao menos tão competente e com experiência no
procedimento de ensaio como o analista original. Um resultado similar indicará um resultado fora
de especificação. No entanto, convém uma nova confirmação usando outro método validado, se
estiver disponível.
A validação dos resultados consiste em decidir que os resultados avaliados estão prontos para ser
usados pelo solicitante. Depois da validação, os resultados são emitidos.
A emissão, consiste na impreensão dos resultados e a entrega dos mesmos ao destinatário. Em
alguns laboratórios, a documentação utilizada para a emissão e envio dos resultados é o relatório.
O relatório laboratorial é um compilado dos resultados e estabelece as conclusões da análisede
uma amostra. Deve ser emitido pelo laboratório e baseado no registro de análise. Para garantir que
os resultados de cada análise realizada pelo laboratório sejam relatados de forma clara, objectiva,
exacta, sem ambiguidades e apresentando todas as informações necessárias para sua interpretação,
é necessário que seja criado um procedimento para orientar a elaboração do relatório. O relatório
deve atender as necessidades do cliente e o propósito a que se destina (seja apenas uma folha de
dados, ou um relatório mais completo).
Os relatórios devem indicar informações como:
- Título
- Data do recebimento da amostra (quando necessário);
- Número de registro da amostra do laboratório;
- Número do relatório laboratorial;
- Uma descrição do material analizado;
- Nome e endereço do laboratório que analisou a amostra;
- Nome de quem solicitou a análise;
- Nome, descrição e número de lote da amostra, quando aplicável;
- Uma introdução dando os antecedentes e os propósitos da investigação.
- Uma referência às especificações usadas para analisar a amostra ou uma descrição detalhada
dos procedimentos empregados, incluindo os limites;
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
154
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
RESUMO
A validação e emissão dos resultados é uma etapa da fase pós analítica que consiste em avaliar os
exames solicitados, decidir que os resultados avaliados estão prontos para ser usados e entrega dos
mesmos ao solicitante. A avaliação consiste em confrontar os resultados obtidos na fase analítica
com a informação clínica do paciente, sugerindo o possível diagnóstico. Na avaliação deve - se
também confrontar os resultados com o aspecto da amostra (amostra ictérica, hemolisada,
lipémica, entre outros aspectos), reportando os casos de amostra alterada na requisição.
A validação dos resultados consiste em decidir que os resultados avaliados estão prontos para ser
usados pelo solicitante. Depois da validação, os resultados são emitidos e, a emissão, consiste na
impreensão dos resultados e a entrega dos mesmos ao destinatário. Depois da entrega dos
resultados, as amostras são conservadas por cerca de 7 dias, a temperaturas recomendadas para
cada tipo de amostras. Depois deste período de conservação, as amostras são descartadas.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
155
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Actividades de ensino-aprendizagem
Actividades de ensino-aprendizagem
ACTIVIDADE 01 Avaliação dos resultados laboratoriais
Duração 10 minutos
Objectivos
- Listar os aspectos a ser considerados na avaliação dos resultados laboratoriais
Conteúdos de referência
- Avaliação dos resultados laboratoriais;
Desenvolvimento da actividade por parte do estudante
Os estudantes, organizam-se em grupos e listam o seguinte: A avaliação consiste no seguinte:
- Confrontar os resultados obtidos na fase analítica com a informação clínica do pacinte;
- Confrontar os resultados com o aspecto da amostra (amostra ictérica, hemolisada,
lipémica, entre outros aspectos);
- Verificar se todos os exames solicitados foram realizados.
Papel do docente no desenvolvimento da actividade
- Faz o resumo das aulas anterior
- Divide os alunos em grupos
- Orienta os grupos na execucao das tarefas
Espaço/Meios didácticos e tecnológicos
- Sala de aula; caderno; caneta; papel gigante e marcador;
Critérios de avaliação
- Acções e comportamentos do aluno durante a actividade
- Domíneo do conteúdo por parte do estudante
Actividades de ensino-aprendizagem
Actividades de ensino-aprendizagem
ACTIVIDADE 02 Descrição dos procedimentos a serem realizados depois de avaliação dos
resultados laboratoriais
Duração 10 minutos
Objectivos
- Listar os aspectos a ser considerados na avaliação dos resultados laboratoriais
Conteúdos de referência
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
156
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. MISAU; (2011); Introdução ao Laboratório: Manual de procedimentos práticos para
técnicos de Laboratório, 1a edição; Maputo.
4. Moura, R; Wada, C.; Purchio, A.; De Almeida, T.; (2006); Técnicas de Laboratório; 3ª
ed.; Atheneu; São Paulo.
5. Nelson, D & Cox, M. (2006); Princípios de Bioquímica, 4ª ed.; Sarvier Editora de Livros
Médicos Ltda.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
157
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
7. Walters, N. J.; Estridge, B. H.; Reynolds, A. P.; (1998); Laboratório Clínico: Técnicas
Básicas; 3a edição; Porto Alegre; Artmed.
8. Xavier, R; Dora, J.; De sousa, C.; Barros, E.; (2010); Laboratório Clínico na prática
Clínica: Consulta rápida, 2ª ed.;Editora ABDR.
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
158
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
GLOSSÁRIO
A
Amostra Biológica é a parte do material biológico do paciente que é utilizada para análises
laboratoriais.
B
Biossegurança é o conjunto de medidas ou acções voltadas para a prevenção, controle,
minimização ou eliminação dos ríscos presentes nas actividades de pesquisa, produção,
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços que podem comprometer a
saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e/ou a qualidade dos
trabalhos desenvolvidos.
E
Equipamentos de proteção individual (EPI) - são aqueles que conferem proteção
individual ao trabalhador ou manipulador. Nesta situação a proteção é específica para um
determinado indivíduo.
Equipamentos de proteção colectiva (EPC) são dispositivos, sistemas, ou meios, fixo ou
móveis de abrangência colectiva, destinado a preservar a integridade física e a saúde dos
trabalhadores usuários e terceiros.
F
Fase pré-analítica - consiste na preparação do paciente, colheita, manipulação e
armazenamento da amostra, antes da determinação analítica, ou seja, engloba todas as
actividades que precedem ao exame laboratorial, dentro ou fora do laboratório clínico.
Fase pós-analítica - iniciam após a geração do resultado analítico, sendo finalizada, após a
emissão e entrega do mesmo, ao solicitante.
Função química são grupos de substâncias compostas que apresentam com propriedades
químicas e comportamentos semelhantes devido a presença de um ou mais átomos comuns
em sua fórmula.
I
Infecção é a penetração, desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no
organismo de um indivíduo.
L
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
159
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
R
Risco é a probabilidade de um evento acontecer, seja ele uma ameaça, quando negativo, ou
oportunidade, quando positivo.
S
Soluções são misturas homogêneas constituida por duas ou mais substâncias
uniformemente distribuidas umas nas outras. As soluções incluem diversas combinações
em que um sólido, um líquido ou um gás actua como dissolvente (solvente) ou soluto.
V
Validação e emissão dos resultados: é uma etapa da fase pós analítica que consiste em
avaliar os exames solicitados, decidir que os resultados avaliados estão prontos para ser
usados e entrega dos mesmos ao solicitante.
UNIDADE DIDÁCTICA nº 1
1. Diga quem são os flebotomistas?
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
160
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
UNIDADE DIDÁCTICA nº 2
1. Defina o conceito de biossegurança?
2. Mencione os tipos de ríscos que os profissionais de saúde e outros usuários do
laboratório estão sujeitos?
3. Diga o que são os equipamentos de protecção individual, dê três exemplos?
4. Mencione três equipamentos de proteção colectiva?
5. O que são normas de biossegurança laboratorial?
6. Diga qual é a base de classificação dos laboratórios em níveis de
biossegurança?
7. Quais são os elementos básicos na cadeia de transmissão das infecções?
8. O que entendes por incidente de exposição. Dê dois exemplos?
9. Esquematize o fluxo de reporte de incidentes resultantes da exposição
ocupacional?
10. Quais são as precauções universais para a prevenção de contaminações aos
trabalhadores de saúde?
11. O que entedes por bio-protecção?
12. Quais são as medidas que garantem o controlo e segurança dos visitantes e a
integridade da amostra?
13. Quais são as medidas de controlo do material biológico?
UNIDADE DIDÁCTICA nº 3
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
161
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
UNIDADE DIDÁCTICA nº 4
1. O que entendes por amostra biológica e dê três exemplos?
2. Que implicações têm a falta de clareza na colheita das amostras?
3. Qual é o local ideal para a colheita de amostras de sangue venoso?
4. Mencione dois locais a serem evitados na colheita de sangue venoso?
5. Quais são os materiais para a colheita de sangue venoso?
6. Diga por que razão a selecção dos tubos para a colheita de sangue segundo o exame
solicitado é de extrema importância?
7. Diga qual é a causa do hematoma?
8. Qual é a utilidade da colheita de sangue venoso?
9. Por que razão a colheita das amostras de urina deve ser adequada?
10. Diga como deve ser o envio e transporte das amostras biologicas?
11. Quais são as temperaturas ideais para o acondicionamento das amostras?
UNIDADE DIDÁCTICA nº 5
1. Liste os reagentes de uso mais frequentes nos laboratórios clínicos?
2. Cite três funções químicas?
3. Mencione três técnicas de conservação de reagentes e soluções laboratoriais?
4. O que se entende por funções químicas?
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
162
Módulo Vocacional 1: Procedimentos Pré e Pós-Analíticos
Módulo Vocacional para Formação Inicial de Técnicos Médios de Laboratório – DRH/Formação – MISAU – 2017
163
Esta publicação foi financiada pelo Centro Internacional para Educação e Formação em
HIV/SIDA (IAETC), com financiamento do acordo de Cooperação U91HA06801 do
Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) dos EUA, a Administração dos
Recursos e Serviços de Saúde (HRSA), no âmbito do Plano de Emergência do Presidente
dos EUA para o Alívio da SIDA (PEPFAR). O seu conteúdo e as suas conclusões são da
exclusiva responsabilidade dos seus autores e não devem ser interpretados como
posicionamento ou politicas oficiais, assim como não se deve inferir nenhum endossamento
à HRSA, HHS ou ao Governo dos EUA.