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Faculdade de Medicina
Cuiabá - MT
2019
Ana Beatriz Lustosa Nascimento
Cuiabá - MT
2019
SUMÁRIO
RESUMO 4
ABSTRACT 4
INTRODUÇÃO 5
METODOLOGIA 8
DESENVOLVIMENTO 9
Exame clínico 10
Diagnóstico 11
Diagnósticos diferenciais 12
Complicações 13
Tratamento 15
Prevenção 17
CONCLUSÃO 20
REFERÊNCIAS 21
RESUMO
ABSTRACT
4
1. INTRODUÇÃO
5
É uma doença presente em todas as regiões do planeta, sendo um grave problema de
saúde pública, apontada como a principal causa de morte decorrente de um único agente
infeccioso. Em 2006, os países Índia, China, Indonésia e os do sul da África apresentaram os
maiores índices. Estudos apontam que o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)
são responsáveis por 53% da tuberculose do mundo. O Brasil, no mesmo ano, se encontrava na
16ª posição entre os 22 países com maior carga da doença; contudo, em 2018 passou para a 20ª
posição. Felizmente, há uma redução na incidência da doença no nosso país de 1990 (com
51,8/100 mil hab.) a 2017 (com 35,2/100 mil hab.) como mostra no gráfico. Nele também
notamos uma redução de 31% na taxa de mortalidade entre 1990 e 2006.1, 3, 4, 6, 7, 8, 9
Dentro do país há uma diferença regional: nas regiões sul e centro-oeste a estimativa é
de 30 casos/100.000 habitantes e nas regiões norte, nordeste e sudeste 50 casos/100.000
habitantes. As taxas de mortalidade são maiores no nordeste, seguida do sudeste. Abrange
ambos os sexos e todas as idades, contudo, foi identificado um predomínio no sexo masculino,
com divergência na faixa etária sendo entre 20 e 30 ou 45 a 59 anos, com ensino fundamental
incompleto e da raça parda.4, 3, 10
Portanto, é possível identificar grande relação com determinantes sociais. Assim,
diversos fatores de risco são grupos sociais específicos, como pessoas privadas de liberdade (28
vezes maior a chance de adoecimento), indígenas (3 vezes maior), pessoas em situação de rua
(56 vezes maior), pessoas residentes em abrigos, asilos e casas psiquiátricas.1, 3, 4
Outro grupo de risco muito relevante são os imunocomprometidos, no qual se
encontram portadores do vírus HIV (28 vezes maior o risco de adoecimento), usuários de drogas
imunossupressoras (como na preparação de transplantes) e crianças abaixo de 5 anos. Por ser
uma doença infecto contagiosa, independentemente de serem ou não imunocomprometidas,
6
pessoas que convivem com outras com TB são incluídas no grupo de risco, assim como
funcionários da área da saúde (com a estimativa de 1 a 10% desses infectados em hospitais de
grande porte).4, 5, 11
Já os portadores de Diabetes mellitus também apresentam uma alteração na imunidade,
principalmente referente aos linfócitos T, fagócitos e macrófagos, e, portanto, têm dificuldade
no tratamento e manejo da doença, apresentam maior propensão a cavitações pulmonares, a
ativação e reincidência da doença. Como consequência disso, se tornam grupo de risco,
juntamente com os portadores de nefropatias graves, neoplasias, silicose, que realizam diálise
e os que não foram vacinados. Já foi confirmado que tabagistas apresentam maiores taxas de
incidência (cerca de 52% contra 14,5% do mesmo grupo), morbidade e mortalidade,
principalmente relacionado à resposta imunológica dos mesmos, aumento do tempo na
conversão da baciloscopia de escarro e maior taxa de recidiva da doença.2, 4, 12
7
2. METODOLOGIA
8
3. DESENVOLVIMENTO
9
geralmente no primeiro ano, sendo classificada em tuberculose primária.2 Outra possibilidade é
a evolução após três anos da primeira infecção, seja por reativação de um foco latente ou pela
inalação de novos bacilos, sendo classificada com tuberculose pós-primária.2
Em alguns pacientes, as células do granuloma conseguem conter o processo infeccioso,
mas em outros a resposta imunológica não consegue controlar a proliferação bacilar, evoluindo
para a formação de grandes áreas de necrose caseosa. Estas podem liquefazer-se, por ação de
enzimas líticas liberadas pelos macrófagos do granuloma, transformando-se em um ambiente
propício para a proliferação do bacilo de Koch. No pulmão, o processo pode erodir a parede
brônquica, comunicando-a com o espaço aéreo e permitindo a entrada de ar na cavidade onde
a quantidade de bacilos aumenta absurdamente. O material despejado na árvore brônquica
justifica a disseminação endobrônquica da tuberculose, além de permitir a disseminação para
outras pessoas.16
Durante o exame clínico deve ser investigado fatores de risco que incluem: exposição a
infecção - alguma pessoa próxima acometida pela doença, profissional da área da saúde; uso de
medicamentos imunossupressores, silicose, procedente de uma região endêmica e infecção pelo
vírus da imunodeficiência humana.17
Além disso, há alguns sinais e sintomas importantes a serem ponderados como a tosse,
que geralmente é seca no início e ao longo da evolução da doença se faz produtiva, com
expectoração purulenta;18, 19 dor torácica pleurítica estará presente quando há inflamação do
parênquima pulmonar adjacente à pleura,19 febre, que é um dos sintomas sistêmicos mais
comuns, frequentemente baixa - não excedendo 38ºC, vespertina, com suores noturnos,19
hemoptise inicial em menos de 25% dos casos, podendo ser resultante de uma bronquiectasia;3
anorexia, perda de peso, fraqueza e astenia podem ser causados pela TB, mas também por
doenças simultâneas.19
A doença não tem achados característicos no exame físico, porém pode apresentar
estertores, murmúrios brônquicos ou sopros afóricos (murmúrios vesiculares ocos distantes
ouvidos através das cavidades), entretanto é incomum ausculta torácica anormal, bem como
baqueteamento digital - apenas em doença de longa duração.19
10
3.2 Diagnóstico
11
O Teste Rápido Molecular (TRM), conhecido como Xpert MTB/Rif ®”, utiliza técnica
de biología molecular PCR que detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas
e identifica se há resistência ao antibiótico rifampicina, um dos principais medicamentos usados
no tratamento. São incluídas para teste as amostras pulmonares (escarro, escarro induzido e
lavado broncoalveolar (LBA)) e extrapulmonares (líquido cefalorraquidiano-LCR, linfonodos,
outros tecidos e lavado gástrico) . Também podem ser processados os sedimentos previamente
preparados para cultura de micobactérias.20, 21, 22
Há outros exames a serem pedidos para auxiliar no tratamento da TB pulmonar, dentre
eles raio x de tórax, teste para HIV e hemograma. O raio x de tórax pode ser anormal típico
para tuberculose, anormal atípico para TB ou normal. Em indivíduos imunocompetentes
tipicamente apresenta opacidades fibronodulares com predomínios nos lobos superiores com
ou sem cavitação.23 As cavitações, por sua vez, aumentam a suspeita de tuberculose, apesar de
não serem achados radiológicos exclusivos de TB.19 O padrão atípico inclui opacidades nos
lobos médio e inferior, linfadenopatia hilar ou paratraqueal e\ou derrame pleural.23 Após a
recuperação das lesões pulmonares haverá sequelas como calcificação, cicatriz fibrótica,
redução do volume pulmonar e bronquiectasias.19
É indicado que pacientes com TB, até 2 meses após o diagnóstico, façam teste para HIV.
Pois na conjuntura em que o paciente é HIV positivo, o diagnóstico de TB pulmonar é um
diagnóstico definidor de imunodeficiência adquirida (AIDS). Além da infecção por HIV deixar
o paciente mais vulnerável a infecção, o tratamento da infecção por HIV pode alterar o
tratamento de tuberculose, já que pode causar remissão mais rápida de TB.20, 24
O hemograma completo deve ser feito ao diagnóstico e ao longo do tratamento.
Leucocitose e baixa no número de hemoglobina são achados esperados. Outras anormalidades
podem incluir contagens elevadas de monócitos e eosinófilos. A pancitopenia pode ser
observada na doença disseminada.20, 25
12
calafrios e mialgias. Já a tuberculose apresenta febre baixa e de predomínio vespertino. O
padrão radiográfico mais frequente nas pneumonias são as opacidades alveolares. Na
tuberculose primária a radiografia do tórax pode ser normal, embora pequenos nódulos
periféricos possam estar presentes e não serem visualizados. Na forma pós-primária da
tuberculose, as cavitações são mais frequentes nos segmentos ápico-posteriores dos lobos
superiores ou superiores dos lobos inferiores e apresentam-se em 40% a 45% dos casos.4, 26, 27
Outro diagnóstico diferencial é a sarcoidose, isso se deve à presença em comum de
granulomas e outros sintomas como dispneia, tosse e febre. Porém, sarcoidose apresenta
diferenças, já que seus granulomas não são caseosos e sua tosse é seca. Em relação aos métodos
de imagem, o quadro pulmonar é classificado em cinco estádios: normal; adenopatia hilar
bilateral ou paratraqueal; adenopatia hilar bilateral associada a infiltrado pulmonar; infiltrado
pulmonar sem adenopatia; e fibrose pulmonar.28
A tuberculose também tem como diagnóstico diferencial as infecções fúngicas como a
Paracoccidioidomicose. A Paracoccidioidomicose apresenta sintomas como astenia,
emagrecimento, febre, tosse e dispneia. Além disso, essa doença cursa caracteristicamente com
infiltrado pulmonar bilateral simétrico peri-hilar, acometendo predominantemente os terços
médios. Possui caráter endêmico entre as populações da zona rural, acometendo os indivíduos
do sexo masculino, na faixa etária produtiva da vida (30-60 anos) e está relacionada às
atividades agrícolas. O que define o diagnóstico é a presença, nos espécimes analisados, do
fungo (paracoccidioidomicose) ou do bacilo de Koch (tuberculose). Tuberculose e
paracoccidioidomicose podem comprometer um mesmo indivíduo, e essa associação ocorre em
5,5 - 19% dos casos, tornando mais difícil o diagnóstico de ambas as doenças.29
3.4 Complicações
Apesar da tuberculose ser uma doença tratável, algumas vezes pode evoluir para formas
graves com necessidade de tratamento dos pacientes em UTI, especialmente se não for
diagnosticada em tempo, ou afetar pacientes idosos, em diálise e com infecção pelo HIV ou
outros estados de imunossupressão, assim como nos casos de doença multirresistente.30
Os sintomas mais comumente apresentados na admissão dos pacientes com tuberculose
grave são febre, sudorese noturna, emagrecimento e tosse, sendo a duração média dos sintomas
antes da admissão hospitalar de cerca de 30 dias.31, 32, 33 Comorbidades, especialmente aquelas
13
relacionadas à imunossupressão, como a infecção pelo HIV, são consideradas fatores de risco
para a evolução para insuficiência respiratória e necessidade de ventilação mecânica (VM).34
Com relação aos achados radiológicos, infiltrados reticulares e consolidação são os
padrões mais frequentes, 31, 32, 33, 35, 36 sendo que cavitações estão presentes em 27-50% do casos.
31,34,35
A principal causa de internação em UTI foi a insuficiência respiratória. Pneumonia ou
sepse por germes gram-negativos, DPOC, história de tratamento irregular para tuberculose e
neoplasia foram fatores preditores de insuficiência respiratória. Os achados laboratoriais mais
comuns são anemia, leucopenia, leucocitose e hipoalbuminemia.31, 32, 34, 35
Os pacientes com tuberculose e necessidade de cuidados intensivos podem evoluir para
síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). Além disso, os pacientes com tuberculose
internados em UTIs podem desenvolver outras complicações, tais como pneumonia associada
à VM (PAVM), falência de múltiplos órgãos, choque séptico, insuficiência renal aguda,
coagulação intravascular disseminada e sangramento digestivo.31, 32, 33, 34, 35, 36 A incidência
dessas complicações é extremamente variável entre os estudos. No caso da PAVM, a incidência
é de aproximadamente 30% na maioria dos estudos,31, 32, 34 atingindo 49,2% em outro estudo.36
Os patógenos mais comumente isolados são Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter
baumannii, Acinetobacter spp., Staphylococcus aureus e Stenotrophomonas maltophilia.31, 36
Uma das principais limitações para o combate e cura da TB é o abandono do tratamento,
o qual impacta não só o aumento do custo do tratamento como também as taxas de mortalidade
e de recidiva da doença, além de facilitar a seleção de bacilos resistentes.37, 38
A OMS propõe o tratamento diretamente supervisionado ou Directly Observed
Treatment – Short Course (DOTS), ou Tratamento Diretamente Observado (TDO), no Brasil,
como estratégia mundial para evitar o abandono e estimular o uso correto de medicação.39
O processo da resistência na tuberculose é particularmente grave para os pacientes que
receberam tratamento prévio sem sucesso. Em muitos deles, as lesões avançam por reativações
repetidas e tratamentos insuficientes, favorecendo o aparecimento de bacilos mutantes
resistentes a uma ou mais drogas. Esses doentes estão submetidos a maior risco de ter bactérias
resistentes no reingresso, durante a continuação do tratamento pós-abandono, ou mais tarde por
recidiva da doença.40
14
3.5 Tratamento
15
O esquema básico, descrito na tabela abaixo, é o indicado para novos casos de todas as
formas de tuberculose pulmonar e extrapulmonar e, também, para recorrências e retorno do
paciente após abandono do mesmo ao tratamento.2
16
acompanhamento clínico mensal que propõe uma avaliação clínica detalhada a fim de avaliar a
evolução da doença. Monitora-se o peso no intuito de haver a possibilidade de ajustes nas doses
da medicação. Também é necessária a realização mensal da baciloscopia de controle que é
obrigatória no segundo, quarto e sexto meses de tratamento.2
3.6 Prevenção
Como observado, a tuberculose mata mais pessoas globalmente do que qualquer outro
agente infeccioso isolado. Nos últimos 5 anos, ficou à frente do HIV/AIDS. Dessa forma,
desenvolver e implementar meios eficientes de prevenção contra TB está entre as principais
prioridades para a Medicina.41
De forma a combater a epidemia mundial, a OMS lançou a End TB Strategy, em 2014,
através da união de diversos países, elaborando diretrizes para o seu enfrentamento até o ano
de 2035. É pautada em algumas prioridades como: aprimorar a identificação de casos de TB,
tratar a multidrug-resistent TB (MDR-TB) como uma crise de saúde pública e acelerar
estratégias para prevenção, identificação e tratamento da TB associada à HIV.41, 42, 43
Dentre os pilares da prevenção do End TB Strategy estão:
· Diagnóstico precoce
· Investigação sistemática dos contatos e das populações mais vulneráveis
· Tratamento de todas as pessoas com TB, inclusive drogarresistente, e apoio ao paciente
· Atividades colaborativas TB-HIV e manejo de outras comorbidades
· Tratamento preventivo para pessoas com alto risco de adoecimento e vacinação contra
a tuberculose
No Brasil, a estratégia de prevenção é feita pelo Plano Brasileiro pelo Fim da
Tuberculose. A meta é reduzir o coeficiente de incidência para menos de 10 casos por 100 mil
habitantes até o ano de 2035, e reduzir o coeficiente de mortalidade por tuberculose para menos
de 1 óbito por 100 mil habitantes até o ano de 2035.42
Sobre a importância da prevenção, a OMS publica anualmente o Global Tuberculosis
Report, que documenta os dados epidemiológicos globais de TB. Na publicação de 2017, foi
relatada, entre outras coisas, 600.000 casos de TB rifampicina-resistentes, dos quais 490.000
eram MDR-TB. Globalmente, há estimativa de 4,1% de novos casos e 19% de casos
previamente tratados de MDR-TB ou rifampicina-resistente. MDR-TB é a tuberculose
17
resistente tanto a rifampicina como a isoniazida, as mais potentes drogas contra a doença. Estes
casos requerem um tratamento diferenciado.41
Atualmente, existem várias vacinas em fase de teste, sendo que o foco principal seria
imunizar adolescentes e adultos, pois representa a forma mais eficiente de interromper o ciclo
de transmissão do Mtb.44, 45
A BCG (bacilo de Calmette & Guérin) liofilizado, obtido por atenuação do
Mycobacterium bovis, apresentada em ampolas com múltiplas doses é umas das vacinas mais
antigas (começou a ser usada em humanos em 1921). É capaz de prevenir mais de 80% dos
casos severos em crianças, incluindo miliar e meníngea, associadas a maior mortalidade
infantil. Hoje se sabe que 90% das pessoas infectadas não desenvolvem a doença e que
indivíduos imunocomprometidos possuem 10 vezes mais risco, provando a importância de uma
resposta imune eficiente.46
É indicada principalmente para prevenir as formas graves da tuberculose (miliar e
meníngea) em crianças com menos de cinco anos de idade, mais freqüentes em menores de um
ano. Está indicada, também, e o mais precocemente possível, nas crianças HIV-positivas
assintomáticas e filhos de mães HIV-positivas. É contra-indicada nos indivíduos HIV –
positivos sintomáticos; além de haver contra-indicação, porém não absoluta, em RN com peso
inferior a 2.000g e em presença de afecções dermatológicas extensas. Neste caso, recomenda-
se adiar a vacinação.47
A BCG é administrada por via intradérmica, de preferência no braço direito, na altura
da inserção inferior do músculo deltóide. A evolução natural da vacina vai do nódulo local que
evolui para pústula, seguida de crosta e úlcera, com duração habitual de 6 a 10 semanas, dando
origem quase sempre a pequena cicatriz. Durante a fase de úlcera, pode haver o aparecimento
de secreção.47 Por conta disso, havia um posicionamento para revacinação da BCG em crianças
com ausência de cicatriz, que haviam sido vacinadas há 6 meses ou mais. Contudo, uma nova
resolução da OMS de 2018, relatou que a formação de cicatriz não é um marcador da proteção
e aproximadamente 10% acabam não desenvolvendo.48,49 Dessa forma, o MS, divulgou a Nota
Informativa n° 10/2019, em 1 de fevereiro de 2019, acatando o posição da OMS e não
recomendando a revacinação em crianças que não desenvolveram a cicatriz após vacinação da
BCG.47, 50
Além da vacinação, a prevenção da tuberculose deve abranger o combate ao tabagismo.
Em um estudo, foi aplicado um modelo matemático para avaliar o impacto do tabagismo sobre
a incidência de tuberculose, sendo calculado com base na tendência do tabagismo, bem como
18
nas projeções de incidência, prevalência e mortalidade de tuberculose de 2010 a 2050.51 Os
autores estimaram que o tabagismo produzirá mais de 18 milhões de casos de tuberculose e de
40 milhões de mortes se o número de fumantes em todo o mundo continuar a aumentar na taxa
atual. Eles também estimaram que, entre 2010 e 2050, o tabagismo será responsável por um
aumento de 7% no número de novos casos de tuberculose (de 256 milhões para 274 milhões) e
um aumento de 66% no número de mortes relacionadas à tuberculose (de 61 milhões para 101
milhões), o que torna ainda mais problemático alcançar os objetivos de controle da tuberculose
estabelecidos pela OMS.51
Outra associação importante é relacionada ao consumo de álcool. Estima-se que
aproximadamente 10% de todos os casos de tuberculose são atribuíveis ao uso de álcool.52
Estudos in vivo e in vitro demonstraram que o uso de álcool altera significativamente a resposta
imune, aumentando a suscetibilidade a doenças respiratórias, como a tuberculose.53
Profissionais da saúde também estão mais expostos ao risco de infecção. Vários autores
demonstraram a importância da transmissão do M. tuberculosis em estudantes e profissionais
de saúde.54, 55, 56 As medidas de controle de transmissão dividem-se em três grupos: a) medidas
administrativas, com a investigação, diagnóstico e tratamento precoces, assim como o
isolamento dos casos suspeitos; b) medidas ambientais (ou de engenharia), com quartos de
isolamento com pressão negativa e uso de filtro high efficiency particulate air (HEPA); e c) e
medidas de proteção respiratória, com o uso de respiradores N95 pela equipe de saúde.57
19
4. CONCLUSÃO
20
REFERÊNCIAS
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