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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO KALANDULA DE ANGOLA

DEPARTAMENTO DE CIȆNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

PROJECTO DE PESQUISA CIENTÍFICA

FACTORES QUE INFLUENCIAM O ABANDONO DO TRATAMENTO


DA TUBERCULOSE ENTRE OS PACIENTES ATENDIDOD NO
HOSPITAL SANATÓRIO DE LUANDA NO ANO 2018

AUTOR: ANDRÉ WANASSI TCHIPONGUE

LUANDA, 2019

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TCHIPONGUE, ANDRÉ WANASSI

FACTORES QUE INFLUENCIAM O ABANDONO DO TRATAMENTO DA


TUBERCULOSE ENTRE OS PACIENTES ATENDIDOD NO HOSPITAL
SANATÓRIO DE LUANDA NO ANO 2018

Projecto de Pesquisa Científica submetido à


Coordenação do Curso de Enfermagem do Instituto
Superior Politécnico Kalandula de Angola, como parte
dos requisitos à obtenção do Título de Licenciado em
Enfermagem

Tutora: IzaLtina Vieira Quizata (Msc)

LUANDA 2019

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INDICE

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS.......................................................................................v


1.INTRODUÇÃO...............................................................................................................................7
1.1 PROBLEMÁTICA.............................................................................................................8
1.3- OBJECTIVOS..........................................................................................................................9
1.3.1 OBJECTIVO GERAL.........................................................................................................9
2.REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................................................................10
2.2.1 Drogas anti-tuberculose de Iª linha................................................................................10
2.3- Resultados do tratamento....................................................................................................13
2.2.Factores associados ao abandono do tratamento......................................................................14
3. METODOLOGIA..........................................................................................................................14
3.1.Tipo de Estudo.........................................................................................................................14
3.2.Campo de Estudo.....................................................................................................................15
3.3- População de Estudo...............................................................................................................15
3.4.Amostra...................................................................................................................................15
3.5. Procedimentos Éticos..............................................................................................................15
3.6- Variável de Estudo..................................................................................................................16
3.6.1.- Variável dependente.......................................................................................................16
3.6.2.- Variáveis independente...................................................................................................16
3.7. Critério de Inclusão.................................................................................................................16
3.8.- Critério de Exclusão..............................................................................................................17
3.9- Procedimentos de Recolha de Dados......................................................................................17
4.RECURSOS....................................................................................................................................17
4.CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES..........................................................................................19
5. REFERÊNCIAS...............................................................................................................................a
APENDICE........................................................................................................................................a
ANEXO...............................................................................................................................................b
APÊNDICE A: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............................................................c
APÊNDICE B: QUESTIONÁRIO...............................................................................................................d
Este questionário foi desenvolvido no âmbito do trabalho de fim do curso de licenciatura em
enfermagem no Instituto Superior Politécnico Kalandula de Angola e tem como objectivo, Conhecer

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os Factores que influenciam para o abandono do tratamento da tuberculose em indivíduos atendidos
no Hospital Sanatório de Luanda no ano 2018. Para tal solicitamos a sua colaboração no
preenchimento de um questionário curto e rápido via telefónica se possível. Portanto a vossa
participação será anónnima e voluntaria pelo que será guardada com sigilo as vossas respostas e não
divulgaremos qualquer informação que possa denunciar vossa identidade..........................................d

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

BAAR - Bacilos Álcool Ácido Resistentes


BCG -Bacilo Calmet -Guérin

BK- Bacilo de Koch

DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

ET.AL - Entre Outros

EUA- Estados Unidos da América

IEC - Sistema de Informação Comunicação Educação em Saúde

ISPEKA - Instituto Superior Politécnico Kalandula de Angola

MAT - Medicamentos Antí TB

MTB - Mycobacterium Tuberculosis

NB - Note Bem

OMS – Organização Mundial da Saúde

ONU - Organizações das Nações Unidas

PNCT- Programa Nacional de Controlo da Tuberculose

RXT - Radiografia do Tórax

SIDA - Síndrome de Imunodeficiência Adquirido

TARV- Tratamento Antí Retroviral

TB - Tuberculose

TBE- Tuberculose Extra Pulmonar

TBP -Tuberculose Pulmonar

TDO - Tratamento Directamente Observado

VIH - Virus de Imunodeficiência Humano


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1.INTRODUÇÃO

O corpo humano é constituído por órgãos que em conjunto formam os sistemas orgânicos,
responsável por diferentes funções vitais. Segundo Wolf-Heidegger. (2006), O pulmão é um órgão do
sistema respiratório, localizado na caixa torácica mas quando este órgão é infectado, por micro-
organismos patogénicos, este fenómeno, acarreta várias alterações a nível biológico, morfológico e
fisiológico denominado infecção pulmonar (BRAGA 2011).
A doença pulmonar surge quando há um desajuste ou falha nos mecanismos de
adaptação do organismo ou a ausência de reacção aos estímulos de defesa, cuja acção o corpo está
exposto”. A Tuberculose é uma doença infecciosa transmitida por via aérea quando uma pessoa
com tuberculose activa tosse, cospe, fala ou espirra, (Coutinho et al.,2012).

A Bactéria que provoca a tuberculose foi descoberta por Roberto Koch em 1882, e é
denominada Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (VILLAR et al, 2008, p. 267).
O diagnóstico de tuberculose é feita com apoio de radiografias  ao peito,
exames microscópicos e culturas de fluidos corporais como o escarro e para a tuberculose latente a prova
da tuberculina ou análise de sangue (P, LODDENKEMPER et al, 2016).
A tuberculose pode se apresentar na forma activa ou passiva. Os sintomas clássicos da
tuberculose activa são a tosse crónica produtiva com expulsão de sangue (hemoptise), escarro,
febre, suores nocturnos e perda de peso. Pode acontecer a infecção de outros órgãos e causar vários
sintomas. A pessoa com tuberculose pode apresentar perda de peso, insónia, tosse, falta de apetite e
dispneia; e é uma doença comum entre fumadores e pessoas com o Vírus de imunodeficiência Humana
(VIH).  
Segundo Rocha, (2009), O tratamento para tuberculose é feito com antibióticos orais, como a
Isoniazida e a Rifampicina, que eliminam do organismo a bactéria . Visto ser uma bactéria muito resistente,
é necessário fazer o tratamento por cerca de 6 meses, embora, em alguns casos, possa durar entre 18
meses a 2 anos até se atingir a cura completa
Os casos mais fáceis de tratar são os de tuberculose latente, ou seja, quando a bactéria está no
corpo mas se encontra adormecida, não causando sintomas, nem podendo ser transmitida. Já a
tuberculose activa é mais difícil de tratar e, por isso, o tratamento pode demorar mais tempo e pode ser
necessário tomar mais do que um antibiótico para atingir a cura.
A pobreza, a desnutrição, as más condições sanitárias e a alta densidade populacional são
factores que contribuem para a disseminação da doença e o atraso no diagnóstico da tuberculose pode

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acelerar a progressão da doença, aumentar o risco de morte e contribuir para a transmissão da tuberculose
na comunidade (MELO,2012).
O tratamento da tuberculose compreende três fases distintas onde a 1ª fase é a
considerada como fase de ataque e tem a duração de dois meses; a 2ª fase, da manutenção que tem a
duração de dois meses; e a 3ª fase a de ajuste da dose e do tratamento que tem a duração de quatro
meses que é um dos principais factores que fazem com que muitos abandonem o tratamento,
principalmente associados a descriminação e a falta de humanização que resultam em agravamento
da doença, resistentes aos fármacos, recidivas e o surgimento de novos casos principalmente entre
os contactos (ROCHA DS. 2009; QUEIROZ R. 2008).

1.1 PROBLEMÁTICA

Varias vezes tomamos conhecimento apartir da rádio e dos orgãos de informação massiva a
problemática vivida pelos pacientes no Hospital sanatorio de Luanda e tomamos boa nota durante o
periodo de estágio que passamos naquela instituição de saúde o fenómeno do abandono do tratamento e
visto que os medicamentos utilizados no tratamento variam de acordo com idade do paciente, estado
geral de saúde e o tipo de tuberculose e o tratamento pode se prolongar de acordo com a gravidade do
estado clinico do paciente.
Entretanto se para a maioria dos pacientes a infecção não manifesta sintomas, sendo neste
caso classificada como  tuberculose latente mas  se cerca de 10% das infecções latentes evoluem
para tuberculose activa, se não for tratada e a tuberculose activa causa a morte a metade das pessoas
infectadas;
Com base nisso e atendendo ao que representa a existência ter um paciente tuberculoso no
seio familiar sem tratamento tendo em conta tendo em conta a rápida propagação da doença , para esta
pesquisa levantamos a seguinte questão de partida: Que factores influenciam para o abandono do
tratamento da tuberculose no Hospital sanatório de Luanda?

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1.3- OBJECTIVOS

1.3.1 OBJECTIVO GERAL

Conhecer os factores que influenciam no abandono do tratamento da tuberculose entre os


pacientes atendidos no Hospital Sanatório de Luanda

1.3.2.Objectivos Específicos

 Caracterizar os pacientes quanto ao sexo, idade, morada, e tempo de tratamento


 Identificar a fase tratamento e tempo de abandono
 Enumerar os factores associados ao abandono do tratamento

1.3 JUSTIFICATIVA
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa que, embora seja uma das doenças mais
antigas de que se tem relato, ainda provoca grande impacto social, constituindo-se em relevante
problema de saúde pública, onde factores socioculturais contribuem para a incidência e prevalência
da doença. A nível mundial, actualmente é responsável pelo maior número de óbitos quando se
considera um único agente infeccioso.
A razão para este estudo, surgiu ao longo do nosso estágio e em visita na referida
unidades hospitalar onde nos foi possível observar dados estatísticos referindo o abandono do
tratamento o que preocupava grandemente a Direcção do Hospital e das autoridades sanitárias
O tema é actual e a esta reflexão trará benefícios pois servirá de incentivo para a
retorno ao tratamento, e para as instituições afins inventarem soluções sobre as possíveis causas de
abandono. Do ponto de vista académico servirá de base para futuras investigações e trabalhos de
fim decurso nesta temática.

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2.REFERENCIAL TEÓRICO

A infecção é a invasão dos tecidos do corpo de um organismo vivo, que actua como
hospedeiro de uns micr Capaz de provocar doenças; ou a reação dos tecidos de um
hospedeiro à presença e replicação de um organismo infectante (BRAGA,2010 ).
O tratamento da Tuberculose obedece diferentes fases de tratamento, por isso todos os
casos novos em adultos com tuberculose pulmonar e extra pulmonares são considerados
infecção de categoria I e devem ser tratados com doses fixas e combinadas; os casos em
retratamento por recaída, falência, tratamento após abandono ou recorrente que devem
obedecer uma planificação especial (BRAZIL,2011).
Segundo o mesmo manual, são enquadrados na categoria II os casos novos em
crianças e na categoria III se a criança tiver uma TB grave associado a meningite na fase
intensiva na categoria IV. Os casos especiais são as mulheres grávidas que não podem fazer a
estreptomicina, obedecendo diferentes esquemas terapêuticos. Assim são tratados os casos de
TB vertebral e TB meníngea com o esquema 2SHRZ/ 4HR; a TB e doença hepática crónica
com 2SHE/10HE ou 2SHRE/6HR ou 9RE; a TB + hepatite aguda com 3SE/6HR ou 3 SE/9SE
ou se persiste; a TB + insuficiência renal com 2HRZ/4HR e a TB MDR e XDR com
medicamentos de 1ª e 2ª Linhas.

2.2.1 Drogas anti-tuberculose de Iª linha


2.2.1.2.A Isoniazida
Como droga antituberculosa de primeira linha a insoniazita é fortemente bactericida,
rapidamente absorvida e difunde-se em todos os fluidos e tecidos. Apresenta-se em forma de
comprimidos de 100 e 300 mg; em forma injectável, 25mg/ml e deve-se aplicar uma
dosagem:de 5mg/kg/dia, máximo 300 mg ou 10mg/kg/3 vezes por semana ( ROCHA 2012).
Este fármaco é contra-indicado em casos de hipersensibilidade conhecida e doença
hepática activa. Geralmente bem tolerada nas doses recomendadas mas pode apresentar
reações de hipersensibilidade sistémica ou cutânea que ocorrem ocasionalmente nas primeiras
semanas de tratamento.
O risco de neuropatia periférica é excluído se os doentes vulneráveis tais como os
malnutridos, alcoólatras, diabéticos em tratamento com TARV e idade avançada; receberem
suplementos diários de 10 mg de piridoxina.
Outras formas de distúrbios neurológicos menos comuns que incluem a neurite óptica,
psicose tóxica e convulsões generalizadas, podem surgir em pessoas susceptíveis

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particularmente nos estadios finais do tratamento. A hepatite é uma reacção incomum mas
potencialmente séria e um aumento ligeiro das transaminases no início do tratamento sem
significado clínico que se resolve espontaneamente com a continuação do tratamento
(OMS,2OO7)
Quanto as interações medicamentosas pode observa-se um aumento das concentrações
plasmáticas da fenitoína e carbamazepina ao inibir o seu metabolismo no fígado e a absorção
de isoniazida diminui com o hidróxido de alumínio.
2.2.1.2.A Rifampicina
É um bactericida e esterilizaste potente quer nos meios celulares quer extra celulares.
Numa dosagem de 10mg/kg/dia ou 3x semana (máximo 600mg/dia). É Contraindicado nas
hipersensibilidade conhecida às rifampicinas e disfunção hepática, pois o fármaco pode
apresentar efeitos secundários, apesar de ser geralmente bem tolerada, pode provocar
alterações gastrointestinais severas.
Os doentes devem ser informados que pode aparecer coloração alaranjada da
urina, lágrimas, suor, saliva e expectoração e que as lentes de contacto podem ficar coloridas
irreversivelmente. Este é um efeito normal. Outras como rash cutâneo, febre, síndrome
semelhante à gripe e trombocitopenia ocorrem mais frequentemente na administração
intermitente. Os recém nascidos de mães tomando rifampicina devem fazer vitamina K ao
nascerem devido ao risco de hemorragia.
A dermatite exfoliativa é mais frequente nos doentes HIV+. ; Oligúria, dispneia e
anemia hemolítica são também referidas em doentes que tomam a droga trissemanalmente.
Estas reacções desaparecem se o regime passar a diário. Aumentos moderados das
concentrações plasmáticas de bilirrubina e transaminases são comuns no início do tratamento
e sem significado clínico.
Contudo, a hepatite pode ocorrer e ser potencialmente fatal pelo que é
importante não exceder a dose recomendada de 10 mg/kg /dia (Max. 600mg). Os idosos,
alcoólicos e doentes com antecedentes de doença hepática devem fazer monitorização regular
da função hepática.
Apresenta as seguintes Interacções medicamentosas: A rifampicina induz
enzimas hepáticos e portanto as dosagens requeridas de drogas metabolizadas no fígado
devem ser aumentadas. Estas incluem corticosteroides, anticonceptivos orais, inibidores das
proteases, hipoglicemiantes orais, anticoagulantes orais, fenítoina, cimetidina, ciclosporina e
digitálicos. (PAULA PERDIGÃO,2008 p.29,32).

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2.2.1.3. Pirazinamida

É um bactericida fraco mas que tem uma potente actividade esterilizante


particularmente no meio ácido intracelular dos necrófagos e em áreas de inflamação aguda. É
muito activo nos primeiros dois meses de tratamento enquanto as alterações inflamatórias
agudas persistirem. O seu uso levou a que os regimes de tratamento fossem encurtados e que
o risco de recaída fosse reduzido.
A dosagem é de 25mg/kg/dia nos primeiros dois a tres meses do tratamento ou
35mg/kg três vezes por semana ou 50mg/kg, duas vezes por semana. Está contra-indicado na
hipersensibilidade conhecida e nas alterações hepática severa, para os quais devem –se ter
algumas precauções em especial quando o doente tem diabetes, que devem ser monitorizados
cuidadosamente uma vez que a glicemia se pode tornar lábil.
A pirazinamida é usualmente bem tolerada, as reacções de hipersensibilidade são
raras, mas alguns doentes queixam-se de um ligeiro eritema da pele, registando-se aumento
moderado da transaminase durante a fase inicial do tratamento, com hepatotoxicidade severa
rara.
Entretanto como resultado da inibição da secreção renal tubular, ocorre um grau de
hiperuricémia mas é na maioria das vezes assintomático; gotas e ocasionalmente artralgias,
particularmente nos ombros mas que respondem bem aos analgésicos.

2.2.1.4.A Estreptomicina

Por não ser absorvida pelo trato gastrointestinal após a administração intramuscular
difunde-se rapidamente pela componente extra celular da maioria dos tecidos, atingindo
concentrações bactericidas particularmente nas cavidades tuberculosas. Normalmente penetra
pouco no liquida cefalo raquidiano (LCR), embora a penetração aumente quando as meninges
estão inflamadas.
A dosagem varia entre 15mg/kg/dia ou 2 ou 3 vezes por semana e para doentes com
idade superior a 60 anos não deve ultrapassar 500-750mg/dia. Está contraindicada em
hipersensibilidade conhecida, nervo auditivo afectado e astenia graves.
As reações hipersensibilidade são raras mas se elas ocorrem durante as primeiras
semanas de tratamento deve ser suspensa imediatamente. Assim que a febre e o rash

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desaparecerem a dessensibilização pode ser tentada e a estreptomicina deve ser evitada nas
crianças porque as injecções são dolorosas e pode ocorrer dano do nervo auditivo irreversível.
Quer os idosos quer os doentes com insuficiência renal são também vulneráveis aos efeitos
tóxicos.
A estreptomicina não deve ser dada às mulheres grávidas pois atravessa a placenta e
pode provocar dano do nervo auditivo e nefrotoxicidade no feto. Nesta mesma ideia, as
injecções são dolorosas e abcessos estéreis podem-se formar nos locais da injecção, dano da
função vestibular é raro nas doses recomendadas. A dosagem deve ser reduzida se surgirem
cefaleias, vómitos vertigens ou tinnitus, anemia hemolítica, anemia aplástica , agranulocitose
e trombocitopenia.
De acordo com algumas pesquisas outras drogas ototóxicas ou nefrotóxicas, como
outros aminoglicósidos, anfotericina B, cefalosporinas, acido etacrínico, ciclosporina,
cisplatina, furosemida e vancomicina não devem ser administradas a doentes que recebem
estreptomicina. A estreptomicina pode potenciar o efeito dos bloqueadores neuromusculares
utilizados na anestesia.
As soluções mantêm as suas propriedades até 48 horas depois de serem preparadas e à
temperatura ambiente. Quando colocadas na geleira duram mais de 14 dias. O pó deve ser
armazenado em locais protegidos da luz.

2.2.1.4.O Etambutol

Utilizado em combinação com outras drogas anti-tuberculose para prevenir a


emergência de estirpes resistentes. É rapidamente absorvido no trato gastrointestinal na
dosagem de 15mg/kg/dia; 30mg/kg/ 3x semana. Está contra-indicada na hipersensibilidade
conhecida, neurite óptica pré-existente, incapacidade para identificar distúrbios visuais, na
insuficiência renal.
Por isso por precaução os doentes devem ser avisados para parar o tratamento e se
dirigirem à unidade sanitária logo que surjam problemas na percepção das cores. As crianças
pequenas não devem receber o etambutol. As alterações de neurite óptica são efeitos
secundários que podem ser irreversíveis e levar à cegueira se a droga não for imediatamente
suspensa. A neurite periférica pode surgir nas pernas.

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2.3- Resultados do tratamento

Segundo a OMS 20017, é considerado curado o paciente que completou o tratamento e


o exame BK foi negativo no fim do tratamento (5º ou 7º mês) e mais um outro controlo (2º3º
ou 5º mês). Com tratamento completo é o paciente que completou o tratamento mas sem
resultados do BK como no anterior.
Positivo são os casos novo com BK positivo ao 5º ou mais meses de tratamento
(Falência) ou BK positivo no 7º mês do retratamento (Crónico). óbito é quando o doente
faleceu por qualquer motivo durante o tratamento e abandono é o caso do doente que
abandonou o tratamento por 2 meses consecutivos ou mais e transferido é o doente
transferido para outra unidade sanitária(OMS,2007).
Devidas as intercorrências própria do tratamento é importante a mentalização do
paciente sobre a necessidade de manter a terapêutica de forma contínua a fim de garantir o
sucesso do tratamento. O paciente deve compreender que a ausência dos sintomas e a melhora
do estado clinico não definem a alteração do diagnóstico mas a persistência e o continuar do
tratamento sem interrupções.

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3. METODOLOGIA

3.1.Tipo de Estudo

Trata-se-a de um estudo descritivo retrospectivo dos casos de tuberculose pulmonar


notificados no Hospital Sanatorio de Luanda no ano 2018, com uma abordagem qualitativa e
quantitativa; recorrendo ao método de observação direta, através de análise bibliográfica,
comparação dos manuais relativo ao tema e a implementação da técnica de observação no
campo de pesquisa bem como a utilização de questionamento via telefónica que permitirá
recolher, interpretar e apresentar os dados obtidos em dados estatísticos e por meio de tabelas
e gráficos, com base nas frequências e percentagens.
Segundo Polt, Beck e Hugler (2004), destacam, que a pesquisa descritiva auxilia na
observação, descrição, e exploração de determinados aspectos de uma situação, descrevendo
uma realidade tal como esta apresenta, conhecendo-a e interpretando-a por meia da
observação do registo e da analise dos factos ou fenómenos (variáveis),procura responder
questões na vida social , politica e económica sem no entanto interferir nessa realidade. Em
quanto que a pesquisa retrospectiva visa basear se em dados e em fato do passado.

Abordagem quantitativa tem como campo de praticas e objectivos , trazer á luz dados ,
indicadores e tendências observáveis. Deve ser utilizada para abarcar , do ponto de vista
social, grandes aglomerados de dados, de conjuntos epidemiológicos, por exemplo,
classificando-os inteligíveis através de variáveis Minaya et.al. (1993)

3.2.Campo de Estudo

O estudo será realizado no hospital sanatório de Luanda, localizado localizado no bairro


palanca município de kilamba kiaxi. A norte faz fronteira com o Instituto Superior Dom
Bosco e a Universidade Católica de Angola a sul faz fronteira com Golfo II. É um hospital de
referencia com capacidade de 250 cama, que conta com um total em relação aos recursos
humanos 25 médicos, sendo 18 angolanos e 7 cubanos e 215 enfermeiros.

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3.3- População de Estudo

Será tida como população dos estudos todos pacientes que foram atendidos com diagnóstico
de tuberculose e receberam o tratamento; no Hospital Sanatório de Luanda no ano 2018.

3.4.Amostra

Será utilizada uma amostra representativa de pacientes que sendo diagnosticado e iniciado o
tratamento o abandonou que serão seleccionados por método aleatório

3.5. Procedimentos Éticos

Após a aprovação do projecto pelo Conselho Cientifico do Instituto Superior Politécnico


Kalandula de Angola, será solicitada a anuência da Direcção Geral do Hospital Sanatório de
Luanda, por meio de um oficio, para a autorização e informação sobre os objectivos do
estudo.

Com anuência da direcção do hospital para aceder aos registos de pacientes do ano 2018,
selecionaremos os processos notificados como em desistência e partir das informações do
processo clinico, procuraremos entrar em contacto telefónico com os pacientes, com objectivo
de partir deles temos a aprovação de participação no trabalho e também obter os dados
relacionados com o motivo da desistência.

3.6- Variável de Estudo

Para realização deste trabalho iremos trabalhar com dois tipos de variáveis socio
demográficas (sexo, idade, morada, data da primeira consulta ( notificação) e data da última
consulta

3.6.1.- Variável dependente

Uma variável é qualquer evento, situação ou comportamento que tem pelo menos dois valore
ou seja considera factores associados ao abandono do tratamento da tuberculose pulmonar.

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Remos o fenómeno ou factor, a ser explicado ou descoberto em virtudes de serem
influenciados, determinados ou afectados pela variável independente (Marconi &
Lacato,2003,p.189); ou seja serão considerados as informações relacionadas com motivação
para o abandono ou seja factores associados ao abandono do tratamento da tuberculose
pulmonar.

3.6.2.- Variáveis independente

É o factor manipulado, geralmente pelo investigador na sua tentativa de assegurar a relação do


factor com um fenómeno observado ou a ser descoberto, para ver que influencia exerce sobre
possível resultado. Assim as variáveis independente serão a idade, sexo, estado civil, nível de
escolaridade, empregabilidade ou não entre outros.

3.7. Critério de Inclusão


Serão incluídos no estudo todos pacientes e acompanhantes dos pacientes que abandonaram o
tratamento na fase ambulatório no hospital sanatório de Luanda. Foram considerados critérios
de inclusão tuberculose pulmonar com baciloscopia positiva e situação de encerramento do
tratamento alta por cura ou abandono; e como critério de não inclusão: tipo de entrada por
recidiva, reingresso após abandono e transferência, e situação de encerramento por óbito,
mudança de diagnóstico e tuberculose resistente.

3.8.- Critério de Exclusão

Serão excluídos do estudo todos pacientes que abandonaram o tratamento mas cujo contacto
telefónico não for possível de efectuar.

3.9- Procedimentos de Recolha de Dados

Será utilizado um questionário semiestruturado, com perguntas abertas e fechadas.


Apresentação e Tratamento de Dados serão feitas após a colecta de dados que será
fundamental para a organização dos mesmos.

Para o tratamento estatístico dos dados deste trabalho utilizaremos a estatística


descritiva para que de forma sumária apresentar as características das variáveis fornecidas
pela amostra. O texto será informatizado no programa Word 2007 e para apresentação dos
resultados utilizaremos quadros, tabelas e gráficos com ajuda do programa Excel 2007.

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4.RECURSOS

ORDE MATERIAL CUSTO


M
1 COMPUTADOR 130.000 KZ
2 IMPRESSORA 50.000 KZ
3 RESMA DE PAPEL A4 E TINTEIRO 6.000 KZ
4 CANETAS E BLOCOS DE APONTAMENTO 1.000 KZ
5 TRANPORTE E INTERNET 15.000 KZ
TOTAL 202.000 KZ

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4.CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES

Nº ACTIVIDADES/ MENSAL MESES – ANO (2019)


Ago Set Out Nov Dez

1 Pesquisa Bibliográfica
2 Elaboração do Projecto
3 Entrega do Projecto
4 Levantamento de dados no campo
5 Tratamento dos dados Coletados
6 Elaboração do Relatório Final
7 Revisão do Texto
8 Entrega do Relatório Final

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5. REFERÊNCIAS

1. BRAGA JU, HERRERO MB, CUELLAR CM. (2011). Transmissão da


tuberculose na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. Cad Saude
Publica.;27(7):1271.         

2. BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. (2012) Boletim


epidemiológico: especial tuberculose. Brasília: Ministério da Saúde; Disponível
em:http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/bolepi_v43_especial_tb_correto.pd
f Acessado em Setembro de 2019.         

1. Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. (2011). Manual de


recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da
Saúde; Disponível em:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_de_recomendacoes_tb.pdf
Acessado em Octubro de 2019.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. (2011).


Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de recomendações para o
controle da tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde;
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância Epidemiológica BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de vigilância
em saúde. (2011).Manual de Recomendações para o controle da tuberculose no
Brasil. Programa Nacional de Controlo da Tuberculose. Brasília (DF), p. 75-84.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância Epidemiológica. (2011). Manual de recomendações para o controle da
tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde;

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6. CAMPANISTA, MOREIRA JS, Tietbohe CN. (2011).Fatores preditores para o
abandono do tratamento da tuberculose pulmonar preconizado pelo Ministério
da Saúde do Brasil na cidade de Porto Alegre (RS). J Bras Pneumol; 37:776-82.
7. CHIRINOS NEC, MEIRELLES BHS. (2011).Fatores associados ao abandono do
tratamento da tuberculose: uma revisão integrativa. Texto & Contexto Enferm;
20:599-606.
8. Departamento de Vigilância Epidemiológica, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Ministério da Saúde.(2011) Manual de recomendações para o controle da
tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde.
9. ERHART, E.A. (2009). Elementos de Anatomia Humana - Watanabe. 10. Ed.,
Atheneu, São Paulo,
10. LATARJET, M.; LIARD, R.A. PRÓ, E. (2004) Anatomia Humana. 4ª edição, Ed.
Médica Pan-americana,
11. Melo TEMP, Resendes APC, Souza-Santos R, Basta PC.(2012;).Distribuição
espacial e temporal da tuberculose em indígenas e não indígenas de Rondônia,
Amazônia Ocidental, Brasil. Cad Saude Publica. 28(2):267.      
12. NETTER, F.H. (2008). Atlas de Anatomia Humana, 4. Ed, Elsevier, Rio de
Janeiro.
13. P, LODDENKEMPER R, ABUBAKAR I, MIRAVITLLES M, MIGLIORI GB. The
ERS-endorsed official ATS/CDC/IDS. (2016). A clinical practice guidelines on
treatment of drug-susceptible tuberculosis.EurRespirJ. 48(4):963-71.
https://doi.org/10.1183/13993003.01356,
14. QUEIROZ R. (2008). Diferenças na adesão ao tratamento da tuberculose em
relação ao sexo [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública,
Universidade de São Paulo;
15. ROCHA DS. (2009) Abandono ou descontinuidade do tratamento da
tuberculose em Rio Branco – Acre [Dissertação de Mestrado]. São Paulo:
Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo;.
16. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, MINISTÉRIO DA SAÚDE.(2011).
Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. Relatório de situação: Maranhão.
Brasília: Ministério da Saúde;.
17. VILLAR, CMC; Macedo, LA; Monte, LNC; Cortizo, V. U veíte (2008)
Tuberculose sem manifestação pulmonar: série de casos. Congresso Aspimed.

33
[Texto da internet] Disponível em: . Congresso Aspimed. Acesso em: 17 de Agosto
de 2019.
18. WOLF-HEIDEGGER.(2006).Atlas de Anatomia Humana, 6ª. Ed.. Guanabara
Koogan,

33
APENDICE
ANEXO
APÊNDICE A: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo nº _____/2019

Bom dia Sr; Sra.


Agradecemos se não se identificar.
Meu nome é António Tchipongue, sou estudante finalista do curso de Licenciatura em
Enfermagem do Instituto Superior Politécnico Kalandula de Angola (ISPEKA). Estamos fazendo
uma pesquisa que servirá de base para o Trabalho de Fim de Curso, com o Titulo: Factores que
influenciam no abandono do tratamento da tuberculose entre os pacientes atendidos no Hospital
Sanatório de Luanda no ano 2018.
Caso concordar, devido aos princípios éticos a que estamos obrigados a cumprir em toda a
pesquisa cientifica; agradeceríamos se confirmasse aceitar responder algumas perguntas
relacionadas com o assunto:

O Participante:

Concordo_____ Não Concordo______

O investigador:

_________________________

ANDRÉ WANASSI TCHIPONGUE

O orientador:

____________________________
Izaltina V.Quizata
APÊNDICE B: QUESTIONÁRIO

Este questionário foi desenvolvido no âmbito do trabalho de fim do curso de licenciatura em


enfermagem no Instituto Superior Politécnico Kalandula de Angola e tem como objectivo,
Conhecer os Factores que influenciam para o abandono do tratamento da tuberculose em
indivíduos atendidos no Hospital Sanatório de Luanda no ano 2018.

Para tal solicitamos a sua colaboração no preenchimento de um questionário curto e rápido via
telefónica se possível. Portanto a vossa participação será anónnima e voluntaria pelo que será
guardada com sigilo as vossas respostas e não divulgaremos qualquer informação que possa
denunciar vossa identidade.

Questionário nº_____/2019
Contacto: ______________/___________________

Dados Bibliográficos:

1-Idade:______2. Sexo: M___F____3.Estado civil:


3.1.Solteiro 3.2.casado

3.3Viuvo 3.4.Marital

4.Estudou até que classe?_________________________________________________________


4.1.Tecnico Basico 4.2.Tecnico médio 4.3.Bacharel

4.4.licenciatura 4.5.Mestrado 4.6.Doutoramento


II

6. Trabalha? Sim____ Não _____

6.1. Trabalha oande?_________________________________________________________

6.2. Trabalha em que?________________________________________________________

7. Profissão?________________________________________________________________

4.Está a fazer tratamento com tuberculostaticos? Sim______ Não______Se Sim: A quanto


tempo____________________________________________________________________

4.2.Se não: Nunca fez? Numca fiz_______________Ja fiz__________________________

4.1.Se já fez: Data da última Consulta:___________________________________________.

4.2.Ainda toma os comprimidos? Sim______ Não______Se Sim: Já toma a quanto tempo?


____________________________________________________________________

4.3. Sabe qual é o esquema que toma?/ Quais são os comprimidos que tomam?

a) Não sei o nome______b) Esqueci___________c) Sei___________

d) Quis são nomes:

_____________________________________________________________________

__________________________________________________________________________
Se não: Há quanto tempo?____________________________________________________

4.1.Data da última Consulta:__________________________________________________.

III

5.Para quem assumir abandono do tratamento.

5.1.Porque deixou de ir a consulta?

_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

5.2.Cumpriu o tempo de tratamento que o médico definiu? Sim_________ Não______

5.2.2. Sabe quanto tempo de tratamento deveria fazer? Sim_______ Não____________

8. No hospital vos disseram quanto tempo devia cumprir a medicação?

8.1. Não _____-Se sim: ______meses_____1 ano____ 2 anos, Outros__________________

8.4.- Fez as consultas em que serviço? Banco de Urgencia___ Internamento_____Consulta


externa _____________Outro__________________________________________________

Não lembro_______Não sei_______.

8.4.1.É difícil fazer uma consulta no Hospital Sanatório? Sim____Não______

9: Como classificas o atendimento que recebeste? Bom____ Aceitável____


Mau_____Pessimo_____ Insustentavel______.
9. Como está a vossa saúde agora? Bom___Melhor_____Pior ______.

9.1. Pensa retornar as consultas Sim______Não________

Porque?__________________________________________________________________

O investigador:

_________________________

ANDRÉ WANASSI TCHIPONGUE

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