Você está na página 1de 11

Hélia da Páscoa Alberto

Larva Migrans Cutânea


(Curso Médio de Técnico de Medicina Geral)

Instituto Politécnico Boa Esperança de Nampula


Nampula
2022

0
Hélia da Páscoa Alberto

Larva Migrans Cutânea

(Curso médio de Técnico de Medicina Geral)

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de


Pediatria, 4º semestre do curso de TMG –
Técnico de Medicina Geral do ano de 2022,
subordinada ao tema: Larva Migrans Cutanea,
leccionada pelo docente:

Manuld Mimo

Instituto Politécnico Boa Esperança de Nampula

Nampula

2022

1
Índice
1. Introdução ....................................................................................................................................... 3
1.1. Objectivos: .............................................................................................................................. 3
1.1.1. Gerais .............................................................................................................................. 3
1.1.2. Específicos ...................................................................................................................... 3
1.2. Metodologia ............................................................................................................................ 3
2. LARVA MIGRANS CUTÂNEA (BICHO GEOGRÁFICO) ......................................................... 4
2.1. Oque é?.................................................................................................................................... 4
2.2. Ciclo de vida do parasita ......................................................................................................... 5
2.3. Transmissão............................................................................................................................. 5
2.4. Sintomas .................................................................................................................................. 6
2.5. Diagnóstico ............................................................................................................................. 6
2.6. Tratamento .............................................................................................................................. 6
2.7. Prevenção ................................................................................................................................ 7
3. Conclusão ........................................................................................................................................ 9
4. Bibliografia ................................................................................................................................... 10

2
1. Introdução
O presente trabalho ora apresentado ao curso Médio de TMG - Técnico de Medicina Geral,
subordina-se ao tema Larva Migrans Cutânea. Um tema de importante impacto, atenção e
manifestação na nossa sociedade, muito mais a este tempo de inverno acompanhado de
chuvas em que nos encontramos, associado a fraca gestão de saneamento de meio nos vários
bairros urbanos e suburbanos da nossa cidade de Nampula e outros pontos de Moçambique e
no mundo em geral, pelo que, é de extrema importância o seu estudo e conhecimento na
saúde, tanto como formandos e naquilo que é o seu objectivo de formação, ajudar pessoas
cuidando da sua saúde.

1.1.Objectivos
1.1.1. Gerais:
Tem por objectivo geral, abordar sobre assuntos ligados à Larva Migrans Cutânea

1.1.2. Específicos:
Tem por objectivo específico, trazer suas definições, Ciclo de vida do parasita,
Transmissão, Sintomas, Diagnóstico, Tratamento, Prevenção da Larva Migrans
Cutânea também conhecida por Bicho Geográfico.

1.2.Metodologia
O trabalho foi feito com base em revisão de literaturas com base em livros, tanto físicos ou e-
books, documentos pdf, sites especializados em matérias de saúde/medicina, encontradas em
vários itens como bibliotecas e serviços de internet. Tendo feito uma abordagem qualitativa
dos conteúdos para melhor percepção e resposta ao que realmente se pretende dar a saber.

Boa leitura!

3
2. LARVA MIGRANS CUTÂNEA (BICHO GEOGRÁFICO)

2.1.Oque é?
Larva Migrans Cutânea, chamado de bicho geográfico, é um parasita presente no intestino e
nas fezes de cães e gatos que se hospeda na pele de seres humanos, causando irritação e muita
coceira.

A Larva Migrans Cutânea, conhecida popularmente como bicho geográfico, é um dos


parasitas de pele que retiram do organismo humano os recursos necessários para sua
sobrevivência. Esse parasita das espécies Ancylostoma caninum e Ancystoloma brasiliensis,
presente no intestino e nas fezes de cães e gatos, provoca uma dermatozoonose que produz
irritação e muita coceira no local da lesão. Esse tipo de dermatite também é conhecida como
dermatite serpiginosa e dermatite pruriginosa.

Existe um tipo semelhante de larva, a Larva migrans visceral, que também tem como
hospedeiros naturais cães e gatos. As espécies mais comuns são a Toxocara canis, a Toxocara
leonina e a Toxocara cati, que podem ser transmitidas pela ingestão de água e de alimentos
infectados por larvas ou ovos desses parasitas intestinais. No corpo humano, esses ovos
eclodem e liberam larvas, que caem na corrente sanguínea e atingem outros tecidos e órgãos,
provocando uma doença chamada granulomatose larval.

4
2.2.Ciclo de vida do parasita
O ciclo de vida dos parasitas intestinais, que dão origem à dermatite serpiginosa, começa
quando os cães e gatos ingerem o verme em sua forma adulta junto com água ou alimentos
contaminados. Ou, então, quando as larvas presentes nas fezes dos animais infectados se
aproveitam de ferimentos na pele para penetrar no organismo do novo hospedeiro. É nos
intestinos desses animais, que as larvas encontram campo fértil para reprodução e passam a
eliminar os ovos dos vermes junto com as fezes.

Encontrando condições favoráveis de calor e humidade para sua evolução, os ovos eclodem e
liberam as larvas no solo, que se alimentam de bactérias, enquanto completam as fases
evolutivas até se tornarem infectantes para os humanos e outros animais.

2.3.Transmissão
Nos cães e gatos, a transmissão pode ocorrer de um animal para outro por via oral, cutânea ou
através da placenta.

Nos humanos, a infecção se dá pelo contacto directo com as larvas infectantes existentes no
solo contaminado por fezes de animais. Elas se aproveitam de um ferimento ou perfuram a
pele para penetrar no organismo humano. Isso feito, começam a deslocar-se pelo tecido
subcutâneo, abrindo verdadeiros túneis inflamados, o que lhes confere aspecto semelhante ao
contorno de um mapa. Daí, por analogia, os nomes bicho geográfico ou dermatite serpiginosa
para identificar a doença, que acomete especialmente as crianças e pode desaparecer
espontaneamente do organismo depois de quatro a oito semanas a contar do início da
infecção.

Não existe transmissão da Larva migrans cutânea de uma pessoa para outra. Embora a
contaminação seja frequente nas praias onde cães e gatos circulam livremente, o parasita pode
proliferar, desde que encontre as condições adequadas, em qualquer lugar onde esses animais
depositem as fezes contaminadas. Por exemplo: gramados, tanques de areia em parques e
escolas para recreação, quintais dos domicílios, resíduos de construção, quadras de esporte.

Em geral, o primeiro foco da infecção ocorre nos pés ou nas nádegas, mas pernas, braços,
antebraços e mãos são outras partes do corpo que também podem abrigar o parasita, que tem
predileção pelas regiões tropicais e subtropicais.

5
2.4.Sintomas
O primeiro sinal da infecção é o aparecimento de um ponto vermelho e saliente no local por
onde a larva penetrou. Os outros que podem demorar de minutos até semanas para manifestar-
se incluem:

 Coceira intensa que piora à noite;

 Linhas tortuosas e vermelhas;

 Inchaço;

 Formação de pápulas eritematosas;

 Sensação de movimento debaixo da pele.

Enquanto isso, a larva permanece como se estivesse adormecida sob a pele. Quando começa a
movimentar-se, a lesão progride cerca de 1 cm por dia no tecido subcutâneo, uma vez que a
larva não consegue atingir os intestinos do doente, como ocorre nos cães e gatos.

Embora raros, há casos da doença sujeitos a complicações, porque as larvas eliminam toxinas
que podem causar quadros graves de alergia, tosse e falta de ar.

2.5.Diagnóstico
O diagnóstico do bicho geográfico é clínico baseado nos sinais característicos que a Larva
migrans cutânea deixa na pele e no histórico de cada paciente. É sempre importante levar em
consideração a existência de surtos da doença nos ambientes que a pessoa frequenta. Em
alguns casos, pode ser necessário estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças de
pele que apresentam lesões eritemopapulosas a fim de orientar o tratamento.

Quanto à infecção pela Larva migrans visceral, a confirmação do diagnóstico depende da


realização de uma biópsia para visualizar as larvas ou, então, do resultado de testes
sorológicos, como o ELISA.

2.6.Tratamento
Em alguns poucos casos, a Larva migrans cutânea dispensa tratamento específico, porque as
lesões desaparecem espontaneamente. No entanto, não está afastado o risco de que possam
reaparecer tempos depois.

6
Na fase em que a dermatite serpiginosa está activa, a aplicação de gelo sobre a lesão na pele
ajuda a aliviar a coceira e a diminuir o edema. De maneira geral, está estabelecido que a baixa
temperatura ajuda a matar a larva. Por isso, há quem defenda o emprego de neve carbónica
(gelo seco) e do cloreto de etila como alternativa terapêutica nas infecções pelo bicho
geográfico.

Nos outros casos, dependendo do estágio da doença, o tratamento da infecção por esse
parasita intestinal pode exigir a indicação de medicamentos anti-helmínticos e antiparasitários
sob a forma de pomadas ou comprimidos (tiabendazol, albendazol). Há restrições para a
indicação da ivermectina, que pertence a mesma classe de medicamentos, mas pode produzir
efeitos colaterais indesejáveis em crianças menores de cinco anos e mulheres grávidas.

Anti-inflamatórios e antibióticos são medicamentos necessários quando as lesões


dermatológicas provocadas pela migração das larvas são extensas e apresentam sinais de
infecção.

Depois de dois ou três dias de iniciado o tratamento, o paciente começa a sentir a melhora dos
sintomas. No entanto, a orientação médica deve ser seguida à risca e a medicação mantida até
que a infecção esteja completamente debelada.

2.7.Prevenção
Algumas medidas simples são essenciais para a prevenção e profilaxia da infecção pelo bicho
geográfico, a Larva migrans cutânea. Veja alguns exemplos:

 Só ande descalço quando tiver informações seguras sobre as condições de higiene do


local onde irá pisar;

 Cubra com uma toalha ou esteira a superfície onde vai sentar ou deitar-se para tomar
sol;

 Leve com regularidade os animais domésticos ao veterinário para diagnóstico,


controle e tratamento de possíveis infecções parasitológicas;

 Não vá com seu animal de estimação à praia. Como não é possível ter absoluta certeza
sobre as condições sanitárias, se levar, cuide para que brinque ou caminhe nas áreas
periodicamente cobertas pelo avanço da maré;

7
 Dificulte ao máximo o acesso de animais aos tanques de areia, onde as crianças
brincam. Quando estiverem sem uso, cubra-os com lona ou outro tipo e tecido
impermeável;

 Lave cuidadosamente os pés com água fria, depois de andar descalço na praia ou em
terrenos que possam abrigar ovos do bicho geográfico;

 Recolha imediatamente as fezes dos animais domésticos que defecam nas ruas,
calçadas ou em outros locais públicos, para posterior descarte sanitário adequado;

 Lembre que os gatos costumam cobrir as fezes com terra ou areia, hábito que favorece
o desenvolvimento dos vermes que infectam pessoas e outros animais.

 Lave cuidadosamente as mãos antes e depois das refeições, quando for manipular
alimentos, especialmente os que serão consumidos in natura, depois de recolher as
fezes do animal ou trocar a areia da caixinha que os felinos usam para suas
necessidades;

 Não se automedique nem medique seu animal de estimação sem antes ouvir a opinião
de um profissional especialista, sobre a melhor forma de tratar as lesões deixadas pela
dermatite serpiginosa.

8
3. Conclusão
Após a conclusão de estudo que acreditamos ser parcial e não completo, sobre o presente
tema Larva Migrans Cutânea, ficamos saber da importante necessidade de se ter cuidado com
este tipo de parasitas intestinais, pelo que, mais vale a sua prevenção que desprevenir para
depois remedir. A problemática das Larvas Migrans Cutânea é um assunto muito presente e
visível na nossa sociedade actual, uma vez que também vivemos rodeados de tais animais
(Cão e Gato) e muitas vezes sem um dono que lhes controle e cuide, que são os principais
produtores desta parasita, pelo que surge toda a necessidade de atenção a este mal.

Esperamos que tenha servido e ajudado para o melhor, a leitura deste artigo que visava dar a
conhecer sobre este mal, chamado Bicho geográfico. Cientes da insuficiência de conteúdo
sobre este assunto, aconselha-se que se vá recorrer a outros artigos para uma melhor
percepção.

Obrigado pela leitura!

9
4. Bibliografia
1. James G. H. Dinulos , MD, Geisel School of Medicine at Dartmouth, Última
revisão/alteração completa jun 2020| Última modificação do conteúdo jun 2020.
Acesso: 22/03/2022.
2. BiblioMed. «Larva migrans cutânea». Consultado em 23 de Março de 2022
3. KRAUS, H. et.al. Zoonoses: infectious diseases transmissible from animals to
humans. 3.ed. ISBN 1-55581-236-8.
4. MANZUR, Julian. et. al. Dermatologia. La Habana: Editorial Ciências Médicas, 2002.
5. NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 11ª ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
6. ABC da Saúde. «www.abcdasaude.com.br/artigo.php?479». Consultado em 24 de
Março de 2010.
7. Manual MDS para profissionais de saúde «Larva migrans cutânea». Acessado em 24
de Março de 2022.

10

Você também pode gostar