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02/09/2016

Parasitose de veiculada por Ancilostomíase e


penetração ativa Larva migrans
• Esquistosomose - cercária Vermes presentes no solo que
Introdução penetram a pele/mucosa do
• Ancilostomíase – larva
Biologia homem para infectar
• Larva migrans
Patogenia /Sintomas
• Estrongiloidíase - larva
Imunidade
Cercária
Diagnóstico
Tratamento
Profilaxia

Strongyloides Ancylostoma
Larva migrans

Helmintose mais comum depois de ascaridíase


Ancilostomíase Sua distribuição é mundial, principalmente em
= Ancilostomose =Amarelão áreas de clima úmido e quente

Principal manisfestação clínica: Anemia

Deficiência nutricional + exposição ao verme


aumenta a prevalência da doença

Predomina nas áreas rurais

Necator americanus Ancylostoma duodenale


Immune Responses in Hookworm Infections, CLINICAL MICROBIOLOGY REVIEWS,
Oct. 2001, p. 689–703

Características gerais da doença Percentual de positividade de ancilostomídeos


em algumas regiões do pais

 Acomete cerca de 700 milhões de pessoas


 1,6 milhões apresentam anemia
 65.000 mortes/ano
 Brasil - 23 a 24 milhões de parasitados
 Predominante nas regiões tropicais
 Principal causa de anemia ferropriva
 Leva a uma patologia de curso crônico

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Ancilostomíase Ancilostomídeos
Principais agentes causadores da doença são:
 No Brasil  A. duodenale  20 a 30 %
• Ancylostoma duodenale  N. americanus  70 a 80 %
Ancilostoma do velho mundo
Significado Clínico
 Em adultos  < 50 vermes  Benigno
 50 - 200  Alguns sintomas e Anemia
 200 -500  Infecção média e Anemia
• Necator americanus
Ancilostoma do novo mundo e  > 1000  Infecção intensa e Anemia
de regiões de climas quentes

O ciclo de vida Morfologia dos vermes adultos

CICLO PULMONAR
Ciclo de Loss - cápsula bucal típica
- bolsa copulatória dos machos
- esôfago musculoso
útero

PENETRAÇÃO PELA PELE


ovário

Tamanho: cerca de 1 cm

ADULTOS NO INTESTINO
DELGADO

A bolsa copulatória dos ancilostomídeos


A cápsula bucal bem desenvolvida
- Característica dos machos
- As variações nos raios de sustentação - porção anterior curvada (tipo gancho)
têm importância taxônomica -cápsula bucal grande
- Espículas -- dentes ou lâminas cortantes

espessamento
cuticular da parede da
cápsula

superfície ventral

superfície dorsal

esôfago

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A cápsula bucal Alimentação


Hookworm = verme-gancho
Ancylostoma duodenale Necator americanus

Vermes adultos se fixam à mucosa intestinal Quanto maior a infestação maior a perda de sangue
jejuno e íleo e se alimentam de sangue
Perda intestinal de sangue (ml/dia)

Perda de sangue x Nº de parasitas

Necator 0,03-0,06 ml/dia x 30 = 1,5 ml/dia


Ancylostoma 0,15-0,30 ml/dia

X 100 = 5-10 ml/dia

Podem viver até 9 anos

° de ovos/grama de fezes
N

Ciclo de vida dos ancilostomídeos


Os ovos
- 5.000 a 30.000 ovos postos por dia

- O desenvolvimento da larva se dá no meio externo


- Eclosão em cerca de 24 horas
- Calor, sombra, umidade e oxigênio No solo
- É infectiva em cerca de 1 semana

- As diferentes espécies apresentam ovos parecidos


A. duodenale 60µm N. americanus 70µm

Pode haver penetração pela


mucosa oral

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23-30oC
No Homem
umidade > 70% - Larvas fazem o ciclo de Loss
No solo presença de O2

PENETRAM PELA PELE (VIA TRANSCUTÂNEA)


Ovo L1 L2 L3 (5-10 dias) OU MUCOSA ORAL
Podem viver 2-3 semanas
- Ganham a circulação, coração e pulmão (L3 L4)
- Dos brônquios sobem para a traqueia, faringe e laringe
MECANISMO DE INFECÇÃO: - São deglutidas e chegam ao intestino delgado (L4 L5)
- Adultos (machos e fêmeas) no intestino
Forma infectante: larvas L3 - Ovos são eliminados com as fezes

Ancilostomíase
Endoscopia – ancilostomose
Localização Patogenia Sintomas
Pele Invasão cutânea e migração Pápulas, eritema, prurido, https://www.youtube.com/watch?v=O0BRXlQIli8
das larvas até o sistema dermatite alérgica
circulatório
Migração das larvas pelo Tosse, bronquite,
Pulmões pulmão, brônquios e traqueia pneumonia, eosinofilia
– inflamação

Intestino delgado Anorexia, dor abdominal e


Fixação dos vermes adultos e
hemorragia intestinal,
lesão da mucosa intestinal,
perda de nutrientes e sangue enterite catarral, deficiência
de ferro, anemia,
hipoproteinemia, edemas,
cansaço

Fixação e movimentação - sangramento

Fatores envolvidos no desenvolvimento Imunidade anti-ancilostomatídeos


e gravidade dos sintomas da doença
 Fase Aguda
1. Espécie e número de parasitas
 Eosinofilia
- Perda de sangue – anemia, hipoproteinemia
- Depleção dos estoques de ferro  ↑ de anticorpos IgE e IgG
- Lesões pulmonares: síndrome de Löeffler (febre,  Reinfecções: incapazes de conferir imunidade sólida
tosse, eosinofilia, pneumonia)
- Necator consome menos sangue  Fase crônica
 Eosinofilia
2. Estado nutricional do hospedeiro
- O grau de anemia depende do conteúdo de Fe da dieta  ↑ de anticorpos IgE, IgG e IgA

 Resposta por células T helper 2 (Th2), com produção de


3. Mecanismos de evasão do parasita
- Secreção de substâncias que interferem IL-4 e IL-5 principalmente, o que leva a aumento da produção
com a resposta imune de muco intestinal e motilidade intestinal.

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Diagnóstico Clínico e Laboratorial


Tamanho Relativo dos Ovos de Helmintos
• Difícil de distinguir de outras helmintíases (fase aguda)

• As fases crônicas são sugestivas - Anemia


• procedência do paciente
• condições de vida
• o hábito de andar descalço, etc

- demonstração de ovos nas fezes


- não é possível distinguir os ovos de Necator e Ancylostoma
- é importante distinguir as formas juvenis
de ancilostomídeos daquelas de Strongyloides stercoralis

Diagnóstico diferencial
Exame de fezes
A, B: Ovos de ancilostomídeos

A
Ovo de Ascaris com cápsula espessa Ovo deTrichuris trichiura
e membrana externa mamilonada – Formato típico
muito resistente

Ovo de Ancylostoma duodenale / Larva de Strongyloides stercoralis


B Necator americanus (esôfago rabditóide)
Ovo leve

Tratamento da Ancilostomíase Profilaxia


 PAMOATO DE PIRANTEL
• As mesmas da transmissão pela ingestão de água
 MEBENDAZOL Repetição após 15 dias
• No entanto é preciso lembrar que a forma mais
 ALBENDAZOL comum de transmissão por esse parasita é via
∗ Suplemento alimentar  Rico em proteínas e penetração ativa através da pele
Ferro • Uso de calçados para evitar a transmissão
• Local adequado para depósito fecal (uso de
∗ Anemia  Sulfato ferroso sanitários, rede de esgoto ou fossas sépticas)

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CASO CLÍNICO Larva Migrans Cutânea


• Criança do sexo feminino, de 3 anos de idade, tinha lesões
eritematopruriginosas no dorso de ambos os pés, com cerca
de 1 mês de evolução, adquiridas durante a estadia na região
do Nordeste brasileiro. De acordo com a mãe, as queixas de
dor e prurido cutâneo em ambos os pés iniciaram-se no dia
em que a criança foi brincar numa caixa de areia do parque
infantil do Hotel onde estavam instalados.

• Foi efetuado o diagnóstico de “micose” por um farmacêutico


local e iniciou-se tratamento com medicação tópica contendo
antifúngico e corticoide, bem como antihistamínico oral. Como
não se obteve melhoria dos sintomas, a criança foi ao
pediatra e ao exame dermatológico a doente tinha múltiplas Ferreira et al., Larva migrans cutânea em
lesões eritematopapulares, serpiginosas, com bordos idade pediátrica: a propósito de um caso
clínico. NASCER E CRESCER,revista do
elevados localizadas a ambos os pés. hospital de crianças maria pia, vol. XII, n.º 4,
2003.

Caso clínico - continuação


• O aspecto das lesões e a história da viagem recente a
Larva migrans Cutânea
uma área endêmica e o fato de ter brincado numa caixa
de areia permitiu o diagnóstico clínico de Larva Migrans
Cutânea. Foi instituído tratamento com Albendazol 400
São helmintos que no homem não completam o
mg/dia durante 3 dias, associado à aplicação tópica nas
lesões de Tiabendazol em creme a 15%. Constatou-se ciclo, migram através da pele
uma evolução favorável com melhoria em 48 h e durante semanas – meses - anos
regressão completa das lesões uma semana depois.

Larva migrans cutânea Larva migrans cutânea

Migram através do tecido


subcutâneo durante semanas - Ancylostoma braziliense
Zoonose
“bicho geográfico”
- Ancylostoma caninum

= dermatite serpiginosa
= dermatite pruriginosa
Hospedeiros eventuais

Órgãos mais acometidos: pés, Hospedeiros definitivos


mãos, nádegas, etc.

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Larva migrans cutânea


Larva migrans cutânea

Apresenta distribuição cosmopolita,


porém ocorre com maior frequência
nas regiões tropicais e subtropicais
 É encontrada por toda parte onde se encontrem cães
e gatos infestados com ancilostomídeos Sintomas: erupção linear e tortuosa na
Trate seu cão
pele, intenso prurido
 O problema é mais frequente em praias e em terrenos
antes de levá-lo
arenosos, onde esses animais poluem ao defecar a praia!
Tratamento: Tiabendazol tópico
 Enterrar os excrementos em lugares com areia favorece Albendazol oral
a eclosão dos ovos e o desenvolvimento das larvas

Profilaxia para
Larva Migrans Larva migrans visceral
e ocular
 Medidas isoladas, tomadas
pelos proprietários de
animais domésticos Toxocara canis

 Tratamento dos animais de • Toxocara canis – maior importância


forma sistemática, com ou sem
exame parasitológico prévio
• Ancylostoma caninum
importância secundária
• Toxocara cati
 Impedir o acesso de animais
aos tanques de areia de
escolas e parques e praia • Distribuição geográfica cosmopolita

Ovo infectante
Larva migrans visceral Larva Migrans Visceral
e ocular As larvas L3 penetram a parede intestinal, atingem a
circulação, distribuindo-se por todo o organismo
Formam granulomas, com infiltrados ricos em
• Ingestão de ovos com L3 eosinófilos
– Circulação sanguínea A severidade do quadro depende da quantidade de
– Pulmões – brônquios, escarro larvas, do órgão invadido e da resposta imunológica
– Ao serem deglutidas chegam ao intestino do hospedeiro
– Podem migrar através das vísceras
Em geral se observa
• As larvas também podem migrar para o Febre, dor abdominal
globo ocular, sendo então denominadas Hipereosinofilia
larva migrans ocular Hepatoesplenomegalia
Linfadenite
Pneumonia

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Larva Migrans Ocular

Em geral NÃO se observa hipereosinofilia e a


resposta imunológica é menos intensa que na LMV

Pode ocorrer formação de granuloma do olho,


hemorragias etc.

Santarém, VA, Sartor, IF; Bergamo, FMM


Rev da Soc Brasileira de Med Trop, 31(6):529-532, 1998.

Diagnóstico
Freqüência de ovos de Toxocara em solo de dez
praças e parques públicos de Botucatu, São Paulo, LM Visceral
Brasil. • É difícil, pois é necessário identificar a larva nos
tecidos através de biópsias
• O quadro de hipereosinofilia e aumento exagerado
Positivo Negativo Total de IgM e IgE, hepatomegalia e histórico de contato
nº % nº % nº íntimo com cães e gatos pode sugerir a suspeita
• Ensaios imunoenzimáticos para detecção de
21 17,5 99 82,5 120 anticorpos específicos
LM Ocular
Santarém, VA, Sartor, IF; Bergamo, FMM
Exame oftalmológico
Rev da Soc Brasileira de Med Trop, 31(6):529-532, 1998.

Tratamento Larva Migrans Visceral


e Ocular Ancilostomíase – Jeca tatu

• Desnecessário  na maioria dos casos “A inteligência do amarelado atrofia-se


quadros benigno e autolimitado e a triste figura, incapaz de ação,
curando-se a infecção espontaneamente incapaz de vontade, incapaz de
progresso, torna-se escravo dos
• Tiabendazol e Ivermectina  formas mais vermes”
severas

(Monteiro Lobato, 1919, Urupês).

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