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CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTO AGOSTINHO

CURSO: ODONTOLOGIA
DISCIPLINA: PROPEDEUTICA EM PERIODONTIA
PROFº KHEOPS RENOIR DE OLIVEIRA
TURMA: 14M4A

DENTIFRÍCIOS
Daisy Soares Catarino
João Mendes de Oliveira Rocha Júnior
Lara Alexandrino do Vale
Suzani Cardoso dos Santos
Thalya Bandeira Santiago
INTRODUÇÃO

 Os dentifrícios inicialmente foram exclusivamente preparados com o único


propósito de promover a higiene bucal, contendo apenas excipientes e adjuvantes,
em uma condição cosmética;
 Atualmente se busca obter os mais diversos efeitos, tais como, antiplaca,
antisséptico, anti-inflamatório, anti-sensibilidade, clareadores e protetores;
 Hoje são utilizados para levar várias substâncias à cavidade bucal, objetivando a
redução da cárie, das doenças gengivais e periodontais, do cálculo dentário, da
hipersensibilidade dentinária e da halitose;
HISTÓRIA DOS CREMES DENTAIS
 O desenvolvimento das pastas de dentes iniciou-se por volta dos anos 300-500
a.C. na China e Índia;
 Durante os anos 3000-500 a.C., os povos egípcios elaboravam a pasta de dentes
misturando cinzas de ossos de boi, pó de arroz e cascas de ovos queimados;
 Relatos da antiga Índia, China e Egito mostraram que os gregos e romanos foram
os povos que desenvolveram e aperfeiçoaram o creme dental;
 A pasta de dentes ou dentifrício foi inicialmente desenvolvida na Inglaterra no fim
do século 18, onde era apresentada em um pote de cerâmica, podendo vir em
forma de pó ou em forma de pasta;
 Mas o creme dental que representou uma evolução importante no mercado foi
criada pelo americano Washington Sheffield, em 1873 e seu filho Tracy, também
dentista, duas décadas mais tarde, que colocou num tubo de metal.
 Nos anos 80, os cremes dentais com flúor dominaram as prateleiras;
 Desenvolvidos na década de 90 os cremes dentais remineralizadores são uma
nova geração de produtos que fortalecem ainda mais o esmalte.
DENTIFRÍCIOS
 Considerados como uma substancia destinada à limpeza dos dentes,
conservação das gengivas e assepsia bucal.
 Decreto n. 79.094, de 05/01/1977 definiu dentifrício como um produto destinado
higiene e limpeza dos dentes, dentaduras postiças e da boca, apresentados
com aspecto uniforme e livres de partículas palpáveis na boca em formas e
veículos condizentes, podendo ser coloridos e ou aromatizados.
 No Brasil, 90% da população utiliza dentifrícios formulados com a combinação
de carbonato de cálcio (CaCO3) como abrasivo e monofluorofosfato de sódio
(Na2FPO3) como sal de fonte de fluoreto.
COMPOSIÇÃO
1. ABRASIVOS:
 São componentes insolúveis que são usados como agentes de limpeza e polimento,
constituem de 35 a 50% do dentifrício, sua finalidade é a de remover da superfície dos
dentes, sem danificarem o esmalte e a dentina, as manchas, placa bacteriana e os
resíduos alimentares;
 Os abrasivos mais usados são carbonato de cálcio, sílica hidratada, pirofosfato de
cálcio, dióxido de silício, óxido de magnésio, metafosfato de sódio insolúvel, óxido de
alumínio, fosfato dicálcio di-hidratado, fosfato dicálcio anidro, fosfato tricálcico, perlita e
silicatos;
2. UMECTANTES:
 Tem a função de impedir que o dentifrício resseque rapidamente, por reter a sua
umidade, melhorando o aspecto e a consistência do produto.
 Exemplos de umectantes utilizados nas formulações dos dentifrícios são: glicerina,
sorbitol e polietilenoglicol.
3. DETERGENTES:
 Tem a função de diminuir a tensão superficial da pasta, permitindo a penetração nas fissuras e
auxiliando na remoção dos detritos da superfície dentária. Sua concentração varia de 3 a 6%;
 Os sabões de sódio e potássio foram os primeiros a serem usados, porém suas desvantagens,
como o elevado pH, sabor e incompatibilidade com outros componentes , tem induzido a sua
substituição por detergentes sintéticos.
 Os tensoativos sintéticos, que normalmente são usados como o laurilsulfato de sódio, o
laurilsulfato de magnésio e o laurilsarcosinato de sódio, podem causar danos aos tecidos moles
da boca, embora in vivo, a saliva neutraliza esses efeitos.
4. AROMATIZANTES:
 Os aromas utilizados são os aromas cítricos como a essência de laranja, limão e tangerina.
Aromas balsâmicos como mentol, cânfora, eucaliptol, timol, hortelã e pinheiro. Aromas de fruta
como groselha, framboesa e banana.
 São usadas em concentrações entre 1 a 3% nas formulações.
5. EDULCORANTES:
 Eliminar o sabor insípido provocado pelos abrasivos e o sabor amargo e irritante que é
proporcionado pelos detergentes, e disfarçar o sabor dos princípios ativos. Usam-se em
percentagens de 0,05 a 0,3%;
 Os mais usados são a sacarina e sais, sorbitol, manitol e xilitol e sais de glicerina.
6. ESPESSANTES:
 Produtos semi-sólidos, transparente, de consistência gelatinosa, compostas de partículas
coloidais que não se sedimentam, serve para encorpar a pasta, utilizadas para evitar a
separação dos componentes sólidos e líquidos. Constituem cerca de 2% das composições dos
dentifrícios;
 Podem ser compostos naturais, como o amido, a goma adragarita, o alginato de sódio, o
carragenato de sódio, a pectina e diversos silicatos coloidais, os derivados da celulose e os
ácidos carboxivinilicos.
7. CONSERVANTES:
 A elevada quantidade de água nas formulações dos dentifrícios líquidos acarreta frequentemente
em invasão por microrganismos, sendo necessário o uso de conservantes, como benzoatos,
formaldeídos e parabenzenos, para evitar a contaminação por bactérias e fungos.
8. SOLVENTES:
 Os solventes usados nos dentifrícios são água e o álcool, estão presentes na
quantidade de 20 a 40% na preparação das pastas.
 Eles são responsáveis pela dispersão ou solubilização dos componentes da fórmula,
proporcionado uma consistência desejada e mantendo o dentifrício fluido.
AGENTES ATIVOS
 AGENTES ANTI-SENSIBILIDADE:
 1. CLORETO DE ESTRÔNCIO: atuam obstruindo os túbulos dentindrios e criando uma barreira
impermeável, devido a sua afinidade com tecidos calcificados estimulando a formação de dentina
reparativa e diminuindo a sensibilidade.
 2. NITRATO DE POTASSIO: reconhecido pela American Dental Association (ADA) como seguro e
efetivo no controle da hipersensibilidade dentindria. Os diferentes sais inorgânicos, contidos no
creme, produzem a decomposição do cálculo existente e evitam, em grande parte, a formação de
novas concreções.
 3. FLUORETO DE ESTANHO: É um sal metálico, antimicrobiano, que age ligando-se à membrana
celular, alterando o metabolismo e diminuindo a adesão bacteriana. Seu mecanismo de ação
provavelmente é dado pela formação de uma película de flúor e estanho, obliterando os túbulos
dentindrios.
 AGENTES PROTETORES:
 1. FLUORETOS: são amplamente usados na prevenção da cárie dental. São agentes
antimicrobianos que atuam como inibidores de diversas enzimas bacterianas responsáveis pela
metabolização de açúcares.
 AGENTES ANTISEPTICOS:
 1. TRICLOSAN: é um agente não iônico que possui amplo espectro antimicrobiano, com atividade
contra bactérias Gram-positivas , Gram-negativas e fungos.
 2. CLOREXIDINA: é um dos agentes antimicrobianos mais eficaz e em geral é utilizada como padrão
para comparar a potencia de outros agentes, apresentando propriedades hidrofílicas e hidrofóbicas. É
utilizada na forma de sal de gluconato e tem mostrado resultado positivo no controle de bactérias
patogênicas presente na cavidade bucal.
 3. BICARBONATO DE SODIO: uma substância alcalinizante e tamponante, servem para elevar o pH.
Ou seja, eles neutralizam o efeito dos ácidos produzidos pelas bactérias durante a fermentação dos
açúcares na boca, tais microrganismos não resistem a pH superior a 6,0.
 AGENTES ANTITARTARO:
 1. PIROFOSFATO DE SODIO: idealizou-se a adição de substancias químicas aos dentifrícios para
interferir com a formação de tártaro. A redução têm sido observados com dentifrícios contendo
pirofosfato que interfere com o seu mecanismo de formação, inibindo o fenômeno de mineralização.
 2. CITRATO DE ZINCO: tem a propriedade de diminuir a formação de calculo e a combinação deste sal
metálico com o triclosan leva a resultados mais favoráveis, pois o citrato de zinco é mais efetivo na placa
bacteriana já existente e o triclosan em inibir a sua formação
 AGENTES CLAREADORES:
 1. PERÓXIDOS: descolora os dentes ao oxidar pigmentos bucais, promovendo' assim uma
remoção química, existe dois mais utilizados, o peróxido de hidrogênio e o peróxido de
carbamida.
 PRODUTOS HERBAIS:
 1. PROPOLIS: substância natural em forma de resina, componente das colmeias de abelhas.
Estudos sugerem que o Própolis auxilia no tratamento da gengivite, com função antimicrobiana e
inflamatória.
 2. ALOE VERA: planta das famílias das lilikeas, popularmente conhecida como babosa, é
extraído de um gel de sua folha. Estudos mostram, entre outras propriedades, resultante das
suas substâncias ativas, ação anti-inflamatória e antibiótico.
 3. JUÁ: Obtida a partir da raspagem da casca do juazeiro. É rica em saponina, um complexo
molecular que da propriedades detergentes.
 4. SANGUINARINA: tem-se a sensação de ardência na boca, seu mecanismo de ação consiste
em alterar a resposta inflamatória. Tem sido retirado dos produtos devido ao seu potencial de
causar lesões orais pré-cancerígenas.
 5. CAMOMILA/SÁLVIA: são utilizadas porque fornecem um eficaz recurso antisséptico e anti-
inflamatório no combate à estomatite, infecção e candidíase.
DENTIFRICIOS NA PERIODONTIA
 Doenças periodontais são iniciadas por infecções bacterianas que formam o biofilme sobre
a superfície dos dentes;

 As respostas imunes e inflamatórias são as primeiras responsáveis pela subsequente


destruição dos tecidos periodontais;

 Periodontite é influenciada por vários fatores, tais como tabagismo, diabetes e genética;

 Porem o foco de qualquer tentativa de prevenir e controlar a doença periodontal é a


manutenção de um nível eficaz de controle de placa por parte da higienização oral.
CONCLUSÃO
 A maioria dos dentifrícios contém flúor, cuja eficácia na redução da progressão da cárie é
significativa, embora sua capacidade de interferir nos fatores responsáveis pelo início da
doença cárie seja nula;

 A escovação com dentifrício fluoretado e importante para a prevenção da carie dentaria (pela
presença de fluoreto, sendo sua eficácia dose-resposta) e para a prevenção de doenças
periodontais (pela remoção da placa);

 Os dentifrícios fluoretados continuam a ser o método mais utilizado;

 Substancias com menos efetividade no controle de placa e com menor quantidade de reações
adversas como o triclosan associado ao citrato de zinco, gantrez ou pirofosfato,
preferencialmente são associados a dentifrícios fluoretados;

 Dos agentes, aquele que mais possui evidência quanto a sua eficácia clinica é o triclosan
associado ao citrato de zinco, copolimero e pirofosfato.
REFERENCIAS
 AC MAGALHAES et al. Uso Racional dos Dentifrícios. RGO - Rev Gaúcha Odontol., Porto
Alegre, v.59, n.4, p. 615-625, out./dez., 2011.

 HOFFMANN, C. H. Dentifrícios em Periodontia. 2008. Florianópolis-SC. Disponível em:


http://tcc.bu.ufsc.br/Espodonto281462.PDF.

 MARTINS, R. S. et al. Composição, princípios ativos e indicações clínicas dos


dentifrícios: uma revisão da literatura entre 1989 e 2011. J Health Sci Inst. 2012;30(3):287-
91.

 Ramos MCC, Rebelo MAB, Rebelo Vieira JM, Miranda LFB, Tabchoury CPM, Cury JA.
Dentifrício fluoretado, vigilância sanitária e o SUS: o caso de Manaus-AM. Rev. Saúde
Publica. 2022;56:9. Disponível em: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2022056003636.

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