Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

LICENCIATURA EM AGROPROCESSAMENTO-LABORAL 2⁰ ANO

IRANETE JACINTO VALTER


MARIO CHICO AMODA
MARQUISINHO JAIME
VALDIMIRO LOPES
ZACARIAS JOÃO ZACARIAS

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL PARA INDIVÍDUOS QUE


VIVEM COM HIV-POSITIVO E OUTRAS DOENÇAS
CRÔNICAS

Quelimane
2023
IRANETE JACINTO VALTER

MARIO CHICO AMODA

MARQUISINHO JAIME

VALDIMIRO LOPES

ZACARIAS JOÃO ZACARIAS

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL PARA INDIVÍDUOS QUE


VIVEM COM HIV-POSITIVO E OUTRAS DOENÇAS
CRÔNICAS

Trabalho de carácter avaliativo a ser


apresentando no Departamento de Ciências
Agrarias, na Cadeira de Nutrição humana básica,
lecionada pelo docente Sérgio Ernesto.

Quelimane
2023
1

Índice
1.Introdução...............................................................................................................................................
1.1. Histórico da doença e práticas preventivas.........................................................................................
2.Objetivo...................................................................................................................................................
2.1. Geral....................................................................................................................................................
2.2. Específico............................................................................................................................................
3.Fundamentação teórica...........................................................................................................................
3.1. Acompanhamento Nutricional............................................................................................................
3.1.1. Avaliação Nutricional......................................................................................................................
3.1.2. Educação Nutricional.......................................................................................................................
3.1.3. Indicações para suporte nutricional.................................................................................................
3.1.4. Avaliações de seguimento................................................................................................................
3.2. Educação Nutricional para Crianças HIV-Positivas...........................................................................
3.2.1. Necessidades de Energia..................................................................................................................
4. Outras doenças crônicas não transmissíveis..........................................................................................
4.1. Hábitos Alimentares............................................................................................................................
4.2. Alimentação inadequada como factor de risco...................................................................................
4.3. Promoção da saúde.............................................................................................................................
Conclusão.................................................................................................................................................
Referências bibliográficas........................................................................................................................
2

1.Introdução
1.1. Histórico da doença e práticas preventivas
O HIV/SIDA, que pode ser definido como o Vírus da Imunodeficiência Humana, ou
mesmo, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é uma das epidemias mais devastadoras da
era moderna. Este vírus foi identificado pela primeira vez em 1983, mas teve sua origem
provavelmente remonta às décadas anteriores na África.
Ele ataca o sistema imunológico humano, enfraquecendo a capacidade do corpo de
combater infecções. A fase avançada da infecção pelo HIV, foi reconhecido na década de
1980, quando se tornou evidente que a doença levava a uma série de infecções oportunistas
mortais. Desde então, o HIV/SIDA teve um impacto global significativo, levando a esforços
de pesquisa, prevenção e tratamento em todo o mundo.
De acordo com OGUNTIBEJU et al. 2007, devido a vários factores todos os indivíduos
com infecção VIH possuem um elevado risco de ficarem desnutridos, o que é preocupante
pois, segundo vários estudos de investigação intensiva, sabe-se que as deficiências
nutricionais estão associadas com o desenvolvimento gradual a infecção por VIH para a fase
de SIDA.
Por outro lado, muitos dos problemas nutricionais que ocorriam nos indivíduos
infectados antes do aparecimento do tratamento anti-retrovírico altamente activo, ainda
persistem actualmente, nomeadamente, a perda de peso e o wasting. (SHEVITZ et al. 2001)
Estes têm sido considerados por vários investigadores como factores de risco
independentes para a progressão do VIH e ocorrência de mortalidade, o que também leva a
que sejam considerados factores inquietantes.
SHEVITZ diz ainda que além destas complicações surgiram novos problemas
nutricionais, que se têm revelado progressivamente comuns, por exemplo, a lipodistrofia,
hiperlipidemia e a resistência à insulina.
Dado que os indivíduos infectados têm maior risco de contraírem doenças com origem
alimentar e/ou na água, a higiene alimentar torna-se outra questão importante.
2.Objetivo
2.1. Geral
 Desenvolver a compreensão sobre a Educação Nutricional para indivíduos que vivem
com HIV e outras doenças crônicas.

2.2. Específico
 Analisar o acompanhamento nutricional;
 Educação nutricional para crianças HIV-Positivas;
3

 Outras doenças crônicas não transmissíveis.


3.Fundamentação teórica
3.1. Acompanhamento Nutricional
De acordo com (CASTRO, p.19, 2009), o acompanhamento nutricional inclui três
componentes: a avaliação, intervenção/educação e o seguimento/revisão nutricional. Devido
ao risco elevado de complicações nutricionais, a intervenção baseada nos dados recolhidos
por uma avaliação completa, deverá ocorrer logo após o diagnóstico de infecção por VIH.
Por outro lado, é importante realçar que o seguimento, tal como a avaliação nutricional,
são procedimentos essenciais para que haja uma óptima prestação de cuidados por parte do
nutricionista.
3.1.1. Avaliação Nutricional
O exame e avaliação nutricional inicial recolhe informação sobre o estado nutricional
que as PVHS(Pessoas que vivem com HIV/SIDA) apresentam no momento, a adequação da
sua dieta, os seus hábitos alimentar es e constrangimentos dietéticos. O exame e avaliação
pode identificar comportamentos alimentar es deficientes e formas de melhorar a dieta.
Além disso, a avaliação nutricional proporciona a base para aconselhamento adequado e
tomada de decisão sobre a necessidade de intervenções como, por exemplo, apoio alimentar.
Neste sentido, a avaliação nutricional base deverá incluir parâmetros antropométricos,
bioquímicos, clínicos e alimentar.
a) Parâmetros Antropométricos
Segundo (CASTRO, p.20, 2009), com o objectivo de identificar pequenas perdas de
peso e casos de wasting (se referem a uma condição de desnutrição em que uma pessoa,
geralmente uma criança, apresenta uma perda rápida e significativa de peso e uma aparência
extremamente magra devido à falta de ingestão adequada de nutrientes), é fundamental que
haja a monitorização do peso e se proceda ao cálculo do índice de massa corporal (IMC).
Para POLO et al. 2006, a percentagem de perda de peso pode ser calculada através da
seguinte fórmula: Percentagem de perda de peso = [(Peso habitual - Peso actual) / Peso
habitual] x100. Por sua vez o índice de massa corporal pode ser calculado através da
fórmula: IMC= Peso (Kg) / (Altura (m))x2.
CASTRO ainda vem dizer que outra questão importante a ter em consideração é que
durante o tratamento da infecção por VIH o paciente pode experimentar perda de músculo,
perda de gordura subcutânea ou hipertrofia adiposa e não se verificar no peso corporal total
do paciente. Por esta razão é também essencial avaliar regularmente a composição corporal.
4

A avaliação da composição corporal permite medir os componentes do corpo,


nomeadamente, a massa corporal magra (músculos, órgãos, e ossos) e a massa gorda.
b) Parâmetros Bioquímicos
De acordo com KNOX et al. 2003, a avaliação bioquímica pressupõe medições
laboratoriais que permitem avaliar o estado nutricional geral e identificar deficiências
nutricionais específicas, nomeadamente medições das proteínas plasmáticas, níveis de
micronutrientes plasmáticos e lípidos plasmáticos bem como parâmetros imunológicos.
Contudo, dado que a infecção por VIH interfere directamente com o sistema
imunológico, os parâmetros imunológicos tornam-se um mau indicador do estado nutricional,
sobretudo em indivíduos gravemente doentes.
Existem valores laboratoriais relacionados com a nutrição que são indicadores das
complicações e do prognóstico da doença, nomeadamente, a albumina, pré- albumina,
transferrina, hemoglobina, hematócrito, creatinina, ureia, glicose, vitamina B12 e proteína C
reactiva. Contudo, deve ter-se em atenção que a presença de respostas inflamatórias e não
necessariamente o comprometimento nutricional pode levar à alteração dos valores
laboratoriais
c) Parâmetros Clínicos
De acordo com VINING et al. 2009, este componente inclui a recolha de informações
respeitantes à história médica e ao exame físico, dos quais se destacam:
 Existência de alguma doença relacionada com a nutrição, nomeadamente, hepatite,
diabetes, obesidade, doença renal, doença cardiovascular, cancro, doença neurológica,
aspectos da saúde oral e alterações ósseas;
 História familiar de doenças relacionadas com a nutrição;
 História do peso do paciente;
 Presença de infecções oportunistas que possam afectar a ingestão ou o metabolismo;
 Existência de complicações gastrointestinais;
 Potenciais interacções entre fármacos e alimentos;
 Informação relativa ao uso de qualquer terapia complementar;
 Efeitos adversos das medicações, relacionados com a nutrição;
 Nível habitual de actividade física.
É importante determinar o nível de actividade física usual no sentido de que este pode
influenciar a prevenção/tratamento do wasting, alterações na deposição de gordura corporal e
outras complicações a longo termo da infecção e tratamento para o VIH.
5

Deve ser tida em atenção a possível existência de limitações, por exemplo, a neuropatia
periférica e a fadiga, que podem estar relacionadas com problemas nutricionais,
nomeadamente, anemias, alterações da vitamina B12, deficiência e toxicidade de vitamina
B6.
d) Parâmetros da ingestão alimentar
De acordo com POLO et al. 2006, a avaliação da ingestão alimentar analisa aspectos
quantitativos e qualitativos, abordando questões como:
 Análise da composição da dieta actual em termos de micro e macronutrientes;
 Recolha de informação relativamente a mudanças alimentares perceptíveis;
 Recolha de informação relativa a intolerâncias/alergias alimentares;
 Recolha de informação relativa a práticas e preferências alimentares dependentes de
aspectos culturais e étnicos;
 Identificação de limitações no acesso aos alimentos e/ou na sua preparação;
 Identificação de limitações no acesso a alimentos e água microbiologicamente
seguros;
 Recolha de informação relativa ao uso de suplementos de micro e/ou macronutrientes;
Para uma estimativa apropriada da ingestão alimentar tanto o método de recolha das
24h anteriores como o de recolha da história alimentar são adequados. Note-se que, devido ao
facto de actualmente ainda não existir cura para a SIDA, os indivíduos que vivem com VIH
podem ser particularmente susceptíveis a informações fraudulentas ou infundamentadas
relacionadas com a nutrição. Por esta razão, o profissional de saúde deverá avaliar qualquer
uso de produtos relacionados com a nutrição considerados fraudulentos ou da moda e
fornecer informação baseada na investigação corrente e princípios de nutrição seguros.
e) Outros parâmetros a avaliar
VINING et al. 2009 diz que, adicionalmente à avaliação nutricional, vários outros
aspectos devem ser debatidos com o paciente. Nomeadamente, deverão abordar-se aspectos
relacionados com a organização de vida do paciente, práticas culturais bem como condições
socioeconómicas. Esta abordagem permitirá ao profissional de nutrição ajudar mais
efectivamente o paciente, no sentido de desenvolver um plano nutricional ajustado. Esta
abordagem deve também ser realizada em conjunto com a equipa de cuidados de saúde.
O profissional de nutrição deverá também ter em consideração aspectos psicológicos
relacionados com o estado nutricional, por exemplo, a história de distúrbios alimentares ou
preocupações com a imagem corporal.
6

As provas funcionais também são importantes pois permitem avaliar a repercussão da


perda de massa muscular, mediante por exemplo, dinamometria.
3.1.2. Educação Nutricional
Uma dieta diversificada e equilibrada, rica em macro e micronutrientes, desempenha
um importante papel na manutenção de um estilo de vida e um corpo saudáveis. Uma dieta
nutritiva pode ajudar a manter o funcionamento adequado do sistema imunológico e
proporcionar a energia, as proteínas e os micronutrientes necessários durante todas as fases da
infecção por HIV. Os nutricionistas deverão trabalhar cooperativamente com os outros
membros da equipa multidisciplinar no sentido de assegurar que os objectivos da intervenção
nutricional são congruentes com outros elementos do plano de saúde (CASTRO, 2009).
a) Recomendações Alimentares
Um indivíduo infectado com VIH/SIDA e assintomático não necessita ter uma
alimentação diferente, contudo, deve fazer o possível para seguir as recomendações
alimentares de modo a satisfazer as suas necessidades aumentadas e a manter o seu estado
nutricional.
Para um indivíduo que vive com a infecção do HIV, deve seguir uma série de
recomendações para uma dieta saudável no estado em que ela se encontra. Algumas
recomendações serão citadas abaixo:
1. Ingerir alimentos básicos em todas as refeições
Dos alimentos básicos fazem parte os cereais como o arroz, milho, trigo e cevada; as
raízes amiláceas como as batatas e mandioca; e as frutas amiláceas como as bananas.
2. Ingerir leguminosas, se possível todos os dias
As leguminosas incluem os feijões, ervilhas, lentilhas, amendoins (incluindo manteiga
de amendoim) e soja. Quando consumidas com alimentos básicos aumentam a qualidade da
proteína e comparativamente às proteínas de origem animal são uma fonte proteica mais
barata
3. Ingerir, regularmente, produtos animais e lácteos
A carne e o peixe devem ser consumidos tão frequentemente quanto seja possível. Este
grupo inclui todas as formas de carnes, peixes, ovos e produtos lácteos como leite, iogurte,
queijo, etc.
4. Ingerir, diariamente, vegetais e frutas
Os vegetais e as frutas são alimentos especialmente importantes neste tipo de pacientes
pois, estes são fontes de vitaminas e minerais que têm um papel crucial no combate a
7

infecções. Neste sentido, deve ser consumida uma grande variedade de cada grupo de modo a
obter diferentes vitaminas e minerais.
5. Utilizar gorduras e óleos bem como alimentos açucarados e açúcar
As gorduras sólidas e líquidas, bem como o açúcar são boas fontes de energia e podem
ajudar a aumentar o peso corporal. Por outro lado, aumentam o sabor dos alimentos
estimulando assim o apetite.
As gorduras incluem por exemplo, a manteiga, a margarina, azeite de confecção, natas e
maionese. Também se encontram em abacates, sementes oleaginosas (girassol, amendoim e
sésamo), carne e peixes, queijos e coalhada. Os açúcares e alimentos açucarados incluem o
mel, compotas, açúcar de mesa, bolos e bolachas.
Porém refira-se que apesar dos açúcares de adição constituírem uma boa fonte de
energia não são ricos noutros nutrientes, pelo que o seu consumo deve ser como
complemento de outros alimentos e não em substituição destes.
6. Beber quantidades abundantes de água segura e limpa
O consumo de água deve ser diário e abundante, especialmente, em situações de muito
calor, durante o trabalho, períodos de suores, diarreia, vómitos ou febre. Adicionalmente, esta
também pode provir de, por exemplo, sopas, hortaliças e frutas.
Dado que o chá ou café diminuem a assimilação de ferro, o consumo destes com
alimentos que contenham este mineral deve ser evitado.
Por outro lado, o consumo de bebidas alcoólicas também deve ser limitado, não só
porque podem interagir com a medicação mas também porque eliminam a água do
organismo.
3.1.3. Indicações para suporte nutricional
Existem situações em que os pacientes não conseguem consumir de forma intencional a
quantidade adequada de energia e proteínas, por conseguinte, nestes casos é indicada a
administração de alimentação entérica. No entanto, tal como ocorre noutras patologias, em
determinados pacientes (por exemplo, com má absorção) a nutrição entérica também não é
possível.
Assim, a nutrição parentérica constitui a única alternativa. Aquando da decisão de
administrar suporte nutricional em pacientes com SIDA o raciocínio nutricional base é o
mesmo que é utilizado noutras doenças crónicas, bem como os pressupostos em que se
baseia, nomeadamente, que os défices nutricionais podem alterar a função imunitária e o
estado funcional geral do paciente; e que podem ocorrer melhorias no estado de desnutrição.
8

3.1.4. Avaliações de seguimento


As avaliações nutricionais de seguimento, segundo a ADA, devem realizar-se uma a
duas vezes por ano no paciente assintomático e duas a seis vezes por ano no paciente
sintomático ou com diagnóstico de SIDA. Porém, a infecção VIH não evolui de forma igual
em todos os pacientes e como tal alguns poderão requerer uma monitorização mais frequente,
isto é, mensalmente até estabilizar.
3.2. Educação Nutricional para Crianças HIV-Positivas
Segundo FANTA, 2004, quando se determina que uma criança é HIV-positiva, devem
ser efectuadas mudanças dietéticas para reflectir as recomendações que se seguem. Para
bebés que estão a ser amamentados e crianças pequenas em quem foi diagnosticado HIV,
aconselha-se a continuação da amamentação e alimentação complementar, de acordo com as
recomendações para a população em geral. As necessidades de energia e proteínas para
crianças HIV-positivas serão apresentadas abaixo.
3.2.1. Necessidades de Energia
FANTA apresenta a ideia de que, crianças assintomáticas, as necessidades de energia
aumentam 10 por cento relativamente às de uma criança saudável da mesma idade.
Quando uma criança é sintomática, mas não está a perder peso, as necessidades de
energia aumentam em 20 a 30 por cento relativamente às de uma criança saudável da mesma
idade.
Quando uma criança é sintomática e está a ter perda de peso, as necessidades de energia
aumentam em 50 a 100 por cento relativamente às de uma criança saudável da mesma idade
3.2.2. Necessidades de Proteínas e Micronutrientes
FANTA acrescenta dizendo que as necessidades de proteínas e micronutrientes são as
mesmas para crianças HIV-positivas e para os seus pares saudáveis.
As crianças HIV-positivas dos 6 aos 59 meses que vivem em zonas de recursos
limitados devem receber suplementos de vitamina A (100.000 IU para bebés de 6–12 meses e
200.000 IU para crianças com mais de 12 meses) em cada 4-6 meses. Este princípio
orientador é idêntico ao recomendado pela OMS para prevenção da deficiência de vitamina A
em crianças.
As crianças com deficiências anteriores em micronutrientes ou consumo inadequado de
proteínas podem necessitar de uma suplementação de micronutrientes ou maior consumo de
proteínas.
Os agregados com crianças HIV-positivas, tal como todos os outros, devem usar sal
iodado (FANTA, 2004).
9

4. Outras doenças crônicas não transmissíveis


OLIVEIRA et al., 2015, foca-se em três doenças que comprovam uma maior relação
com novos hábitos alimentares da nossa sociedade moderna, sendo a obesidade, diabetes e a
hipertensão. A obesidade pode ser um dos fatores para provocar a diabetes ou a hipertensão.
MALTA et al., 2013 diz que a obesidade é uma condição gerada pelo aumento de peso
e excesso de gordura corporal, pode ser avaliada pelo índice de massa corporal (IMC), a
diabetes é um aumento da glicose no sangue devido a falta ou incapacidade do pâncreas de
produzir a hormônio insulina e já a hipertensão é quando os níveis de pressão sanguínea estão
elevados.
4.1. Hábitos Alimentares
Para GALISA et al. 2008, um fato que chama atenção nos hábitos alimentares é a
questão da adolescência, uma fase fundamental na questão da formação do indivíduo, porém
podemos perceber dentro das nossas próprias famílias como essa fase é um das que estão
mais adaptadas à vida moderna, antes por questão de segurança era possível brincar até tarde
na rua, fazer piqueniques, ficar ao ar livre, conviver com a família, atualmente as crianças e
os adolescentes ficam mais tempo no celular, pela agitação e pressa dos pais, eles acabam
optando por comidas prontas ou não incentivam os filhos a prática de atividades físicas.
Os adolescentes costumam sair com seus amigos para ir ao shopping, por exemplo, e
buscam apenas as atividades prazerosas, eles procuram as famosas redes de fast food, onde
existe um grande crescimento e variedades de produtos industrializados, o acesso hoje em dia
é muito fácil a esses locais. É difícil intervir na conscientização para a educação alimentar
com adolescentes por causa de suas mudanças, pelo momento de amadurecimento, etc. Neste
caso, um ponto importante seria dentro das escolas, oferecendo uma educação educacional
nutricional bem elaborada.
4.2. Alimentação inadequada como factor de risco
GALISA diz ainda que a alimentação é algo que influencia o indivíduo através das suas
necessidades pessoais como trabalhar, estudar, ter momentos de lazer, entre outras atividades,
acaba também influenciando na questão da aparência. Quando uma pessoa tem uma
alimentação inadequada, ela pode ser considerada mal nutrida, e começa apresentar sintomas
de irritação, fraqueza e desânimo para exercer as atividades cotidianas conforme
mencionadas acima. O déficit nutricional acarreta diversos sintomas e doenças,
principalmente em relação a crescimento e desenvolvimento, já a obesidade ocorre por causa
de uma alimentação com excessos.
10

Galiza et al., (2008, p.3) definem ainda que ‘’saber alimentar-se conforme suas
necessidades significa comer para viver e não viver para comer’’.
Segundo GOMES, 2015, no setor da alimentação existe uma intensificação e grande
investimento na venda de produtos que não são recomendados para uma alimentação
saudável, produtos ricos em sódio, açúcar, gorduras e calorias. Esses produtos acabam
gerando um lucro muito alto e um retorno alto para as grandes empresas, desse modo vão
surgindo mais empresas novas neste ramo, a população geralmente é dominada pela
preferência a esses alimentos prazerosos. Praticamente permanece uma grande disputa entre
capitalismo e a proteção, prevenção e tratamento na área da saúde, é um assunto
extremamente complexo e isso acontece em todo o mundo, por isso é algo tão preocupante,
os países podem ter culturas diferentes, mas todos parecem estar seguindo para o mesmo
caminho.
4.3. Promoção da saúde
Na promoção da saúde GALISA et al. 2008 apresenta a ideia de que uma das principais
formas de prevenção é a educação alimentar e nutricional, ela é necessária em todas as fases
da vida, na infância, na adolescência, na fase adulta e na gravidez. Por mais que alimentar-se
pareça algo fácil, a maioria das pessoas não tem conhecimento suficiente sobre os riscos que
a alimentação desequilibrada pode ocasionar, o poder aquisitivo tem relação nas escolhas dos
alimentos e essa questão é bastante complicada, porque ter uma renda maior não é sinal de
fazer escolhas certas. O papel da educação nutricional é auxiliares indivíduos ou grupos de
acordo com a sua realidade, também é preciso desmistificar a publicidade, uma grande
influência no dia a dia através das mídias disponíveis.
De acordo com os autores MAHAN e RAYMOND, 2018, a nutrição adequada tem
grande importância nos períodos como crescimento, desenvolvimento e envelhecimento. Já é
reconhecido há algum tempo que os efeitos dos bons hábitos alimentares desde a infância
diminuem o desenvolvimento de doenças, por isso para a prevenção existe a necessidade de
um foco maior na fase de gestação e infância, para que os indivíduos tenham no futuro maior
consciência das suas atitudes e com bom comportamento alimentar continuem buscando
suprir as necessidades de nutrientes apropriados para o seu corpo, dessa maneira também são
capazes de ir passando de geração em geração esses bons hábitos.
ALVARENGA et al. 2019 também diz que outra forma de prevenção que já é
evidente devido aos seus impactos é a atividade física, então o incentivo deveria partir não só
de nutricionistas e educadores físicos, e sim de médicos e outros profissionais da saúde, para
que um estilo de vida ativo não se submeta apenas a academias, por exemplo, e sim com
11

outras atividades como ir caminhando até o trabalho, praticar um esporte diferente que seja
mais prazeroso. Dessa maneira pode ser possível quebrar barreiras com mais facilidade em
relação a atividade ser vista com interesse apenas em busca de aparência.
12

Conclusão
A intervenção nutricional em pacientes que vivem com VIH/SIDA é fundamental, pois
esta contribui para três aspectos essenciais: atrasar a progressão da doença; melhorar a
qualidade de vida dos indivíduos; e aumentar o tempo de vida destes.
Porém, a intervenção nutricional deverá ter início logo após o diagnóstico de VIH
positivo, pois os efeitos da infecção por VIH no estado nutricional ocorrem aquando do
começo da infecção, possivelmente, mesmo antes do indivíduo saber que está infectado.
Estes efeitos podem ser consequência de vários factores, os quais influenciam as
necessidades nutricionais do paciente VIH positivo, (POLO et al. 2006). No entanto, vários
estudos apontam a baixa ingestão energética juntamente com um aumento das necessidades
energéticas como os principais factores contribuintes para a perda de peso e wasting
associados à infecção VIH.
Neste contexto, dada a importância da intervenção nutricional, esta não deverá ser vista
como uma terapia alternativa, mas sim como uma terapia adjuvante, essencial para optimizar
o tratamento médico da doença.

Pergunta extra
Porque é que a província da Zambézia, apesar de alta produção de cereais, oleoginosas
e frutas apresenta grandes taxas de desnutrição crónica em crianças?
R.: As altas taxas de desnutrição crônica em crianças, apesar da produção agrícola de cereais,
oleaginosas e frutas na província da Zambézia, podem ser atribuídas a diversos factores
interligados, incluindo:
- Subidas constantes de preço dos alimentos;
- Pobreza;
- Práticas inadequadas de alimentação e cuidados infantis;
- Infraestrutura precária e acesso limitado a serviços de saúde;
- Factores culturais e sociais;
- Subidas constantes de preço dos alimentos;
- Falta de acesso a uma dieta nutritiva.
13

Referências bibliográficas
1. Ema Daniela Rocha Castro “Nutrição e HIV/SIDA, COMO É IMPORTANTE…
(NUTRITION AND HIV/AIDS, HOW IMPORTANT IS…)Porto, 2009;
2. Polo R, Gomez-Candela C, Miralles C, Locutura J, Alvarez J, Barreiro F, et al.
Recomendaciones de SPNS/GEAM/SENPE/AEDN/SEDCA/GESIDA sobre nutrición en
el paciente con infección por VIH. Ministerio de Sanidad y Consumo, Gobierno de
España; 2006
3. Vining L. General Nutrition Issues for Healthy Living with HIV Infection. Hendricks
KM, Dong KR, Gerrior J, editores. In: Nutrition management of HIV and AIDS.
American Dietetic Association 2009
4. Knox TA, Zafonte-Sanders M, Fields-Gardner C, Moen K, Johansen D, Paton N.
Assessment of nutritional status, body composition, and human immunodeficiency virus-
associated morphologic changes. Clin Infect Dis. 2003
5. FANTA (Food and Nutrition Technical Assistance) Project. 2004
6. OLIVEIRA, B.M.S.; VIEIRA, E.M.M.; RAUSH, R.A.V.G.; FIGUEIREDO, A.L.R.;
COUTINHO, G.V.P. Hábitos alimentares relacionados ao desenvolvimento de doenças
cardiovasculares em adolescentes. 2015
7. MALTA, D. C .;JR SILVA, J. B. O plano de ações estratégicas para o enfrentamento das
doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e a definição das metas globais para o
enfrentamento dessas doenças até 2025: uma revisão. 2019
8. GOMES, F. S. Conflitos de interesse em alimentação e nutrição. 2015
9. GALISA, Mônica. et al. Nutrição, conceitos e aplicações. São Paulo: 2008.
10. MAHAN, K,; RAYMOND, J. Krause alimentos, nutrição e dietoterapia. 14.ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2018.
11. ALVARENGA, Marle. et al. Nutrição comportamental. 2.ed. São Paulo: Barueri, 2019.

Você também pode gostar