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INTEGRAL À
SAÚDE DO
ADULTO I
Introdução
Nos últimos anos, tem-se observado uma alteração da pirâmide etária no
Brasil e no mundo: há um aumento da expectativa de vida da população,
o que faz com que ocorra um aumento da população idosa. Nessa po-
pulação, há a prevalência das doenças crônicas não transmissíveis, entre
as quais se destaca o câncer.
Por isso, esforços vêm sendo envidados para o controle e a prevenção
dessa doença, que se manifesta em diversos tipos, mas com fatores de
risco em comum, já bem evidenciados pelas pesquisas científicas. Nesse
contexto, o enfermeiro é o profissional da equipe de saúde que atua em
todos os estágios da doença, desde a prevenção até os cuidados paliati-
vos. Assim, a assistência de enfermagem exerce um papel fundamental
para a qualidade de vida do paciente oncológico.
Neste capitulo, você vai conhecer os dados epidemiológicos do câncer
e seu impacto na assistência em saúde, vendo os principais tipos de câncer
que atingem as mulheres e os homens, aprendendo sobre as técnicas
cirúrgicas especiais para o tratamento do câncer e identificando a técnica
de punção por hipodermóclise no cuidado do paciente com essa doença.
2 Técnicas e cuidados de enfermagem no paciente oncológico
Mulheres
Segundo o INCA (2018), o câncer de mama apresenta maior incidência em
mulheres e é seguido do de cólon e reto e do de colo do útero. No Quadro 1,
a seguir, você pode conferir a incidência, no Brasil, dos diferentes tipos de
câncer nas mulheres no ano de 2018.
Técnicas e cuidados de enfermagem no paciente oncológico 3
Quadro 1. Incidência, no Brasil, dos diferentes tipos de câncer nas mulheres em 2018
https://qrgo.page.link/4nW4
Homens
Nos homens, os órgãos mais atingidos pelo câncer são a próstata, o trato
respiratório (traqueia, brônquio e pulmão) e o cólon e o reto. O Quadro 2, a
seguir, apresenta a incidência, no Brasil, dos diferentes tipos de câncer nos
homens no ano de 2018.
Quadro 2. Incidência, no Brasil, dos diferentes tipos de câncer nos homens em 2018
Cirurgia a laser
As cirurgias desse tipo utilizam o laser, que é um feixe de energia altamente
concentrado, para destruir as células tumorais. O uso do laser pode ser cirúrgico
ou para biópsia (INSTITUTO ONCOGUIA, 2018).
8 Técnicas e cuidados de enfermagem no paciente oncológico
Como o laser pode ser direcionado para a lesão tumoral, destruindo o tumor
com precisão, sem a necessidade de uma grande incisão, considera-se esse
tipo de cirurgia como menos invasiva do que a cirurgia tradicional. O laser
também pode ser usado em cirurgias de fotoablação ou fotocoagulação — neste
caso, ele é utilizado para destruir tecidos ou selar tecidos e vasos sanguíneos.
A Figura 2, a seguir, ilustra o laser na célula cancerígena.
Eletrocirurgia
Esta técnica utiliza a corrente elétrica de alta frequência para destruir as
células (INSTITUTO ONCOGUIA, 2018). A corrente elétrica é produzida
por um gerador, chega ao órgão alvo através de um eletrodo e sai por um
eletrodo neutro (TRINDADE; GRAZZIOTIN; GRAZZIOTIN, 1998). Quando
essa corrente elétrica encontra uma resistência, produz calor, que exerce seus
efeitos terapêuticos de corte ou coagulação.
A principal complicação relacionada a essa técnica cirúrgica é a queima-
dura. Um cuidado fundamental nesse tipo de cirurgia é a retirada de adornos
metálicos, que podem oferecer um caminho alternativo para a saída da corrente
elétrica do corpo do paciente, o que pode produzir queimaduras.
Técnicas e cuidados de enfermagem no paciente oncológico 9
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Criocirurgia ou crioablação
Esta técnica cirúrgica consiste na introdução de uma sonda de metal resfriada
com nitrogênio líquido diretamente no tumor, de modo que as células anormais
são destruídas por congelamento (INSTITUTO ONCOGUIA, 2018).
Os mecanismos que estão envolvidos na destruição celular são a desidrata-
ção osmótica, a desnaturação enzimática, a disfunção e a ruptura da membrana
celular e alterações estruturais vasculares.
A criocirurgia pode ser realizada por meio de cirurgia aberta, laparoscopia
ou por via percutânea. A cirurgia aberta raramente é utilizada, pois a crioci-
rurgia (Figura 3) prevê ser minimamente invasiva.
Figura 3. Criocirurgia.
Fonte: Tarantino (2009, documento on-line).
10 Técnicas e cuidados de enfermagem no paciente oncológico
Cirurgia de Mohs
A técnica de Mohs é utilizada no tratamento de câncer de pele. A retirada
tecidual é feita por camadas, que são avaliadas ao microscópio imediatamente.
Essas camadas são retiradas até que não seja identificado tecido tumoral na
amostra retirada a partir de mapeamento cirúrgico e histológico.
A cirurgia de Mohs (Figura 4) é utilizada quando não se conhece a extensão
da doença ou quando é necessário preservar o máximo de tecido saudável.
Geralmente, utiliza-se anestesia local.
Vídeo
Instrumentos
Câmera laparoscópicos
Intestino
Epiderme
Derme
Tecido subcutâneo
Músculo
Pele
levantada
Epiderme
Derme
Tecido Pele esticada
subcutâneo
Músculo Músculo
Vantagens Desvantagens
Epiderme
Derme
Tecido
subcutâneo
Músculo
1. Parte externa
superior dos braços
2. Abdome
3. Nádegas
4. Parte externa
superior das coxas
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Materiais necessários:
■■ solução preparada para ser instalada (soro, medicamentos);
■■ escalpes número 23, 25, 27;
■■ equipo com dosador ou bomba de infusão;
■■ solução antisséptica;
■■ gaze, luva de procedimento;
■■ filme transparente para fixar.
Técnica:
■■ lavar as mãos;
■■ certificar-se de que o medicamento ou solução é compatível com
essa via;
■■ explicar ao paciente/família sobre o procedimento;
■■ escolher o local para a punção;
■■ preencher o circuito intermediário do escalpe com soro fisiológico
0,9%;
■■ fazer antissepsia e prega cutânea;
■■ introduzir o escalpe num ângulo de 45º abaixo da pele na prega
cutânea;
■■ fixar o escalpe com filme transparente;
■■ aspirar cuidadosamente de forma a garantir que nenhum vaso seja
atingido;
■■ aplicar o medicamento ou conectar o escalpe ao equipo da solução
e calcular o gotejamento;
■■ identificar a punção com data, horário, calibre do dispositivo, nome
do medicamento administrado e o nome do profissional que realizou
o procedimento.
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Cuidados de enfermagem
Recomenda-se a troca do sítio de punção a cada 48 ou 96h.
A cada utilização da via, realizar desinfecção do lúmen de acesso e das
conexões com álcool 70%.
Inspecionar o local da punção diariamente, observando sinais de irri-
tação, inflamação ou qualquer outro desconforto.
Avaliar a presença de hematomas ou edemas, pois a sua presença pode
influenciar na absorção dos fluidos.
Avaliar as características da solução a ser infundida e sua compatibi-
lidade com a via subcutânea. Soluções muito ácidas ou muito básicas
causam irritação local e precipitação.
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Leituras recomendadas
AFONSO, C. T. et al. Risco do uso do eletrocautério em pacientes portadores de adornos
metálicos: Artigo de Revisão. ABCD - Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, São Paulo,
v. 23, n. 3, p. 183-186, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abcd/v23n3/
v23n3a10.pdf. Acesso em: 30 maio 2019.
ANTUNES, A. A.; ANTUNES, A. P.; SILVA, P. V. Papel da criocirurgia no tratamento das
neoplasias cutâneas do segmento cabeça e pescoço: análise e 1900 casos. Revista do
Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Rio de Janeiro, v. 33, n. 2, mar./abr. 2006. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v33n2/v33n2a10.pdf. Acesso em: 30 maio 2019.
CARDOSO, D. H.; MORTOLA, L. A.; ARRIEIRA, I. C. O. Terapia subcutânea para pacientes
em cuidados paliativos: a experiência de enfermeiras na atenção domiciliar. Journal of
Nursing and Health, Pelotas, v. 6, n. 2, p. 346-354, 2016. Disponível em: https://periodicos.
ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/view/6478. Acesso em: 30 maio 2019.
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