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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
ASSISTÊNCIA DA EQUIPE TÉCNICA DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO
DO CÂNCER DE MAMA
RESUMO
O presente trabalho busca destacar a relevância da assistência da equipe técnica de
enfermagem no atendimento a paciente acometida por câncer de mama, bem como as ações
que devem ser adotadas pela equipe técnica de enfermagem, na busca por atender e amparar
estas pacientes. O índice de mulheres vítimas fatais do câncer de mama é alarmante, visto ser
o mais comum, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano, porém se diagnosticado e
tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom. No que tange ao câncer de mama
em homens é pouco discutido, devido ao baixo número de incidências, pois o câncer de mama
masculino atinge 1 homem para cada 1.000 mulheres, representando menos de 1% de todos os
cânceres em homens nos EUA, e é responsável por 0,1% da mortalidade dos homens por
câncer. Este foi o fator relevante para a realização desta pesquisa bibliográfica, com
abordagem qualitativa indireta, sendo os dados coletados por meio de livros, artigos, revistas
e sites, com o objetivo de conhecer em profundidade as especificidades do câncer de mama,
suas implicações e a importância do técnico de enfermagem na prevenção e tratamento do
câncer de mama. A revisão demonstrou que a equipe técnica de enfermagem deve estar
adequadamente capacitada, sendo esta, alcançada com um conhecimento técnico científico
suficiente para lidar com o tratamento das mulheres portadoras de câncer de mama.
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Aluno Graduando do Curso Técnico em Enfermagem pelo Instituto Dimensão de Pelotas. E-mail:
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1. INTRODUÇÃO
O Brasil tem enfrentado nos últimos anos um quadro marcado pela grande incidência
de doenças crônico-degenerativas. O câncer é a principal, por ser a segunda causa de morte
por doença no país, sendo que a estimativa para 2009 foi de 466.730 novos casos de câncer. A
melhoria na qualidade de vida no plano sócio econômico e o avanço da medicina além de
facilitar o diagnóstico, aumentou a expectativa de vida e consequentemente o número de
casos novos de câncer (INCA, 2008).
O câncer de mama é uma doença heterogênea e complexa, que se apresenta de
múltiplas formas clínicas e morfológicas, com diferenças na pré e pós menopausa, com
diferentes graus de agressividade tumoral e potencial metastático, atingindo frequentemente
mulheres após os quarenta anos de idade, embora se tenha observado um fenômeno em nível
mundial, do aumento de sua incidência em faixas etárias mais jovens (PINHO et al., 2007).
As causas do câncer de mama ainda não foram determinadas com exatidão. Os fatores
de risco significativos são: história familiar de câncer mamário em mãe, irmã, avó e tia, ter
mais de 45 anos e estar no período pré menopausa. Outros fatores de risco prováveis que
ainda estão sendo investigados, inclui ciclo menstruais longos; início precoce da menstruação
ou menopausa tardia; exposição a radiação; tratamento com estrógeno ou com agente anti-
hipertensivo; uso de álcool e tabaco; doença fibrocística preexistente. A descoberta do gene
BRCA1 do câncer de mama confirma a tese de que essa doença pode ser transmitida pela mãe
ou pelo pai (BOUNDY, 2004).
Segundo o INCA (2011) embora a hereditariedade seja responsável por apenas 10%
do total de casos, mulheres com história familiar de câncer de mama, (mãe ou irmãs) foram
acometidas antes dos 50 anos, apresentando maior risco de desenvolver a doença. Esse grupo
deve ser acompanhado por médico a partir dos 35 anos. Frente ao conhecimento é o
profissional de saúde quem vai decidir quais exames a paciente deverá fazer. Primeira
menstruação precoce, menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos
e não ter tido filhos também constituem fatores de risco para o câncer de mama.
As mamas geralmente não são do mesmo tamanho. A forma da mama pode variar em
função da idade, lactação, gestação, obesidade e período menstrual. São divididas em
quadrante superior, inferior e região central. A divisão em quadrante é importante para a
localização e correlação dos achados nos exames clínicos e de imagem (CHAGAS C.R. et al,
2011). O câncer de mama ocorre quando as células da mama passam a se dividir e se
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reproduzir muito rápido e de forma desordenada. A maioria dos cânceres de mama acomete as
células dos ductos das mamas. Por isso, o câncer de mama mais comum se chama Carcinoma
Ductal. Ele pode ser in situ, quando não passa das primeiras camadas de célula destes ductos,
ou invasor, quando invade os tecidos em volta. Os cânceres que começam nos lóbulos da
mama são chamados de Carcinoma Lobular e são menos comuns que o primeiro. Este tipo de
câncer muito frequentemente acomete as duas mamas. O Carcinoma Inflamatório de mama é
um câncer mais raro e normalmente se apresenta de forma agressiva, comprometendo toda a
mama, deixando-a vermelha, inchada e quente (CHAGAS C.R. et al, 2011).
As considerações do técnico de enfermagem em oncologia evoluíram muito desde seu
aparecimento como as especialidades, e a literatura existente aponta e preconiza importante
papel da enfermagem no apoio ao paciente oncológico nas várias fases de sua doença. Pensar
hoje em oncologia é pensar em sobrevida com qualidade e não se fixar na cura da doença
(CAMARGO; SOUZA, 2003).
Portanto, a prática da enfermagem em oncologia evoluiu para a assistência ao cliente e
sua família através da educação, provendo suporte psicossocial, administrando a terapia
recomendada, selecionando e administrando intervenções que diminuam os efeitos colaterais
da terapia proposta, participando da reabilitação e provendo conforto e cuidado.
Tendo em vista a relevância do câncer de mama para a população feminina, o presente
trabalho justifica-se como oportunidade para debater o tema em questão com o intuito de
ressaltar para os profissionais de saúde a importância de se implementar ações de prevenção,
diagnóstico e tratamento precoce da enfermidade, considerando-se a efetividade e eficácia dos
cuidados, logo que colocadas em prática
O câncer de mama em homens é uma patologia relativamente incomum. Atinge 1
homem para cada 1.000 mulheres (1), representa menos de 1% de todos os casos de câncer
em homens nos EUA e é responsável por 0,1% da mortalidade por câncer no sexo masculino
(LEME, 2006). Alguns estudos indicam que a incidência desse tumor vem aumentando para
1,08 por 100.000 (ARCH, 2006). Esta prevalência da patologia no homem aumenta com a
idade (DIAS, et. al., 1994). No Brasil, não houve redução nas taxas de mortalidade por câncer
de mama masculino, a taxa de mortalidade, nos últimos anos tem a maior incidência nos
estados do sul do país, destacando-se o Rio Grande do Sul (INCA, 2014). Dentre os
continentes, a Ásia supera os demais, enquanto a América do Sul e Central apresentam os
menores índices. (SAVI, 2008).
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3. DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA
A mama feminina é constituída por um corpo glandular que está sobre a parede do
tórax. Envolvido pela fáscia e recoberto por pele, se estende até a região da axila. A pele se
diferencia em sua porção central, formando a aréola de onde emerge a papila, constituindo o
complexo areolo papilar. A mama é dividida em 15 a 20 lobos mamários independentes,
separados por tecido fibroso, de forma que cada um tem a sua via de drenagem, que converge
para a papila, através do sistema ductal, sendo pelo: ácino - porção terminal da “árvore”
mamária, onde estão as células secretoras que produzem o leite; lóbulo mamário - que é o
conjunto de ácinos; lobo mamário - unidade de funcionamento formada por um conjunto de
lóbulos (15-20) que se liga à papila por meio de um ducto lactífero; ducto lactífero - sistema
de canais (15-20) que conduz o leite até a papila, o qual se exterioriza através do orifício
ductal; papila - protuberância composta de fibras musculares elásticas onde desembocam os
ductos lactíferos; auréola - estrutura central da mama onde se projeta a papila; tecido adiposo
- todo o restante da mama é preenchido por tecido adiposo ou gorduroso, cuja quantidade
varia com as características físicas, estado nutricional e idade da mulher; ligamentos de
Cooper - responsáveis pela retração cutânea nos casos de câncer de mama, são expansões
fibrosas que se projetam na glândula mamária.
O corpo glandular é formado por dois sistemas: o sistema ducal formado por ductos
que iniciam na papila e possuem várias ramificações ductais, e o sistema lobular, composto
por lóbulos, localizados nas extremidades ductais, são responsáveis pela formação de leite que
é transportados pelos ductos. Os dois sistemas são sustentados por tecido conjuntivo e
gordura, por onde passam os nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. Os vasos linfáticos drenam
a linfa para ao linfonodos das cadeias axilar e mamaria. O assoalho muscular é composto por
músculo peitoral maior, peitoral menor e serrátil anterior, que se relaciona com a face
profunda da mama separando-se do gradil costal (CHAGAS C.R. et al, 2011).
As mamas geralmente não são do mesmo tamanho. A forma da mama pode variar em
função da idade, lactação, gestação, obesidade e período menstrual. São divididas em
quadrante superior, inferior e região central. A divisão em quadrante é importante para a
localização e correlação dos achados nos exames clínicos e de imagem (CHAGAS C.R. et al,
2011).
O câncer de mama ocorre quando as células da mama passam a se dividir e se
reproduzir muito rápido e de forma desordenada. A maioria dos cânceres de mama acomete as
células dos ductos das mamas. Por isso, o câncer de mama mais comum se chama Carcinoma
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Ductal. Ele pode ser in situ, quando não passa das primeiras camadas de célula destes ductos,
ou invasor, quando invade os tecidos em volta. Os cânceres que começam nos lóbulos da
mama são chamados de Carcinoma Lobular e são menos comuns que o primeiro. Este tipo de
câncer muito frequentemente acomete as duas mamas.
O Carcinoma Inflamatório de mama é um câncer mais raro e normalmente se
apresenta de forma agressiva, comprometendo toda a mama, deixando-a vermelha, inchada e
quente(CHAGAS C.R. et al, 2011).
O espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da mama inclui
hiperplasia, hiperplasia atípica, carcinoma in situ e carcinoma invasivo. Dentre esses últimos,
o carcinoma ductal infiltrante é o tipo histológico mais comum e compreende entre 80 e 90%
do total de casos(WHO, 2008).
O câncer de mama, como muitos dos cânceres, tem fatores de risco conhecidos.
Alguns destes fatores são modificáveis, ou seja, pode-se alterar a exposição que uma pessoa
tem a este determinado fator, diminuindo a sua chance de desenvolver este câncer. Existem
também os fatores de proteção. Estes são fatores que, se a pessoa está exposta, a sua chance
de desenvolver este câncer é menor. São esses fatores: Idade; Exposição excessiva a
hormônios; Radiação; Dieta; Exercício Física; História Ginecológica; História Familiar;
Alterações nas mamas. Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua
incidência cresce rápida e progressivamente (CANCER RESEARCHA UK, 2011).
O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente
indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem
definidos. Outros sinais de câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja;
retração cutânea; dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e
secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao
câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de
glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila
(KOSTERS;GOTZSCHE,2008).
Segundo Mohallem & Rodrigues (2007), as causas do câncer de mama são
desconhecidas, mas é aceita pela comunidade científica a relação da doença com fatores
próprios do hospedeiro, como a duração da atividade ovariana e a hereditariedade, além de
fatores ambientais, tais como alimentação e utilização de determinados medicamentos.
Alguns autores referem também a idade, localização geográfica, consumo de álcool, uso de
contraceptivo oral e terapia de reposição hormonal como fatores de risco associados às
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A Organização Mundial de Saúde - OMS (2014) estimou que para o ano de 2030, 27
milhões de casos incidentes de câncer, 17 milhões de mortes e 75 milhões de pessoas vivas
portando a doença. Dentre os tipos de cânceres mais incidentes, tem se o câncer de mama e
estimou-se cerca de 580 mil casos novos de câncer por ano (INCA, 2014).
Ainda, segundo o mesmo autor, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres,
correspondendo a 22% dos casos novos a cada ano. Embora raro, o câncer de mama pode,
sim, afetar os homens, correspondendo a menos de 1% do total de casos de câncer de mama.
A neoplasia de mama em homens é diagnosticada com base em uma alteração na mama
(fig.1), geralmente notada pelo próprio paciente, já que não existe rastreamento de câncer de
mama em homens (KALIKS, 2010).
De um modo geral, o diagnóstico do câncer é feito com base em achados de história
clínica e exame físico, associados a exames complementares tais como mamografia,
ultrassonografia, exames citopatológicos e biópsias (INCA, 2014). As taxas de prevalência do
câncer de mama em homens variam geograficamente, sendo maiores na África, entre 05 e 15
casos a cada 100 mil habitantes, onde causas infecciosas endêmicas causam danos hepático e
hiper estrogenismo secundário (FENTIMAN, FOURQUET, HORTOBAYGI, 2006).
A etiologia do câncer de mama masculino é desconhecida, porém são conhecidos
fatores associados a maiores riscos para desenvolver esse tipo de câncer como os fatores
genéticos, hormonal, ocupacional e sedentarismo. Em relação ao fator genético, a história
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familiar positiva em parentes de primeiro grau está presente em 20% dos homens com câncer
de mama e a predisposição genética está associada ao do câncer de mama aumentando até 2,5
vezes as chances de o homem desenvolver a doença (FENTIMAN, FOURQUET,
HORTOBAYGI, 2006). Ainda, segundo os autores, o uso de estrogênio exógeno aumenta o
risco de tumores em situações como, por exemplo, no tratamento hormonal do câncer de
próstata e seu uso por transexuais.
Os fatores prognósticos do câncer de mama masculino são similares aos das mulheres,
incluindo: tamanho do tumor, grau histológico, estado dos linfonodos axilares e presença de
receptores hormonais. Devido à falta de rastreamento, casos de câncer de mama em homens
acabam sendo diagnosticados, em média, mais tarde que em mulheres. A média da idade do
diagnóstico do câncer de mama masculino é de 67 anos de idade, contra 61 anos de idade
entre as mulheres. Também pela falta de rastreamento, os casos em homens acabam sendo
diagnosticados quando o tumor já está maior e como maior nível de comprometimento dos
tecidos adjacentes (KALIKS, 2009).
Homens que desenvolvem câncer de mama têm um risco aumentado de desenvolver
um segundo tipo câncer ao longo da vida, com 20% de chances. Desta reincidência de casos
de câncer, os mais comuns são câncer de próstata, cólon e bexiga (KALIKS, 2009). Os fatores
mais importantes para o prognóstico é o estadiamento da doença e o comprometimento axilar.
As taxas de sobrevida, em geral, estimadas para o câncer de mama masculino, são de
aproximadamente 40% a 65% em cinco anos e de 17% a 50% em 10 anos (FENTIMAN,
FOURQUET, HORTOBAYGI, 2006).
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3.1 FÁRMACOS UTILIZADOS
Brunner & Suddarth (2002), que um diagnóstico de câncer se embasa na análise das
alterações fisiológicas e funcionais e nos resultados da investigação diagnóstica. Os pacientes
com suspeita de câncer sofrem extensos exames para: determinar presença do tumor e sua
extensão; identificar a possível disseminação (metástase) da doença ou invasão de outros
tecidos corporais; avaliar a função dos sistemas orgânicos e órgãos afetados e nãoafetados; e
obter tecidos e células para análise, incluindo a avaliação dos estágios e grau do tumor. A
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avaliação diagnóstica é orientada pelas informações obtidas através de uma história completa
e do exame físico.
Conforme descrito pelo Inca (2004), os critérios citológicos para a avaliação das
lesões mamárias podem ser categorizados como: padrão citológico benigno, negativo para
malignidade; padrão citológico positivo para malignidade - apresenta celularidade alta, com
células epiteliais atípicas, geralmente isoladas e com citoplasma intacto, ausência de núcleos
nus e redução da coesão celular. Sempre que possível acompanha a especificação diagnóstica
do processo; padrão citológico de malignidade indeterminada (tumor papilar, tumor filóide);
padrão citológico suspeito para malignidade (lesão epitelial proliferativa com atipias).
Segundo Brunner & Suddarth (2002), uma avaliação diagnóstica completa inclui a
identificação do estágio e do grau do tumor. Isso é feito antes de iniciar o tratamento, para
gerar parâmetros basais de avaliação dos resultados da terapia e para manter uma conduta
sistemática e consistente com o diagnóstico e tratamento contínuo. As opções de tratamento e
prognóstico são determinados com base no estadiamento e na gradação. O estadiamento
determina o tamanho do tumor e a existência de metástase.
Segundo Brunner & Suddarth (2006), as opções de tratamento oferecidas aos pacientes
com câncer devem ser baseadas em metas realistas e atingíveis para cada tipo específico de
câncer. A gama de possíveis metas de tratamento pode incluir a erradicação completa das
doenças malignas (cura), sobrevida prolongada e contenção do crescimento da célula
cancerosa (controle) ou alívio dos sintomas associados à doença (paliativo).
A equipe de saúde, o paciente e a família devem ter uma compreensão clara das
opções e metas do tratamento. A comunicação aberta e o apoio são vitais, já que o paciente e
a família reavaliam periodicamente os planos e metas de tratamento quando se desenvolvem
as complicações da terapia ou a doença avança (BRUNNER; SUDDARTH, 2006). O
tratamento do câncer requer uma estrutura médico-hospitalar e recursos humanos
qualificados, integrando equipes multiprofissionais. O tratamento do câncer pode ser feito
através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos
casos, é necessário combinar essas modalidades (INCA, 2002).
Tratamentos:
Cirurgia:
A cirurgia foi o primeiro tratamento que alterou significativamente o curso da doença
neoplásica e, até hoje, é um dos principais métodos terapêuticos (INCA, 2008). Segundo
Pollock, et all (2006) embora possa haver discussões sobre o significado relativo e o impacto
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geral de fatos específicos, alguns fatos novos indicaram o início de novas eras de melhor
eficácia terapêutica para determinadas neoplasias.
A mastectomia radical, por exemplo, tornou-se o tratamento de escolha para o câncer
de mama pouco depois de 1900 quando Halsted demonstrou o controle eficaz da doença na
parede torácica pela primeira vez. De acordo com Brunner & Suddarth (2002), a excisão
cirúrgica da totalidade do câncer permanece como o método de tratamento ideal e é o mais
frequentemente usado. Contudo, a conduta cirúrgica específica pode variar por diversos
motivos. A cirurgia diagnóstica é o método definitivo para identificar as características
celulares que completam todas as decisões de tratamento. A cirurgia pode ser o método
primário de tratamento, ou pode ser profilática, paliativa ou reconstrutora.
Radioterapia:
O tratamento radioterápico se dá à base de aplicação de radiação direcionada ao tumor
ou ao local deste e tem por objetivo, se antes da operação, reduzir o tamanho do tumor, e se
após, evitar a volta da doença. A radiação bloqueia o crescimento das células, e deve ser
utilizada apenas na área afetada, evitando atingir o tecido normal. As aplicações duram cerca
de 15 minutos e devem ser feitas diariamente, variando de 25 a 30 aplicações.
O tratamento não apresenta complicações. O local das aplicações adquire uma
coloração parecida com a de uma queimadura de sol (BRUNNER; SUDDARTH, 2002). Na
terapia, os radioisótopos são utilizados em doses elevadas visando justamente ao efeito
deletério da radioatividade sobre determinados tecidos, permitindo o estudo da fisiologia e das
transformações bioquímicas dos organismos vivos em condições normais, sem lhes alterar a
higidez. O objetivo da radioterapia é alcançar um índice terapêutico favorável, levando as
células malignas a perderem a sua lonogenicidade e, ao mesmo tempo, preservando os tecidos
normais (INCA, 2008).
Segundo Brunner & Suddarth (2006), a dosagem de radiação depende da sensibilidade
dos tecidos-alvos à radiação e do tamanho do tumor. A dose tumoral letal é definida como
dose que erradicará 95% do tumor, enquanto preserva o tecido normal. A dose de radiação
total é liberada durante várias semanas para possibilitar que o tecido saudável se repare e para
atingir a maior morte celular ao expor mais células à radiação quando elas começam a divisão
celular ativa.
Quimioterapia:
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também toda a equipe inter profissional, dentro da sua complexidade conceitual e operacional
(MOHALLEM; RODRIGUES, 2007).
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Pela análise dos dados apresentados percebemos que o câncer de mama, apesar de toda
evolução em sua propedêutica, é a neoplasia que mais amedronta as mulheres, pois, implícito
ao mesmo, existem impactos biopsíquico sociais que afetam tanto a feminilidade quanto o
modo de vida dessa cliente. O sentimento de culpa muitas vezes é percebido na paciente
oncológica, que devido à sua cultura, acredita que seus hábitos de vida levaram-na a situação
em que se encontra após o diagnóstico, fato que não se confirma em meio literário, tendo em
vista que o câncer de mama ainda não tem seus mecanismos de tropismo por certos
organismos bem definidos pelos pesquisadores.
Vários estigmas são relacionados ao câncer de mama, como o sentimento de morte
eminente, a estética, a sexualidade etc. Esses têm de ser relevados na prática de enfermagem
devido ao fato que aspectos psiquico sociais têm influência direta na terapia dessa mulher,
dado que o estado emocional está correlacionado ao bom funcionamento do sistema
imunológico, sendo assim, esta cliente deve estar esclarecida sobre a neoplasia e suas
implicações, seu método terapêutico e todas as suas dúvidas devem estar esclarecidas para o
bom andamento da prática de enfermagem.
A assistência de enfermagem em oncologia deve estabelecer prioridades, porque cada
pessoa tem suas individualidades, singularidades, estilo de vida, crenças e valores. O
enfermeiro, por ser o profissional que na maioria dos casos é o que está mais próximo, deve
trabalhar a fim de minimizar e facilitar os processos de sofrimento vivenciados, tentando
controlar a dor e trabalhando para facilitar o processo adaptativo ao tratamento. Uma visão
humanizada da abordagem é aquela que estimula o autocuidado, auto conceito e auto cura,
pois com isso o enfermeiro instiga a existência do cliente, fato que ajuda na não desistência
dessa cliente pela recuperação, sendo de boa eficácia em termos psíquico sociais.
Tendo em vista que a enfermagem é a arte do cuidado, e que qualidade da assistência
dada é medida pelo peso desse cuidado, um bom profissional tem de estar atento sempre aos
indícios de dor apresentados pela cliente oncológica, tais como choro, gemido, alterações dos
sinais vitais, agitação, tremor ou comportamento verbal, e até mesmo aqueles sinais não
comumente achados como a quietude e a prostração devido ao esgotamento de forças
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apresentados por essas clientes. Sendo assim, verificou-se por meio deste trabalho a
necessidade de se conhecer em profundidade as especificidades do câncer de mama, suas
implicações e as considerações de enfermagem frente à dor oncológica. Cabe ao profissional
aprimorar a cada dia mais seus conhecimentos técnico-científicos sobre os cuidados a serem
utilizados, proporcionando ao paciente e também à instituição de saúde onde atua, maior
eficiência no trabalho que realiza.
Mas, e os homens? Será que a população e órgãos públicos de saúde estão dando
devida atenção a esse problema que também vem atingindo as pessoas do sexo masculino? O
assunto nas mídias é pouco visto, quase não se vê divulgação a respeito e muito menos na
população, principalmente para àqueles menos favorecidos de acesso à informação, que
desconhecem a possibilidade de acometimento desta patologia em homens, e que não raro,
são pegos de surpresa, ao receberem a informação/resultado de um diagnóstico positivo para a
câncer de mama. Quase não se vê campanhas de prevenções, realização de exames para o
público masculino.
E por mais que os índices de câncer de mama masculino, sejam baixos, é
indispensável que os dados sejam divulgados à população, para que, o homem ao receber a
confirmação diagnóstica, saiba enfrentar a situação e recorrer ao tratamento nos locais
apropriados, com especialistas e em condições de orientá-lo e realizar o tratamento
adequadamente, evitando os “tratamentos milagrosos”, a automedicação e outras formas não
reconhecidas cientificamente para o tratamento. A partir dessas divulgações, também é
necessário a distribuição de cartazes informativos em postos de saúdes e em hospitais,
também em forma de folhetos para ser dado ao povo que transita pelas ruas. A noção de que a
doença existe devia e pode ser encaminhada para todos os públicos para maior alcance de
esclarecimentos.
Com este estudo pôde-se perceber que é necessário um preparo especial dos
profissionais para melhor desempenharem suas funções frente a esses pacientes, pois os
enfermeiros são conhecedores de fatores de risco, sintomas inerentes aos cânceres,
favorecendo a prevenção e o diagnóstico, dessa forma, devem prestar cuidados de qualidade
aos pacientes que estão em tratamento e reabilitação.
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5. REFERÊNCIAS
ABRÃO, Fauzer Simão. Tratado de oncologia genital e mamária. São Paulo: Roca, 1995.
CHAGAS C.R. et al. Tratado de mastologia da SBM. Rio de Janeiro: Revinter, 2011.
DIAS EN, Fonseca MCA, Azaro MGA. Cancer de mama no homem. In: Dias EM, Caleffi
M, Silva HMS, Figueira Filho ASS. Mastologia atual. Rio de Janeiro: Revinter. 1994; cap 36,
p. 343-9.