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Casos clínicos – Heloysa Cristina Lagner Hass 9° período A, manhã

Caso clinico 1
Felino, srd, 2 anos, macho castrado, peso: 3,7 kg
Anamnese: proprietário relata hiporexia à 1 dia, taquipnéia e apresentou 2 episódios de vomito.
Possui contato com 2 gatos assintomáticos, acesso livre a rua, vacinação e vermífugos desatualizados,
não foi testado para FIV/FELV
Exame Físico:
FC: 145 BPM , FR: 40 MPM, TPC: 2”, mucosas hipocoradas, ausculta cardiopulmonar sem alterações,
temperatura 37°C, linfonodos normais e animal apático na manipulação.
Exames Complementares:
Hemograma: eritrócitos 1,52 (5,0 – 10,0) Hemoglobina: 2,1 (8,0 – 15,0), Hematócrito: 8 % (24-45),
Plaquetas: 93.000 (150-600)
Presença de Mycoplasma spem membrana eritrocitária.
Bioquímica: ALT 180 (10-88), CREATININA: 1,0 (0,5-1,8), GGT: 6,4 (1,3-5,3), PROTEÍNAS TOTAIS 10,0
(5,4-7,8), URÉIA 81 (10-60)

A) Qual o tratamento que deve ser instituído para este animal?


a. Tratamento hospitalar
Fluidoterapia
Transfusão sanguínea para repor células de defesa
Eritropoetina recombinante humana injetável após transfusão
Sonda nasogastrica ou esofágica para nutrição calórica forçada (a/d ou recovery)
Doxiciclina 5 a 10 mg/kg/Bid de por 21 dias
Ranitidina 2 mg/kg/Bid
Omeprazol 1 mg/kg/Sid
Tramadol 2 mg/kg/tid
Leucogen 15-30 UI/gato/Sid de 10 a 14 dias se for positivo para Felv

b. Tratamento domiciliar
Leucogen se Teste de Fiv/felv positivo, feito por 7 dias, parar por 7 dias e fazer por mais 7 dias.
Doxiciclina e omeprazol até completar de 21 dias
Dieta hipercalórica
Evitar estresse do animal – Da para ser usado feliway para o auxilio

CASO CLÍNICO 2
Felino, Srd, 4 meses, macho não castrado, peso: 1,9 kg
Anamnese: Proprietário relata que o animal apresentou espirros e amanheceu com o olho esquerdo
fechado e vermelho há 3 dias. Há dois dias apresenta fezes pastosas, hiporexia e apatia. Foi realizada a
primeira dose de V4 há 14 dias.
Tem contato com outro gato assintomático, foi adotado de uma ONG há 2 meses, vacinação em
andamento e vermífugo atualizados, teste de FIV/FElV negativo.
Exame Físico: FC:180, FR: 32, TPC: 2”, mucosas normocoradas, ausculta traqueal com aumento de som
vesicular, temperatura 38,1°C, animal levemente apático

Exames Complementares:
Hemograma: sem alterações
Bioquímica: Proteínas totais: 5,1 (5,4-7,8)

A) Quais os diagnósticos diferenciais para este caso? Existe profilaxia?


Complexo Respiratório Viral Felino (herpesvírus felino tipo-1 e calicivirus). Para estes casos existe
como profilaxia a vacinação (V3, V4 ou V5)

B) Qual o tratamento de suporte mais adequado para este paciente e o prognóstico?


Hidratar pacientes em estados mais graves fazendo fluidoterapia intravenoso ou em casos mais
estáveis subcutâneo. Fazer oxigenioterapia, aplicar 1 gota intranasal de oximetazolina que vai
liberar o excesso de secreção, e também nebulização que pode ser feito com solução fisiológica e
antibioticoterapia (gentamicina 1ml/4ml de solução fisiológica em 10-15 min).
Acetilcisteina como mucolitico 70 mg/kg/BID/VO (tratamento domiciliar).
Dietas hipercalóricas inicialmente forçadas na seringa, se não tiver sucesso fazer por sonda
nasogastrica ou esofágica, (indicado A/D ou recovery).
Antibióticoterapia - Amoxicilina com ac. Clavulânico (22 mg/kg/BID/VO), antibioticoterapia oftálmica
é utilizado ciprofloxacina e cloranfenicol. Em casos de ulceras corneanas pode-se utilizar colírios
cicatrizantes a base de condroitina e retinol, pode utilizar também soro do sangue do paciente,
instilando na conjuntiva uma gota 3 vezes ao dia.
Interferon alfa 15-20 UI/gato como imunomodulador (1 gota em cada olho e em cada narina).

CASO CLÍNICO 3
Felino, fêmea, srd, peso: 2,6 kg
Anamnese: Relatado que o animal não caminhou mais, desde à noite anterior. Nega vomito, diarréia,
tosse, espirro e convulsão.
Habita casa com 2 gatos assintomáticos, sem acesso à rua.
Proprietário relata que a gata rouba a comida dos demais gatos, supostamente por hierarquia
comportamental.
Exame Físico:
FC: 180 bpm , FR: 60 mpm, Tpc: 1” , Mucosas normocoradas, déficit proprioceptivo e sem dor profunda
nos quatro membros. Pressão arterial: 100 mm/hg
Exames complementares :
Glicemia: High ( acima de 700 mg/dL)
Hemograma: sem alterações
Albumina: 2,0 (2,6-3,3), ALT: 916 (10-88), Creatinina: 0,8 (0,5-1,5), GGT: 7 (1,2- 6,4)
Ureia: 30 (15-40), Proteínas totais: 6,2 (5,4-7,1), Globulinas: 4,2 (2,7-4,4), Potássio: 2,7 (3,6-5,8)
Urinálise: Glicosúria, cetonúria, proteinúria, ph:4,4

A) Qual é o diagnóstico e sua causa?


Diabetes devido animal se alimentar mais que o necessário não tendo insulina o suficiente para
fazer a quebra de glicose levando a hiperglicemia

B) Explique as alterações nos exames complementares.


Hiperglicemia por não ter insulina suficiente para fazer a quebra de glicose
Glicosúria, cetonúria e proteinúria pelo aumento de glicose circulante, devido a insulina ser
insuficiente, vai acabar sendo excretado pelos rins.
ALT e GGT aumentados pois o aumento de enzimas hepáticas é uma das alterações metabólicas
causadas em gatos diabéticos
Albumina que é produzida pelo fígado diminuída, pois a função hepática é comprometida

C) Explique o completo tratamento hospitalar e domiciliar.


Hospitalar:
Se o animal entrar em cetoacidose diabética, é tratamento emergencial. Deve-se corrigir a
desidratação, o desequilíbrio eletrolítico, desequilíbrio acidobásico, cessar produção de corpos
cetonicos e corrigir hiperglicemia.
Deve ser dosado K e resposto de acordo, como no caso desta paciente que está com o potássio
abaixo dos valores de referencia, fluidoterapia pode ser feito com ringuer c/ lactato, NaCl 0,9% ou
bicarbonato de sódio.
Fazer insulina regular, 0,2 UI/kg/IM seguido de doses horárias de 0,1 UI/kg/IM até atingir 250mg/dL de
glicemia (4-8 horas). Após faz a insulina regular a 0,2 a 0,5 UI/kg/SC/6 hrs + dextrose a 5% (prevenir
hipoglicemia)

Domiciliar:
Oral: Glipizida 2,5 mg/gato/2 semanas, se não houver efeitos colaterais (emese, anorexia, icterícia) e
nem melhora da glicemia aumentar dose para 5 mg/gato/ BID até TID.
Injetável: Glargina U-100 (mais indicada para gatos) dose inicial de 0,5 UI/kg/BID/SC devido a glicemia
da paciente estar em high, não mudar a dose na primeira semana a não ser que faça hipoglicemia,
medir glicemia de 3 a 4 horas por período de 12 horas, 1 vez na semana, por 4 meses. A dose final
depende da curva glicêmica.
Dieta: baixo teor de gordura para manter o peso ideal em gatos diabéticos, níveis elevados de carnitina
para aumentar energia metabólica e queimar gordura consequentemente aumentando a massa magra,
níveis de fibra elevado para promover sensação de saciedade e antioxidantes para ajudar no sistema
imune.

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