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REGENERAÇÃO E CICATRIZAÇÃO DA PELE

Prof. Esp. Leandra Nascimento


REPARO TECIDUAL
 O reparo tecidual consiste na capacidade que o
organismo possui de reparar danos decorrentes de
agentes tóxicos ou processos inflamatórios.
 Este processo, que visa restaurar a arquitetura
tecidual e a função após uma lesão, engloba a
proliferação de diferentes células e interações
estreitas entre as células e a matriz extracelular.
REPARO TECIDUAL
 Pode ser de dois tipos:
 Regeneração: quando os tecidos são capazes de restituir
os componentes lesados e retornar ao seu estado normal.
 Cicatrização: quando os tecidos lesados
não são capazes de se reconstruírem por completo, na
qual há deposição de tecido fibroso. Ocorre quando as
estruturas de suporte encontram-se gravemente lesadas
ou em tecidos que não apresentam capacidade
regenerativa.
REGENERAÇÃO TECIDUAL

 A regeneração tecidual ocorre em órgãos parenquimatosos


que apresentam população de células estáveis, ou seja,
células que possuem somente uma atividade replicativa
mínima no seu estado normal, como o pâncreas, o fígado,
as supra-renais, a tireóide e os tecidos pulmonares.
 Além disso, ocorre também em tecidos que possuem
células lábeis, ou seja, que se dividem continuamente,
como as células hematopoiéticas e na maior parte dos
epitélios de superfície.
 Com isso, em ambos os casos, é necessário que a matriz
extracelular esteja preservada.
REGENERAÇÃO TECIDUAL
 Alguns tecidos são capazes de substituir células lesadas e retornar
ao estado normal. Este processo ocorre por proliferação de células
residuais (não lesadas) que retêm a capacidade de divisão e por
substituição de células-tronco teciduais.

  Constitui a resposta típica a lesão em epitélios que se dividem


rapidamente, como na pele e nos intestinos e em alguns órgãos,
principalmente no fígado.

 Mas, se os tecidos lesados são incapazes de regeneração ou se as


estruturas de suporte do tecido são gravemente lesadas, o reparo
ocorre por deposição de tecido conjuntivo (fibrose), um processo
que resulta em formação de cicatriz.
REGENERAÇÃO TECIDUAL
CICATRIZAÇÃO

 o processo de reparação tecidual que substitui o tecido lesado


por um tecido novo. A reparação envolve a regeneração de
células especializadas, a formação de tecido de granulação e
a reconstrução do tecido. Esses eventos não acontecem
isoladamente, e sim, sobrepondo e se completando.

A cicatriz é o tecido novo que se forma durante o processo de


cura de uma ferida. A natureza a utiliza como um meio para
fechar as lesões do organismo quando não é possível a
regeneração perfeita dos tecidos.
CICATRIZAÇÃO

O processo de cicatrização pode ocorrer de duas formas:

• Primária: acontece quando um ferimento não contaminado


possui bordas lisas e próximas, sem perda tecidual, como ocorre
em cortes cirúrgicos. Normalmente não há infecções, necrose
cutânea, presença de hematomas.

• Secundária: caracterizada por afastamento entre as bordas do


ferimento e presença de uma lacuna tecidual preenchida por
tecido de granulação. Ocorre em decorrência do tipo de
ferimento ou por distúrbios na cicatrização.  Normalmente,
resultam em cicatrizes com estética desfavorável.
CICATRIZAÇÃO

Etapas da cicatrização

A cicatrização normal é um processo dirigido a um objetivo,


que ocorre segundo leis próprias e leva ao fechamento da
ferida por meio de sequências bioquímicas e histológicas, no
menor prazo possível. Dependendo dos processos
predominantes em cada caso, distinguem-se três etapas na
cicatrização que ocorrem de forma sobreposta:
CICATRIZAÇÃO
 FASE 1 – INFLAMATÓRIA

Tem como característica principal a presença do


exsudato (secreção da lesão), que pode durar de
um a quatro dias, variando de acordo com a
extensão e natureza da lesão. Nessa fase acontece
a liberação de mediadores químicos e a ativação
do sistema de coagulação sanguínea, podendo
haver edema, vermelhidão e dor.
CICATRIZAÇÃO
 FASE 2 – PROLIFERATIVA
É a fase da regeneração, que pode durar de 5 a 20
dias. Aqui ocorre a proliferação de fibroblastos,
que dão origem ao processo chamado de
“fibroplasia”. As células se proliferam, resultando
em rica vascularização e infiltração de
macrófagos. Somados, esses processos formam o
tecido de granulação, parte essencial da
cicatrização da pele.
CICATRIZAÇÃO
 FASE 3 – REPARO
Essa última fase pode durar meses. O tecido
formado na fase anterior é remodelado e a
densidade celular e a vascularização são
diminuídas. Para aumentar a resistência do tecido
e melhorar o aspecto da cicatriz, as fibras são
realinhadas, o que altera progressivamente a
tonalidade da cicatriz, passando do vermelho
escuro ao tom rosa claro.
CICATRIZAÇÃO
CICATRIZAÇÕES IRREGULARES
 Cicatrizes Hipertróficas

É uma cicatriz elevada decorrente de uma resposta


exagerada da pele a uma intervenção cirúrgica ou
ferimento, cicatriz essa que não ultrapassa os limites ou
a extensão da incisão ou ferimento inicial. Apresenta
tendência à regressão; distingue-se, assim, do quelóide,
que geralmente estende-se espacialmente em relação ao
tamanho original da incisão cirúrgica ou ferimento. 
CICATRIZAÇÕES IRREGULARES
 Fatores de Risco

A incidência de cicatriz hipertrófica, assim como de quelóide, é maior em


pessoas não brancas (negro, pardo, asiático ou amarelo e pessoas da Europa
mediterrânea). No indivíduo branco, a cicatriz hipertrófica é menos
freqüente no loiro em relação ao moreno.

 A cicatriz hipertrófica pode ocorrer em qualquer idade, mas tende a se


desenvolver mais freqüentemente na puberdade, sendo rara em pessoas
acima dos 60 anos de idade. Não é relatada maior incidência em relação ao
sexo.

 Geralmente, essas lesões ocorrem na superfície do corpo que ficam sujeitas


a uma maior tensão à movimentação da pele sobre ferimentos ou incisões
cirúrgicas, ou seja, que não estão a favor das rugas naturais (linhas de
menor tensão da pele)
CICATRIZAÇÕES IRREGULARES
 Quelóide
 Queloide é um crescimento anormal de tecido cicatricial que se
forma no local de um traumatismo, corte ou cirurgia de pele.

 É uma alteração benigna, portanto sem risco para a saúde, na qual


ocorre uma perda dos mecanismos de controle que normalmente
regulam o equilíbrio do reparo e regeneração de tecidos.

 O queloide pode afetar os dois sexos igualmente, embora exista


uma maior incidência em mulheres. Indivíduos com pigmentação
mais escura, pessoas negras e pessoas asiáticas são mais
propensos a desenvolver queloides.
CICATRIZAÇÕES IRREGULARES
 Os queloides podem ocorrer em 5% a 15% das feridas cirúrgicas e
apesar de benignos, tendem a recidivar mesmo depois de serem
removidos por cirurgia.
 Se uma pessoa tem tendência a formar queloides, qualquer lesão
que possa causar cicatriz pode levar à sua formação. Isso inclui
um simples corte, uma cirurgia, uma queimadura ou até mesmo
cicatrizes de acne severa.
 Algumas pessoas podem desenvolver um queloide depois de furar
a orelha para colocar brincos e piercings ou mesmo apenas no
trauma da tatuagem.
CICATRIZAÇÕES IRREGULARES

 Em casos muito raros, os queloides se formam


em pessoas que não feriram a pele. São chamados
de "queloides espontâneos".

 Os locais mais envolvidos são as áreas do tórax,


do colo, do pescoço anterior, dos ombros, dos
braços e das orelhas, mas outros locais podem ser
afetados.
CICATRIZES IRREGULARES

CICATRIZ HIPERTRÓFICA QUELÓIDE


CICATRIZES IRREGULARES

QUELÓIDE CICATRIZ HIPERTROFICA


CICATRIZES
Fatores locais:
• Dimensão e profundidade da lesão
• Grau de contaminação
• Presença coleções líquidas (hematomas, equimoses, edemas)
• Necrose tecidual e infecção local
• Suprimento vascular deficiente
• Técnica cirúrgica utilizada, material e técnica de sutura, tipos de
curativos
• Tração ou pressão mecânica sobre a cicatriz

Fatores sistêmicos:
• Faixa etária
• Raça
• Estado nutricional
• Presença de doenças crônicas
 OBRIGADA.

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