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TRATAMENTO ESTÉTICO NO

PRÉ E PÓS OPERATÓRIO


O Brasil é um país tropical onde a
preocupação com a estética do corpo é
grande, o que faz com que a procura
por cirurgia plástica cresça cada vez
mais.
Considerações importantes
Conscientização do profissional de estética
Preocupação com a reabilitação do cliente
e com o retorno precoce das AVD`s.
Os tratamentos estéticos tanto no pré
quanto no pós operatório.
Tratar as respostas resultantes das
intervenções cirúrgicas, possibilitando uma
↓ da ansiedade e do tempo de repouso.
Função do esteticista no pré cirúrgico e
promover a recuperação mais rápida
eficiente e funcional.
Interações do esteticista com o
médico
Esteticista vem ganhando seu espaço no
mercado cirúrgico trabalhando diretamente
com dermatologistas e cirurgiões plásticos.
O esteticista desenvolve procedimentos
não invasivos de apoio ao pré e pós
operatório, sob orientação médica,
promovendo manutenção, melhora e
valorização do tratamento cirúrgico
realizado.
Em hipótese alguma o procedimento
poderá ser questionado ou trocado
sem autorização do médico.
Portanto o esteticista deve estar
sempre atualizado, ter conhecimento
da técnica utilizada e trabalhar com
ética e critério para ganhar a
confiança do médico e alcançar
sucesso e realização profissional.
“Uma boa anamnese e a troca de
informações entre o médico e o
profissional de estética são
indispensáveis para a eficácia dos
resultados”.
COMPORTAMENTO E ÉTICA
PROFISSIONAL
Manter-se sempre informado e atualizado;
Ter segurança e domínio na execução de
seu trabalho;
Agir com descrição e ética no trato com o
cliente;
Ter auto controle e desembaraço em
situações adversas;
Seguir sempre as determinações médicas;
COMPORTAMENTO E ÉTICA
PROFISSIONAL
Respeitar os limites de formação
profissional;
Proporcionar conforto e bem estar ao
cliente;
Manter posturas condizentes com seu
trabalho;
Respeitar os horários marcados;
Cuidar da sua higiene e aparência;
Não usar perfumes e acessórios;
Manter o ambiente de trabalho limo e
organizado;
Ser paciente, educado, gentil e atencioso.
Fisiologia de um processo cirúrgico

Definição de
cicatriz: tentativa
biológica de
restaurar a
integridade do
tecido.
Reparo tecidual
O trauma mecânico provocado pela
intervenção cirúrgica é um mecanismo de
lesão celular, e a resposta do organismo a
esta agressão é a reação inflamatória
O trauma e a inflamação aguda causam
morte celular(primeira resposta do
organismo à agressão);
O processo de reparação tecidual vai
substituir por um novo tecido as células
mortas.
O processo de reparação de reparo
tecidual é dividido em 3 fases:
Fase inflamatória

Fase de proliferação

Fase de remodelamento
Fases do reparo tecidual
FASE INFLAMATÓRIA ou
EXSUDATIVA
• Sua duração é de aproximadamente 48 a
72 horas.
• Caracteriza-se pelo aparecimento dos
sinais da inflamação: dor, calor, rubor e
edema.
• Mediadores químicos provocam
vasodilatação, aumentam a
permeabilidade dos vasos e favorecem a
quimiotaxia dos leucócitos - neutrófilos
combatem os agentes invasores e
macrófagos realizam a fagocitose.
• Ativação plaquetária
• Cascata da coagulação
Fase proliferativa
• Tem a duração de 12 a 14 dias.
Ocorrem neo-angiogênese,
produção de colágenos jovens
pelos fibroblastos e intensa
migração celular, principalmente
queratinócitos, promovendo a
epitelização. A cicatriz possui
aspecto avermelhado.
“Fibroplastia e angiogênese”
Fase proliferativa
FASE DE MATURAÇÃO OU
REMODELAMENTO
A terceira etapa pode durar de
meses a anos.
Ocorre reorganização do colágeno,
que adquire maior força tênsil e
empalidece. A cicatriz assume a
coloração semelhante à pele
adjacente.
Cicatriz – tecido relativamente
acelular e avascular.
Fase de maturação
Fatores que influenciam na
cicatrização
FATORES LOCAIS
São fatores ligados à ferida, que podem
interferir no processo cicatricial, tais
como:
- dimensão e profundidade da lesão,
- grau de contaminação,
- presença de secreções, hematoma e
corpo estranho,
- necrose tecidual e
- infecção local.
Fatores que influenciam na
cicatrização

FATORES SISTÊMICOS
Faixa etária:
A idade avançada diminui a resposta
inflamatória.

Estado Nutricional:
O estado nutricional interfere em todas as
fases da cicatrização. A hipoproteinemia
diminui a resposta imunológica, síntese de
colágeno e função fagocítica.
Fatores que influenciam na
cicatrização
DOENÇAS CRÔNICAS:
Enfermidades metabólicas sistêmicas
podem interferir no processo cicatricial.
Terapia Medicamentosa Associada:
A associação medicamentosa pode
interferir no processo cicatricial, como,
por exemplo:
- antiinflamatórios,
- antibióticos,
- corticoesteróides;
- agentes quimioterápicos.
Formas de cicatrização
Cicatrização por primeira intenção:
Ocorre quando a pele é cortada de
maneira asséptica, limpa, e as bordas
são aproximadas por suturas ou
outros meios. Apresenta pouca perda
tecidual. Normalmente, cicatrizam
sem complicações e com discreta
formação de tecido cicatricial. Ex:
feridas cirúrgicas.
Formas de cicatrização
Cicatrização por segunda intenção:
É o processo de cicatrização que ocorre
em feridas abertas com grande espessura
ou perda tecidual total. Essa feridas
demoram mais tempo para cicatrizar, já
que não há aproximação das bordas e
também por necessitarem de grande
formação de tecido de granulação no
preenchimento do espaço morto.Ex:
queimaduras.
Seqüelas e complicações do
procedimento cirúrgico
Toda vez que se faz uma cirurgia,
com incisão profunda, é esperada a
formação de uma cicatriz, ou seja,
uma seqüela do processo cirúrgico.
Porém, quando ocorrem alterações
não esperadas, chamamos de
complicações.
As seqüelas podem ser
caracterizadas:
Irregularidades cutâneas:
Pode-se produzir ondulações e
depressões cutâneas sobre a área
tratada cirurgicamente. E isso pode
ser causado, por exemplo, por uma
cânula grande em uma área
pequena.
Equimose:
Ocorre devido ao rompimento de
pequenos vasos sanguíneos,
desaparecendo conforme haja
reabsorção do líquido extravasado,
podendo o profissional especializado
acelerar o processo de absorção,
utilizando técnicas de drenagem
linfática, cosmetologia e
eletrotermoterapia.
Edema:
No pós operatório de cirurgia plástica
é altamente benéfico, pois sua
presença mostra que está havendo
reparação, visto que é neste
extravasamento de líquido que se
encontram muitas das células
reparadoras.
Hipoestesia:
Há uma diminuição da sensibilidade
tátil, em razão do grande trauma no
tecido, da presença de edema e das
alterações químicas causadas pelo
processo inflamatório.
Tipos de cicatrizes
Normotrófica: Acontece
quando a cicatriz fica
originalmente rosada
ou avermelhada nas
fases iniciais de reparo,
e hipopigmentada na
fase de maturação.
Com 90 dias já tem
coloração e textura
semelhante á da pele
anterior.
Tipos de cicatrizes
Hipertrófica:
São cicatrizes
elevadas(excesso
de colágeno),
tensas,
avermelhadas,
dolorosas e
pruriginosas.
Tipos de cicatrizes
Quelóides: inicialmente
Apresentam forma
tumoral e ultrapassam
os limites de
incisão(excesso de
colágeno). São
avermelhadas, causam
dor e prurido e não
apresentam involução. A
cicatriz não está limitada
às borda da incisão, não
há miofibroblastos.
Tipos de cicatrizes
Atrófica:
Normalmente ocorre
quando há perda de
substância tecidual ou
sutura inadequada,
causando retração no
tecido e
comprometimento no
seu movimento. São
cicatrizes aderentes,
retráteis, encurtadas e
pouco harmônicas.
Tratamentos estéticos das
cicatrizes
Após a retirada dos pontos, a cicatriz
deve ser muito bem hidratada,
trabalhada, utilizando manobras
específicas de massagem, que irão
contribuir para um bom resultado
estético.
Tratamentos estéticos das
cicatrizes
A hidratação e a massagem promovem:
1. Aumento da circulação sanguínea local:
2. Mobilização do fluido intersticial;
3. Prevenção da formação de aderências,
através da mobilização de tecidos
aderidos;
4. Diminuição ou aumento da sensibilidade
local;
5. Combate ao ressecamento e a falta de
elasticidade na região.
Após 30 dias(fase de maturação),
independente da cirurgia, deve-se
observar o curso da cicatriz,
identificando o seu tipo, e iniciar o
tratamento estético específico dentro
da seqüência indicada para a fase
pós-cirúrgica.
Tipo de cicatriz Tratamento estético
específico
Normotrófica hidratação com óleo de rosa mosqueta
ou ativo indicado pelo cirurgião
Massagens com manobras de cyrax e
alongamentos.
Atrófica Hidratação com óleo de rosa mosqueta
ou ativo indicado pelo cirurgião;
Massagens com manobras de cyrax,
alongamento pinçamento e prega.
Vacuoterapia e US(3mhz contínuo)
Hipertrófica Hidratação com óleo de rosa mosqueta
ou ativo indicado pelo médico;
Massagens com manobras de cirax e
alongamento;
Compressão com fita de silicone ou
gaze.
Quelóide Encaminhar ao cirurgião
Cuidados no pré-operatório
Alguns cuidados e orientações devem ser
seguidos no pré-operatório para evitar
complicações e, assim, melhorar a qualidade do
pós-operatório.
Massagem manual vigorosa: não deve ser feita na
semana da cirurgia, pode provocar lesões, edema
ou equimoses, prejudicando a circulação local.
Máscaras tensoras: devem ser evitadas, pois
reduzem a capacidade de extensão da pele,
podendo dificultar o cálculo do cirurgião para a
ressecção da mesma(15 dias antes da cirurgia).
Cuidados no pré-operatório
Limpeza de pele: não deve ser feita muito
próximo à data da cirurgia, pois as
extrações e a esfoliação causam traumas
que podem facilitar a entrada de bactérias
e gerar infecção (10 dias antes da
cirurgia).
Uso de peeling químico: ácidos, produtos
abrasivos ou outros produtos que possam
causar reações alérgicas devem ser
evitados(15 dias antes de cirurgia).
Cuidados pré-operatório
Depilação: não deve ser realizada na
véspera da cirurgia, pois a foliculite
pode gerar infecção. O ideal é que
esse procedimento seja feito uma
semana antes da cirurgia.
Manicure: as unhas deverão estar
sem esmalte, pois servem de
referência na avaliação de
oxigenação durante a cirurgia.
Cuidados no pré-operatório
Hidratação: quanto mais hidratada estiver a pele,
melhor será a sua qualidade no pós-operatório,
uma vez que os produtos de assepsia utilizados
no bloco cirúrgico a deixam completamente
desidratada. As hidratações podem ser feitas até
na véspera da cirurgia.
Drenagem linfática manual: deve ser feita 24
horas antes da cirurgia, pois diminui a espessura
do tecido cutâneo, direciona o fluxo linfático,
ativas as células de defesa do corpo, nutre e
oxigena os tecidos, melhorando sua qualidade nos
pós-operatório.
Cuidados no pré-operatório

O paciente deve ser orientado a


manter uma boa alimentação, ingerir
bastante água, ter boas horas de
sono, praticar atividade física leve e
procurar ficar calmo e relaxado.
Cuidados no pós-operatório
Massagens vigorosas: devem ser evitadas,
pois aumentam o trauma e causa
desconforto ao cliente, podendo
comprometer o trabalho do cirurgião.
Uso de aparelhos e compressas quente e
fira: devem ser evitadas, pois a região
operada fica traumatizada e sensível(salvo
sob orientação médica)
Cuidados no pós-operatório
Uso de produtos alergênicos: pomadas e
óleos não têm indicação neste momento,
pois podem causar obstrução dos poros e
são de difícil remoção.
Hidratação: deve ser constante neste
momento, pois o uso de anti-sépticos,
curativos, micropore e cintas elásticas
causam um grande ressecamento na pele,
que apresentará descamação e falta de
elasticidade.
Cuidados no pós-operatório
Drenagem linfática clássica e reversa: São muito
indicadas no pós-cirúrgico, pois objetivam a
estimulação local, a regressão do edema, do
quadro doloroso e a obtenção de um melhor
resultado no processo de cicatrização, reduzindo
o período de convalescência.
Princípios ativos: utilizados no pós-operatório,
devem apresentar efeito calmante, hidratante e
emoliente, preferencialmente o veículo gel ou
loção, pois são mais refrescantes, facilmente
absorvidos pela pele e de fácil remoção. Pode-se
usar erva-doce, camomila, calêndula, algas
marinhas, hamamélis, podendo optar também por
soro fisiológico ou água-de-coco.

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