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PEELINGS APLICADOS À ESTÉTICA

NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 2

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3

1. SISTEMA TEGUMENTAR .................................................................................... 6

2. PEELING QUÍMICO ............................................................................................. 7

3. MECANISMOS DE AÇÃO DOS PEELINGS QUÍMICOS ................................... 10

4. CLASSIFICAÇÃO DA PROFUNDIDADE DOS PEELINGS QUÍMICOS ............ 12

5. PRINCÍPIOS ATIVOS PARA PEELING QUÍMICO ............................................ 14

6. ALFA-HIDROXIÁCIDO (AHA) ........................................................................... 14

7. BETA- HIDROXIÁCIDO (BHA) .......................................................................... 16

8. POLI-HIDROXIÁCIDO (PHA) ............................................................................. 17

9. REFINAMENTO PEELING ................................................................................. 19

10. REJUVENESCIMENTO .................................................................................. 21

11. ESTÉTICA: A PROFISSÃO E A RELAÇÃO COM A SAÚDE E O BEM-ESTAR


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12. TIPOS DE ÁCIDOS ......................................................................................... 28

13. CLASSIFICAÇÃO DOS PEELINGS QUÍMICOS ............................................ 36

14. REFERÊNCIAS ............................................................................................... 39

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1. INTRODUÇÃO

A estética está relacionada à saúde e a aparência. Tem como objetivo a beleza


e o bem-estar. Sua intenção é destacar a beleza natural de cada um, alcançando
como resultado não só a aparência como também pontos fisiológicos e psicológicos
melhora a auto estima (SIQUEIRA, 2008).

Entre os tratamentos estéticos o Peeling é um dos procedimentos mais


realizados para melhorar o aspecto da pele. É aplicado por médicos, dermatologistas
e esteticistas devido a sua facilidade de acesso e boa resposta (PIMENTEL, 2008).

O peeling químico é também chamado de resurfacing químico, quimio


esfoliação ou quimio cirurgia e consiste na aplicação de um ou mais agentes cáusticos
à pele, produzindo uma destruição controlada da epiderme e sua reepitelização. Sua
popularidade ocorre por proporcionar melhoria da aparência da pele danificada por
fatores extrínsecos, intrínsecos e também por cicatrizes remanescentes
(SCIELO,2004).

Esse tipo de tratamento tem várias finalidades, dentre elas: rugas, melanoses,
queratóses actínicas, melasma, hiperpigmentação pós–inflamatória, acnes e suas
sequelas, cicatrizes atróficas, estrias, queratose pilar e para clareamento da pele.

Entretanto é contraindicado nos casos de fotoproteção inadequada, gravidez,


estresse ou escoriações neuróticas, uso de isotretinoína oral há menos de seis meses,
cicatrização deficiente ou formação de queloides, história de hiperpigmentação pós
inflamatórios permanentes, dificuldade para compreender e seguir orientações
fornecidas (ROTTA,2008).

Assim sendo os peelings são procedimentos realizados com o intuito de


promover o refinamento da pele esta retirada das células que compõem o estrato
córneo colabora também na melhora da permeação cutânea dos princípios ativos que
serão posteriormente utilizados (PIMENTEL,2008; GOMES,2009).

A escolha do agente ou da técnica específica a serem usados depende do


conhecimento da profundidade da lesão para que se possa utilizar uma gente que não
produza esfoliação desnecessariamente mais profunda do que a própria alteração a
ser tratada.

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A busca por tratamentos estéticos vem crescendo a cada dia e o objetivo
principal é melhorar, preservar e restaurar a beleza e a juventude, proporcionando
melhorias na qualidade de vida tanto na parte física como mental.

A estética está relacionada à saúde e a aparência. Tem como foco a beleza e


o bem-estar. Sua finalidade é realçar a beleza natural de cada indivíduo, atingindo
consequentemente não só a aparência como também questões fisiológicas e
psicológicas melhorando a autoestima (SIQUEIRA, 2008). Como a estética é também
uma questão cultural, ela está direcionada através dos padrões de beleza de cada
cultura, é impulsionada pela mídia, e padrões globais.

Assim há uma constante preocupação com a beleza, associada ao desejo de


eterna juventude principalmente quando se fala de estética facial. O profissional de
estética lida com questões muito delicadas como saúde e bem-estar, que exigem
disciplina, dedicação, estudo, ética, responsabilidade e conhecimento.

Podemos conceituar a estética, neste novo milênio, como a ciência que busca
a harmonia exterior, lidando com a saúde e o bem-estar do indivíduo, tendo em mente
que o exterior é reflexo do interior (GOMES, 2009).

O peeling é o procedimento que resulta no estímulo da renovação celular a


partir da camada basal seguido da reação inflamatória tecidual que leva aos
mediadores inflamatórios, provocando a síntese de colágeno e finalmente a reparação
tecidual, tendo o objetivo de melhorar o aspecto cutâneo (PIMENTEL, 2008).

Desta forma os peelings são procedimentos realizados com a finalidade de


promover o refinamento da pele. A retirada das células que constituem o estrato
córneo contribui também na melhora da permeação cutânea dos princípios ativos que
serão utilizados posteriormente (PIMENTEL, 2008; GOMES, 2009).

O uso do peeling pode ser indicado em alterações estéticas como hipercromias,


acne, estrias, fotoenvelhecimento, rugas, cicatrizes, revitalização, plasticidade,
luminosidade, diminuição da hiperqueratinização.

Em decorrência dos benefícios dos pellings muitos profissionais utilizam


produtos cosméticos ou procedimentos com esta finalidade (KEDE, 2009).

Os peelings químicos são um dos procedimentos mais utilizados em


consultórios médicos, dermatológicos e clínicas de estética devido à sua efetividade,

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há uma grande procura deste tratamento para melhorar a aparência da pele e
prevenção da estética (RUBIN, 2007).

O peeling pode ser realizado através de produtos cosméticos que contenham


substâncias que alterem a estrutura córnea como os ácidos, enzimas ou substâncias
abrasivas, outra possibilidade é o procedimento com o uso de laser como a Luz
intensa pulsada (PIMENTEL, 2008).

Ampla gama de substâncias químicas, como os alfa-hidrohixiácidos, os


betahidroxiácidos e os poli-hidroxiácidos são utilizados em formulações cosméticas
para peelings químicos (PIMENTEL, 2008; GOMES, 2009).

Devido a diversidade de produtos cosméticos disponibilizados pelo mercado


cosmético contendo princípios ativos com finalidade de esfoliação química
desenvolveu-se uma pesquisa de mercado para análise destes produtos, buscando o
entendimento dos princípios ativos esfoliantes para definir a escolha e assim melhor
empregá-los em protocolos faciais.

Com o aumento da procura por este procedimento e diversidade de produtos


surgem as dúvidas e as inseguranças dos profissionais. Talvez o uso de ácidos seja
a causa dessa insegurança pelo receio de prejudicar a pele do cliente, por causa do
efeito corrosivo (GOMES; DAMAZIO, 2009).

As principais distribuidoras de produtos cosméticos profissionais foram o


universo de pesquisa escolhido para análise da rotulagem destes produtos. Entre os
diversos tipos de peeling, iremos realizar um estudo particularmente dos peelings
químicos e seus principais ativos empregados nas formulações cosméticas com o
objetivo fundamental de avaliar o produto identificando os ativos dos cosméticos
profissionais utilizados nos protocolos de tratamento para esfoliação química.

Faz-se indispensável à abordagem de alguns tópicos para a compreensão das


diferenças existentes entre os produtos cosméticos para peeling químico disponível
no mercado.

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1. SISTEMA TEGUMENTAR

A pele, ou cútis, maior órgão do corpo humano, é um órgão de revestimento


complexo e heterogêneo, constituída essencialmente de três grandes camadas de
tecidos: uma superior (epiderme), uma camada intermediária (derme), e uma camada
profunda (hipoderme).

Apresenta funções de proteção, nutrição, pigmentação, queratogênese,


termorregulação, transpiração, perspiração, defesa e absorção (Batistela, 2007),
(Sant’Anna, 2003). A pele funcionalmente age como um envoltório de proteção ao
meio externo controlando a perda de fluidos corporais evitando a penetração de
substancias estranha e nociva ao organismo, atuando assim como uma capa protetora
e uma barreira impermeável a muitas substâncias.

A pele é dividida em três camadas com funções distintas. A mais externa e


principal barreira de defesa é a epiderme; intermediaria e vascularizada é conhecida
como derme; e a mais profunda, constituída de tecido gorduroso, a hipoderme
(GONCHOROSKI et al, 2005).

A pele tem como suas, as funções de manutenção homeostática e de


revestimento, além de desempenhar também a função sensitiva, defendendo-nos
contra agressores externos. Entretanto o avançar dos anos provoca uma diminuição
da elasticidade, provocando fragilidade, atrofia, perda de vasos sanguíneos, colágeno
e gordura. E todas estas alterações provocam o envelhecimento cutâneo que se
exteriorizam através de rugas, linhas de expressão e flacidez. (GUIRRO, 2004).

Jacob et al. (1990), afirma que apele é altamente seletiva e, quase inteiramente
à prova de água, fornecendo uma eficiente e bem regulada barreira térmica, e
participando na dissipação de água, garantindo um bom funcionamento das funções
termorreguladoras do corpo.

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2. PEELING QUÍMICO

Peeling é uma abrasão da pele promovida por agentes químicos (ácidos),


mecânicos (abrasivos), laser, onde os procedimentos realizados têm a finalidade de
promover renovação celular e de se obter um refinamento da pele.

Esta ação se dá através de substâncias enzimáticas, físicas e químicas, como


os ácidos e substâncias cáusticas. Ele visa à renovação da pele com base na
descamação cutânea superficial, ou seja, da epiderme e/ou derme superficial,
promovendo intensa renovação celular podendo ocorrer lesão na pele seguida de
epitelização (SOUZA, 2006; PIMENTEL, 2008; GOMES; DAMAZIO 2009).

A palavra peeling se origina no verbo to peel do inglês, que significa pelar,


descamar, esfolar, desprender, promovendo dessa forma a renovação celular
(GOMES, 2009).

Os peelings químicos utilizam o efeito químico de substâncias; os físicos


promovem lixamento e abrasões na pele e, por fim, os a laser que são peelings
ablativos, que fazem a retirada da pele pela ação da energia luminosa do laser, e os
não ablativos utilizam o luz intensa pulsada (PIMENTEL, 2008). Como o resultado do
peeling é a descamação, a pele torna-se renovada a partir das camadas mais

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profundas, obtendo aspecto mais jovem, melhorando manchas e rugas além da pele
apresentar melhor capacidade e qualidade da elasticidade. (PIMENTEL, 2008).

A profundidade do peeling depende da substância aplicada, de sua quantidade,


da concentração do ativo e de seu ph, do preparo que antecede imediatamente o
procedimento com limpeza e retirada de oleosidade, do tipo de pele (fina, espessa),
duração do contato com a pele (ASSAFIM, 2007; GOMES, 2009).

Os produtos cosméticos utilizados em peeling podem ser encontrados na forma


de loção, gel, creme, pó ou microgrânulos (GOMES, 2009). A pele sofre um ciclo de
constante renovação, sendo que diariamente trocamos células antigas por novas.
Entretanto, com o avançar da idade, ou por outros fatores, esse ciclo vai diminuindo,
e o resultado são manchas, desidratação e rugas na pele.

À medida que a maturação epidérmica se torna anormal, a pele torna-se seca,


enrugada e frouxa, com evolução de queratoses, efélides, lentigos solares e
comedões. A degeneração do colágeno e da elastina dérmicos resulta no
aparecimento de rugas, dobras, pregas e sulcos.

O sistema da melanina sofre alterações, onde começam a aparecer manchas,


sardas, lentigos, queratoses actínicas e seborreias pigmentadas enquanto o melasma
e a hiperpigmentação pósinflamatória são agravados. Todas essas alterações são
amplificadas pelas irregularidades do fluxo sanguíneo da derme papilar, que
produzem telangiectasias e microangiomas com eritema e equimose resultantes
(KEDE, 2009).

A esfoliação das camadas mais externas ativa um mecanismo que estimula a


renovação e o crescimento celular, resultando na aparência mais saudável e bonita
da pele, graças as alterações na arquitetura celular (PIMENTEL, 2008).

O peeling químico é o melhor recurso para o rejuvenescimento que não


interrompam o curso de vida diária, uma vez que promovem uma esfoliação cutânea
e posteriormente uma renovação celular (PIMENTEL, 2008).

Dependendo do tempo, do quadro clínico e da disponibilidade do cliente, pode-


se empregar peelings superficiais. Quanto mais agressivo for o ácido, mais profundo
será o peeling, com consequentes melhores resultados e maior risco de complicações
(PIMENTEL, 2008).

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Os peelings químicos também são excelentes complementos a outros
procedimentos estéticos. Eles podem ser usados em casa de forma contínua com
menor concentração. É frequentemente a combinação de tratamentos que produz os
resultados desejados como cada preocupação facial é abordada com modalidade
apropriada (SAPIJASZKO, 2001).

Os formuladores de peelings químicos empreendem uma constante procura de


métodos que ofereçam maior segurança na sua utilização e atinjam resultados cada
vez melhores com menos desconforto para o cliente (RUBIN, 2007).

Indicações do Peeling Químico

De acordo com Rotta (2008), esse tipo de tratamento tem várias aplicabilidades,
dentre elas: casos de rugas, melanoses, queratoses actínicas, melasma,
hiperpigmentação pósinflamatória, acnes e suas sequelas, cicatrizes atróficas, estrias,
queratose capilar, para clareamento da pele e foto envelhecimento.

Esta indicada na ocorrência das seguintes situações: lesões epidérmicas,


melasmas, lentigos, discromias actínicas, rugas oderadas, efélides, cicatrizes de acne,
queratose actinicas, rugas finas, hiperpigmentação pós-inflamatória,
fotoenvelhecimento. Remove a camada superficial da pele ou até a própria derme,
(dependendo da concentração), fazendo emergir um novo tecido. Estimula a produção
de fibras colágenas substancias que garantem a elasticidade e a firmeza da pele
(Zanini, 2007; Velasco, 2009).

Nos tratamentos tópico da acne vulgar, especialmente nos graus I, II e III, nos
quais predominam comedões, pápulas e pústulas, ictiose lamelar (doença cutânea
hereditária rara que ocorre em recém-nascidos), fotoenvelhecimento cutâneo,
queratose folicular, psoríase e líquen plano (KOROLKOVAS, 2008).

É indicado no clareamento de manchas hipercrômicas, no pós-peeling como


antiinflamatórios, cremes antienvelhecimentos, despigmentantes. Pode ser
incorporado em géis, cremes e loções não iônicas. Para peles oleosas recomenda-se
o uso de sabonete adequado, antes da aplicação do ácido fítico, para facilitar a
permeabilidade (DOMÍNGUEZ, 2002).

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Indicado também para pele fotolesada, complementando o peeling superficial
continuado, após duas a quatro semanas. Fazer a cada duas a três semanas, uma
série de seis a oito peelings com ácido glicólico 70% (SAMPAIO, 2000).

Contra Indicações do Peeling Químico

É contra indicada de forma absoluta pele com ferimentos, cicatrizes de pós-


operatório recente, herpes zoster, alergia aos ácidos, dente outros. As relativas são
para peles sensíveis, eritema solar ou após depilação imediata. A exposição ao sol
durante o tratamento com peeling é proibida para prevenção de manchas na pele
como também seu envelhecimento precoce (BORGES, 2005).

No entanto é contra indicado nos casos de fotoproteção inadequada, gravidez,


estresse ou escoriações neuróticas, uso de isotretinoína oral há menos de seis meses,
cicatrização deficiente ou formação de quinóides, história de hiperpigmentação pós-
inflamatória permanente (ROTTA, 2008).

Não devem ser aplicadas sobre a pele inflamada, eczematosa ou com


queimaduras de sol; igualmente, não devem ser utilizados simultaneamente outros
tratamentos tópicos, especialmente outros agentes queratolíticos, na gravidez e na
lactação (KOROLKOVAS, 2008).

3. MECANISMOS DE AÇÃO DOS PEELINGS QUÍMICOS

Os peelings químicos irão interagir com as células epiteliais que constituem a


epiderme, camada mais superficial do sistema tegumentar que exibe a camada córnea
com características especificas importantes para a função de barreira como a coesão
entre as células, pouca ou ausência de líquido intersticial abaixo da camada córnea
encontra-se camadas diferenciadas como camada lúcida, granulosa, espinhosa e
basal.

Estas camadas se assentam sobre um tecido de sustentação fibrilar chamado


derme, constituído por tecido conjuntivo.

A derme, por sua vez, repousa sobre a camada adiposa também conhecida
como tecido subcutâneo ou hipoderme (PEYREFITTE, 1998; JUNQUEIRA, 1997;

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GUIRRO; GUIRRO, 2004). Utilizam-se vários tipos de ácidos para realizar um peeling,
de forma isolada ou em associações. O objetivo é que essa substância penetre na
pele não apresentando toxicidade ao organismo e, conforme a profundidade atingida
seja capaz de conseguir benefícios nos tratamentos estéticos.

Dependendo da alteração clínica a ser tratada a escolha das substâncias


devem ser compatíveis com grau de penetração que se deseja, podendo o esteticista
utilizá-lo superficialmente. (PIMENTEL, 2008).

Ao aplicar o peeling na região, ocorre uma estimulação epidérmica que resulta


na remoção do estrato córneo, permitindo a penetração de substâncias.

Após a penetração, teremos uma reação inflamatória tecidual que leva aos
mediadores inflamatórios, provocando o que, segundo espera-se, seja a síntese de
colágeno e finalmente a reparação. (PIMENTEL, 2008, p. 37). No esclarecimento de
Gomes (2009), os ácidos atuam reduzindo a coesão entre as células, pois reagem
com a enzima cimentante que existe entre a queratina, promovendo a esfoliação da
superfície acelerando dessa maneira a renovação celular; a alteração do ph leva a
ruptura das ligações de queratina, a desobstrução dos folículos pilo-sebáceos; facilita
a permeabilidade da pele, tornando a permeação transepidérmica mais eficiente.

Deste modo resulta que, através da renovação celular intensificada melhora a


textura da pele, revitalizando, tornando a superfície cutânea mais lisa, clara, luminosa
e reduzindo rugas superficiais, estímulo do fibroblasto, aumento do colágeno, dando
à pele mais resistência e flexibilidade, redução de cloasmas solares superficiais e
aumenta a síntese do metabolismo basal.

Os peelings químicos causam alterações na pele por meio de mecanismos de


estimulação do crescimento epidérmico mediante a remoção do estrato córneo,
destruição de camadas específicas da pele lesada, substituindo-as por um novo tecido
e a indução de uma reação inflamatória mais profunda que a necrose produzida pelo
agente esfoliante (KEDE, 2009).

Com o passar do tempo a pele entra em acomodação e não responde mais ao


tratamento com o ácido e dessa maneira a renovação celular diminui, mas ocorre o
aumento do efeito cosmético dos ácidos sobre a pele, melhorando a hidratação e a
plasticidade.

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Todos esses benefícios justificam a utilização dos ácidos nos procedimentos
estéticos que buscam a correção inestética da superfície cutânea, sendo fundamental
o conhecimento do profissional para que ele tenha controle e segurança na utilização
da terapia (PIMENTEL, 2008).

4. CLASSIFICAÇÃO DA PROFUNDIDADE DOS PEELINGS


QUÍMICOS

A profundidade da permeação histológica dos peelings químicos depende de


alguns fatores como ph e concentração do produto a ser aplicado.

O peeling pode ser classificado como muito superficial agindo no estrato córneo
até o estrato granuloso, área da estética; superficial agindo na epiderme, do estrato
granuloso até a camada basal, área da estética e médica; médios agindo na derme
papilar e profundo até a derme reticular, restritos a área médica (GOMES; DAMAZIO,
2009).

O peeling superficial é geralmente epidérmico, e não apresenta riscos de


complicações ao cliente. Pode ser utilizado em todos os tipos de pele, com a devida
escolha do princípio ativo, por ser menos agressivo, não exige repouso para
recuperação, podendo o cliente voltar às atividades no mesmo dia (PIMENTEL, 2008;
RUBIN; 2007).

O tratamento de peeling químico é considerado suave porque provoca apenas


fina descamação na pele, deixando-a um pouco avermelhada, repuxada e com leve
ardor (PIMENTEL, 2008). Devido à penetração muito superficial desses peelings, eles
tendem a ser seguros e apropriados para todos os tipos de pele, embora os melhores
resultados apareçam em loiras, ruivas, orientais e morenas claras. Mas mesmo assim
devem ser utilizados com cautela (YARDY apud RUBIN, 2007).

Os alfa-hidroxiácidos fazem parte dos peelings superficiais, entre eles, temos o


málico e cítrico, das frutas cítricas; o ácido lático, derivados do leite; o ácido glicólico,
da cana-de-açúcar; e o ácido tartárico, das uvas e os beta-hidroxiácidos como o ácido
salicílico (PIMENTEL, 2008).

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O peeling superficial serve para as retiradas das manchas muito superficiais,
redução da aspereza, melhora a pele sem brilho, pele descamativa e pele seca.
Melhoram a textura da pele, atenuam rugas finas, queratose actínica, bem como nos
foto danos leves podem trazer benefícios quando aplicado o peeling químico
superficial (LIMA, 2011; SAPIJASZKO, 2011).

Pimentel (2008) esclarece que os peelings médios levam a uma descamação


intensa, são mais agressivos e efetivos que os peelings superficiais, e retiram
manchas e rugas de média profundidade. Esse método remove parcial ou totalmente
a primeira camada da pele, até atingir a derme. Com isso, a face ganha um toque
suave, tom uniforme e aparência jovial num curto espaço de tempo.

O peeling superficial é recomendado para a retirada de queratoses actínicas,


de manchas, melhora das cicatrizes, rugas, sardas, rugas finas ao redor dos lábios,
poros dilatados, cicatrizes superficiais de acne, envelhecimento precoce ou lesões
provocadas pelo sol.

É ideal para quem tem pele clara, como loiras naturais ou orientais e morenas
claras. Devem ser evitadas pelas mulheres negras, ou bronzeadas artificialmente ou
pelo sol, caso contrário, podem aparecer manchas escuras (PIMENTEL, 2008).

Lima (2011) descreve que os peelings médios, provocam descamação mais


espessa e escura, necessitando de cuidados maiores no pós peeling.

O peeling profundo atinge a derme reticular, agindo nas lesões mais profundas
da pele. Esses peelings melhoram dramaticamente a profundidade das rítides,
cicatrizes de acne e flacidez cutânea (YARDY apud RUBIN, 2007).

É o mais profundo que se consegue atingir em um peeling. Devido à


profundidade dos peelings médios e profundo, não é realizado pelo profissional de
Tecnologia em Cosmetologia e Estética.

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5. PRINCÍPIOS ATIVOS PARA PEELING QUÍMICO

Para que os peelings químicos façam o seu efeito no estímulo da renovação


celular, geralmente utilizam-se princípios ativos com característica ácida. Entre estas
substâncias ativas destacam-se os alfa-hidroxiácidos (ácido glicólico, ácido mandélico,
ácido lático, ácido cítrico, ácido tartárico). No grupo dos betahidroxiácidos (ácido
salicílico) e ainda os poli-hidroxiácidos (glucolactona, ácido lactobiônico) (GOMES,
2009)

6. ALFA-HIDROXIÁCIDO (AHA)

Os alfa-hidoxiácidos são um grupo de substâncias naturais encontradas em


frutas e em outros alimentos. Constitui um grupo de compostos orgânicos que
possuem em comum a hidroxila na posição alfa (ALMEIDA, 2008). Expressa Rubin
(2007), que os AHAs, em contado com pele, têm a capacidade de diminuir a
concentração dos corneócitos na camada córnea da epiderme, facilitando a
renovação celular e tornando-a mais fina e mais permeável a outros ativos. Por esse
motivo são muito utilizados como coadjuvante de tratamentos de antienvelhecimento,
pois permitem a melhor absorção de ativos como vitaminas e antioxidantes.

Os alfa-hidroxiácidos são produtos de utilização em peelings superficiais,


indicados para rugas finas, lesões actínicas, melasma, efélides, acne, discromias,
peles rugosas, hiperpigmentacão pós-inflamatória, hiperqueratinização,
fotoenvelhecimento e queratoses (SOUZA; ANTUNES JUNIOR, 2006).

Destaca Gomes (2009, p.168) que os alfa-hidroxiácidos exercem grande


capacidade de umectância aumentando sensivelmente a retenção de água no extrato
córneo e consequentemente hidratação. Entre os AHA destaca-se o ácido glicólico,
derivado da cana de açúcar, hidrossolúvel, conhecida como ácido hidroxiacético, ou
ácido 2-hidroxietanóico (ALMEIDA, 2008).

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O ácido glicólico tem o menor peso molecular de todos os AHAs e, portanto,
atravessa a pele facilmente, dependendo do veículo, formulação, ph, local de
aplicação e da condição da pele a qual está sendo aplicado.

Em baixas concentrações (até 10%), quando aplicado topicamente o ácido


glicólico diminui a coesão dos queratinócitos, ajudando em distúrbios da
queratinização, como acne, queratose seborréica, ictiose, etc (LEONARDI, 2008). O
ácido glicólico não neutralizado tem ph tão baixo que, quando aplicado em estado
puro sobre a pele, pode produzir inativação do sistema enzimático presente.

A influência do ph em formulações com ácido glicólico, é fundamental sendo


que a capacidade de estimulação da renovação celular diminui com aumento do ph.
Logo, o efeito do ácido glicólico depende do ph ácido da formulação (ALMEIDA,2008).

No grupo dos AHA temos o ácido Mandélico obtido do extrato de amêndoas


amargas. É considerado um dos AHA de maior peso molecular o que significa que a
pele absorve lentamente favorecendo um efeito uniforme e minimizando os
transtornos comuns na aplicação de ácidos (PIMENTEL,2008).

O ácido mandélico demonstra ser menos irritante para a pele em comparação


com outros ácidos já conhecidos. Possui o efeito vantajoso para o rejuvenescimento
de peles mais morenas. Ele age durante o processo infeccioso da acne, pois, além de
combater as bactérias que formam o processo evita a formação de novas bactérias e
acelerando a cicatrização, colaborando ainda com o tratamento de eventuais sequelas
(PIMENTEL, 2008).

Outro AHA, o ácido lático, obtido pela fermentação da lactose com molécula
maior do que a do ácido glicólico. Têm sido utilizados amplamente como agente de
peeling (RUBIN, 2007). O sucesso de um tratamento tópico com AHA depende da
concentração biodisponível do AHA e do veículo utilizado. Portanto, quanto menor o
ph maior será a biodisponibilidade.

A biodisponibilidade do ácido glicólico, quando o veículo se encontra em ph


aproximadamente 2,5 é de 0,96; ou seja, 96% do ácido glicólico está disponível na
formulação, e, portanto, pode penetrar no estrato córneo facilmente (LEONARDI,
2008), porém em cosméticos o valor de ph de produtos contendo ácido glicólico não
pode ser menos que 3,5 (ANVISA, 2011).

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A utilização de AHAs e seus derivados em formulações cosméticas deverá ter
sua concentração máxima limitada a 10%, calculada na forma ácida, em ph maior ou
igual a 3,5, isto porque o ph está diretamente relacionado ao efeito do peeling
(CORDEIRO; GUTZ, 2010)

7. BETA- HIDROXIÁCIDO (BHA)

Os beta-hidroxiácidos possuem um grupo hidroxi na posição beta, possui como


membro o ácido salicílico, que tem ação queratoplástica em concentrações até 2% e
queratolítica acima de 2%, também usado nas hiperqueratoses na concentração de
até 10%, com ação bacteriostática e fungicida, nas concentrações de 1% a 5%
(ASSAFIM, 2007).

O ácido salicílico melhora a aparência da pele foto envelhecida, é efetivo na


redução das rugas finas, além de melhorar a textura da pele, pois atua como esfoliante.
Pode ser utilizado também no combate a acne. Este beta-hidroxiácido regulariza a
oleosidade da pele e também apresenta ação anti-inflamatória (LEONARDI, 2OO8).
O ácido salicílico é levemente solúvel em água, entretanto muito solúvel em éter e
etanol, encontrado naturalmente em certas plantas e particularmente em frutas. O
ácido salicílico é utilizado essencialmente sozinho em preparações tópicas ou em
soluções para peeling, graças as suas propriedades queratolíticas. Apresenta uma
alta afinidade pelos lipídios e preferencialmente exerce seu efeito queratolítico dentro
dos poros, tornando-se uma terapia útil na acne (DEWANDRE apud RUBIN 2007).

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8. POLI-HIDROXIÁCIDO (PHA)

Os poli-hidroxiácidos (PHAs) são ácidos carboxílicos que possuem grupamento


hidroxila, sendo os representantes mais comuns o ácido glucônico e o ácido
lactobiônico. Esta classe apresenta moléculas maiores, o que reduz os efeitos
adversos causados pelos alfa-hidroxiácidos, pois penetram mais lentamente na pele.
Além disso, são umectantes e antioxidantes, auxiliando na prevenção do foto
envelhecimento, na redução o acúmulo de escamas, pois são capazes de normalizar
a reposição celular e a esfoliação, podendo estimular a produção de ceramidas para
reforçar a função de barreira (BARQUET; FUNCK; KOESTER, 2006).

O efeito antioxidante dos PHAs pode ser um possível mecanismo de resistência


à irritação, sendo indicados para pessoas com pele sensível, já que são moléculas
altamente hidratantes para as quais foram descritas atividades antioxidantes. Fazem
parte do grupo dos poli-hidroxiácidos a gluconolactona que é um delta- lactona do
ácido glutâmico obtido pela oxidação da glicose do milho (GOMES, 2009). Tem ação
umectante e hidratante por reestruturar a epiderme, renovador celular e antioxidante.
É indicado para foto envelhecimento, acne e rosácea, incluindo linhas de expressão,
rugas, hiperpigmentação e aumento de firmeza (SOUZA, 2005).

A gluconolactona proporciona proteção contra os danos causados por radicais


livres produzidos pela exposição solar e inflamação crônica da pele prejudicada pelo
sol (LEONARDI, 2008).

Outro ativo é o ácido Lactobiônico que é um ácido orgânico conhecido como


ácido galactoglucônico, obtido pela oxidação química ou microbiana da lactose,
promove efeito rejuvenescedor, revitalizante, cicatrizante, hidratante e combate os
radicais livres. Concentrações de 2% a 10% e ph entre 3,0 e 5,0 (GOMES, 2009).

O ácido lactobiônico é comumente encontrado no leite, tendo amplo uso


comercial, devido a sua forte atividade antioxidante. Este ácido é formado pela
oxidação da lactose possui efeito antioxidante através da quelação do ferro e da
inibição da oxidação de outras substâncias, incluindo substâncias rapidamente
oxidáveis, como antralina e hidroquinona (SOUZA, 2005).

17
Devido à sua ação antioxidante, também é eficaz na pele fotoenvelhecida, já
que a oxidação e degradação da pele são causadas pelos radicais livres gerados
através da exposição à radiação UV. É benéfico também por inibir a enzima
metaloproteinase, responsável pela degradação da matriz extracelular e da
integridade estrutural da pele, contribuindo para a formação de rugas, flacidez e
telangiectasia (BARQUET; FUNCK; KOESTER, 2006).

Atualmente no mercado existe uma variedade de produtos cosméticos com


finalidade de peeling químico, porém a utilização destes produtos não dispensa os
devidos cuidados para garantir a eficácia do tratamento.

Os ativos mais utilizados em peelings químicos foram os alfa-hidroxiácidos


(AHA), especialmente o ácido glicólico e ácido mandélico. Os AHA estão presentes
em todas as formulações analisadas, de forma isolada ou em associações com outros
ativos esfoliantes. Os AHA, especialmente o ácido glicólico vem sendo amplamente
utilizado na área da estética para as diversas alterações estéticas, atualmente ainda
é a substância esfoliante mais encontrada nas formulações, apesar de ser descrito
que devido ao seu baixo peso molecular, com apenas dois carbonos em sua cadeia,
ele é facilmente absorvido pelo epitélio.

A estrutura molecular extremamente pequena apresenta excelente permeação


muitas vezes ocasionando desconforto e frequentemente causando sensibilidade aos
usuários (ALMEIDA, 2008; RUBIN, 2007; LEONARDI, 2008). As reações de irritação
e ardência usuais podem ser decorrentes de três fatores. O baixo ph da formulação,
porém, este sozinho é apenas uma sensação transitória, devido à presença de íons
hidrogênio, mas não pode ser relacionado à irritação intrínseca potencial.

Outro fator é a rápida liberação e penetração pela pele da forma ácida dos
AHAs presentes no veículo e o terceiro é o estado da pele em condições anormais ou
sensíveis de acordo Yu; Van Scott (2001 apud BARQUET; FUNCK; KOESTER, 2006).
Mesmo assim o ácido glicólico destaca-se possivelmente devido a seu efeito de
renovação celular sendo observado facilmente pelo cliente, pois ocasiona uma leve
descamação da pele perceptível a olho nu e os resultados são mais rápidos.

Entretanto insta salientar a importância de realizar um peeling de forma gradual


para que não ocorram efeitos indesejáveis como hipocromia, processos inflamatórios,
hiperpigmentação entre outras.

18
Autores ainda destacam que substâncias como os PHA apresentam a mesma
eficácia dos AHA, porém com efeitos indesejáveis muito menores (BARQUET;
FUNCK; KOESTER, 2006).

A grande vantagem do uso dos PHA é a de não causar irritação na pele, penetra
de forma mais lenta e gradual, sem causar queimação, ardência ou sensação de
picadas provocadas pelos AHA tradicionais é indicada para indivíduos de pele
sensível e étnica (BARQUET; FUNCK; KOESTER, 2006), sendo assim, uma
substância segura que deveria ser melhor empregado em formulações passando mais
segurança ao profissional, melhor conforto ao cliente e com a devida divulgação de
estudos sobre os PHA, proporcionando resultados satisfatórios.

9. REFINAMENTO PEELING

Peeling é uma abrasão da pele causada por agentes químicos (ácidos),


mecânicos (abrasivos), laser, onde o procedimento feito tem a intensão de alcançar a
renovação celular e de promover um refinamento da pele.

Esta realização é conseguida por substâncias enzimáticas, físicas e químicas.


Ele visa a renovação da pele com base na descamação cutânea superficial, ou seja,
da epiderme e/ou derme superficial, ocasionando intensa renovação celular, podendo
acontecer lesão na pele seguida de reepitelização (PIMENTEL,2008; DAMAZIO,2009).

A pele sofre um ciclo de constante renovação, pois diariamente trocamos


células antigas por novas. Contudo, com o avançar da idade, ou por outros motivos,
esse ciclo vai diminuindo, e o efeito são manchas, desidratação e rugas. Conforme a
maturação epidérmica se torna anormal, a pele se torna seca, enrugada e frouxa, com
evolução de queratoses, efélides, lentigos solares e comedões.

A degeneração do colágeno e da elastina dérmicos resulta no


surgimento de rugas, dobras, pregas e sulcos. A melanogenese sofre alterações,
onde se desencadeia manchas, sardas, lentigos, queratoses actínicas e
seborreicas pigmentadas, enquanto o melasma e a hiperpigmentação pós –
inflamatória são agravados.

19
Todas essas alterações são aumentadas pelas irregulares do fluxo
sanguíneo da derme papilar, que produzem telangiectasias e microangiomas com
eritema e equimose resultantes.

Os ácidos agem reduzindo a coesão entre as células, porque reagem com a


enzima “cimentante” que existe entre a queratina, promovendo a esfoliação da
superfície acelerando assim a renovação celular; a mudança de Ph leva a ruptura
das ligações de queratina, a desobstrução dos folículos pilo –sebáceos, ajuda na
permeabilidade da pele, tornando a permeação transepidérmica mais eficaz.

Desta forma resulta, através da renovação celular intensificada, a


melhora a textura da pele, revitalização, tornando a superfície cutânea mais
lisa, clara, luminosa e assim reduzindorugas superficiais.

Além disso há o estímulo aosfibroblastos, aumento do colágeno,


proporcionando à pele mais resistência e flexibilidade, redução de cloasmas
solares superficiais e aumenta a síntese do metabolismo basal ( GOMES,2009 ).
A profundidade de penetração histológica dos peelings químicos resulta de
alguns fatores como PH (potencial hidrogeniônico) e concentração do produto a
ser utilizado.

O peeling pode ser classificado como muito superficial, agindo no estrato


córneo até o estrato granuloso; superficial, agindo na epiderme, do estrato
granuloso até a camada basal, sendo que ambos podem ser aplicados por
esteticistas e peelings médios, agindo na derme papilar e profundo até a derme
reticular, restritos a área médica.

Os peelings muito superficiais afinam e retiram o estrato córneo e não


criam lesão abaixo do estrato granuloso. Podem ser feitos com algumas substâncias
como: Ácido salicílico a 10% em base alcóolica ou gel, ácido glicólico a 10% ou
15%, resorcina a 5% ou 10% e a solução de tessner modificada (KEDE;
SACATOVICH,2015 ).

O superficial causa necrose de parte ou de toda a epiderme, podendo


ser do estrato granuloso até a camada de células basais
(KEDE;SABATOVICH,2015 ). Os peelings médios realizam necrose da epiderme e

20
de parte ou de toda derme papilar. As substâncias mais usadas são: Ácido salicílico
40%, ATA 30% e fenol modificado. ( KEDE; SABATOVICH,2015 ).

Os peelings profundos causam necrose da epiderme e da derme papilar


podendo se estender até a derme reticular. E as substâncias mais utilizadas para
esse tipo de peeling é o fenol e o multipeel. ( KEDE; SABATOVICH,2015 ).
Entre os fatores que interferem no grau de profundidade, estão:

 A Estrutura molecular ou peso molecular:

 Quanto maior a estrutura molecular do ácido, menos agressivo será o peeling;

 Concentração do ácido: Quanto maior a porcentagem, maior a potencialização


do efeito na pele;

 Tempo de aplicação: Quanto maior o tempo de contato com o ácido, maior o


risco de causar uma lesão;

 Forma de aplicação: Quanto mais camadas se aplicar na pele ou na região


específica, maior o poder de penetração do agente esfoliante;

 Preparo da pele ou aclimação: É necessário a preparação da pele antes


do peeling para que facilite a penetração uniforme do agente esfoliante;

 Tipo de pele: A pele oleosa é mais resistente ao agente esfoliante por


isso a importância de uma boa avaliação e observar especialmente as
áreas sensíveis de dobras cutâneas:

Na face encontra-se sulco nasogeniano, comissura labial, cantos da boca e do


nariz, pálpebras superiores e inferiores e no queixo, nessas regiões há maior
penetração do ácido, causando uma lesão mais intensa e PH, sendo necessário
para uso domiciliar o pH entre 4 e 4,5 para evitar complicações como eritemas
persistentes e lesões acentuadas(KEDE; SABATOVICH,2015 ).

10. REJUVENESCIMENTO

Técnicas de rejuvenescimento vêm-se aperfeiçoando não apenas pelos


avanços tecnológicos, mas também pela preocupação da população com a
saúde e a aparência física, bem como em decorrência da maior longevidade.

21
O processo de envelhecimento ocorre tanto por causas genéticas, mudanças
hormonais associadas a menopausa (envelhecimento intrínseco), quanto por
influências ambientais, como luz solar, vento, umidade, doenças dermatológicas,
fumo, álcool, alimentação.

As modificações da pele que ocorrem pelo envelhecimento intrínseco


levam a ressecamento, flacidez, alterações vasculares, rugas e diminuição da
espessura da pele.

O envelhecimento cutâneo devido à exposição ao sol é conhecido como


"fotoenvelhecimento" e conduz à degeneração das fibras elásticas e colágenas, ao
aparecimento de manchas pigmentadas e à ocorrência de lesões pré-malignas ou
malignas.

A radiação UV propicia a formação dos radicais livres produzidos e, com isso,


eleva o número de lesões oxidativas não reparadas, que alteram o metabolismo e são
responsáveis pelo envelhecimento precoce, e elevam o risco de aparecimento de
câncer cutâneo.

A pele não agredida pelo sol caracteriza-se por seu aspecto sem manchas,
pigmentação homogênea e textura macia. Com o passar dos anos, a velocidade
de renovação celular diminui, e o peeling é um procedimento que visa acelerar o
processo de esfoliação cutânea, promovendo a renovação celular, pelo uso de
substâncias químicas. Dessa forma, a pele adquire aspecto mais jovial e renovado.

O peeling químico é também chamado de resurfacing químico, quimio


esfoliação ou quimio cirurgia e consiste na aplicação de um ou mais agentes cáusticos
à pele, produzindo uma destruição controlada da epiderme e sua reepitelialização.
Sua popularidade ocorre por propiciar melhoramento da aparência da pele
danificada por fatores extrínsecos, intrínsecos e também por cicatrizes
remanescentes. O peelingquímico é classificado em três tipos:superficial, médio e
profundo, assim descritos.

O peeling superficial tem ação na epiderme e utilizam-se como substâncias


ativas os alfa-hidroxiácidos(AHAs), beta-hidroxiácidos (ácido salicílico), ácido
triclo-roacético (TCA), resorcinol, ácido azelaico, solução deJessner, dióxido de
carbono (CO2) sólido e tretinoína.

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É indicado para casos de acne, fotoenvelhecimento leve, eczema
hiperquerostático, queratose actínica, rugas finas e melasma.

O peeling médio tem ação na derme papilar e utiliza como substâncias ativas
combinações de TCA com CO2,TCA com solução de Jessner, TCA com ácido
glicólico ou somente o TCA e resorcina.

Possui a mesma indicação que o peeling superficial, além de ser indicado


em lesões epi-dérmicas.

O peeling profundo tem ação na derme reticular. São utilizados como


componentes ativos o TCA a 50% e o fenol(solução de Baker-Gordon), entre outros.
É indicado para os casos de lesões epidérmicas, manchas, cicatrizes, discromias
actínicas, rugas moderadas, queratoses, melasmas elentigos.

O peeling superficial é geralmente epidérmico e não apresenta riscos de


complicações ao paciente. Pode ser utilizado em todos os tipos de pele e em
qualquer área do corpo. Utiliza-se também a solução de Jessner, combinação de
resorcina, ácido salicílico, ácido lático e etanol. O CO2 sólido, denominado gelo
seco, é geralmente utilizado em casos de acne. O TCA, entre as numerosas
substâncias ativas, pode ser empregado nas formulações, em concentrações de
10 a 35%, desencadeando peelings de média profundidade.

Os AHAs fazem parte de um grupo de substâncias utilizadas nessas


categorias de peeling. São compostos derivados do leite (ácido lático), frutas
cítricas (ácidomaléico e cítrico), uva (ácido tartárico) e cana-de-açúcar(ácido glicólico),
mas também podem ser de origem sintética. Diferenciam-se pelo tamanho da
molécula, sendo o ácido glicólico menor e, portanto, com maior poder de penetração
na pele. São eficientes no tratamento de rugas, desidratação, espessamento e
pigmentação irregular da pele.

O ácido glicólico é o mais utilizado em formulações cosméticas e, pelo fato


de sua molécula ser de tamanho pequeno, tem maior poder de penetração em
relação aos outros AHAs.

Além da concentração utilizada, é importante considerar o valor de pH da


preparação, podendo variar de dois a quatro, e quanto menor seu valor (mais ácido)

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maior a ação esfoliante do peeling e seu poder irritante na pele (o valor de pH 3,5 é
o ideal para uma boa esfoliação).

Ao longo do tratamento é importante o uso de filtro solar durante o dia,


para maior proteção da pele.O peeling médio é utilizado para remover queratoses
actínicas, rugas, discromias pigmentares ou para melhorar a aparência das cicatrizes.
O agente químico clássico utilizado para esse tipo de peeling era o TCA, na
concentração de 50%, mas apresentava o incoveniente de causar problemas na pele,
como o aparecimento de cicatrizes e hipopigmentação cutânea.

Por causa desse fato, passou-se a utilizar o TCA em combinação com


outras substâncias ativas, como o ácido glicólico, CO2 ou a solução de Jessner
(resorcinol, ácido salicílico e ácido lático). Atua na epiderme e derme, e o mecanismo
de ação do TCA envolve a esfoliação e a destruição do estrato córneo, ocorrendo
posteriormente a renovação celular.

11. ESTÉTICA: A PROFISSÃO E A RELAÇÃO COM A SAÚDE E O


BEM-ESTAR

A palavra estética surgiu na antiga Grécia, com o significado de percepção,


sensação. Sócrates foi um dos primeiros pensadores gregos a refletir sobre as
questões da estética, julgando-se incapaz de definir e explicar o belo em si. Para
Platão, somente a partir do ideal de beleza é que seria possível emitir um juízo estético,
definir o que era ou não belo, ou o que conteria maior ou menor beleza.
Estabeleceu uma união inseparável entre o belo, a beleza, o amor e o saber.

No século XVIII, estética surgiu como a teoria da sensibilidade, estando sempre


ligada à reflexão filosófica, à crítica literária ou à história da arte. O conceito de estética
está ligado ao estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte. Estuda
o julgamento e a percepção do que é considerado belo, a produção das
emoções pelos fenômenos estéticos, bem como as diferentes formas de arte e
da técnica artística (BAYER, 1995). A influência da cultura grega na sociedade
moderna é ainda predominante e observada por meio do julgamento
estético, o qual é prazerosamente praticado por toda a humanidade.

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É indiscutível que se vive numa sociedade de consumo, num tempo de culto
da imagem e das aparências, em que o corpo se transformou numa mercadoria. O
corpo e seus atributos, especialmente a beleza, adquiriram uma centralidade sem
precedentes na história (LEAL, 2010).

No Brasil, a história da estética ligada à profissão de Esteticista teve início na


década de 50, por meio de Anne Marie Klotz, nascida em Natal (RN), filha de pais
franceses, que após um período no país, retornaram à França. Em 1951, Anne
Marie retorna ao Brasil trazendo na bagagem técnicas de estética aprendidas na
França e, apesar da dificuldade com o idioma, começou a trabalhar em casa
atendendo somente às amigas.

Em pouco tempo, as técnicas empregadas se tornaram um sucesso e


assim nasceu em Copacabana o instituto de beleza “France-Bel”, que entre os anos
de 1954 e 1955 transformou-se em curso e laboratório.

Todo o material teórico trazido da França foi adaptado e registrado nos


Ministérios da Educação e Saúde. Neste curso, passaram grandes nomes da estética,
como Maria Celina Meireles, Antônia Maria e Waldtraud Ritter Winter.

A história da profissão de esteticista foi construída com muita luta e


perseverança por um exército de pioneiras, que, de uma maneira informal, levavam
aos lares seus cosméticos e suas técnicas de embelezamento. Ane M. Klotz criou, em
1963, a Federação Brasileira de Estética e Cosmetologia (FEBECO), afiliada à
federação mundial.

Considerava-se uma precursora de uma profissão importante para o


equilíbrio físico, mental, espiritual e social do indivíduo. Entendia que a esteticista
enviava energia ao seu cliente em forma de pensamentos de alegria, paz e gratidão
(KLOTZ, 2011).

Com o passar dos anos, a categoria tentou se organizar, criando a


Federação Brasileira dos Profissionais Esteticistas (FEBRAPE), com o objetivo
de lutar pela profissão, unificar as associações, realizar e divulgar estudos e
pesquisas e proporcionar o aperfeiçoamento dos profissionais.

Com inúmeras idas e vindas a Brasília, reuniões e projetos de lei não


votados, as federações/associações lutam até a presente data pela regulamentação

25
da profissão. Existem vários movimentos que se esforçam para sensibilizar o poder
legislativo para a efetiva votação e aprovação da regulamentação das profissões de
Técnico, Tecnólogo e, mais recentemente, Bacharel em Estética e Cosmetologia.

Os esteticistas, que faziam parte dos trabalhadores do serviço de


embelezamento e higiene, foram incluídos no grupo de profissionais da saúde e da
segurança. Os argumentos utilizados para esta alteração foram que os
recursos eletroterápicos usados para desenvolver as atividades profissionais
necessitam de estudo das ciências biológicas e da química-cosmetológica; e que a
estética é uma profissão de formação técnica e superior tecnológica, enquadrada
no catálogo nacional de cursos técnicos e ensino superior do Ministério da
Educação e Cultura, no eixo ambiente, saúde e segurança e por isso não
deveria estar na família dos trabalhadores do serviço de embelezamento e higiene
(BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego, 2011).

Em janeiro de 2011, o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou as mudanças,


passando os profissionais a pertencerem à Classificação Brasileira de Ocupações
- CBO de nº 3221 - Tecnólogos e Técnicos em Terapias Alternativas e Estéticas .

A profissão vai conquistando seu espaço e, atualmente, os pilares de


sustentação do trabalho do esteticista são o embasamento técnico-científico e a
atuação direcionada para a melhora na qualidade de vida e bem-estar do cliente.

De acordo com o Comitê Internacional de Estética e Cosmetologia (CIDESCO), o


papel do esteticista é prestar serviços de alta qualidade ao público, com o
objetivo de melhorar e manter a aparência externa e as funções naturais da pele,
influenciando-os ao relaxamento e ao bem-estar físico e mental (PIATT, 2003).

Para a Ex-Presidente da FEBRAPE, Rosângela Façanha, o mercado de


trabalho da estética aplicada exige mão-de-obra qualificada, articulada e com
capacidade de mobilização do público-alvo.

A aplicação dos seus conhecimentos técnico-científicos se dá por meio


do seu desempenho eficiente e eficaz no que se refere ao oferecimento de
prestação de serviços de alta qualidade. Ressalta que na Europa a prestação
de serviços em estética realiza-se com muito sucesso, utilizando-se de técnicas
e instrumentais mais desenvolvidos.

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A atividade profissional de esteticista é classificada como paramédica,
em que é membro integrante das equipes médico-hospitalares, promovendo a
recuperação e a reabilitação do tecido cutâneo, bem como a recondução ao
bem-estar e à elevação da autoestima do ser humano, em uma perspectiva
mais abrangente e enriquecedora.

A área de atuação profissional da estética, hoje, é considerada integrante


da área da saúde, pois compreende as ações integradas na prevenção, na
educação, na recuperação e na reabilitação referentes às necessidades
individuais e coletivas.

Visa à promoção da saúde, com base no modelo que ultrapassa a ênfase


na assistência médico-hospitalar. A atenção e a assistência à saúde abrangem
todas as dimensões do ser humano como biológica, psicológica, social, espiritual,
ecológica e são desenvolvidas por meio de atividades diversificadas, dentre
as quais a estética está inserida (BRASIL. Ministério da Educação, 2001).

A seguir, uma cronologia de tempo de alguns eventos importantes para


a área:

- Em 1968, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) implantou


o primeiro curso de estética facial em Belo Horizonte;

- A técnica de Drenagem Linfática Manual (método Vodder) foi trazida ao Brasil em


1969 por Waldtraud Ritter Winter;

- Em 1976, o SENAC recebeu a linha Payot, adquiriu a linha completa de aparelhos


da VIGILEX e implantou o curso de estética corporal;

- O primeiro Congresso Brasileiro de Estética foi realizado em 1978, no Rio de


Janeiro, organizado pela FEBECO;

- Em 1981, sob o nº 5.796, houve uma tentativa de aprovação do Projeto de Lei que
tratava do exercício da profissão de Esteticista e Cosmetologista;

- Em 2003, foi fundada a Federação Brasileira dos Profissionais Esteticistas


(FEBRAPE).

27
12. TIPOS DE ÁCIDOS

Ácido Glicólico

Ácido glicólico (ácido hidroxietanóico, ácido hidroxiacético) é o AHA mais curto,


com apenas dois átomos de carbono. Extraído da cana-de-açúcar, éextremamente
hidrofílico, tem pH de 0,5,o pH de uma solução de ácido glicólico determina seus poder
de acidificação sobre a pele: uma solução de ácido glicólico a 3% em pH 3 é capaz
de acidificar as primeiras cinco camadas de corneócitos, em quanto a 10% e pH 3,
causa acidificação mais profunda e mais rápida da epiderme (DEPREZ, 2009).

O ácido glicólico além de estimular a produção de colágeno, reduz a produção


de melanina, sendo úteis no combate as hiperpigmentações. O peeling de ácido
glicólico mostra-se benéfico para peles com propensão à acne, pois ajuda a manter
os poros livres do excesso de queratinócitos e também para diminuir sinais e manchas
da idade, bem como a queratose actínica, em longo prazo demonstra melhora gradual
na qualidade e no tônus da pele, se tornando mais macia e uniforme; por se tratar de
um peeling não toxico ao melanócito, pode ser utilizado em peles escuras e em todas
as estações, lembrando-se de utilizar sempre o filtro solar (DEPREZ, 2007).

Ácido glicólico age no envelhecimento, promovendo melhoras em relação ao


tratamento de rugas superficiais, médias e profundas, manchas senis, flacidez de pele,
pele seca, entre outras. O ácido glicólico age na atenuação das rugas, por aumentar
a síntese de glicosaminoglicanas, que tem capacidade de fixar a molécula de H2O
nos tecidos, aumentando assim o turgor da pele, melhorando o aspecto das rugas
superficiais e médias, entre outras substancias intercelulares da derme que aumentam
sua síntese, estimulando por exemplo os fibroblastos a produzir colágeno e elastina
(MENE; ANDREONI; MORAES; MENDONÇA, 2012).

O ácido glicólico é utilizado no rejuvenescimento da pele, diminui a espessura


e na compactação do extrato córneo, estimula a síntese de colágeno e é hidratante.
Este ácido é usado no tratamento da acne, queratose actínica, hipercromia e
atenuação de rugas finas e linhas de expressão. Pode ser usado de 2 a 70%,
dependendo do caso. É aplicado como peeling numa concentração de
70%,concentrações mais baixas, usado no tratamento da acne, queratose actínica,

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hipercromia e atenuação de rugas finas, como 2%, são utilizadas em cremes faciais
(EFICÁCIA, [200-]).

Ácido Mandélico

Ácido mandélico é considerado o AHA de maior peso molecular, com absorção


lenta da pele, favorecendo um efeito uniforme, indicado principalmente a peles
sensíveis, é obtido do extrato de amêndoas amargas, bastante utilizado para
combater, hiperpigmentações, além de ser utilizado como peeling, o ácido mandélico
é bastante utilizado em cremes rejuvenescedores com combinações de vitaminas A,C
e E, para tratamento de rugas finas, linhas de expressão, melhora da textura da pele
e para clarear manchas (agindo na inibição da síntese de melanina, bem como na
melanina já depositada); inclusive vantajoso para o rejuvenescimento de peles mais
morenas. (PIMENTEL, 2008).

O ácido mandélico é capaz de melhorar a textura da pele porque sua pequena


molécula penetra além da camada córnea, atingindo a derme, na camada mais
superficial. O ácido mandélico atua dissolvendo o cimento intercelular, promovendo a
descamação e tornando a superfície da pele homogênea, proporcionando um toque
suave. Na camada mais profunda estimula a produção de colágeno e inibe a formação
de melanina, demonstrando efeito no tratamento de melasma e cloasma.

O ácido mandélico também tem atividade bactericida, o que o torna eficaz no


tratamento da acne, combatendo o Propionibacterium acnes. Este ácido é uma opção
entre os alfa-hidroxiácidos. Pode ser usado em formulações a 5% uso diário e 20%
para peelings no consultório (EFICÁCIA, [200-]).

Ácido Retinóico

Ácido retinóico, tretinoína ou vitamina A ácida é um agente anti-acnéico e anti-


psoríasico eficaz, que atua sobre receptores nucleares nas células-alvo, estimulando
assim a mitose e a renovação das células. Esta ação propicia a formação de uma
camada córnea menos aderente, que ao mesmo tempo facilita a eliminação dos
comedões existentes e dificulta sua aparição. Sua apresentação para aplicação tópica,
conhecida como vitamina A ácida, ou tretinoína, é de primeira escolha para o
tratamento da acne e do fotoenvelhecimento cutâneo. É um dos compostos atuais
utilizado contra os efeitos do envelhecimento.

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Promove a esfoliação e estimula a produção de colágeno, substância que é
responsável pela firmeza da pele. Outra função atribuída é a de reorganizar as fibras
elásticas danificadas pela exposição solar e ainda melhorar a irrigação da pele. Esse
tratamento pode ser feito no rosto, pescoço, colo e mãos, em concentrações
diferentes. Melhora a qualidade da pele, ajudando na prevenção ao processo de
envelhecimento.

A eficácia apresentada pelo ácido retinóico é explicada por algumas de suas


características, como facilita à eliminação dos comedões (cravos) e evita a formação
de outros. O ácido retinóico faz com que os queratinócitos no poro percam a coesão
e soltem-se uns dos outros à medida que atingem a camada córnea. Aumentando o
fluxo sanguíneo nas áreas onde é aplicado, aumentado o aporte de glóbulos brancos
(leucócitos) para o local.

O seu uso em cosmiatria vem da observação de pacientes em tratamento de


acne, em que após certo tempo a pele se apresentava mais macia e menos enrugada,
apesar da vermelhidão e irritação causadas pelo ácido retinóico. Desde então,
numerosas observações vem sendo feitas com o uso do ácido retinóico a 0,05% para
a redução de rugas e linhas de expressão, para a prevenção do envelhecimento
cutâneo e para o tratamento da pele danificada pelo sol. Nessas observações,
verificou-se melhora nas características da pele, diminuição da queratose actínica,
dispersão mais uniforme dos grânulos de melanina, formação de novas fibras de
colágeno na derme, aumento do fluxo sanguíneo e aumento da permeabilidade da
epiderme. No caso das rugas, o efeito mais evidente foi constatado em rugas finas e
em linhas de expressão. Aplicação em (concentração de 5% a 8%) é aplicado sobre
a área afetada. Depois de duas horas, o médico retira o produto com água ou soro
fisiológico.

A ação da substância estimula uma maior produção de colágeno que


interrompe o processo inflamatório e preenche a depressão caso ela já esteja se
formando, os resultados após a quarta sessão, que devem ser de seis a dez, feitas
quinzenalmente. Para o tratamento da acne, não se deve associar o ácido retinóico e
operóxido de benzoíla na mesma formulação, uma vez que o primeiro é oxidado pelo
segundo (KOROLKOVAS, 2008).

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Ácido retinóico é um dos compostos atuais utilizado contra os efeitos do
envelhecimento. Promove a esfoliação e estimula a produção de colágeno, também
denominado vitamina A ácida, seu uso é justificado por promover uma compactação
da camada córnea, espessamento epidérmico e aumentar a síntese de colágeno.
Estimulando queratinócitos por melhorara a distribuição dos melanócitos e por
produzir uma normalização epidérmica, elimina os queratinócitos atípicos e impede a
formação de queratoses, sendo indicado para o tratamento do fotoenvelhecimento,
portanto atua em patologias onde há hiperqueratinização pós-inflamatória, garante
uma uniformidade na aplicação do agente do peeling e promove uma reepitelização
mais rápida ( Leveque,1997; Velasco, 2009; Múcio, 2008).

Ácido Salicílico

Ácido salicílico é um beta-hidroxiácido ou ácido 2-hidroxibenzóico, extraído do


Salix Alba (salgueiro branco), usado em concentração de no máximo 20% (PIMENTEL,
2006).

A ação esfoliante deste ativo induz a esfoliação da camada córnea


provavelmente por dissolução das lamelas (cimento celular) e/ou ao aumento da
proteólise dos corneodesmossomas (RIBEIRO, 2010).

Ácido salicílico em peelings, para os casos de queratose actinicas e seborreicas,


lentiginoes no dorso da mão e do ante-braço; na face utilizado em solução alcoólica a
35% por cerca de 5 minutos, seguida de neutralização com água, neste caso indicado
para clareamento da pele, atenuação das rugas e tratamento de comedões. A
descamação se inicia em torno do 4-5º dia prolongando-se por cerca de 10 dias, com
eritema mínimo podendo ser repetidos entre 2 a 4 semanas. Alguns cuidados devem
ser observados após o peeling durante as primeiras semanas: Colocar compressas
de água frias, Hidratações semanais que ajudará a retirar as crostas residuais,
diminuir o edema e facilitar a reepitelização (Esteve, 1990; Leveque, 1997; Múcio,
2008).

Àcido Fítico

O ácido fítico (hexafosfato de inositol) é um ácido orgânico componente natural


da maioria das sementes de leguminosas e cereais. Apresenta-se como um líquido

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viscoso a 50% levemente. Tem ação inibidora sobre a tirosinase, apresentando ação
despigmentante, antiinflamatória, antioxidante, hidratante e agente quelante. É efetivo
na prevenção da caspa. O ácido fítico é um bom quelante para o cálcio e acelera o
transporte de oxigênio, facilitando o metabolismo celular. O tratamento médio de
manchas hipercrômicas é de 3 semanas a 2 meses. Recomenda-se usar de 0,5 a
2,0 %.O pH de estabilidade é de 4,0 a 4,5. É compatível com ácido glicólico, ácido
kójico, ácido retinóico.

Este composto também vem sendo estudado por apresentar qualidades


benéficas na prevenção de doenças cardiovasculares, devido ao seu efeito
hipocolesterolêmico e antioxidante.

É sabido, também, que fitatos são importantes na prevenção do câncer de


intestino grosso, devido a seu efeito complexante sobre os íons ferro, que parece inibir
o processo carcinogênico. O ferro geraria radicais livres, os quais estão associados
ao desenvolvimento de câncer. Porém, ao serem complexados pelos fitatos, inibiriam
produção destes radicais livres. Deste modo, o fitato atuaria como um antioxidante
similar à Vitamina C. Esse efeito antinutriente dos fitatos pode, no entanto, ser
considerado como protetor (DOMÍNGUEZ, 2002).

Ácido fítico é obtido do farelo de arroz, aveia ou gérmen de trigo. Tem ação
inibitória sobre atirosinase (enzima importante na produção de pigmentos melanínicos
que dão cor à pele humana) e por isso é usado como despigmentante. Tem também
ação antiinflamatória, antioxidante e hidratante. É usado para o clareamento de
manchas hipercrômicas, eventualmente associado ao ácido glicólico, e no “pós-pelling”
como antiinflamatório. É um potencial clareador de pele por que além de inibir a
tirosinase. Pode-se usar o ácido fítico como clareador de peles com alto grau de
sensibilidade, como peles brancas e sensíveis ou peles que sofreram grandes
agressões por qualquer processo químico ou físico, pois ele tem um alto poder
hidratante. O ácido fítico substitui hoje a hidroquinona, substância utilizada nas últimas
décadas como clareadora da pele (NICOLETTI, 2002)

Ácido Kójico

Ácido kójico é uma substância produzida por um cogumelo japonês chamado


koji, utilizado também na fermentação do arroz para produção de saque. O ácido
kójico não causa irritação nem fotossensibilização no usuário, possibilitando seu uso

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até mesmo durante o dia. Além disso, o ácido kójico não oxida como muitos
clareadores cutâneos e pode ser associado ao ácido glicólico.

Propriedades: as hiperpigmentações são, em geral, distúrbios caracterizados


pelo aumento de melanina e outros pigmentantes na pele. Os principais
desencadeadores são as radiações solares, os hormônios sexuais e agentes externos,
fontes de radicais livres. O ácido kójico é um dos despigmentantes naturais mais
eficientes do mercado, por isso tem sido muito usado com excelentes resultados; tem
ocupado posição de destaque entre as substâncias usadas para o clareamento de
vários tipos de hipercromias cutâneas.

Indicações: Além do seu efeito despigmentante, o ácido kójico também atua


como antiséptico impedindo a proliferação de fungos e bactérias na pele. Ele também
tem ação anti-oxidante ajudando na prevenção do envelhecimento cutâneo e pode ser
usado em formulações junto com ácido glicólico, vitamina C, entre outros ativos.

Mecanismo de ação: ácido kójico age inibindo a formação da melanina. Ele


quela os íons cobre e bloqueia a ação da tirosinase, acabando com as manchas. O
efeito do ácido kójico ocorrerá após 2 a 4 semanas de uso contínuo. Algumas pessoas
podem demorar um pouco mais, especialmente aquelas com pele oleosa ou muito
espessa. Os resultados vão melhorando à medida que se continua a aplicação por até
6 meses.

Vantagens: a vantagem desse produto está na suavidade de ação sobre apele.


O ácido kójico não causa irritação nem fotossensibilização no usuário, possibilitando
seu uso até mesmo durante o dia. Além disso, o ácido kójico não oxida como muitos
clareadores cutâneos e pode ser associado ao ácido glicólico (BATISTUZZO, 2002).

Ácido kójico é um potente despigmentante natural. Ele inibe a ação da


tirosinase como quelante de íons, promovendo a diminuição da formação de melanina,
acabando com as manchas, principalmente as faciais, não são estéticas e causam
alguns transtornos que dificultam o bem-estar do indivíduo no âmbito psicossocial.

Nota-se que todas as partes do corpo não exibem a mesma cor. A espessura
da pele, os vasos sanguíneos superficiais (dependendo do número e estado de sua
dilatação, bem como a sua aproximação com a superfície da pele) e pigmentos como
carotenóides afetam a percepção da cor, a quantidade de melanina produzida pelos

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melanócitos determina a cor. As hiperpigmentações são, em geral, distúrbios
caracterizados pelo aumento de melanina e outros pigmentantes na pele. Os
principais desencadeadores são as radiações solares, os hormônios sexuais e
agentes externos, fontes de radicais livres. Por esta razão, pesquisas para o
desenvolvimento de produtos clareadores focam, principalmente, a redução da
produção de melanina nos melanócitos. São utilizados em concentrações
compreendidas entre 0,005 e 4% em cremes e loções não iônicas, géis, géis-creme e
loções aquosas clareadoras.

Como o ácido kójico é menos irritante, mais suave e não causa


fotossensibilização no usuário possibilita seu uso até mesmo durante o dia, além disso,
o ácido kójico não oxida, podendo ser associados com outros agentes
despigmentantes como o ácido glicólico (Soler, 2004; Roca, 2006).

Ácido Tricloroacético

Ácido tricloroacético ou TCA é um produto orgânico, ocorrendo na forma de


cristais deliquescente, solúveis em água, álcool etílico e éter. O produto tem ação
cáustica. O ácido em concentrações de até 30% é usado para o tratamento de
cicatrizes da acne e do envelhecimento cutâneo. Em concentrações maiores é usado
no condiloma acuminado, verrugas e “peelings”. O ácido tricloroacético como agente
para peeling químico é uma substância química cauterizante capaz de provocar
necrose da pele causando uma epidermólise profunda com um processo inflamatório
residual que pode ter duração de até oito semanas. É quando a lesão tratada adquire
cor branca (frost) assim que aplicada na pele. Quanto mais profundo for o peeling,
mais intenso e mais rápido será a formação do frost. Para o peeling médio, o frost
ideal é o frost nível II (ZAMARIAN, 2011).

TCA tornou-se o ácido preferido para os peelings químicos de profundidade


superficial e média, apesar de que pode ser utilizado nos peelings mais profundos,
mas existe um consenso de que nesta última situação, é, geralmente um
procedimento mais arriscado do que o peeling profundo de fenol. O peeling de TCA
pode ser considerado de superficial e média profundidade se usado a 50 %. Está
indicada na ocorrência das seguintes situações: melasmas, efélides, cicatrizes de
acne, queratose actinicas, rugas finas, hiperpigmentação pós-inflamatória,
fotoenvelhecimento. Remove a camada superficial da pele ou até a própria derme,

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(dependendo da concentração), fazendo emergir um novo tecido. Estimula a produção
de fibras colágenas substancias que garantem a elasticidade e a firmeza da pele
(ZANINI, 2007).

Ácido Carbólico

Ácido carbólico ou Fenol é derivado do coaltar. Trata-se de uma esfoliação


química profunda da pele, que utiliza o ácido carbólico (substância química conhecida
como fenol), o qual provoca destruição de partes da epiderme e derme, seguida de
posterior regeneração dos tecidos são inegavelmente os mais eficazes. É um peeling
de exclusividade médica.

Possui um grande poder de esfoliação, pois penetra profundamente até a


derme reticular, sendo assim indicado para rugas profundas, peri-orais e para tratar
as queratoses mais severas (Zanini, 2007; Velasco, 2009).

Fenol quando aplicado à pele induz a uma queimadura química, que ao longo
do tempo resulta no rejuvenescimento da pele. A aplicação por período de tempo
maior ocasiona sua penetração na derme superior, resultando na formação de uma
nova camada de colágeno estratificado. A regeneração epidérmica inicia-se 48 horas
após a aplicação da formulação e se completa no intervalo de sete a 10 dias.

A formulação de Baker-Gordon utilizada no peeling pode causar


hipopigmentação cutânea permanente em alguns indivíduos, bem como levar à
absorção do fenol, resultando em arritmias cardíacas e danos renais. O fenol é tóxico
para todas as células, penetra e permeia a pele, sendo absorvido e excretado pela
urina. Concentrações elevadas no sangue podem ter efeito tóxico no miocárdio,
provocando taquicardia, contrações e dissociação eletromecânica. Por isso, ao utilizar
o peeling de fenol, a face é dividida em pelo menos cinco regiões. Assim, aplica-se o
produto em cada região com intervalo de tempo de 15 minutos, de modo que a
concentração absorvida seja eliminada pela urina, sem causar problemas cardíacos.

Nas terminações nervosas da pele, age como anestésico local. Como


composto químico, o fenol é solúvel em óleos e gorduras, e pode ser removido
rapidamente da pele com glicerina, óleos vegetais ou álcool etílico a 50%, no caso de
entrar em contato acidentalmente. A formulação para peeling mais conhecida que

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utiliza o fenol é a de Baker-Gordon (1962), em que o fenol é diluído à concentração
que varia de 45 a 55% ( MOYet al, 1996).

13. CLASSIFICAÇÃO DOS PEELINGS QUÍMICOS

Para Borges (2010), a classificação dos peelings químicos pode se basear no


nível de profundidade que conseguem atingir: muito superficiais, superficiais, médio e
profundo, isso permite ao médico e ao fisioterapeuta intervirem de acordo com seu
objetivo terapêutico.

Muito superficiais (estrato córneo), esses peelings afinam ou removem o estrato


córneo e não criam lesão abaixo do estrato granuloso. Superficial (epidérmicos),
esses peelings produzem necrose de parte ou de toda epiderme, em qualquer parte
do estrato granuloso até a camada de células basais. Médios (derme papilar), esses
peelings produzem necrose da epiderme e de parte ou de toda a derme papilar.
Profundos (derme reticular), esses peelings produzem necrose da epiderme e da
derme papilar que se estende até a derme reticular.

Peeling Facial Superficial

Este peeling se limita a uma remoção do estrato córneo da pele (camada mais
superficial) (Marquet, 2007), (Cunha, 2003). A descamação inicia-se cerca de vinte e
quatro a quarenta e oito horas após o procedimento e perdura por cinco a sete dias.
A aparência da pele é normal com uma leve descamação, sendo que o paciente pode
continuar seu dia-a-dia normal (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

O resurfacing superficial é indicado para casos de acne, foto envelhecimento


leve, eczema hiperquerostático, queratose actínica, rugas finas e melasma. No
peeling superficial utilizam-se substâncias ativas como os alfa-hidroxiácidos (AHA),
beta-hidroxiácidos (ácido salicílico), ácido tricloroacético (TCA), resorcinol, ácido
azelaico, solução de jessner, dióxido de carbono (CO2) sólido e ácido retinoico
(tretinoína). Este tipo de peeling pode ser utilizado em todos os tipos de pele e em
qualquer área do corpo, pois esta quimioesfoliação dificilmente apresenta risco de
complicação ao paciente (VELASCO, 2004).

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Este procedimento apresenta bons resultados quando feito em várias sessões
repetidas em pequenos intervalos. Seu principal resultado é uma melhora na textura
da pele, clareamento das manchas e atenuação das rugas finas, além de estimular a
renovação de colágeno, assim dando melhor firmeza a pele. É importante ressaltar
que o peeling cutâneo superficial não é, e não deve ser considerados como uma
terapêutica definitiva para os problemas cutâneos do paciente, sendo antes, uma
etapa de um esquema progressivo onde as descamações costumam ser repetidas
para que se obtenham e se mantenham melhores resultados (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

Peeling Facial Médio

O peeling médio consiste na destruição das camadas específicas da pele,


dependendo do agente utilizado e sua concentração (CUNHA, 2003). Tem as mesmas
indicações que o peeling superficial, além de ser indicado em lesões epidérmicas. No
procedimento utilizam-se como substâncias ativas combinações de TCA (ácido
tricloroacético) com CO2, TCA com solução de jessner, TCA com ácido glicólico ou
somente o TCA e a resorcina (VELASCO, 2004).

Assim como o peeling superficial, o resurfacing médio atingiu maior


popularidade na década de 80. Neste procedimento as descamações também
costumam ser repetidas para que se obtenham e se mantenham melhores resultados.
São mais indicados quando a pele já apresenta asperezas como as ceratoses (lesões
pré-cancerosas) e rugas mais pronunciadas (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

Peeling Facial Profundo

O peeling profundo induz uma reação inflamatória no tecido mais profundo


causando uma necrose pelo agente esfoliante (CUNHA, 2003). A quimioesfoliação
profunda é bem mais agressiva que os demais, provocando a formação de muitas
crostas na pele. O procedimento exige uso de curativos e a recuperação deste pode
durar até um mês. Seus resultados são considerados muito bons, com renovação
importante da pele e diminuição até mesmo de rugas profundas como as rugas ao
redor da boca e dos olhos (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

É indicado para os casos de lesões epidérmicas, manchas, cicatrizes,


discromias actínicas, rugas, queratoses, melasma e lentigos. São utilizados como
componentes ativos o TCA a 50% e o fenol (solução de Baker-Gordon), entre outros

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(VELASCO, 2004). Logo após o procedimento é indicado recobrir a pele com pomada
de corticóide para aliviar o ardor. O corticoide evita o processo inflamatório que por
sua vez induziria maior pigmentação. É interessante associar um antiviral, como o
aciclovir, quando tiver história de herpes recente, assim como também utilizar
prednisona 10 mg por dia, via oral durante uma semana, quando apresentar
probabilidade de hiperpigmentação da pele. Por ser um processo muito invasivo, é
preciso ficar alerta quanto a possíveis infecções secundárias e escoriações (ALMEIDA
DE SÁ, 2006).

Complicações

Algumas complicações podem ocorrer, em geral, essas estão relacionadas à


indicação incorreta do procedimento, orientações deficientes ou não obedecidas pelo
doente e/ou má técnica de aplicação, dentre estas podemos citar: carreamento do
agente para áreas não tratadas com risco de cicatrizes, diluição do agente pela
lagrima, conjuntivite e ulcera de córnea, escoriações levando a infecções e
hiperpigmentação, erupção acneiforme, hipopigmentação, linhas de demarcação,
dermatite de contato irritativa ou alérgica, eritema ou prurido persistente, cicatrizes
atróficas ou hipertróficas e efeitos tóxicos (GUERRA, 2013).

As complicações mais comuns de um peeling químico são as lágrimas que


escorrem pelo pescoço (levando o produto químico junto), esfoliação prematura,
infecção, erupções acneiformes, equimoses, hiperpigmentação pós-inflamatória,
hipopigmentação, reações alérgicas, eritema persistente e fibrose. Na maioria dos
casos estas complicações são reversíveis (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

As reações adversas ocasionais são bolhas, crosta, queimadura grave ou rubor,


edema na pele, escurecimento, ou clareamento da pele, sensação de calor ou
urticante, descamação da pele pode ocorrer depois de poucos dias de tratamento
(KOROLKOVAS, 2008).

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14. REFERÊNCIAS

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