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ULTRASSOM

A HISTÓRIA DA ULTRASSONOGRAFIA

A ultrassonografia ou ecografia é um método diagnóstico muito recorrente


na medicina que utiliza o eco gerado através de ondas ultrassônicas de alta
frequência para visualizar, em tempo real, as estruturas internas do organismo.

Possui grandes vantagens em relação aos demais exames radiológicos:

Não é um exame caro;

É um exame presente em diversas clínicas e centros hospitalares;

É de rápida execução;

Permite maior contato entre o paciente e o radiologista;

É seguro, pois não utiliza radiação.

Pelo fato de transmitir as imagens em tempo real, tal técnica é muito importante
para o estudo do funcionamento dos órgãos.
No entanto, apresenta algumas desvantagens, pois é incapaz de reproduzir
imagens que possibilitem o estudo de estruturas muito internas como as
protegidas por ossos.

Os aparelhos de ultrassom utilizam, em geral, uma frequência a qual varia


entre 2 MHz e 4 MHz, dependendo do transdutor (embora possa chegar até 20
MHz, que é o caso da ultrassonografia dermatológica). Tais ondas
ultrassônicas são emitidas através de uma fonte de cristal piezoelétrico que fica
em contato com a pele e recebe os ecos gerados para, em seguida, serem
interpretados pela computação gráfica.

A sonda funciona assim como emissor/receptor. Quanto maior a frequência,


maior a resolução obtida e mais precisão se tem na visualização das estruturas
superficiais. Conforme a densidade e a composição das interfaces, a
atenuação e mudança de fase dos sinais emitidos variam, sendo possível a
tradução em uma escala de cinza, que formará a imagem dos órgãos internos.

O preciso Efeito Doppler da ultrassonografia permite, também, conhecer o


sentido e a velocidade do fluxo sanguíneo. Por não utilizar radiação ionizante,
como na radiografia e na tomografia computadorizada, é um método
relativamente inócuo, pouco dispendioso e ideal para avaliar a evolução fetal.

A ultrassonografia é um dos métodos de diagnóstico por imagem mais


versáteis e ubíquos, de aplicação relativamente simples. Nas últimas duas
décadas do século XX, o desenvolvimento tecnológico transformou esse
método em um instrumento poderoso de investigação médica dirigida, exigindo
treinamento constante e uma conduta participativa do examinador.

Características

Esta modalidade de diagnóstico por imagem apresenta características próprias:

É um método não invasivo ou minimamente invasivo.

Apresenta a anatomia em imagens seccionais ou bidimensionais, que podem


se adquiridas em qualquer orientação espacial. Ultimamente a ecografia
tridimensional está em desenvolvimento mas ainda não é um verdadeiro
tridimensional mas sim a reconstrução informática em três dimensões das
imagens previamente adquiridas em bidimensional. (A versão 4D é interpretada
como a aquisição 3D em tempo real).
Não possui efeitos nocivos significativos dentro das especificações de uso
diagnóstico na medicina.

Não utiliza radiação ionizante.

Possibilita o estudo não invasivo da hemodinâmica corporal através do efeito


Doppler.

Permite a aquisição de imagens dinâmicas, em tempo real, possibilitando


estudos do movimento das estruturas corporais.

Exemplo de ultrassonografia

O método ultrassonográfico baseia-se no fenômeno de interação do som com


os tecidos, ou seja, a partir da transmissão de onda sonora pelo meio,
observamos as propriedades mecânicas dos tecidos. Assim, torna-se
necessário o conhecimento dos fundamentos físicos e tecnológicos envolvidos
na formação das imagens do modo pelo qual os sinais obtidos por essa técnica
são detectados, caracterizados e analisados corretamente, propiciando uma
interpretação diagnóstica correta.

Além disso, o desenvolvimento contínuo de novas técnicas, a saber: o


mapeamento Doppler, os meios de contraste, os sistemas de processamento
de imagens em 3D, as imagens de harmônicas e a elastometria exigem um
conhecimento ainda mais amplo dos fenômenos físicos.

A ultrassonografia pode contribuir como auxílio no diagnóstico médico e


veterinário, sendo sua aplicação mais ampla atualmente em seres humanos.
Muito utilizado em obstetrícia, sobretudo na avaliação de aspectos
morfofuncionais. Permite ainda a orientação de processos invasivos mesmo
antes do nascimento.
Interage e auxilia a todas as demais especialidades médicas e cada vez mais
se afirma como um dos pilares do diagnóstico médico na atualidade.

Processo de formação da imagem

A criação de uma imagem digital a partir das ondas ultrassônicas se dá em 3


etapas: produção da onda sonora, recepção do eco e interpretação do eco
recebido.

Produção da onda sonora

Transdutor

Primeiramente, a onda sonora é, tipicamente, produzida por um transdutor


piezoelétrico. O transdutor é o componente do aparelho de ultrassonografia
que entra em contato com o paciente e é conectado ao restante do
equipamento através de um cabo.

A geração das ondas de ultrassom dá-se pelos cristais piezoelétricos (capazes


de transformarem energia elétrica em mecânica e vice-versa). Quando estes
recebem impulsos elétricos, têm capacidade de expandir e contrair, formando
as ondas ultrassônicas.

O som é direcionado pelo formato do transdutor ou por sistemas mais


complexos de controle. As ondas ultrassônicas são geradas em intervalos
constantes de cada milissegundo. Durante esses intervalos, há a captação das
ondas que são refletidas.
De acordo com suas propriedades físicas, a onda em questão apenas se
propaga
paga em meio material e, durante o caminho percorrido, encontram
diferentes superfícies de diferentes materiais e propriedades. Ao esbarrar com
a superfície entre dois meios de impedâncias acústicas diferentes (resistência
do tecido ao movimento das partículas
partículas ocasionadas pelo ultrassom), a onda é
refletida e retorna ao transdutor.

O som é parcialmente refletido (gera o eco) pelas interfaces formadas pelos


diferentes tecidos do corpo. Portanto, o som é refletido por qualquer lugar em
que a densidade do corpo o mude.

Quanto maior for a frequência emitida pelo transdutor, maior será a resolução
da imagem. Contudo, se a frequência for muito alta, o campo de visualização
fica restringido a alguns centímetros de profundidade. Desse modo, a
frequência a ser utilizada
a depende da estrutura a ser analisada.

Existem alguns tipos de transdutores. Entre eles estão: o convexo, com a


frequência variando entre 3 a 6 MHz (utilizado para exames obstétricos); o
linear, com a frequência variando entre 5 a 11 MHz (utilizado para e exames
superficiais como mama e tireoides); convexo endocavitário, com a frequência
variando entre 5 a 11 MHz (utilizado para exames de próstata e genitália
interna feminina).

RECEPÇÃO DOS ECOS


Diagrama ilustrando o processo do ultrassom na análise do fluxo sanguíneo
(baseado no efeito doppler)

O oposto também ocorre, ou seja, ao receber estímulos mecânicos (ondas


ultrassônicas), os cristais vibram e geram uma diferença de potencial elétrico,
causando impulsos elétricos, os quais se deslocam para o scanner de
ultrassom. O scanner processa-os e transforma-os em uma imagem digital.
Desse modo, percebe-se que a ultrassonografia é uma técnica baseada na
leitura de ecos.

Formação da imagem

O scanner sonográfico determina três informações de cada eco recebido:

Quanto tempo levou desde a transmissão até à recepção do eco.

A partir do intervalo de tempo, calcula a distância (profundidade) onde o foco


se formou, possibilitando uma imagem nítida do eco na dada profundidade.

Qual a intensidade do eco.

Quando o scanner sonográfico determina estas 3 informações, ele pode


codificar cada pixel da imagem com a intensidade.

A transformação do sinal recebido numa imagem pode ser explicada usando


uma planilha como analogia. Imagine o transdutor localizado na primeira linha,
ocupando várias colunas. Ele envia impulsos para baixo, em cada coluna da
planilha. Então espera para ver quanto tempo cada impulso leva para retornar
(eco). Quando mais demorar, mais o sinal se desloca para baixo na coluna
correspondente.

A intensidade do eco determina a cor que a célula vai ter (branco para um eco
forte, preto para um muito fraco, e graduações de cinza para as intensidades
intermédias). Quando ocorre a transição entre dois meios com grande
diferença de impedâncias, maior será a intensidade do eco e, desse modo,
mais branca será a imagem gerada. Ou seja, quanto maior o eco, mais intensa
(branca) será a imagem gerada. Quando todos os ecos retornam e toda a
informação é armazenada na planilha, a imagem está pronta.

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