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AMETROPIAS

Para a visão é melhor quando a criança está brincando ao ar livre, ela está sempre com o
olhar voltado para longe, ela não está usando o poder de acomodação, e o problema está
aqui: no abuso do poder de acomodação para perto, que comprovadamente influencia no
aumento do grau de miopia. Hoje em dia este fato está muito comum, não só a miopia,
como também a prevalência de alta miopia aumentou (considera-se alta miopia a partir de
5 graus).
Alta miopia pode repercutir em maior risco de descolamento de retina, entre outras coisas.
Por exemplo: paciente com 26 graus de miopia. O olho míope é um olho que tem o diâmetro
anteroposterior aumentado, ou seja, é um olho comprido, isto reflete no fato de que quanto
maior a miopia, mais o olho cresce, configurando-se como um problema anatômico. Então
todas as estruturas do olho também esticam: a córnea fica mais curva/maior, a câmera
anterior é mais profunda e o pior, a retina também tem que esticar, ficando mais fina e por
isso ela tem mais chance de ter roturas, rasgaduras que propiciam a passagem anormal do
líquido do corpo vítreo por baixo da retina, descolando-a (é um quadro grave).
Qualquer pessoa pode ter descolamento de retina, não precisa ser míope, porém o fato de
ser míope aumenta a prevalência. Não é necessário ter um trauma no olho para ocorrer
descolamento, às vezes, acontece do nada, mas, se no exame de retina do paciente nota-se
a presença de afinamento, degeneração ácina na periferia, presença de buracos, devemos
orientar ao paciente que evite esportes radicais, montanha-russa, brinquedos que
chacoalham em parques de diversão, impacto, tudo o que chacoalha a cabeça. Não
significa que a pessoa esteja restrita 100%, mas se aconselha a evitar.
Se o paciente míope estiver com a retina ainda sem as lesões descritas anteriormente, ele
pode ter uma vida normal.Do contrário, deve-se ter cautela, porque até em crianças com
aquelas lesões na retina, recomenda-se não praticar educação física na escola (ela pode
fazer exercícios físicos, desde que não seja de impacto). O exame de retina desses pacientes
deve ser repetido anualmente.
Além do risco de descolamento de retina, a miopia leva a outras alterações, principalmente,
na mácula. Pode haver alteração do epitélio pigmentado da mácula, o que leva a
diminuição da visão, mesmo com óculos.
Quando a retina é integra, mesmo com uma pessoa com 26 graus, ela irá ter 100% de visão,
mas é muito difícil uma pessoa ter 26 graus de miopia com retina normal.Em contrapartida,
pode ter 12 graus com retina normal. Ao longo do tempo, os defeitos vão aparecendo. Por
mais alto que seja o grau, espera-se que a pessoa tenha 100% de visão (20/20) com o uso
dos óculos.
Em qualquer uma das ametropias, quando o grau é baixo, trata-se simplesmente de uma
questão de grau (“colocou o óculos: 100% de visão no dois olhos – 20/20 – e pronto”). Mas
miopia alta tem os problemas já discutidos. Da mesma forma, hipermetropia alta também
tem seus problemas, começando que em crianças ela é muito “ambliopizante” (sendo este
processo pior na hipermetropia do que na miopia), pois prejudica a visão de perto da
criança e isto é ruim para seu desenvolvimento já que seu mundo está “em suas mãos” (os
brinquedos são todos perto, nas mãos), justamente no 1º e 2º anos de vida que a criança
precisa mais da visão de perto, para detalhes.Já na miopia, isto não ocorre. Se a criança for
um pouco míope, não terá ambliopia, porque de perto ela enxerga super bem, depois, já na

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escola, que ela precisará da visão de longe. Claro que se a miopia for muito alta, ocasionará
ambliopia.
Se a hipermetropia for muito alta, o olho já é pequeno demais e isto acarretará em outros
problemas. A córnea fica mais plana, a câmera anterior fica mais estreita (fato que
aumenta o risco de glaucoma agudo).

Resumindo:
● Risco para alta MIOPIA → problema na retina;
● Risco para alta HIPERMETROPIA → glaucoma agudo.

Sobre o astigmatismo: quando é alto, fica difícil para corrigir, mas mesmo alto, quando se
corrige, a pessoa fica com a visão maravilhosa. O problema do astigmatismo é quando ele é
irregular (não se corrige com óculos).
O astigmatismo depende da curvatura da córnea (sempre se mede os dois eixos principais:
maior e menor eixos, ao longo dos 360°, não importando qual a direção deles). Se temos um
eixo maior e outro menor e, eles são perpendiculares entre si (aqui ela não terminou o
raciocínio e passou para o pensamento abaixo).
A córnea é uma estrutura esférica, já no astigmatismo, ela não tem mais a curvatura
esférica, encontra-se levemente achatada. Temos o astigmatismo regular, que resolve com
óculos, lente de contato; e o irregular, quando há um relevo diferente na córnea, um
abaulamento, uma cicatriz, ou seja, não é mais lisa. O irregular é um pouco complicado de
corrigir, às vezes, resolve com lente de contato rígida, outras vezes só com cirurgia.
Dito o parágrafo anterior, o ceratocone é uma condição em que a córnea encontra-se em
formato de cone e, esta é a forma mais frequente de apresentação do astigmatismo
irregular, começa na adolescência e é bastante comum.
O alto astigmatismo é considerado ≥4 (já atrapalha bastante a vida do sujeito).
Muito comum é o astigmatismo até grau 2-2,5.
Quase todo mundo tem 0,5-0,75 grau de astigmatismo (não atrapalha muito a vida de
ninguém). Mas acima de 1,5 já atrapalha e precisa ser corrigido. Considera-se alto acima de
4. Se uma criança nasce com >3,5° em cada lado, ela já pode ficar amblíope, porque já
borra muito a imagem.

CONSIDERAÇÕES
● Superfície óptica (interface);
● Ângulo de incidência;
● Raio de curvatura;
● Índice de refração;
A luz vai ultrapassar as estruturas transparentes do olho até chegar na retina e, neste
caminho, ela vai encontrar algumas superfícies e alguns meios. Cada vez que a luz incide
numa superfície e ultrapassa um meio diferente, ela pode desviar. Então, temos uma
superfície óptica, a refração dos raios vai depender do ângulo de incidência (se a luz veio
perpendicular, inclinada), depende do raio de curvatura dessa superfície e do índice de
refração do material (o índice de refração do ar é diferente do da água, por exemplo).
A luz vem no ar, incide na lágrima (primeira refração) e começa a desviar, em seguida,
ultrapassa a superfície anterior da córnea, um meio intermediário (com um índice de

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refração) até a superfície posterior da córnea, humor aquoso, superfície anterior do
cristalino, índice de refração do cristalino, superfície posterior do cristalino, corpo vítreo e
uma parte da retina que é transparente. Ao longo desse caminho, a luz vai sofrendo certos
desvios.

Prisma (lentes)
● Quando um raio de luz incide sobre a superfície de um prisma, a luz é desviada em
direção a sua base;
● Então, se houver 2 prismas unidos pela base, a luz que incidir sobre eles vai ter um
efeito de convergência. Lentes positivas são lentes que têm o efeito de 2 prismas
unidos pela base. Elas são convergentes;
● Ao contrário, as lentes negativas são divergentes, porque funcionam como prismas
unidos pelo ápice.

RESUMINDO:
● PRISMAS UNIDOS PELA BASE = LENTES CONVERGENTES = LENTES POSITIVAS;
● PRISMAS UNIDOS PELO ÁPICE = LENTES DIVERGENTES = LENTES NEGATIVAS.
● Desvio – poder de vergência (D – dioptrias).

MEIOS ATRAVESSADOS PELA LUZ


● Meios ópticos transparentes: lágrima – córnea – humor aquoso – cristalino – corpo
vítreo – retina;
● Superfícies ópticas: regiões anterior/posterior da córnea e cristalino.

DIÓPTROS DO OLHO
● A refração efetivamente depende do raio de curvatura (R) e do índice de refração
(IR), e ocorre substancialmente na superfície anterior da córnea e no cristalino.
● Os grandes desvios estarão nestas regiões supracitadas, que são os mais potentes;
● A córnea tem um poder dióptrico de +49 dioptrias (D), como se fosse uma lente de
49°;
● A superfície posterior da córnea já vai ter -6°;
● O cristalino tem +17D, funciona como uma lente de +17°;
● Então, os principais responsáveis são a córnea e o cristalino, mas os outros também
contribuem.
● Poder dióptrico do olho = +60 D.

ACOMODAÇÃO
É a capacidade/mecanismo que nós temos de dar o foco do objeto em diferentes distâncias.
Quanto mais perto, mais temos que usar o poder da acomodação.
Capacidade de aumentar o poder dióptrico →imagem nítida.
● Olho emétrope focalizado no infinito;
● Produz imagem sobre a retina;
● O movimento do objeto em direção ao olho;
● Produz deslocamento da imagem para atrás da retina;

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● Necessidade de um mecanismo de ajuste: acomodação;
Quando se olha para longe, se o indivíduo não for hipermétrope, não se usa o poder de
acomodação (distância >6m). Conforme esta distância vai diminuindo, já se vai usando o
poder de acomodação, pois tem que ser dado o foco no objeto (cada vez que objeto assume
uma distância, é dado um foco diferente, devido ao poder de acomodação).
O poder de acomodação diminui com a idade. Os bebês acomodam absurdamente bem.
Geralmente, em torno dos 50 anos nosso cristalino já está muito fraco e acabamos
precisando de uns +3° para perto. Ele vai se tornando endurecido, amarelado, com
manchas (catarata) e precisa ser substituído por uma lente artificial que está muito longe
do poder de um cristalino original.
Em tornos dos 40 anos, a acomodação começa a ficar prejudicada e surge um outro
problema de refração: a presbiopia.

O olho altera o poder refrativo para focalizar os objetos próximos por um processo chamado acomodação. O
estudo de imagens de Purkinje, que são reflexos de várias superfícies ópticas no olho, demonstrou que a
acomodação resulta de alterações na lente do cristalino. A contração do músculo ciliar resulta em
espessamento e aumento da curvatura do cristalino, provavelmente devido a relaxamento da cápsula do
cristalino.

PRESBIOPIA = PERDA DO PODER DE ACOMODAÇÃO = GRAU PARA PERTO


● Músculo ciliar – fibras zonulares – cristalino;
● Relaxamento da acomodação: cicloplegia.
A acomodação é realizada às custas do trabalho do músculo ciliar, com a ajuda das fibras
da zônula, interferindo no diâmetro anteroposterior do cristalino e permitindo o ajuste do
foco.
Se for usado um colírio cicloplégico durante o exame do paciente, paralisa-se a capacidade
de acomodação do paciente (o famoso colírio “dilatador de pupila”). Quando sob efeito
deste produto, a visão para perto fica embaçada, porque se perdeu, momentaneamente, a
capacidade de acomodação.
É somente sob cicloplegia que se pode saber o verdadeiro grau do olho do paciente. Se o
exame for feito sem cicloplegia, o paciente fica usando a acomodação, fica ajustando e,
pode-se acabar não sabendo seu verdadeiro grau.
NÃO é necessário cicloplegiar todos os pacientes, pois depende da idade.Tendo em mente
que, após os 45 anos, não faz muita diferença fazer cicloplegia, porque o olho do paciente já
está um pouco paralisado naturalmente, o exame de refração pode ser feito sem cicloplegia
que não haverá muito erro. Em contrapartida, crianças e jovens DEVEM realizar o exame
sob cicloplegia.

SOBRE A FIGURA AO LADO: na acomodação, quando o objeto se aproxima, o cristalino


aumenta seu diâmetro anteroposterior para dar o foco.À esquerda, uma foto mostrando o
cristalino mais estreito e outra com o diâmetro anteroposterior aumentado de acordo com
a acomodação.

EMETROPIA
Quando a pessoa não tem grau nenhum, não tem nenhuma ametropia. É quando o:
● Aparelho óptico está focalizado para o infinito;

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● Exige boa correlação: poder dióptrico (D)/diâmetro do olho.
Ou seja, a pessoa olha para o infinito, a visão está perfeita e não precisa de grau algum, o
olho é emétrope.

AMETROPIAS
● Miopia;
● Hipermetropia;
● Astigmatismo;
● Presbiopia.

Emetropia é a ausência de erros refrativos e ametropia é a presença de erro refrativo.

MIOPIA
● O olho tem o diâmetro ântero posterior aumentado;
● Imagem focalizada no vítreo (antes da retina);
● A imagem já chega borrada na retina;
● Poder D excessivo/diâmetro grande;
● Correção: lentes esféricas negativas (côncavas);
● É necessária uma lente divergente (negativa) para trazer o foco para trás;
● Óculos de míope é fino meio e largo na periferia, ou seja, tem os prismas unidos pelo
ápice.

Quando a imagem dos objetos distantes concentra-se na frente da retina no olho sem acomodação, o olho é
miópico ou míope. Se o olho for mais comprido que a média, o erro é chamado de miopia axial.Se os elementos
refrativos forem mais refrativos que a média, o erro é chamado de miopia de índice ou miopia refrativa.
À medida que o objeto é trazido a menos de 6 m de distância, a imagem se move para mais perto da retina e
entra em maior foco. O ponto no qual a imagem é mais fortemente centrada sobre a retina é chamado de
“ponto distante”. Pode-se estimar a miopia através do cálculo de reciprocidade do ponto distante. Assim, um
ponto distante de 0,25 m sugere uma correção com lente de 4 dioptrias para longe. A pessoa míope tem a
vantagem de conseguir ler no ponto distante sem óculos até mesmo na idade da presbiopia.
Um grau elevado de miopia resulta em maior suscetibilidade a alterações degenerativas da retina, inclusive
descolamento de retina.
As lentes esféricas côncavas (negativas) são utilizadas para corrigir a imagem na miopia. Essas lentes trazem a
imagem de volta para a retina.

HIPERMETROPIA
● Basta pensar ao contrário da miopia;
● Olho curto;
● Imagem atrás da retina;
● É preciso trazer a imagem mais para frente;
● Poder D baixo/diâmetro curto;
● Correção: lentes esféricas positivas (convexas).
● Lente convergente.

Hipermetropia é o estado no qual o olho sem acomodação focaliza a imagem atrás da retina. Pode ser causada
por comprimento axial reduzido (hipermetropia axial), como ocorre em determinados distúrbios congênitos, ou
por erro refrativo reduzido (hipermetropia refrativa), como exemplificado pela afacia (falta do cristalino no
olho,causada por extração do cristalino por catarata senil, traumática ou congênita).

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O hipermétrope jovem também pode produzir uma imagem nítida para perto acomodando mais — ou muito
mais do que uma pessoa sem hipermetropia. Esse esforço extra pode resultar em fadiga ocular que é mais
grave para o trabalho para perto.
O grau de hipermetropia que uma pessoa pode ter sem sintomas é — assim como a maioria dos distúrbios
clínicos — variável. No entanto, a quantidade diminui com a idade à medida que aumenta a presbiopia
(diminuição da capacidade para acomodar). Três dioptrias de hipermetropia podem ser toleradas em um
adolescente, mas exigirão óculos mais tarde, embora a hipermetropia não tenha aumentado. Se a
hipermetropia for muito alta, o olho pode ser incapaz de corrigir a imagem por acomodação. A hipermetropia
que não pode ser corrigida por acomodação é chamada de hipermetropia manifesta. Esta é uma das causas de
ambliopia por privação em crianças e pode ser bilateral.
Há uma correlação reflexa entre a acomodação e a convergência dos dois olhos. A hipermetropia é, portanto,
uma causa frequente de esotropia (estrabismo) e ambliopia monocular.

ASTIGMATISMO
● Superfície corneal desigualmente curva;
● Diferentes meridianos projetando a imagem;
● Correção: lentes cilíndricas (positiva ou negativa);
A maioria dos oftalmologistas gosta de usar lentes negativas para corrigir o astigmatismo.
A córnea tem duas curvaturas diferentes. Quando a luz incidir no eixo amarelo, o foco vai
cair num ponto.Quando a luz incidir no eixo verde, o foco irá cair noutro ponto.
Uma lente esférica não irá conseguir corrigir ambos os focos. Por isso, necessita-se de uma
lente cilíndrica que irá interferir em cada eixo diferente.
● Classificação:
❏ Regular: os 2 meridianos principais estão perpendiculares entre si;
❏ Irregular: córnea com superfície irregular e com o eixo mais curvo e o eixo
mais plano não perpendiculares entre si;
❏ Em relação ao eixo do cilindro negativo:
❖ Com a regra (180);
❖ Contra a regra (90);
❖ Oblíquo.
É uma regra de prevalência, porque a maioria das pessoas têm astigmatismo a 180.
❏ Em relação à refração total do olho:
❖ Miópico: quando os focos estiverem à frente da retina
➢ Simples: um foco na retina e outro mais à frente;
➢ Composto: quando os dois focos estão à frente da retina.
❖ Hipermetrópico: quando os focos estiverem atrás da retina.
➢ Simples: um foco na retina e outro atrás dela;
➢ Composto: os dois focos atrás da retina.
❖ Misto: quando um foco estiver à frente da retina e o outro atrás.

No astigmatismo, o olho produz uma imagem com inúmeros pontos ou linhas focais. No astigmatismo regular,
existem dois meridianos principais, com poder e orientação constantes em toda a abertura pupilar, resultando
em duas linhas focais. O astigmatismo é posteriormente definido de acordo com a posição dessas linhas focais
em relação à retina. Quando os meridianos principais encontram-se em ângulos retos e seus eixos situam-se
dentro de 20° em relação a horizontal e vertical, o astigmatismo é subdividido em astigmatismo a favor da
regra, no qual o maior poder refrativo está no meridiano vertical, e astigmatismo contra a regra, em que o
maior poder refrativo está no meridiano horizontal. O astigmatismo a favor da regra é mais comumente
encontrado em pacientes mais jovens, e o astigmatismo contra a regra é mais observado em pacientes mais

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idosos. O astigmatismo oblíquo é o astigmatismo regular no qual os meridianos principais não se situam dentro
de 20° em relação a horizontal e vertical. No astigmatismo irregular, o poder ou a orientação dos meridianos
principais muda de acordo com a abertura pupilar.
A principal causa de astigmatismo são anormalidades da forma da córnea. O cristalino também pode contribuir.
Na terminologia das lentes de contato, o astigmatismo lenticular é chamado de astigmatismo residual porque
não é corrigido por uma lente de contato esférica rígida, que corrige o astigmatismo corneano.
Os erros astigmáticos podem ser corrigidos com lentes cilíndricas, frequentemente em combinação com lentes
esféricas. Pelo fato de o cérebro ser capaz de se adaptar às distorções visuais de um erro astigmático não
corrigido, óculos novos que corrijam de fato o erro podem causar desorientação temporária, em especial uma
inclinação aparente das imagens.

PRESBIOPIA
● Redução fisiológica da acomodação;
● Correção: lentes esféricas positivas (convexas);
É uma adição em relação à correção de longe.
Não é sempre que se corrigirá a presbiopia com lente positiva. Por exemplo: um indivíduo
com 5° de miopia, com 50 anos, vai continuar com 5° de longe e para perto, irá necessitar
de mais 3°. Ele irá ficar com 2° para perto ao final, pois possui -5°
para longe com +3° para perto (-5+3 = -2). Corrige-se a presbiopia dele com óculos de -2°.
Na verdade, diz-se que se corrige presbiopia com lentes positivas adicionada ao grau de
longe.
Agora, se o mesmo paciente fosse hipermétrope de 3°, ele iria usar 6° para perto, pois se
adicionaria positivo com positivo (+3+3= +6).
Tomemos outro exemplo: paciente com >40 anos e -2° de miopia com mais +1,5° de
presbiopia, sobra -0,5° para perto, ou seja, sem óculos o paciente consegue ler bem de
perto (porque o grau que sobrou de perto é baixo).Em contrapartida, sem óculos o paciente
não enxerga bem, pois a miopia fica sem correção.
Vamos supor que o mesmo paciente acima tem 2° para longe e 2° para perto (presbiopia),
sendo o grau final para perto = 0. Desse modo, o paciente acaba conseguindo ler
perfeitamente para perto (sem óculos).Se ele estiver sem os óculos, não enxerga bem para
longe e enxerga normal para perto.O contrário também é verdadeiro: visão com óculos
para longe é boa, mas ruim para perto. A solução é usar óculos com lentes multifocais, que
une o grau para longe e para perto.
A boa notícia para os míopes é que quando ficarem velhinhos conseguirão ler sem óculos
(de perto).

A perda da acomodação que acompanha o envelhecimento é chamada de presbiopia . Uma pessoa com olhos
emétropes (nenhum erro refrativo) vai começar a notar dificuldade para ler letras pequenas ou discriminar
objetos finos próximos com cerca de 44 a 46 anos. A situação é pior na luz fraca e geralmente no início da
manhã ou quando a pessoa está cansada. Esses sintomas pioram até cerca de 55 anos, quando se estabilizam,
mas persistem.
A presbiopia é corrigida pelo uso de uma lente positiva para compensar a perda do poder de foco automático
do cristalino. A lente positiva pode ser usada de várias maneiras. Óculos de leitura têm a correção para perto
em toda a extensão dos óculos, tornando-os bons para leitura mas desfocados para objetos distantes. Os
óculos de meia armação podem ser usados para reduzir essa dificuldade, deixando o topo aberto e não
corrigido para visão para longe. Os bifocais fazem o mesmo, mas permitem a correção de outros erros
refrativos. Os trifocais corrigem a visão para longe pelo segmento superior, a distância intermediária por meio
da porção média e a distância para perto pelo segmento inferior. As lentes de capacidade progressiva corrigem
de maneira semelhante para distâncias grandes, médias e pequenas, mas por alteração progressiva da
capacidade da lente e não por mudanças em etapas.

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ANISOMETROPIA
● Diferença de refração entre os olhos;
❏ Um olho nem sempre tem o mesmo grau que o outro;
❏ Qualquer diferença já é anisometropia;
❏ É clinicamente significante quando há uma diferença >1 grau.
● Hipermetrópica: quando há diferença de grau (EX: +3 e +1), mas os dois olhos são
hipermetropes;
● Miópica: quando há diferença de grau (EX: -3 e -6), mas os dois olhos são míopes;
● Antimetrópica: quando há diferença de grau, mas um olho é hipermetrope e o outro
é míope.
O maior problema da anisometropia é a ambliopia (diminuição da acuidade visual em um
ou ambos os olhos, resultante de um estímulo inadequado da visão no período crítico da
infância). Se um olho tem mais grau que o outro, um vai enxergar melhor que o outro, por
consequência, o indivíduo irá desenvolver ambliopia. Por isso que usar óculos nos primeiros
anos de vida é muitíssimo mais importante que usar óculos depois dos 10 anos.
Vamos pegar como exemplo um adulto jovem míope que tem 1° de miopia, se ele resolver
não usar o óculos, por qualquer motivo que seja, problema dele, quem vai ficar sem
enxergar será ele, mas quando ele resolver usar os óculos, a visão voltará a 100%. Mas e se
fosse um caso de um bebê que deve usar óculos? Ele não pode escolher não usar e se mãe
não quiser botar o óculos na criança porque acha feio, quem irá ficar com ambliopia é a
criança e não o adulto jovem, pois a visão do adulto já está formada, em contrapartida, a da
criança ainda não, porque ela só tem aquele momento para desenvolver a capacidade de
enxergar a nível cortical, se não usar o óculos de bebê, a visão ficará prejudicada (borrada)
pro resto da vida, mesmo que venha querer usar com 8-10 anos não adianta mais, óculos
melhora, mas não chega em 100%.
A professora aconselha as mães sobre o uso obrigatório dos óculos até os 8 anos de idade.
A criança está em pleno desenvolvimento da visão.

A anisometropia é uma diferença de erro refrativo entre os dois olhos. É uma das principais causas de
ambliopia, porque os olhos não podem acomodar de maneira independente e o olho mais hipermétrope fica
cronicamente embaçado. A correção refrativa da anisometropia é dificultada pelas diferenças no tamanho das
imagens da retina (aniseiconia) e pelo desequilíbrio oculomotor causado pelo grau diferente de capacidade
prismática da periferia das duas lentes corretivas. A aniseiconia é predominantemente um problema de afacia
monocular. A correção com óculos produz uma diferença no tamanho da imagem retiniana de
aproximadamente 25%, o que raramente é tolerável. A correção com lente de contato reduz a diferença de
tamanho de imagem para cerca de 6%, o que pode ser tolerado. Lentes intraoculares produzem uma diferença
de menos de 1%.

MÉTODOS DE EXAME DE REFRAÇÃO (DINÂMICA/ESTÁTICA)


● Refração dinâmica: exame sem cicloplegia, pois o olho está trabalhando (usando a
acomodação);
● Refração estática: exame com cicloplegia (paciente não usa a acomodação).
*OBS1: acima de 45 anos não precisa fazer refração estática.
*OBS2: em jovens é preciso fazer as duas modalidades para comparar e descobrir o
verdadeiro grau.

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Retinoscopia/esquiascopia à luz em faixa
Usa-se um retinoscópio e um jogo de lentes qualquer.Por mais que seu nome seja esse, não
é usado para exame da retina, e sim para exame de refração. Ele só tem esse nome porque
para realizar o exame é preciso que a luz incida na retina e o reflexo retorne para o
avaliador.
Colocam-se lentes na frente do olho do paciente para avaliar como vai se dar o reflexo e a
partir disso saber qual o grau do olho do paciente;
O exame pode ser feito em qualquer idade, devido a sua fácil aplicabilidade técnica;
O exame só terá dificuldades se houver um obstáculo para a luz entrar e sair do olho, no
caso, pode ser uma catarata;
Se os meios forem transparentes, em qualquer idade, é possível saber o grau do olho do
paciente.
O aparelho consiste em um conjunto de lentes positivas e negativas (de +20 a -20), variando
de 0,25 em 0,25.

Refração computadorizada (auto-refração).


Já existem aparelhos computadorizados que nos dizem uma ideia da refração do paciente,
do eixo, da curvatura da córnea e seus eixos horizontal e vertical (ceratometria);
Há uma previsão do grau;
A professora confia mais no exame feito por uma pessoa, no caso, nela;
Sempre devemos prescrever o menor grau para o paciente e o que proporciona mais
conforto;
Tanto no exame dinâmico quanto estático, há uma parte objetiva (avaliador) e uma
subjetiva (opinião do paciente) para refinar o grau que será prescrito, baseado na avaliação
do profissional e no que o paciente achou melhor para o seu conforto.

PRESCRIÇÃO DE ÓCULOS (MONOFOCAIS, MULTIFOCAIS, BIFOCAIS)


● No esférico (longe) vai estar o grau para miopia ou hipermetropia;
● No cilíndrico vai estar o grau para o astigmatismo.No eixo, será o eixo do
astigmatismo;
● DP = distância pupilar (distância entre o nariz e o centro de cada olho), que deve ser
medida na ótica junto com a escolha da armação do óculos;
● A prescrição de grau para perto se dará nos casos de presbiopia.

LENTES DE CONTATO
● Hidrofílica (gelatinosa);
❏ São flexíveis, confortáveis, grandes e se ajustam na córnea;
❏ A maioria das lentes hidrofílicas comuns descartáveis tem tamanho único,
porque ela acomoda justamente na curvatura da córnea da pessoa e corrige
o grau esférico;
❏ Pode ser:
❖ Esférica;
❖ Tórica (além de corrigir a miopia/hipermetropia, também corrige o
astigmatismo REGULAR. O grau irá depender do eixo);

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❖ Multifocal;
❏ Cuidados com contaminação!
❖ Estas lentes são um ótimo meio de cultura para bactérias, fungos e
até protozoários;
❖ Caso haja algum descuido com a higiene, a bactéria se adere ao
material da lente, prolifera e facilmente invade a córnea;
❖ Uma das principais causas de transplante de córnea é úlcera de
córnea, oriundas, em sua maioria, de uso indevido de lentes de
contato;
❖ A professora orienta uso de lentes para: (principalmente as lentes
OneDay)
➢ Meninas: depois dos 15 anos;
➢ Meninos: depois dos 18 anos.
❏ Tem lente gelatinosa que possui grau para longe e para perto na mesma
lente.
● Rígida;
❏ Não se molda à córnea;
Para ter o contato perfeito, é necessário que a lágrima entre, preencha os espaços que
ficaram entre a lente e a córnea. Quando a lágrima entra, faz um efeito maravilhoso de
regularizar a superfície da córnea;
❏ Corrige melhor astigmatismo;
❏ Melhor opção para astigmatismo irregular;
Se o paciente tem ceratocone e põe uma lente gelatinosa, o que vai acontecer? A lente irá
se moldar sobre a córnea e ficar do mesmo jeito, não irá resolver. Se colocar a rígida, a
lágrima entra, molda os espaços e a lente funciona com efeito de esférica;
Ou seja, astigmatismo IRREGULAR só corrige com lente de contato rígida, nem com óculos
corrige direito.
❏ Menos risco de contaminação.

CIRURGIA REFRATIVA
Indicada quando a pessoa não quer usar óculos e não gosta de lente, mas precisa ter >20
anos;
O paciente não se livra da miopia/hipermetropia, e sim dos óculos! O olho continua sendo
míope/hipermetrope.Continua grande, com a retina esticada e cheia de buraco.E se for
pequeno, continuará assim, e com risco de glaucoma agudo;
O intuito da cirurgia é tirar o grau dos óculos e colocar na córnea;
Quem operou a miopia vai continuar fazendo exame de retina uma vez por ano para ver
como ela está. Um míope não pode passar mais de um ano sem examinar a retina, por
causa do alto risco de descolamento;
Abre-se um flap do epitélio da córnea, não abre a córnea toda, levanta o flap, aplica o laser
na córnea, muda sua curvatura e o grau fica nela, depois fecha o flap e ele cicatriza
sozinho;
A cirurgia é feita em 10min, a pessoa sai sem óculos, enxergando tudo;
Como toda cirurgia, há riscos:
● Não dá para garantir que o grau vai zerar;

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● Complicações (raras);
● Às vezes, o grau zera nos primeiros meses ou anos e daqui a pouco volta a aparecer;
● Contaminação, infecção;
● Pode acontecer de ficar sujeiras embaixo do flap;
● O mais comum é não zerar o grau, mas se ficar bem pouco grau, às vezes, a pessoa
fica feliz sem óculos;
● Pode ocorrer de ficar um grau que incomode um pouco e a pessoa tenha que voltar
a usar óculos depois;
● Perder/contaminar o flap, algo mais grave, e a visão pode piorar (MUITO RARO).
● Se você é feliz com seus óculos, sua lente, pra que correr riscos? Rs
● Claro que em casos de 12° de miopia e usa um óculos pesado, caro, vale a pena;
● Se a pessoa operar a miopia aos 20 anos, com 40, a presbiopia aparece e pessoa
volta a usar óculos;
● Os riscos de complicações são <1%;
● Se o indivíduo usa óculos e tem 100% de visão nos dois olhos, se fizer a cirurgia
refrativa, a visão pode ficar igual ou pior, nunca melhor.

CIRURGIA FACO REFRATIVA


Cogitada quando há certos problemas nos olhos do paciente que contraindicam a cirurgia
refrativa e esta pessoa quer se livrar dos óculos;
Não é costume fazer esta cirurgia em jovens.Mas sim em pessoas por volta dos 50 anos,
quando a catarata já está começando e a pessoa quer se livrar dos óculos, apenas se
antecipa a cirurgia da catarata;
Retira-se o cristalino e coloca-se uma lente artificial que possibilita acertar o grau exato
para o paciente (corrige o esférico, o grau de longe, de perto, pode ser multifocal, bifocal e
trifocal);
O cálculo de refinar grau é mais preciso que na cirurgia refrativa;
É uma cirurgia intraocular;
Muito segura, mas toda cirurgia tem seus riscos.

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