Você está na página 1de 2

Reparo tecidual

O reparo tecidual é uma ferramenta que nossos tecidos apresentam para contornar
o dano causado por lesões físicas ou químicas a partir da produção de um tecido
novo, embora menos resistente e elástico que o antigo.
Isso vai ser possível por causa do fenômeno de epitelização, caracterizado pela
produção celular, migração e por fim a inibição de contato, que vai marcar o fim da
produção celular.
É importante lembrar que sempre há processos inflamatórios quando ocorre
destruição tecidual por causa da ação da fosfolipase A2 na membrana fosfolipídica
dessas células, gerando uma cascata de eventos, ocasionando a inflamação.
O processo de cicatrização é dividido em três etapas, as quais são:
 Inflamação: Que vai ocorrer logo após a destruição tecidual e pode durar de
3 a 5 dias. Apresenta duas fases também:
Vascular: Responsável por uma leve vasoconstrição para a formação de
coágulo, mas que logo depois ocorre vasodilatação pela liberação de
histamina e outras substâncias. Essa vasodilatação vai permitir que haja
espaço entre as paredes do endotélio, permitindo que haja extravasamento
de plasma e saída de células de defesa. Nesse plasma, há fibrina,
responsável pelo “entupimento” dos vasos linfáticos. Assim, há o edema.
Celular: Vai começar a partir do sistema complemento, que vai servir como
um fator quimiotático para a chegada de células do sistema de defesa. Vai
ocorrer a marginação dessas células e consequente diapedese, indo em
direção ao local da lesão, procurando impedir a ação de possíveis bactérias
presentes
Devido a ação de apenas células envolvidas com a defesa, não há aumento da
resistência do tecido nessa etapa.
É importante ressaltar que os 5 sinais cardeais se formam aí: Calor e Rubor devido
a vasodilatação; Edema pela transudação dos fluidos; dor e perda de função por
causa da histamina e demais substâncias.
 Estágio fibroblástico: Nesse que vai ter de fato um aumento da resistência
por causa do colágeno. A fibrina, presente no coágulo, vai se entrelaçar,
formando redes de fibrina, que vão receber o tropocolágeno a partir de
fibroblastos. Eles vão ser responsáveis pela liberação de substância
fundamental e pela indução da liberação de tropocolágeno a partir de células
mesenquimais. A substância fundamental vai agir cimentando essa
composição e os fibroblastos vão liberar fibronectina, responsável por
estabilizar esse tecido. Também vai haver a proliferação de capilares em
direção ao local da lesão para fornecer suprimento sanguíneo, que devido a
isso, também vai transportar plasmina, sendo responsável por remodelar
algumas fibras de colágeno. Inicialmente, vai haver uma grande produção de
colágeno, este que não é distribuído de forma correta a partir de uma
determinada orientação, logo, ele não é tão resistente. Essa etapa dura de 2
a 3 semanas.
 Estágio de remodelação: Pode durar eternamente. Devido a essa
disposição desordenada das fibras de colágeno, essa etapa vai ser
responsável pela substituição dessas fibras e pelo correto direcionamento
delas, aumentando sua resistência. Devido a ausência de elastina, o tecido
não apresenta a mesma elasticidade que o tecido anterior.
É importante ressaltar que quanto maior for o tamanho da lesão, maior contração
marginal vai acontecer para fechar essa lesão, conseguindo assim grandes
cicatrizes.
Há elementos que podem interferir a cicatrização, como corpos estranhos,
tecido necrótico, isquemia e tensão.
Além disso, há alguns tipos de cicatrização, levando em conta a alteração e
anatomia do tecido.
 Cicatrização por primeira intenção: Leve perda de tecido, onde o mesmo é
recolocado na mesma posição anatômica inicial, onde vai haver uma cicatriz
e deposição de colágeno mínimos
 Cicatrização por segunda intenção: Vai haver um espaço entre as
margens da lesão, onde vai necessitar de uma maior deposição de colágeno
para que de fato ocorra a cicatrização
 Cicatrização por terceira intenção: O espaço entre as margens é muito
grande, sendo necessário enxerto tecidual para preencher

Você também pode gostar